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Escrito por Joviano Caiado Dom, 08 de Novembro de :26 - Última atualização Qui, 26 de Novembro de :39

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Academic year: 2021

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Platão e Xenofonte os marqueteiros de Sócrates

Segundo consta, Sócrates perambulava pelas ruas de Atenas, sujo, maltrapilho, andava descalço e esfomeado. Não trabalhava, mas dizem seus biógrafos, repetidos pelos

historiadores, que havia aprendido com seu pai a profissão de oleiro, uma espécie de artesão de coisas de barro. Isso não quer dizer muita coisa, pois Atenas na época (+ - 300 a 400 AC) não era lá uma megalópole e deviam existir outros oleiros na cidade.  Sócrates vivia

provavelmente da caridade dos amigos, ou daqueles que o suportavam. Lembrem-se: sujo, maltrapilho, descalço, esfomeado e completamente doido.

A verdade é que a história retrata Sócrates como um homem completamente sem recursos que vivia a fazer perguntas a todos que encontrava pelas ruas de Atenas.

Sócrates era um perguntador cujo maior prazer era questionar as respostas dadas por seus interlocutores tendo como objetivo demonstrar a profunda ignorância em que aquela pessoa se encontrava.

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disso) e perguntou-lhe quem era o homem mais sábio de Atenas.  Ela respondeu que Sócrates era a pessoa.

Xenofonte voltou a Atenas e contou a Sócrates o que a pitonisa havia lhe dito e parece também que conversaram sobre uma inscrição que havia no Templo de Apolo que dizia: “conhece-te a ti mesmo”.

Sócrates acreditou nas palavras de Xenofonte e passou o resto da vida a pensar sobre esta frase – transtorno obsessivo-compulsivo? - e eu acho que ele concordou em tomar o veneno, a tal de cicuta, por ter desistido do aforismo filosófico do templo de Apolo ou atingido pelo limite de sua resistência psicológica com a tal da pergunta que lhe angustiou a vida: “Quem sou eu? Quem sou eu?”

Dizem que Sócrates passou sua vida a meditar sobre a sentença do templo e acabou por se dar por vencido quando disse: “Só sei que nada sei” - Frase muito utilizada nos momentos de falsa modéstia cultural por muita gente ou nunca é usada pelos que são formados pela “escola da vida”, que acham que ser inteligente é suficiente.

Deve ter concordado ele em tomar a cicuta justamente quando começava a se livrar do problema psiquiátrico ou pela angústia desencadeada por Xenofonte e o aforismo.

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“Só sei que nada sei e disso ainda duvido”, rebateu outro filósofo para afirmar que ninguém é dono da verdade, nem mesmo Sócrates.

Estou falando sobre isto porque outro dia conversando com um amigo eu disse que a história tende a tornar sábio muito iletrado da vida ou a tornar como definitiva as afirmações de alguém que pode muito bem ter sido utilizado por motivos políticos por seus divulgadores.

Vamos atentar para a história de Sócrates.

Pelo relato dos historiadores, embora não falem claramente, Sócrates era um maluco, sem recursos financeiros, andava sujo e descalço.

Todos são unânimes em afirmar que suas idéias foram divulgadas por Platão e Xenofonte, seus “amigos” mais próximos.

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Platão era um homem rico, inteligente e culto, que possuía uma academia em Atenas destinada a grandes discussões filosóficas e políticas.

Xenofonte, por sua vez, também havia herdado uma fortuna de sua família.  Dedicava-se às artes marciais e culturais.  Era um paradoxo ambulante: Era um guerreiro, que vivia

profissionalmente como mercenário, tendo até mesmo sido contratado e lutado por Esparta nas guerras da época.  Foi inclusive processado em Atenas e sofreu pena de exílio, visto que

Esparta era a maior inimiga de Atenas.  Escreveu diversas obras filosóficas, muitas delas ele dizia que era o pensamento de Sócrates.  É considerado pelos grandes mestres da filosofia o maior divulgador do pensamento socrático.

A Pitonisa morava a mais ou menos 250 quilômetros de Atenas, no Templo de Delphos. 

Estamos falando dos anos 300 AC, não existia estrada asfaltada e nem Rede Globo. Viajar 250 quilômetros a cavalo significa mais ou menos sete dias de viagem ou ida e volta 15 dias,

considerando que um cavalo agüenta viajar 30 quilômetros por dia e depois de uma viagem dessa não vai querer nem mesmo olhar para você.

Por outro lado, acha que a pitonisa que ganhava a vida dizendo que falava com os deuses iria colocar a sua sandália grega, aquela com tirinha de enrolar na canela, e ia se meter a viajar por aquelas estradas, largando tudo para falar com um maluco em Atenas?

Mais provável é que ela soubesse dos relatos através das pessoas que fossem até o templo de Apolo.  Cada um devia dar o seu testemunho aumentando ou diminuindo “um ponto”, como acontece normalmente.

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Certamente Platão ou Xenofonte, dois grandes filósofos da época, pessoas ricas, traduziam as “filosofias” e o comportamento de Sócrates, que nunca escreveu uma só linha, com o

acréscimo de suas inteligências e bagagens culturais, a título de excentricidades político-culturais.

Temos que considerar que ambos os filósofos eram políticos e intelectuais.  Atenas era o centro cultural da antiguidade clássica.  Muito provavelmente utilizaram a figura do popular Sócrates, homem pobre, andarilho e maluco, com objetivos políticos, como fazem hoje também.

Muito difícil acreditar que Platão tenha ficado no Tribunal de Atenas a estenografar a brilhante defesa de Sócrates (não havia gravador).

Parece que o acusador de Sócrates foi o fanático religioso Meleto que o acusava de negar a existência dos deuses e de corromper a juventude.

Tanto Platão, Xenofonte, Meleto, Ânito e Lícon, estes dois últimos também acusadores de Sócrates, assim como muitos outros pensadores e políticos daquela antiguidade utilizaram politicamente o coitado do Sócrates.

Ele foi utilizado mais ou menos como o grande poeta frances Bocage, a quem atribuíram inúmeras piadinhas de mau gosto, ou o nosso Neném Prancha, ao qual o folclore do futebol

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Atribui-se a Sócrates uma das verdades que deveria ser seguida religiosamente por nossos políticos:

“Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, seria honesto ao menos por desonestidade.” (apud www.pensador.info).

Referências

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