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SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE SUPERMERCADOS, SHOPPING CENTER E MINI BOX DO COMÉRCIO VAR

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Academic year: 2021

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TRABALHO EM DOMINGOS – EXIGÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO

EM NORMA COLETIVA – INEXISTÊNCIA ECISÃO DO TST

-EM RELAÇÃO AO TRABALHO REALIZADO -EM FERIADOS

CONFIRMA A EXIGÊNCIA DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO POR

MEIO DE CONVENÇÃO COLETIVA.

Decisão do TST – SDI-1 em Embargos de Declaração em Recurso de Revista nº TST-E-ED-RR-89600-90.2002.5.08.0009, em que é Embargante SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE SUPERMERCADOS, SHOPPING CENTER E MINI BOX DO COMÉRCIO VAR e Embargado LÍDER SUPERMERCADOS E MAGAZINE LTDA. vinha

suscitando dúvidas e questionamentos em face de

entendimento equivocado de que seria exigível para o trabalho em domingos autorização em norma coletiva.

Decisão mais recente da 1ª Turma do TST, ao não conhecer de recurso de revista interposto pelo mesmo sindicato e contra a mesma empresa, de maneira bem mais clara, esclarece a questão afirmando:“..., no interregno entre a vigência do Decreto nº 99.467/90, cuja revogação foi tornada sem efeito em 24 de agosto de 1992, e a Lei nº 10.101, de 20 de dezembro de 2000, havia exigência da prévia negociação coletiva para a prestação de serviços aos domingos”.

Assim, quer no primeiro arresto, quer, como afirmado, de maneira bem mais precisa, salvo no período de vigência do Decreto nº 99.467/90 -, não há cogitar-se da exigência de convenção coletiva para o trabalho em feriados.

Para conhecimento e leitura, segue trecho da decisão, naquilo que interessa para este questionamento:

COMÉRCIO VAREJISTA - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AOS

DOMINGOS E FERIADOS - AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EM

NORMA COLETIVA

(violação aos artigos 7º, XIII, XV e XXVI, da CF/88). In

casu, o acórdão recorrido, ao entender que o litisconsorte se inseria na exceção prevista

no Decreto 27.048/49, sendo, portanto, inexigível a negociação coletiva para autorizar a prestação de serviços em dias de domingo e feriado, apenas deu a exata subsunção dos fatos à hipótese regida pela norma, não sendo possível vislumbrar violação direta e literal aos incisos XIII, XV e XXVI, do artigo 7º, da CF/88, que reconhecem, respectivamente, o direito à duração normal do trabalho não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva; o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos" e o "reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho". Recurso de revista não conhecido.

RECURSO DE REVISTA Nº TST-RR-128500-55.2005.5.08.0004 Recorrente SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE SUPERMERCADOS, SHOPING CENTER, MINIBOX E DO COMÉRCIO ATACADISTA E VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS DOS MUNICÍPIOS DE

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Recorrido LÍDER SUPERMERCADOS E MAGAZINE LTDA. e UNIÃO (DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO NO ESTADO DO PARÁ).

Data de Julgamento: 27/06/2012,

Relator Ministro: Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/08/2012.

O recorrente alegou que o acórdão recorrido violou aos artigos 7º, XIII, XV e XXVI, da CF/88, sustentando, em síntese, que o labor em dias de domingos e feriados deve "ser expressamente regulamentado por Norma Coletiva de Trabalho, em atenção ao princípio de autonomia sindical e respeito às normas coletivas", acrescentando que "a abertura do comércio varejista aos domingos, somente pode ocorrer, se houver previsão normativa, razão pela qual, o V. acórdão desrespeita o conteúdo material de decisão erga omnes do STF, sendo nulo de pleno direito."

O tema central da controvérsia reside na possibilidade do comércio varejista exigir de seus empregados a prestação de serviços em domingos e feriados sem prévia autorização por acordo ou convenção coletiva.

A Lei nº 605, de 05 de janeiro de 1949, reconheceu aos empregados o direito ao repouso semanal remunerado, que deveria ocorrer "preferentemente aos domingos". Referida norma, em seu artigo 8º, vedava o trabalho em dias de feriados civis e religiosos, "Excetuados os casos em que a execução do serviço for imposta pelas exigências técnicas das empresas...".

No parágrafo único do artigo 10 da mencionada Lei, foi assim definido. In verbis:

“Art. 10. Na verificação das exigências técnicas a que se referem os artigos anteriores, ter-se-ão em vista as de ordem econômica, permanentes ou ocasionais, bem como as peculiaridades locais.

Parágrafo único. O Poder Executivo, em decreto especial ou no regulamento que expedir par fiel execução desta lei, definirá as mesmas exigências e especificará, tanto quanto possível, as empresas a elas sujeitas, ficando desde já incluídas entre elas as de serviços públicos e de transportes."

O Decreto nº 27.048, de 12 de agosto de 1949 aprovou o regulamento da Lei nº 605/49, dispondo sobre o repouso semanal remunerado e pagamento de salário nos dias de feriados civis e religiosos.

O artigo 6º, § 1º e 7º, do Decreto nº 27.048/49, dispõe, respectivamente. In verbis: "Art. 6º Executados os casos em que a execução dos serviços for imposta pelas

exigências técnicas das empresas, é vedado o trabalho nos dias de repouso a que se refere o art. 1º, garantida, entretanto, a remuneração respectiva.

§ 1º Constituem exigências técnicas, para os efeitos deste regulamento, aquelas que, em razão do interesse público, ou pelas condições peculiares às atividades da empresa ou ao local onde as mesmas se exercitarem, tornem indispensável a continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos serviços.

(...)

Art. 7º É concedida, em caráter permanente e de acordo com o disposto no § 1º do art. 6º, permissão para o trabalho nos dias de repouso a que se refere o art. 1º, nas atividades constantes da relação anexa ao presente regulamento."

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Na "relação anexa ao presente regulamento" consta em sua parte II. In verbis:

"II - COMÉRCIO 1) Varejistas de peixe.

2) Varejistas de carnes frescas e caça. 3) Venda de pão e biscoitos.

4) Varejistas de frutas e verduras. 5) Varejistas de aves e ovos.

6) Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário).

7) Flores e coroas.

8) Barbearias (quando funcionando em recinto fechado ou fazendo parte do complexo do estabelecimento ou atividade, mediante acordo expresso com os empregados). 9) Entrepostos de combustíveis, lubrificantes e acessórios para automóveis (postos de gasolina).

10) Locadores de bicicletas e similares.

11) Hotéis e similares (restaurantes, pensões, bares, cafés, confeitarias, leiterias, sorveterias e bombonerias).

12) Hospitais, clínicas, casas de saúde e ambulatórios.

13) Casas de diversões (inclusive estabelecimentos esportivos em que o ingresso seja pago).

14) Limpeza e alimentação de animais em estabelecimentos de avicultura. 15) Feiras-livres e mercados, inclusive os transportes inerentes aos mesmos. 16) Porteiros e cabineiros de edifícios residenciais.

17) Serviços de propaganda dominical.

18) Comércio de artigos regionais nas estâncias hidrominerais.

19) Comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias. 20) Comércio em hotéis.

21) Agências de turismo, locadoras de veículos e embarcações. 22) Comércio em postos de combustíveis.

23) Comércio em feiras e exposições”.

Portanto, bem decidiu o Tribunal regional ao entender que os supermercados estão englobados na exceção prevista no dispositivo acima, por estarem relacionados na parte II do referido Decreto.

O Decreto nº 99.467, de 20 de agosto de 1990, também regulamentando a Lei nº 605/49, estabeleceu, em seu artigo 1º, a condição para que o comércio varejista funcionasse aos domingos, qual seja, "desde que estabelecido em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.".

Ressalte-se que o referido Decreto nº 99.467/90 foi revogado pelo Decreto de 10 de maio de 1991, sendo este último tornado sem efeito pelo Decreto de 24 de agosto de 1992, ou seja, o primeiro Decreto (nº 99.467/90) permaneceu em vigor.

Em 20 de dezembro de 2000, a Lei nº 10.101, expressamente, autorizou "o trabalho aos domingos e feriados nas atividades do comércio em geral", sem, contudo, fazer qualquer ressalva quanto à exigência de que aquela prerrogativa fosse previamente submetida a acordo ou convenção coletiva.

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Assim, no interregno entre a vigência do Decreto nº 99.467/90, cuja revogação foi tornada sem efeito em 24 de agosto de 1992, e a Lei nº 10.101, de 20 de dezembro de 2000, havia exigência da prévia negociação coletiva para a prestação de serviços aos domingos.

Contudo, no caso específico, referida exigência não se aplicava à Líder Supermercados e Magazine Ltda., pois esta se enquadrava na exceção prevista no Decreto nº 27.048/49, cujo funcionamento do comércio varejista em dias destinados ao descanso não estava condicionado à prévia autorização por meio de negociação coletiva.

O artigo 7º, XV, da CF/88 garante aos empregados o direito ao repouso semanal remunerado, que ocorrerá "preferencialmente aos domingos."

Ao assim dispor, a Constituição Federal simplesmente referendou um direito anteriormente assegurado pela Lei nº 605/49, alçando-o a partir de então ao nível constitucional. Contudo, referido preceito nada dispôs sobre as demais disposições infraconstitucionais sobre o tema, sendo omisso quanto à exigência de autorização prévia por acordo ou convenção para que fosse exigido labor em tais dias.

A legislação atualmente em vigor, Lei nº 10.101/2000, decorreu inicialmente da edição nº 34 da Medida Provisória nº 1.539, que já naquela época, 1997, autorizou o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, "respeitadas as normas de proteção ao

trabalho...", sendo que na edição nº 36 da norma foi excluída esta última parte.

Posteriormente, foi editada a Medida Provisória nº 1982-77, de 23/11/2000, posteriormente convertida na Lei nº 10.101/2000, a qual não exigia a prévia negociação coletiva para o trabalho em dias de domingos.

Embora na edição nº 34 da mencionada Medida Provisória constasse a obrigatoriedade de observância das "normas de proteção ao trabalho", é certo que tal dispositivo não exigia, expressamente, que a abertura do comércio aos domingos ocorresse apenas por meio de acordo ou convenção coletiva.

Neste caso, "as normas de proteção ao trabalho", podem estar relacionadas à observância da jornada legal, pagamento de horas extras, noturnas, etc.

Note-se que a Lei nº 10.101/2000 ratificou o entendimento anterior quanto à possibilidade de abertura do comércio aos domingos, embora nada tenha disposto sobre a necessidade de negociação coletiva para o labor naqueles dias, conforme disposto em seu artigo 6º, cujo parágrafo único exige apenas que o repouso semanal remunerado coincida, no período máximo de quatro semanas, em um domingo. In verbis:

"Art. 6º. Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição. Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva."

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Posteriormente, o artigo 6º da Lei nº 10.101/2000 foi alterado pela Lei nº 11.603, de 05 de dezembro de 2007, passando a vigorar com a seguinte redação. In verbis:

"Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva.

Art.6o-A. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição."

Vê-se, portanto, que o legislador, ao pretender condicionar o trabalho em dias de repouso à prévia negociação por meio de convenção coletiva, o fez expressamente, conforme consignado no artigo 6º-A, introduzido à Lei nº 10.101/2000 por meio da Lei nº 11.603/2007.

Dessa forma, em relação ao trabalho realizado em feriados, exige-se atualmente prévia autorização por meio de acordo ou convenção coletiva.

Contudo, tal dispositivo também não se aplicaria à hipótese da litisconsorte, em atenção ao princípio tempus regit actum.

Não obstante, deve-se exigir a negociação prévia para prestação de serviços em dias de feriado a partir da vigência do artigo 6º-A, da Lei nº 10.101/2000.

Portanto, o Tribunal Regional, com bastante propriedade, entendeu que as exigências legais relacionadas à autorização para funcionamento do comércio varejista aos domingos e feriados não dependia de autorização por meio de acordo ou convenção coletiva.

Isso porque a situação da Líder Supermercados e Magazine Ltda inseria-se, em relação aos domingos e feriados, na exceção prevista no artigo 8º da Lei nº 605/49, regulamentada pelo Decreto nº 27.048/49.

Portanto, não há como admitir que o acórdão recorrido tenha violado os incisos XIII, XV e XXVI, do artigo 7º, da CF/88, que reconhecem, respectivamente, o direito à duração normal do trabalho não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva; o repouso semanal remunerado, "preferencialmente aos domingos" e o "reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;". No caso, o acórdão recorrido, ao entender que "o Decreto 27.048/49, incluiu os mercados acima relacionados, dentre as atividades autorizadas a funcionar em dias destinados ao repouso, e os supermercados nada mais são do que a versão modernizada desse tipo de mercado, gozando, assim, dessa situação jurídica", nada mais fez do que dar a exata subsunção dos fatos à hipótese regida pela norma.

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