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Aluna(o) Os alunos e os professores inteligentes participaram do simpósio.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

DEPARTAMENTO DE JORNALISMO E EDITORAÇÃO

CJE0641 – Teorias e Práticas da Leitura

(continuação da disciplina CJE0609 – Língua Portuguesa: Revisão de Texto II)

1

o

semestre de 2020

Prof. Thiago Mio Salla

Data ____/____/2020

Aluna(o) _____________________________________________________________

L

ISTA DE

E

XERCÍCIOS

1) Considere a frase que segue:

Os alunos e os professores inteligentes participaram do simpósio.

Valendo-se da noção de escopo vista em sala e das lições de análise sintática justifique por que o período acima pode ser considerado ambíguo.

Em tal sentença, o adjetivo “inteligentes” pode especificar tanto os dois núcleos do sujeito (alunos e professores) quanto ter escopo mais restrito e dizer respeito apenas ao termo “professores”. Nesse sentido, pode-se afirmar que 1) os alunos como os professores que participaram do simpósio eram inteligentes e 2) todos os alunos participaram do simpósio, mas, entre os professores, apenas os inteligentes participaram. Veja abaixo as especificações do escopo:

[Os alunos e os professores] inteligentes participaram do simpósio. [Os alunos] e [os professores inteligentes] participaram do simpósio.

2) Examine os quatro períodos listados abaixo:

a. Tostines vende mais porque é fresquinha.

b. Compra-se mais Tostines porque ela é fresquinha.

c. Tostines é fresquinha porque vende mais.

d. O frescor de Tostines redunda em sua grande vendagem.

Tais frases podem ser consideradas sinônimas? Há exata correspondência entre elas? Justifique sua resposta levando em conta as noções vistas em sala.

Em sentido estrito, não. Não se observa exata correspondência entre os quatro enunciados, por mais que se consiga identificar uma base comum entre eles: a relação entre o frescor de Tostines e sua grande vendagem/compra.

Em a) tem-se o sujeito Tostines ao qual se atribui o traço semântico [+pessoa] oriundo do verbo vender, como se o produto em questão vendesse a si mesmo. A determinação da alta vendagem se encontraria na oração causal “por que [Tostines] é fresquinha”.

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Em b), por mais que se mantem a mesma oração subordinada causal, tem-se o uso da voz passiva sintética (“Tostines” é sujeito paciente) e a substituição do ato de vender pelo de comprar. Assim, reforça-se o ato de aquisição de produto e não de venda dele.

c), em relação à a), estabelece um círculo vicioso de mútua determinação causal, em que, todavia muda-se o predicado (tem-se agora o predicado nominal “é fresquinha”) e a oração causal (“porque vende mais”). Nesse sentido, procura-se, agora, determinar a causa do frescor. Em d), topicaliza-se o “frescor”, e “Tostines” deixa de ser sujeito, passando a fazer parte de uma locução adjetiva. Paralelamente, suprime-se o uso de uma oração subordinada adverbial causal em favor de um verbo (“redundar”) que instaura o predicado como uma consequência do conteúdo expresso pelo sujeito. Além disso, suprime-se a ação de vender (modulada pelo advérbio “mais”) em favor do substantivo “vendagem”. Portanto, deixa-se de empregar a determinação causal e de se ressaltar o ato de venda.

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3 Masculino Feminino Polo

essencial Lado substancial

Yang Yin Sol Lua

Espírito + - + - + - + -

Alma - + - + - + - +

No contexto específico, as palavras não funcionariam como sinônimos, mas sim como opostos (antônimos) complementares.

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Segundo o Houaiss, “espírito” e “alma” apresentam os seguintes traços semânticos (semas), entre outros:

Princípio vital Entidade sobrenatural Parte Imaterial do homem Vida afetiva - emoção Razão - inteligência Tendên-cia Comici -dade Curva da sola do pé Sinal diacrítico em grego Espírito + + + - + + + - + Alma + + + + - - - + -

Como se observa pela tabela acima, do mesmo modo que “espírito” e “alma” podem ser sinônimas quando se consideram os semas “Princípio vital”, “Entidade sobrenatural” e “Parte Imaterial do homem”, elas apresentam uma gama ampla de significados, reportando-se, até mesmo, a itens mais concretos no mundo como se observam com os semas “Sinal diacrítico em grego” e “Curva da sola de pé”. Todavia, Guénon com base na oposição entre os semas “Emoção” e “Razão” operou uma redução nos campos semânticos de ambos os vocábulos. A partir de tal procedimento, “espírito” e “alma”, na obra do referido autor, figuram como palavras monossêmicas, com significados específicos, e deixam de ser intercambiáveis tal como se observa na linguagem coloquial.

5)

No poema em questão, a aproximação entre os significantes serve para reforçar o quanto os significados de tais elementos estão imbricados entre si apesar de pertencerem a campos semânticos contrários. Vale destacar que o poeta promove uma amplificação da paronomásia na medida em que a palavra “lixo”, numa espécie de paródia das logomarcas comerciais, mostra-se composta pelos termos “luxo”, que, em corpo menor, são repetidos, empilhados e justapostos, formando as letras graúdas de “lixo”. Há uma reversibilidade entre os vocábulos: o “luxo” visto em conjunto é “lixo”; e este é formado pela pulverização do “luxo”.

Observação 1: Na aparência o título do poema contrapõe-se ao termo “lixo”, escrito em letras graúdas. Contudo, quando se examinam estas, percebe-se que o significante macro é forma pela repetição do microssignificante “luxo”. A contraposição se transforma em

aproximação. Trata-se do percurso narrativo do poema.

Vale destacar a letra “X” de “lixo” na qual vários “luxos” se encontram e acabam por formar o léxico “luxoxo”, que, por sua vez, repete a “muxoxo” (carícia x estalo com a língua e com os lábios que sinaliza desdem). Tal criação se harmoniza com poema e reforça seu tom de denúncia.

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Seu público-alvo preferencial seriam professores de ensino médio de língua portuguesa, bem como a alunos do curso de Letras e ainda vestibulandos e concurseiros. No conteúdo, destaca-se, de início, quanto ao tema selecionado, uma introdução teórica informal (não há a citação de fontes, mas tão somente a explicitação de “Objetivo”, “Caracterização geral” e “Material linguístico”) e uma lista de exercícios voltados para alunos do Ensino Médio e Fundamental, em que se destacam atividades práticas e jogos. Trata-se de apresentação de uma prática pedagógica centrada na significação daí seu horizonte de leitores vislumbrar, preferencialmente, docentes e futuros docentes de crianças e adolescentes.

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7) Resolva a questão 10, proposta pelo texto visto na questão na anterior.

[...] parte das 180 mil t de soja não transgênica brasileira que a rede de supermercados Carrefour adquiriu. (troca de uma oração subordinada substantiva adjetiva reduzida de infinitivo por outra desenvolvida de mesmo teor).

[...] Os ativistas do Greenpeace receberam o carregamento com samba.

Os grãos serão transformados em ração. Impossibilidade: ausência do agente da passiva que figuraria como sujeito da voz ativa (tal função poderia ser ocupada por diferentes atores: o Carrefour, os próprios criadores, um outro agente qualquer).

[...] organismos que o homem modificou geneticamente. Aqui, também se observa a ausência do agente da passiva, mas cabe aqui o emprego do hiperônimo “homem”. Todavia, a voz ativa só se faz presente no interior de uma oração adjetiva.

[...] variedades que homem modificou geneticamente. Mesmo caso da sentença anterior. Embora a Comissão Técnica Nacional de Biosegurança a tenha aprovado (pretérito perfeito do subjuntivo) desde 1998.

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8) No texto “Double-decker definitions: The role of frames in meaning explanations”, (Sign Language Studies, Spring 2003; 3, 3; Academic Research Library, pp. 263-295) Charles J Fillmore destaca que a compreensão correta dos conceitos psicanalíticos de “id”, “ego” e “superego” pressupõe o conhecimento da teoria freudiana das energias psíquicas primitivas e da maneira de controlá-las e modificá-las por um sujeito adulto. Paralelamente, não seria possível (ou no mínimo não faria sentido) entender ou definir cada um desses termos

isoladamente sem compreender a rede de idéias que os une. Mais especificamente, em escala gradativa, o autor destaca alguns elementos que deveriam fazer parte dos verbetes dos dicionários:

• O enquadramento dos três itens sob o rótulo (frame) “Psicanálise” (o que seria útil para aqueles que desejassem informações mais aprofundadas sobre os termos, pois saberiam onde buscá-las);

• A indicação das diferenças existentes entre os três conceitos (o que seria ainda mais útil de acordo com perspectiva que prima por apresentar uma visão articulada dos termos); • A colocação, em cada verbete, de uma descrição básica dos outros elementos dessa

tríade de conceitos (algo que seria ideal).

Levando em conta tais diretrizes traçadas por Fillmore, analise o modo como os três referidos vocábulos são apresentados, respectivamente, pelos dicionários Houaiss e no Aurélio.

Houaiss

id

substantivo masculino 1. Rubrica: psicanálise.

Sistema básico da personalidade, que possui um conteúdo inconsciente, por um lado hereditário e inato e, por outro, recalcado e adquirido, de acordo com a segunda teoria freudiana do aparelho psíquico

ego

substantivo masculino 1. Rubrica: psicologia.

Núcleo da personalidade de uma pessoa 2. Rubrica: psicologia.

Princípio de organização dinâmica, diretor e avaliador que determina as vivências e atos do indivíduo

3. Rubrica: psicanálise.

De acordo com a segunda teoria freudiana, instância do aparelho psíquico que se constitui através das experiências do indivíduo e exerce, como princípio de realidade, função de

controle sobre o seu comportamento, sendo grande parte de seu funcionamento inconsciente [As três instâncias que compõem o aparelho psíquico são o id, o ego e o superego.]

4. m.q. egotismo ('apreço', 'tendência') superego

substantivo masculino 1. Rubrica: psicanálise.

De acordo com a segunda teoria freudiana do aparelho psíquico, conjunto das forças morais inibidoras que se desenvolvem sob a influência da educação durante o processo de

socialização; supereu [As três instâncias que compõem o aparelho psíquico são o id, o ego e o superego.]

2. Uso: informal.

indivíduo que é um modelo, um exemplo (para alguém)

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10 id

Substantivo masculino

1. Psican. A parte mais profunda da psique, receptáculo dos impulsos instintivos, dominados pelo princípio do prazer e pelo desejo impulsivo. [Cf. ide, do v. ir.]

ego

Substantivo masculino

1. O eu de qualquer indivíduo. 2. V. egotismo (1):

Seu ego torna-o cada dia mais insuportável.

3. Antrop. Qualquer indivíduo, tomado como ponto de referência na descrição de uma rede de relações interpessoais ou de um sistema de categorias de relações, em particular uma

terminologia de parentesco. [Cf. álter.] [Ger. com cap., nesta acepç.]

4. Psican. A parte mais superficial do id, a qual, modificada, por influência direta do mundo exterior, por meio dos sentidos, e, em conseqüência, tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do id.

5. Massagear o ego de. 1.Fazer alguém sentir-se importante, especial, útil, etc. superego

[De super- + ego.] Substantivo masculino

1. Psic. Instância (9) da personalidade formadora de ideais, e que age inconscientemente sobre o ego (3) contra as pulsões suscetíveis de provocar sentimento de culpa.

2. Fam. Exemplo, modelo de alguém.

Quanto à primeira diretriz, o Houaiss enquadra os três elementos no frame “Psicanálise” (apesar de, no que diz respeito ao “ego”, tal acepção ser hierarquicamente inferior), ao passo que o Aurélio faz isso apenas com os itens “ego” e “id” (o “superego” é enquadrado mais genericamente no frame “Psicologia”).

No que diz respeito à segunda diretriz de Fillmore, o Houaiss, por mais que nos verbetes “ego” e “superego” indique que “As três instâncias que compõem o aparelho

psíquico são o id, o ego e o superego”, não apresenta as diferenças entre os três elementos. Já o Aurélio estabelece relações pontuais entre “ego” e “id” e entre “ego” e “superego”, mas não mostra de modo articulado as diferenças entre tais elementos.

Sobre a última diretriz, nenhum dos dois dicionários realiza, em cada verbete, uma descrição básica dos outros itens dessa tríade de elementos.

Observação: Levando em conta tais diretrizes, neste ponto, Fillmore analisa dois dicionários: o Collins English Dictionary (CED) e o American Heritage Dictionary (AHD). O primeiro rotula os três termos como concernentes ao campo da “psicanálise” ao mesmo tempo em que os toma enquanto itens de uma rede articulada, fazendo referências entre uns e outros. O segundo, por outro lado, não só não considera os vocábulos como pertencentes a um mesmo frame (trata “ego” como pertencente à psicanálise e “id” e “superego” como atinentes a teoria freudiana, o que gera imprecisão), como deixa de lado as relações associativas entre eles. Apesar das diferenças, ambos os dicionários falhariam num mesmo ponto: não esclareceriam o comportamento gramatical de tais palavras, as quais poderiam ser utilizadas como referência a entidades psíquicas autônomas (“o ego”, “o id” e “o superego”), algo que não seria observado com outras forças ou estruturas psicológicas (como memória, desejo ou instinto).

9) O poema de Chacal propõe uma dupla trapaça – em sentido afirmativo – ao estado de coisas. Em primeiro lugar, rebela-se contra a proibição quanto a pisar ou não a grama e,

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lançando mão, em clave crítica, da máxima de que “o que não é proibido é permitido”, encontra como solução para os limites impostos que “o jeito é deitar e rolar”. Isso produz um efeito de humor, ao recuperar uma expressão coloquial cujo sentido é semelhante a regalar-se, aproveitar, curtir. Evidencia, assim, na construção poética, que a solução encontrada (no caso, “o jeito é deitar e rolar”) é uma resposta aos limites instituídos pela própria situação (a proibição quanto a pisar a grama). O conhecimento de mundo previsível faria supor que a proibição quanto a pisar a grama deveria ter sido entendida como proibição quanto a tocar a grama de qualquer meio ou forma, mas o sujeito lírico optou por entender apenas

literalmente: o que o permitiu inferir que, se não se podia pisar, no entanto, era possível deitar e rolar sobre a grama. / Em segundo lugar, o poema inscreve na norma (que proibia pisar a grama) uma subversão, ao optar pela regência popular e usual do verbo pisar (pisar em), em lugar da regência prescrita pela norma gramatical, que afirma que o verbo é transitivo direto. Mostra, assim, o quanto qualquer força que queira controlar as ações de sujeitos criativos e críticos pode produzir efeitos adversos (Cf. Maria Amélia Dalvi, “Uma Leitura Rebelde de Políticas Mundiais e Movimentos Nacionais de alfabetização”, Nuances – Estudos sobre Educação, Unesp, disponível, em:

Referências

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