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Física Experimental III. SALAS 413 e 415

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(1)

F´ısica Experimental III

SALAS 413 e 415

(2)

Conte ´

udo

I

Experimentos – Roteiros

3

1 Introdu¸c˜ao `as medidas el´etricas 4

2 No¸c ˜oes de circuitos el´etricos 22

3 Circuitos resistivos com onda senoidal 36

4 Transientes em circuitos RC 44

5 Circuitos RC com corrente alternada 54

6 Circuitos RC e filtros de frequˆencia 63

7 Circuitos RL 71

8 Circuitos RLC com onda quadrada 82

9 Circuitos RLC com corrente alternada: ressonˆancia 91

(3)

Introduc¸ ˜ao

Esta apostila contem o material completo para o curso de F´ısica Experimental III (FIN 231), oferecido pelo Instituto de F´ısica - UFRJ. O material inclui os roteiros para os procedimen-tos experimentais, os pr´e-relat ´orios e os relat ´orios. O curso pretende ser complementar ao curso de F´ısica III, que tem como objeto de estudo os fen ˆomenos el´etricos e magn´eticos. Este curso experimental tem um escopo um pouco mais restrito (por´em n˜ao menos inte-ressante), tendo por objetivo o estudo de circuitos el´etricos simples.

Ele aborda conceitos relacionados `a medic¸˜ao de grandezas el´etricas e `a observac¸˜ao de propriedades b´asicas de alguns elementos simples usados em circuitos el´etricos, tais como resistores, capacitores e indutores, bem como as caracter´ısticas b´asicas de circuitos resisti-vos simples (circuitos RC, RL e RLC).

O que se espera ao final desse curso ´e que os estudantes sejam capazes de montar circui-tos el´etricos simples e realizar medidas sobre eles, e que tenham assimilado os principais conceitos relacionados ao seu funcionamento, tanto do ponto de vista te ´orico, como do ponto de vista experimental.

Este material faz parte de um amplo processo de reformulac¸˜ao das disciplinas b´asicas de F´ısica Experimental, iniciado no final de 2012 pela Coordenadoria do Ciclo B´asico. Os respons´aveis por este material s˜ao os professores Irina Nasteva e Kazu Akiba, a quem correc¸ ˜oes e sugest ˜oes devem ser enviadas, pelos enderec¸os kazu@if.ufrj.br e irina@if.ufrj.br.

(4)

PARTE I

(5)

1

Introduc¸ ˜ao `as medidas el ´etricas

1.1

Material

• Oscilosc ´opio digital; • Gerador de func¸ ˜oes.

1.2

Objetivos dessa aula

1. Familiarizac¸˜ao com instrumentos de medida; 2. Operac¸˜ao de fontes de tens˜ao;

3. Familiarizac¸˜ao com o gerador de sinais e oscilosc ´opio; 4. Aprender como realizar uma medida de voltagem; 5. Aprender como realizar uma medida de tempo; 6. Explorar alguns recursos de medida do oscilosc ´opio.

1.3

Introdu¸c˜ao

Ao longo dessa disciplina utilizaremos diversos componentes eletr ˆonicos, fontes de tens˜ao constante, geradores de sinais que variam no tempo e o oscilosc ´opio ou mult´ımetro para medir as tens ˜oes. Nesta aula teremos um breve guia pr´atico de como efetuar medidas no laborat ´orio.

Utilizaremos o gerador de sinais para gerar tens ˜oes vari´aveis com o tempo. O

(6)

1.4 Voltagem 5

1.4

Voltagem

A voltagem, tens˜ao ou diferenc¸a de potencial entre dois pontos, ´e o custo em energia, ou seja, o trabalho necess´ario para mover uma carga unit´aria de um ponto com um potencial el´etrico mais baixo a outro de potencial el´etrico mais alto.

A voltagem entre dois pontos, portanto, ´e a diferenc¸a de potencial el´etrico que existe entre esses pontos. Fica claro que s ´o h´a entido em definir voltagem entre dois pontos. O trabalho realizado ao se mover uma carga de 1 coulomb atrav´es de uma diferenc¸a de potencial de 1 volt ´e de 1 joule. A unidade de medida de diferenc¸a de potencial ´e o volt representado por V, e frequentemente ´e expressa em m ´ultiplos, tais como o quilovolt (1 kV = 103 V), ou em subm ´ultimplos, como o milivolt (1 mV = 10−3

V) e o microvolt (1 µV = 10−6V).

1.4.1

A onda quadrada

Figura 1.1: Forma de onda quadrada com per´ıodo T = 1 ms e amplitude V0= 1 V.

A figura 1.1 mostra o gr´afico desta forma de onda, com o tempo no eixo horizontal e a voltagem no eixo vertical. A primeira caracter´ıstica que podemos observar ´e que se trata de um sinal peri ´odico, isto ´e, um sinal que se repete ap ´os um dado intervalo de tempo. A segunda caracter´ıstica ´e que a voltagem da onda oscila entre dois valores, simetricamente dispostos em torno de seu valor m´edio Vmed = 0. Uma onda quadrada pode ser

inteira-mente definida por 2 parˆametros:

- o per´ıodo T : ´e o intervalo de tempo necess´ario para que a onda se repita. Sua unidade SI ´e o segundo (s) e neste curso ser˜ao comuns seus subm ´ultiplos, como o milissegundo (1 ms = 10−3s) e o microssegundo (1 µs = 10−6s);

- a amplitude V0: ´e o valor m´aximo de voltagem que a onda assume, medido em relac¸˜ao

ao valor Vmed = 0. Sua unidade SI ´e o Volt (V) e neste curso ser´a comum um de seus

subm ´ultiplos, o milivolt (1 mV = 10−3 V).

(7)

1.5 Gerador de sinais 6

f, o n ´umero de oscilac¸ ˜oes que ocorrem num dado intervalo de tempo. A partir desta definic¸˜ao, ´e f´acil perceber que a frequˆencia ´e o inverso do per´ıodo:

f = 1

T. (1.1)

A unidade SI para a frequˆencia ´e o hertz (Hz), definido como 1 Hz = 1 s−1.

Al´em da amplitude V0, podemos tamb´em definir a tens˜ao pico-a-pico Vpp como sendo

a diferenc¸a (em m ´odulo) entre o valor m´aximo e o valor m´ınimo de voltagem do sinal. Como os patamares superior e inferior da onda quadrada est˜ao simetricamente dispostos em torno do valor Vmed= 0 V, a tens˜ao pico-a-pico ´e o dobro da amplitude da onda:

Vpp = 2V0. (1.2)

Na figura 1.1, temos a representac¸˜ao gr´afica de uma onda quadrada com per´ıodo T = 1 ms e amplitude V0 = 1 V. Alternativamente, esta onda pode ser descrita como possuindo

uma frequˆencia f = 1 kHz e uma tens˜ao pico-a-pico Vpp = 2 V.

1.5

Gerador de sinais

O gerador de sinais, de ondas, ou de func¸ ˜oes, ´e um aparelho que gera voltagens Vg

vari´aveis como func¸˜ao do tempo t, Vg(t). Nos aparelhos dispon´ıveis no laborat ´orio, ´e

poss´ıvel selecionar:

• A forma de sinal desejado: triangular, senoidal ou quadrada; • A frequˆencia de repetic¸˜ao do sinal;

• A amplitude do sinal;

• O nivel ao redor do qual o sinal oscila (tamb´em chamado de DC offset).

Diversos valores de frequˆencias e amplitudes de voltagens podem ser ajustados. Em muitos modelos existe um um visor digital que mostra o valor de frequˆencia ajustado. A figura 1.2 mostra uma imagem do painel frontal de um gerador de sinais t´ıpico, semelhante aos que utilizaremos no curso.

1.5.1

Opera¸c˜ao b´asica

Ao ligarmos o gerador de sinais devemos selecionar a forma de sinal desejado: quadrado, senoidal ou triangular (bot ˜oes 3 na figura 1.2).

(8)

1.5 Gerador de sinais 7

Figura 1.2: Painel frontal de um gerador de sinais t´ıpico.

Para ajustar a frequˆencia devemos selecionar uma faixa de valores selecionando com o bot˜ao correspondente (bot ˜oes 2 na figura 1.2) e em seguida ajustar o valor da frequˆencia e amplitude.

A variac¸˜ao da amplitude do sinal de sa´ıda ´e feita atrav´es de outro bot˜ao de ajuste, que pode ser chamado “Output level” (bot˜ao 4 na figura 1.2) ou “Amplitude”.

Para conectar o sinal produzido pelo gerador a um circuito ou a um instrumento de medida utilizamos um cabo coaxial com um conector do tipo BNC.

1.5.2

Representa¸c˜ao do gerador em um diagrama

Num circuito, representamos o gerador de func¸ ˜oes pelo s´ımbolo indicado na figura 1.3. O s´ımbolo dentro do c´ırculo representa a forma de onda gerada. No exemplo da figura 1.3 a forma de onda gerada ´e quadrada. GND na figura 1.3 representa o terra.

A fim de obter familiaridade com o gerador de func¸ ˜oes e o oscilosc ´opio iremos conect´a-los e a partir de exempconect´a-los de aplicac¸˜ao os efeitos dos v´arios controles nas sa´ıdas das formas de onda fornecidos pelo gerador de func¸ ˜oes e dos recursos de medic¸˜ao do oscilosc ´opio podem ser observados.

Figura 1.3: Representac¸˜ao esquem´atica de um gerador de func¸ ˜oes num circuito el´etrico. Neste caso o sinal gerado ´e uma onda quadrada.

(9)

1.6 Oscilosc ´opio digital 8

1.6

Oscilosc ´opio digital

O oscilosc ´opio ´e um instrumento empregado para visualizar voltagens que variam com o tempo, mostrando um gr´afico com a voltagem no eixo vertical e o tempo no eixo hori-zontal. Ele ´e um instrumento de medida utilizado para a determinac¸˜ao de amplitudes e frequˆencias dos sinais de voltagem, bem como para comparac¸˜ao entre sinais diferentes.

A figura 1.4 mostra o esquema do painel frontal de um oscilosc ´opio que usaremos como exemplo. Este painel est´a dividido em 4 ´areas importantes: a tela, os controles verticais (voltagem), os controles horizontais (tempo) e o controles de “trigger” (gatilho).

Trigger Patamar de tensão do trigger Autoset Medidas Automáticas Cursores Seletor multiuso

Ex: move os cursores

Escala horizontal (tempo) Controle da posição horizontal do sinal Controle da posição vertical do sinal Entrada do canal 1: Cabo coaxial Botão seletor do canal 2 Escala vertical (tensão)

Figura 1.4: Painel frontal do oscilosc ´opio mostrando as principais ´areas funcionais.

1.6.1

Tela do oscilosc ´opio

Al´em de exibir as formas de onda, a tela apresenta muitas informac¸ ˜oes sobre os sinais ob-servados e sobre as configurac¸ ˜oes de controle do oscilosc ´opio. Os oscilosc ´opios utilizados neste curso possuem 2 canais de entrada, o que significa que at´e 2 sinais el´etricos indepen-dentes podem ser visualizados ao mesmo tempo. Uma imagem t´ıpica observada na tela do oscilosc ´opio est´a representada na figura 1.5.

A tela do oscilosc ´opio ´e dividida num conjunto de ret´ıculos chamados de grat´ıcula, utilizados para fazer medidas sobre a forma de onda. Ao longo do eixo vertical ela ´e nor-malmente composta por 8 ou 10 divis ˜oes, enquanto ao longo do eixo horizontal podemos ver 10 divis ˜oes; nos dois eixos as divis ˜oes possuem 5 subdivis ˜oes, ou seja representando 20% de uma grat´ıcula.

(10)

1.6 Oscilosc ´opio digital 9

Figura 1.5: Imagem t´ıpica da tela de um oscilosc ´opio.

1.6.2

Opera¸c˜ao b´asica do oscilosc ´opio

Ao conectarmos um sinal peri ´odico qualquer numa das entradas do oscilosc ´opio, sua tela passar´a a mostrar um gr´afico da voltagem do sinal em func¸˜ao do tempo. Os controles ver-ticais permitem alterar a maneira como o sinal ´e mostrado na tela: ele pode ser ampliado ou diminu´ıdo, ajustando-se a escala. Os controles horizontais definem o per´ıodo de tempo medido pelo oscilosc ´opio, que deve ser ajustado conforme a medida a ser realizada.

O oscilosc ´opio sincroniza sinais peri ´odicos na tela atrav´es do conceito de trigger. O trigger determina o in´ıcio de uma varredura (per´ıodo de tempo medido) quando o sinal medido cruza um n´ıvel de voltagem ajustado pelo usu´ario. Desse modo sinais peri ´odicos parecem “parados” na tela, pois os sinais s˜ao continuamente redesenhados a partir do mesmo instante de referˆencia.

Caso o n´ıvel de trigger esteja mal ajustado, pode ocorrer que a tela mostre v´arias ondas simultˆaneas (que ficam “correndo” pela tela do oscilosc ´opio, impedindo qualquer tipo de medida) ou que nenhuma forma de onda seja mostrada.

1.6.2.1 Controles verticais

A Figura 1.6 mostra os bot ˜oes dispon´ıveis para o controle da escala vertical. Os controles verticais permitem habilitar ou desabilitar a apresentac¸˜ao das formas de onda na tela e

(11)

1.6 Oscilosc ´opio digital 10

ajustar a escala e a posic¸˜ao verticais. A forma de onda do sinal conectado ao canal 1 ´e representada pela cor amarela e azul para o canal 2.

Figura 1.6: Comandos dispon´ıveis para controle da escala vertical.

- bot˜ao de escala: seleciona fatores de escala de voltagem e assim amplia ou reduz a

re-presenta¸c˜aodo sinal de entrada do canal. Ao girar o bot˜ao o valor em Volts representado por cada divis˜ao vertical, a escala, aumenta ou diminui sendo mostrada na parte inferior

da telado oscilosc ´opio (figura 1.5).

- bot˜ao de posi¸c˜ao: determina em n´ıvel horizontal ser´a desenhada a posic¸˜ao de 0 V da forma de onda. Ao girar o bot˜ao para a direita ou esquerda a forma de onda ´e deslocada para cima ou para baixo, uma vez que a posic¸˜ao do zero volts ´e alterada. Cada canal pos-sui um indicador na tela do oscilosc ´opio mostrando a posic¸˜ao de seu 0 V (seta na lateral

esquerda da tela, figura 1.5). Atenc¸˜ao, pois se vocˆe deslocar excessivamente a forma de onda ela pode sair da tela do oscilosc ´opio.

- bot ˜oes “1” e “2” (Menu): a func¸˜ao primordial destes bot ˜oes ´e habilitar ou desabilitar a exibic¸˜ao do respectivo canal (h´a um menu para cada canal). Quando apertado, se a forma de onda est´a sendo exibida ela desaparece da tela.

- op¸c ˜oes do Menu de canal:

i. Acoplamento: cada canal pode ter 3 tipos de acoplamento: GND, CC e AC.

• CC (corrente cont´ınua) - o sinal ´e mostrado sem nenhum processamento, com todos os componentes AC (dependentes do tempo) e DC (constantes no tempo).

(12)

1.6 Oscilosc ´opio digital 11

inferiores a 10 Hz; como resultado os componentes DC do sinal s˜ao eliminados e n˜ao s˜ao mostrados na tela do oscilosc ´opio.

• GND - o sinal de entrada ´e desconectado, e um sinal de voltagem de referˆencia (terra) ´e aplicado; o oscilosc ´opio exibe uma linha horizontal (voltagem constante de 0 V). ii. Limite da Largura de Banda: deve estar normalmente desligado.

iii. Ganho vari´avel: se a opc¸˜ao “Grosso” estiver selecionada, ao girar o bot˜ao de escala s ´o podemos selecionar as escalas 5 V, 2 V, 1 V, 500 mV, 200 mV, 100 mV, 50 mV, 20 mV, 10 mV, 5 mV e 2 mV. Na opc¸˜ao “Fino”, ´e poss´ıvel selecionar escalas intermedi´arias, como 1.02 V, 1.04 V, etc.

iv. Sonda: aplica um fator multiplicativo `a voltagem do sinal de entrada. Pode ser utilizado quando se deseja medir um sinal muito baixo, e ´e preciso estar atento com as configurac¸ ˜oes autom´aticas (como aquelas obtidas usando o bot˜ao “Autoset”), j´a que todos os valores de voltagem medidos estar˜ao multiplicados pelo fator escolhido; neste curso devemos usar sempre a opc¸˜ao “1X Voltagem”.

v. Inverter: quando est´a ligada a forma de onda ´e invertida em relac¸˜ao ao n´ıvel de V = 0 V.

1.6.2.2 Controles de “Trigger” ou de gatilho

O sistema de gatilho (“trigger”) determina a condic¸˜ao para que o oscilosc ´opio inicie a var-redura para exibir uma forma de onda. O objetivo ´e que cada vez que a forma de onda for desenhada na tela do oscilosc ´opio, ela o seja da mesma maneira, de modo que as sucessi-vas formas de ondas mostradas na tela aparec¸am como uma imagem parada. Para fazer este sincronismo, utilizamos um sinal el´etrico (chamado de sinal de “trigger”), que ´e con-tinuamente monitorado pelo oscilosc ´opio: ao finalizar a exibic¸˜ao de uma forma de onda, a varredura s ´o ´e reiniciada quando este sinal atinge um certo valor; cada vez que a varre-dura terminar, ela s ´o ser´a reiniciada quando o sinal de“trigger” atingir este mesmo valor. Desta maneira, cada varredura desenhar´a sempre o mesmo gr´afico e a forma de onda aparecer´a “parada” na tela. Se quisermos observar um sinal peri ´odico no oscilosc ´opio, a escolha natural para o sinal de “trigger” ´e o pr ´oprio sinal que queremos observar. Sempre que desejarmos observar um ou mais sinais no oscilosc ´opio, ´e preciso escolher um sinal de “trigger” adequado para disparar a varredura; normalmente ser´a um dos dois sinais de entrada (canal 1 ou 2).

- bot˜ao de n´ıvel: este ´e o bot´ao que define o n´ıvel do “trigger”, isto ´e, o valor do sinal de “trigger” que uma vez atingido inicia a varredura. Este valor ´e mostrado no canto inferior direito da tela e ´e tamb´em indicado por uma seta na lateral direita (figura 1.5). Se utiliza-mos uma onda quadrada como sinal de “trigger”, o n´ıvel deve estar ajustado de maneira que fique contido entre os patamares superior e inferior da onda, como mostrado na fi-gura 1.5. Caso o n´ıvel do “trigger” esteja ajustado acima do patamar superior ou abaixo

(13)

1.6 Oscilosc ´opio digital 12

Figura 1.7: Comandos dispon´ıveis para controle de “trigger”.

do patamar inferior da onda quadrada, a aquisic¸˜ao ocorrer´a de maneira autom´atica (com as formas de onda rolando na tela) ou simplesmente n˜ao ocorrer´a.

- bot˜ao do menu de “trigger”: ao apertar este bot˜ao as opc¸ ˜oes do menu do “trigger” s˜ao exibidas na lateral direita da tela. S˜ao elas:

i. Tipo: deve ser sempre “Borda”;

ii. Origem: define qual o sinal que ser´a utilizado como “trigger”; ser´a o canal 1 (“CH1”) ou o canal 2 (“CH2”). Mesmo quando este menu est´a desabilitado, o sinal utilizado como “trigger” ´e indicado no canto inferior direito da tela (figura 1.5).

iii. Inclinac¸˜ao: digamos que escolhemos uma onda quadrada de amplitude V0 = 1 V

como sinal de “trigger” e colocamos o n´ıvel do “trigger” exatamente na “metade” da onda quadrada, em 0 V. Ora, num per´ıodo uma onda quadrada passa pelo zero 2 vezes, quando passa do patamar inferior para o superior e quando passa do superior para o inferior, o que resultaria num disparo do “trigger” a cada meio-per´ıodo. O ajuste de inclinac¸˜ao define se o “trigger” ocorre quando o n´ıvel ´e atingido na subida ou na descida. A opc¸˜ao selecionada tamb´em ´e indicada no canto inferior direito da tela (figura 1.5).

iv. Modo: no modo autom´atico, ao fim de cada varredura o oscilosc ´opio espera por um certo intervalo de tempo (chamado de tempo de espera ou “holdoff”); ao fim deste per´ıodo, mesmo que a condic¸˜ao de “trigger” n˜ao tenha sido satisfeita a varredura ser´a reiniciada. Neste modo, mesmo que o “trigger” esteja mal ajustado, sempre haver´a uma forma de onda sendo exibida (´e claro que no caso do “trigger” mal ajustado as formas de onda estar˜ao “correndo” pela tela...). No modo normal, a varredura s ´o ´e reiniciada quando a condic¸˜ao de “trigger” for detetada; enquanto isso n˜ao ocorrer, nenhuma forma de onda ser´a exibida (a tela exibir´a somente a ´ultima forma de onda adquirida).

(14)

1.6 Oscilosc ´opio digital 13

v. Acoplamento: permite filtrar o sinal que ser´a transmitido ao circuito de “trigger”. O acoplamento CC n˜ao realiza nenhuma filtragem e deve ser utilizado sempre que poss´ıvel. As opc¸ ˜oes CA, Rej. de Ru´ıdo e Rej. AF podem ser utilizadas caso o ajuste do “trigger” n˜ao consiga resultar na exibic¸˜ao de formas de onda est´aveis.

- bot˜ao “Set To 50%”: o oscilosc ´opio ajusta automaticamente o n´ıvel do “trigger” para a metade entre os n´ıveis m´aximo e m´ınimo do sinal utilizado como “trigger”.

- bot˜ao “Force Trig”: caso o sistema esteja aguardando um “trigger” (como no modo “Normal”) faz a aquisic¸˜ao do sinal, independente de um sinal de “trigger” ter sido rece-bido.

- bot˜ao “Trig View”: enquanto pressionado, exibe o n´ıvel do “trigger” como uma linha tracejada e o sinal utilizado para o “trigger” como uma forma de onda na cor azul escuro.

1.6.2.3 Controles horizontais

A figura 1.8 mostra os bot ˜oes dispon´ıveis para o controle da escala horizontal. Mesmo quando 2 formas de onda est˜ao sendo exibidas, a escala horizontal (base de tempo) ´e a mesma para ambas; n˜ao ´e poss´ıvel usar bases de tempo independentes para cada uma delas. Os controles horizontais permitem ajustar a escala e a posic¸˜ao horizontais, escolher qual parte da tela ser´a exibida e definir o tempo de espera do “trigger”.

Figura 1.8: Comandos dispon´ıveis para controle da escala horizontal.

- bot˜ao de escala: similar aos bot ˜oes de escala do controle vertical, este bot˜ao seleciona fatores de escala horizontais. Desta forma podemos mostrar na tela um intervalo mais longo ou mais curto da evoluc¸˜ao temporal do sinal medido: a forma de onda se “contrair´a”

(15)

1.6 Oscilosc ´opio digital 14

ou se “expandir´a” em torno da posic¸˜ao do “trigger” (ver abaixo). Ao girar o bot˜ao para a esquerda ou direita, veremos que o fundo de escala (o valor em segundos representado por cada divis˜ao horizontal da grat´ıcula) aumenta ou diminui gradativamente, at´e os valores m´aximo e m´ınimo poss´ıveis. A escala de tempo selecionada aparece na parte inferior da tela (figura 1.5). O fundo de escala horizontal ´e tamb´em conhecido como base de tempo ou velocidade de varredura.

- bot˜ao de posi¸c˜ao: este bot˜ao seleciona a posic¸˜ao horizontal a partir de onde a forma de onda ser´a desenhada, ou seja, onde ser´a o in´ıcio da contagem do tempo. Tem funciona-mento bastante intuitivo: quando girado para a direita a forma de onda ´e deslocada para direita, e quando girado para a esquerda a forma de onda ´e deslocada para a esquerda. A posic¸˜ao do “trigger” ´e indicada por uma pequena seta vertical no topo da tela e seu valor ´e mostrado tamb´em acima da tela (figura 1.5): um valor positivo indica que o “trigger” est´a

`a esquerda do centro da tela, enquanto um valor negativo indica que ele est´a `a direita. - bot˜ao de menu horizontal: ao apertar este bot˜ao as opc¸ ˜oes do menu horizontal s˜ao exibidas na lateral direita da tela.

- bot˜ao “Set to Zero”: faz com que a posic¸˜ao horizontal do “trigger” volte ao centro da tela.

1.6.3

Representa¸c˜ao do oscilosc ´opio em um diagrama

Num circuito, representamos o oscilosc ´opio pelo s´ımbolo indicado na figura 1.9. Ao contr´ario das medidas de voltagem realizadas com um mult´ımetro, em que podemos fazer medidas entre quaisquer dois pontos do circuito, os oscilosc ´opios sempre realizam medidas entre um ponto e o terra do circuito (que deve estar no mesmo potencial que o terra da rede el´etrica).

Figura 1.9: Representac¸˜ao esquem´atica de um oscilosc ´opio num circuito el´etrico. As setas indicam onde devem ser conectados os sinais dos canais CH1 e CH2.

Como exemplo de uso do oscilosc ´opio para medidas de amplitudes e per´ıodos de sinais peri ´odicos no tempo, considere que o mostrador do oscilosc ´opio seja aquele apresentado na figura 1.10, e que tenham sido utilizadas a escala vertical 1 DIV = 5 V e a escala horizon-tal 1 DIV = 1ms. Vemos que a forma de onda ´e senoidal. Para determinarmos o per´ıodo e a amplitude dessa forma de onda, utilizamos o reticulado da tela do oscilosc ´opio como

(16)

1.7 Procedimentos Experimentais 15

r´egua. Observe que cada ret´ıculo, ou seja, cada DIV est´a subdivido em 5 divis ˜oes menores. Assim temos para este caso que a amplitude V0 = (1, 7 ± 0,1) DIV, ou seja, V0 = (8,5 ± 0,5)

V. Tamb´em temos que o per´ıodo T = (5,1 ± 0,1) DIV, ou seja, T = (5,1 ± 0,1) ms.

Figura 1.10: Exemplo de sinal na tela do oscilosc ´opio que ´e discutido no texto.

1.7

Procedimentos Experimentais

Esta sec¸˜ao apresenta uma s´erie de exemplos de aplicac¸ ˜oes. Esses exemplos simplifica-dos destacam alguns simplifica-dos recursos do oscilosc ´opio e do gerador de sinais e d˜ao id´eias de como us´a-los para solucionar seus pr ´oprios problemas de testes e medidas.

1.7.1

Procedimento I: sele¸c˜ao dos parˆametros da forma de onda no

gera-dor de fun¸c ˜oes e medida de amplitude

1. Monte o circuito da figura 1.11. Observe que esse circuito corresponde a escolher a forma de onda quadrada e a ligar diretamente a sa´ıda do gerador de sinais ao canal CH1. Este ser´a o circuito utilizado para todos os procedimentos experimentais desta aula.

2. Ligue o gerador de sinais e selecione a forma de onda quadrada atrav´es do bot˜ao correspondente.

3. Ajuste a frequˆencia do gerador para 1 kHz. Para tanto vocˆe deve selecionar o bot˜ao de faixa de frequˆencia para “1K” ou “10K” e em seguida ajustar o valor desejado de frequˆencia. Se o gerador de sinais utilizado for equipado com um frequenc´ımetro e um visor, utilize-o para fazer o ajuste inicial da frequˆencia, mas sempre utilize a leitura de frequˆencia feita pelo oscilosc ´opio para fazer o ajuste fino do valor desejado. Se o gerador n˜ao possuir um visor, ajuste a frequˆencia diretamente a partir da leitura de seu valor na tela do oscilosc ´opio.

4. Ajuste a amplitude do sinal de sa´ıda para que seu valor esteja pr ´oximo de 4 V, ob-servando a forma de onda na tela do oscilosc ´opio. Utilize os controles verticais de

(17)

1.7 Procedimentos Experimentais 16

Figura 1.11: Circuito a ser montado com um gerador de sinais e um oscilosc ´opio.

posic¸˜ao e escala do canal 1 para exibir os patamares superior e inferior da onda qua-drada na tela. Utilizando a rede de grat´ıculas, mec¸a a amplitude da onda quaqua-drada. Indique tamb´em a escala vertical utilizada.

1.7.2

Procedimento II: ajuste autom´atico e controle de “trigger”

O bot˜ao Auto Set ´e bastante ´util quando se deseja visualizar rapidamente uma dada forma de onda no oscilosc ´opio. O oscilosc ´opio identifica a forma de onda e ajusta seus controles para garantir uma exibic¸˜ao ´util do(s) sinal (sinais) de entrada.

1. Pressione o bot˜ao “Auto Set” e espere at´e que a forma de onda esteja est´avel na tela. 2. Pressione o bot˜ao que habilita a exibic¸˜ao do menu do canal 1 na tela, e anote as opc¸ ˜oes

selecionadas para o canal 1; descreva o quˆe cada uma delas significa.

3. Pressione o bot˜ao que habilita a exibic¸˜ao do Menu de “trigger”. A indicac¸˜ao do n´ıvel de “trigger” estar´a ajustada aproximadamente no valor m´edio da forma de onda do canal 1. Com o bot˜ao de n´ıvel, aumente o n´ıvel do “trigger” at´e ele ficar acima do patamar superior da onda quadrada. O que ocorre? Explique.

Retorne o n´ıvel do “trigger” at´e o valor m´edio da forma de onda para prosseguir com as medidas.

4. Anote a escala vertical da voltagem e a base de tempo selecionadas automaticamente.

1.7.3

Procedimento III : execu¸c˜ao de medidas com diferentes escalas

Com o ajuste autom´atico, o oscilosc ´opio define automaticamente as escalas vertical e hori-zontal. Se vocˆe deseja alterar ou otimizar a exibic¸˜ao da forma de onda, ajuste manualmente esses controles.

(18)

1.7 Procedimentos Experimentais 17

Utilize as escalas de voltagem de 1 V e 5 V por divis˜ao e fac¸a a leitura das amplitu-des. Apresente os valores na tabela 1. Estas medidas devem ser feitas pelo sistema de grat´ıculas, atrav´es da leitura do n ´umero de divis ˜oes e posterior multiplicac¸˜ao pelo valor da escala. Neste caso, as incertezas das medidas feitas ser˜ao calculadas como metade da menor divis˜ao das grat´ıculas, o que na pr´atica corresponde a 10% do valor da escala.

Tabela 1

Escala vertical V0 ± σV(V) σV/V

1,0 V/DIV 5,0 V/DIV

Altere as escalas de tempo para 0,1 ms e 0,5 ms por divis˜ao e apresente os valores do per´ıodo e da frequˆencia na tabela 2. Novamente as medidas devem ser feitas pelo sistema das grat´ıculas, e as incertezas ser˜ao metade da menor divis˜ao, ou seja, 10% do valor da escala.

Tabela 2

Escala horizontal T ± σT(ms) σT/T

0,1 ms/DIV 0,5 ms/DIV

Quais escalas de voltagem e de tempo proporcionam uma medida com menor incerteza relativa?

1.7.4

Procedimento IV: utilizando o menu de medidas

Uma alternativa `a medida “visual”, pelo sistema de grat´ıculas, ´e configurar o oscilosc ´opio para fazer medic¸ ˜oes autom´aticas. H´a v´arios tipos dispon´ıveis de medic¸ ˜oes, tanto de volta-gens quanto de tempo, como per´ıodo, frequˆencia, tens˜ao pico-a-pico, amplitude, etc..

Pressionando o bot˜ao do menu de medidas autom´aticas, “Measure”, vocˆe poder´a esco-lher em qual sinal ser´a feita a medida, se no do canal 1 ou no do canal 2, e que tipo de

(19)

1.7 Procedimentos Experimentais 18

medida ser´a realizada. Tamb´em ´e poss´ıvel realizar medidas na forma de onda resultante de operac¸ ˜oes matem´aticas que tenham sido feitas entre as ondas dos canais 1 e 2.

´E importante notar que as medidas s˜ao realizadas na forma de onda que aparece na tela. Assim sendo, para medidas da estrutura temporal do sinal, ´e preciso que ao menos um per´ıodo da onda esteja sendo mostrado. Para medidas de voltagem, os limites inferior e superior da forma de onda devem estar vis´ıveis, e para medidas de valores m´edios de voltagem, ´e preciso ajustar na tela do oscilosc ´opio m ´ultiplos inteiros de um comprimento de onda.

NOTA: se aparecer um ponto de interrogac¸˜ao (?) na leitura de valor, o sinal estar´a fora da faixa de medic¸˜ao. Ajuste a escala vertical do canal adequado para ou altere a configurac¸˜ao da escala horizontal, at´e que o ponto de interrogac¸˜ao deixe de ser mostrado ao lado do valor medido.

Mec¸a a frequˆencia, o per´ıodo, a voltagem pico-a-pico, o tempo de subida e a largura positiva do sinal quadrado inicial e complete a tabela 3 com valores medidos.

Tabela 3 Grandeza Valor ± σ f T V0 Vpp Lpos

1.7.5

Procedimento V: usando os cursores

Os cursores s˜ao pares de linhas que podem ser exibidos na tela para facilitar a medic¸˜ao de grandezas de voltagem (cursores horizontais) ou de tempo (cursores verticais). A figura 1.12 representa os cursores de amplitude e de tempo.

Como exemplo de aplicac¸˜ao dos cursores, vamos medir o meio per´ıodo da onda trian-gular.

(20)

1.7 Procedimentos Experimentais 19

Figura 1.12: cursores do tipo “Amplitude” (`a esquerda) e do tipo “Tempo” (`a direita).

Figura 1.13: Figura que deve ser observada para medida do meio per´ıodo de oscilac¸˜ao.

1. Selecione a onda triangular no gerador de func¸ ˜oes e ajuste a frequˆencia para cerca de 1400 Hz. Ajuste a escala de tempo at´e poder observar a onda como na figura 1.13). Ajuste a amplitude da onda para um valor que seja observ´avel no oscilosc ´opio. 2. Pressione o bot˜ao “Cursor” do oscilosc ´opio. Utilizando os bot ˜oes aoi lado da tela

selecione a opc¸˜ao “Tempo”. Note que barras verticais, como na figura 1.13 aparecem na tela.

3. Para mover os cursores ´e necess´ario selecionar um deles de cada vez. Isso ´e feito atrav´es dos bot ˜oes ao lado direito da tela. Use o bot˜ao girat ´orio seletor “multi-uso” (acima e `a direita da tela), para mover cada um dos cursores. Note que o tempo

medido por cada cursor ´e referente ao instante de trigger.

4. Mec¸a o tempo de subida da voltagem. Para isto posicione o cursor 1 em um vale da oscilac¸˜ao, e posicione o cursor 2 no pico seguinte da oscilac¸˜ao (como na figura 1.13). A leitura da diferenc¸a de tempo da leitura de cada cursor, ∆t, dar´a meio per´ıodo, enquanto a leitura de 1/∆t dar´a o valor correspondente ao dobro da frequˆencia desta onda triangular. Anote os valores e preencha a Tabela 4. Note que a incerteza dos

valores medidos ´e relativa `a escolha feita ao posicionar os cursores, ou seja, pelo usu´ario. Estime a incerteza usando posi¸c ˜oes do cursor que ainda s˜ao compat´ıveis com a as medidas de vale e pico da onda.

(21)

1.7 Procedimentos Experimentais 20

Tabela 4

Tipo Tempo - frequˆencia de oscilac¸˜ao

Cursor 1 Cursor 2 ∆t 1/∆t

5. Selecione agora o tipo “Amplitude” para os cusores. Aparecem duas linhas horizon-tais na tela.

6. Mec¸a a amplitude pico-a-pico (Vpp) da onda triangular posicionando o cursor 1 no

topo de um pico e o cursor 2 em um dos vales da onda. Agora no menu “Curso-res” fac¸a a leitura da grandeza ∆V, a diferenc¸a de voltagem entre as duas linhas dos cursores.

7. Anote todos este valores e preencha a Tabela 5. N˜ao esque¸ca de estimar as incertezas

como na medida anterior.

Tabela 5

Tipo Amplitude - amplitude dos picos da oscilac¸˜ao

Cursor 1 Cursor 2 ∆V

1.7.6

Procedimento VI: observa¸c˜ao de 2 formas de onda simultaneamente

Como mencionado anteriormente, os oscilosc ´opios dispon´ıveis no laborat ´orio tˆem a a ca-pacidade de mostrar simultaneamente 2 formas de ondas independentes. Vamos utilizar essa capacidade para observar 2 formas de onda produzidas pelo gerador de ondas.

1. Conecte com um cabo coaxial a sa´ıda principal do gerador de func¸ ˜oes (pode estar identificada como “Output” ou “Main”, dependendo do modelo utilizado) ao canal 2 do oscilosc ´opio.

2. Conecte com um outro cabo coaxial a sa´ıda auxiliar do gerador de func¸ ˜oes (pode estar identificada como “TTL/CMOS” ou “Sync”, dependendo do modelo utilizado) ao canal 1 do oscilosc ´opio.

3. Selecione uma forma de onda senoidal, e ajuste a frequˆencia e a amplitude do sinal para 1 kHz e 4 V, respectivamente.

(22)

1.7 Procedimentos Experimentais 21

4. Caso as 2 formas de onda n˜ao estejam aparecendo na tela do oscilosc ´opio, use o ajuste autom´atico (bot˜ao “Autoset”). O aluno deve ver 2 formas de onda diferen-tes, cada uma mostrada com uma cor. Selecione uma base de tempo que permita a visualizac¸˜ao de ao menos um per´ıodo completo da onda quadrada.

5. Pressione o bot˜ao que habilita a exibic¸˜ao do Menu de “trigger”. No lado esquerdo da tela, veja qual sinal est´a sendo utilizado como “trigger” (´e a opc¸˜ao “Origem”). Selecione o sinal do canal 1 como o sinal do “trigger” (caso esta opc¸˜ao j´a n˜ao esteja selecionada). Note que a seta que indica o n´ıvel do “trigger” na tela tem a cor do sinal selecionado como origem.

6. Varie o valor do n´ıvel do “trigger”, sem no entanto lev´a-lo acima (abaixo) do pata-mar superior (inferior) da onda quadrada. As formas de onda se deslocam horizon-talmente na tela?

7. Selecione agora o sinal do canal 2 como o sinal do “trigger”. Novamente varie o valor do n´ıvel do “trigger”, sem no entanto lev´a-lo acima (abaixo) do valor m´aximo (m´ınimo) da onda senoidal. Desta vez as formas de onda se deslocam horizontal-mente na tela? Explique.

1.7.7

Procedimento VII: adicionando valores constantes aos sinais

Os geradores de func¸˜es permitem que se some um valor constante (“offset”) `as formas de onda produzidas. Normalmente o operador pode escolher o valor deste “offset”.

1. Mantendo o mesmo arranjo do procedimento anterior, selecione uma forma de onda quadrada e, no oscilosc ´opio, desabilite a exibic¸˜ao do canal 1.

2. Aperte o bot˜ao “DC Offset” e varie o valor somado ao sinal peri ´odico com o bot˜ao gi-rat ´orio “DC Offset”; dependendo do modelo do gerador, vocˆe dever´a puxar o bot˜ao “DC Offset’ e ent˜ao gir´a-lo. Ajuste o valor do “offset” de maneira que o patamar inferior da onda quadrada esteja sobre a linha de 0 V.

3. Agora habilite a exibic¸˜ao do menu do canal 2 e, na opc¸˜ao “Acoplamento”, selecione a opc¸˜ao “CA”. O quˆe ocorre com a forma de onda? Explique.

(23)

2

Noc¸ ˜

oes b ´asicas de circuitos el ´etricos e Lei de Ohm

2.1

Material

• resistores de 10 kΩ e 2,2 kΩ.

2.2

Introdu¸c˜ao

Al´em da voltagem, frequentemente ´e necess´ario medir a corrente el´etrica para com-pletamente caracterizer os dispositivos eletronicos. Assim como a voltagem, a corrente tamb´em pode ser constante ou variar no tempo. A relac¸˜ao de proporcionalidade entre voltagem e corrente ´e denominada de resistˆencia. Essas quantidades s˜ao definidas mais claramente nas pr ´oximas sec¸ ˜oes.

2.3

Corrente el´etrica

Usualmente identificada pelo s´ımbolo i, a corrente ´e o fluxo de carga el´etrica que passa por um determinado ponto. A unidade de medida de corrente ´e o amp`ere (1 A = 1 cou-lomb/segundo). O amp`ere, em geral, ´e uma unidade muito grande para as aplicac¸ ˜oes do dia-a-dia. Por isso, as correntes s˜ao geralmente expressas em mili-amp`eres (1 mA = 10−3

A), micro-amp`eres (1 µA = 10−6 A) ou nano-amp`eres (1 nA = 10−9 A). Por convenc¸˜ao, os portadores de corrente el´etrica s˜ao cargas positivas que fluem de potenciais mais altos para os mais baixos (embora o fluxo de el´etrons real seja no sentido contr´ario).

2.4

Resistˆencia

Para que haja fluxo de cargas el´etricas s˜ao necess´arios dois ingredientes b´asicos: uma diferenc¸a de potencial e um meio por onde as cargas el´etricas possam circular. Para uma dada voltagem, o fluxo de cargas depender´a da resistˆencia do meio por onde essas

(24)

car-2.4 Resist ˆencia 23

gas dever˜ao passar. Quanto maior a resistˆencia, menor o fluxo de cargas para uma dada diferenc¸a de potencial.

Os materiais s˜ao classificados, em relac¸˜ao `a passagem de corrente el´etrica, em trˆes cate-gorias b´asicas: os isolantes, que s˜ao aqueles que oferecem alta resistˆencia `a passagem de cargas el´etricas; os condutores, que n˜ao oferecem quase nenhuma resistˆencia `a passagem de corrente el´etrica; e os semicondutores que se situam entre os dois extremos menciona-dos anteriormente.

Usamos a letra R para indicar a resistˆencia de um material, e a unidade de medida desta grandeza ´e o ohm (Ω). O s´ımbolo para indicar uma resistˆencia em um circuito el´etrico ´e mostrado na figura 2.1.

R

A B

Figura 2.1: Representac¸˜ao esquem´atica de um resistor colocado entre os pontos A e B de um dado circuito.

As diferenc¸as de potencial s˜ao produzidas por geradores, que s˜ao dispositivos que re-alizam trabalho de algum tipo sobre as cargas el´etricas, levando-as de um potencial mais baixo para outro mais alto. Isso ´e o que ocorre em dispositivos como baterias (energia eletroqu´ımica), geradores de usinas hidrel´etricas (energia potencial da ´agua armazenada na represa), c´elulas solares (convers˜ao fotovoltaica da energia dos f ´otons da luz incidente), etc. A resistˆencia de um material condutor ´e definida pela raz˜ao entre a voltagem V apli-cada aos seus terminais e a corrente i passando por ele:

R = V

i . (2.1)

A equac¸˜ao 2.1 ´e uma das representac¸ ˜oes da Lei de Ohm, e ser´a muito utilizada nesta disciplina. Atrav´es dela vemos que no SI a unidade de resistˆencia ´e definida por 1 Ω = 1 V/A.

Na montagem de circuitos el´etricos e eletr ˆonicos dois tipos de associac¸ ˜oes de elementos s˜ao muito comuns: associac¸ ˜oes em s´erie e em paralelo.

2.4.1

Associa¸c˜ao de resistores em s´erie

Elementos de um circuito el´etrico (como por exemplo resistores) s˜ao ditos ligados em s´erie se conduzem a mesma corrente.

(25)

2.4 Resist ˆencia 24

el´etrico os dois resistores ligados em s´erie tˆem o mesmo efeito de um resistor equivalente de resistˆencia Rs.

Na associac¸˜ao em s´erie de resistores, a corrente i1 passando por R1 e a corrente i2 por

R2 s˜ao a mesma corrente i passando pela associac¸˜ao:

i = i1 = i2. (2.2)

As voltagens no resistor R1, V1 = VAB, e no resistor R2, V2 = VBC, somadas s˜ao iguais `a

voltagem da associac¸˜ao VAC:

VAC= VAB+ VBC = V1+ V2. (2.3)

Para a associac¸˜ao em s´erie de resistores temos ent˜ao:

R = R1+ R2. (2.4) R1 A B R2 C Rs A C a) b)

Figura 2.2: a) Associac¸˜ao em s´erie de resistores. b) Resistor equivalente.

2.4.2

Associa¸c˜ao de resistores em paralelo

Elementos de um circuito el´etrico s˜ao ditos ligados em paralelo, se est˜ao ligados entre o mesmo par de n ´os, e portanto tˆem a mesma tens˜ao em seus terminais.

Na figura 2.3 mostramos uma associac¸˜ao em paralelo dos resistores R1 e R2. Num

cir-cuito el´etrico os dois resistores ligados em paralelo tˆem o mesmo efeito de um resistor equivalente de resistˆencia Rp. Na associac¸˜ao em paralelo de resistores, soma da corrente i1

passando por R1 e da corrente i2por R2 ´e a corrente total i passando pela associac¸˜ao:

i = i1+ i2. (2.5)

As voltagens nos resistores R1, V1, e R2, V2, s˜ao a mesma voltagem da associac¸˜ao VAB:

(26)

2.5 Leis de Kirchhoff 25

Para a associac¸˜ao em paralelo de resistores, a resistˆencia equivalente Rpser´a:

1 Rp = 1 R1 + 1 R2 . (2.7) R1 A B R2 Rp A C a) b)

Figura 2.3: a) Associac¸˜ao em paralelo de resistores. b) Resistor equivalente.

2.5

Leis de Kirchhoff

Para enunciar as leis de Kirchhoff para circuitos ´e necess´ario darmos algumas definic¸ ˜oes da teoria de circuitos:

• Elemento de circuito – um componente que tem dois terminais e pode ser descrito em termos de tens˜ao e corrente. H´a cinco elementos b´asicos ideais de circuitos: resistor, capacitor, indutor, fonte de tens˜ao, e fonte de corrente.

• Circuito – a ligac¸˜ao entre elementos de circuitos, de modo que formem pelo menos um caminho fechado para a corrente fluir.

• N ´o – o ponto em qual dois ou mais elementos se unem.

• Ramo – um caminho entre dois n ´os consecutivos. Segmentos de condutor n˜ao con-tam como elementos ou ramos.

• Lac¸o (loop) – um caminho fechado simples num circuito passando somente uma vez em cada n ´o e voltando ao n ´o de partida.

• Malha (mesh) – um lac¸o que n˜ao cont´em nenhum outro lac¸o dentro.

2.5.1

Lei das correntes de Kirchhoff

A primeira lei de Kirchhoff, ou lei das correntes (LCK), afirma que a soma alg´ebrica de todas as correntes em qualquer n ´o de um circuito ´e igual a zero: isa´ıda+ ientrada = 0.

(27)

2.5 Leis de Kirchhoff 26

Essa lei pode ser entendida como uma lei de conservac¸˜ao das cargas, ou que n˜ao h´a ac ´umulo de carga numa junc¸˜ao e cargas n˜ao s˜ao perdidas nem criadas: a carga total en-trando num n ´o ´e exatamente igual `a carga deixando o n ´o.

Vamos ilustrar a LCK usando o exemplo de n ´o mostrado na Fig. 2.4 a). Aqui, definimos o sentido de referˆencia para a corrente da seguinte maneira: `as correntes que entram no n ´o (i1, i3 e i5) s˜ao atribu´ıdos sinais alg´ebricos positivos e `as correntes que saem do n ´o (i2 e i4)

s˜ao atribu´ıdos sinais negativos. Logo,

i1− i2+ i3− i4+ i5 = 0 .

Para que a corrente flua dentro ou fora de um n ´o de um caminho de circuito fechado deve existir. N ´os podemos usar a LCK ao analisar circuitos em paralelo.

Figura 2.4: Exempos das Leis de Kirchhoff: a) Lei das correntes. b) Lei das tens ˜oes.

2.5.2

Lei das tens ˜oes de Kirchhoff

A segunda Lei de Kirchhoff, a lei das tens ˜oes (LTK), tamb´em chamada de lei das malhas, afirma que a soma alg´ebrica de todas as tens ˜oes ao longo de qualquer caminho fechado em um circuito ´e igual a zero. Esta lei de Kirchhoff ´e baseada na conservac¸˜ao de energia.

Para aplicar a LTK, devemos escolher o sentido em que vamos percorrer o lac¸o (hor´ario ou anti-hor´ario). Optamos pelo sentido hor´ario e sempre vamos percorrer os caminhos neste sentido. Definimos o sentido de referˆencia para as tens ˜oes: vamos atribuir sinal positivo `as quedas de tens˜ao, e sinal negativo aos aumentos de tens˜ao.

No exemplo mostrado na Fig. 2.4 b), percorrendo o lac¸o no sentido hor´ario, a LTK d´a VAB + VBC + VCD + VDA = 0 .

Note que VDA = −VAD, ou seja invertendo os pontos de medida, a tens˜ao troca de sinal.

(28)

2.6 Uso dos equipamentos 27

2.6

Uso dos equipamentos de medida da bancada

Um ponto importante, e que diz respeito diretamente ao nossa disciplina, ´e que para verificar as relac¸ ˜oes entre as diversas grandezas que participam de um circuito el´etrico devemos medi-las. Mais precisamente, devemos conhecer as correntes e as voltagens que ocorrem no circuito.

Para isso, existem diversos instrumentos, como o volt´ımetro e o amper´ımetro, que nos permitem realizar essas medidas. Esses instrumentos indicam o valor medido atrav´es do movimento de uma agulha ou ponteiro em uma escala (mostradores anal ´ogicos), ou por um mostrador digital. Um outro instrumento, mais vers´atil, que vamos utilizar ´e o oscilosc ´opio. Com ele podemos ver voltagens em func¸˜ao do tempo em um ou mais pontos de um circuito.

Inicialmente vamos nos restringir a correntes e voltagens que n˜ao variam no tempo, ou seja, que possuem um valor constante. Elas s˜ao classificadas como cont´ınuas. Usamos o termo gen´erico corrente cont´ınua (CC, ou DC) quando nos referimos a voltagens e correntes que n˜ao variam no tempo. Para as voltagens e correntes que variam no tempo damos o nome gen´erico de corrente alternada (AC).

Os equipamentos dispon´ıveis para nossas medidas na aula de hoje s˜ao o mult´ımetro e uma fonte de alimentac¸˜ao DC (corrente cont´ınua). H´a ainda uma bancada com diversos resistores e capacitores que ser˜ao utilizados nas montagens experimentais.

2.6.1

Fonte de alimenta¸c˜ao DC

A fonte de alimentac¸˜ao DC (corrente direta do termo original em inglˆes) na bancada ´e um equipamento utilizado para transformar a corrente alternada que existe na rede normal de distribuic¸˜ao em corrente cont´ınua. As fontes utilizadas nesta disciplina ser˜ao fontes de tens˜ao vari´avel, ou seja, a voltagem nos terminais pode ser variada entre 0 V e algumas dezenas de volts. A voltagem desejada pode ser ajustada no painel frontal da fonte, e pode ser usada nos circuitos apenas conectando os cabos nos conectores de sa´ıda da fonte, identificados como sa´ıda positiva (potencial mais alto) e negativa (potencial mais baixo).

Representamos uma fonte de tens˜ao cont´ınua pelo s´ımbolo mostrado na Figura 2.5, onde a seta inclinada indica que a tens˜ao por ela produzida ´e vari´avel.

Num circuito el´etrico a fonte DC ´e um elemento polarizado, isto significa que a corrente sai de seu terminal positivo (B) e entra em seu terminal negativo (A). Se a polaridade n˜ao for respeitada, alguns componentes do circuito podem ser danificados.

Veja na Figura 2.6 um diagrama esquem´atico de como utilizar o a fonte de tens˜ao DC de bancada para as medidas efetuadas no laborat ´orio.

(29)

2.6 Uso dos equipamentos 28

+

-VB

Figura 2.5: Representac¸˜ao de uma fonte DC cuja tens˜ao pode ser ajustada.

Figura 2.6: Diagrama esquem´atico da fonte de tens˜ao de bancada. Note que o GND ´e um potencial ”terra”de referencia. A tens˜ao ´e fornecida como uma diferenc¸a de potencial entre os terminais “+” e “−”.

2.6.2

Amper´ımetro

Medidas de correntes el´etricas podem ser feitas com o uso de amper´ımetros. Os primeiros amper´ımetros constru´ıdos eram aparelhos anal ´ogicios e seu funcionamento se baseava em um instrumento chamado galvan ˆometro.

Galvan ˆometro ´e o nome gen´erico de um instrumento capaz de acusar a passagem de uma corrente el´etrica. Seu princ´ıpio de funcionamento ´e baseado nos efeitos magn´eticos das correntes el´etricas. Ao fazermos passar uma corrente el´etrica por um condutor, gera-mos um campo magn´etico `a sua volta. Se este condutor for enrolado na forma de uma

(30)

2.6 Uso dos equipamentos 29

espira (ou v´arias delas), podemos verificar que ele se comporta exatamente como um im˜a, ou como uma agulha de uma b ´ussola, causando e sofrendo forc¸as e torques devido a interac¸ ˜oes com outros im˜as, ou campos magn´eticos externos.

Este ´e o princ´ıpio de funcionamento b´asico do galvan ˆometro: uma bobina muito leve formada por muitas espiras de fio de cobre, com diˆametro da ordem da espessura de um fio de cabelo, ´e montada de tal maneira que quando passa uma corrente por ela, um tor-que ´e gerado fazendo com tor-que haja a deflex˜ao de uma agulha. A deflex˜ao da agulha ´e proporcional `a corrente el´etrica que passa pela bobina.

O amper´ımetro ´e baseado em um galvan ˆometro montado em paralelo com uma re-sistˆencia de desvio. Ele ´e polarizado e deve ser inserido em s´erie no ponto do circuito onde se deseja medir a corrente. O s´ımbolo mostrado na Figura 2.7 ´e utilizado frequente-mente para indicar um medidor de corrente.

+

-Figura 2.7: Representac¸˜ao esquem´atica de um medidor de corrente, ou amper´ımetro.

2.6.3

Volt´ımetro

O volt´ımetro, como o nome diz, ´e um instrumento que mede voltagens ou diferenc¸as de potencial. Sua construc¸˜ao tamb´em ´e baseada no princ´ıpio do galvan ˆometro, em s´erie com uma resistˆencia de valor alto. O volt´ımetro deve ser ligado em paralelo com o elemento de circuito cuja tens˜ao estamos medindo.

Como sabemos, quando duas resistˆencias s˜ao ligadas em paralelo, a diferenc¸a de poten-cial em cada resistˆencia ´e a mesma da associac¸˜ao e a corrente que passa em cada uma das resistˆencias depender´a do valor da resistˆencia. Sendo a resistˆencia do volt´ımetro muito alta, a corrente passando por ele ser´a pequena e n˜ao afetar´a o funcionamento do circuito. Esta corrente poder´a ser medida pelo galvan ˆometro e convertida em tens˜ao usando o valor conhecido da resistˆencia em s´erie (usando a lei de Ohm).

+ -V

Figura 2.8: Representac¸˜ao usual de volt´ımetros em circuitos el´etricos.

O s´ımbolo apresentado na Figura 2.8 ´e frequentemente utilizado para representar um volt´ımetro em circuitos el´etricos.

(31)

2.6 Uso dos equipamentos 30

2.6.4

Mult´ımetro digital: medidas de tens˜ao e corrente

Figura 2.9: Diagrama esquem´atico do mult´ımetro digital de bancada.

Os volt´ımetros e amper´ımetros das formas descritas acima apresentam muitas limitac¸ ˜oes substitu´ıdos gradualmente por aparelhos digitais que apresentam algumas vantagens ex-tremamente importantes. Em primeiro lugar, a resistˆencia interna do volt´ımetro passa de algumas dezenas de kΩ para alguns TΩ (T significa tera, 1 tera = 1012, al´em do prefixo

tera usamos tamb´em com frequˆencia o giga = 109 e o mega = 106), o que o torna um

ins-trumento ideal para as medidas usuais de diferenc¸as de potencial. O princ´ıpio de medida tamb´em ´e diferente, pois ao inv´es de interac¸ ˜oes entre correntes e campos magn´eticos, como no caso dos instrumentos anal ´ogicos, usam-se conversores anal ´ogico-digitais para detectar diferenc¸as de potencial.

Veja na Figura 2.9 um diagrama esquem´atico de como utilizar o mult´ımetro digital de bancada para as medidas efetuadas no laborat ´orio.

O mult´ımetro digital ´e um instrumento que permite medir digitalmente voltagens, cor-rentes e diversas outras grandezas derivadas, com alto grau de precis˜ao e acur´acia. Trata-se de um equipamento Trata-sens´ıvel e com o qual Trata-se deve tomar, na sua utilizac¸˜ao, os mesmos cuidados observados com os instrumentos anal ´ogicos. Com este instrumento podemos medir voltagem cont´ınua, voltagem alternada, corrente cont´ınua, resistˆencia el´etrica, ca-pacitˆancia, entre outros.

(32)

des-2.7 Procedimentos Experimentais 31

conhecida, temos que tomar um certo cuidado para n˜ao submeter o aparelho a grandezas cujas intensidades sejam demasiadamente grandes e que podem danific´a-lo. Por isso, uma boa regra ´e mantermos o aparelho ligado sempre na MAIOR escala poss´ıvel e irmos dimi-nuindo o valor da escala at´e obtermos a medida com menor incerteza poss´ıvel.

2.6.5

Protoboard

Figura 2.10: Diagrama esquem´atico do protoboard.

Um dos equipamentos que vamos utilizar durante todo a disciplina ser´a o protoboard. ´E nele que ligamos os componentes eletrˆonicos e os instrumentos de medic¸˜ao. O proto-board cont´em alguns pontos que s˜ao interligados entre si e outros pontos independentes. Os pontos independentes servem para inserir um componente de um ponto ao outro do circuito e desta maneira completar a ligac¸˜ao. Veja a Figura 2.10.

2.7

Procedimentos Experimentais

2.7.1

Procedimento I: Lei de Ohm

O objetivo desse experimento ´e confirmar a lei de Ohm, comprovando a relac¸˜ao:

V = Ri (2.8)

Vamos montar um circuito formado por um resistor (R1 = 10 kΩ ), uma fonte de tens˜ao,

(33)

2.7 Procedimentos Experimentais 32

Figura 2.11: Circuito a ser montado para o Procedimento I.

1. Ligue a fonte de tens˜ao. O valor da voltagem ´e fornecido entre os terminais “+” e “−”. Certifique-se que a tens˜ao ´e 0 (zero).

2. Monte o circuito indicado na Figura 2.11. Conecte o volt´ımetro entre os terminais do resistor de modo a medir a voltagem entre os pontos A e B. Conecte o amper´ımetro ao circuito de modo a medir a corrente que passa por R1no ponto B. Utilize a Figura 2.12

como guia. O resistor n˜ao possui polaridade e poder´a ser usado sem preocupac¸˜ao quanto ao sentido da corrente que o atravessa.

3. Vamos variar a voltagem fornecida pela fonte, medir a voltagem com o volt´ımetro e

medir a corrente passando pelo circuito com o amper´ımetro. Ajuste a voltagem da fonte para 1 V. Mec¸a os valores de i e VABe anote-os na Tabela 1. Observe que VAB ´e

a voltagem aplicada pela fonte.

4. Inverta as posic¸ ˜oes do amper´ımetro e resistor. Note que agora a corrente est´a sendo medida antes do resistor, ou seja, no ponto A. Faz alguma diferenc¸a na medida a posic¸˜ao em que vocˆe insere o amper´ımetro? Por quˆe?

5. Utilize a fonte regul´avel (bot˜ao girat ´orio) para variar a voltagem no resistor. Escolha valores de voltagem entre 1 e 2 V. Anote o valor de VAB medido pelo volt´ımetro e

seu correspondente valor da corrente i medido pelo amper´ımetro. N˜ao se esquec¸a de anotar tamb´em os valores das incertezas de suas medidas. Complete a Tabela 1 com outros cinco pares de pontos (i, VAB).

6. Mec¸a o valor da resistˆencia de R1 e sua incerteza usando um mult´ımetro digital.

7. Fac¸a um gr´afico de VAB(eixo y) contra i (eixo x). Determine graficamente (isto ´e, sem

o uso de computadores) o coeficiente angular da reta que melhor se ajusta aos seus pontos experimentais, e a partir dele o valor da resistˆencia R. Estime tamb´em a sua incerteza σR.

Tenha atenc¸˜ao com as unidades de medida dos valores usados no ajuste da reta. Ser´a feito o ajuste da func¸˜ao V = Ri, onde V deve estar em volts e i em amp`eres, para que tenhamos R em ohms.

(34)

2.7 Procedimentos Experimentais 33

Figura 2.12: Como montar o circuito da Figura 2.11 no protoboard. Note que se o amper´ımetro, ou o volt´ımetro tiverem seus terminais invertidos, o valor dado no mostrador trocar´a de sinal.

2.7.2

Procedimento II: Lei das tens ˜oes de Kirchhoff e associa¸c˜ao em s´erie

Vamos verificar experimentalmente a lei das tens ˜oes de Kirchhoff fazendo medidas de voltagem e corrente numa montagem de resistores em s´erie.

Figura 2.13: Circuito a ser montado para o procedimento 2.7.2.

No circuito da Figura 2.13 temos que:

VAB + VBC + VCA = 0 ,

j´a que a soma de todas as tens ˜oes num circuito fechado deve ser nula. Dessa mesma forma, a corrente que atravessa todos os elementos desse circuito deve ser a mesma. Note que VCA = −VAC, o que depende do ponto de medida do multimetro. Para comprovar esta

(35)

2.7 Procedimentos Experimentais 34

suposic¸˜ao vamos realizar o procedimento abaixo.

1. Ligue a fonte de tens˜ao e ajuste a voltagem para VB = 0 V antes de iniciar a

monta-gem do circuito. Monte o circuito mostrado na Figura 2.13. Tome como exemplo o diagrama do protoboard da Figura 2.14.

2. Ajuste o valor da voltagem na fonte para VB = 5 V, usando o volt´ımetro.

3. Mec¸a as correntes nos pontos A e B e as voltagens VAB (entre A e B), VBC (entre B e

C) e VAC(entre A e C). Complete as Tabelas 2 e 3 com estes valores e suas respectivas

incertezas.

Figura 2.14: Guia de montagem do procedimento 2.7.2. Note que ao inverter o lugar do am-per´ımetro com o de R1, medimos a corrente no ponto A. Da mesma forma, trocando a posic¸˜ao

do amper´ımetro com R2, medimos a corrente no ponto C.

2.7.3

Procedimento III: Lei das correntes de Kirchhoff e associa¸c˜ao em

paralelo

Vamos verificar experimentalmente a lei das correntes de Kirchhoff fazendo medidas de voltagem e corrente numa montagem de resistores em paralelo.

1. Ligue a fonte de alimentac¸˜ao e ajuste a voltagem para VB= 0 V antes de iniciar a

mon-tagem do circuito. Monte o circuito mostrado na Figura 2.15. Tome como exemplo o diagrama do protoboard da Figura 2.16.

(36)

2.7 Procedimentos Experimentais 35

Figura 2.15: Circuito a ser montado para o procedimento 2.7.3.

Figura 2.16: Guia de montagem do procedimento 2.7.3. Os elementos J1, J2, J3 s˜ao conectores de

junc¸˜ao para fechar o circuito e as setas das correntes tˆem tamanhos diferentes para mostrar que suas magnitudes s˜ao tamb´em diferentes. Nessa montagem o amper´ımetro est´a medindo apenas iD. O que acontece se invertermos as posic¸ ˜oes dos resistores?

3. Mec¸a as correntes nos pontos A, B e D e as voltagens VAC, VBC e VDE. Complete as

(37)

3

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal

3.1

Material

• resistores de 1 kΩ e 100 Ω.

3.2

Introdu¸c˜ao

Nas aulas anteriores estudamos o comportamento de circuitos resistivos com tens˜ao constante. A partir desta aula, estudaremos tamb´em o comportamento de circuitos quando submetidos a voltagens senoidais, ou seja, voltagens que variam no tempo descrevendo uma func¸˜ao seno.

3.2.1

Sinais senoidais

Quando estamos lidando com circuitos el´etricos, sinais senoidais s˜ao voltagens que variam no tempo descrevendo uma func¸˜ao do tipo sen ´oide. Esses sinais podem ser produzidos por um gerador de func¸ ˜oes (como aquele utilizado no primeiro experimento) e s˜ao repre-sentados em sua forma mais geral por uma func¸˜ao do tipo

VG(t) = V0sen(ωt + θ), (3.1)

onde V0 ´e o que chamamos de amplitude da forma de onda. V0 ´e o valor da voltagem

quando a func¸˜ao seno ´e igual `a unidade, ou seja, ´e o valor m´aximo da voltagem gerada. A amplitude tamb´em ´e chamada de “valor de pico” da func¸˜ao, e seu valor ´e sempre positivo. Quando a func¸˜ao seno atinge o valor −1, a voltagem tem seu valor m´ınimo − V0.

Por-tanto um sinal senoidal oscilar´a entre os valores extremos − V0 e + V0 e a diferenc¸a entre

(38)

repre-3.2 Introduc¸ ˜ao 37

 

Figura 3.1: Figura que mostra os parˆametros que definem uma forma de onda senoidal. No exem-plo apresentado, temos V0 = 5V, (o que significa que VPP = 10 V) e T = 1 ms (o que equivale a

dizer que f = 1 kHz). Note que θ = 0.

sentado por VPP. A partir dessa definic¸˜ao, fica ´obvio que

VPP = 2 V0. (3.2)

Para determinarmos a amplitude de um sinal senoidal utilizando um oscilosc ´opio, ´e preciso medir a diferenc¸a (em m ´odulo) entre o m´aximo valor que a voltagem assume e o “zero” da func¸˜ao (o “zero” do canal ao qual o sinal est´a conectado). Alternativamente, pode-se simplesmente medir a diferenc¸a (tamb´em em m ´odulo) entre os valores m´aximo e m´ınimo da func¸˜ao (que vem a ser a tens˜ao pico-a-pico) e dividir o valor por dois. A figura 3.1 ilustra essas definic¸ ˜oes.

O s´ımbolo ω representa a frequˆencia angular da sen ´oide e ´e definida por

ω = 2 πf, (3.3)

onde f ´e a frequˆencia linear (ou simplesmente frequˆencia) da sen ´oide, representando o n ´umero de oscilac¸ ˜oes realizadas por unidade de tempo. Como o per´ıodo T da onda repre-senta o tempo necess´ario para a realizac¸˜ao de uma oscilac¸˜ao completa, obtemos a relac¸˜ao entre frequˆencia e per´ıodo:

f = 1

T . (3.4)

O argumento da func¸˜ao seno (ωt+θ) ´e chamado de fase da sen ´oide, e θ ´e denominado de constante de fase. Esta ´e uma constante arbitr´aria que ´e utilizada para determinar o valor

(39)

3.2 Introduc¸ ˜ao 38

 

Figura 3.2: Voltagens que possuem a mesma amplitude e frequˆencia, mas com diferenc¸as de fase entre si. Tomando o sinal representado pela linha cont´ınua como referˆencia, a linha pontilhada (V1)

representa um sinal com uma defasagem de −π/4 radianos, enquanto o sinal representado pela linha tracejada (V2) possui uma defasagem de +π/4 radianos.

da func¸˜ao em t = 0 (a partir da equac¸˜ao 3.1 vˆe-se imediatamente que V (t = 0) = V0sen θ).

Em nossos procedimentos experimentais definiremos a func¸˜ao que representa o sinal produzido pelo gerador como aquela representada pela linha s ´olida da Figura 3.2; esta ser´a nossa func¸˜ao de referˆencia. Isso significa que para esse sinal escolhemos arbitrariamente θ = 0na equac¸˜ao 3.1. Na pr´atica o valor da constante de fase s ´o ´e relevante se estivermos comparando duas (ou mais) func¸ ˜oes senoidais. Nesse caso a constante de fase θ serve essencialmente para determinar a diferenc¸a de tempo que uma sen ´oide leva para chegar `a mesma fase de outra sen ´oide tomada como referˆencia. Portanto se representamos o sinal de referˆencia como V01sen(ωt), o sinal representado por V02sen(ωt+θ)possui uma diferenc¸a

de fase θ.

A t´ıtulo de exemplo, sejam V1(t) e V2(t) duas voltagens que variam senoidalmente

em func¸˜ao do tempo com a mesma frequˆencia. Se elas atingem seus respectivos valo-res m´aximos em instantes de tempo diferentes ´e porque existe uma diferenc¸a de fase entre elas. A figura 3.2 mostra duas func¸ ˜oes defasadas em relac¸˜ao a um sinal VG(t) tomado

como referˆencia, uma apresentando uma defasagem de + π/4 radianos (ou + 45◦) e a outra apresentando uma defasagem de − π/4 radianos (ou − 45◦)

Na figura 3.2 a linha cont´ınua representa a voltagem de referˆencia, que assume o va-lor zero em t = 0. Quando VG(t) passa pela linha de zero volt com derivada positiva

(isto ´e, crescendo) V2(t) tem um valor positivo e V1(t) tem um valor negativo. Dizemos

ent˜ao que a fase de V2(t)est´a adiantada, enquanto a fase de V1(t)est´a atrasada (ambas em

(40)

3.2 Introduc¸ ˜ao 39 express ˜oes: VG(t) = V0sen(ωt), (3.5) V1(t) = V0sen(ωt − π/4), (3.6) V2(t) = V0sen(ωt + π/4), (3.7) com V0 = 5V e T = 1 ms.

Voltagens do tipo senoidal s˜ao as mais simples de serem produzidas, e tamb´em as mais simples de serem tratadas matematicamente. Por isso s˜ao as formas de onda mais comu-mente encontradas: a voltagem presente nas tomadas das residˆencias ´e senoidal, e por isso chamada de “corrente alternada”. A eletricidade produzida por geradores em usinas hidrel´etricas ´e resultado de voltagens induzidas pela rotac¸˜ao de turbinas, voltagens essas descritas por func¸ ˜oes senoidais.

Uma das grandes vantagens da utilizac¸˜ao de senos (ou cossenos) para representar sinais el´etricos vem do fato que essa classe de func¸ ˜oes s˜ao soluc¸ ˜oes de equac¸ ˜oes diferenciais que descrevem muitos fen ˆomenos encontrados na natureza, incluindo circuitos el´etricos lineares.

O instrumento ideal para a observac¸˜ao e medida de sinais el´etricos alternados ´e o osci-losc ´opio. Entretanto volt´ımetros (ou mult´ımetros digitais) tamb´em podem ser utilizados, uma vez que se conhec¸a suas limitac¸ ˜oes. Como um sinal alternado possui um valor m´edio nulo, quando utilizamos a opc¸˜ao “V a.c.” de um volt´ımetro, o sinal passa por um dis-positivo chamado “retificador de onda completa”, que transfoma a func¸˜ao V0sen(ωt) em

V0|sen(ωt)|, que s ´o assume valores positivos. Nesse caso o valor medido para a

volta-gem ´e chamado de valor eficaz, que ´e definido como a raiz quadrada do valor m´edio do quadrado de V (t): Vef =  1 T Z T 0 [V0sen(ωt)] 2 dt 12 = √V0 2. (3.8)

Por exemplo, o valor da voltagem na rede el´etrica dom´estica ´e 127 V. Esse ´e o valor eficaz, o quˆe significa que a amplitude da tens˜ao na rede ´e V0 = 179, 6V.

Mult´ımetros sempre medem valores eficazes de tens˜ao, e s˜ao geralmente calibrados para a frequˆencia de 60 Hz (frequˆencia da rede el´etrica). Portanto suas medidas s ´o s˜ao confi´aveis para sinais com frequˆencias pr ´oximas deste valor.

3.2.2

Resistores em corrente alternada

Circuitos lineares, como o pr ´oprio nome indica, s˜ao aqueles nos quais as voltagens e cor-rentes se relacionam de forma linear. ´E o caso de resistores, para os quais a Lei de Ohm (estudada na primeira aula) mostra que a tens˜ao aplicada ´e proporcional `a corrente, com a constante de proporcionalidade sendo chamada de resistˆencia. Isso foi verificado no

(41)

ex-3.2 Introduc¸ ˜ao 40

 

Figura 3.3: Voltagem (linha s ´olida) e corrente (linha tracejada) para um resistor de R = 1 kΩ sub-metido a uma tens˜ao alternada com 5 V de amplitude e 1 kHz de frequˆencia.

perimento anterior, para resistores submetidos a tens ˜oes constantes; mas a Lei de Ohm tamb´em vale para os casos em que os resistores est˜ao sujeitos a tens ˜oes alternadas. Consi-dere um resistor com uma resistˆencia R submetido a uma tens˜ao VG(t) = V0sen(ωt). Pela

Lei de Ohm a corrente no resistor ser´a dada por: i(t) = VG(t)

R =

V0

R sen(ωt) = i0sen(ωt), (3.9)

onde definimos a amplitude da corrente, i0 ≡ V0/R. A equac¸˜ao 3.9 mostra alguns fatos

interessantes: a corrente que atravessa o resistor tamb´em ´e uma sinal senoidal, e que oscila com a mesma frequˆencia da tens˜ao aplicada. Essas s˜ao caracter´ısticas de circuitos lineares. Al´em disso, podemos notar que n˜ao h´a nenhuma diferenc¸a de fase entre a voltagem e a corrente. A figura 3.3 mostra os gr´aficos para corrente e voltagem em func¸˜ao do tempo, para um sinal com amplitude V0 = 5V e per´ıodo T = 1 ms.

Note que a partir da definic¸˜ao de i0, podemos calcular a resistˆencia em termos das

am-plitudes de tens˜ao e corrente:

R = V0 i0

. (3.10)

A equac¸˜ao 3.10 mostra que a amplitude de corrente n˜ao depende da frequˆencia do si-nal aplicado; este ´e um resultado extremamente importante, pois nos permite determinar a amplitude de corrente num circuito simplesmente medindo a amplitude de tens˜ao no resistor e dividindo este valor pela resistˆencia.

(42)

3.3 Procedimentos experimentais 41

 

Figura 3.4: Circuito a ser utilizado no Procedimento I.

3.3

Procedimentos experimentais

3.3.1

Procedimento I: uso do mult´ımetro e do oscilosc ´opio para medidas

de tens˜ao alternada

Selecione a forma de onda senoidal com amplitude de 4 V no gerador de sinais e conecte sua sa´ıda ao canal 1 do oscilosc ´opio. Conecte tamb´em o mult´ımetro digital de bancada ao gerador para medir sua voltagem, de acordo com a figura 3.4. Selecione uma frequˆencia pr ´oxima de 60 Hz e fac¸a as seguintes medidas com o sinal produzido:

1. mec¸a a frequˆencia do sinal senoidal com o oscilosc ´opio (lembre-se que isso pode ser feito de 2 maneiras: usando o sistema de grat´ıculas para medir o per´ıodo e utili-zar a equac¸˜ao 3.4 ou ent˜ao utiliutili-zar o menu “Medidas”); lembre-se tamb´em que a frequˆencia mostrada pelo gerador de func¸ ˜oes representa apenas uma indicac¸˜ao de frequˆencia;

2. mec¸a a amplitude do sinal senoidal com o oscilosc ´opio (seja utilizando o sistema de grat´ıculas ou o menu “Medidas”);

3. mec¸a a voltagem com o mult´ımetro (selecione a opc¸˜ao “Voltagem AC”);

Repita agora essas medidas para uma frequˆencia de 3 kHz, apresente seus resultados na Tabela 1 e comente os resultados obtidos. Ao mudar a frequˆencia, verifique pelo osci-losc ´opio se a amplitude do sinal do gerador continua igual a 4 V e, caso ela tenha mudado, corrija para o valor inicial.

Tabela 1

(43)

3.3 Procedimentos experimentais 42

 

Figura 3.5: Circuito a ser utilizado no Procedimento II.

3.3.2

Procedimento II: circuitos resistivos com tens˜ao senoidal

Neste procedimento estamos interessados em verificar que a Lei de Ohm de fato se aplica a um resistor quando submetido a voltagens e correntes senoidais. A id´eia ´e realizar com o oscilosc ´opio medidas simultˆaneas das amplitudes de tens˜ao e corrente e verificar grafi-camente se existe uma relac¸˜ao linear entre V0 e i0, como previsto pela equac¸˜ao 3.10. Caso

essa relac¸˜ao seja observada, ser´a poss´ıvel obter o valor da resistˆencia e comparar com outra medida (como aquela obtida utilizando um mult´ımetro digital, por exemplo).

Lembre-se que o oscilosc ´opio mede voltagens, portanto para medir a amplitude de cor-rente utilizamos um expediente muito comum, que ´e inserir um segundo resistor em s´erie, medir a amplitude de tens˜ao sobre ele e calcular a corrente como i(t) = V (t)/R.

1. Monte o circuito da figura 3.5, usando os resistores R1 = 1kΩ e R2 = 100 Ω. R1

´e o resistor para o qual desejamos verificar a Lei de Ohm enquanto R2 ´e utilizado

para calcular a amplitude de corrente. Mec¸a os valores das duas resistˆencias com o mult´ımetro, e anote seus valores com as respectivas incertezas.

2. Selecione um sinal senoidal no gerador de func¸ ˜oes, com uma frequˆencia pr ´oxima de 500 Hz. Vocˆe deve observar uma figura semelhante `a figura 3.3. Com o oscilosc ´opio mec¸a a frequˆencia do sinal do gerador, com sua incerteza. O sinal da corrente possui frequˆencia igual ou diferente? H´a diferenc¸a de fase entre esses dois sinais?

3. Ajuste a amplitude da tens˜ao no gerador de modo que a amplitude de tens˜ao sobre o resistor R2 (medida no canal 2) seja V0R2 = 0, 30 V e com esse valor calcule a

amplitude de corrente como i0 = V0R2/R2. Note que o sinal medido no canal 1 ´e

a tens˜ao do gerador (com amplitude V0G, medida no canal 1) e para construirmos o

gr´afico desejado precisamos da amplitude de tens˜ao sobre o resistor R1, que pode ser

calculada simplesmente como a diferenc¸a

Referências

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