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Tratamento de esgoto doméstico utilizando a técnica de Wetlands construídos: uma alternativa para a universalização do saneamento básico a pequenos centros comunitários

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL EM MUNICÍPIOS

ANDRÉA PAULA JARDIM CASTANHA

TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO UTILIZANDO A TÉCNICA

DE WETLANDS CONSTRUÍDOS: UMA ALTERNATIVA PARA A

UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO A PEQUENOS

CENTROS COMUNITÁRIOS

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

MEDIANEIRA 2018

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ANDRÉA PAULA JARDIM CASTANHA

TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO UTILIZANDO A TÉCNICA

DE WETLANDS CONSTRUÍDOS: UMA ALTERNATIVA PARA A

UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO A PEQUENOS

CENTROS COMUNITÁRIOS

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista na Pós Graduação em Gestão Ambiental em Municípios - Polo UAB do Município de Cruzeiro do Oeste, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Medianeira.

Orientador: Prof. Dr Paulo Agenor Alves Bueno

MEDIANEIRA 2018

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Especialização em Gestão Ambiental em Municípios

TERMO DE APROVAÇÃO

Tratamento de esgoto doméstico utilizando a técnica de Wetlands construídos: uma alternativa para a universalização do saneamento básico a pequenos centros

comunitários

Por

Andréa Paula Jardim Castanha

Esta monografia foi apresentada às 10h30min do dia 25 de Agosto de 2018 como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Cursode Especialização em Gestão Ambiental em Municípios - Polo de Cruzeiro do Oeste, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Medianeira. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________ Prof. Dr.Paulo Agenor Alves Bueno

UTFPR – Câmpus Medianeira (orientador)

____________________________________ Prof. Dr. Edivando Vitor do Couto

UTFPR – Câmpus Medianeira

_________________________________________ Prof. Dr. José Hilário Delconte Ferreira

UTFPR – Câmpus Medianeira

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Dedico este trabalho primeiramente á Deus, por ter me guiado e ser essência da minha vida.

Às memórias de meus queridos pai José e irmãos Adalberto e Adaltón sábios homens, que me incentivaram a adquirir conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

A Deus e a Nossa Senhora Aparecida que me acompanham, elementos de fé e perseverança para percorrer o meu caminho.

A minha mãe Ivone, pelos cuidados e dedicação e incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e durante toda minha vida.

A meu esposo Paulo e minha filha Adriele, pela atenção, dedicação e carinho prestados durante o curso.

A meu orientador professor Dr. Paulo Agenor Alves Bueno, pelas orientações ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

Agradeço aos professores do curso de Especialização em Gestão Ambiental em Municípios, professores da UTFPR, Câmpus Medianeira.

Agradeço aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no decorrer da pós-graduação, especialmente a tutora Olga Morelli Bandeira, por estar sempre presente durante ás vídeos conferências, aplicando as provas no decorrer do curso, sendo muito atenciosa em todos os momentos.

Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização desta monografia.

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“Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva para toda a humanidade.” (Marie Curie, 1867- 1934)

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RESUMO

CASTANHA, Andréa Paula Jardim. Tratamento de esgoto doméstico utilizando a técnica de Wetlands construídos: uma alternativa para a universalização do saneamento básico a pequenos centros comunitários. 2018. 46 f. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2018.

Este trabalho teve como temática os problemas relacionados com a ausência no tratamento de esgoto, bem como a inacessibilidade do serviço em pequenos centros comunitários, as quais por ausência de infraestrutura provocada por dificuldades financeiras, inviabilizam a construção de estações convencionais de tratamento. O esgoto doméstico quando lançado de forma in natura nos ambientes aquáticos acabam alterando a qualidade da água e disseminando doenças em populações ribeirinhas, sendo um grande problema de saúde pública para ser sanado por gestores ambientais, visto está problemática outros tratamentos alternativos menos onerosos podem ser adotados e contribuir para a despoluição das águas. A presente revisão bibliográfica aborda a ausência de tratamento de esgoto e suas consequências, assim como detalhar o processo alternativo de tratamento de esgoto doméstico empregado em outros países denominado de Wetlands Construídos, que são construções artificiais baseado nos sistemas naturais, realizados pelas áreas úmidas, composto por macrófitas aquáticas e meio suporte (substrato), devido a estas particularidades o sistema deve ser desenvolvido para cada região respeitando o clima e o bioma local. Estes sistemas são baseados em projetos de engenharia, que aproveitam características topográficas diminuindo custos com energia, pois não necessitam de bombas hidráulicas, apresentam fácil manutenção e bom aspecto paisagístico. Dimensionados conforme o fluxo e o escoamento superficial, em Wetlands de Fluxo Vertical, Horizontal e o sistema Vertical Francês de escoamento subsuperficial, que através da relação planta/solo e microrganismos assimilam compostos presentes no esgoto, transformando em biomassa vegetal. O sistema Francês se sobressai sobre os demais sistemas por apresentar menor custo de construção, pois trata o esgoto bruto e ocupa uma área menor. A eficiência de todos os sistemas estudados, de acordo com a literatura demonstra remoção de DBO, nitrogênio total, fosforo total e E. Coli satisfatória, logo pode se concluir, que o sistema pode ser implementado em pequenos centros comunitários e contribuir para a democratização do tratamento de esgoto.

Palavras-chave: Efluente doméstico. Descentralização. Acessibilidade de

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ABSTRACT

CASTANHA, Andréa Paula Jardim. Domestic sewage treatment using the constructed wetlands technique: an alternative for the universalization of basic sanitation to small community centers. 2018. 46 f. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2018.

This work had as its thematic the problems related to the absence of sewage treatment, as well as the inaccessibility of the service in small community centers, which due to lack of infrastructure caused by financial difficulties, make it impossible to construct conventional treatment stations. Domestic sewage when released in natura in aquatic environments end up altering water quality and spreading diseases in riverside populations, being a major public health problem to be solved by environmental managers, since other less expensive alternative treatments may be adopted and contribute to water remediation. The present literature review addresses the lack of sewage treatment and its consequences, as well as detail the alternative process of treatment of domestic sewage used in other countries called the Wetlands Constructed, which are artificial constructions based on the natural systems, performed by the wetlands, compound due to these particularities the system must be developed for each region respecting the climate and the local biome. These systems are based on engineering projects, which take advantage of topographic characteristics reducing energy costs, as they do not require hydraulic pumps, are easy to maintain and have good landscape appearance. Dimensioned according to the flow and surface runoff, in Horizontal Vertical Flow Wetlands and the French Vertical subsurface flow system, which through the relation between plant / soil and microorganisms assimilate compounds present in the sewage, transforming into plant biomass. The French system stands out over other systems because it presents a lower construction cost, since it treats the raw sewage and occupies a smaller area. The efficiency of all the systems studied, according to the literature, shows the removal of BOD, total nitrogen, total phosphorus and E. Coli satisfactory, so it can be concluded that the system can be implemented in small community centers and contribute to the democratization of sewage treatment.

Keywords: Domestic effluent. Decentralization. Accessibility of treatment. phytoremediation

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Resultado comparativo das buscas... 16

Figura 2: Dados Gerais do Tratamento de esgoto no Brasil ... 17

Figura 3: Classificação do sistema de Wetlands construídos... 22

Figura 4: Tipos de Wetlands Construídos. ... 23

Figura 5: Processos que ocorrem em Wetlands. ... 26

Figura 6: Representação da profundidade do Wetland Construído de escoamento subsuperficial de fluxo horizontal. ... 27

Figura 7: Wetland construído de fluxo vertical modelo Europeu ... 28

Figura 8: Sistema francês de WC de fluxo vertical. ... 29

Figura 9: Estação de tratamento implantada em 2009, Biguaçu-Sc. ... 36

Figura 10: Estação de tratamento implantada em 2005, Palhoça-Sc. ... 37

Figura 11: Desenho esquemático da estação de tratamento de esgoto da UnUCET. ... 38

Figura 12: Fluxograma e fotos dos três sistemas estudados. ... 39

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Base de pesquisa de artigos científicos. ... 14

Quadro 2: Palavras chaves utilizadas na pesquisa. ... 14

Quadro 3: Papel das macrófitas nos WC ... 24

Quadro 4: Espécies ornamentais locais estudadas na literatura. ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Requisitos de área para tecnologias no tratamento secundário ... 30

Tabela 2: Características de pesquisas desenvolvidas com o sistema de WC ... 32

Tabela 3: Descrição e eficiência dos WC empregados ... 37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ... 13

2.1 METODO ADOTADO NAS BUSCAS DOS PERIÓDICOS ... 15

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 16

3.1 DISTÚRBIOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LANÇAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO IN NATURA ... 16

3.1.1 O tratamento do Esgoto Doméstico ... 19

3.2 WETLANDS CONSTRUÍDOS ... 20

3.2.1 Aspectos Históricos do tratamento de WC ... 20

3.2.2 Aspectos técnicos e generalidades do Sistema ... 21

3.2.2.1 Especificações técnicas do Sistema de WC ... 27

3.3 TIPOS DE TRATAMENTO DE WC EMPREGADOS E SUAS CARACTERÍSTICAS ... 30

3.4 ESTUDO DE CASO ... 35

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

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1 INTRODUÇÃO

A contaminação das águas superficiais por efluentes domésticos causam um significante impacto nos ambientes aquáticos. O Brasil vem adotando meios de tratamento de esgoto convencional a fim de tratar estas águas vindas das atividades domésticas, porém o alto custo do tratamento inviabiliza o seu uso em pequenas comunidades, em decorrência do despejo inadequado de esgoto in natura nos rios, as populações são expostas a contaminação por vírus, bactérias e parasitas patogênicos. De acordo com estudo realizado pela ANA (2017), dos 5.570 municípios brasileiros, 18% possuem coleta, porém não possui o tratamento do esgoto e, 27% da população não possui coleta e nem tratamento de esgoto, logo o lançamento de esgoto nos corpos hídricos geram impactos, que, compromete a qualidade e os usos das águas, causando implicações na saúde pública e o desiquilíbrio ambiental.

Os sistemas de coleta e tratamento convencional das águas residuárias provenientes das atividades domésticas, composto pela rede coletora de esgoto e o tratamento realizadas pelas ETE (estação de tratamento de esgoto) baseado em um sistema centralizado de tratamento, são obras de infraestruturas que requerem um alto valor de investimento e as pequenas comunidades, bem como locais de difícil acesso ficam desprovidas deste tipo de serviço sanitário. De acordo com o atlas da ANA (2017) ao fazer uma comparação regional no país, entre o Estado do Paraná e o Amazonas, no Paraná dos 399 municípios, apresenta 64,05% de municípios com coleta de esgoto e tratamento, já o Amazonas com 62 municípios apresenta 18,79% com coleta de esgoto e tratamento, com esses dados pode se observar a desigualdade nos serviços sanitários no país.

Diante disto, novas tecnologias que propiciem o tratamento de esgoto, de forma acessível e baixo custo, estão sendo incorporadas em pequenos centros comunitários, ou em locais em que a cota topográfica não propicie a coleta do esgoto, para sanar este tipo de inviabilidade técnica. Trein et al (2015), diz que os tratamentos descentralizados conhecidos internacionalmente como on site, tem uma boa flexibilidade e associada aos sistemas convencionais centralizados contribuem positivamente na acessibilidade do serviço. Na literatura o sistema alternativo de Wetlands construídos demonstra uma eficiência satisfatória para o tratamento, igualando-se aos sistemas convencionais de tratamento de esgoto.

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De acordo com Junk et al. (2014), os Wetlands, que em português quer dizer pântanos, brejos, mangues ou áreas alagadas, são áreas que ocorrem naturalmente ou artificialmente, na interface de ecossistemas, entre os ambiente terrestres e aquáticos e, permanecem permanentemente ou periodicamente com solos encharcados, de água doces, salobras ou salgadas com comunidade de plantas ou animais adaptados a estas condições.

O sistema vem sendo empregado em várias localidades do país com diversas composições. Os Wetlands construídos se assemelham aos wetlands naturais, otimizando o tratamento das águas residuárias, através da assimilação realizada pelas plantas do nutriente presente, ou seja, as plantas absorvem os nutrientes necessários para seu desenvolvimento, consequentemente, diminuindo a carga orgânica do efluente transformando em biomassa vegetal. Dias, Nascimento e Meneses (2016) relatam que a vegetação utilizada denominadas de macrófitas, são plantas adaptadas às áreas úmidas naturais, se desenvolvem em ambientes úmidos, onde absorvem os nutrientes do substrato, desta forma necessitam de locais com alta concentração de nutrientes para o seu desenvolvimento, o uso destes vegetais, em tratamento de esgoto tem eficiência comprovada e geram baixo impacto ambiental.

Trata-se de um trabalho de Engenharia onde são controlados fatores como fluxo hidráulico, carga orgânica, população atendida e levando em consideração outros fatores regionais que podem interferir no sistema. Baseado na Ecotecnologia os Wetlands construídos, destaca-se por possuir custo baixo, fácil operação e manutenção.

O levantamento de diversos trabalhos realizados utilizando o sistema de tratamento alternativo de Wetlands construídos (WC) tem o objetivo de auxiliar e divulgar a técnica aos gestores ambientais, a fim de emprega-la em locais onde o tratamento convencional não consegue abranger, seja devido a problemas de cotas topográficas, ou aos custos das obras de infraestrutura, desta forma o sistema pode ser um método complementar para a universalização do saneamento básico a todas as moradias, assim democratizar o sistema de tratamento de esgoto.

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A revisão teórica foi produzida a partir de uma pesquisa descritiva, que de acordo com Gil, (2002) “têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. E exploratória que “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a construir hipóteses”. (GIL, 2002). Realizada através da coleta de dados por meio de levantamento bibliográfico, percorrendo uma descrição dos métodos aplicados, com análise quantitativa e qualitativa, de trabalhos já publicados, que, utilizaram o sistema de WC no tratamento de esgoto doméstico.

A pesquisa verificou a temática através de buscas nos sites de base de pesquisa nas plataformas de periódicos científicos, quadro 1.

Sites de pesquisas Endereço eletrônico

CAPES/MEC http://www.periodicos.capes.gov.br/

Scielo – Scientific Eletronic Library online https://search.scielo.org/

Web of Science http://www.periodicos.capes.gov.br/

Google acadêmico https://scholar.google.com.br/

Quadro 1: Base de pesquisa de artigos científicos. Fonte: Autor.

Como auxilio nas buscas realizadas nos sites usou-se as palavras chaves contidas no quadro 2, com os operadores booleano AND e OR.

Palavras chaves (Keywords)

Português inglês

Alagados Construídos Constructed Wetlands

Pequenas comunidades small communities

Tratamento de esgoto sewage treatment

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Fonte: Autor.

Além dos sites de busca, realizou-se uma pesquisa básica em manuais, dissertações, teses e publicações referentes ao tema, bem como livros publicados na área de tratamento de efluentes domésticos e áreas correlatas.

Sendo observados durante a pesquisa os seguintes tópicos:

 A caracterização do esgoto, bem como o impacto ambiental relacionado ao lançamento in natura nos corpos hídricos;

 Aspectos históricos e metodológicos do sistema de WC;

 Estudos de caso com os métodos utilizados, bem como as tecnologias envolvidas;

 A eficiência do sistema;

 A localização dos trabalhos realizados.

2.1 MÉTODOS ADOTADOS NAS BUSCAS DOS PERIÓDICOS

Ao realizar a pesquisa bibliográfica nos sites de busca, com as palavras chaves, observou-se que do total dos artigos encontrados, a maior parte dos artigos publicados nos periódicos estavam concentrados na última década (2008 a 2018), além de serem mais atualizados, logo a pesquisa limitou-se para o período de 2008 a 2018.

Para melhor visualização das respostas obtidas em cada pesquisa nas bases de periódicos foi elaborado o gráfico da evolução das publicações figura 1, sendo observado que os trabalhos desenvolvidos com os Wetlands construídos tiveram maior evidencia a partir do ano de 2008. Entretanto ao comparar as bases de pesquisa nota-se que as publicações realizadas na plataforma web of Science em média são maiores, que as bases de pesquisas Nacionais, verificando a maior divulgação e emprego da técnica no meio internacional, o que pode ser confirmado com o presente texto que segue na revisão bibliográfica.

O Google acadêmico apresentou a maior fonte de publicações, entretanto como está direcionada para o público em geral não especializado, contêm teses, dissertações, artigos e publicações em geral (excluindo patentes e citações), já as

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buscas nas plataformas Web of Science, Capes Periódicos e Scielo apresentam artigos de bases cientificas direcionado para o público especializado.

Figura 1: Resultado comparativo das buscas. Fonte: o autor.

No entanto, de todos os artigos disponíveis, apenas alguns se relacionavam com a problemática levantada pelo presente trabalho, sendo assim realizou-se um processo de triagem para selecionar os trabalhos mais relevantes, que, contribuíssem efetivamente com a presente revisão bibliográfica.

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

3.1 DISTÚRBIOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LANÇAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO IN NATURA 0 50 100 150 200 250 300 350 Google Acadêmico Scielo Capes periódicos Web of Science

Resultado das Buscas nos

periódicos

total 2008/2018 1998/2007

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Atualmente o Brasil ainda enfrenta problemas graves, relacionados com a disposição inadequada de esgoto doméstico nos corpos hídricos, em um estudo realizado pela ANA (Agencia Nacional de águas) diz que apenas 43% da população brasileira possui esgoto tratado e, 18% tem o esgoto coletado porém não é tratado, figura 2, considerado como um atendimento precário, este lançamento in natura gera um impacto negativo no ambiente natural, poluindo os corpos hídricos (ANA, 2017).

Figura 2: Dados Gerais do Tratamento de esgoto no Brasil Fonte: ANA, 2017.

Em uma avaliação do IQA (Índice de Qualidade da Água) realizado pela ANA em 2013 do total de 1.683 pontos em todo o país, 19% apresentaram qualidade considerada regular/ ruim/ péssima, desse número ao considerar apenas os pontos localizados em áreas urbanas a porcentagem sobe para 39% (ANA, 2017).

As características da composição do esgoto doméstico tem uma similaridade geral, de acordo com Von Sperling (1996), são constituídos de matéria orgânica e inorgânica. Os principais constituintes orgânicos são: proteínas, açúcares, óleos e gorduras, microrganismos, sais orgânicos e componentes dos produtos saneantes. Os principais constituintes inorgânicos são sais formados de ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e cátions (sódio, cálcio, potássio, ferro e magnésio). Sua composição simplificada é de 99,9% de água e 0,1% de sólidos (composto por sólidos grosseiros, areia, sólidos sedimentáveis e sólidos dissolvidos).

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A eutrofização é um dos principais problemas relacionados com o lançamento de esgoto in natura nos ecossistemas aquáticos. Esta é definida como sendo o aumento da concentração de nutrientes, especialmente o fosforo e o nitrogênio nestes ecossistemas. Este enriquecimento tem como consequência o aumento da produtividade, como decorrência deste processo, o ecossistema aquático passa da condição oligotrófico1, mesotrófico2, para eutrófico3 ou até mesmo hipertrófico (BRAGA et al, 2005).

As principais consequências da eutrofização é o desiquilíbrio ecológico. A camada superior do lago produtora de oxigênio, pela presença de algas e cianobactérias, e a camada inferior consumidora de oxigênio aumento da DBO (demanda bioquímica de oxigênio), pela presença dos decompositores, porém a quantidade de matéria orgânica a ser decomposta é tão grande que os peixes passam a competir com os decompositores por oxigênio disponível, resultando na morte de peixes, como consequência a sobrevivência das espécies menos exigentes. Entretanto com o agravamento do processo, até mesmo estas espécies acabam morrendo, pois o oxigênio acaba sendo disponível em uma estreita camada superficial do lago, totalmente tomada por algas. Na fase final a camada inferior do lago passa a ser totalmente anóxica e a quantidade de matéria orgânica a ser decomposta consome todo o oxigênio disponível, causando a poluição do corpo hídrico (BRAGA et al, 2005).

Além da eutrofização, o lançamento de esgoto pode contribuir para a contaminação das águas por microrganismos patogênicos. Von Sperling, (1996) diz que, os esgotos domésticos podem conter microrganismos tais como: bactérias, algas, fungos, protozoários, vírus e helmintos. Estes microrganismos podem provocar doenças quando são ingeridos pelo consumo da água ou alimentos contaminados.

Por ter uma composição variada, oriundas das atividades antropogênicas, regularmente entra nas composição dos esgoto uma fração de elementos tais como: hormônios, compostos farmacêuticos, produtos de higiene pessoal, produtos químicos domésticos, plastificantes, agentes tensoativos, retardante de chama entre outros compostos, que recebe a denominação de poluentes orgânicos emergentes (BITTENCOURT et al 2016). Os contaminantes emergentes fazem parte de uma

1 Lagos com baixa produtividade biológica e baixa concentração de nutrientes. 2 Lagos com características intermediárias.

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19

classe de compostos novos que ainda não tem uma regulamentação, assim não requerem monitoramento sanitário, entretanto são responsáveis por contaminar o ambiente aquático e possivelmente provocar alterações funcionais nos seres vivos (NASCIMENTO; ARAÚJO; ALVAREZ, 2015).

3.1.1 O tratamento do Esgoto Doméstico

Um sistema de coleta de esgoto recolhe os resíduos líquidos eliminados das residências, proveniente de usos domésticos. Posteriormente este esgoto é tratado em uma estação de tratamento de esgoto (ETE), ou lançado diretamente nos corpos hídricos receptores. O tratamento convencional realizado por uma ETE segue algumas operações unitárias responsável pelo tratamento deste esgoto, a fim de eliminar patógenos e diminuir a carga orgânica presente. De acordo com Jordão e Pessôa (2011), comumente classifica-se as instalações de tratamento em função do grau de redução do sólidos em suspensão, a DBO (demanda bioquímica de oxigênio) ou a DQO (Demanda química de Oxigênio) proveniente de uma ou mais unidades de tratamento, que, seguem em unidades de tratamento, as etapas de tratamento preliminar – que realiza a remoção de sólidos grosseiros, areia e gordura; tratamento primário – que utiliza a sedimentação, flotação e sistemas anaeróbios (lagoa anaeróbia, tanques sépticos, tanque Imhoff; reator anaeróbio de fluxo ascendente); tratamento secundário – responsável pela filtração biológica, processos de lodos ativados e lagoas de estabilização aeróbia; e o tratamento terciário – onde há a remoção de organismos patogênicos, nutrientes e outros processos de tratamento avançado.

Todo o tratamento do esgoto doméstico deve estar de acordo com a legislação vigente, atualmente a resolução CONAMA 430/2011 trata sobre as condições e padrões de lançamento dos efluentes tratados no corpo receptor, sendo que entre os parâmetros está a eficiência de remoção de DBO, mínima de 60 % (não podendo ultrapassar a 120 mg/L), pH entre 5 a 9, ausência de materiais flutuantes, sólidos em suspensão totais de 20%, podendo ser realizado teste de toxicidade e monitoramento caso seja necessário entre outros (BRASIL, 2011).

Para obter o nível de tratamento adequado que se adeque as a legislação vigente, assegurando que o efluente lançado altere minimamente o ambiente natural,

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comumente são empregadas as estações de tratamento convencional, que, requer um alto investimento financeiro e um certo volume a ser tratado, para que haja a viabilidade financeira as empresas prestadoras deste serviço, entretanto este serviço diversas vezes não está a disposição de todos os munícipes, dado o alto nível de investimento, o que aponta os dados do Atlas de esgoto desenvolvido pela Agencia Nacional de Águas em 2017, assim há um grande déficit no tratamento de esgoto, tornando inacessível o serviço para grande parte da população Brasileira.

Alguns métodos alternativos para o tratamento de esgoto pode ser uma possível solução para o problema, de acordo com Trein et al (2015), diversas tecnologias, no contexto de descentralização do tratamento de esgoto, podem ser usadas e facilitar o acesso e a universalização dos serviços de saneamento a pequenas comunidades, ou conjuntos de edificações e até mesmo o atendimento individual. Uma destas tecnologias que vem auxiliando no tratamento e conservação dos corpos hídricos trata se da construção de WC.

A técnica teve inicio na Alemanha na década de 70 e hoje está sendo usado em toda a Europa e, vem sendo implementado em pequenas comunidades nos Estados Unidos, Australia, Africa do Sul, e na Europa, especialmente na Alemanha França e Gran-Bretanha (RUBIM, 2016). Antes de ser utilizada como uma construção artificial, pesquisadores desenvolveram estudos em áreas de wetlands naturais que recebiam esgotos e constataram sua eficiência no tratamento (KADLEC; WALLACE, 2009).

3.2 WETLANDS CONSTRUÍDOS

3.2.1 Aspectos Históricos do tratamento de WC

O tratamento utilizando a técnica de WC tem sido empregado em alguns países no tratamento dos esgotos urbano. Nos Estados Unidos da América as áreas de

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Wetlands naturais têm sido usadas para o lançamento de esgotos urbanos, há cerca de 100 anos. O primeiro uso de Wetland natural realizado foi no Pântano de Great Meadows no Rio Concord, que começou a receber esgoto lançado in natura a partir de 1912 das cidades de Lexington e Massachusetts, além destas cidades outras também lançavam seus esgotos diretamente no ambiente natural, tais como Dunda estado de Minnesota, Waldo no estado da Florida, cidades estas que se localizavam próximas a áreas pantanosas, porém somente após a décadas de 70 e 80 os sistemas artificiais foram empregados no tratamento. Concomitantemente na Europa, o primeiro sistema construído data de 1974 na cidade de Liebenburg-Othfresen na Alemanha (KADLEC; WALLACE, 2009).

De acordo com Salati, Salati Filho e Salati (2009) o primeiro uso de WC para tratamento das águas no Brasil se iniciou com Salati e Rodrigues (1982), com a construção de um lago artificial próximo ao Rio Piracicamirim altamente poluído, localizado na cidade de Piracicaba Sp. As experiências trouxeram ganhos positivos na descontaminação do efluente, assim os trabalhos de pesquisa continuaram a partir de 1985 com a construtora Ambiental Ltda e mais tarde tornou-se o Instituto de Ecologia Aplicada.

3.2.2 Aspectos técnicos e generalidades do Sistema

O tratamento de efluentes com WC usa plantas denominadas macrófitas aquáticas, este sistema pode tratar o efluente tanto na área superficial do fluxo, quanto nas partes submersas. O sistema removerá os poluentes através de processos físicos, químicos e biológicos. Através dos mecanismos de sedimentação e filtração, degradação microbiológica (aeróbica e anaeróbica), sedimentação, nitrificação e desnitrificação, absorção pelas plantas de nutrientes (Nitrogênio e fósforo), e a remoção de patógenos. Sendo classificado em dois grupos, os de escoamento superficial e subsuperficial, o segundo escoamento pode ser subdividido em fluxo hidráulico vertical, horizontal e sistema híbrido, figura 3 (BRIX, 1993; VYMAZAL, 2007). No tratamento de esgoto doméstico, a fim de reduzir a proliferação de insetos, moscas e liberação de odores, o escoamento que vem sendo mais empregado é o subsuperficial.

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Figura 3: Classificação do sistema de Wetlands construídos. Fonte: adaptado de Vymazal, 2007.

As macrófitas aquáticas, parte fundamental do sistema, apresentam grande capacidade de adaptação, presentes em diversos ambientes, encontradas em ambiente natural em margens, e áreas rasas de rios, lagos e reservatórios em regiões costeiras, em água doce, salina e salobra, ou em ambientes alterados, essenciais para o equilíbrio do ambiente aquático (MOURA; FRANCO; MATALLO, 2009). As macrófitas utilizadas nos sistemas de WC podem ser de vários tipos, o critério de escolha vai depender das condições de adaptalidade da planta ao meio ambiente local, bem como sua capacidade de absorção de poluentes (SOUZA et al, 2004). O seu potencial para a remoção e a degradação de uma variedade de poluentes, entre eles os metais pesados, os poluentes orgânicos e inorgânicos, tem levado a comunidade cientifica a diversos estudos, estes desenvolvidos com vários tipos de macrófitas tais como as emergentes, submersas e flutuantes, figura 4, sendo elas

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utilizadas para a fitorremediação, com o uso de tecnologia de WC para remover contaminantes dos ambientes aquáticos (DHIR; SHARMILLA; SARADHI, 2009).

Figura 4: Tipos de Wetlands Construídos. Fonte: Adaptado de BRIX, 1993.

Notas:

Os sistemas em (a, b e d) são utilizadas macrófitas aquáticas emergentes (são fixas ao substrato e suas folhas fora da água), o sistema em (c) a macrófita é submersa ao fluxo da água. O sistema (a) apresenta tratamento com escoamento superficial, em (b) o tratamento em uso é o escoamento subsuperficial com fluxo horizontal, já o tratamento em (d) o escoamento é subsuperficial e o fluxo vertical, (e) apresenta um tratamento com a macrófita flutuante.

Por ser um sistema baseado em um sistema natural, as condições locais, como topografia, área disponível, clima, plantas adaptadas à região, carga orgânica, taxa hidráulica, regime de alimentação entre outras particularidades, são de estrema importância na construção do sistema, tornando difícil definir um modelo para ser seguindo em um país com diversos biomas. De acordo com Sezerino et al (2015) no Brasil as singularidade vinculada a localidade onde será dimensionado os sistema de WC, como a composição do material filtrante e as macrófitas empregadas dificultam uma padronização dos WC construídos no país (SEZERINO et al, 2015).

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As macrófitas possuem diversas funcionalidades que podem ser aproveitadas durante a elaboração do projeto de WC, alguns atributos estão definidos resumidamente no quadro 3.

Parte Componente da macrófita Ação de auxílio nos WC

Parte aérea (tecidos)

Atenuação da luminescência = redução do crescimento de fitoplâncton;

Potencial estético-embelezamento paisagístico; Armazenamento de nutrientes.

Tecidos da planta em contato com a água (efluente)

Promoção da filtração;

Dispõem grande área para aderência de microrganismos;

Liberação de oxigênio devido à fotossíntese = aumento na taxa de degradação aeróbia da matéria orgânica; Retirada de nutrientes (orgânicos e inorgânicos).

Raízes e rizomas em contato com o solo

Prevenção contra erosão;

Liberação de oxigênio = auxilia a degradação aeróbia da matéria orgânica e na nitrificação;

Retirada de nutriente.

Quadro 3: Papel das macrófitas nos WC Fonte: Pio; Antony e Santana, (2013).

Desta forma o processo realizado entre a planta, substrato, microrganismos, que, capturam os compostos dos efluentes é fundamental para realizar um projeto de engenharia, o qual será a base para a construção e operação da unidade de tratamento. De acordo com Vymazal (2007) os compostos químicos orgânicos e inorgânicos passam por transformações de assimilação que fazem parte dos processos biogeoquímicos do Fósforo e do Nitrogênio (Amônio NH 4+, Nitrito NO 2−,Nitrato NO3 , a forma gasosa do Nitrogênio 𝑁

2, Óxido Nitroso𝑁2𝑂, Dióxido de Nitrogênio 𝑁𝑂2, Amônia NH 3+) que passa pelo processo de volatização, nitrificação, desnitrificação, fixação e assimilação e absorção das plantas e microrganismos. Já o Fósforo de acordo com Dotro et al (2017), na degradação da matéria orgânica entra no sistema WC como fósforo orgânico e Ortofosfato e, a maior parte do Fósforo orgânico é convertido em Ortofosfato. Os mecanismos de remoção do Fósforo no

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25

tratamento do sistema WC incluem precipitação química, sedimentação, adsorção e absorção realizados pelos vegetais e microrganismos, tal qual o Nitrogênio as plantas incorporam estes nutrientes em sua biomassa vegetal. Através da filtração, sedimentação e degradação biológica (aeróbia e anaeróbia), então a matéria orgânica é retida e assimilada.

De acordo com o ITRC, 2003, que relata detalhadamente os processos em abiótico (físico/químico) e biótico (microbiano/fitológico). Abiótico, que, inclui a sedimentação (responsável pela remoção de sólidos suspensos); a sorção (absorção e adsorção) que, trata-se de um processo químico responsável pela retenção e imobilização de contaminantes; a oxidação química e redução (precipitação) responsável pela imobilização dos metais tóxicos nos WC, com a conversão dos metais pesados em uma forma sólida e insolúvel; a fotodegradação e oxidação, que evolvem os processos de degradação de compostos na presença da luz solar; a volatização que ocorre quando os compostos com pressões de vapor significativas passam para o estado gasoso. E os processos bióticos onde a biodegradação de via aeróbica e anaeróbica, realizada pelo crescimento microbiano, através de processos metabólicos, os microrganismos removem os compostos dos fluxos; já o fitológico realizados pelas plantas, que, absorvem diretamente os contaminantes (nutrientes) pela rizodegradação que auxiliam na degradação microbiana dos compostos; Fitodegradação ocorre quando as enzimas produzidas pelas plantas quebram os contaminantes e são absorvidas durante a transpiração; a fitoacumulação que é a capacidade da planta reter elementos inorgânicos em sua biomassa vegetal; a fitovolatização que corresponde a capacidade da planta absorver substancias e eliminar através transpiração nas folhas (movimento água/ar) figura 5.

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26

Figura 5: Processos que ocorrem em Wetlands. Fonte: ITRC, 2003.

Assim, ao utilizar os sistemas de WC para o tratamento de efluentes os processos bióticos e abióticos melhoram a qualidade da água tratada, e, tal qual um sistema convencional de tratamento de esgoto, há certas unidades que compõe o sistema (tratamento preliminar, secundário e terciário), visando facilitar o processo posterior. De acordo com DOTRO et al, 2017, os tipos de WC com fluxo vertical e horizontal geralmente são empregados como tratamento secundário, necessitando assim, de um tratamento primário antes de serem lançados no WC, evitando uma possível colmatação do material filtrante. Entretanto, não é uma regra geral, pois o sistema francês emprega o tratamento do esgoto com WC sem o tratamento primário, ou seja, o esgoto é lançado diretamente no WC, este sistema tem uma viabilidade econômica que se sobressai, comparada aos outros tipos que necessitam de construção do tratamento primário. De acordo com o ITRC (2003) o tratamento ocorre conforme as condições dos efluentes a serem tratados, conforme suas características e composição, assim como as condições locais e a qualidade pretendida do efluente final.

(28)

27

3.2.2.1 Especificações técnicas do Sistema de WC

Zezerino et al (2015), diz que o processo de tratamento em um wetland de escoamento subsuperficial e fluxo horizontal (WCFH), o efluente introduzido na zona de entrada composta por brita, percola vagarosamente pelo material filtrante até atingir a zona de saída composto pelo mesmo material da entrada, sendo impulsionado pela declividade de fundo, figura 6. No Brasil este tipo de sistema WCFH tem sido empregado como tratamento secundário, posterior ao uso dereatores upflow anaerobic sludge blanket (UASB), decanto- digestores tipo tanque séptico, reator anaeróbio compartimentado, ou Lagoa anaeróbias.

Figura 6: Representação da profundidade do Wetland Construído de escoamento subsuperficial de fluxo horizontal.

Fonte: Zezerino et al, 2015.

O sistema de WC com fluxo vertical, em virtude de mudança de legislação na Europa ganhou destaque nos anos 90 (especialmente na Áustria, Alemanha e Dinamarca) para redução de nitrogênio amoniacal para pequenas estações de tratamento de esgoto, este sistema é composto por areia e cascalho plantado com macrófita emergente, figura 7. Neste sistema o esgoto percola de forma vertical e promove a oxigenação da camada filtrante, favorecendo a nitrificação (DOTRO et al, 2017).

(29)

28

Figura 7: Wetland construído de fluxo vertical modelo Europeu Fonte: Dotro et al, 2017.

O sistema francês tem o mesmo tipo de fluxo vertical, apenas possui um tipo de configuração diferente, e, realiza o tratamento do esgoto bruto em dois estágios de filtro em série, cada uma construída com dois e três leitos em paralelo, com períodos de alternância de leitos (PENIDO, 2009). De acordo com Dotro el al, (2017) existe mais de 4000 sistemas em operação na França que são empregados em pequenas comunidades com a população equivalente menor que 1000 habitantes, figura 8.

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29

Figura 8: Sistema francês de WC de fluxo vertical. Fonte: Dotro el al, 2017.

Além de remover a matéria orgânica e inorgânica os sistemas de WC possuem características que favorecem a remoção de Metais potencialmente tóxicos, desta forma seu uso não se restringe apenas no tratamento de esgotos domésticos, sendo eficiente também no tratamento de esgotos com metais pesados e outros componentes tóxicos presentes (PIO; ANTONY; SANTANA, 2013). Contudo, esta característica filtrante, quando empregado no tratamento de esgoto doméstico alia a redução da carga orgânica, com a redução ou eliminação de materiais tóxicos que possam estar presente, tais como os poluentes orgânicos emergentes. De acordo com Dotro et al, (2017), o tratamento com plantas remove uma variedade de micropoluentes presentes no esgoto doméstico, tais como compostos químicos de produtos farmacêuticos, produtos de higiene pessoal, hormônios, surfactantes, retardante de chama e pesticidas.

Os sistemas de WC também têm se mostrado benéfico para a remoção do microrganismo patogênico entre eles o Escherichia Coli, Assunção et al (2015) obteve a redução excelente de E. Coli ao utilizar um experimento com três tipos ecológicos

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30

diferentes de macrófitas. O efluente no sistema de WC de fluxo vertical demonstra uma considerável eficiência na remoção E. Coli, nitrogênio e fósforo (CASTANHA; GOMES, 2017). De acordo com Souza et al (2004), os sistemas vegetados tem maior eficiência na remoção de coliformes termotolerantes. Logo, as plantas possuem características fundamentais na retenção de microrganismos e nutrientes presentes nos efluentes tratados.

Assim, o Sistema WC tem inúmeras vantagens no tratamento do esgoto doméstico, entretanto ao comparar as demais tecnologias disponíveis verifica-se que o sistema tem maior necessidade de área, tabela 1. Contudo, apresenta menor consumo de energia, pois podem operar a partir da energia gravitacional sem a necessidade de bombas, apresentando boas características para sistemas de tratamento descentralizados (DOTRO et al, 2017). Sendo uma boa alternativa de tratamento de esgoto em pequenas comunidades (VON SPERLING, 2015).

Tabela 1: Requisitos de área para tecnologias no tratamento secundário

Tecnologia de tratamento Área requerida m2/PE*.

Lagoa Facultativa 2,0 a 6,0

Lagoa anaeróbica + Facultativa 1,2 a 3,0

Reator UASB 0,03 a 0,10

Sistema de Lodo ativado 0,12 a 0,30

Filtro biológico 0,15 a 0,40

WC de fluxo horizontal 3,0 a 10,0

WC de Fluxo vertical 1,2 a 5,0

WC sistema francês (fluxo vertical) 2,0 a 2,5

Fonte: Dotro et al, 2017. Notas:

*PE = População equivalente

3.3 TIPOS DE TRATAMENTO DE WC EMPREGADOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Há uma diversidade de estudos e usos do sistemas de WC no Brasil, mas no entanto não existem uma tendência em sua padronização quanto ao uso ou mesmo quanto a sua nomenclatura, pois recebe diversas denominações tais como: banhados

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31

construídos, filtros plantados, zonas de raízes, leitos cultivados etc. Para o dimensionamento de um sistema de WC, necessita-se verificar o modelo a ser empregado, a relação área per capta, e a taxa hidráulica (SEZERINO et al, 2015).

Em diversos estudos realizados nota-se uma grande variedade de projetos com configurações diferentes nos sistemas de WC, seja na composição do substrato, no tipo de macrófita, e o fluxo utilizado, logo, pesquisas estão sendo realizadas em diversas localidades com o sistema WC para o tratamento de esgoto doméstico, assim como comparações dos tipos de sistemas empregados avaliando o comportamento hidráulico, eficiência de remoção do sistema, avaliação de materiais alternativos para compor o meio suporte (substrato), tabela 2 .

(33)

32

Tabela 2: Características de pesquisas desenvolvidas com o sistema de WC Tipo do sistema WC

empregado Fluxo Área S.* Local

Macrófita

utilizada Tempo** Eficiência do sistema

Remoção de matéria orgânica em solos de WC (SILVA; BERNARDES; RAMOS 2015) 4,8 a 15 cmd-1

0,26 m2 Brasília - Df arroz (Oryza

sativa L) 9 meses

O substrato utilizado foi solo natural do local, observou o aumento da concentração de nutrientes no solo com a aplicação do esgoto, maior atividade microbiana nas raízes das plantas, o aumento de nutrientes no solo (substrato) apresentou uma configuração ótima na eficiência do sistema.

WC com fluxo vertical de fundo saturado (SANTOS et al, 2018) 600 L d-1 7,5 m2 Florianópoli s- Sc Typha domingensis. 21 meses

Meio suporte areia grossa. A remoção foi de 91% DQO; Sólidos Suspensos totais 96%; Remoção de NT 45% e N-NH4+ de 66%. WCFV-Francês, estudo realizado para as condições climáticas brasileiras (TREIN; ZUMALACARREGUI; VON SPERLING, 2018) 3.000 L d-1 88,2 m2 Belo Horizonte- Mg Capim – Tifton 85 (Cynodondactylon Pers.) 7 dias

Remoção média de 69% DQO; Dos 58% de N-NH4+ removida no sistema, 66% foi nitrificada; Mostrou boa capacidade de receber esgoto bruto.

(34)

33 Avaliação de colmatação

de um sistema WC híbrido (fluxo horizontal + vertical) já em operação por 15 anos (FAVRETTO et al, 2018) 264 L d-1 --- Videira- Sc Taboa (Typha spp.) e Junco (Juncos spp.), 3 meses

O estudo realizado buscou analisar as condições de colmatação do WC, verificou que mesmo apresentando indícios de colmatação, as características físico- químicas do efluente se manteve dentro dos parâmetros exigidos pela legislação vigente.

Avaliação de WC em operação com fluxo horizontal, tratando efluente de um reator UASB (COSTA et al, 2018) 7,5m3d-1 72,3m2 Belo Horizonte - Mg Taboa (Typha latifólia) 4 anos

Dimensionado para o equivalente populacional de 50 habitantes e uma vazão contínua. Realizou-se uma comparação com um WC vegetado e outro não. A unidade plantada apresentou maior evaporação de água, apresentou o coeficiente de

emoção de DQO (k=0,81 d-1), sendo considerado

uma ótima opção para o pós-tratamento de efluentes anaeróbios.

Tratamento de esgoto sanitário com Wetlands, após tanque séptico. (PRATA et al, 2013) --- --- Viçosa- MG lírio-amarelo (Hemerocallis flava) 6 meses

Quatro sistemas substrato brita #0, estabelecidas taxas de diferentes de: 44; 98; 230 e 395 kg hab.-1

d-1 de DBO e TDHs*** de 3,9; 2,0; 1,0 e 0,75 dias.

Mesmo com o aumento do carregamento orgânico os sistemas mantiveram uma boa eficiência de remoção de fosforo total, nitrogênio, DBO e DQO.

Fonte: O autor. Notas:

(35)

34

Em todos os estudos evidenciou-se que a eficiência dos sistemas é satisfatória na remoção da carga orgânica e microrganismos. Contudo, observa-se que grande parte das pesquisas realizadas almeja detalhar o funcionamento do sistema, bem como os processos envolvidos durante a assimilação do esgoto na relação planta/solo (material filtrante/substrato/meio suporte).

Norte, Zanella e Alves (2015) diz que a pesquisas buscam otimizar o uso dos componentes do sistema, bem como compor um efeito paisagístico que beneficie o ambiente, criando um microclima no local, o qual, o sistema seja inserido, como parques e áreas verdes, ou em outras áreas com ausência de vegetação. Deste modo, a vegetação a ser empregada pode ser um atrativo, quando sendo plantas ornamentais, assim algumas espécies ornamentais locais encontradas na literatura podem ser usadas para compor o sistema, quadro 4 .

Espécie Nome

popular

Fonte Espécie Nome popular Fonte

Acorus gramineus ZHANG et al, 2007 Hedychium coronarium Lírio-do-brejo SANTOS et al Agapanthus africanus Agapanto ZURITA et al, 2009 Iris pseudacorus

Íris-amarelo ZHANG et al,

2007 Alpinia purpurata Alpínia BEGOSSO et al, 2009 Lythrum salicaria ZHANG et al, 2007 Anthurium andraeanum Antúrio ZURITA et al, 2009 Monstera deliciosa Costela-de-adão ZANELLA, 2008

Arum orientale ZHANG et

al, 2007 Reineckia carnea ZHANG et al, 2007 Arundina bambusifolia Orquídea-bambu BEGOSSO et al, 2009 Sagittaria lancifolia NERALLA et al, 2000

Canna flaccida NERALLA et

al, 2000 Sansevieria trifasciata Espada-de-sãojorge ZANELLA, 2008 Cyperus papyrus Papiro ZANELLA, 2008 Strelitzia reginae

Ave-do-paraíso ZURITA et al,

(36)

35 Equisetum hyemale Cavalinha ZANELLA, 2008 Typha latifolia Taboa NERALLA et al, 2000

Gladiolus sp. Gladíolo NERALLA et al, 2000 Zantedeschia aethiopica Copo-de-leite BELMONT et al, 2004; ZANELLA, 2008; ZURITA et al, 2009

Quadro 4: Espécies ornamentais locais estudadas na literatura. Fonte: Norte, Zanella e Alves (2014).

3.4 ESTUDO DE CASO

Algumas estações estão sendo implantadas como uma alternativa tecnológica no tratamento de esgoto descentralizado, de acordo com o estudo realizado por Trein et al, (2015) que aferiram o desempenho do uso de Wetlands de fluxo vertical (WCFV) no tratamento do esgoto, precedido do tratamento preliminar decantodigestor do tipo reator anaeróbio compartimentado (RAC), em duas unidades localizadas em Biguaçu e Palhoça-Sc, a primeira unidade recebe esgoto proveniente de instalações sanitárias e refeitório de uma empresa de embalagem e, a segunda unidade esgoto de um condomínio residencial, ambas foram monitoradas por um período de dois anos, com um arranjo exemplificado no fluxograma, Figuras 9 e 10. E os aspectos técnico, detalhes operacionais e conclusões dos dois sistemas implantados, quadro 5. Os dois sistemas demostraram que a tecnologia de Wetlands pode ser utilizada como um tratamento secundário e terciário para o tratamento do esgoto com bons resultados de remoção de sólidos totais e nutrientes, adequando o efluente final para ser lançado no corpo receptor em condições adequadas conforme preconiza a legislação vigente CONAMA 430/2011, demostrando um bom potencial para ser empregado na descentralização do tratamento do esgoto doméstico.

Biguaçu - Sc Palhoça – Sc

Área superficial total = 189 m2, divididos em 4

quadrantes de 47,25 m2

Área superficial total = 3.141 m2, divididos em 4

(37)

36 Profundidade do leito filtrante de 0,90 m

(0,10m de brita camada superior, 0,60m de areia grossa camada intermediária e 0,20 m de brita na camada de fundo) areia grossa d10=

0,36mm; U=5,3.

Profundidade do leito filtrante de 0,90m (0,10m de brita camada superior, 0,50m de areia grossa camada intermediária, 0,10 cm na cama de fundo) areia grossa d10= 0,30mm; U= 4,84.

Impermeabilização com manta PEAD Impermeabilização com manta PEAD

Macrófita utilizada cyperus papiros nano Macrófita utilizada cyperus papiros

Equivalente populacional 250 pessoas

Projeto de equivalente populacional de 2.200 pessoas, atualmente o sistema recebe ao equivalente a 100 pessoas 5% da população final.

Carregamento hidráulico 12.200 Ld-1,

alimentado por pulso, em média 6 vezes ao dia.

Carregamento hidráulico 18.065 L.d-1,

alimentado por pulso, em média de 4 vezes ao dia.

Após 5 anos de operação, o monitoramento contínuo de 2 anos conclui que a remoção média de DQO de 70 %, e eficiência na remoção de global de N-NH4+ de 47%,

apresentando evidencia de nitrificação e também constatou-se o início de colmatação do WC.

Em operação há 9 anos, recebe esgoto de um condomínio residencial, após monitoramento obteve a eficiência média de remoção de DQO de 94%, e 93 % de nitrogênio amoniacal, e 27 % desta sendo devido ao processo de

nitrificação, apresentou outras vias de remoção como a desnitrificação. A remoção de E. coli foi obtida em maior escala neste sistema.

Quadro 5: Características do projeto. Fonte: Trein et al, 2015.

Figura 9: Estação de tratamento implantada em 2009, Biguaçu-Sc. Fonte: Trein et al, 2015.

(38)

37

Figura 10: Estação de tratamento implantada em 2005, Palhoça-Sc. Fonte: Trein et al, 2015.

Em outra configuração empregando o sistema de WC, em uma estação de tratamento de esgoto localizado na Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas (UnuCET) da Universidade Estadual de Goiás na cidade de Anápolis-Go, Colares e Sandri (2013) realizaram um estudo verificando a eficiência do tratamento composto por três conjuntos de tanques sépticos compartimentados e disposto em série seguidos de três WC com macrófita Typha sp, com fluxo horizontal, preenchido com substratos cascalho natural, brita # 2 e cascalho lavado figura 11, ou seja, com três substratos diferentes e densidade de seis plantas por metro quadrado, monitorados durante outubro de 2010 a maio de 2011, com as características e eficiências dos sistemas, tabela 3. A partir de dados foi possível constatar que a eficiência dos sistemas WC satisfaz a legislação vigente e, os substratos utilizados obtiveram resultados similares, logo, a brita #2 pode ser substituída por cascalho natural ou lavado, caso seja necessário, sem que haja uma alteração significativa no efluente final,

Tabela 3: Descrição e eficiência dos WC empregados

Características WC 1 (P3) WC 2 (P4) WC 3 (P5) Dimensões (Comprimento x Largura x Profundidade) 6 x 2 x 1 6 x 2 x 1 6 x 2 x 1 Volume total 12 m3 12 m3 12 m3

(39)

38

Volume útil 5,80 5,10 4,10

Tempo de detenção hidráulica 24 horas 24 horas 24 horas

Vazão média 14,9 m3 14,9 m3 14,9 m3

Substrato Cascalho natural Brita # 2 Cascalho

lavado

Remoção de turbidez 66,89% 72,11% 71,37%

Remoção da DBO 72,68% 74,90% 74,21%

Remoção de Sólidos totais (ST) 51,37% 52,63% 51,05%

Redução de Coliformes totais 92,21% 90,84% 87,57%

Redução de E. Coli 86,28% 85,03% 85,75%

Fonte: Colares e Sandri, 2013.

Figura 11: Desenho esquemático da estação de tratamento de esgoto da UnUCET. Fonte: Adaptado de Colares e Sandri, 2013.

Outro estudo realizado por Von Sperling (2015), realizou uma comparação com tratamento de esgoto empregando três métodos de tratamento de esgoto: 1) reator UASB seguido de lagoas de maturação em série e filtro de rocha ( granulometria de 32 a 150 mm): 2) composto por reator UASB seguido por um sistema de WC de fluxo

Indicação dos pontos de coleta

(40)

39

horizontal; em 3) O método emprega o tratamento do esgoto bruto (após tratamento preliminar) com WC de fluxo vertical (com o primeiro estágio do sistema francês) figura 12, localizado na cidade de Belo Horizonte- Mg com 2,5 milhões de habitantes, do montante do esgoto produzido pela cidade, uma pequena parcela era desviada para os três sistemas em estudo, Tabela 4 . Os três sistemas demonstraram que podem ser aplicados com sucesso para o tratamento de esgoto de pequenas comunidades. No entanto, cabe destacar que no aspecto área requerida para o projeto, o sistema de WCFV de primeiro estagio do sistema francês demonstrou que necessita de uma área para construção menor, em relação aos demais sistemas investigados.

Figura 12: Fluxograma e fotos dos três sistemas estudados. Fonte: Von Sperling, 2015.

(41)

40

Tabela 4: Comparação dos sistemas.

Características UASB + Lagoas e

filtro UASB + WCFH

WCFV (1º estagio Francês)

População equivalente 220 hab. 60 hab. 100 hab.

Vazão média 33,0 m3d-1 8 m3 d-1 13,4 m3 d-1

Período de operação 11 anos 4 anos 5 anos

Área requerida

0,01 m2/hab. para o UASB e 1,8 m2/hab. para as lagoas e filtro

0,01 m2/hab. por UASB e 1,4 m2/hab.

para o WCFH

0,9m2/hab.

Macrófita --- Taboa - Typha

latifolia

Capim Tifton 85 -

Cynodon spp

Remoção DBO 80% 91% 87%

Remoção de sólidos totais 80% 97% 88%

E. Coli 99,9998% 99,6% 90,0%

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41

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil possui um déficit no tratamento de esgoto, causando impactos nos recursos hídricos, evidenciado pelo monitoramento da qualidade das águas. Esta ausência no tratamento pode ser sanada por tecnologias alternativas com custo de operação e manutenção menor do que os sistemas convencionais de tratamento, que inviabilizam a sua implantação em locais de menor densidade populacional.

Os Wetlands Construídos vêm se destacando no cenário internacional por ser um sistema de grande vantagem econômica, quando comparado a outros tipos de sistemas. Entretanto, necessita de uma área maior para a implantação, porém a taxa de remoção da matéria orgânica, inorgânica e microrganismos patogênicos são consideradas boas, quando comparado aos outros tipos de sistemas.

Os três tipos de Wetlands abordados pelo presente estudo demonstram ser uma boa alternativa para pequenas comunidades, visto que a tecnologia necessita de uma área bem maior, do que os sistemas convencionais propícios para grandes centros urbanos que necessitam de sistemas compactos. O sistema de fluxo vertical francês se destaca dos sistemas de fluxo horizontal e vertical, no que se refere a área de construção, e, por realizar o tratamento do esgoto bruto sem a necessidade de construção de tratamento primário. A pesquisa desenvolvida na cidade de Belo Horizonte comparando os três métodos evidenciou que a tecnologia de WC satisfaz as necessidades do projeto, contudo o mesmo método antes de ser empregado em outra localidade deve passar por uma avaliação preliminar, visto que cada localidade pode apresentar particularidades que podem influenciar no tratamento.

A tecnologia dos sistemas de Wetlands construídos satisfaz as necessidades de pequenas comunidades e, demonstra ser uma tecnologia viável na democratização do sistema de tratamento de esgoto.

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42

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Referências

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