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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Escola de Música – Gira Sol Azul (Viseu)

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Relatório de Estágio

Licenciatura em Animação Sociocultural

Nome: Nicole Almeida Rodrigues

Número de aluno: 5006761

Estabelecimento de Ensino: Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Docente Orientador: Filipa Teixeira

Local de Estágio: Escola de Música – Gira Sol Azul

Tutor na Instituição: Ana Bento

Duração de Estágio: 22 de Agosto de 2011 a 11 de Dezembro de 2011

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Agradecimentos

Agradeço à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto por me terem preparado com conhecimentos teórico-práticos ao longo dos três anos de Licenciatura, assim como a todos os professores que estiveram presentes neste meu percurso.

Agradeço também à minha orientadora Filipa Teixeira por todo o apoio que me prestou durante o período de estágio e, principalmente, na fase final, auxiliando-me na realização deste Relatório de Estágio.

Um enorme agradecimento a todos os colaboradores da Escola de Música do Gira Sol Azul, por todo o apoio, disponibilidade e confiança que depositaram em mim durante os três meses de estágio, à minha tutora Ana Bento, pela amizade, experiência, motivação e principalmente por toda a confiança sentida desde o início. Agradeço igualmente ao Internato Santa Teresinha por terem aceitado o meu desafio, assim como ao grupo com quem trabalhei, partilhei experiências e alegrias durante as sessões desenvolvidas.

Devo um enorme e especial agradecimento à minha família, principalmente aos meus pais, que apesar de se encontrarem longe tentaram sempre ajudar-me, tanto nos momentos altos como nos baixos, contribuindo para a minha formação, sem eles nada disto seria possível.

A todos aqueles que estiveram presentes durante todo o meu percurso académico, a todos os amigos que já tinha e aos novos que fiz, que me proporcionaram momentos de alegria e diversão e com quem pude contar tanto nas alturas boas como más. A todos eles um muito obrigado, vocês fizeram, fazem e farão sempre parte da minha vida.

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Índice

Índice de Figuras ………..V Introdução ... 1 Capítulo I – A Instituição ... 3 1.1 Enquadramento Geográfico... 4 1.2 À descoberta de Viseu ... 5 2. Caracterização da Instituição ... 5 2.1 Actividades Oferecidas ... 7

2.2 Cursos e Disciplinas em regime de Curso Livre ... 7

2.3 Colaboradores do GSA e respectivas funções ... 8

2.4 Projectos em Parceria ... 8

Capítulo II – A Animação Sociocultural ... 12

2.1. A Animação Sociocultural ... 13

2.1.1 O Animador Sociocultural ... 15

2.2 Animação Socioeducativa ... 16

2.3 Animação e a Expressão Dramática ... 17

Capítulo III – Estágio ... 20

3. O Estágio ... 21

3.1 Escolha do local de estágio ... 21

3.2 Plano de Estágio ... 22

3.3 Objectivos e Recursos utilizados ... 23

3.4 Actividades desenvolvidas ... 24

3.4.1 Teatro Mais Pequeno do Mundo ... 26

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3.4.3 Projecto “Tubo d’Ensaio” ... 28

3.4.4 Workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons” ... 30

3.5.1 Caracterização do Internato Santa Teresinha ... 34

Reflexão Final ... 36

Referências Bibliográficas ... 39

Sítios Consultados ... 40

Outras Fontes ... 40

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Índice de Figuras

Figura 1: Logótipo da Gira Sol Azul 4

Figura 2: Viseu no Coração de Portugal 5

Figura 3: Escola de Música – Gira Sol Azul 5

Figura 4: Região Centro-Norte e Sub-Regiões 6

Figura 5: Caracterização das actividades desenvolvidas 25

Figura 6: Teatro Mais Pequeno do Mundo 26

Figura 7: Romulus Neagu 26

Figura 8: Sonhei que sonhei 27

Figura 9: Apresentação da “Orquestra Criativa” 27

Figura 10: Capa da curta-metragem “L’homme sans tête” 28

Figura 11: Sessão de Tubo d’Ensaio da Escola Secundária de Viriato 29

Figura 12: Escola Secundária de Viriato 29

Figura 13: Imagem do vídeo criado durante o workshop 30

Figura 14: Sessões com o grupo 32

Figura 15: Porta de entrada do local da apresentação 33

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Glossário de Siglas

ASC – Animação Sociocultural

CARDV – Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito de Viseu CCV – Cine Clube de Viseu

ESEV – Escola Superior de Educação de Viseu FAOJ – Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis

FRAPV – Federação Regional de Associações de Pais de Viseu GSA – Gira Sol Azul

IDT – Instituto de Drogas e Toxicodependência IPJ – Instituto Português da Juventude

IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social IPV – Instituto Politécnico de Viseu

TMPM – Teatro Mais Pequeno do Mundo

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Introdução

O presente relatório de estágio surge como trabalho final, no âmbito da conclusão da Licenciatura em Animação Sociocultural, da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda.

O período de estágio decorreu de 22 de Agosto a 11 de Dezembro de 2011, na Associação Gira Sol Azul – Escola de Música. Durante este período tive dois dias de dispensa em Setembro, dia 12, para a realização de um exame final e, no dia 30, por me encontrar doente.

Este relatório traduz-se no produto final de três meses de estágio, onde descrevo a experiência laboral adquirida, através da participação e realização de projectos, entre outras actividades. De forma a contextualizar e aprofundar o trabalho desenvolvido efectuei uma pesquisa bibliográfica, centrada em alguns autores de referência na área da Animação Sociocultural.

Este estágio teve como principais objectivos: desenvolver um projecto de expressão dramática/teatro, de forma a estimular e desenvolver as capacidades criativas, expressivas e comunicativas do grupo envolvido; aplicar métodos, estratégias e técnicas de intervenção adequadas aos diferentes locais de actuação e colaborar com as actividades propostas pela instituição. Pretendia também, contribuir para o desenvolvimento das minhas competências pessoais e sociais, assim como as dos grupos com que trabalhei.

Para uma melhor compreensão e organização do relatório estruturei-o por capítulos. No primeiro podemos encontrar a caracterização da Instituição de estágio e o seu enquadramento geográfico. No que se refere à caracterização são descritas as actividades, cursos e disciplinas que esta oferece, assim como os projectos e colaboradores envolvidos.

No segundo capítulo, resultado de uma pesquisa bibliográfica, faço uma abordagem ao conceito da Animação Sociocultural e às características do Animador. Uma vez que o estágio realizado assenta numa perspectiva educativa em articulação com diferentes áreas artísticas, destaco a Animação Socioeducativa, um dos campos de actuação da Animação, e a Expressão Dramática/Teatro, como um dos meios de

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Animação Sociocultural, tendo em conta que o projecto em que tive um maior envolvimento foi implementado nesta área.

O terceiro e último capítulo refere-se ao Estágio propriamente dito, onde exponho as razões da escolha do local, os objectivos traçados e os recursos utilizados para a realização deste. São citadas, neste capítulo, todas as actividades em que participei, algumas com maior destaque, refiro-me principalmente à actividade de Teatro que foi proposta e desenvolvida por mim. Esta actividade foi o culminar de todo o trabalho desenvolvido durante o estágio, pela confiança que depositaram em mim ao darem-me toda a autonomia e liberdade para criar, orientar e conceber este projecto, assim como aplicar os conhecimentos apreendidos ao longo da minha formação académica.

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1.1 Enquadramento Geográfico

A Escola de Música – Gira Sol Azul tem a sua sede localizada no Bairro S. João das Lameiras na freguesia de Abraveses

pertencente ao distrito e concelho de Viseu. O distrito de Viseu situa-se na Região Norte-Centro do país e na sub-região de Dão-Lafões (Fig. 1). Este é constituído por 24 Concelhos (Anexo I), em que quatro se localizam na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, uma pertence à Região entre o Douro e o Minho e as restantes dezanove, à Região da Beira Litoral, ocupando assim uma área de 5 010,5 km2 (segundo os dados do INE, ver bibliografia, Santos, L.).

Já o concelho de Viseu abrange uma área de 507,2 km2, é limitado a Nordeste por Vila Nova de Paiva, a Este pelos concelhos de Sátão e Penalva do Castelo (também estes pertencentes ao distrito de Viseu), a Sudoeste pelos concelhos de Mangualde e Nelas, a Sul por Carregal do Sal, a Sudoeste pelo concelho de Tondela e a Noroeste pelos concelhos de Vouzela e São Pedro do Sul. Este concelho é ainda rodeado por três rios, o rio Vouga que se situa a Norte do Concelho e é um dos rios mais importantes desta zona, a sudoeste podemos encontrar o rio Dão, o rio Pavia é a principal linha que atravessa o meio da cidade de Viseu.

Abraveses é uma das 34 freguesias (Anexo II) que constitui o concelho de Viseu, situando-se apenas a 3 km do centro da cidade, tendo em 2001 (segundo os dados dos Censos) 8 025 habitantes, tornando-se uma das freguesias que mais evoluiu nos últimos anos, sendo visível o grande crescimento urbano, uma vez que em 1991 a população não excedia os 6 000 habitantes.

Abraveses era (re)conhecida tradicionalmente pelos tamanqueiros existentes que produziam os “tamancos” ou “socos” , calçado utilizado pela maioria da população em tempos passados, e também pelos latoeiros, cesteiros e ferreiros existentes na altura.

Figura 1: Região Centro-Norte e Sub-Regiões

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1.2 À descoberta de Viseu

Viseu é uma cidade que se localiza no interior do Centro de Portugal, há quem considere Viseu o “Coração de Portugal” (Figura 2), pela sua localização no mapa. É uma das mais antigas cidades de Portugal, visível no valioso património e cultura que possui, marcada por igrejas, catedrais, ruas, jardins, pelourinhos, casas rústicas e aldeias assinaladas pelo domínio romano.

O seu centro histórico é constituído pelo Adro da Sé,

uma das mais belas praças de Portugal, onde podemos encontrar a Sé Catedral, possuindo um estilo arquitectónico Românico-Gótico, remetendo aos seculos XIII-XIV, reflectindo-se na sua estrutura, o Museu Grão Vasco é constituído por um conjunto de pinturas vindas da Catedral e das igrejas da região, da autoria de Vasco Fernandes, o Grão Vasco (1475 – 1542), a Igreja da Misericórdia (construída a 1510) e a Fonte das 3 Bicas, que segundo as inscrições, esta foi para ali trazida em 1905, da Quinta das Bicas.

A cidade de Viseu possui uma gastronomia tradicional, bastante rica e variada, oferecendo os sabores da terra, através da Sopa da Beira ou do Caldo Verde, das Migas à Lagareiro, do Rancho à Moda de Viseu, do Presunto e enchidos. O pão é um bem essencial que não pode faltar durante as refeições assim como o bom acompanhamento dos gostosos vinhos do Dão, tornando-se este um dos atractivos da gastronomia da cidade. (dados retirados: www.cm-viseu.pt)

2. Caracterização da Instituição

O Gira Sol Azul (GSA) é uma associação de carácter juvenil, sem fins lucrativos, que promove a educação artística e desenvolve actividades no âmbito artístico e cultural.

A criação deste projecto surgiu em 2000, como sendo um local dedicado à educação artística incluindo as suas várias vertentes, englobando ainda um serviço de agenciamento de

Figura 3: Logótipo da Associação

Fonte: Gira Sol Azul

Figura 2: Viseu no Coração de Portugal

Fonte:

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espectáculos e workshops que, numa primeira fase, visou promover o trabalho dos mentores desta associação e dos vários profissionais que se integram na lista de colaboradores da associação GSA.

Até 2006 o Gira Sol Azul manteve uma programação mensal regular e variada que abrangia vários tipos de públicos, desde oficinas para crianças e famílias à formação de agentes educativos e workshops para públicos especializados.

A partir deste ano (2006) a tarefa do Gira Sol Azul centrou-se na criação de uma Escola de Música que inclui aulas de instrumentos, Oficina de Música para bebés e pais e o Coro do Gira Sol em regime de curso livre. Apresenta ainda dois cursos estruturados com várias disciplinas procurando motivar e proporcionar uma educação musical profissional de qualidade.

As instalações desta contam com sete divisões, duas delas que são partilhadas e funcionam como salas de explicações, que nada tem a ver com a Escola de Música. As outras cinco dividem-se pelo espaço da Secretaria, espaço este onde as pessoas podem pedir informações, assim como inscreverem-se. Também é neste espaço onde se trata de toda a burocracia respectivo ao GSA. Ao lado da Secretaria encontra-se a Sala de Convívio, lugar onde os alunos podem esperar até à hora da aula ou para os pais que aguardam o término das aulas dos filhos, podendo estes desfrutar de brinquedos para os mais pequenos, assim como actualizarem-se com os cartazes e revistas e folhetos de carácter cultural respectivo à cidade de Viseu. Também podem visualizar algumas fotografias de alguns eventos realizados com grupos inseridos nos diversos projectos que o Gira Sol Azul abrange.

Possui ainda mais três espaços que servem como salas de aula, um mais pequeno, onde se leccionam as aulas de Piano, Guitarra, Violoncelo e Saxofone (aulas individuais), uma outra sala maior onde funcionam as aulas de grupo e ainda a garagem, que serve tanto para aulas como para a apresentação de pequenos espectáculos desenvolvidos pela Escola de Música.

Figura 4: Escola de Música – Gira Sol Azul

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2.1 Actividades Oferecidas

Segundo o livro de Estatutos do GSA, este tem como objectivo social a promoção da educação artística, assim como o desenvolvimento profissional de artistas (Capítulo I, 2º Artigo), através da realização de actividades no âmbito cultural e artístico (Capítulo I, 3º Artigo), tais como:

a) Realização de aulas de música, artes plásticas, teatro e outras áreas artísticas; b) Realização de workshops;

c) Organização e produção de concertos; d) Organização e produção de festivais;

e) Publicação de textos e suportes audiovisuais; f) Outras actividades no âmbito cultural e artístico; g) Oferta de estadias residenciais a jovens criadores.

2.2 Cursos e Disciplinas em regime de Curso Livre

Para além das actividades acima referidas o Gira Sol Azul oferece ainda cursos e disciplinas em regime de curso livre.

As disciplinas de momento existentes em regime de Curso Livre são o Corpo do Som, que é uma iniciação musical, indicada para crianças e adolescentes entre os três e os dez anos de idade, a Formação Musical, a Harmonia e Improvisação, o Grupo de Percussão (D’arteRitmo), o Combo e Coro que são as Classes de Conjunto, indicadas para públicos a partir dos 10 anos de idade, podem também frequentar aulas de Instrumentos a partir dos 5, 6 anos de idade, podendo optar pelo Piano, Guitarra, Bateria, Violino, Violoncelo, Saxofone e Canto, todos estes leccionados por professores formados em cada instrumento especificamente.

Os Cursos que o GSA oferece, distinguem-se pelo Curso Básico ou Avançado, sendo que os inscritos no Curso Básico frequentam, para além das aulas de Instrumento, também as aulas de Formação Musical e ainda as aulas de Classe de Conjunto. O Curso Avançado conta com uma disciplina a mais que é Harmonia e Improvisação.

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2.3 Colaboradores do GSA e respectivas funções

O GSA conta com a ajuda de várias pessoas, de forma a proporcionar um bom e correcto funcionamento das respectivas aulas, contando com profissionais adequados para cada função.

Como professores profissionais a instituição tem no Piano, Alberto Rodrigues e Joaquim Rodrigues, este último também responsável pelas aulas de Combo Avançado. Na Guitarra conta com a colaboração de Bruno Pinto (responsável também pela “Orquestra Criativa”) e Gustavo Dinis, a Bateria é dirigida pelo Acácio Salero. Manuel Linhares é quem orienta as aulas de Canto (Individuais), de Coro e o Combo Básico, no violoncelo conta com o apoio de Luísa Antunes. Ana Bento (responsável pelas aulas de Corpo do Som) e Ricardo Augusto são responsáveis pelas oficinas de música para pais e crianças. Ana Bento é ainda quem lecciona as aulas de Saxofone. Por fim, as aulas de Formação Musical são orientadas por Nuno Bastos.

Em outras áreas, não se dedicando propriamente ao ensino mas sim a todo o trabalho exterior à Escola de Música, conta na produção com o apoio de Cristina Nogueira. A ilustração e tudo o que tem a ver com a web, está a cargo de Luís Belo, Rui Mota é responsável pela parte vídeo. Animação circenses, é da responsabilidade de Daniel Matos, nas artes plásticas são colaboradores Helen Ainsworth, Paulo Correia e Beatriz Rodrigues.

2.4 Projectos em Parceria

O Gira Sol Azul tem sido parceiro de alguns projectos de intervenção artística, nomeadamente o projecto “EntreTeias” e o “Humanizarte”, que têm como objectivo principal evitar comportamentos de risco e fortalecer as relações e a identidade de cada um , atingindo públicos de várias idades.

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2.4.1 Humanizarte

O Humanizarte é um projecto que visa a integração e a reinserção de jovens ou adultos com problemas de toxicodependência e alcoolismo que se encontram em fase de recuperação. Este projecto decorre na Associação Social, Cultural, Desportiva e Recreativa do Bairro da Balsa, localizada no centro de Viseu.

Os intervenientes do Humanizarte participam em diversas actividades do ramo das artes, sendo elas o Teatro, as Artes Plásticas e as Artes Digitais, dirigidos por colaboradores profissionais destas áreas. O trabalho desenvolvido pelo grupo é exposto no atelier artístico do Bairro da Balsa, que é possível ser visitado.

Este projecto é co-financiado pelo Instituto de Drogas e Toxicodependência (IDT) e é apoiado pela Câmara Municipal e pelo Governo Civil de Viseu. Conta também com várias associações colaboradoras, sendo elas a Federação Regional de Associações de Pais de Viseu (FRAPV), o Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito de Viseu (CARDV) e a Escola de Música Gira Sol Azul.

2.4.2 EntreTeias

O EntreTeias é um projecto que engloba várias áreas, desde a Música ao Teatro/Drama, às Artes Plásticas, às Artes Circenses e ao Cinema, dividindo-se em diversos subprojectos criados a partir deste. Os projectos inseridos no EntreTeias destinam-se a grupos do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclo) e do Ensino Secundário, promovendo um clima de abertura perante o grupo, experimentação nas diferentes áreas, reflectindo os interesses comuns do grupo.

Este projecto engloba assim as acções de “Emaranharte”, “D’arteRitmo”, “Cultura Urbana” e “Tubo d’Ensaio”, que será explicado nas alíneas seguintes.

2.4.2.1 Emaranharte

O projecto Emaranharte é uma acção de desenvolvimento de competências pessoais, sociais e escolares através das expressões artísticas, que se encontra em

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funcionamento desde Maio de 2009. Esta acção destina-se a públicos do 1º Ciclo do Ensino Básico e tem como objectivos facilitar, através da música, do movimento, do drama, das artes plásticas e do cinema, o desenvolvimento da auto-estima e identidade pessoal, assim como fortalecer as relações positivas com os outros.

Este projecto tem sido desenvolvido com os alunos dos Agrupamentos de Escolas de Marzovelos, Grão Vasco, Viso e também com o Internato Viseense de Santa Teresinha.

2.4.2.2 D’arteRitmo

A acção D’arte Ritmo destina-se a população do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento de várias competências de forma a diminuir comportamento de risco e aumentando os factores de protecção, de forma a ocupar os tempos “mortos” ou tempo livre dos participantes.

As acções desta baseiam-se essencialmente na área da música onde os alunos têm a oportunidade de descobrir e de explorar novas sonoridades e ritmos urbanos do mundo. O reportório trabalhado nestas sessões é geralmente apresentado ao público em diversos eventos.

2.4.2.3 Cultura Urbana

A Cultura Urbana é outra acção inserida no projecto “EntreTeias” que integra actividades com a finalidade de alterar e melhorar a formação como a qualidade de vida dos participantes, estimulando o autocontrolo individual e a resistência colectiva à oferta de drogas, assim como pretende diminuir os comportamentos de risco, aumentando os factores de protecção. Esta acção tem como actividades base as expressões artísticas como a música, o teatro, as artes circenses, o cinema e as artes plásticas, desenvolvido em grupos de jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos que frequentam o Ensino Secundário. Este projecto encontra-se em funcionamento desde Setembro de 2009.

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2.4.2.4 Tubo d’Ensaio

O projecto Tubo d’Ensaio está igualmente inserido no projecto Entre Teias promovido pela FRAPV. Este projecto é direccionado a alunos das Escolas Secundárias de Viseu e procura desenvolver um trabalho de improvisação, de escrita, de partilha de vivências, de “fazer” música e tocar instrumentos, sempre tendo como resultados diferentes correntes musicais, em tributo à cultura e à cidade de Viseu.

Os trabalhos desenvolvidos têm correntes diversas, possuindo temas musicais com influências de diferentes estilos e com processos criativos diversos. O resultado final de todo o trabalho desenvolvido, conta com actuações públicas realizadas em diversas ocasiões, desde festividades das escolas a apresentações no Teatro Viriato e FNAC.

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2.1. A Animação Sociocultural

É muito difícil estabelecer-se uma data precisa para o surgimento da Animação Sociocultural (ASC), uma vez que sempre houve um tempo de trabalho e um tempo de não-trabalho, isto é, um momento de festa, de descontracção, de animação no seu sentido lato. Mas, a partir dos anos 60, após a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945), foram visíveis as mudanças instaladas na sociedade: o aumento da concentração urbana, as relações interpessoais cada vez mais afectadas, a concentração das pessoas em si mesmas, o constante stress sentido devido ao ritmo de vida, a constante invasão que se sente perante os mass-media (Marketing, Publicidades; Internet, etc.), surgindo, desta forma, a Animação como uma metodologia ligada à intervenção nos seus diversos campos (educacional, cultural, social e político), tendo sido a forma encontrada pela sociedade para responder aos problemas sentidos, como nos refere Garcia (1987: 32):

Problemas de identidade cultural, problemas com a já nítida ruptura do tecido social, problemas com a socialização infantil e juvenil, problemas de carências de ligações ente os indivíduos e os sistemas em que se processam as suas trajectórias. Surge assim a Animação como instrumento técnico.

Se quisermos dar uma definição específica à animação, torna-se muito difícil, uma vez que o seu conceito é muito vasto chegando por vezes a ser confuso. Contudo, podemos analisar a Animação Sociocultural consoante as três palavras que a constroem, Animação + Social + Cultural. Por Animação, entende-se o acto de animar, tornar algo agradável dando vida, é promover o desenvolvimento infundindo o ânimo nos indivíduos. Social, diz respeito a um grupo, a uma união de pessoas que estão ligadas por ideias ou interesses comuns, um conjunto de pessoas que se relacionam por pertencerem a uma mesma esfera, tornando-se no local onde se inserem os campos de actuação. Cultural, diz respeito a toda a informação que se transmite e adquire através da aprendizagem, transferida socialmente, que se herda e se gera na vida social, nomeadamente os conhecimentos, os valores, as tradições, os costumes, os hábitos, as normas e formas de relacionamento, entre outros. A junção das três palavras permite então uma completa definição da Animação.

Sendo assim, consideramos a definição de J. Trilla (2004: 26) a mais simples para entender a animação. Um conjunto de acções realizadas por indivíduos, grupos ou

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instituições numa comunidade (ou num sector da mesma) e dentro do âmbito de um território concreto, com o objectivo principal de promover nos seus membros uma atitude de participação activa no processo do seu próprio desenvolvimento quer social quer cultural.

Segundo a definição dada pela UNESCO, Animação Sociocultural reflecte-se

(…) por um conjunto de práticas sociais que visam estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integradas.

Quando se fala em Animação Sociocultural, tem de se ter em conta a tridimensionalidade dos seus âmbitos referente às estratégias de intervenção:

 A dimensão etária: crianças, jovens, adultos ou terceira idade;

O local de intervenção: meio rural ou urbano, instituições ou associações, etc.;  A pluralidade de âmbitos ligada às diversas áreas temáticas: na educação, no turismo, na saúde, na comunidade, no teatro, entre outros.

Para designar as suas vastas actuações e formas de actuação, é necessário recorrer a um amplo conjunto de termos compostos, como é o caso da Animação Cultural, a Animação dos Tempos livres, a Animação Comunitária, Animação de grupos de risco, Animação na Escola, Animação Socioeducativa, entre outros, sendo crucial para este estágio a Animação Musical e a Animação Teatral. Para além destes, muitos outros termos poderão ser formados, relacionando-se com novos âmbitos da Animação cujo aparecimento é determinado pela constante mudança sentida na dinâmica social, promovendo, desta forma, novas relações interpessoais, comunicativas e educativas que contribuem para o desenvolvimento social, cultural e educativo dos indivíduos (Lopes, 2008: 315).

É através destes âmbitos que se constituem os métodos de actuação da Animação, contribuindo para o desenvolvimento do grupo, de forma a ser capaz de agir e tomar decisões competentes, aumentando o bem-estar, criatividade e sentido de responsabilidade em cada um e sentindo-se como pertencentes à sociedade que os envolve.

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2.1.1 O Animador Sociocultural

Ser Animador Sociocultural implica também ser educador social, uma vez que as suas tarefas, nas mais diversas áreas de actuação, se ligam com as do educador e as do agente social. A sua função centra-se em estimular a acção, mudando a sociedade, trabalhando com o homem, com os marginalizados, grupos ou comunidades, implicando a mudança de atitudes, tornando-os mais conscientes de si mesmos e dos outros, conseguindo dar resposta às barreiras que vão encontrando, como podemos constatar na definição dada pela Equipa Nacional de Animadores do FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis): (…) o trabalho é norteado no sentido da consciencialização

participante e criadora das populações, estimulando as pessoas e grupos a autodesenvolverem-se, activando todas as suas faculdades criativas e intelectuais no sentido da resolução de todos os seus problemas reais e colectivos (Lopes, 2008: 527).

Um bom animador é reconhecido pela sua adaptabilidade de espírito, liberdade de acção, capacidade de escuta, de diálogo, entusiasmo e dinamismo, uma vez que o trabalho deste se reflecte em fazer pensar, fazer falar e fazer actuar, ou seja, este pretende, acima de tudo, que seja o próprio grupo a determinar os seus objectivos e escolher os meios mais adequados para os atingir. Desta forma, entende-se também que o animador, quando se encontra em situação de actuação, não se deve distinguir do grupo, não deve ter uma atitude heróica ou de líder sobre este, mas deve sim adaptar-se às características do grupo, modificando-as de forma previamente planeadas. Não se pretende que o animador dê respostas ao grupo, mas sim o contrário, que este impulsione o grupo a responder às suas dificuldades sentidas. Este deve também ter uma facilidade enorme de comunicação com os outros, estando disponível e com liberdade de acção onde terá de usar a sua imaginação, criatividade e empatia.

Tendo em conta a formação do Animador Sociocultural, este deve, segundo Lopes (2008: 538), baseado nas palavras de Garcia, centrar-se nos seguintes aspectos:

Possuir formação na área sociocultural e dominar um instrumento específico de Animação (Animador Turístico, Desportivo, Comunitário, entre outros);

Ter experiência no domínio da dinâmica de grupos e ter facilidade de comunicação com outros;

Demonstrar equilíbrio emocional e capacidade de relacionamento, ou seja, possuir um elevado grau de abertura e capacidade de negociação;

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Estar comprometido com o desenvolvimento cultural de uma dada comunidade e empenhado num trabalho de âmbito social, cultural e educativo;

Ter experiência de planeamento, organização, gestão e avaliação de actividades sociais, culturais e educativas;

Ter prazer naquilo que faz, entusiasmo e espírito de iniciativa, sentido de organização e de responsabilidade, sobriedade de actuação, persistência, precisão na linguagem a utilizar, sentido de disponibilidade, uso da imaginação e da capacidade criativa;

O Animador terá que possuir intuição, imaginação e capacidade de reflexão e de interiorização.

Atendendo a estas características importantes na formação do Animador, este é um ser polivalente, não pode e não deve ser uma pessoa solitária, desiludida ou desanimada, mas sim o contrário, deve ser animado e capaz de estabelecer relações interpessoais, produtivas, gratificantes e amistosas consigo próprio e com os outros, fomentando para que o grupo de actuação tenha um exemplo inserido no grupo e competente para os ajudar a desenvolver autonomamente.

Um animador encontra-se em constante formação que aprende enquanto executa as suas funções com o grupo. Como nos é referido por Lopes (2008: 539), baseado nas palavras de Ander-Egg, este deve possuir a capacidade de renovar o gosto de viver e transmitir aos outros o entusiasmo de lutar por objectivos que julgam incapazes de alcançar. Esta capacidade de infundir a vida nos grupos é uma qualidade indispensável para quem executa tarefas com pessoas, exigindo um certo grau de participação dos destinatários.

2.2 Animação Socioeducativa

A Animação Socioeducativa constitui um dos âmbitos da Animação Sociocultural surgindo nos finais dos anos 60 num contexto educativo não formal, resultante da herança de uma educação popular.

Este contexto pretende proporcionar uma educação global, de carácter lúdico, criativo e participativo, proporcionando aos grupos, um momento de descontracção e ao mesmo tempo estimulando a aprendizagem. Daí que esta se apresenta bastante ligada a colónias e campos de férias e outras actividades que decorrem ao ar livre, destinadas

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principalmente a grupos de crianças, adolescentes ou jovens, como refere Viché (1999: 91), (…) este âmbito é o mais intimamente ligado à educação popular e à educação no

tempo livre. Dentro deste âmbito vamos considerar as práticas dos movimentos educativos: movimento de colónias e centros de férias, a educação de adultos e as universidades populares.

Na perspectiva de Morais (1975: 1): (…) a Animação socioeducativa como uma

das áreas da Animação sociocultural que se dedica ao trabalho com as crianças, adolescentes fora do contexto escolar (institucional) contribuindo para o se desenvolvimento biopsicossocial através da prática de actividades em que seja feito um apelo à criatividade, afirmação pessoal e inserção na realidade próxima, a partir da

utilização de diferentes técnicas, nomeadamente: o teatro, a expressão dramática, a expressão musical, a expressão plástica e jogos didácticos.

O Animador Socioeducativo deve possuir e seguir um perfil de maturidade, bom senso e sentido de disponibilidade, ter experiências e provas positivas já dadas no campo da Animação socioeducativa. Deve ter conhecimento da zona em que vai intervir, ter experiência de trabalho com crianças e adolescentes, o que pressupõe o conhecimento das características básicas destes grupos etários nos respectivos locais e possuir uma inclinação para actividades mais criativas, incluindo as artes plásticas, a música, o teatro, o cinema, a dança, o desporto, entre outos, para que seja capaz de proporcionar ao grupo uma educação criativa, motivadora e ao mesmo tempo lúdica.

2.3 Animação e a Expressão Dramática

Antes de identificar a Expressão Dramática como um meio da Animação Sociocultural, cada vez mais utilizado e eficaz, da Animação Sociocultural, é essencial explicar os termos desta. A palavra «expressão» deriva do latim «expressione» (Sousa, 2003: 15) e significa revelação, fazer sair algo ligado à manifestação das emoções, como dor, alegria, cansaço, ou seja, tem a ver com todos os instintos, emoções e sentimentos de uma pessoa. Por «drama» entende-se algo dramático, uma tragédia, um desastre, isto é, um ou vários acontecimentos que podem causar tormentos às pessoas, outro sentido da palavra «drama» liga-se à arte literária (estilo de escrita de peças teatrais que se ligam entre a tragédia e a comédia) onde geralmente tentam abordar situações provocando nos espectadores emoções dramáticas.

(25)

Há ainda quem associe a palavra «drama» à actividade, movimento, acção ou comportamento do homem. Assim entende-se que a Expressão Dramática é um acto de faz-de-conta, onde predomina a criatividade, a imaginação e também a imitação. Esta expressão é cada vez mais utilizada como instrumento de educação e também utilizado na Animação Sociocultural.

A Animação Sociocultural usa o teatro ou expressão dramática como um recurso ao serviço da pessoa no sentido de promover a participação, a relação, a criatividade e a expressividade, ligado ao desenvolvimento social, pessoal, cultural e educativo, através da utilização de diferentes técnicas e assumindo diferentes formas de intervenção. Só nos deparamos com um trabalho de animação relacionado com o teatro, se este contiver objectivos concretos para a sua razão de ser, como argumenta Garcia (1980), citado por Lopes (2010:167), Não basta fazer teatro para que tenhamos trabalho de animação; se

isso não tiver um determinado objectivo, se não estiver inserido nesse tal processo, não estamos num trabalho de animação. Não é fazer teatro pelo teatro, para entreter as pessoas. (...) É preciso que os meios de expressão cultural sejam para nós instrumentos de intervenção, que visem resolver alguma coisa, ou contribuir para olhar a realidade de maneira diferente.

A utilização deste meio tem sido muito frequente em programas de Animação Sociocultural nos últimos 25 anos, o que é observável nas características que fazem do teatro um dos meios mais utilizados e com melhores resultados na animação:

a) O Teatro ou Expressão Dramática é um meio de comunicação directa que proporciona uma interacção comunicativa entre o grupo, o que também é visível nas características da Animação Sociocultural, uma vez que a actuação desta visa a consciencialização, participação e autonomia;

b) Tal como na Animação Sociocultural, também no Teatro se pretende que haja ligação entre as pessoas seja um dos pontos fulcrais. Todo o trabalho necessário no ponto teatral, a distribuição de papéis e de responsabilidades partilhadas, os ensaios e os debates de ideias, criam e proporcionam espaços de trabalho em conjunto;

c) O teatro aborda as três dimensões da ASC, a cultura, a social e a educativa, uma vez que suscita dinâmicas de integração social, de criatividade, de participação e de educação;

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d) O Teatro, assim como na ASC, promove a expressividade corporal, tentando desta forma que o grupo ultrapasse temores, medos, receios, inibições, assumindo-se como pessoas livres e comunicativas.

Desta forma, consideramos o teatro como um meio da Animação Sociocultural que se compromete com o desenvolvimento humano, com propostas didácticas e pedagógicas, apostando sempre na envolvência do grupo, rompendo com o tédio e a exclusão, incentivando os indivíduos para o auto desenvolvimento, como podemos observar na citação de González (1987: 93-94) (…) O teatro sintetiza em si aspectos

tais como o didáctico, o cultural, o artístico e o social. Aspectos que constituem as três frentes nos quais se move a animação sociocultural.

A ligação do teatro com a animação faz-se sentir por esta seguir em direcção ao homem que não quer representar para outro homem, mas que pretende interagir com ele numa relação aberta, festiva, criativa, confiante e espontânea, onde o prazer de comunicar, de estar com os outros, de fazer tarefas em conjunto, de partilhar experiências, de ter a capacidade de enfrentar os problemas em grupo, resultando numa comunicação geradora de educação e estabelecendo ligações directas com a comunidade.

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(28)

3. O Estágio

O 3º capítulo refere-se a todas as actividades e projectos em que estive envolvida ao longo dos 3 meses e 3 semanas de Estágio no GSA. Neste menciono os objectivos e recursos utilizados, assim como uma breve caracterização das instituições de actuação.

Começo por fundamentar a minha escolha do local, assim como apresento o plano inicialmente traçado pela tutora, Ana Bento, seguindo o plano efectivamente cumprido. Posteriormente, explico todas as actividades em que estive envolvida. Começo pela participação no Teatro Mais Pequeno do Mundo, o workshop “Orquestra Criativa”, o workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons” e o projecto Tubo d’Ensaio que continua em desenvolvimento até dia 14 de Fevereiro de 2012.

Por último faço referência ao projecto que realizei no Internato Viseense Santa Teresinha.

3.1 Escolha do local de estágio

Para concluir a licenciatura, optei pela realização de um Estágio Curricular, uma vez que na realização deste temos a oportunidade de mobilizar todos os conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longo do curso, o que nos prepara melhor como futuros profissionais.

A escolha do local de estágio, estava já decidida desde o início do último ano de Licenciatura, uma vez que Viseu é o meu local de residência. Comecei por pensar em algumas instituições do concelho que já conhecia, surgiu então o “Gira Sol Azul” como opção. Uma vez que nesta desenvolviam diversos projectos no ramo da educação artística, foi uma das minhas primeiras opções, pela grande vontade que eu tinha em trabalhar nesta área e por me identificar muito com ela.

Assim, na altura da decisão, dirigi-me ao Gira Sol Azul para falar directamente com alguém responsável, expus o meu interesse em colaborar com a instituição e evidenciei a vontade que tinha em desenvolver um projecto na área do teatro com um grupo de jovens. Desde logo, a minha tutora aceitou a proposta de estágio no GSA, sugerindo-me algumas instituições com quem puderia desenvolver o projecto idealizado, o que me deixou mais motivada para iniciar esta última etapa do curso.

(29)

3.2 Plano de Estágio

O plano de estágio, proposto pela minha tutora, antes do mesmo se iniciar, constava na participação em diversas actividades, que passo a mencionar:

Apoio no “Teatro Mais Pequeno do Mundo”, onde seria responsável pelo acolhimento do público nos espectáculos realizados durante a Feira de S. Mateus 2011;

 Apoio administrativo na Escola de Música - Gira Sol Azul, onde ficaria responsável pelos contactos a realizar e pelo atendimento ao público;

O envolvimento nas actividades D’arteRitmo (grupo de percussão), Coro e Orquestra Criativa;

Apoio na organização de workshops;

Apoio na divulgação de oficinas e espectáculos.

No entanto, nem todas as actividades propostas inicialmente foram concretizadas, como é o caso do envolvimento nas actividades de D’arteRitmo e Coro, e do apoio na organização de workshops e divulgação dos mesmos, tendo surgido outras propostas que acabaram por completar o meu estágio, tais como:

Apoio no projecto Tubo d’Ensaio;

Para além da participação no workshop “Orquestra Criativa”, estive também envolvida no workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons”;

Criação e desenvolvimento da actividade de Expressão Dramática/ Teatro no Internato Viseense Santa Teresinha.

(30)

3.3 Objectivos e Recursos utilizados

Para a concretização do estágio foram vários os objectivos traçados, uma vez que estes são de extrema importância em qualquer actividade que se pretenda desenvolver. Através da definição de vários objectivos, passa a existir um percurso a seguir, com um propósito mais concreto a alcançar, o que resulta num melhor desenvolvimento da actividade.

Para além dos objectivos, foram tembém vários os recursos utilizados ao longo deste percurso, que seriam indispensáveis nas diversas actividades em que me encontrei inserida.

Objectivos:

Aplicar os conhecimentos teórico- práticos adquiridos ao longo dos 3 anos de Licenciatura;

Aplicar métodos, estratégias e técnicas de intervenção adequadas aos diferentes locais de actuação;

Desenvolver um projecto no ramo da expressão dramática, permitindo ao público-alvo o desenvolvimento das suas capacidades criativas, expressivas e comunicativas;

Colaborar com as actividades propostas pelo local de estágio;

Desenvolver as minhas competências pessoais e sociais como Animadora;

Desenvolver as competências pessoais, sociais e culturais dos grupos abrangidos.

Recursos utilizados:

Humanos: A estagiária, a tutora Ana Bento, a técnica de iluminação Cristina Nogueira, o grupo do Internato Viseense de Santa Teresinha, o 8º ano da Escola Secundária de Viriato, o grupo do Lar Especializado Casa da Aguieira, a animadora do

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Internato Vanda Rodrigues, os colaboradores do TMPM, Graeme Pulleyn, Romulus Neagu, Sónia Barbosa, Paulo Correia, Cristóvão Cunha, Guilherme Gomes, Sara Figueiredo, Catarina Almeida, Rafaela Santos, Fernando Giestas e Leonor Barata.

Materiais: Guitarra eléctrica, Baixo eléctrico, Xilofones, Metalofones, Jogo de sinos, Tarola, Pratos, Jambé, Pandeireta, Bombo, Melódica, Piano, Pau de Chuva, Televisão, Sofá, Mesa, Cadeiras, Roupas e Acessórios, Computador, Retroprojectores, Aparelhagem, Amplificadores, Câmara de filmar;

Financeiros: Todos os gastos foram suportados por mim.

3.4 Actividades desenvolvidas

Ao longo dos 3 meses e meio, para além de todo o trabalho administrativo desenvolvido na Associação Gira Sol Azul, como o preenchimento de fichas de inscrição (Anexo III), a realização de listas e tabelas referentes aos inscritos (Anexo IV), assim como a organização dos respectivos pagamentos, foram várias as actividades que me propuseram e as quais aceitei sempre como uma mais-valia para o meu processo de aprendizagem. Estas encontravam-se ligadas à área artística, tais como o teatro, a música e o vídeo, e possibilitavam trabalhar com diferentes grupos da sociedade.

Essas actividades foram o “Teatro Mais Pequeno do Mundo”, onde me deparei com públicos de diferentes faixas etárias, desde jovens, crianças, adultos e idosos. O

workshop “Orquestra Criativa” foi outra das actividades inseridas, assim como o workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons”.

Por último, o projecto “Tubo d’Ensaio”, que ainda se encontra em desenvolvimento, até ao dia 14 de Fevereiro de 2012. Esta foi outra actividade em que participei e é desenvolvida com dois grupos muito diferentes, um deles uma turma do 8º ano, da Escola Secundária de Viriato, e com um grupo de raparigas que se encontram no Lar Especializado Casa da Aguieira – Instituto Segurança Social.

Para uma melhor avaliação e percepção geral do período de estágio, assim como do tempo disponibilizado, segue-se a calendarização das actividades desenvolvidas:

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Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 1 Feriado Feriado 2 3 4 5 Feriado 6 7 8 9 10 11 12 Exame Património 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Doente 31 LEGENDAS: Fim-de-Semana Gira Sol Azul

Apoio no “Teatro Mais Pequeno do Mundo” Participação na “Orquestra Criativa”

Participação no workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons”

Participação no “Tubo d’Ensaio” na Escola Secundária de Viriato Participação no “Tubo d’Ensaio” na Casa da Aguieira

Sessões de Expressão Dramática no Internato Viseense Santa Teresinha Apresentação da peça desenvolvida no Internato Santa Teresinha Divisão de períodos de tarde

Divisão entre manhã, tarde e noite Divisão entre a tarde e a noite Período de não Estágio

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3.4.1 Teatro Mais Pequeno do Mundo

O Teatro Mais Pequeno do Mundo (TMPM) nasceu no dia 14 de Agosto de 2011, tendo como maternidade a Feira de São Mateus, onde permaneceu durante 40 noites e dando alegrias e razões para sorrir a cerca de 3 500 espectadores. O objectivo do TMPM era criar um espaço intimista onde se apresentassem pequenas intervenções artísticas de grande qualidade, num contexto popular e para um público diverso. O TMPM contou com a colaboração de entidades locais, que financiaram este projecto, tais como a Associação da Balsa Nova, o Teatro Viriato, a Fundação Lapa do Lobo e a Expovis.

Esta pequena mas grande Caravana, juntamente com todos os artistas e colaboradores inerentes (Anexo V), pretende andar pelo País fora, proporcionando aos espectadores belíssimos espectáculos de teatro, de dança, de música e de artes visuais tendo a duração de 5 a 10 minutos. Estes espectáculos foram exclusivamente criados apenas para apresentação no TMPM. De seguida apresenta-se o nome e uma pequena descrição de alguns espectáculos apresentados no Teatro Mais Pequeno do Mundo:

 Romulus Neagu, com Jorménia – histórias pequenas visitando o passado, nestes espectáculos assistimos a três solos de dança contemporânea criados a partir de objectos como uma bicicleta ou uma cadeira, focando-se na relação espacial entre objecto, bailarino e o interior da caravana;

 Graeme Pulleyn, com Contos do Mundo -

estes são adaptados para o pequeno palco, num estilo entre o contador de histórias e o teatro físico. Estes espectáculos são acessíveis a todo o tipo de públicos, sendo histórias de origem popular com grande dinamismo e uma poesia própria e As Tragédias de

Shakespeare, estes espectáculos apanham o essencial de algumas das mais conhecidas

peças do grande dramaturgo inglês, transformando-as em curtas narrativas, intensas e emocionantes;

Figura 7: Romulus Neagu

Fonte: Dossier TMPM

Figura 6: Teatro Mais Pequeno do Mundo

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Sónia Barbosa, com Histórias Esquisitas, uma inovadora e insólita utilização de efeitos de luz “artesanais” e de um estilo de narração muito intimista com um trabalho físico apurado;

Ana Bento e Paulo Correia, com Sonhei que sonhei, neste, podemos assistir as artes plásticas aliadas à música de forma a criar momentos preciosos de poesia visual que levam o público numa viagem sem palavras em que as imagens falam e a música comove. O Teatro de sombras é a base para esta colaboração que cria um mundo misterioso e mágico dentro da Caravana. Para além do prazer do espectáculo em si, das imagens no ecrã e dos sons que flutuam dentro da caravana, o

público convive de forma próxima com os dois artistas, assistindo em simultâneo à ilusão e ao trabalho de quem a fabrica.

Nesta actividade fui responsável pela bilheteira do TMPM, durante algumas noites (Figura 5) dos 40 dias em que a caravana permaneceu na Feira de São Mateus e durante os 3 dias em se encontrou na Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), (Anexos VI). Desenvolvi um trabalho também de angariação de público, assim como recebi os mesmos atenciosamente, fazendo-os embarcar numa viagem cheia de fantasia, alegria e curiosidades.

3.4.2 Workshop “Orquestra Criativa”

Este workshop de “Orquestra Criativa” contou com a segunda edição (Anexo VII) e tinha como principal função promover a criatividade e o gosto pela música executada em grupo. A inscrição para esta actividade teve o custo de 15 € por pessoa, foi dirigida a um público diferenciado, desde os 8 aos 80 anos de idade e não era obrigatório ser-se músico para se poder participar. Era sim, essencial que cada

participante inscrito contribuisse com ideias e com um bom ouvido, que fosse criativo e

Figura 8: Sonhei que sonhei

Fonte: Própria

Figura 9: Apresentação da “Orquestra Criativa”

(35)

imaginativo e estivesse predisposto a tocar um instrumento. O workshop teve como objectivos: proporcionar aos participantes o contacto com a música e instrumentos, desenvolver o gosto de cada um por esta área, estimular e desenvolver a criatividade e imaginação a partir da exploração de diferentes instrumentos e, por fim, fazer uma apresentação do trabalho desenvolvido ao público. Esta 2ª edição da “Orquestra Criativa” decorreu durante 3 dias (Figura 5), dia 7, 8 e 9 de Setembro, entre as 9:30 horas e as 12:30 horas, sendo que a apresentação do espectáculo se realizou no último dia pelas 18:30 horas e contou com a colaboração de sete participantes, sendo dois deles o orientador (Bruno Pinto) e eu, estagiária do Gira Sol Azul, tendo como função o contributo de ideias criativas e tocar o instrumento baixo eléctrico. Todos os participantes contribuíram para os objectivos iniciais propostos, utilizando cada um o seu instrumento escolhido: Guitarra eléctrica, Baixo eléctrico, Bombo, Violino, Pau de Chuva, Bateria e Metalofone.

A actividade desenvolvida traduziu-se em jogos de apresentação, jogos de criação de ritmos e repetição para o ensaio dos ritmos criados nos jogos (Anexo VIII).

3.4.3 Projecto “Tubo d’Ensaio”

Este projecto está inserido no âmbito do Curso de Mestrado em Animação Artística desenvolvido pela minha tutora do local de estágio, Ana Bento, e insere-se num programa de desenvolvimento da animação musical que utiliza formas dinâmicas com o fim de tornar os jovens mais criativos, permitindo-os criar e interpretar ao vivo a banda sonora num filme-concerto. Ou seja, o fim deste projecto é a criação e produção, com dois grupos, da banda sonora de uma curta-metragem, intitulada por “L’homme sans tête” de Juan Solanas.

Esta iniciativa tem como objectivos: promover processos de aprendizagem participativa em que a energia criativa é apreendida e interiorizada em vez de ensinada; reflectir os interesses comuns do grupo; proporcionar um ambiente estruturado e focado na criação de música ao vivo.

Este projecto do Tubo d’Ensaio encontra-se em funcionamento desde 29 de Setembro de 2011 e será finalizado com uma apresentação pública, a decorrer no

Figura 10: Capa da curta-metragem “L’homme sans tête”

Fonte:

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Instituto Português da Juventude de Viseu (IPJ), no dia 14 de Fevereiro de 2012. Abrange dois grupos distintos, meia turma do 8º ano da Escola Secundária de Viriato, construída por 11 elementos e um grupo de alunas do Lar Especializado Casa da Aguieira composto por nove elementos. As sessões estão em funcionamento uma vez por semana em cada escola, durante 1h30m, coincidindo com as aulas de Educação Musical, no caso do 8º ano da

Escola Secundária de Viriato, e com a aula de música no caso da Casa da Aguieira. As sessões desenvolvidas seguem todas elas um alinhamento previamente descrito, começando por um aquecimento, onde são realizados jogos rítmicos de forma a activar e estimular a concentração em cada aluno, assegurando uma sessão participativa e aproveitadora. É a partir de alguns destes jogos de aquecimento que surge o material musical, composto e discutido de forma colectiva. É precisamente nestas actividades que o meu contributo, enquanto animadora, se faz sentir, dando apoio dirigindo os grupos, assim como cativá-los à participação.

3.4.3.1 Caracterização da Escola Secundária de Viriato

A Escola Secundária de Viriato está em funcionamento desde 25 de Outubro de 1985, tendo como designação, nos dois primeiros anos lectivos, de Escola Secundária de Abraveses, localizada num extremo da cidade de Viseu, junto à Cava de Viriato a escassos metros do limite da freguesia de Abraveses.

É uma escola relacional, aberta ao mundo, empreendedora e consciente do papel da educação no desenvolvimento humano e social.

Durante este ano lectivo a Escola Secundária de Viriato tem como oferta formativa:

O Ensino Regular, isto é o 7º, 8º e 9º ano, tendo como oferta de disciplinas a Expressão Corporal (para os 7º anos), a Expressão Musical (que abrange o 8º ano e é também a

Figura 12: Escola Secundária de Viriato

Fonte: http://www.jornaldocentro.pt

Figura 11: Sessão de Tubo d’Ensaio da Escola Secundária de Viriato

(37)

disciplina onde o projecto Tubo d’Ensaio está a ser desenvolvido) e Línguas estrangeiras (Espanhol, Francês e Inglês);

 Cursos de Educação e Formação de Práticas Técnico-Comerciais;

 Cursos de Educação e Formação de Instalações de Sistemas Informáticos;

 Cursos de Educação e Formação de Adultos (em regime nocturno); O Ensino Secundário, ou seja, o 10º, o 11º e o 12º ano, ou níveis de educação equivalente, tendo os seguintes cursos e áreas para escolha:

 Cursos Científico-Humanísticos;

 Curso Profissional de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva;  Curso Profissional de Animador Sociocultural;

 Curso Profissional de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos;  Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde;

 Curso de Educação e Formação de Adultos (em regime nocturno).

3.4.4 Workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons”

O workshop “Ouvir Imagens e Ver Sons” foi projectado e organizado por colaboradores do Cine Clube de Viseu (CCV), com o propósito de dar a conhecer aos participantes as técnicas, materiais e programas necessários, para a captura e edição de som e imagem e assim construir uma curta-metragem, trabalhando o material recolhido pelos participantes, através de exercícios e processos de criação simples. Esta curta-metragem realizada teve como tema do argumento “A Cidade”.

Esta actividade é direccionada a um público com mais de 15 anos, tendo como local de actuação e de trabalho a Escola Superior

de Educação de Viseu e a própria cidade. Esta, decorreu durante o dia 8 de Outubro de 2011, tendo iniciado às 10 horas até às 17:30 horas, mas devido à quantidade de trabalho a realizar durante o workshop, este terminou por volta das 19:30 horas.

Este workshop teve a inscrição de sete

Figura 13: Imagem do vídeo criado durante o workshop.

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pessoas e ainda as duas monitoras Ana Bento e Sara Figueiredo. O total de elementos foi dividido em dois grupos, quatro elementos (Grupo 1) ficaram com a monitora Ana Bento (responsável pela parte sonora da curta-metragem) e os restantes (Grupo 2) ficaram com a monitora Sara Figueiredo (responsável pela parte do vídeo), havendo troca de grupo durante a parte da tarde do workshop. O primeiro grupo, ao qual eu pertencia, desenvolveu durante a manhã, a parte sonora através de jogos de criação de ritmos com a utilização de diferentes instrumentos, tais como Guitarra eléctrica, Baixo eléctrico e alguns acessórios da Bateria, e tivemos ainda a oportunidade de criar o nosso próprio som, através do programa informático Audialize, dando oportunidade aos participantes de construir uma faixa de 4 tempos, unindo-as no final, criando assim uma outra parte da banda sonora para a curta-metragem.

Da parte da tarde, o Grupo 1 começou a desenvolver a parte do vídeo com a formadora Sara Figueiredo, que começou por explicar as técnicas gerais de captação de imagem. A seguir começamos por imaginar diferentes situações relativas à Cidade, encaixando-as na banda sonora já criada. Esta actividade foi bem conseguida, pois houve uma fluidez de ideias por parte dos participantes. Depois de expormos e discutirmos as nossas ideias, partimos para a cidade de Viseu e começámos por captar algumas imagens de diversas situações, sendo também os participantes os actores. Após alguns planos retirados, voltámos para a Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV) e começámos por seleccionar e ordenar os planos, construindo assim a curta-metragem. Infelizmente a construção do vídeo não foi terminada pelos intervenientes, uma vez que não houve tempo suficiente, tendo sido finalizada pela formadora, Sara Figueiredo, que depois facultou a curta-metragem já editada aos participantes.

3.5 Projecto de Expressão Dramática/Teatro

Desde o início do estágio predispus-me a desenvolver uma actividade na área da Expressão Dramática, de forma a concretizar um dos principais objectivos inicialmente traçados. Esta actividade tinha como tema central “A Importância da Música na Vida das Pessoas”, uma vez que esta arte está frequentemente presente nas nossas vidas e desperta os nossos estímulos sensoriais, capazes de criar laços de afectividade.

Pretendia com este projecto alterar alguns comportamentos do grupo, tornando-o mais unido e solidário. Não pretendia trabalhar propriamente em função de um produto

(39)

final, mas sim tornar o processo apelativo, libertador e criativo, em que houvesse um espaço de partilha de ideias entre mim e os vários elementos do grupo, ou seja, queria valorizar mais o processo e trabalhar em função do grupo e não em função da criação de um espectáculo teatral.Depois de um conhecimento prévio das caracteristicas do grupo, através de um conjunto de exercícios de conhecimento, tracei os seguintes objectivos: desenvolver a capacidade artística, de cooperação e entreajuda em cada participante; desenvolver as capacidades criativas, comunicativas e expressivas, principalmente a expressividade corporal; explorar a sensibilidade e o sentido estético, assim como estimular a auto-expressão, a interacção e a integração do grupo.

A escolha do local para desenvolver esta actividade foi sugerida pela minha tutora Ana Bento. Fiquei muito satisfeita com a escolha, uma vez que iria ser um grande desafio trabalhar com um grupo de raparigas adolescentes, com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos, que se encontram a viver no Internato Viseense Santa Teresinha. Num primeiro contacto com a instituição, optei por realizar uma chamada telefónica para sugerir a ideia à direcção, onde solicitaram que redigisse uma sinopse (Anexo IX) da actividade que pretendia e que aguardasse por um futuro contacto, pois iriam marcar uma reunião onde apresentaria a proposta. Por motivos de restruturação na direcção do Internato, o processo de aceitação da actividade demorou algum tempo, assim sendo, as sessões tiveram início apenas no dia 19 de Outubro, a cerca de um mês do término do período de estágio. Como o pretendido era também desenvolver um exercício teatral com a colaboração de todos, era impossível consegui-lo em apenas um mês, o que me obrigou a prolongar o tempo de estágio por mais três semanas.

Nas primeiras duas semanas desenvolveram-se apenas duas sessões, às quartas-feiras, das 17h às 18:30 horas e a partir da terceira semana, comecei por realizar duas sessões, duas vezes por semana, tendo lugar às sextas-feiras, entre as 16:45 horas e as 18:15 horas e aos sábados das 11 às 12:30 horas, uma vez que era escasso o tempo para a apresentação da peça, que se realizou no dia 11 de Dezembro de 2011.

Numa primeira fase as sessões desenvolvidas começaram com jogos de apresentação (Anexo X) assim como jogos de desinibição, cooperação e de concentração. Depois de os alunos já se encontrarem mais descontraidos e confiantes, partimos para a

Figura 14: Sessões com o grupo

(40)

construção do guião do exercício teatral (Anexo XI) que foi redigido e pensado pelo grupo, mas, devido à falta de tempo, acabei por terminá-lo eu, introduzindo as ideias já debatidas. A ideia sugerida pelo grupo desviou-se da ideia inicial que tinha pensado relacionada com a importância da música, constou então na representação de dois tipos de famílias de classes bem diferenciadas, uma família rica cheia de coisas luxuosas e uma família pobre, abandonada e roubada pelo chefe de família (pai). Pessoalmente considerei a ideia bastante pertinente, pois surgiu de um grupo que, em parte, já passou por situações de grandes dificuldades e que pertence a uma classe mais desfavorecida. Esta temática espelha um pouco das suas realidades e leva-nos a reflectir sobre as desigualdades sociais onde estão inseridos.

No final de cada sessão, sempre que possível, sentava o grupo em círculo e faziamos uma reflexão crítica do trabalho desenvolvido, de forma a haver uma retroacção e colaboração consciente e activa do grupo em todo o processo.

Aproximando-se a data da apresentação, comecei por procurar um local para a realização da actividade, enviando um ofício (Anexo XII) ao IPJ, que foi negado, uma vez que o espaço (auditório) se encontrava ocupado durante o mês de Dezembro. Posteriormente tive de recorrer ao CAFAC do Instituto

Politécnico de Viseu (IPV), onde entreguei novamente um ofício a solicitar o local para o dia da apresentação e o dia anterior para a realização de um ensaio geral e de adaptação ao espaço.

Já numa fase final, tinha chegado a altura da definição dos figurinos das personagens, assim como preparar os restantes elementos cenográficos e todos os adereços fundamentais. O material necessário para a construção dos diferentes cenários era constituído por uma mesa, sofá, cadeiras, vasos e uma televisão, que foi construída por mim (Anexo XIII). A transição do cenário, de uma cena para a outra, fazia-se visualizar pela mudança de adereços mínimos, como um simples cobrir do sofá com um pano, quando nos encontrávamos em casa da família pobre, assim como a toalha da mesa que era diferente em cada casa. O transporte do cenário nas mudanças de cena era da inteira responsabilidade do grupo, tendo cada elemento uma função a desempenhar (Anexo XIV).

Figura 15: Nome na porta de entrada do espaço.

(41)

Durante as sessões e a preparação para a apresentação da peça, contei com a colaboração de várias pessoas: a Ana Bento, que foi responsável pela sonoplastia de toda a peça, a Cristina Nogueira, que se responsabilizou pela iluminação, a Vanda Rodrigues, que preparou o lanche que se realizou no final da apresentação e o Lanxeirão (restaurante e pastelaria de Viseu), que patrocinou o evento fornecendo as lancheiras e as bolas para o lanche final.

A apresentação (Anexo XV e XVIII) decorreu no dia 11 de Dezembro, abrindo as portas ao público às 16 horas. Este evento contou com uma casa cheia, repleta de alegria, amor e carinho, fazendo-se notar pela satisfação expressa no rosto dos espectadores.

3.5.1 Caracterização do Internato Santa Teresinha

O Internato Viseense de Santa Teresinha é uma Associação de Solidariedade Social, sendo portanto uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) sem fins lucrativos, situando-se na Rua Serpa Pinto, na

freguesia de Santa Maria, que se localiza na zona Este da cidade de Viseu, situando-se assim no centro da cidade, com boa acessibilidade a diversos serviços tais como o Centro de Saúde, o Centro Distrital de Segurança Social, a Câmara Municipal, Escolas, entre outros.

Esta IPSS acolhe crianças e jovens do sexo

feminino que se encontram em situação de risco, proporcionando-lhes uma educação e formação em diferentes dimensões, de forma a possibilitar-lhes um desenvolvimento global e de integração social para que cada uma adquira a sua autonomia pessoal, seguindo um conjunto de objectivos gerais, relativos à institucionalização, à família e à comunidade onde as jovens se inserem (Anexo XVI). Para tal, a Instituição dispõe de um apartamento equipado de forma a ajudar as que aceitam iniciar o processo de transição gradual entre a vida institucional e a vida autónoma.

Figura 16: Entrada do Internato Santa Teresinha

(42)

Cada jovem frequenta a escola local oficial adequada à sua idade e ainda tem a oportunidade de participar em actividades externas, conforme a sua disponibilidade, vocação e interesse, tais como catequese, escuteiros, hóquei e basquetebol.

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