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Academic year: 2021

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TÍTULO: MÁ GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E DOENÇAS RELACIONADAS: ESTUDO DE CASO COM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: ENFERMAGEM SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADES DE DRACENA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARIA JULIA NAVARRO KASSIM, AMANDA ZERBETTI COSTA, MARIA DAS DORES COSTA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): PAULO RENATO MATOS LOPES, ZULEICA OLIANI ROSSI ORIENTADOR(ES):

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1. INTRODUÇÃO

A partir da década de 1990, o número de estudos sobre políticas de gestão

de resíduos sólidos urbanos e seus respectivos impactos aumentou

consideravelmente. Muitos destes se direcionaram sobre as organizações de reciclagem, políticas públicas e a estruturação de redes, especialmente em países em desenvolvimento. O Brasil é o quarto maior país em geração de resíduos por ano (em torno de 78 milhões de toneladas por ano), atrás apenas da China, Estados Unidos e Índia. Além disso, enfrenta um importante problema da má disposição de resíduos gerados com destino inadequado (SILVA et al.,2017).

Contudo, a situação ambiental brasileira está cada vez mais se degradando com o aumento da poluição ambiental e seu consequente impacto nos ecossistemas e recursos naturais, influenciando diretamente na qualidade de vida da população (RIBEIRO e BESEN, 2006).

A própria Constituição Federal de 1988, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS) expressa à preocupação em ações de políticas públicas e de prevenção de doenças. O artigo 225 estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de estabelecer as diretrizes nas ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador, além de colaborar na proteção do meio ambiente (BRASIL, 1988).

É notório que diversas enfermidades estão relacionadas ao meio ambiente inadequado, como por exemplo: hepatite A, dengue, febre amarela, leishmanioses, doença de Chagas, esquistossomose, leptospirose, hantavírus, giardíase, doenças dos olhos, tracoma, conjuntivites, toxoplasmose, doenças da pele, micoses, helmintíases e teníases (BRINGHENTHI, 2004).

Em vista desse aumento de doenças ligadas diretamente com a má gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU), houve a preocupação de diagnosticar o conhecimento da sociedade em relação ao tema, visando fomentar a implantação de políticas de saúde pública e criar instrumentos de conscientização e medidas preventivas para população.

2. OBJETIVOS

O objetivo do trabalho foi analisar a compreensão de duas comunidades acadêmicas do município de Dracena-SP sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos, bem como investigar suas doenças relacionadas.

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3. METODOLOGIA

O trabalho foi realizado no município de Dracena-SP, localizado a latitude 21º48’48’’ S e longitude 51º53’55’’ W, com a comunidade acadêmica de duas instituições distintas de ensino superior: Faculdades de Dracena (UNIFADRA) e Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Estadual Paulista (FCAT/UNESP). Os estudantes foram escolhidos de acordo com diferentes perfis socioeconômicos e cultural, sendo a primeira uma instituição particular e a última pública.

O método baseou-se em uma pesquisa exploratória e descritiva pela aplicação de um questionário referente à gestão dos resíduos sólidos urbanos (“lixo”) e às doenças relacionadas ao mau gerenciamento destes materiais. Assim, foram estabelecidas relações entre os perfis e os hábitos dos entrevistados, além de demonstrar o grau de importância das cinco importantes doenças em relação aos RSU (lixo) e o nível de conhecimento a respeito dessas enfermidades e os seus respectivos vetores.

4. DESENVOLVIMENTO

O questionário foi distribuído e coletado em sala de aula nas duas unidades universitárias. Posteriormente, os dados foram analisados e interpretados a fim de diagnosticar os principais problemas relacionados a cada comunidade e desenvolver estratégias direcionadas quanto à destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos.

Participaram da pesquisa 395 pessoas, respondendo um questionário com 24 questões, abrangendo 215 pessoas do sexo feminino e 180 do sexo masculino.

Para este trabalho foram consideradas as questões 13, 14,15, e 16 apresentadas abaixo:

13. Você sabia que o descarte incorreto de lixo pode provocar doenças?

( ) Sim ( ) Não

14. Você conhece alguma doença relacionada com o lixo?

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15. Qual o grau de importância das doenças abaixo em relação aos resíduos sólidos urbanos (lixo)?

*responder os itens de A a E de acordo com a escala: Sem importância (Muito

fraco), Pouca importância (Fraco), Neutra (Médio), Importante (Forte) e Muito importante (Muito forte).

A. Giardíase B. Hantavírus C. Leishmaniose D. Leptospirose E. Toxoplasmose

21. Qual o seu nível de conhecimento a respeito das doenças e os seus respectivos vetores?

*responder os itens de A a E de acordo com a escala: Sem importância (Muito

fraco), Pouca importância (Fraco), Neutra (Médio), Importante (Forte) e Muito importante (Muito forte).

A. Giardíase / vetor – Barata B. Hantavírus / vetor – Rato

C. Leishmaniose / vetor – Mosquito D. Leptospirose / vetor – Rato

E. Toxoplasmose /vetores – Animais de estimação 5. RESULTADOS

Em relação ao descarte incorreto de lixo em provocar doenças (Questão 13, Figura 1), a maioria dos entrevistados (95,2%) são conscientes dessa problemática, uma vez que apenas 4,8% responderam não saber.

Pela Figura 2, podemos observar as respostas obtidas pela Questão 14. Neste sentido, os entrevistados foram perguntados quanto ao conhecimento de alguma doença relacionada com aos RSU. Novamente a maioria afirmou conhecer ao menos uma (77,4%).

No entanto, apesar de somente 4,8% não saber da ligação entre doenças e má gestão do lixo (Figura 1), quase um quarto (22,6%) dos acadêmicos admitiu desconhecer uma enfermidade nessa relação.

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Figura 1. Resposta dos entrevistados quanto à consciência de doenças provocadas pelo descarte incorreto de lixo.

Figura 2. Resposta dos entrevistados quanto ao conhecimento de alguma doença relacionada com o lixo.

Além disso, foram avaliadas cinco importantes doenças quanto ao seu grau de importância em relação aos RSU e também quanto ao nível de conhecimento dos entrevistados em relação aos respectivos vetores dessas enfermidades.

Nas Figuras 3 e 4, apresentam-se os resultados obtidos por meio da Questão 15 e 21, respectivamente.

Em se tratando da importância das doenças em relação aos resíduos sólidos urbanos, foi obervado que a maioria julgou como importante e muito importante (Figura 3). Dentre elas, destacam-se a leishmaniose (Figura 3C) e a leptospirose (Figura 3D), com sua ligação com RSU consideradas de devida importância para 82,2% e 87,8% dos entrevistados, respectivamente.

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A giardíase (Figura 3A) apresentou um resultado de maior preocupação por ser considerada por 13,7% como pouca ou sem importância sua ligação com a má gestão dos RSU.

Figura 3. Grau de importância de cinco importantes doenças em relação aos resíduos sólidos urbanos (lixo). (A) Giardíase; (B) Hantavírus; (C) Leishmaniose; (D) Leptospirose; (E) Toxoplasmose.

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Figura 4. Nível de conhecimento a respeito de cinco importantes doenças e os seus respectivos vetores. (A) Giardíase - Barata; (B) Hantavírus - Rato; (C) Leishmaniose - Mosquito; (D) Leptospirose - Rato; (E) Toxoplasmose - Animais de estimação.

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Quanto ao nível de conhecimento dos alunos a respeito das enfermidades analisadas e seus respectivos vetores (Figura 4), foi revelado que a muitos não têm consciência de seus principais animais transmissores.

Assim como revelado pelo grau de importância entre as doenças e o lixo (Figura 3), a leishmaniose e a leptospirose foram consideradas como os maiores valores nos fatores importante e muito importante ligados aos seus animais vetores (73,5% e 67,5%, respectivamente).

Da mesma forma que a questão anterior, a giardíase também apresentou o maior resultado quanto ao desconhecimento dos entrevistados, uma vez que 32,5% revelaram ser de pouca ou sem importância sua transmissão pela barata (Figura 4A).

É importante salientar também que, para as cinco doenças, uma significativa parcela dos entrevistados considerou “neutro” seu conhecimento junto aos respectivos vetores. Pela Figura 4, pode-se observar que este fator geralmente está acima de um quinto: giardíase (28,6%), hantavírus (28,3%), leishmaniose (19,8%), leptospirose (22,4%) e toxoplasmose (28,5%).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos pela pesquisa, concluiu-se que, dentre estudantes universitários entrevistados, há relativa consciência quanto às doenças ligadas diretamente à má gestão dos resíduos sólidos urbanos.

Em relação às doenças avaliadas, a leishmaniose e a leptospirose representaram aquelas com maior conhecimento quanto à sua transmissão ligada ao lixo e aos animais vetores. Entretanto, a giardíase foi a enfermidade que os entrevistados revelaram tem menor consciência de sua relação com RSU e também quanto ao animal transmissor.

Deve-se destacar o fator neutro considerado por 19,8% a 28,6% relacionados ao nível de conhecimento das pessoas quanto às cinco doenças avaliadas.

Logo, o trabalho expõe um diagnóstico sobre uma parcela de população com bom nível de instrução (universitários) que revela o desconhecimento das pessoas quanto à saúde pública ligada ao saneamento ambiental e à gestão dos resíduos sólidos urbanos (lixo).

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Neste sentido, torna-se essencial a criação de instrumentos que fomentem a implantação de políticas de saúde pública e o desenvolvimento de ações diretas de conscientização e medidas preventivas para população. Como alternativa inicial, sugerem-se estratégias de educação e programas socioambientais abrangentes que atinjam a maior parcela da sociedade que, potencialmente, apresentaria resultados mais preocupantes dentro dessa pesquisa.

7. FONTES CONSULTADAS

BRASIL. Constituição da República do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON19 88.pdf > Acesso em: 05 agos. 2017.

BRINGHENTI, J. R. Participação social em programas de coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 16, n. 4, p. 421-430, 2011.

RIBEIRO, H.; BESEN, G.R. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. Revista de Gestão Integrada em saúde do Trabalho e Meio Ambiente - INTERFACEHS, São Paulo, v.2, n.4, p.1-18, 2007.

SILVA, C. L.; FUGII, G. M.; SANTOYO, A. H. Proposta de um modelo de avaliação das ações do poder público municipal perante as políticas de gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil: um estudo aplicado ao município de Curitiba. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 9, n. 2, p. 276-292, 2017.

Referências

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