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PRODUTIVIDADE EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO: ECONOMIA DE ESCALA

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Academic year: 2021

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PRODUTIVIDADE EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO:

ECONOMIA DE ESCALA

Uziel Ribeiro Limeira

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFSC Cx. Postal 476 CEP 88040-900 e-mail uzi@eps.ufsc.br

Alda Maria Nogueira Pedroza

Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSC Cx. Postal 476 CEP 88040-900 e-mail ecv3amp@ecv.ufsc.br

Cristina Eliza Pozzobon

Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSC Cx. Postal 476 CEP 88040-900 e-mail ecv3cep@ecv.ufsc.br

Luiz Fernando M. Heineck, PhD.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFSC Cx. Postal 476 CEP 88040-900

Abstract:

This research work analyses productivity on 9 different appartment building projects in the city of Florianópolis, Brazil. Information was obtained with the general foreman in terms of size of crews and duration of activities on site. The total amount of manhours obtained by multiplying the size of crews by the number of hours they were kept on site was further divided by the floor area of each storey. Productivity calculated according to this methodology was displayed in graphical form, showing the influence of greater areas on the comsuption of manpower. It is concluded that for the majority of the activities under investigation, productivity decreased slightly with increasing areas of floors.

Key words: productivity, average productivity ratios, comsuption of manpower.

1. INTRODUÇÃO

A composição do custo das obras de construção civil pode ser dividida basicamente em três grupos de insumos: materiais, mão-de-obra e equipamentos. Dentro dessa composição, a mão-de-obra representa até 40% do custo total, MASCARÓ (1981) apud GUCH (1997). Fica assim evidente a importância de estudos que envolvam ganhos de produtividade na mão-de-obra.

Dentro desse contexto, o artigo apresenta uma análise de dados coletados em canteiro, enfocando o efeito da economia de escala na produtividade da mão-de-obra.

São apresentadas também duas formas de gráficos de regressão linear. A primeira relaciona as variáveis área do pavimento e conteúdo de mão-de-obra dispendido nos serviços analisados (hh/m2), enquanto na segunda substitue-se a variável dependente por homem-hora (hh).

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2. COLETA DE DADOS

Foram utilizados dados coletados por ALVES et al (1996) em canteiros de obras da cidade de Florianópolis, visando sua utilização no cálculo de tamanhos de equipes típicos para diversos serviços. A pesquisa, realizada em nove canteiros de obras com a mesma tipologia - edifícios altos, estrutura convencional em concreto armado e padrão alto - teve como base entrevistas com os seus encarregados. Apesar do grau de subjetividade presente nas respostas, tomaram-se os dados apresentados na Tabela 1, para o prosseguimento do estudo. Obra A B C D E F G H I Estrutura Oficiais 12 12 6 12 5 14 15 12 10 Duração 15 7 20 6 15 10 8 11 15 Alvenaria Oficiais 3 2 3 2 4 2 14 6 2 Duração 15 35 20 15 15 15 5 10 15

Inst. Hidr. Oficiais 3 1 4 4 3 2 2 2 3

Duração 15 5 8 1 3 20 5 10 5

Azulejo Oficiais - 2 1 1 4 2 - 4 2

Duração - 5 5 4 15 10 - 5 7

Rev. Ext. Oficiais 1 2 - 2 2 2 4 4 2

Duração 20 25 - 5 30 5 20 15 30

Contrapiso Oficiais 2 1 2 2 4 2 2 4 2

Duração 15 1 5 1 5 4 10 5 3

Portas Oficiais 1 - - 1 6 1 2 1 1

Duração 4 - - 10 4 5 2 10 5

Áreas Pav. Tipo(m2) 422 280 450 247 466 531 257 450 506 Tabela 1. Dados selecionados. Fonte: ALVES et al (1996).

Escolheram-se os serviços que apresentavam um maior número de dados buscando resultados mais significativos no tratamento estatístico posterior. Ao mesmo tempo, tentou-se reunir tentou-serviços que somastentou-sem uma parcela repretentou-sentativa do custo total da obra. Partindo desses princípios, foram selecionados sete serviços que representam 52,44% do custo da obra, MASCARÓ (1985).

3. METODOLOGIA

O tratamento dos dados foi realizado de acordo com os seguintes passos:

a. Cálculo do conteúdo de mão-de-obra de cada serviço para cada obra, utilizando a fórmula:

b. Elaboração dos gráficos de regressão linear, confrontando conteúdo de mão-de-obra com Cmdo(hh/m2) = no. de ofiiais x duração em dias x jornada diária / área do pavimento

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d. Elaboração do gráfico de regressão linear, confrontando conteúdo total de mão-de-obra com área do pavimento, utilizando ferramenta computacional EXCEL.

O procedimento descrito nos passos a e b visa a verificação da existência de economia de escala na produtividade da mão-de-obra. Com os passos c e d tentou-se a obtenção de um gráfico com um coeficiente de correlação maior, já que a variável dependente homem-hora não é calculada utilizando a variável independente área do pavimento. Espera-se também, que a área do pavimento seja a grande variável explicativa do consumo total de mão-de-obra para cada serviço, conduzindo então a boas regressões.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1. Gráficos hh/m2 x área do pavimento

ESTRUTURA 0 1 2 3 4 5 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2 ALVENARIA 0 0,5 1 1,5 2 2,5 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2

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REVESTIMENTO EXTERNO 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2 CONTRA PISO 0 0,2 0,4 0,6 0,8 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2 PORTAS 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2

Nos gráficos anteriores, observou-se uma clara tendência de diminuição de conteúdo de mão-de-obra com o aumento da área do pavimento. Em média, ao se dobrar a área obtém-se ganhos da ordem de 50%.

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AZULEJO 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh/m2

Nos gráficos acima, a tendência de diminuição antes verificada, não se repetiu. Esse comportamento pode ser explicado pelo fato de que serviços como Instalações Hidráulicas dependem muito mais da qualidade do projeto em termos de racionalização, construtibilidade e compatibilidade, do que da área do pavimento. No caso do serviço Azulejo, pode-se considerar que um aumento na área do pavimento não corresponde a um incremento da mesma ordem de grandeza nas áreas molhadas.

4.2. Gráficos hh x área do pavimento

ESTRUTURA y = 1,4977x + 448,59 200 700 1200 1700 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh

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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS y = 0,7472x - 123,61 0 100 200 300 400 500 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh AZULEJO y = 0,6054x - 86,192 0 100 200 300 400 500 600 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh CONTRAPISO y = 0,2708x + 17,047 0 50 100 150 200 250 300 200 250 300 350 400 450 500 550 ÁREA PAVTO. (m2) hh

Com essa mudança na variável dependente, obteve-se, conforme esperado, um aumento considerável no valor do coeficiente de correlação, chegando, em alguns serviços, ao dobro do valor inicial.

A economia de escala não é visualizada diretamente mas pode ser calculada com a equação de regressão da curva. Exemplifica-se com o serviço Contrapiso, cuja equação é:

y = 0,2708x + 17,047.

Para uma área de 250 m2, tem-se um total de hh igual a 84,75. Dobrando-se a área, obtem-se hh igual a 152,45. Ao se dividir esses totais por suas respectivas áreas, verifica-se

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Apesar do reduzido número de serviços utilizado e da amostra contar com apenas nove obras, conseguiu-se perceber o efeito na produtividade da mão-de-obra quando acontece um aumento da área construída.

As duas formas de apresentação dos gráficos possuem características distintas, devendo-se escolher entre elas de acordo com os objetivos pretendidos.

O gráfico do tipo hh/m2 x área do pavimento fornece uma saída direta da informação conteúdo de mão-de-obra, além de permitir uma visualização imediata da economia de escala.

Por outro lado, o gráfico do tipo hh x área do pavimento, apresenta uma maior confiabilidade uma vez que o coeficiente de correlação aumenta significativamente.

Estudos posteriores com amostras maiores e envolvendo mais serviços devem ser realizados para que se confirme a tendência verificada neste estudo.

6. BIBLIOGRAFIA

ALVES, C. M., COELHO, R. Q., LIMEIRA, U. R. Simulação da Linha de Balanço em Edifício Alto através do Programa Time Line Utilizando Dados de Campo - Estudo de Caso, PPGEP/UFSC, Florianópolis, 1996.

GUCH, D. U. Índices de Consumo de Mão-de-Obra em Casas de Alto Padrão na Cidade de Florianópolis - SC, Dissertação de Mestrada em elaboração, CPGEC/UFSC, Florianópolis, 1997.

HEINECK, L. F. M. Notas de aula. Disciplina Planejamento e Controle de Obras. PPGEP/UFSC Florianópolis, 1996.

MASCARÓ, J. L. O Custo das Decisões Arquitetônicas, Ed. Nobel, São Paulo, 1985. SERPELL, A. B. Administración de Operaciones de Construcción. Ed. Universidad

Referências

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