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Academic year: 2021

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(1)

12. Subespaço, Base e Dimensão.

12.1. Subespaço .

Seja E um espaço vectorial sobre um corpo K . Qualquer conjunto não vazio ⊂

W E que seja fechado relativamente à soma vectorial e ao produto escalar designa-se por subespaço vectorial de E . Ou seja:

Se W é um subconjunto não vazio de um espaço vectorial E sobre um corpo K , dizemos que W é um subespaço de E se:

1. ∀u e v pertencentes a W , = +w u v pertence a W . 2. ∀u pertencente a W e k∀ ∈ K , ku pertence a W .

Saliente-se que o fecho relativamente ao produto escalar implica que todos os subespaços contêm o vector nulo (basta considerar k = em 2.). 0

Exemplos

1. Num espaço vectorial E sobre um corpo K ,

{ }

0 e E são subespaços vectoriais

(designados por subespaços triviais).

2. O conjunto das funções polinomiais de grau igual ou inferior a n P , é um n

subespaço vectorial do conjunto das funções polinomiais sem restrição de grau P . 3. O conjunto das funções polinomiais sem restrição de grau P (dado que todas as funções polinomiais são diferenciáveis) é um subespaço vectorial do conjunto das funções infinitamente diferenciáveis em » , C . ∞

4. O conjunto das funções infinitamente diferenciáveis, C , é um subespaço vectorial ∞ do conjunto de funções continuamente diferenciáveis até à ordem n, C . n

5. O conjunto de funções continuamente diferenciáveis até à ordem n, C , é um n subespaço vectorial do conjunto de funções com primeira derivada contínua, C . 1 6. O conjunto de funções com primeira derivada contínua, C , dado que todas as 1 funções diferenciáveis são contínuas, é um subespaço vectorial do conjunto de funções

T Ó P I C O S Subespaço. Subespaço gerado. Base e dimensão. Mudança de base.

A

ULA

12

• Note bem: a leitura destes apontamentos não dispensa de modo algum a leitura atenta da bibliografia principal da cadeira

• Chama-se a atenção para a importância do trabalho pessoal a realizar pelo aluno resolvendo os problemas apresentados na bibliografia, sem consulta prévia das soluções propostas, análise comparativa entre as suas resposta e a respostas propostas, e posterior exposição junto do docente de todas as dúvidas associadas.

(2)

do conjunto de funções definidas para todos os valores reais F( )» .

7. O conjunto dos inteiros, » , não é um espaço vectorial sobre » , dado que não é fechado para a multiplicação escalar: o produto de qualquer escalar não inteiro por um inteiro não é um inteiro.

8. » não é um subespaço de 2 » , dado que 3 » é um conjunto de pares ordenados, e 2 portanto não é um subconjunto de » , que é o conjunto de ternos ordenados de 3 números reais. No entanto, o plano W=

{

( , , 0) : ,x y x y∈R é um subespaço de

}

» . 3

12.2. Subespaço gerado.

Se W é um subespaço de um espaço vectorial E , dizemos que os vectores

1, , ,2 n∈

u u  u W geram W , ou que V = u u

{

1, , ,2  un

}

é um conjunto de geradores de W , se qualquer vector de W é combinação linear de u u1, , ,2 un. Dizemos que W é o subespaço gerado por u u1, , ,2 un e escrevemos

1 2

( , , , n)

L

= u u  u

W ou W = <u u1, , ,2  un >.

Ou seja, o conjunto de todas as combinações lineares de um conjunto de vectores

{

1, , ,2 n

}

= u u  u ⊂

V E é um subespaço vectorial de E designado por subespaço gerado por V .

Exemplos

9. Em » , o subespaço gerado pelo conjunto de vectores 4 V = e e e e

{

1, , ,2 3 4

}

, com ) 0 , 0 , 0 , 1 ( 1 = e , e2 =(0,1,0,0), e3 =(0,0,1,0) e e4 =(0,0,0,1) é coincidente com » . 4 Escrevendo um qualquer vector u =(x1,x2,x3,x4) como combinação linear de

3 2 1,e ,e e e e , temos 4                         =             + + + = 4 3 2 1 4 3 2 1 4 4 3 3 2 2 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 k k k k x x x x k k k ke e e e u

A resolução do sistema é imediata, dado que a matriz já está na forma escalonada reduzida. Concluímos que o sistema é possível e determinado para quaisquer valores de x1,x2,x3 e x . Assim, o subespaço gerado por 4 e1,e2,e3 e e é constituído por 4 todos os vectores u =

[

x1 x2 x3 x4

]

T sem restrições, ou seja, é coincidente com

4 » 4 ((1,0,0,0),(0,1, 0, 0),(0,0,1,0),(0,0, 0,1)) L = = » W

10. O espaço das funções polinomiais de grau menor ou igual a 3, P , é gerado pelo 3

conjunto de vectores P =

{

1, , ,x x x2 3

}

dado que, por definição, P é o conjunto de 3 funções polinomiais da forma f x( )= +a bx+cx2 +dx3, ou seja, o conjunto de todas as possíveis combinações lineares dos vectores do conjunto P .

(3)

12.3. Base e dimensão.

Se W é um subespaço vectorial de E , dizemos que o conjunto de vectores

{

1, , ,2 k

}

= u u  u ⊂

U W é uma base de W se: 1. U é um conjunto de geradores de W 2. U é linearmente independente.

Se W é um subespaço vectorial de E e U=

{

u u1, , ,2  uk

}

⊂ W é uma base de W , prova-se que todas as bases de W têm o mesmo número k de elementos. A dimensão de W , dim( )W , é o número k de elementos de uma qualquer base de

W .

Se dim( )W =k, qualquer conjunto de k vectores linearmente independentes pertencentes a W é uma base de W , e qualquer conjunto de mais de k vectores de

W é linearmente dependente.

Um espaço vectorial pode ter um número infinito de vectores linearmente independentes (isto é, existem conjuntos linearmente independentes com tantos vectores quantos quisermos), como é o caso da maioria dos espaços de funções, dizendo-se então um espaço de dimensão infinita.

Exemplos

11. Para além de gerar » , o conjunto de vectores 4 V = e e e e

{

1, , ,2 3 4

}

é linearmente independente, dado que a equação k1e1+k2e2+k3e3 +k4e4 =0 só possui a solução trivial k1 =k2 =k3 =k4 =0. Temos             =                         = + + + 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 4 3 2 1 4 4 3 3 2 2 1 1 k k k k k k k ke e e e 0

O sistema é sempre possível, admitindo apenas a solução trivial

[

k k k k

]

T

[

0 0 0 0

]

T 4

3 2

1 = , logo os vectores são linearmente independentes.

Dado que geram » e são linearmente independentes, os vectores 4 e1 =(1,0,0,0), ) 0 , 0 , 1 , 0 ( 2 =

e , e3 =(0,0,1,0) e e4 =(0,0,0,1) são uma base de » . 4

Todas as bases de » têm 4 vectores, ou seja, 4 » tem dimensão 4, 4 dim(»4)=4. Qualquer conjunto de 4 vectores linearmente independentes pertencentes a » é 4 uma base de » , e qualquer conjunto de mais de 4 vectores é linearmente 4 dependente. Os vectores e1,e2,e3 e e formam a base canónica de 4 » . 4

12. Os vectores e1 =(1,0), e2 =(0,1), geram » e são linearmente independentes. 2 Formam a base canónica de » . Os vectores 2 e1 =(1,0,0), e2 =(0,1,0), e3 =(0,0,1) geram » e são linearmente independentes. Formam a base canónica de 3 » .3 Os vectores e1 =(1,0,,0), e2 =(0,1,,0), ... , en =(0,0,,1) geram » e são n

(4)

Figura 12.1 dim(»n)=n. 13. O conjunto de vectores

{

1, , , ,x x2 xn

}

=  P

constitui a base canónica do espaço das funções polinomiais de grau menor ou igual

n , P . Por isso, dim( )n Pn = +n 1.

14. P é um exemplo de um espaço de funções de dimensão finita. O espaço de n

funções polinomiais sem restrição de grau, P , é um espaço de dimensão infinita, visto que

{

1, , , ,x x2  xn

}

é linearmente independente ∀ ∈ » . O espaço das funções n contínuas C tem dimensão infinita. Não há nenhum conjunto finito de vectores que seja base desse espaço.

15. O conjunto de vectores P=

{

1+x x x, + 2,1+x2

}

sendo, como vimos, linearmente independente e em número igual à dimensão do espaço de funções polinomiais de grau menor ou igual a 2, constitui uma base de P . 2

16. Define-se o sinal impulso unitário discreto por

[ ]

n 1 ,0 ,n 00 n ≠  δ =  =  ,∀ ∈ » n

Qualquer sinal discreto pode exprimir-se como combinação linear, infinita, do sinal impulso unitário

[ ]

k

[

]

k

x n ∞ n k

=−∞

=

α δ −

, com α ∈ » . O espaço de sinais discretos, :k x »→ » , tem dimensão infinita, visto que as funções (n→ δ

[

n k− ),

]

k m , são linearmente independentes ∀ ∈ » . m

17. O espaço de sinais discretos, :x »→» , de duração limitada, n∈

[

0, , N −1

]

, tem dimensão finita N . O conjunto de vectores

[ ] [

]

[

]

{

n , n 1 , , n N 1

}

= δ δ −  δ − +

U

constitui uma base de sinais discretos de duração limitada N . Qualquer sinal discreto de dimensão N pode exprimir-se como combinação linear, finita, do sinal impulso unitário

[ ]

1

[

]

0 N k k x n − n k = =

α δ − , com α ∈ » . k

(5)

Figura 12.2

12.4. Mudança de base.

Sendo U =

{

u1,u2,,uk

}

e W =

{

w1,w2,,wk

}

duas bases de um subespaço de

E , um qualquer vector do subespaço, v , expresso na base U e na base W ,

respectivamente, 1 1 2 2 k k a a a = + + + v u u  u e 1 1 2 2 k k b b b = + + + v w w  w

tem coordenadas únicas em cada uma das bases,

[ ]

vU =

[

a a1 2, , , ak

]

T e

[ ]

v W =

[

b b1 2, , , bk

]

T relacionadas por uma matriz quadrada invertível, Mk k× ,

chamada matriz de mudança de base,

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

1

[ ]

WU U W UW WU W U U v M v v M v M v = = =

A matriz de transição da base W para a base U é dada por

[ ] [ ]

[ ]

[

U U k U

]

WU w w w

M = 1 2 

em que

[ ]

wi U é o vector coluna das coordenadas do vector w na base U . i Exemplos

18. Em R , consideremos a base canónica 2 E = e e

{

1, 2

}

e a base W = w w

{

1, 2

}

, com

2 1

1 3e 2e

w = + e w2 =e1−e2, e o vector v =w1 +w2.

Consideremos o problema de, sendo conhecida a representação de v na base W , encontrar a representação de v na base E

[ ]

vW

[ ]

vE Dado que

[

]

      = + = 2 3 2 3 2 1 2 1 1 e e e e w e

[

]

2 1 2 1 2 11 = −   =   −   w e e e e resulta

[

]

[

]

[

]

2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 4 1 4 1 1 2 3 e e e e e e e e w w v + =       =       − +       = + =

(6)

De outro modo, poderíamos ter em atenção que, sendo

[

]

      = 2 3 2 1 1 e e w e

[

]

      − = 1 1 2 1 2 e e w então

[

] [

]

      − = 1 2 1 3 2 1 2 1 w e e w pelo que

[

]

[

]

[

]

2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 4 1 4 1 1 1 2 1 3 1 1 e e e e e e w w w w v + =       =             − =       = + =

Ou ainda, atendendo ao conceito de matriz de mudança de base, sendo conhecido

2 1 1 3e 2e w = + e w2 =e1−e2, e v=w1+w2, temos simplesmente

[ ]

[ ]

[ ] [ ] [ ]

1 2 3 1 1 2 1 1 4 1 v M v w w v =   =       =           =     W E E W W E E pelo que

[

]

2 1 2 1 4 1 4 e e e e v + =       =

Referências

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