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Arte do Louceiro ou Tratado sobre o modo de fazer as louças de barro mais grossas

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_*• .

O MUNDO DO

L. da Trindade, 1 1 - 1 3 lei. 29951 — LISBOA

EX^LIBRIS

RUBENS BOR

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(7)

ARTE DE LOUCEIRO

OU

TRATADO SOBRE O MODO DE FAZÉIl AS LOUÇAS DE BARRO MAIS

GROSSAS j

T R A D U Z I D O DO FE. AH GE Z

P O R O R D E M D E

SUA ALTEZÀ R E A L ,

O P R Í N C I P E R E G E N T E ,

NOSSO SENHOR,

P O R

JOSÉ F E R R E I R A DÁ S I L V A

L I S B O A

NÁ I M P R E S S Ã O R E G I Ai ANNO DE 1 8 0 4 .

(8)

Ars ãúoe certior.

(9)

A R T E DE L O t J C Ê i í L Õ

DE BARRO SIMPLES*

ÍNTRODÜCqAÕ*

i J\. ARTE do Lóuceifó consiste értt

fâzet" vasilhas, e outras obras de .barro , que se embebe em agüa para ó amolècer , e se amassa e se dá depois différérites fi-guras ; e 'se fazem cozer para lhe dar .solidez , conforme esta definição, o que faz pitjtísTj o lotíceifo, e o s q u é fazem porcelana saô oleiros j porém fazem obras mais perfeitas do que estes de que va-mos a failar. Assim entende-se por

elei-tos i os que fazem obras communs, e qüe

por isso sé podem dar bafafás.

2 A ãrgilla C i ) > qüe se chama*tambefli

A 2

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( l ) Alguns chártiaô argllIá a huma terra Ver». melha, gorda, rriuito cheia de arêa , de que üsaS

Í

ara os fornos, e por isso erti Pariz a chamaõ" arro de fornos : estei barro vem unido com aréa ferruginosa; porém na verdade argilia, e bart©\* Wô dous termos synoKimoj

(10)

% A R T E fio L O U C E I H O

terra barrenta* j faz a base das terras d e que usaô os oleiros , e he a propósito dar os*' caracteres qUe a fazem particular des« tinguindo das outras terras. P^ra isto a vou conisderar em seu estado de pureza , ainda que h e difficil, ou talvez i m -possivel obteila sem mistura Ae diffe-rentes j substancias estranhas , que m u

dando sua natureza ; hutnas vezes a t o r -naô mais propfía para as obras de oleiro , e outras obrigarão os oleiros a trabalhos consideráveis para purificar o barro , sem ó q u e seria inútil. ( 1 )

5 A.argilla ( Q ) ou barro puro h e for-mada de partes muito finas , que se unem

( l ) Estes trabalhos consistem em differentes lav.igens que naô podem servir para as louças communs por serem muito baratas.

' ( 2 ) Ha poucas argillàs puras , pela maior p a r t e trazem diversas uniões. Destinguem-se muitas es-pécies i ° ' argilia. brat-ca em Alemanha Weisser

tJiori. Esta he a mais p u r a , e mais própria para

as obras #de louça , também serve para pitos , da

q u e fallarei em outra parte Conserva a côr branca n o fogo, vitrifica-se com diflículdade, endurece a p o n t o de dar faiscas de fogo. 2a. A argilla

cin-zenta , em Alemanha Sehvarzgrauer thon naeaos pura que a primeira , e por isso naô he taô p r ó -pria para a louça fina, e só serve para a grossa

9°- A argilla negra , que toma esta côr dos minera e s , de que está carregada , bem lavada e p r e -parada pôde servir para louca. 4 ° . A argilla

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azu-D E B Á:H n t> S¥ivi t» r. E S* 5

«mito humas ás outras'-;'porquê estando atnon¥tífltf᧠em massa', ê unidas htirrias ásf outras . ^ cheguatido r' á , ' h u m g r a n d e

gr'áor :'dé" secura-, ' e n d u r e c e m , de sorter

que hum torraô de argilla e x a ç t a m e n t e amassadoY";er,h:sm s e c c o , corVtrahe huma'

dur'éy,à'dé pèdtWs : por causa daá suas par-tes séreui' muito finas , neste eitado h e ' susceptível de tõfriar; certo *polinvento :

h è macia , 6 saponaCea «è'Voque ; e por isso h e que se chama à e sífirterra gorda."ÍLlla.

atrahe á h u m i d a d e - ; ' o <f|tlè 1:'a faz pegnr 3

lingua se acaso a t o c a ; tatnb-ém se u n e bem ás substancias- gordas ; e por issq serv,e para tirar cerüras nròdoas. ( x )

lada he a mais commum de t o d a s , delia se fazem HjolloS, e tellia. <$°. A argilla vermelha escura he a mais fussivel de todas ; serve para cobriu as outras ob*as inferiores. Ella tem muita impu-i reza , e por isso se passa por peneira. .gntes ,4$ a pòr em obra. 6o. A argilla amarella tirando a

preto , he magra misturada com arêá ; serve psra pratos gFossos , e tigéllas , e outras obras que naô vaô ao fogo : os Alemães a charríaô Seliulf. • ,7o ..

Ar-gilla esponjoza , que se naô pôde trabalhar na ro-da he preciso trabalha-la guasisecça, 8°, A argilla cinzenta de fazer bilhas como as que vem de-Normandia.

( 1 ) Para ter conhecimento exacto da natureza destes barros , se deve consultar Valíerio , M . Pott^r e o Diccionario de Chymica de Maqüer.

(12)

ft J ^ R T E . 0 , 0 ^ p u c B i á O

4 Depois d e t e r c o r t a d o , ou quebrado? e m molleculas d e mediocre t a m a n h o , se deixaô ficar na á g u a ,rd e q u e ella se

carrega em a b u n d â n c i a ; ella se incha á p r o -porção, que se carrega, da água e se p ô d e v

desfazer huma p e q u e n a q u a n t i d a d e * e m m u i t a água. Mas quando se lhe naô lança |jas.tante para a -reduzir a h u m a espécie «de l a m a , e que^ se amassa como adia n t e explicadiaremos , he o que se c h adia m adia « r

-gamassar, ella se, faz glutinosa , e fôrma

h u m a massa muito d u c t i v e l , q u e se p ô d e -estender sem a quebrar ; de sorte , q u e h u m hábil oleiro chega a fazella t o m a r differentes figuras „• e q u a n d o se usa delia e m massa alguma cousa mais dura , se pôde fazer h u m g r a n d e vaso , com pouca gros-sura sem este se desfazer pelo pezo. Q u a n d o a argilla está assim bem a m a s

-s a d a , ou argama-s-sada , d e -sorte q u e laça h u m a massa firme, naò h e p í n e t r a v e l á

p g u a , em quanto naô sécca , por isso se usa delia nas argamaças dos tanques , ou pias de conservar água. Por isto h e q u e os bancos de argilla que estaõ debaixo da t e r r a formaô nauitas vezes tanques sob-t e r r a n e o s , dos quaes nascem fonsob-tes d e « g u a , algumas ve?es assás b o a : porque

O. argilla , que naô está exposta ao a r ,

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-D É B A H A O

S i M í t f i *j

dàde , ductibilidade , e a p r o p r i e d a d e d e naô ser penetravel a água.

5 Os oleiros l se aproteitíaõ da d u c t i

-bilidade da argilla para a trabalharem na r o d a , e m o l d e s ; mas as'argilla$ em s e c c a n d o , quanto mais puras saô , mais e n -colhem , isto he diminuem muito do áeu V o l u m e , á medida q u e a água se e v a p o r a : e neste estado estaô sujeitas a rachar-se •e seriaõ inúteis aos o l e i r o s , sé elles iiáõ tivessem meios de lhe empedir o e n c O -colher tanto , como adiante diremos,

6 A argilla , pura i t a l , como nós ao presente a consideramos Ou détodo , ilàõ h e atacada pelos a t i d o s , ou muito pouc o : digo muito poupouco porque e m m u i -tas argillas se pode descobrir o acidó vi-triolico. Esta argilla resiste muito á accaô do fogo sem se d e r r e t e r , e pòr conseguinte cozendo se adquire huma dureza igual á dos seixos, a ponto de q u e - c e r t a s argiilã1* bem cozidas chegaõ a deitar fogo sendí> feridas com aço. Esta propriedade pa-r e c e i n d i c a pa-r , que hum fogo muito activo

isAfaz tomar h u m principio de dèfüsaõ \ois ainda q u é ella s e c c a n d o i n d u r e e e , o m tudo naô chega ao gráo que lhe d á o fogo ; a a f g i l l a , e u b a r r a , nunca m u d a d t natureza por mais secca q u e fique; co\serva a propriedade de ser jtèftéwáda

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&

Í K I E D O

L o u c E i a ô

pela água , e tornar-se em h u m a massas d u c t i v e l ; pelo contrario cozendo-se m u d a totalmente de natureza : já entaõ naõ h e argilla, h e huma argamassa muito dura , ou huma espécie de área i m p e n e t r á v e l , á água e que naô pôde adquirir alguma ' ductibilidade çom este fluido.

7 Nisto a argilla deffere muito das boas argamassas de c a l , e a r è a , q u e e n -d u r e c e m , s e c c a n -d o , mas expon-do-se a hu-ma grande calcinaçaõ a perdem. A dureza da argilla cozida h e muito differente , das pedras.calcares , ainda as mais d u r a s , como o m á r m o r e , p o r q u e estas pedras sendo expostas a h u m grande fogo , e r e duzidas a cal .perdem sua dureza , q u e p a -r e c e depende-r em pa-rte da h u m i d a d e , pois que ellas p e r d e m a sua firmeza , logo que pela c a l c i n a ç a õ , se lhe dissipou toda a h u m i d a d e , q u e p a r e c e ser a que fôr-m a a uniaõ das partes ; e q u a n d o fazendo a argamassa de cal e arêa se lhe lança a h u m i d a d e , . ella pelo t e m p o toma h u m a dureza bem considerável.- pelo contrario a dureza da boa argilla se augmenta .' medida , que se faz passar por h u m grar-d e fogo. A grangrar-de violência grar-do fogo a racha , deforma , e a reduz a h u m a es-p é c i e de vidro i m es-p e r f e i t o , mas q u e c«n-§eíva sua dureza. JEis-aqui o q u e meíaz

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D E B A R R O S I H Í P L E S . 9

p e n s a r , que a d u r e z a ' d a argilla cozida consiste , em que suas p a r t e s adquirem hum principio da fusaô ou brandura pela grande acçaó do fogo, e isto as u n e hu-mas ás o u t r a s , b r a n d u r a , que se pôde d i z e r , que as argillas saô refractarias pella vitrificaçaõ , ou fusaô perfeita.

8 ' Estas observações por mais sucintas'; q u e sejaõ bastaô para caracterizar a ar-gilla pura ; mas como se naô e n c o n t r a sem estar unida ás substancias estranhas , h e mais ;itnportante para »_a arte de q u e

tratamos , faliar das argillas alliadas ou com mistura , e taes como ellas se achaó na t e r r a , pois desta espécie he que se usa nas olarias.* As obras desta se vendem muito b a r a t a s , e por isso se naô p ô d e ir buscar longe de casa , c o m o se fazpara as obras preciosas , e porcelanas ; he pre-ciso que para ellas se use de argillas que estejaõ perto1 de casa. Felizmente a

ar-gilla se acha em muitos lugares em m a i o r , ou m e n o r profundeza da t e r r a , se acaso se dá attençaõ ás substancias com que se combina. Ha delia muitas espécies diffe-r e n t e s : acha-se humas vezes em gdiffe-randes m o n t e s , e outras em bancos que t e m pouca espessura relativamente á sua e x -tensão ; em fim ella se destribue algumas vezes pè|a terra por v e i a s , q u e se devem

(16)

ao A R T E p o L O U C E I R O

seguir ; a espécie de argilla naô hesem-4 pre a mesma n a continuação da m e s m a veia , ou q u a n d o se tira da terra mais su-perficial , ou mais porfunda.

g A respeito de suas côrés ao, sahir

da terra , h e branca , cinzenta , a s u l a d a , tirando a côr da pedra asul Ardosia, verde , amarella , v e r m e l h a , e de côr d e m á r m o r e .

10 Estas differentes cores de argillas. só nos podem dar indícios pouco c e r t o s da qualidade das louças que delia se fa-r á : com tudo naô se devem despfa-rezafa-r ; porque estes indícios nos podem guiar a fazer experiências para certificar-nos da áua boa , ou má qualidade. Disso falla-í e m o s nós adiante.

11 Em geral se preferem as argillas brancas . ou escuras ás a m a r e l l a s , v e r m e -lhas ou verdes , e algumas vezes ás que tem mistura de differentes cores. Estas cores dependem de huma tintura-metálica , sul« furea , ou bituminosa ; por q u e , como dis-.semos , no modo de fazer pitos , ha ar-gillas que íingmeniaõ á alvura quando .*.e c o z e m , porque a substancia a p p a r e n t e q u e alterava a sua côr er"a destructivel pelo fogo , e ar^putras cozendo-se ficaô v e r m e l h a s , a m a r e l l a s , e s c u r a s , ou quasi negras. P a r e c e que estas, cores fixas saõ

(17)

D s B A R R O S I M P L E S . I Z

causadas pelas differentes substancias me* t á l i c a s , qfte se dissolvem com os ácidos especialmente o vitriolico: porque h e preciso que estas substancias colorantes se reduzaõ em partículas muito s u b t i s , pois estas argillas d e differentes cores parecem muito m a c i a s , e impalpaveis entre os d e d o s , ehomogenias quando as cortaõ. As substancias tênues de que aca-bamos de fallar, raias vezes alteraò os barros communs , de que ao presente fal-íamos. Digo raras vezes, porque algumas vezes as podem tornar fussiveis: o quo e m alguns casos he. grande defeito. Outras vezes lançaô vapores que fazem mal ao v e r n i z , ou vidrado com que se cobrem .* disto fatiarei em outra occasiaô.

12 Segundo a qualidade dos b a r r o s , e uso que delles se ias. chamaõ-se barro de tijollos de ladrilhos , de p a n e l l a s , de c a d i n h o s , e pitos.

i 3 Muitas vezes os oleiros se servem de argillas , que tem substancias h e t e r o -gêneas mais sensíveis , como amica , ( 1)

( i ) A mica he hnma espécie de pedra fo-lhada , brilhante refractaria : ha de muitas espé-cies. Apparecem arcUs, com mica ou malacaxeta .• cheias cie muitas partes brilhantes. As partes bri-lhantes d« mico se «semelhaô ao talco.

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3 2 A R T E D O L O U C E I R O

pyrites ( 1 ) terras caleareas ( 2 ) arèãs d e

differentes. naturezas ,, e fragritentos d e diversas qualidades da m i n a .

14 Naô fallo aqui destas s u b s t a n c i a s , q u e se achaõ em grandes p e d a ç o s , e que os oleiros, apanhando a s , q u a n d o amassáó o barxo , as iaiiçaô fora ; mas das que se achaõ em molleculas assás gros-sas , e que se p e r c e n t e nos dedos {' e se vê quando se corta hum pedaço de b a r r o , coru tudo insufficientes para se tirara m a ô todas" estas matérias de qualquer n a t u -reza , q u e sejaô, prejudicaô m a i s , ou m e n o s a l o u ç a , quando seu volume h e h u m pouco considerável, porque naô se podem fazer obras asseadas, é" nem a su^ perficie fica lisa. He verdade q u e d e s -fazendo esta argilla em muita água , e pas-sai, do-a para outro vazo depois de prici-pitadas as substancias mais p e z a d a s , se tiraô argillas quasi isentas de partes h e -terogêneas, e que serveriaõ para obras mais delicadas ; mas esta preparação do barro

( 1 ) Os p3aitis saô mineraes que se assemelhaõ a. pedaços de mina por seu p e z o , e côr resplan* d e c e n t e ; e com effeito contém alguma espécie metálica; porém raras v e z e s , e em pouca q u a n -t i d a d e ; e -tem mui-to enxofre, e arsênico.

( 2 } Terras caleareas saô aquellns , que exposta9 a hum sufficiente gr/io de fogo adquirem todos os caracteres de cal viva.

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D E B A R n O S i M p L E s. i 3

que se pôde empregar em obras de louça fina requer muitas manobras , quando se <está fazendo louça g r o s s a ; e assim dos barros areentos só se usa para fazer ü-joüos, ou t e l h a ; para a louça se esco-lhem'..veias de barro mais puro ^ e isento de huma mistura grosseira, ou d e : n a t u -reza , que al,tere <a hondade da louça. Vem a propósito entrar em algumas indi-viduações a este respeito , porque rprincipalmente d a n a t u r o z a destas miÃSturas r e -sulta a differente qualidade dos barros ; e o oleiro que se estabelece e m h u m lu-gar , deve procupar todos os meios de co-n h e c e r a co-natureza do barro,,.de que se deve s e r v i r , sem se;arríscar a perder

mui-tas, fornadas , e arruinar-se.

i 5 Deve-se;,: esfregar entremos dedos para v e r s e he macio ao t o q u e , e se lie ligado, e ductivel. E encontrando se cor-pos estranhos, se devem alimpar , e pôr de parte para conhecer de que natureza saô. N a ô nos devemos contentar só com i s t o ; por que se a lavítge , de que acima falia* mos , para as obras c o m m u n s precisa muita despeza , deve-se >.- sempre desfar zer em água hum bocado de argilla , ao m e n o s , para conhecer-lhe precisamente a natureza , e a quantidade dê substancias jpouço mais ou menos , que estaô

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mistu-i 4 A R T E n o L O U C E I R Ô

radas com ella.* p o r q u e c o m o as subs-tancias d e differentes gêneros tem pezos específicos , quô lhe saô particulares , va* sando muitas vezes a água em q u e se diluio a argilla v. g. passados sincõ mi-nutos , depois passados d e z , e depois quinze se chegaráõ a separar as substarf-tancias , que segundo o seu pezO , se preci-pitarem mais depressa ou mais de vagar ,

e assim se poderão examinar s e p a r a d a -m e n t e estes differentes precipitados para se poderem c o n h e c e r melhor por e x p e r i -ências particulares ; porque destas diffe-r e n t e s ligas dependem, em gdiffe-rande padiffe-rte as qualidades das- argillas , e das louças , que dellas se fazem* H e verdade , q u e apezar da lavagem ellas conservaô p a r t e s muito finas, e muito divididas , que l h e daõ c ô r , como acima d i s s e m o s ; p o r é m estas partes heterogêneas muito finas saô pouco nocivas as louças c o m m u n s , Por e x e m p l o , se segundo diz Mr. Pott. , a argilla sendo misturada com substancias de gesso se torna muito dura no fogo ; dia* também que os barros vitrificaveis , misturando-se com a argilla firme ficaô muito duras c o z e n d o - s e ; mas h e h u m grande defeito nas argillas o t e r e m liga d e pedrascalcareas em molleculas de maior tamanho , que se calcinaò ao c o z e r ; s

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D E B A PA R O S I M P L E S . I 5

depois quando s e n t e m humidade , i n c h a ô , e quebraô a o b r a , se es»Eaô no meio do b a r r o , e se ficáõ na supepfiicie, a água as dissolve, e fica hum buraco em seu l u -gar : todavia eu digo quando ellas saô m a i o r e s ; porque em certos casos as subs-tancias calcareas reduzidas a pó subiu , e misturadas em pequena quantidade c o m substancias vitrificaveis, podem contribuir para a bondade da louça. He de e x -periência que algumas vezes duas subs-tancias , que separadas naô saô viírifica-Veis, unidas se vitrifieáõ; e com razaô mais forte se vitrificaráõ as partículas da cal combinando se com substancias vitri-ficaveis.

16 As pyrites t a m b é m h e h u m a qua-lidade de liga muito m á ; queima-se So Cozer, e- se dissipaõ i n t e i r a m e n t e , e fica h u m boracô em seu l u g a r , ou q u a n d o m e n o s , faz huma mancha, n e g r a , simi-Ihante a escorea de ferro , e com diffi-culdade pega O verniz , ou vidrado sobre êfla. Os oleiros dizem que o mesmo va-p o r sulva-phureo , que delia, se exhaíla a q u e i m a r , offende ao verniz das louças que estaô visinhas.

17 A aréa he necessária para impedir ás argilfcis muito puras o e n c o l h e r e m , e fazeüas seccar e coser s e m ae

(22)

qivebra-i 6 A R T E DO L O U C E I R < J

r e m , para isto saô próprias as aréas re-. fractarias , que com difíiculd ide d e r r e t e m . Os vasos que.delias se fazem , soffrem h u m grande fogo, e n a ô saô sujeitas a q u e brarem pelas alternativas de frio , e c a -lor : mas he preciso hum grande fogo para as cozer , sem isto naô fica o barro m u i t o durável, Pôde se com tudo fazer d e l í a s boa l o u ç a , e mesmo c a d i n h o s ; p o r é m saô permeáveis a todas as s u b s t a n c i a s , que se tornaõ muito fluidas pela fusaô , como os saes , o c h u m b o ; porque ficando' com o tecido pouco tapado , naô as p ô d e conter. Podia-se fazer o seu tecido m a i s tapado ajuntando lhe hum bocado d e barro vitrificavel. Com tudo se estas a r é a s fossem, em muito grande, quantidade , di-minuiria© totalmente a ductibilidade d a argilla, e seria muito difficil o trabalhai** ia particularmente na roda. He v e r d a d e , q u e que pella l a v a g e m , se poderia tirar huma parte da a r é a , que se achasse era muita abundância no b a r r o ; mas os o l e i ros naõ recorrem a este m e i o , que p e r -cisa muita manobra : elles preferem mis-turar as argillas, que chamaõ muito ma-' graSjCom o u t r a s , que sendo muito gor-d a s , fazem encolher muito a l o u ç a , e quebra-se ao seccar. D e s t e modo com a mistura pouco dispendiosa corrigem os

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D E B A R R O S r M P I . E S . t7

defeitos dos dous barros , h u m por m u i t o gordo , e outro pOr muito m a g r o .

18 As areias fusiveis, vitrificaveis 'f

e métáliicas tornaõ a argilla fusiveí, é a louça riaõ pode supportar entaõ h u m fogo considerável sem ficar com d e f e i t o ; por isso quasi todas as obras destas a r -gillas fusiveis , saô cozidas l i g e i r a m e n t e , seu interior he grosseiro , taõ p o r o s o , q u ò a água trespassa • os «vasos Sobre t u d o j quando para impedir o encolher , se l h e ajunta muita a r é a ; e neste estado dó barro só se podem fazer dellé vasos d é Jardins , alguidares , e fogáreiros ; e para os utensis communs do uso -é precisa cubrillos de hum esmalte j qué se c h a m a verniz.

19 A economia obriga a fázér estas louças que se trabalhaó corn facilidade , encolhem pouco , e com hum fogo me-díocre se c o z e m , e tem a vantageni de se poderem expor ao fogo s e m só.' quebrarem. Estas louças muito comuiuris t e fazem em grande q u a n t i d a d e , porque s é daô b a r a t a s ; mas tem pouca s o l i d e z , a menor queda as quebra^, é por isso sad pouco duráveis,

20 Quando misturando estás areias v i -trificaveis com as argillas, ellas se ché--gaô a cozer b e m , sem as obras ficarem

(24)

*& A i T E D O t O Ü C E l R O

eom defeitos , a seu tecido muitas vezes fica b e m feçkado; eila»s se naô dissolvem pelos ácido;., e cosuservaó os m-etaes , e saes d e r r e t i d o s ; porém , CO1no se chegaô

m u i t o á natureza do v i d r o , os. vasos í?aõ. podem soffrer a alternativa do fiio , e do c a l o r ; e para q u e se n:ió q u e b r e m

h e preciso esqnentaiios com muito cui-d a cui-d o .

21 Os barros., d e que se .usa r para

fazer a s louças , que chamaõ d e grèda , c o n u n u m e n t e tem este defeito ; sendo á, h u m tecido muito fechado resistem á fusaõ^ dos saes , e do vidro de c h u m b o : porém he*precÍ50 muito c u i d a d o , quando se passaõ do frio para o calor. Para el-las naô terem este defeito , he preciso que naô fiquem taô chegadas ao estado de vidro, Ha algumas que saõ desta natureza, e que se poderiaò ter por huma porce-lana grosseira. E u supponho os barros de q u e se fazem tem a liga de aieia refra-c t a r i a , e de aréa vitrifirefra-cavei de donde resulta a vitrificaçaô. ISaõ t e n h o tido commodo de examinar esces barros. com bem cuidado para dar por c e r t o , o que acabo de dizer: o que posso certificar, h e que tendo dissolvido em muita água o

barro de G o u r n a y , de que se fazem os potes para a manteiga d e I s i g n y , e ten^

(25)

D E B A R R O S I M P L E S . i g

do-a vasado depois de se ter precipitado huma parte da aréa , e pyrites , q u e ellô continha , desta argilla privada dé h u m a parte da sua areia , mandei fazer cadi-nhos , que se podiaõ pôr vermelhos áO fogo, e depois lartçallos em água fria sem. se quebrarem. Se eu tivesse á maô estes barros , estou p e r s u a d i d o , que chegaria a fazer vasos, que naô teriaõ algum meri-cimento pela belleza, mas seriaõ tàõ bons como &J p o r c e l a n a , e teriaõ todas as

perfeiçõés , q u e podem haver nas louças

c o m m u u s . r, 22 Os oleiros naô entraõ éni èxaínés

taõ circunstanciados: se achaõ argilla macia ao tacto julgaô bem delia amassaô-n a , e trabalhaõ .• se a a c h a õ m u i t o ma-g r a , e pouco dtictil, ajuntaõ-lhe arma-gilla muito gorda :> se vem que argilla d i m i n u o muito de volume em s e c a n d o , e que sG fende , emmagrecem-na ajuntando-lhe bar-ro a r e e n t o , ou m e s m o aréa em prçpoiH çaõ que lhe permitta conservar sua ductibilidade , e a fazem cozer ; se ellas d e r r e -t e m , ou ficaõ com. defei-to as peças n o for-no , diminuem a actividade do fogo , e só as empregaõ n o s u t e n s i s c o m m u n s do uso, q u e cobrem de verniz. Se hum fogo Ordinário n a ô basta para as cozer , ou dar-lhes toda a d u r e z a , d e que saô susceptíveis, ou vení

(26)

20 A R T E D O L O U C E Í R O

que podem supportar grande fogo sem d e -feito , cozem-i-nas c o m o gteda. Se com e s t e - g r a n d e fogo, alcançaô que vaõ tomando a natureza de vidio p?.fa poder r e -sistir ao fogo, fazem u r e n s i s , que naô devem servir no fogo; como botelhas * potes para m a n t e i g a , salgadeiras., algui-dares , q u a r t a s ; e potes para leiterias. Para torna-las menos frágeis ao f o g o , ligaô as argillas muito fortes com b rros já cozi* dos ,. como potes de greda reduzidos a"pó ; « n t a õ , sendo bem cozidos , podem ir ao

fo-go os,vasos ou p e ç a s , ainda que naô haja o cuidado de as esquentar primeiro ; mas os cadinhos para ensaios de m e t a e s , ou para saes derretidos , he perciso que O barro naô tenha substancia metálica , q u e se derretesse e deixasse esc:;par o que estivesse derretido no cadinho.

23 Algumas vezes estas ligas vem fei-tas por natureza , e os oleiros se servem da argilla t a l , qual a natureza lhas a p r e -senta : da qui vem a difíérenca da louça de diversas Províncias , como as gredas escuras d e N o r m a n d i n , as da Bretanha , q u e tiraõ sobre o a z u l , as de Beauvais , que saô amarelladas , tirando hum pouco a r o x o , as de 8. Fargeau que saô brancas , e final-mente nas de Flandres , que mais que to-d a s , se Ghegaô á natureza to-da porcelana*

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D E B A R R O rS I M P E I . s . 21 24 D o que acabamos de dizer , se vé q u e hum oleiro , quando julga ter adqui?» rido os conhecimentos necessários sobre a natureza do b a r r o , de que se deve s e r -vir , naô está'-,ainda* no ponto de poder fazer i n d a g a ç õ e s ; parque há barros,, que.', só podem admittir hum mediocre cozim e n t o ; outros , que saô os cozimelhores , r e -q u e r e m ser cosida^ em hum grande fogo Para adquirir estes c o n h e c i m e n t o s , o oleiro deve fazer as primeiras fornadas com muita a t t e n c a õ , e examinar o estar do das obras , para se c o n d u z i r e m m e -lhor nas fornadas seguintes. Mas q u a n d p o olei:o se estabelece em hum l u g a r , aonde se costuma trabalhar em certos barros , está dispensado de fazer as experi-enciasde que acabamos de fallar r aprovei-tando-se das que tem f e i t o , os que usào d e trabalhar nelies

25 Nas bordas do bosque de Orieans , h a hum lugar, q u e se chama Nibelle , o n -de ha muitos o l e i r o s , que fazem vasos de huma argilla bem pura , que cozendo-se fica preta , e naô podem ir ao fogo. Esta louça he de hum tecido muito fe* c h a d o : e assim para as utensis d e c o -zinha misturaò h u m barro b r a n c o , e magro com esta argilla ; mas a água t r e s -passaria estas louças se naô fossem en^ yernizadas.

(28)

»2 A R T E D O L O U C E I R O

3.6 O trabalho dos oleiros h e pouca

m a i s , ou m e n o s , o mesmo em todas as Províncias, o n d e se trabalha era barro, E assim a vou explicar com indíviduaçaõ a pratica dos oleiros de Paris , e quando h o u v e r occasiaò farei n o t a r e m que elle* differem de outras pr.rtes.

A R T I G O I,

'Trabalho da louça , segundo o uso de Paris,

Oi

'S oleiros de Paris tiraõ seu o barro d e Gentillis, ou Areueil os q u e o eavaõ , seguindo as veias do barro b o m , o tiraõ e m pedaços quasi cúbicos , e vai para casa dos oleiros em c a r r o s , como vem o c a s c a l h o , ou pedras.

28: Quando os oleiros o r e c e b e m , Iam» çaõ-n 0 em c o v a s , onde fica m a i s , ou m e n o s tempo para invernar ou apodrecer, c o m o se diz em outros lugares; de sorte , que o barro , que foi cavado n o Outono , fica na cova todo o I n v e r n o ; e h e tanto mais fácil de trabalhar , qnanto mais tempo está na cova. Em alguns lugares , os oleiros deixaô ao ar o seu b a r r o , e o m o -vem com enxadas todo o Inverno , por fste meio o fazénj mais duçtiyel.

(29)

D E B A R R O S I M V t E à. i 5

29 Este he o 1068,1110 baf-Vo tjíre' serve para fazer i-adrilhoe , è obras d e ioáça. Com tudo elle he mais preto $ ou mais branco * conforme a profundeza ^ de que foi tirado r há alguns, que vem misturados c o m estai duas côfes , e este se julgar hikm pouco m e -lhor que os outros porém tòdüá se g a s t a i

sem distincçaó em louça , e em Jadriib©.*. Começo agora a explicar o que fcespèita aos ladriihos.

A R T I G O II.

Dos ladriihos, e modo de amassar o barro , com que elles se fazem*

30 V ^ U a n d o se tiraõ da cova pedaços grandes de barro , he preciso corta lios eni p e d a ç o s , mais pequenos possíveis. Para isso se põe huma taboa A fig. 1. est. í . sobre huma celha : os oleiros chamaô a s -sim huma pequena celha B sem fundo em huma ponta.- lança-se nesta p e q u e n a tfelha Seis baldes de água com p o u c a dif-f e t e n ç a , depois se põe hum bolo d e bàrrò' sobre a taboa j<f, que dissemos áe DÍtonh* sobre a ponta sem fundo da celha £. O Oleiro corta em pequenos pedaços ister bòíov d e barro c o m huma faca d e

(30)

j&4 A R T E D O L O . U C E I R O

dous cabos D fig. 2 ; e logo q u e vai cor-tando O barro o , v a i l a n ç a n d o na água da celha .• o h a r r o , que se pôs d e t a r d e a hu-m e d e c e r , na hu-manhaã seguinte está behu-m b r a n d o , para se poder t r a b a l h a r ; porque bastaõ oito horas para ficar sufficiente para o t r a b a l h o , sendo p e q u e n o s os p e -daços.

3 i As aparas das o b r a s , que ainda naô foraô cozidas , se misturaô com o barro no-vo ; este barro das. a p a r a s , que já tem a liga da a r é a , e já foi posto e m c*n.ada a m a s s a d o , e trabalhado , ajuda a trabalhar melhor o 4}arro novo.

3a O barro , de que usaô os oleiros de P a r i s , ou venha de Areueil, ou Gentillis,

h e muito g o r d o , e por isso naô pôde ser-vir sem liga : h e preciso ligallo com a r é a para diminuir-lhe a força, e fazello assim encolher m e n o s . Talvez seria mais e x p e d i e n t e , e mais econômico trabalhar p barro com a máquina representada na a r t e de fazer os pitos ; mas segundo o u s o dos oleiros , se faz está mistura amasr sando o barro com os pés. Para i s t o , os oleiros de P a r i s , costumaô misturar duas celhas de barro n o v o , h u m a de a p a r a s , se as h á , e cinco cestos d€ aréa : dimínnindo-se a aréa , ficaõ mai<

(31)

D E B A R R O S I M P L E S . a5

trabalhar. Seja como for, os barros de

Bel-leville e Areueil ambos saô bons , e finos,

tem poucos seixòs; sua côr tira a ama* rella. ( 1 )

53 Para fazer huma a m a s s a d u r a , se começa estendendo aréa sobre toda aquella porçaõ do p a v i m e n t o , qué o c c u -pará a camada ; reserva-se só hum cesto para o que adiante d i r e m o s ; esta a r é a , que se precisa misturar com a argilla, também embaraça ao barro apegar-se. Tir ra-se das c e l h a s . o barro das a p a r a s , q u e estava h u m e d e c e n d o , como o novo ; es-tende-se sobre aréa e m c a m a d a ; porque como este barro he mais facij de a m a s s a r , q u e o n o v o , p õ e - s e ' n o l u g a r , em que O barro se naô amassa também. As duas celfias dé barro novo saô distribuídas pela c i r c u n f e r ê n c i a , e por cima se lança h u m bocado de a r é a , da qual se reserva só meio cesto para o uso , que adiante se dirá.

34 T r ê s celhas de barro bem p i s a d o , bastaõ para fazer q u i n h e n t a s t e l h a s , e viriaò a fazer dous mil ladrilhos pequenos.

( 1 ) A arca para os tijpllos deve ser mais grossa , c sem mistura de terra ; a que se lança na água , e náô a tolda he' a, m e l h o r ; a dos montes he pre-ferível á dos r i o s ; se esta estiver carregada de pedra.

(32)

a 6 A R T E DO L O Ü C Ê I R O

Estando o barro d i s p o s t o , como já disse-m o s , o adisse-massador descalço se chega ao m o n t e de b a r r o ; a s a i postura he , com a m i ò esquerda firmada sobre o joelho e s q u e r d o , e porque o barro e s c o r r e g a , para naô cahir tem na maô direita hum p á o , em q u e se firma. Separando entaõ

das bordas hum pouco de barro c o m . . o p é esquerdo o despega , e lança fora do m o n t e , dá hum p e q u e n o passo adiante , e faz o m e s m o ; de sorte q u e andando em roda de todo o m o n t e , e separando em cada passo quatro , ou cinco pollegadas d e b a r r o , ga-nha pouco a pouco o c e n t r o ; o n d e /fica pouco barro , p o r q u e elle tem separadq para as bordas a maior p a r t e . Como o do meio fica n.ais mal a m a s s a d o , elle acabada de a m a s s a r , e separar o b a r r o , q u e ahi fica ; com huni ferro próprio corta em pedaços este b a r r o , e o tira com as mãos com facilidade , por-que se despega por causa da aréa , por-que estava por baixo , e o distribue por todo o m o n t e . D e p o i s de se ter tirado o barro^' que está n o meio da camada fica huma coroa de dous círculos concentricos ; mas com a mesma peça de ferro corta as bordas da c a m a d a , e as lança no m e i o , depois amassa deste barro', c o m o fez íl primeira v e z , e depois d e acabar esM

(33)

D E B A R R O " S I M P L B S . 27 manobra , naô tira mais o do meio : porém depois de ter cortado o barro com a peça .de ferro , elle o ajunta com a rnaó , e o

põe no meio ; depois o amassa de novo t e r c e i r a , e ultima v e z , estendendo o barro mais do que nas camadas p r e c e -d e n t e s , para assim ficar mais -delga-do na camada. 'Feito isto ', está artassado , e em terhios de servir , como vamos explicar.

35 Para aprcmptár assim três pequenas pelhas de b a r r o , hum h o m e m vigoroso precisa ao "menos quatro horas : depois amontoa o b a r r o ; e entaõ está era ter-mos de servir.

56 Como he de muita importância para a louça o distribuir-se igualmente por to-da a m a s s a , o b a r r o , que se mistura hum com o o u t r o , ou a argilla com a a r é a , e que as differentes misturas façaô h u m todo uniforme , os oleiros , para sé c e r t i -ficarem d i s t o , cortaõ o barro com h u m arame de l a t a õ , e examinaõ se a cor está uniforme em toda a extensão do g o l p e , e se ha lugares mais brilhantes , que ou-tros. A uniformidade prova que os diffe-r e n t e s badiffe-rdiffe-ros estaõ bem mistudiffe-rados , e que o todo está bem a m a s s a d o : nós lu-gares brilhantes está a argilla mais pura.

(34)

2§ A R T E D O L O U C E Í R O Como se rnoldaõ os ladrilhos^

3j \.JS Ladrilhos se poderiaô m o l d a r ,

c o m o dissemos na arte de fazer tijoilos, do mesmo modo que a t e l h a , e o tijollo.:

Os telheiros naô fazem de outro modo os tijoilos, ou chamados ladrilhos de te-, l h a , para os distinguir dos ladrilhos de de louça , que saô muito melhores , e traba-lhados mais proprianiente do q u e os d e telha, ou tijoilos. Os oleiros daô a figura quadrada em hum molde de páo aos ti-joilos , ou ladrilhos que chamaô de for-r nalha. Elles também fazem em hum mol-de inferior fig. 3 , os ladrilhos para os ceí. leiros , ou quartos , q u e r e q u e r e m pouca a t t e n ç a ô ; elles naô os aperfeiçoa© , n e m aparaó como a q u e l l e s , que se destiuaõ para sallas , e quartos acceados ; mas por este methodo a superfície dos ladrilhos , naô he bem dirigida , os ângulos muitas vezes ficaô rombos , e o barro naô fica suficientemente comprimido.-por isto h e que nos ladrilhos de salla, os oleiros se aper-feiçoaõ mais.

38 He v e r d a d e , que elles começaò. m e t t e n d o o barro em hum m o l d e , se-gundo o t a m a n h o , q u e devem ter os la-* drilhos para as peças de b a r r o , q u e c h a

(35)

-£ ) E B A P . n o S I I W P L E S Í 29

Ifiaõ de c u l u m n a s : mas depois q u e o barro está meio seccc>, elles b batem , e comprimem muito. D e s t e modo perdem os ladrilhos a figura regular, que o molde lhe tinha dado , e isto os obriga a cortar p o f hurn calibre d e f e r r o , que os oleiros c h a -mnõ molde •• este calibre , ou padraó de fer-ro he cortado r e g u l a r m e n t e , segundo o ta-m a n h o , e figura, que se quer dar «os Ladrilhos. Tudo isto se fará claro pe!as indagações, em que vamos e n t r a r ; nias convém fazer antes n o t a r , que supposto se possaô fazer ladrilhos triangulares , drangularescom dous,cantos obtusos , qua-d r a qua-d o s , l o n g o s , etc. ÍSíaõ se fazem senaô q u a d r a d o s , ou deseis panos fig. 3 , e tam-bém alguns meios tijoilos para ossocaicos das fornalhas $ dOs muros , ou outras cousas. Estas duas qualidades t e m a van-tagem , que os ladrilhos de hum mesmo ta-m a n h o se uneta-m exactaraente huns aos outros sem deixar Vfcuo entre e l l e s ; se fos-sem de sinco faces ficaria entre elles v á c u o , que seria preciso e n c h e r ; e aliás sendo os ângulos t agudos > com facilidade

se quebrariaò.

5g Sendo outogonos , ou de oito fa-ces , nefa-cessariamente e n t r e quatro ladri-lhos , l í c a hum espado q u a d r a d o , que h e preciso encher com h u m i a à r i l h o p e q u e n o . Só se fazem estes ladrilhos d e oito faces «

(36)

5o A R T E D O L O T T C E I R O

quando o ladrilho p e q u e n o he d e côr dif-ferente dos g r a n d e s ; taes saô os ladriihos p r e t o s , e b r a n c o s , que fazem os q u e trabnlhaõ em m á r m o r e . T a m b é m vi em algumas Províncias ladrilhos , q u e sendo Cobertos de verniz d e differentes c o r e s , formavaó huma boa vista. Variando a fi-gura dos l a d r i l h o s , e a côr pelo v e r n i z , e também a sua p o s i ç ã o , se podem fazer muitos r e p a r t i m e n t o s simétricos : disto fallarei a d i a n t e ; p o r é m , c o m o os ladrilhos de qualquer figura se fazem do m e s -mo m o d o , vou explicar com individuaçaõ ^ como os oleiros fazem os ladrilhos hexa-gonos ou de seis faces.

4o O oleiro começa fazendo no mol-de hum granmol-de ladrilho q u a d r a d o . E s t e molde he hum caixilho de páo q u e faz os ladrilhos mais grossos do que devem s e r ; naõ só p o r q u e d i m i n u e m , quando seccaõ , mas também , porque ficaô mais delgados quando se batem.

4r Para moldar os tijoilos , tem o oleiro h u m a taboa grossa a b , est. 1 fig. 4 , q u e está posta sobre cavalletes f o r t e s , e põe n o meio desta taboa huma pedra dura e u n i d a , ou hum pedaço de p á o g , de três ou quatro pollegadas de grosso , que tem differentes nomes ; em alguns lugífres se chama urquain, na ponta deste pedaço d e

(37)

D E B A R R O S I M P L E S . 3r

páo dd está posto hum vaso cheio de água ee , e sobre o vaso hum instrumento de páo que chamaõ plaina ffe (por diante está o caixilho , ou molde gg. Alguns põe da parte esquerda do woldador" hum bò-lp de barre h , destinado para e n c h e r o molde : tam.bem se põe nhi o birro , q u e se tira. com aplaina ^ ' O u t r o s tiraõ só a

quantidade , que caressem , de hum monte de barro H, que está sobre o soalho , perto delles. A'direita do nioidador está hum rnonte de aréa i , e se deve ter sobre, a meza h u m lugar £., para se, porem as obras já moldadas.

4a O moidadori-posto adiante d a h i e s a , toma com a maõ esquerda h u m . b o c a d o de aréa , e a espalha sobre a mesa , ou

so-bre o pedaço de páo g, íig. 4 >, põe por cima o molde também esf. e g á d o n a a r é a ; depois o e n c h e de barro comprimindo o com a ssm à o s o míris que p ô d e ; porque

este barro deve ser mais d u r o , do que se servem os tilheiros. Depois de estar o molde bem cheio por todas as partes., o moldador toma aplaina / / figv4. nifâUia-a nnifâUia-a águnifâUia-a , e pegnifâUia-ando I\H\\R com. ambas as màos , a passa fortemente por cima do m o l d e , para tirar todo o b a r r o , que ex-c e d e á giíossura, que deve t e r ; depois p e g c a d a no molde por hum dos. cantos o

(38)

3à A R T E D O L O Ü C E I S C »

puxa para s i , e metté a maô esquerda por baixo da-peça , para a soster a põe so-bre as outras k fíg. 4 , e c o m o este barro h e amassado d u r o , se pôde passar de hum lugar para outro em as màos sem ficar com defeito. A pouca aróa , que fica por baixo da peça , basta para rtaô a deixar riegar n . outra sobre qüe sepôe.

43 Depois de t e r e m e n d u r e c i d o al-guma cousa as peças , ou ladrilhos , qué se tem tirado do molde s e l a n ç a õ em hu-ma espécie de taboletas feitas de varas á maneira de caniços , para o ar lhe dar de todas as p a r t e s ; e seccallas por cima sepôe huma coberta de taboáSvparã a chuva os n a õ m o j h a r .

44 Q u a n d o estaõ já meios seccos sé Vtraô debaixo para cima para s e c c a r a p a r t e , que fica por baixo a polia no mes-m o gráo de seccura, q u e a de c i mes-m a .

45 Em quanto estes ladrilhos estaõ" ainda flexíveis sepôe sobre hum bancd forte huns sobre os o u t r o s , e se batem com a parte chata do masso. Depois d é batidos assim os ladrilhos , se tornaõ a pôr sobre as v a r a s , aonde ficaô mais ou menos tempo , conforme o calor do ar. Logo que o oleiro os julga sufficientem e n t e s e c c o s , os tira das viras sufficientemas c o -imo o exterior sempre está mais secco*

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D E B A R R O S Í M P L E S 5 3

cfue o i n t e r i o r , québrar-se-hiaô, se ácasõ Se tornassem a bater neste estado. P r e -víne-se este a c c i d e n t e p o n d o - o s em pilha j hüns sobre outros cinco ou seis dias ^ para amolecer as superfícies , que estavaõ s e c c a s ; estas pilhas se fazem em hum quarto baixo , e alguma cousa humidoj Além de que o ar humído deste lugar abranda a superfície das obras feitas ,?e a humidade do seu interior se commu-nica á superfície, que já estava bem seccai Quando se achaõ já bem flexíveis se ti-raõ d a pilha, e se tornaõ a bater com mais força fdo que antes no mesmo banco ^

e logo se cortaõ por medida certa e m quatro p a r t e s ; depois se p õ c e m pilhas de vinte cada. huma junto a huma parede , defendidos da chuva por huma coberta : quando o barro está já hum pouco secco,-se põe na ponta de hum banco pilhas des-tes ladrilhos hum obreiro posto a ca-vallo no b a n c o , pega em hum molde d e ferro est. 1 , fig. 5 , da grossnra»de cinco linhas , que está talhado em faces p r e -cisamente do tamanho e da figura, q u e os ladrilhos devem ter , e com h u m > c u tellò curvo fig. 6 , corta tudo o que e x cede a peç.t de ferro , que os oleiros c h a -maô molde. (í ) Hum bom obreiro pôde

apa-C

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34 A R T E D O L O U C E I R O

rar 1800 ladrilhos por dia. As aparas caT

h e m em h u m peneiro , o n d e se conservaõ para as misturar com o barro novo , quando se fizer nova amassadura. Q u a n d o sahé os ladrilhos da maõ do aparador , vaò já e m figura de ir para o forno , logo que es-tiverem bem seccos.

46 Seria impossível fazer o primeiro molde t a m a n h o , que depois desse quatro ladrilhos grandes ; estes assim se moldaõ e m huma forma maior cada hum s e p a r a d o , como se fazem os tijoilos d e fornalhas; com a differença porém de que os ti-joilos de fornalha , naô se batem , nem se a p a r a õ ; e os ladrilhos g r a n d e s , que se fazem com aceio saô batidos , e aparados por moldes , como os p e q u e n o s .

47 Os ladrilhos feitos c o m o acabamos d e e x p l i c a r , c a r e c e m estar bem seccos para irem para o forno : porém nào se e x -p õ e ao S o l , mas sim em -parte o n d e l h e

dê o v e n t o , ou em lugar aonde c h e g u e

o calor do forno.

48 Q u a n d o os ladrilhos estaô de todo s e c c o s , resta cozellos , o que se faz como vamos a explicar.

caixilho de m a d e i r a , em que elles formaô os la-drilhos e t a m b é m , cavados em gesso . que ser-vem para fazer com o barro defiferentes ornatos. 38 est. 1 , % j .

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D E B A R R O S I M P L E S * 36-Do forno ( i ) , edo modo de

ar-ranjar nelle os ladrilhos para se cozerem^

4q i-N A arte de telheiro , é de fazer tijoilos se Vem os fornos de que se ser-vem alguns oleiros para cozer os l a d r i l h o s : onde se pôde consultar o que nos dis-< semos a este r e s p e i t o , aqui t r a t a r e m o s s ó , de duas qualidades de fornos , de q u e se serve a maior parte dos oleiros de Pa-ris naô somente para coser seus ladrilhos t

mas também toda a qualidade de louças: de-pois fallarei dos fornos , de que se servem os oleiros dos arrebaldes de Saint Ahtaine para cozer suas o b r a s : e pôr hora fallarei só dos fornos, que estaõ mais em uso nos arrabaldes de S. Marceau\ elles vem repre.«entados na est. 1 , f/g. 7 , 8 , 0 , . JJL

fg. 7 representa o plano do f o r n o ; a fig. 8 he .1 divisão deste mesmo forno

no comprimento pela linha A, C; e a

fg. 9 he huma divisão transversal pela

C 2

-_-ç — _ " " _ > " ~! -"

( I ) Comparando todos os fornos , Conhecidos em França , Sujssa , Al cm.! ri ha e Hnllanda.os mais engenhosos para a economia da l e n h a , ,e perfeição de cozer saô os de S n e r â descriptos por W p i b l a d em limna Memória que vem no T o m . I V . da Arte d e telheiro desta obra pag. n a §. 425.

(42)

36 A R T E D O L O U C E I R O

linha G, H, da fg. 7 : A he a boca do f o r n o , ou entrada da fornalha";'* na qual se põe madeira para esquentar o í o ; n o , como se vè de A, até B, fg. 7 , e 8 ; de B, até C , he a c a p a c i d . d e interior do f o r n o , aonde se arr nj;;õ os ladr.íhos, ou a l o u ç a , que se quer c o i v r ; C, D,

fg. 8 , he hum t u b o d a c h a m i n é por onde

sahe a fumaça. Como a coinmuiúcaeaõ do interior do forno com este t u b o , para descarga da f u m a ç a , he por baixo perto do pavimento do forno em C, he p r e c i s o , q u e a corrente de a r , que entra pela boca / í , passe .10 tubo D , pelos buracos

C D e s t e modo , tendo seguido a curva*

tura da a b o b e d a , até perto de AI, fg. b ; o ar q u e n t e desce ao longo das paredes do tubo da c h a m i n é , que se chama

Lin-güeta , ( 1 ) para ganhar os buracos , q u e

es-tão em C , e tornar ao tubo O, D. Por esta construcçaó , que h e bem entendida , o calor se distribue^muito bem por todo o comprimento do f o r n o : mas como he mais estreito na sua entrada K , / fg. 7 , do que no f u n d o , os lados em G , / / n a ô r e c e b e m tanto calor , como no m e i o ; mas

"• ( 1 ) Lingueta . he a separarão dos ladrilhos,

que termina alguns fornos de loura , por baixo da qual est,.ô as aberturas, chamadas erencaux 4p> 52 , IjO.

(43)

D E , B A t t n o S I M P L E S . 37 isto se remedeia ; arrumando lenha nos dpus, lados ,, como se, vé na fg. 7 , e c o -mo adiante explicare-mos. F, fg. 7 , he huma porta, por onde se entra no forno p a r a , o e n c h e r ; depois do f o r n o ^ c h e i o , se lapa com hurii muro de tijoilos , ' e se acc^nde o fogo.

5o Antes de m e t t e r ^ n p forno alguma louca se l e v a n t a , com tijoilos em / , íf,. até a abobeda , huma separação que tem. a b e r t u r a s , pois se deixaéntervallps erítr.e os tijpllps,,.o.u como dizem os obreiros

creriaux (.j.)» P ^ - a ' q u e p calor dó

,for-n e t e , A Bt se com,for-nj.i,for-nique o. for,for-no. Esta separação , .recebendo a .mais viva àcç-aô-do fogo , chama-se ia fiussè-tire, a qual se naõ desmancha em cada huma fornada \ pelo contrario se repara para que dmé o

mais qup for possível. , ,J:"

5\. Como a parte de diante do. forno

está tap icía. par ,/,, K,rpe]íifiuss8 tire .(.£ )

h,e precjso canêgallq, pela abertura i F , 6 coméca-se , formando as três primeiras prdens ,da, parte d«f fausse-tire , para isto.

( 1) Çreuaux, he a, abertura,, que se 6 z no f o r n o , oii para dar húnia communicaçap ao ay q u e n t e , ou*para escapar'-a- fumaça Çó } f 34.'' .-.

( 2 ) Pausse-tire, h e ' a separação da a b e r t u r a , que.formaô os ladrilhos, .separando, a fornalha da

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38 A R T E D O L O Ü C E I R O

SÜ des?nancha huma ordem de tijoilos de fornalha , que se põe de parte , c o m o se vé em a fg. 8 , e n t r e as quaes se deixa h u m a aberta de quatro pollegadas e m e i a , e se dispõe estas abertas para es-tabellebef debaixo da fornalha h u m a cor-r e n t e de acor-r q u e n t e , de modo , que pela suhtiíeza do ar e s q u e n t a d o , suba sem-p r e melhor á abobéda. Sobre estes ti-joilos se arranjaõ as pilhas d e ladrilhos, q u e se põe d e i t a d o s , como se vé na

fg. 7 , de m o d o , ' q u e hajaõ dous dedos

d e distancia dé hum ao outro l a d r i l h o ,

e que ó meio do ladrilho da ordem

su-perior corresponda ao vácuo dos ladrilhos qa ordem inferior.

52 Depois de se terem levantado até ó abobeda quatro pilhas de tijoilos ordi-n a r i p s , se põe achas de leordi-nha 'eordi-ntre as paredes: do forno , e as pilhas de tijoilos : depois se arranjaõ sobre o pavimento do forno , ps tijoilos de fornalha , e por ci-ma as pilhas de ladrilhos de S a l a ; aca-niaô-se nos lados'a.•? achas de lenhí. . c o m o se vé frg. 7 e ajém de huma ordem d e fichas pm pé „ que atravessaò o f o r n o , como "e vê fg. 7 , segundo a linha d e

G-, e H, e sp continua a encher o forno

pondo por baixo os tijoilos d e fornalha, # por çin^a QS ladrilhos. D e p o i s de se te*

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D E B A R R O S I M P L E S. 3g> r e n í formado d u a s , ou três 'pilhas , se põe achas d e ' l e n h a entre as pilhas d e fijollo, e as paredes do f o r n o , além dis-to sepôe huma ordem de achas sobre a parede do fundo do forno, q u e se,

cha-ma LiiiQrieta. Ouando as achas de lenha . Cjue se põe de pé naô tem o c o m p r i m e n t o sufíiciente para cocar na abobeda do forno per naô perder lugar , se põe por cima la-drilhos de sala dos maiores. Continua-se , corno temos explicado , até chegar á aber-tura F, fg. \o ; para formar as ultimas ordens se põe sempre tijoilos de fornalha : as pilhas de ladrilho ordinário , e as achas , c o m o já dissemos ; porém por naô

fe-char a entrada F, se c o m e ç a , e n c h e n d o primeiro o lado opposto á abertura , e se acaba por esta mesma abertura Z,, q u e se fecha por huma parede de tijcllos, c o m o já dissemps.

53 Em hum forno semelhante ao q u e se r e p r e s e n t a , q u e tem dez pés d e K , a L , e sete de K, a / , para cozfer os ladrilhos se gasta carga e meia de ma-deira tanto para arranjar e n t r e os ladrilhos como para a tempera ( i ) , e 'huma -ca*

C O Entendese aqui por tempera aqu«l.le p e -queno c a l o r . que se chega k louça 36 horas p r íj

meiro a esqueatalla só para depois lhe chegar fo-go forta.

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4o A R T E D O L O T J C E I R O

mada de lenha rachada para queimar na fornalha A, B , e fazer o cozimento da lou-ça ; a isto chamaõ os oleiros Ia chasse. ( 1 )

54 Os que se l e m b r a r e m , do que dissemos na arte d e t e l h e i r o , veraõ que h e preciso primeiro e s q u e n t a r o forno cora hUm p e q u e n o fogo d e páos gros-. s o s , que façaõ mais f u m o , do que cham-, ma. Por m a i s . s e c c o q u e pareça >;o barre,

h e preciso lançar fora ainda muita hu-midade no forno: se esta dissipaçaõ se apressar , o barro se quebrará , indo po-r é m de v a g a po-r , dissipa-se a humidade sem fazer estrago. Este p e q u e n o fogo , he que os oleiros chamaõ h u m e d e c e r , talvez porr q u e a louça com este p e q u e n o calor se faz huniida.

55 Accende-se hum p e q u e n o fogo de páos grossos na boca do fornalha entra

A, e B, f/g, 7 e 8 : isto se continua

trinta e seis ho.as , paia q u e as obrasse esquentem pouco a p o u c o , e percaô a ha:, lida d e , qi.e lha r e s t a , ainda que oi tijoilos pareçaô b t m seccos q u a n d o se m e t i e m 110 forno. Nas áo7.e ultimas horas augaienta se hum pouco o fogo, e depois se faz no mesmo lugar hum grande fogo

( I ) CJmsse ; qrnnde fogo de chama , q u e sa faz. no fim do cozimento com feiches de lenha t

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D E B A R R O S I M P L E S . - 41

de lavareda com lenha secca , e se c o n -tinua por s e t e , ou oito h o r a s , os p á o s que se metteraõ pelos lados , e e n t r e as pilhas dos ladrilhos, se queimaô t a m b é m e contribuem para ficarem prefeitamente cozidos. Finalmente naò se põe mais lenha, na fornalha , e se lhe tapa a boca c o m huma chapa de ferro , para ir esfriando pouco a p o u p o , passados 7. ou 8 dias ti

se -tira a louça do forno. A R T I G O III.

Das obras de ladrilhoi

56 V j O r a o em Paris as obras de la-drilhos fazem parte do officio de O l e i r o , h e preciso fallar aqui dellas.

57 Nos lugares aonde h a g p s s o , t o d a s as obras de ladrilho se fazem com elle ; mas aonde o naô h a , se ladrilha com argamaça de c a l , e aréa , bptume , ou al-gumas vezes com huma mistura de ar* g a m a ç a , e g e s s o ; naô fallo aqui de h u m máo modo de ladrilhar , de que usaõ os paisanos, assentando os ladrilhos sobre a argilla bem amassados com bastante aréa, para naô encolher tanto o barro.

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4 l A R T E DO L O U C E I R Q

58 Q u a n d o se tem d e ladrilhar com argamassa , he preciso em beber bem de água o ladrilho logo ao sahír do f o r n o : sem esta precaução o ladrilho a t r a h e a água da a r g a m a c a , e em lugar de tomar corpo se d e s c o m p õ e , e se torna quasi em aréa pura.

59 Como a argamaca se pega-menos a o barro d ò que o g e s s o , alguns mandaô fazer por baixo do l a d r i l h o , r e g o s , ou buracos com hum pedaço d e p á o , que se m e t t e por baixo do ladrilho depois de o b a t e r , porém isto naô está em uso.

60 Em Paris todas as obras de ladrilho se fazem com gesso; m a s , c o m o o gesso vivo incha m u i t o , quando se usa dtdle p u r o , por isso vem estas obras a ficar com defeito. ~ Pôde-se prevenir este in-c o n v e n i e n t e , ou misturando o gesso hum pouco molle com c a l , ou ladrilhando por c a m a d a s , e naô pôr outra em q u a n t o naô seca .1 p r i m e i r a ; ao menos se deve evi-tar pôr o ladrilho encostado á parede de e n c o n t r o , e se deverá deixar alguns pés em roda sem ladrilhar até o gesso dos la-drilhos do m e i o , ter acabado de i n c h a r : h á bons ladrilhadores , q u e tendo pre-c a u ç ã o , pre-chegaô a ladrilhar pre-com gesso s ó , e a sua obra hè m e l h o r ; mas pela a maior parte os ladrilhadores misturaõ o pó d e

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D E B A R R O S I M P L E S . 0

carvaõ peneirado com o gesso, para elle naô inchar t a n t o ; quanto rnais pó lhe ajuntaõ, menos t e m e m , q u e l h e i n c h e o gesso ; e assirn ladrilhaõ com mais facili-dade ; porque o gesso assim naô pega com. tanta promptidaô , e elles naô gastaõ tanto ;é isto he utilidade sua , porque elles m e s m o s daõ o gessO. Por todos estes m o -tivos ajuntaõ elles tanto pó de carvaõ ao gesso , que elle naô toma corpo', e quasi n a ô se pega ao ladrilho'}, ao contrario po-r é m o gesso pupo-rp se pega tanto ao bapo-rpo-ro cozido , que se nao p o d e m Separar dous ladrilhos, estando unidos hum ao outro com gesso. Seria melhor em lugar do pó d e carvaõ rnisturar aréa boa , que faz cor-po com o g e s s o , e também d n a ô ' d e i x a inchar t a n t o , c o m o se fora" ó gesso vivo.

61 E u vi hum b o m l a d r i l h a d o r , q u e pm lugar do po dp carvão ajuntava ao gesso ferrugem de chaminé ; esta mistura naô deixa p gesso prender com tanta prom-ptidaô , e assim tinha elle tempo de as-sentar melhor os ladrilhos, Disse-me ella que este gesso assim naô inchava t a n t o , e me p a r è c e o , tjue elle ficava muito d u -r o , e muito a d h e -r e n t e aos Jad-rilhos; e por isso p e n s o , que se deve adpptar este m e t h o d o , aonde i*a g e s s o , e ferrugem

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44 A R T E D O L O ' U C E I R O GQ. Quando o gesso he r a r o , e a

fer-rugem diffiçil , se pôde . segurar bem o ladrilho com huma mistura de gesso, e argamaca de c a l , e a r é a , ou b e t u m a . Esta espécie de- argamaca bastaraa ,. que os nossos obreiros chamaõg-ic/zz'.*-. ( 1 )

in-cha pouco ; com o tempo se torna muito.du»

-ra ; e como se demo-ra em inchar , pode o ladrilhador com facilidade assentar os seus ladrilhos.

63 E m Paris os pedreiros saô o>_ que faaem o lugar em que se devem as-cintar, os ladrilhos ; mas nas Províncias os ladri-l h a d o r e s , põe ao n í v e ladri-l , e apromptaõ o pa-vimento , e lugar em que haô-de a s - e h u r os l a d r i l h o s , ou tijoilos , elles o faz.^m ordinariamente espalhando carvaõ . moido na p a r t e , e depois assentaõ em cima hu-ma regua com hum nivel. Logo que o lu-gar está pronipto lançaõ por cima dõ pó huma água de gesso .muito clara , para lhe dar alguma consistência.'

64 Qs ladrilhos fieaõ mais s e g u r o s , quando se assentaõ sobre o gesso p u r o , ou sitnplésmente misturado com húma pouca de aréa b o a ; mas deve-se assentar 6 ladiiiho depois do lugar estar s e c c o ,

(1) Gticl/is espécie dé'argamassa , ou misturr de huma porçaô de gesso. em jpo com argamassa de cal, e arôa. 62

(51)

D E B A R R O S I M P Í . E S . 45

e o gesso ter acabado o seu effeito, h u m assento da argamaca de c a l , e aréà t a m -bém he b o m ; e o peior m o d o , he o d e assentar 0 ladrilho sobre "o p ó de carvaõ puro , que sendo comprimido , se a b a t e , é,

se desordena com facilidade; por naô po* der dar hum assento sólido aó l a d r i l h o , ou tijollo.

65 Em algumas Províncias se prepara o pavimento com tufo^ b r a n c o , que se passa por grades , ou canissos , humed< -ce-se hun\ p o u c o ; para que sendo batido tdnre alguma firmeza.

66 Em outro tempo se carregavaõ m u i

-to os pavirtien-tos; porém agora , cpmo os carpinteiros põé a madeira bem desemp e n a d a , e igual na grossura ; r e c o m m e n -da-se aos ladrilhadores , que naô ponhaõ muita carga por naô pezarsobre as vigas.

67 Quando os quartos ou c e l l e i r o s , que se querem ladrilhar tem o assento p r e p a r a d o , o ladrilhador estende h u m a cprda por todo o comprimento da peça , e põe por cima do gesso, ou a r g a m a c a , huma ordem de tijoilos , examinando sem=

pre se vai d i r e i t a , e ao n i v e l , porque esta primeira ordem he a que regula as outras ; pois , sendo todos os ladrilhos , ou tijoilos feitos exactamente do mesmo ta-m a n h o , forta-marão ordens i g u a e s , e b e ta-m

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46 A R T E D O L O U C E X R O

d i r e i t a s , se o ladrilhador os põe d e m o d o , q u e naô haja junta. Com tudo se por de-feito do o l e i r o , ou do ladrilhador ficarem as ordens alguma cousa c u r v a s , se r e m e -diará esta falta, deixando h u m a j u n t a , ou e m e n d a na curvatura. isto sempre h e h u m defeito, mas pouco sensível, quando a curvatura he pouco c o n s i d e r á v e l , e q u e se indereita pouco a pouco. Como esta primeira ordem , ou fileira d e v e di» rigir todas as m a i s , logo que estiver bem assentada , se deve r e c o m m e n d a r o naô andar sobre ella pela naõ desordenar. Põe-se depois as outras fileiras, d e sorte q u e hum dos ângulos que falta no tijollo, q u e se põe se assenta no angulo , q u e en-tra dos tijoilos, que estaõ postos na fi-leira , deste modo vem a formar linhas

oblíquas.

68 Os ladrilhadores conservaõ o nivel em toda a extensão ào pavimento por h u m modo bem simples , e e x p e d i e n t e ; põe hum bocado de g e s s o , ou argamaca n o lado dos ladrilhos , já p o s t o s , t e n d o o cuidado,de que fique a argamassa de h u m a grossura i g u a l ; se usaõ do gesso pôe só em h u m a e x t e n s ã o , que occupe oito tijoilos ou ladrilhos , para terem tempo de os pôr em seu lugar antes do gesso , indurecer m u i t o : a s s e n t a õ , por cima dos ladrilhos

(53)

D E B A R R O S I M P L E S . 47

I

jostos, huma régua d e páo de duas pol-egadas de grosso e três e meia de l a r g o , e lhe batem fortemente. Levàntaõ com a maõ esquerda esta r é g u a , e batem sobre os ladrilhos até ella assentar igualmente 6obre todos. Fica e v i d e n t e , que as p o r r tas por ultimo estaô ao nivel depois da ré-gua assentar em todos iré-gualmente ; o q u e se faz com facilidade pelas pancadas fortes , que fazem enterrar os tijoilos pelo g e s s o , ou argamaca. Se alguns fogem da direcçaô, se abatem muito por falta do gesso , o ladrilhador as levanta com a c o l h e r ; tira o gesso que estava por baixo, e põe ou-tro tijollo , que fique sem defeito. Final-mente , tendo acertado cs ladrilhos, rapa com o corte da colher o gesso ,\. ou arga-massa , que sobra por cima d elles , e põe outra vez ao lado dos tijoilos hum bocado , como acima se disse em extensão q u e occupe só 7 , ou 8 , tijoilos, que põe d© novo , e assim segue até acabar. Indo a encontrar na parede pôde entaô misturar carvaõ em pó com o gesso , para que elle naô i n c h e ; porque aqui naô estaõ s u -jeitos a sahirem do seu lugar como nó meio.

69 Os ladrilhadores e n c h e m as j u n t a s , q u e ficaô entre os l a d r i l h o s , postos al-gumas vezes Com gesso misturado c o m ar*

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48 A R T E D O L O T J C E I R O

gamaça d e cal bem dura , que lançad com força efltre as juntas q u e ficaõ; ou-tros lançaô sobre os ladrilhos água com gesso muito liquida. Tira-se o gesso , ou argamaca que se acha por cima dos la-drilhos , esfYegando-oscom a r é a , ou com palhas , e depois d e bem limpos se pin« t a ô c o m óleo . põe se lhe cera , e esfregaõ. Os tijoilos de ladrilhar como se gastaõ, e ficaõ com covas pelo l u g a r , por onde se a n d a , e mesmo ao varrer por serem as vassouras c o m m u m e n t e de alamo por evi"? tar este inconviniences. e untaõ com san-gue de boi , que lhe dá huma solidez muito durável. Em algumas províncias se jnvernízaõ os ladrilhos , c o m o a louça , formaõ divisões bem agradáveis , que va-riaõ por muitos modos. ( i )(

1 ( i ) Com ladrilhos de duas cores só assentados com differentes posições , se podem formar muitas vistas agradáveis , o Author assevera que sôpodem fazer até 86 variedades.

(55)

ÜDE B A R ttOjSí IVI_?É E S . 40

A R T I G O

ÍV-•Modo dè fazer òs differentes vasos f

e utensis dè casa com o mesmo barro, que serve para fazer

os ladrilhos.

70 \J$ oleiros d e Paris para fazerem differentes obras sé Servem ào m e s m o

barro dos.ladrilhos; só daõ a preferencia a certas veias onde a argilla he mais-b r a n c a tirando hum pouco somais-bre o ver-melho aqual os oleiros chamaõ bom b a r r o ; tira-se de Areueil, e de Kahvres, c o m o para õ ladrilho ; ligaõ-na com a m e s m a a r é a , e na ,mesma q u a n t i d a d e , q ü è para os ladrilhos. Como se amassa c o m mais c u i d a d o , naõ se pôde pór a amassar mais de huma c e l h a , ou quando m u i t o .duas d e barro por cada vez. , , „j.v

71 Alguns o l e i r o s , depois do barro a m a s s a d o , íançáõ h u m torraô sobre h u -ma mesa grossa , e o batetij com hum -maço

d e ferro , como se faz no barro de pitos , e .esta operação h e müíto boa», porém .ainda ^que elle tenha sido amassado , é b a t i d o ,

n e preciso repassallo pelas' màos "pára ,lançar fora algumas, p y r i t e s , e p e d r a s ,

(56)

6 b Á à t È D O L O U C E I H O

que possa tér ao q u e c h a m a õ vogUêr(i } Para este fim amassaõ o barro sobre a m e s a de m o l d a r , c o m o fazendo huma p a s t a ; elles ajuntaõ depois hum torraô grande , é passando alternativamente a palma dâ maô sobre este b a r r o , tiraõ de cada vez huma camada b e m d e l g a d a ; e assim com facilidade e n c o n t r a õ os corpos e s t r a n h o s , e os lançaõ fora. Depois de t e r e m assim passado ótítro tanto , como o volume de huma libra de m a n t e i g a , amas-saõ ésté torraô que daõ a figura de hum eylíndrô , dividem-no e m d o u s , e tendo h u m a à m é t a d e ehi cada maô ,'^as unem b a t e n d o com Força h u m a contra a outra} depois o tornaõ à amassar d e n o v o , e re-p e t e m está manobra muitas v e z e s , e v a ô s e m p r e l a n ç a n d o fora ós corpos estranhos que encontraõ , e acaba© fazendo torrô«s d e barro m a i o r e s , ou m e n o r e s , segundo o taVnanho dos v a s o s , que elles se prop õ e fazer. Os oleiros tem differentes m o -c o s dè vogar o barro r porém todos - con-sistem , em trabalhar muito o barro para

o amassar b e m , e separar-lhe todos o s

corpos e s t r a n h o s , que nelíe se acharem ; porque* para as obras q u e elles saô obràr gádôs a dar b a r a t a s , naô p o d e m fazer a»

(57)

D E B A R R O S I M P L E S . 5 I

despezas de lavar seus barros , e de os passar pela peneira ( o u por huni crivo feito de arame de lataõ fino) como fa-zem os que trabalhaõ em louça fina. A operação de vogar he trabalhosa ; porque para a maior parte dos utensis, que fa-zem os oleiros, se deve amassar o barro muito mais duro do que para os ladrilhos,

principalmente havendo-se de fazer vasos grandes , porque naô se poderiaõ suster ; e o jaarro voga-se com muito mais cui-, dado para humas obras do que para outras.

72 Das obras de oleiro , humas se fa-zem inteiramente á m a ô , como as caldei-rinhas quadradas F, fg. 10 est. 1, ou-* trás só se fazem na roda , como os vasos de flores, as tijellas, e alguidares K, fig. 1 1 , que naô tem a z a s , outras se fazem parte na roda, e parte a maô , como os vasos de três p é s , as marmitas fg. 1 2 , os escâl fa dores fg. i3 , as caça rolas yíg. 14» o corpo das quaes se faz na r o d a , e os pés , azas, e orelhas sé põe de fora á maô.

73 Agora cortoeço a dizer alguma cousa sobre o trabalho da roda , ou torno; tam-bém explicarei como se acommodaõ nella differentes peças ; depois darei alguns exemplos das obras , que se fazem intei-ramente á nsaõ.

(58)

òz , A R T E DQ L O Ü C Ê I B O

Do modo de fazer os vasos na rodai

74 A T A duas espécies de r o d a s : h u -ma h e de f e r r o , e esta he verdadeira-m e n t e a roda de oleiros ; e outra h e d e

tpáo e se chama o torno. Quasi todos os

oleiros de Paris se servem dellas ; p o r é m adoptaraõ a dos oleiros de louça fina vidrada.

75 Descripeaô da roda de ferro aa Estt

x , fg. i 5 , he o meio da r o d a , que t e m -a pequena roda bb, era alguns lugares se chama gimble T sobre o qual está a obra

,cc, em que se trabalha. No meio aa, se ajuntaõ os raios da roda dd, que saô

d e ferro. Nesta figura só se vem dous ; porém a roda tem s e i s , . c o m o se vé na fi* g.ura 16. Estes raios vem dar e m h u m circulo d e f e r r o , ou a m b o s , cuja gros» ,sura só se vé aqui representada pela li-•ilha ee 'T o meio aa , diminue de grossura

em ff, e ainda mais em gg esta p a r t e , >que he cylindrica , e pontuada na figura,

h e recebida por hum buraco em h u m grosso pedaço de páo g, que fica bem seguro por .huma cruz de páo hh , e pelas prisões ii. Em primeiro lugar he preciso c o n c e b e r , que o meio aa , a parte ffr

(59)

D E B A R R O S I M P L E S » 5J5

e o cylindro pontuado g, saô tomadas em hum mesmo pedaço de p á o ; em segundo lugar que a parte cyjindrica pontuada h e recebida em hum buraco fundo , que está no centro do pedaço de páo g , no qual pôde virar; que este cylindro p o n t u a d o , que teu» a parte1 ff\ assim como este q u e

nós temos chamado o meio aa , por cima d o qual está a pequena voda bb f sobre a

qual está a obra cc. Aqui se vé , que os Tóios dd, saô oblíquos , de sorte que por suas revoluções , fprmaô hum conico coi> tado em aa; K saô as pequenas mesas , que estaõ em roda do obreiro , em q u e elle põe as bolas de barrp , de que vai fazer as o b r a s , é as mesmas obras depois de feitas, huma gamela com água , h u m calibre de ferro ordinariamente, a que cha-maõ ateliê L , he huma taboa inclinada sobre a qual se assenta o obreiro. T u d o isto se tornará mais claro lançando os olhos sobre o plano prespectivo fg. ij;

76 A he o meio da roda : b a pequena r o d a , q u e sustenta em si a obia c , rra qual se trabalha : d, os raios da roda ee% e cambas da roda : fa parte cylindiica do m e i o , por baixo do qual fica a que e s t á pontuada nafg. 1 , perto de g : h a ta-boa que esta segura aqui por huma massa d e gesso ; k as mesas p e q u e n a s , sobre q u e

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