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mss DA MORTE, CONSIDERACOES GERAES 3 )o *io ( Tartauo ira (Tosta c ( DUtoctva, RIO DE JANEIRO, % NA TYPOGRAPIIIA DE J. E.

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Texto

(1)

CONSIDER

ACOES

GERAES

5 ACERCA

DA MORTE

,

mss

>

/

Que foiapresentadaa Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,c sustentada em6 de*

Dezembro de181*2

.

I FOR

3

)

o

*io(

Tartauo

ira

(

Tosta

c

(

DUtoctva

, NATURALDA CIDADE DE S

.

SEBASTIAÖ DO RIO DE JANEIRO,

DOUTOREM MEDICINA.

Mille moilis morimur mortales,nascimur unô, Una via est vit»,moriendimille figura*

.

RIO DE

JANEIRO

,

%

NATYPOGRAPIIIA DEJ

.

E

.

S CABRAL, ImpressordoInstitutollistoricooCeo graphic«Brasileiro

.

(2)

I

JIGDI4I.V4 INI MIOU t J %MIM«#

Ort8 K 8 DOUTOK KH LENTEN PHOIMUETAIIION

.

Director

.

l

.

°ANNO

.

Botanies Mcdicacprincipio»eh

-

meul*««i

.

Zoologia

.

PhysicaMcdica

.

ALI

.

EM

.

AO,Examinador

.

. . . .

|

F

.

DKP.CANDIDO 2.°ANNO

.

Chimie«Mcdicacprincipiofielementare«dr Mineralogia

.

Anatomia geral cdescriptive. Presidente (

)

.

j

J.V.TORRES HOMEM , J.M.N.GARCIA

R.5ANNO.

Physiologie

.

Anatomia geraledescriptivn

.

J.M.N.GARCIA

4

.

®ANNO.

tPharmacia,MateriaMedica

,

especialmeutea bmzileira,Therapeuticae arte de formular J.J.D ECARV’ALIIO,Examinador.

. . Pntlinlogiageraleinterna

.

. .

Patlialogia gerale externa

.

J.J.DASILVA

L

.

F

.

FERREIRA .

.

5

.

®ANNO.

Operações,AnatomiaTopographicae appa-rel lios.

Partos,moléstias demulheres pejadase pari-das,e de meninosrecem

-

nascidos.

I

C

.

15 MONTEIRO

i

F.J.XAVIER 6.®ANNO. Medicina legal

.

HygieneeHistoria deMedicinu. J.M.D AC.JU 15I.M

T.<;.1)03SANTOS

{

Clinica internaeAnatomia pathologica res

-pcctiva

.

$ClinicaexternaeAnatomia pathologic«

res-^

pectivn

.

LENTESSUBSTITUTOS

.

M.nr.V.PIMENTEL ,Examinador. M.F.P

.

DKCARVALHO.

.

A

.

T.D F.AQUINO t

^

Secção de Scioncias accessorius ‘

^

SecçãoMedica

.

SecçãoCirúrgica

.

SECRETARIO

.

A

.

F-MARTINS,Examinador J.15.D AROSA L

.

DF.A

.

P.DAClIMIA I).M.m:A.AMERICANO. L.DAC

.

PEIJO

O SR.DR.LUIZCARLOSDAFONSECA.

Emvirtude dehumaResoluçãosua,aFuculdadonãoapprovanemreprova as opine'

.

-emitmlasnas Theses,asquaesdevemserconsideradas comoprópriasdeseos author«

-.

(3)

JL

MEO R E S P E I Tá V E L E E S T I M A D íS S I M O P A I E M E O M E L H O R A M I G O

,

OSur.Jtianoeldu ContaeOliveira.

M I N H A M U I T O C A R A E E S T R E M O S A M A I

,

,f Senhora D.Anua Rtrnarda Sudrede AzeredoCoutinho.

Álêm da e.vistencia

,

osdisvellos, que comnoscoliáveisprodigali

-sado emnossa educa ção

,

noscontituem norigoroso dever

,

como

bom filho

,

deofTerecer

-

vosas prim ícias dosestudos

,

paraosquaes

tantotendes concorrido.

Hlm.Sur.Dr.JoaquimVicente.Torres Homem.

Ninguém ,depois daquelles quenosderão o ser

,

temmais direitos

ao nosso reconhecimento

,

que vós

,

aquempordever

ofterccemos

esteimperfeitotrabalho.

A

M E O S I N E S T I MÁV E I S I R MÃO S

,

E M P A R T I C U L A R

,

A'

M I N H A

I R M A

.

1 Senhora D.AçuedaHmil ia da CostaeOliveira.

Testemunho

deternuc

fraternal amizade

.

(4)

£

<

DS

M A N E S

DO

DISTINCTO

FLUMINENSE

Oi oastIhtiro Jotto

Pereira

Hainandr

.

izerrdo

tout

iitko

.

Tolerai

,

Sombra

respeit

á

vel ,

que perturbemos

n

paz ,

de

que

gozai»

na mansão dos justos

,

invocando

vossos

manes

,

para

corn

elles

ampararmos

olimitado

trabalho

de

quem

,

ligado

comvosco

pelos laços do

sangue

,

procura

bem

merecer

de vós

no

estudo da«

Sciencias

.

Aos

íllmot

Ex

.

mot

Snrs.

Conselheiros

Francisco

Cordeiro

da Silva

Torres.

Honorio

Hermeto

Carneiro

Le

ão.

Homenagem

ás

Sciencias , ás

Virtudes

,

e ao Amor da

Patria

Ao

Hlm. Ex.

Snr.

Dr. Domingos

Ribeiro

dos

Guimar

ã

es

Peixoto.

Tributo

degratidão

.

Ao

Him

.

Snr.

Damazo

Moreira

de Souza

Meirelles

.

Signal

de aficição

.

Aos

Meos

mtimos

e verdadeiros amigos

Os

lll

:

not

Snrs

.

Dr.

Antonio

Pereira

d

*

Araujo

Pinto

.

Dr

.

Roberto

Jorge

Hadhoc

Lobo

.

Dr

.

José

de

Calazans

Rodrigues

d

'

Andrado

João Carneiro d

Almeida

.

(5)

DISTLYCTOS

PROFESSOHES

DA

ESCOLA

DE MEDICINA

DO

RIO DE

JANEIRO

COM

ESPECIALIDADE

Surs

.

Doutores

ilos

UL

moa

Thomaz Gomes

dos

Santos

.

C

â

ndido

Borges Monteiro

.

Manoel Feliciano

Pereira

de Carvalho.

Manoel do

Valladao

Pimentel.

José

Martins

da

Cruz

Jobim.

Luiz da Cunha

Feijó.

José

Bento

da

Roza.

Ao terminarmos nossa

carreira Académica

,

nãonos

mancharemos

com a

nodoa de

ingrato ,

esquecendo

-

nos

devós

, que

tantos

titulos

liáveis

adquirido aos nossos

respeitos

,

ea

quem

devemos todos os

conhecimentos

,

e

instrucção

medica

,

de que

somos adornados

,

^

odicando

-

vos

este

exiguo trabalho

,

o

fazemos

mais do que pa

-*

jar

hum tributo devido

á

Medicina

c

Cirurgia

Brasileira

,

para

cujo

'

«»

envolvimento

tanto

tendes

cooperado com

vossa intclliirencin

(6)

^il

r i t o i

.

o t

.

o

Nao he o desejodeostentar conhecimentos, que nosfallcccm, nem o du nosconstituirmos author, quenos impelle aapparecerem publico; masa obrigaçãoimposta pela lei, àquai nao nos podemos furtar.D'al naocuidando, dés muito , que de hum objecto , sobre o qual dissertássemosa fim de ob

-termoso honrosogrão de Doutor emMedicina ,quetantoalmejavamos ,dubio estavamoscomtudo em sua escolha , quando nos foi suscitada aidéa de es-crevermos sobre a

Morte

objecto , queexige , nósoconhecemos,huma intelligencia ,que naoanossa ,emaiorsommade instrucçao, que naopos

-su í mos

.

Conscio porém de que a bondade de nossos leitores , e sobre tudo denossos Juizes se amerceariu da pequenhezdenosso talento, e das faltas, que houvéssemos conimettidas , lançámos mão da penna , e emmal traçadas phrasesprocurámosexpòr com aclareza, que nos lie dada, o objectoque prendeo nossaattcnçào,dividindo

-

o emduas partes : na primeira comprehen demos a Morte senil,ouaquella que nos vem pela longa idade,c ascausas

.

que a podem apressar ou retardar, taes como osTemperamentos,a Alimen

-tação, as Paixões, oGenerodo vida , as Haças, c os Climas :na segunda a

Morte accidental

, ouaqqe nossurprehende em qualquer época da vida, subdividindo

-

a em Subita e Lenta ; aquella ainda emMortepor falta deacçãodo coração, ouSyncope; porexlincçaodasfuneçoes do Pulmão ou Asphyxia; por nao exercido do cerebro ouApoplexia; eesta em proveniente de moléstia agudaede chronica , ajudando

-

nosnestaarduatarefa Cuhanis, Buf-f

,

,

n

.

Bicherant , Adrllon,II u fêlant , Montfalcon , Barthez,eoutros aulho-res, a cujas obras recorremos, e cujas luzes nos forãomui proveitosas no des-envolvimentodo trabalho, queousamosoITerecerà vossa consideração

.

Certo estamosde que, além de imperfeito , vai inçado deerros, que necessaria-mentedevido escaparárudeza dequem,bizonhonoestudodasScicncias Medicas

.

8quesetem dado com todo o esforço, muito mais o devesernodalingua, que hequasihospede, restando

-

nos sómentodizercom oinsigne Guerreiro

.

em

Ha falta*commoUÍ,moatr’a*»am pojo, Do*douto*aprondar bamaudaiojo

.

(7)

t

'

OiXSll

)

EItAC

:

o

ES

<

;

ERAEH

5

ÂCERCA

D A

M O R T E.

MORTE SENIL

,

OU NATURAL

.

O’ terra!6Ceos! 6mudanatureza! Trasbordaid’alegria:triumphaote Das entranhas da terrasurge o homem : Eisapparccc ; c a Candida belleza O sisudosemblante lheennobrece.

Seomagestozo porte Soberanodo mundoopatcntèa

.

Gravadamostran'alma aaugusta imagem

DoSenhor adoravcl Queoimmense universosenhorôa

.

(CALDAS

Cantata 2úCrtaçao

-

V:

Ohomem,cujaintelligence o colloca primeironaescalla zoologica , logo que recebe a aurada vida, selhe decerrão aspalpebras , e se lhe apresenta o aspecto magestozo do universo , se acha sugeitoá lei imposta pelo Creador a todos os seres organizados, morrer

.

Elle, depois de ter vistodeslizarem

-

se os hellos dias da infancia , juventude,e virilidade, sealgum accidente o náo faz descerásepultura , chega á velhice, idade , em que sc lhe manifesta pelasdeteriorações ,que tem solTrido cm sua economia, que lie chegado o

momento

,

como se exprime oVate Fluminense , dedar aterra oqueper

-t«nc«à terra.

(8)

10

Hanta!AhoraBOOIIa cuutpa w.uhn E oHopro <luB"»antro , Comoovapor<11cauica caverna Du vidaVo» apagautonuo Ilumina

Tudo respira aindavida , A terra nùo’wtd mudada, Vós sómurchacs, «h velhice, Triste ,debil,ocurvada. Vossosolhosscfecharão Ao quadro da natureza ; Emtomo dovós sógira Amorte , ohorror, oatristeza. Tudoom seo mornosilencio Agoravo*annuncia Queanoitesóvos pertence, Quoexpiraparavósodia. * Anoiteeterna vosestendeosbraços, Ah!preparai-vos paraanoiteeterna. . Basta!E’hora das preces,ohvelhice

.

Puraoinundoacabastes, Vossaalmaresgataido .barro impuro; OCeo , qu’aimavosdeo, pede vossaalma, Eaterravossocorpoestápedindo ; Ah ! dai aterra , oque pertenceá terra.

(ï).J.G.MAOALHAES Suspiros poéticos,.

Ao homemcurvado nopezo dosannos, que , apagado pouco a poucoo fogo daspaixões, se torna insensível aomundo exterior, seembranquecem oscahcllos;osdentes ahandonão seos alvéolos, ecabem ; os orgãosda ge

-ração seinbabilitão; ocorpo cmmagrece; as faculdades inlellectuaes, sobre tudoaimaginação, a memoriadosfactos

,

quetemsuccedidoápoucotempo , c o juizoseenfraquecem; a vista se obscurece ; o ouvido setorna tão in

-sensível, que diflicultosamentc póde receber as impressõessonoras , oolfato, e ogosto diminuem; a voz pouco a pouco se extingue ; a pelle torna

-

se rugoza , sobre tudo na fronte c na face, endurecidac insensível; o tecido cellularabatido ; osmusculos llaccidos , os ossos mais leves , sédc de vegeta

-çõesirregulares; as cartilagens efibro

-

cartilagens ossificadas; daqui a perdu deequil íbrio nas potências musculares

,

a cabeça vacillante, a mãotremula, ocorpo curvado, as pernas titubantes, e a locomoçãodiflicil

.

A mesmadiminuição deenergia experimentao asfuneções de vida orgâ

-nica:asartérias, cujo calibre diminue , ecujasparedes tornao

-

se pessas ,se ossiíicão; as vOas, cujas paredesseadclgação, pelocontrarioaug

-mentão de calibre; osysthcma capillar ,e lymphaticodiminuem; a transpi

-raçãoapouca

-

se ; as secreções scaltcrão ; a digestãoho lentaelaboriozo

.

fornecendo senão bum chylo mal elaborado; ossuecos nutritivos menos abun

-dantes

,

e ,nãopodendo ser recebidos na maiorpartedas libras tornadas solidas

.

nãoservem maispara a nutrição ;a circulação antes tãoactiva, agora VC

-

M

fraca,e tardia ; d'ahia pouca calorificaçflo, a hematoze incompleta; emlim ospulmões ,experimentando progressivamente maior dilliculdade em recebe»

.

edecomporoar, vem interromper a vida

,

e

,

depois de huma forte e dei rudeira expiração

,

como s’exprimeo ünröo de Hieberand, o velhocessa de e\Kiir. Não lie de outrasorteque perecemosvegctaes; privadosdenutri

.

.

' pela compactibilidade edureza , que tem adquirido suas zonas roncenlnee*

mais es

(9)

, tin l'

ormaçaode uova seivapela nao circulação«lahumidade,que«il*>«•»

.

u

'

m, equesuas raizes recebem , deíinliao e morrem , lornamlo

-

seuni»»U<J

-libras vermelhas, corruptas

,

oreduzidas paraassim dizer« pó

.

Dcsfart«

-

h

.

quoa natureza privando poucoa poucoda vida aquelles

,

quelhe»ao«aro»,

os prepara para soflrer ogolpeinevitável, tornando

-

se a morte hum ben»

-licio,e deixando elles a vida sem dôr , nemsaudade

.

Emvão

,

dizf{nf!«»n ,

applicar

-

so

-

hião para animar hum ccrcbro

,

que elangucce , < •hum coração, que senao pôde jamaiscontrahir

,

todas as panacéas

,

elixires , a trnnsfuzao dosangue, e tantos outros meiostãochimcricos

,

quantohefalmloza a font«' da mocidade.

Dcscriptas asmodificações, queexperimenta o homem com o volver dos força he marcarmos a época , emque tem lugar o termo naturalda annos,

vida, o que he muito diílicil , dependendo de innumeras causas, que o apressao', ou retardão

.

Nomeiodas opinioesdos authorcs

,

algumas das quaes esposamos, e a outrasnegamos nossoassenso, nãocompartilhando a idéa dos que acredilão , queo porte dos indivíduos influa sobresua maior ou menor duração

,

pois quese assim fosse

,

oclepbante c a baleia deviáo viver sécu

-los, e nemdeixandode aceeitar ade que pelo tempo«lagestação sepodem tirar probabilidades sobre avida, temos por indubitávelquequanto mais pre -coce fôr odesenvolvimentodos indivíduos , tanto maisse aproximarão do tu-mulo:d’aqui vem que assim como ha animaes quemorrem no mesmo dia em que nascerão, tendo atravessado todas as phases da vida

,

e chegado á

velhice , deixando huma prole extraordinária

,

eassim como os peixes , que tocao seo perfeito desenvolvimento muito tarde, vivem séculos, dependendo a duraçãodesua vida,além deoutrascausas

,

daconstituiçãoparticulardesuas espinhas, que se nao ossificão tão facilmente como os ossos dos outros ani-maes , da mesmasorteohomem, cujodesenvolvimento sósefazno (imde trinta annos , pódeviver cem ou mais

.

Porém se elle baixa tão prematura

-menteao tumulo, e nãoattinge a idade que lhedestinou a natureza, ide buscar a causa nostemperamentos , na alimentação ,

.

nas paixões , no genero de vida , nas raças,e sobre tudo nosclimas

.

Na verdade no meio da variedadede indivíduos

,

que existem na super

-ficie do universo, lie sem duvida o homem , como diz o celebre Cabanis, cujasensibilidade be mais viva , mais delicada

,

e maisextensa, cujassym

-patias dasdiversaspartes deseo corpo eminentementesensívelsãomaismulti

-plicadas esingulares , cuja organisaçãomovei, eflexívelseprestasem esforço a todas asmaneiras de existir , ecuja tenacidade de memoria he para assim dizer phvsica, que reter»os hábitostaofacilmente contrahidos

,

oque , mais submeltidoá influencia boa,ou mádas causas exteriores

,

que podem melho

-rar consideravelmentesuaconstituiçãophysica ,oualteral

-

a

,

e mesmo destruil

-

a,

afrouxar ou fortificar seosorgãos, degradar ou aperfeiçoar scos hábitos, se presta facilmente a contrahirocaractcr e fôrmasanalogas oucorrespondentes a«>caractcrc ás fôrmasdos objectos «pieo cercão, edoscorpos que podem obrar sobre elle

.

E ávista doexpostonaodiremos certamentequepercorreo espaço«le vida ohabitante dos polos, e o «pie nasceosob hum réo

ardente; o natural da velho ocultaEuropa

,

eoindígena do novo mundo, daAsia, «da adusta Africa; o selvagem, quose nutrodocarnes cruas

.

è

-

raizes , e o homem civilisado quosealimenta com exquisites iguarias, e •ornopão; orico passandonvidaem ocioe em bons habitações, eopnhro. 'P»c

.

siigeito ásintemp

ériesda ntmosphora

,

consomeseos dias emduroIra mesmo

(10)

12

bal ho ; o

lavrador

habitandoalegres

,

furtei» oamenasplanicn* n«abfo/j»

montanhas , e ohomem que habita cidades populozas, e lugar«*paludo/o»,

insalubres, eprenhesdo humidade

.

Heunindonossas forças procuraremos

monstrar a acçáo poderosa das différentes causas sobre a duraçao da vida

come

çando pelos

TEMPERAMENTOS

.

De todos os indivíduos aquelles

,

em quem predomina o temperamento sanguíneo

,

ecujosapparclhoscirculatório erespiratóriosao mais desenvolvi

-dos,chegarãotardemente a seo aniquilamento

.

Seopeitolie mui amplo ,seo, vazossanguíneossáo mui dilatados , seocoraçãomui desenvolvido, esempre se não ovolume

,

ao menosa energia proporcionada aovolume do pulmão ,

cujas funcçoes não sereduzema recebere regeitarporçõesde ar , lluido , que nosenvolve , e nomeiodoqual vivemos

,

nein lambem, comoqueriãoalguns Physiologistes

,

a humsimples movimento mecânicodestinadosómente a fazer circular os líquidosnosvazos pulmonares por meio dessa pressãoalternativada

applicaçâo de hum lluido á sua superficie, enem tao pouco a hum meio

indirccto de estimular ocoração

,

( orgao com quem o pulmão em concerto determina asdisposiçõesgeraes dosysthema sanguíneo) , e pormeio delle as

artériaspara pôr em exercício todo oapparelho bydraulicoda vida, massim cmdecompor oar , determinar nosangue muitas mudanças notáveis , trans -formar ochyloem sangue, desenvolver calorico; esendo mais volumozo,

como acontece nos homens deste temperamento, produzirá huma sanguiniíi

-cação mais activa, e mais completa; haverá maior quantidade de calorico

.

hum movimento mais rápido no sangue; d’ahi o pulso forte , frequente e

regular, a côr rubra

,

a physionomia animada

,

agordura mediocre , osmem

-brosrobustos , eageis ,osmusculos consistentes , osfluidos em harmonia ,ou

proporcionados aos solidos , pois que huma maior energia na circulaçãocon

-serva todos os vazos livres

,

conduz a toda a partesullieientequantidade de

humor; e estaenergia9junta a maior quantidade decalorico, impede quese fação congestões lentas , e dáaos solidos maisvida e tom

.

Assim estesindi

-víduos , queapresentâo os cahelloslouros puxando aocastanho , altura re-gular, maneiras agradaveiseexpressivas , a concepçã o prompt»,

feliz, a imaginação viva c fértil, sendo mui desenvolvidosseossentidos, nervos,cujasextremidadessãoexpandidasem hum tecido cellular quenãohe

desprovido de suecos mucozos, nem carregado de humores inertes, membranas mediocrcmente tensas que lhes transmittem impressões vivase ra

-phias ,são sadios , bons

,

generozos ,sensíveis , volúveis, inconstantes, inca

-pazes degrandemeditação ,proprios paraasproducções brilhantesdocspiriU

incapazes de paixões, dotados de movimentos rápidoscomoasimpressõ

es

de idéas agradaveis, de affccçoes dalma pouco fortes, oque tudoconcorre pan

asua longa vida.

Aquellesporém ,a quem, alôrn dodesenvolvimentodos appnrelhos da

res-piração ecirculação

,

anaturezaajuntou maiorenergia noapparelho biliar«

proinettem vida menos longa. Abile

,

cujaquantidade volume do ligado 0Aos a memó ria eseos e em ï

.

) ouenergia dependedo eque acarreta

,

se assim se pôdedizer, dosdiversos or que tem percorrido, impressões de vida multiplicadas, não passam!« ,i'K olhos do(

.

hiinico de huma substancia iullammavel, alhuunnoza

eMUç« que aos do Physiologist» lie hum humor muito aclivo eestinui

-•

«»!«•, obrandoenergicauienlosobrea digestão, e sobre todos

,

,s binons

.

1

.

riens

.

mas

(11)

13

reonomia

,

ocuja importância para a nulriçau e influencia *>obre o norvozo, o d’ahi sobro as causas immcdiatas ila sensibilidade, lio tablant

-conhecida, imprimeaossolidos movimentos mais \ivos o mais furtos, *•«» ug

menta tie huma maneira directa soo tom natural , sendo notável nau só o coincidência, que existe entre os eIVeitos estimulantes da bile

seminal

.

poisquequa/.i á mesmaépocaestas duas producções de orgãosdifle

-rentesadquirem sua energia ,equazisempre tem grãos correspondentes de exal

-tado, comotambém queosysthcma de idéas

,

e allccçõcs experimente rapi

-damente com moção singular no momento , em que os orgãos da geração entrào decididamenteem acção,eque

,

como sabemos

,

a producçãodepellos, a firmeza do ligamentos articulares , e algumas circunstancias de ossifieaçáo dependSoda mesma causa particular e directa

.

Admittindo quea energia do licor seminal esteja em relação com a da bile , cujas influencias se correspon

-dem, e se exercem de concerto, c que haja hum certo estado detensão

,

e rigeza em todo osysthcma , e em todos os pontos em que seexpandem as extremidades sensíveis

,

e investigando o que produzem as diversas circunstan -cias pbysiologicas , veremosque assensações tem alguma cousadeviolento,e que osmovimentos são ardentes , e impetuosos; e se a isto ajuntarmos maior

desenvolvimento do coração , e do pulmão, observaremos além desensações exaltadas , c determinaçõesviolentas, grande energia circulatória emuito calor animal: ora reagindo nãosótodas estascircunstancias humas sobre outras, isto lie , aactividade dos orgãosda geraçãosobre a dos da bile , estasobre a dc todosos movimentos , em particular sobrea da circulação, tomando-se

mais forte , eaccelerada, a respiração mais veloz, maiora quantidade deca

-lor, como também influindo cada huma nosystema nervoso

,

que reageásua

vezsobre cilas

,

esendo as membranas, etodos os solidos seccos e tensos e asensibilidade nervoza augmentada pelo semen , c pela bile ,assensações serão

mui vivas

.

Sua transmissão da cireumferencia aocentro, a reaceãodosysthcma

nervozo, a determinação eexecução dos movimentos encontrarão por toda a parte resistências, porém serão energicamente vencidas poresta força maior

da circulação, eentãoestas impressões vivasserão tão rapidas

,

epassageiras, como no systhcma sangu íneo; porém como tem maior grão de força, lor

-nar-se-hao maisdominantes as idéas , e as allecçõesda alma mais absolutas, exclusivase ao mesmotempo mais constantes

.

Entretanto asrczistencias

,

que apparecem em todasas funeções, ocaractcr acreeardente ,queas disposições

.

quantidade da bile , imprimem no corpo,aextrema sensibilidade,daoao indivíduo hum sentimentoquazi habitual de inquietação

.

Não conhecem o bem

estar dos sanguí neos , consistindooagradavel davidanos grandesmovimentos

.

nas occazioesque empregão , e captivãotodas as suas forças, nas arçõesque

lhes dão consciência cheia,einteira de grandeesforço

,

por outra nãoeonhe

-repouzo senão na excessiva actividade

.

Os indivíduos dotados poisdeste temperamento, a que dãoo nome de bilioso, aprosentão a còr escura nma

-rellada, cabellos pretos

,

gordura médiocre

,

osmusculos pronunciadose firmes, as maneirasde tractor duras

,

opulsoforte

,

duro ,efrequente,as impressões,

jãdissemos, vivaserapidns

,

mas maispersistentes, que nos sanguineus

.

car

ácter firme, o inflexível

,

andaria na concepção de projeelos, constamiao

pertinácia na execução

.

As paixões violentas , as alTecçoes da alma ardentes

.

«• impetnoz/is conduzem ruais apressadamenle a soo termo final estes homrns

edominadospela ambição

.

Cerlamentehe admirável queentrea«nu«**, dus indiv íduos destetemperamento tenhãoestadoqua/.isempreosdestinos ,1

e o l i u i n ui

ou

cem

como

(12)

I\

naçõeso dosoutros homens, e entreelles lenhnn existido<»•>«tue hm • maior admiraçãoou terrorao l.uiverso

.

laieiaolleroede Iloim

-

x» ; ove»

.

cetlorde Dario ;oconquistador dasGalias, e rival do 1

ompco; <>liliertadoí de Homa; o Prophet» do Alcorão; o Fundador do Império Ktisso ; ol'ro

-tectorde Inglaterra ;oCelebre Ministrode l .uizId; oPapa Sivto ü.", Carlo» 1*2, o Horoeda Suécia ;e emfimoutro

temperamento

nao tinhao vencedor de Marengo

,

e Austerlitz, que não contente de decidir da sortedos líeis, cujos destinoscm suas maoscontinha , como s’exprimeocelebre de Lamarti -ne, ede marcar com sua espada os limites ás noções

,

ambicionou tanto, queprecipitou-secom seoslouros e gloria no Waterloo , e loi perecercomo

presioneiroemSanta Helena

.

Porßm se em vôz «lodesenvolvimento dos apparelboscirculatório e res

-piratorio ajuntarmos ao ligado volumozo echeio de energia hum peito pouco

amplo , econstricçãohabitual dosysthcma epigastrico, tudo mudaráinleira

-rnente. As cauzas de resistência sendo levadas ao extremo , os meios de as vencersendo nenhuns , augmentada cada vôz mais a rigidezdossolidos pela demora, com que sefázacircularão, dotadas as extremidadesnervozasdeviva sensibilidade

,

os musculos mui vigorozes

,

a vida s’exercera com grandeener

-gia , mas encontrará milembaraços com humacspecic de hesitação

.

(Jcalor active e penetrantenãoexpandiráestas extremidades tãosensíveis, nãoamaciaráestas fibrasseccas enemdaráaocercbroomovimento econsciência de forças;cujo clleito moralhe tãonecessário

.

Naoprocuraremosdemonstrar se adilliculdade com que se filtra a bile

,

se a estagnação do sangue da vßaporta ,e se as congestões no tecidoesponjozo doligado

,

dependemunicamenteda constricçã o dosysthema epigastrico , e por consequência do ligado, orgão importantesi

-tuado nesta região, ou se oestado particular da sensibilidade detodas asvi

-ccras abdominaes influe sobre a produeçáo de todos estes phcnoincnos, pois

que explica

-

se facilmente peloembaraço da circulação em todoosysthcma da vßa porta augmentado pelos espasmos diaphragmalicas, e hypocondriacosa

demora da circulação geral , adifliculdadc ,com quese

execui

ão lodosos mo

-vimentosde aperto ,eindispoziçãoqueosacompanha , afalta de confiança nas forças , que por toda parte são mui consideráveis , e emfimasingularidade e natureza das sensações ,quecaracterizãoo temperamento melancólico

.

Não deixaremos passarem silencio ainfluencia dos orgãos da geração tes indivíduos, e semoquenão podíamosdecerto explicaragrande energia e actividade do cercbro

.

Entre osbiliosos todas as impulsõessão promptes

.

as determinações directes ; nosmelancólicospelo contrario os movimentosdif

-íicultadosasproduzem cheias de reserva c hesitação, sentimentos mui reíloc

-tidos

,

e vontades que não parecem ir a soo fim senão indirectamente:

seosappetites, edesejos apresentão antes o caracter de paixão, que dene

-cessidade, perdendo muitasvezesde vistasco fim verdadeiro

,

poisqueoim

-pulsoserá dadocom força por bum objecto, eeilesedirigirá poroutromuito

estranho

.

Hc desta sorte que <> amor objecto

sempre

mui serio para ello pôde tomar mil fôrmas diversas , que o desnalurao, e o tornâo inteira -mente desconhecido aos olhos dos que nao estã o acostumados a segud

-

os ernsuas metamorphoses: oolhar observador porßm salie conheceromelancólico por toda a parte, oreconhece naausteridadede huma moral

»•stasis da superstição

,

e nessasmoléstias extraordinárias que os constituent fanatiros,algumas vezos prophelns

,

caugures,equetemrontmuaincnlc it traindo por junto dnllnsopovoignorante

.

o

descobre

nas nicas

,

•melo

nes

-assim

(13)

15

as mais extranhas , o o destingue a16 nas suas privações supersticiosa asi mesmos, lie nomelancólicoohumor seminal quen

h t!W.

-

II

-tiiuenlaes , queimpoe

dá alma nova ás impressões , ásdeterminações , e aos movimentos: lie oll

.

quem crianoseio do orgãocerebral estas forçasespantosasque elles

emprega

«

cm perseguir phantasmas ,e systliematisar visões

.

Muitos authorcsacreditãoque este temperamento, se assim se pOde rha -ho antes huma affecçáo mórbida adquirida , ou hereditaria , que huma mar ,

constituiçãoprimitiva , sendo efieito de moléstias

,

delongos desgostos, dees

-tudos continuados, e doabuso de prazeres

.

K na verdade quasi todosos in

-div íduos , que dello são dotados, o tem adquirido

,

tendo tido antes outro

temperamento:assim Tasso , Tascai , Gilbert , Zirmmcmann

,

e Rousseau vem corroborarestaopinião

,

que nósadoptamos

.

O primeiro nascido sobohello ceo da Italia , author emannosjuvenisdomelhor poema cpico italiano , go

-zandode huma celebridademui prccol, desccoásepultura prematuromente, tendo contrahido tal temperamento , angustiado pela paixão desgraçada , que

tinhaconcebido pela Irmaado Duque de Terrara , em cuja corte habitava, lhemovendoas mais atrozesperseguições

,

que envenenarãoseos dias:o se

-gundo

,

gozando quasi aosahir da infancia deextraordinário renome , contrahio esta constituição por causa dehum sustovivo

,

e profundo , que lhe deixou atéasua morte , succedida hum annodepois de talacontecimentoaidéa de hum abysinosempre aberto aseolado: Gilbert,moçotalentoso, rodeado de cmulos , cahio cm tal melancolia , que desconfiando de todos

,

eacreditando

quelhe queriãoroubar seos manuscriptos, osfechou em hum armario , cuja chave perlendeo engolir

,

ea qualcausou

-

lhe a morte:Zirmmcmann

,

medico celebre, devorado pelo desejode gloria

,

escrcveo emidade não avançada hum trabalho sobreasexperiências, coutrosobre asolidão, onde deixou vêr o estado desua alma, etendo abandonado essasolidão ,que elle tantoamava, deixou

-

scarrastar peloamorde humnome celebre, quelhecausounão poucos dissabores , augmentados pelos acontecimentos politicos , que vierão accelerar suadestruição , e oconduzirão aotumulo , accommettido de terrores

,

c pu

-silânime: em limRousseau (nenhum outro poderá,apresentartal temperamento mais caractcrisado) dotado detemperamento sangu íneo

,

amante

,

agradavel, generoso, sensível

,

inconstante , de imaginaçãofecunda , que lhe apresentava imagens risonhas ,echimericas felicidades , descontente de viver namediocridade, lançou-se na carreira das letras , onde se tornou escriplor celebre , masdes

-enganadopelas duras liçõesda experiência , profundamente tocado de suas des

-graças, edasinjustiças de seossemelhantes,acreditavatodos os homensseos inimigos, desconfiava de todos, e emsuas obras vós overeis reputar todos conspirarem contra elle , ascrianças, os invadidos

,

osreis

,

e ospovos , e todosoquererem assassinar. Taes saooshomens, que adquirem tal tempera

-mento, osquaes nãogozarãoda vida longotempo

,

se meios apropriados não ossalvarem, meios qnesó a Hygiene poderá fornecer

.

Otemperamentocaractcrisadopelo excessoconsiderável dos l íquidossohre «s solidos, causando esta superabundância de humores aocorpo hum

volume

considerável determinado pelo desenvolvimento o repleçãodo tecido cellular, he mui pouco proprio para a vida

.

Osindivíduos

,

aquem nnatureza deo esto

temperamento

,

n que antigamente chamavão pituitoso ,e presentemente h v m

-phantico , ainda que nãoconheçamos alguma relaçãodo syslhemo Ivmphat

í

co , '• aconstituiçãodeque nos occupamos

,

soffrcráõdigestões

incompletas

seme

(14)

Hi

duutas, t> nao experimentarão aappariçao de polios, paixao polos pra/

.

i<*

-

j

.

amór , uom outras modificações, quoodesenvolvimentodo

*

urgao»da|

^

«

-

* «*<* acarretaà physionomie

,

ouosoindavoz, puisquoo humor seminalo bi lioso nuosaosogregadoseinsuOicicnte quantidade

,

nao sao dotados do toda a energiaconveniente

,

o nãoexercem sobreadigestão , esobre o*ystln

-

ma nervoso ainfluencia, quelhes liepropria, desenvolvendoasensibilidade, dando mais tom aos solidos , e além disto favorecendo a produeçao decalorico seja

directamente porsi ,seja estimulando todasasfuncçóes ,sobre tudo acircula

-çãodos diversos fluidos animaes

.

Estas mucosidadesoccasionadas porsecreções malfeitaseporaccuinulaçSodesuecos mucososdeterminadapela lentidão com quesefazacirculação, enfraquecerão

,

cembaraçarão cada vez mais os vasos , engorgitaráo o pulmão , degradarão em sua origem asanguinilicaçáo e pro

-ducçâo de calorico , embotarão as extremidades nervosas e ocerebro , faraó perder otom natural aos musculos

,

que estes mucos inundão

,

equesósão solicitados por fracas excitações , enervarão

,

centorpecerãotodoosysthema de

-vidaderelação

.

I)oque levamos dito deve

-

seconcluirqueas sensações nestes indivíduossão pouco vivas, os movimentoslentos , existe extraordinária dis

-posiçãopara orepouso; eque , naoexperimentando as funcçóes vitacs grandes resistências por causa da mollcza , eflexibilidadedas parles da economia, o llegmatico desconhece a inquietação propria do bilioso

,

e a vivacidade e ca-rácter volúvel dossanguí neos

.

Eazendo-se nellcs todas as funcçóes , e todos os movimentos de hum modo languido , ha em sua vida hum não sei que demediocreelimitado

.

Em iim ollegmatico ,comodizCabanis ,sente , pensa, e obra pouco , e lcntamente

.

Nos nervosos

,

cujo temperamento quasi sempre lie adquirido eraramente natural ou primitivo, resultado da vida sedentária , einactiva , do habito de

prazeres, de exaltaçãodas ideas originada pela leitura de obrasde imagina

-ção, avidase exercecom muita intensidade, para poderem viver longamenle. Sem discutirmosdequeprovem apredominância do systhema nervoso , sede maiorquantidadeno volumedo cerebro

,

oque he muito incerto , aindaque seencontrem nosindivíduos

,

entre os quaes a vivacidade dassensaçõesliesu

-perior ãforçadosmovimentos , este orgãomais volumoso, amedulla espinhal mais grossaeostroncos nervososde maior calibre; seda natureza equanti -dade doslíquidos que ahi vão tèr, ou que nocerebrose produzem, se da

sensibilidadeocculta nosegredo da organisaçãocerebral , e nas relaçõesainda ignoradas do orgãosensitivocom as outras partes do corpo, sabemos táosõ

-mente

,

que qualquer que seja sua origem , ou causa , este estado se ma

-nifestaporsignaesevidentes , cpor efleitos certos

.

Assimaopasso que observamos multiplicarem

-

se asimpressões, tornar

-

se aattenção mais sustentada, e ad

-quirirem huma energia exquisitatodasas operaçõesfilhas directamentedoce

-rebro , ou dc orgãos, que entretenhao viva sympathia com elle , ao mesmo tempo notamos enfraquecer

-

se a acção muscular , entorpecerem

-

sensfuncçóes que exigem grande concurso de movimentos ,eas funcçóes jãdebilitadas al

-terarem asoutras cada vez mais, a vida nao equilibrar

-

se convenientemente nas outras partesda economia , nãoanimarcomigualdadeosorgãos, ou con

-centrar

-

se em pontos maissensíveis, eeste estado jã morbido acarretar mo

-léstias, que nãosóalterãoos orgãos afrouxados, como também perturbão e desnaturão a sensibilidade

.

Esta predominância cerebral sepôde exercei sobre fibras fortes ou fracas , resultandod'alii ou determinações profundas e ponds tentes, ou ligeiraso fugitivas, e eertomenteimpulsos considerá veis

.

«ntliu

(15)

17

NIMHO habitual , voutadcs apaixonadas , como ordinariamente w?ol>*<noi mulheres, finquo esto temperamento predomina

,

eque nao ronrono j*omo

paraseu termo nao remoto

.

( )desenvolvimento prematurodas faculdade» do espirito acompanhado do do corpo aproxima do tumulo a estes indivíduo» macilentos, fazendo

-

ossoIVror huma velhice anticipada

.

() temperamento ,aque daoo nome de othloticoou muscular, notável pelo vigore força, que npresentaoosindivíduos

,

queotem contraindo pelo

emprego continuado «losorgaos em movimento , pois<|ue os musculos , «rn

-pregnadosdesuecos , edispostosa adquirir desenvolvimento proporcionado ao

temperamento

sangu íneo, augmenta«»de volume

,

nao liemais<jurhuma mo

-dificaçãodeste temperamento, modificação não muito favoravel á long#idad«\ Hypocrates dizia queoderradeiro grãodeforçaathleticaera huma verdadeira

enfermidade

,

eque, quandooestado docorpo,que se modifica acada ins

-tante , tinha chegado aoultimo gráo do bom , nãopodia voltarsenão parao mal ; nósporém acreditamosser outra razão, e nãoesta , que os homens, cuja sensibilidade physica tem

-

se embotado pela extraordinaria força, notão muitarde osperigos , a que está exposta sua saude , tendo antes a moléstia feitoimmensos progressos

.

Estes indiv íduos , «juese«Ieixao bem conhecer por sua cabeça pequena, pescoçocurto , espaduas largas

,

peito grande, cadeiras

solidas , intcrvallos dos musculos mui pronunciados , mãos, pés , joelhos , e todasasarticulações pouco carregadas demusculos, eparecendo muipequenas, os tendõesdeixando

-

se vér atravez da pelle , que os cobre, sao dotados«le grande força puramente mccanica , c carecendo da verdadeira energia da in

-nervaçáoradical do systhema nervozo , gozão «le humasensibilidade extrema

-menteobscura, incerta , languida

,

c sãoprivadoscmgrande parte«lessa ori

-gem fecunda «leideas , e

alfec

ções, em queconsiste a verdadeira \i«la, pois que para se viver lie necessáriosentir, e limitadosa vontades hrutacs

.

Her

-cules ,omodelo destetemperamento, fornece exuberantes provas paracorro

-borar oque temosdito, pois que na historia deseostrabalhos ,essesemi

-

Dcos conscio div

^

sua força extraordinaria

,

sem calculo

,

nem reflexão, c instincti

-vamentesevécorajoso buscandoosobstáculosparaos vencer, certo de esmagar tudo quese lheoppozcsse; mas tão ignorante, «jue f«ii enganado por todos osReis

,

aquem servie , e por todas as mulheres

,

a quem amou. Não se tem encontrado jamais juntoa grandesforças odesenvolvimento das faculda

-«les intellectuacs, e indivhluos desta constituiçãoinstruidos; pois para adquirir conhecimentosnas sciencias , c bcllas letras ha necessidade de sensibilidade, condição opposla a estas massas musculares

.

ALIMENTAÇÃO

.

A alimentação tem nãosó extraordinaria influenciasobre aexistência de muitasalterações mórbidas

,

«pieseobservãoem muitos paizes

,

e

,

sem irmos

mendigarexemplos n regiõeslonginquas eremotas

,

emmuitas de nossashollas províncias, onde ouso de certos alimentos «lá causa ao apparecimento de íifforç

ocs

,que nãoexistem emoutras

,

comolambem sobreos hábitos, o cos

-tumes dos «liHerentespovos

,

o comodcmonslrn Cabanis, sobreas i<lèas, mo

-dific;iri«lons impressões, e d’alii n maneiradesentir«losorgaos, modificação,

qu«1

nao

podendo ter lugarsem aalteração«la oslrudura intimadaeconomia, d«*

'

«' necessariamente estender sua influenciasobre n duração «la vida

.

11o m

-<onlevlavel quediiïerença nolavel existeentre os indiv íduos« jue so alimentvo

(16)

IM

puiumentecumpeixes,

carnes

, ousimplesmente«le vegeta« »:«*»pm«*, maun

.

« osdu mar edos gramlos lagos , quo podem fornecer susleiilo a grande» po

-voaçoes,contendoabuudanciu de princípiosoleosos , o porisso U n d oexlraor*

dinariu tendência para aputrcfucçao

,

cauzaoaosindivíduos

,

< ju<*dellesuzao, inertecorpulência

,

as maisdas vezes cncommoda

,

introduzindo

-

se estosj*rin

-cipios nos humores , elevando a excesso a nutrição , que seextravaso na» malhasdo tecido cellular , resultando distomuitas

vezes

obslrucçóesobstinada* om todo o systhema glandular, moléstiascutancas mais ou menos dolorosa» e desagradaveis

,

e não poucas vezes affccç

oes ,

que imprimem ao svsthema

norvozo hum movimento habitual , produzindo appetites bizarrose

inclina

ções

funest%o perigozas: as carnessobre tudoasvermelhas , cuja acção sobreo estomago liemuito estimulante

,

nutrem em igual quantidade

,

ereparãoruais completamcnteasforças

,

tornando aquclles , que deliassenutrem , maisactivos , e mais fortes; e não se limitandosua acção ao homemphysico, mais corajo

-zos na guerra , mais audases nas imprezas , mais obstinados e mesmo mais aptos paraasartes ,que aquclles que fazem uzodesubstanciasvegetaes , cuja influencia lie menosestimulante , e imprópria dc produzir indiv íduos, quese dôema trabalhos , que exijão grande esforço

.

Assim as substancias animaes produzindo mais calorico, equepor diges

-tões lentas e diffieeis entretem aacção vigoroza do estomago,sao mais apro

-priadas aos paizes glaciacs, ondeavidasercconccntra , e se faz necessário essedesenvolvimentomaior decalorico ,e queaacçãodo estomago seja tal, que possa elevar otom dosorgaos ao gráoque pedem a temperatura , e a elasticidadedoar , do que os vegetaes, pois diminuindo a producção deca

-loricoe conservandoa fraqueza do estomago , enervão poderozamente a exci-tação do orgãoexterior ,e aexcessiva transpiração, e por isso mais adaptados aospaizes quentes , ondelia excessiva excitabilidade na vida augmentada com o uzode substancias animaes

.

Alßm disto ascarnes

,

c ospeixes tem muito maior tendência a degenerações, que osvegetaes: ohomem porCm, quese alimeutarmoderadamente nospaizes quentes dc substancias animae

^

scrá niais lorte, queos que nao uzãototal mente delias , mais capaz dc grandes traba

-lhos , maissadio , csefurtará ao perigode huma velhice prematura tão com

-nium nestesclimas já porinfluenciaatlimospherica

,

já pelouzodestas substan-cias, que fazem em lodos os paizes a maiorparte da alimentação

.

PAIXÕES

.

Ninguém ignora certamentea extraordinária acção, que exerceo moral sobre a vida do homem

,

escgrandedissimilitudeobservamos na duração dos animaes e vegetaes ,hc que aquclles sobretudoohomem sujeitos«a mil pni

-, que lhes devorao a existência, se aproximão de sua aniquilação; porôin privados de tues incentivos, dotados de huma vida menos agitada paixões ,que osatormentem

,

nemdores

,

que consumãosuasforças ,seguindo ocursodosannossem osaccelerar, «travessãoin nu merosinvernos, oclieg

.

lo as gerações remotas , para quem se tornãoobjecto de pasmo

,

e admiração

.

Na verdadesc investigarmosn mutua depcndoncia entreo moral oo phvsico do homem,o quo seria demosiadamento longo

,

o não proprio de nos , mm so por quea materia exige hum talento

,

que não possuímos , romo porque nos tornaríamos mui prolixos

,

o não poder í amos conter nossas reflex limite* îlelitIinii lliezo, observaremos que ophysieo solTre extraordinariamente

xoes estes

(17)

l u

coin asaffecçoes moracs ; pois quo muitasvozes digestõ

es

são mal feitas

,

a assimilaçãoincompletaporhum accesso decólera, eaimaginação produzdes

-arranjos na economia

.

Quantasvezesa excessivacólera , ou a alegria nosconduzaotumulo

como

a Diagoras ,Sophocles, Leão10 ,quemorrerãode alegria

,

eZeuxis eClirysippe

quesucumbirão por hum rizoexcessivo?e quandonos não faça morrer í m

-mediatamente, seos embates repelidos vão pouco a pouco deteriorando nossa saude, e insensivelmente nos avezinhao do termo fatal

,

(piando nossaconsti

-tuição nos promettia longa duração

.

Sem duvida a grande sensibilidadeasaf

-flicções , os desgostos, oscoraçõesternoseapaixonados ,a imaginação,as almas tristes

,

que secompadecem dasmizerias humanas , abreviao a vida: assim de todos os homens

,

que mais se tem avantajadoemviver, são osquealém de outras cauzas, votados ao trabalho

,

passãoa vida sempaixões

,

alegres, in

-differentesao prazer ,eádôr, soffrendocom omesmo animo a fome,aside, ofrio ,o calor;e os imbecis, osdementes, e osque vivem despidos decui

-dados, einquietação. Homenscelebres

,

que tem

-

seennobrecidopor seos conhe

-cimentos , temchegado alonga idade por estaausênciadedesgostos

,

cporseos hábitossempre joviaes

.

Tdes fordoGuilherme Portei,homem muitoerudito , mas cujoespirito era hum pouco alienado ; Fontanelle

,

quedizia ser precizo para viverlongamente ter bom estomago , e mào coração ; Duvcrney , HansSloane

,

Plater, Mairan , Henault , Pont

-

de

-

Veylc

,

Morales

,

ScipiãoMaffei

,

Crebillon , Tenon, e outros

,

quesempre tiverão bum caracter alegre , c affecçoesagrada

-TCíS, poucofortes, c proprias dotemperamentosangu íneo

.

OsPhilosophos,que julgão as paixões crimes desevero castigo ,e por isso indignas delles

,

vivem longamente:assimNuma,Solon , Pindaro ,Anacreontc

,

Xenephonte

,

Pbilolau, Platão

,

Protagoras, Diogenes

,

Zenon,Izocrates,Orbilis

,

Hipocrates, Xenophanes ; Democrito, philosophoque ria

-

se dacorrupçãoedesmoralização doscostumesde seoscompatriotas; Gorgias, Kpimenides, de quem a historia refere ter dor

-midocincocntacseteannosemhuma caverna;Moisés ,Xenophilo,Demonào , eentreosmodernos Buffon

,

Voltaire , Newton ,Kant, Kepler , Euler

,

.

Monge, Forrney, Metastasio , Bacon , tem morridoem idade mui avançada

,

e muitos delles depois decemannos

.

Os homens porém que seentregao ao estudo da pol í tica , c ádirecção dos governos , dominadospela ambição, occupados com as intrigasdasCortes

,

ou quando interessados no bem publico , sempre sol

-licitados por affecçoesdiversas

,

perecem em annos nãodilatados; e parafor

-tificarmos esta nossaopinião, recorreremosá historiaantiga

,

onde veremos que dos numerosos Imperadores Bomanos apenas ha alguns , quetenhao morrido velhos, efolheandoa modernaencontraremosque tãosomenteFredericoo Gran

-de, esse Bei

,

que adoçava osdissabores da realeza como estudo da Philo

sophia,ecom osencantosda Poesia

,

oque deo

-

lheo nome de ReiPhiloso

-pho; Luiz H

,

e alguns poucos Principesdacaza da França, fazem excepção a esta regra quazi geral:osCardeacs, quetendo huma existênciaregulada, e moderada

,

vivendo seguros e independentesdosvaivénsdafortuna

,

sobre tudo dotados de espirito (ranquillo

,

quesua poziçãolhes dá, gozao delongavida: outrotantonãoacontece aos Papas,queemseonumeroavulladissimoenoon

-trão

-

ge mui poucos, que tenhao fruído longo tempoa theara. Tal he a sorte de todos os soberanos, que atormentados pelas paixões na mocidade, pela ambição na idadeviril

,

pelos cuidados, odesgostos navelhice,1180veem ror muitosannossemsoffreremogolpe commuai

.

(18)

-—

20

Cabo agora dizer com o Poeta

Nilomomnm

'

a« contarextranha hiotoria,

Masmaiidna

-

molouvardnsincuaUgloria

.

QuooutrempoBsalouvar esforço ullieio,

Coisalioquosecostuma,esodeseja ;

Maslouvur os meusproprios , arreceio

Quelouvor tãosuspeitomalmoesteja.

fallando d’aquelles que sedão aoestudo da Medicina

,

sciencia , á qual nos

dedicamos , conscio de que nenhuma outra era maisnobre queaquella ,cujo

fim hoconservar a vida deseossemelhantes

,

equiparando

-

sedestarte a Di

-vindade. Certamente versando oestudo desta scienciasobre aPhilosophiaea

Natureza, alôm disto sobre os meios de conservar a saude , nenhum outro estaria emestado de mais longamenteviverqueoMedico ,seasvigí lias sagradasãconservação dosoutros,se a falta de moderaçãonos trabalhos, e detranquillidadede espirito ,seasdissecções anatómicas

,

asautopsias , e emlim a dedicação, comqueseapresentão no meiodos estragos cauzados pelas epi

-demias , não viessem cortar muitas vezes no viçoso da idade estas vidas tão caras ; e raramente seencontrão alguns, que tendo adquirido a força d'alma necessária , asuperioridade da razão, quesó podem fornecer longos soflri

-mentos , etendo passado otempodadillicil prova

,

como diz Ilufelant, te

-nhãochegadoávelhice

.

Avenzoar, Galeno, Ripome , Haller

,

Hoffman, Boer

-haave , e o paida Medicinasão dospoucos , que tem vistodecorrer muitos estios

.

con

-GENEKO DEVIDA.

e as paixões, que Não são sómente os temperamentos , a alimentação

influem no retardamentoou aproximaçãodo fim da vida , também ogenero detrabalho tem acção poderoza sobre a duração dos indivíduos, segundo a occupação , aqueelles se dão. O trabalho

,

que não só se deve considerar como aorigem dasriquezas particulares e publicas, eainda mais o principio do bomsenso , e dos lions costumes e emlim como verdadeira norma da natureza moral, pois que o homemdado ao trabalho c que por meio dellc póde obter onecessário para asua subsistência,efazer

-

seamado de seoscon

-cidadãos , e cujas forças, eattençãoseachão voltadas para odesempenho de suasobrigaçoes, não vai recorrer a meios

,

que decerto o tornão mal visto, e paraassim dizerocollocãocmguerracom asociedade

,

perturbando aordem publica, comoinfelizmente observamosemnosso paiz, lie sem duvida servador da saude , ereguladordenossasforças pliysicas. Com efleitoemtodos ostempossetem reconhecidoque otrabalho lie de excessiva utilidadeácon

-servaçãoda saude, pois que os movimentos musculares levando ao exterior a> forças , que durante oestado de repouso tendem quasi sempre

centrar no cerebro ,c nasvisceras do baixo ventre , fazem maisexada a dis

-tribuiçã o

.

restabelecem emantémoequilí brio , animãoa circulação, provocão

.

1 perspiração

,

augmentãoo fóco de calorico vital, e pelo tom que dã o solidesimpedem a predominância dosystbcma sensitivo

.

Com tudo devemsei regulados por diversas circunstancias, attemlendo

-

se ã sua natureza

.

á dos instrumentos que seempregão, ã natureza dos materiacs , do lugar onde >e osexecutão , odos objectes de que se achãocercadosquotidinnnmcnteosohroirov

'sobre tudo aosclima», poisque nospaizes quentesocolor chamandotodas o co11

-a se rocon

(19)

21

as forçaspara oexterior e augmcntado pelo esforço produzido pelo trabalho, levará a pcrspiração a tal ponto , que se torne em desvantagem dos traba -lhadores

.

Os trabalhos, que exigem oempregodemuitoesforçoequeseexecutao em pô, e em attitudes forçadas , dirigindo para o systhema muscular ruais somma de forças, rompem o equil í brio entreopoder sensitivo, cujo centro lieoorgão pensante , e opoder muscular

,

dando lugar aoapparecímento do

temperamentoatbleticoemdcsaprcciaçaodo systhema sensitivo. Nao menos pre

-judicial beo trabalho ouexercícioem lugares fechados maximè naquellesem que oarserenova com diiliculdade , pois que asforçaspbysicas diminuindo consideravelmente , assim comoa producção do calorico , os homens de cons

-tituição a mais robusta contrabem o temperamento caracterisado pelo desen

-volvimento doapparelbo nervoso; e privados da luz, que os vivifica , e da acção doar, seus corpos definhão como asplantas

,

e seu systhema nervoso

torna

-

se muisensível ás mais delicadas impressões ,accommcttido porexcita

-çõesirregulares , além do acanhamento , queso(Trem suas ideas pela mono

-foniadas impressões ; e muito maisprejudicial se olugar lie mui pequeno e nao proporcionado ao numero dosindivíduos , obrando a alteraçãoprogressiva doar directamenlc sobreopulmão, orgão, queinfiue immediatamente sobre todaa economia pelo sangue, que dellc recebe seu caracter vital

.

Alémdas emanações mefíticasexbaladasdas matérias , quese manufacturao ou das que sãoempregadas para prepara

-

las, todasascircunstanciassereúnem para tor -narestes lugares insalubresedamnosos ã vida, sendo poucasas vantagens , que possao haver de osobreirosestarem ao abrigo dasintempéries da alhmos

-phera

.

Innumeras vantagens porém ofierecem ostrabalhos

,

que se executao em pleno ar, pois imprimindo grande sentimento de vida , ede força nos orgãos motores, multiplicandoosobjcctos ,ediversificandoocaracter das im-pressões , fornece mais ampla matéria ásoperações da intelligence, nao in

-tretem nosysthema nervoso excessiva sensibilidade , e oconservão para assim dizer cm huma vigil ia constante pelassensações, cuja variedade attraheefixa sua attençao

.

Desvantajosoliecertamenteaquelle , quenãodemandando muitas forças, e que sefazsentado , enerva promptamente osorgãos motores faltos de exercício, e de desenvolvimento , tornando

-

seasensibilidade mui viva , ir -regular, e dotada de impressõesdogenerodaquellas , quenascem do orgão

.

centro do systhema

nervoso

, e de desordenshypocondricas, eespasmódicas, moléstias propriasdoshomens sedentários

,

em cujo numerose acliao os ho

-mensde leltras, cuja vidasepassa tão sómente estando emexercícioocerebro,

ecm inaeção o poder muscular

.

Assim lie também oexercício feito nofogo, como odo ferreiro , fabricante de vidro etc

.

, onde oexcessoda transpiração produzida pela temperatura juntoaotrabalho, expõemestesindivíduos aos males de que fizemos menção : grandes enfermidadescatéamorte soflrcm aquelles,

que trabalhão na manipulaçãodo mercúrio , do chumbo , do cobalto , da cal

.

etc., enfermidades, queseria longosequizessemos minuciosamenle enumera

-

las. Doque temos dito patentea

-

scquede todososgenerös de trabalho, usinais proprios para fortificar osindivíduos

,

ofaze

-

los viver longamenteSãoOSquese «•xccntaoem pleno ar, não excessivos

,

constantes

,

cregulares : assim nvultão no

numero

dos velhos os jardineiros

,

pescadores, pastores; e hum author dizque pasmou ao vér que quasi todosos octogenários

,

que encontrou no hospital de Bicétre , erflo

pertencentes

á esta classe de

trabalhadores

.

(20)

22

RAÇ AS

.

Ainda quo vejamososindivíduos da raça negra viverem poucosannos, ac

-comcttidos

prematuramcnto

da velhice; os da raça llvperboriana, áqual pcr

-toncem osLaponios

,

eos Esquimaus

,

e os daMongoliea

,

c.Malaia também setornarem púberes muito cédo , e por consequência tocarem todasasphases da vida rapidamente

,

e osda Caucasea serem os que mais durão, e

menos

apressadamente tocão oslimites da vida , não concluiremos , como muitosau

-thores, que isto lie devidoás raças , mas sim aosclimas

.

Os primeiros ha -bitando sob hum clima ardente , que osdesenvolve

prematuramente

eapressa todos osperíodosda vida, e além disto dados em excesso aos prazeresde

Venus

,

chegão nãoremotamenteaofim

,

aque todos seachao condemnados: os segundos emextremo opposto

,

nascidos nospolos, onde semcessarse achao expostosáinclemência da athmosphera , e á acçãodestruidora deintensissimo

frio , epor issomesmodefinhados , não gozãolongotempo devida:osMon -golicos , cujo clima hemais doce e seaproxima do nosso, c sobre tudoos últimos , cujo clima he mais temperadoe maissupportavel, ecujo desenvol

-vimento secompleta mais tarde, chegão mui tardemenle ávelhice, eporisso mesmo gozão da vida por dilatadosannos.

CLIMAS

.

Nenhumagente exterior obra maiscíficazmente sobreosindiv íduos,queo

clima , oqual além do modificar extraordinariamenteostraços

,

quesejulgão maisdistinctos desuaextructura exterior, suas inclinaçõeseseu natural,

al-tera as disposiçõesintimasctodaaeconomia

.

Comparaiosdiversoshabitantes

do mundo

,

e vereis quãodifférentes são cmsua cùr

,

nos cabellos ,queve

-getãocm seus tecidos , em seu natural, ou cm sua intima disposição, nas

relaçõesdos fluidos

,

cdos solidos

,

no volume dos musculos, em sua estru

-ctura, na direcção de certos ossos

,

e sobre tudo nos daface , difierença que

persi só hebastantepara distinguirmoseconhecermossua origem

.

Certamente á primeiravista qualquer reconhecerá oEthiope

,

queimado pelo calor abra

-zador dos tropicos , mui distinctodo que nasceo na Europa

,

c este do da

America

,

ou Asia. Em huma mesma região, em huma mesma nação osdif

-ferentespovosse distinguem e apresentãocaracteres que

^

alé m dos da lingua

-gem, osdenuncião:assim humlnglez, humHollandez, hum Italiano igualã

o

em sua physionomia a humFrancez ou Russo: n

ãose e na mesma nação encontrão

-

sc grandes variedades nosindivíduos , que professão a mesma reli

-gião

,

cobedecem ao mesmo soberano, variedadestãosómente devidasá in

-fluencia do clima

.

Assim os montanhezesnãose assemelhão aos habitantesdas planícies , emesmoentre os habitantes de tal ou tal montanha

.

ou detalou tal plan ície ha humadifTercnça bernfrisante: os habitantesdos 1

irineos dif

-férera dos dosAlpes:os habitantes dasamenaseferteisplanícies daGaronne sãonas doem tudo dissemífhantcs dos povosdas plan ícies não menos ferteis eame

-Sene, edo Loire

.

Esta in ílucncia não se limita sóácspeciehumana; extende

-

se

átodosos entessusceptiveis de modificações: vegetaes

,

que na Europa são

unnunes

.

na Asm durãomuito mais

tempo

; outros

,

que nos paizes friossãopequenos ar

-bustos

, nos climas

quentestornflo

-

se

arvores; outros,quena America vivorião alguns annos

,

na

Europa

arrostão

s

éculos

.

As mesmas

modifica

çõessoftremo»

(21)

23

animaos; pois(|uocm coda porçûo do nosso globo

encontraremos

muitas «a riedmies na mesma espeeio: eestes, levados dos paizog, onde nascérâo,ino

-diliear

-

se

-

liäoextraordinariamente

,

dependendoesta mudança da natureza do solo , e das impressõesquotidianas, que ahi recebem

.

Ile destasorte que o# bois nascendoem muitos paizessem cornos , cmoutros os terãomonstruosos; nos terrenoshúmidoseeminentemente frios apresentarãoburn crescimentocon

-siderável estesanimaes , queem outros paizes serãomuipequenos; eem cer

-tas latitudesseos pellosserão longa e fina láa

.

Os cavallos podemscr conhe

-cidos pela diversidade dccaracteres, que lhessao communs , segundo os lu

-gares que lhes tem dado nascimento: e os cãesdesde oque nasceonaSiberia atéoque nasceo nasregiõesdoEquador, diflerem entre si porextraordinária serie dc fôrmas ediflerençasnaturaes

.

Assim comoesta acção doclima he notável sobreoscostumes dosdiversos povos de tal modo queas sensaçõesecaracter dos habitantes se assemelbão á

amenidade , ou esterilidade do solo , em que nascérão , da mesma sorteos entesirracionacs seapresentáo modificados segundo a regiãodo globoemque nascerãoou habita»:o boi, ocavallo

,

ocao

,

eoutros animaessãode al

-guma sorte dilTcrentes espccies nas diversas regiõesdo globo : nliuma região saoaudazes , feroces, eselvagens:aqui lie admiravel sua destreza , intelligen

-cia e facilidade com queseprestãoãeducação, queohomem lhesquer dar: láapezar dos cuidados os mais assiduospermanecemestúpidos , grosseiros ,in

-sensíveisáscaricias, e rebeldesaoensino; e o que lie mais admiravel , em certos paizes os cacs nãolâdrão

,

c não sãosusccplivcisdecontrahirahydro

-phobia, emesmosesãoconduzidos deoutrosclimas para estes

,

perdem pri

-meiramente a propriedade de latir

,

cdepois odc damnar

-

se, o que tudo prova exuberantemente a poderoza acção que tem oclimasobreelles

.

Porémvoltandoaohomem,nenhuma modificaçãosoffre mais importante que a deseo temperamento, causada pela acçãocontinuada doar,das aguas ,e dos lugares , quenão sómodifica sua natureza , comoliecapaz de desnaturar completamcnte suas disposições nativas

.

Hipocrates

,

esse genio observador

,

a

cujos olhos nada seoccultava , tinha observado ,o que aindase manifesta, que noslugares húmidos, baixosepaludosos , ecujo ar seapresentacarregado de hum nevoeiro infecto ,ecujo horizonte seacha como revestidodevapores

nocivos exhalados dos patanos , os habitantes offcrecem todos os caracteres dos lympbaticos : hum porte elevado

,

sobrecarregado dc tecidocellular e deex

-cessode l í quidos , fôrmasarredondadas

,

corpo pallido , articulações evasosper

-didos nestetecido nocivo,voz rouca , indolentes cdispostos á preguiça;que nos climas muiquentesos habitantesapresentao otemperamento

,

emque a

sensibilidade predominasobreas forças musculares

,

eem que a puberdade se fazprematuramente, tornando

-

scelles

,

como jádissemos, aptos muicedo para ostrabalhos do espirito , para a poesia , eloquência , ctodosostrabalhosde

-pendentesda imaginação

.

Tinha notado maisquenes climas friossedesenvolve aconstituiçãocaractcrisada pela predominância dosmovimentos sobreassensa

-ções

,

sendo os homens ali altos

,

vigorosos c cornodispostosaos maisduros trabalhos;cquenospaizestemperados

,

ecujos terrenossáoalgum tantoelevados, cortadosdoaguas

,

rubertos de

arvores

fructiforaso ferieis , amenos, natural

-mente revestidos deverdura edeaprazí veis sombras

,

seos imolas deixão

-

se\ér

dotados dc todos oscaracteres proprios dossanguíneos ; altura regular, face corada, maneirasngradnveis

,

nffoeçõ

cs

d'aliiia passageiras e poucoforIes,»en siveii , riao suscepliveis do paixões : porém que nos lugaresáridos e«wi* ,

(22)

cobertos do

rochedos

,uhertos de todososlados,

ahrazudos

pui <itn» violei,u, depois de invernosrigorosos, e nuquclles mesmos que «

.

au qu

.

mt«equ,

*, sotYrem

esses

invernosviolentos, comoacabamos dedizer, depoisdeito»rigu

cultivadores odesenvolvimento do apparellio sanguíneo,

musculosos, robustos,cheios deJM

-

IIO»,

em cmpreheiider,|n;r -rososnota

-

se em seus

juntoaodoapparclhobilioso; elles

de articulações firmes, e hem

pronunciados

, audazes

tinacesem executar , ambiciosos, coléricos, amigos da

-

,scieucias, e proprio* paraasarmas;equefinalmenle nos paizcs emqueocalorlie freqiienlvmeiite

interrompidopor frios húmidos, e nosque a natureza está porassimdizer .

cuberta desombrio véo de vapores,

tornando

os objectesmonotones,

lancolicos, ese faz aomesmo tempousodemhos alimentos,observa-seotem -peramento, a que chamao melancólico. Ora sendomanifesto que nenhum

outrotemperamento lie mais proprio para longa vida queosanguíneo, e re-conhecendo-se pela observaçãoquenem todos osclimasoproduzem, claro lie quenemtodasasregiões do globosãofavoráveisalongrvidade:assim a Russia.

aSuécia , aNoruega, a Polonia eoutros paizes do norte da Europa , cujos habitantessao dotados deste temperamento, que lhes deveser commumpela reacçãocontinua e muienérgica da circulação contra os eiïeitosdofrio, re -sultando destadupla acção os mesmoseiïeitospara osvazoscirculatóriosepara osmusculossubmettidosá vontade, cujo exercício augmentaasforças dosor -gãos, sãoa patria da velhice, eda mesmasorte oslugares nãomuito ele -vadosdosAlpes , Apennino, Delphinado,Saboia, que daonascimentoahomens taoduros e tãovivacescomo«quellesdos lugares igualmente pouco elevados dos Pvrineos, Cordilheiras,edosAndes. Outrotanto nãoaconteceaoslugares ou montanhas aridase escabrozas comoasda Suissa,emque seos habitantes distinguem

-

se pela constituiçãoathletica. As ilhas taescomo asOrcades . as

Hebridas, asCanarias, c aTerceira , saotãosadiascomo esseslugaresaltos,

notáveis peloextraordinário numerode velhos. Os paizes ineridionaesemque se observao grandes invernos seguidosa estios fortes, e em queocalor pro-duzindoa predominância da bile pela diminuição dos líquidos, com que se humedecemassuperficies alimentares,determinadapela transpiração , sao menos favoráveisálongrvidade. AHolland«, aBélgica ,eoutros paizes baixosapau -lados e cubertos de nevoeirosespessos,ainda quemuitas vezes a mãodohomem

façayparaassim dizer, mudaroaspecto do paiz, tornando-o maissalubrepela dessecaçãodospantanos, e esgotode aguas, dãoaseos habitantes huma

turezasobrecarregada dcl íquidos,cujoexcessoaniquilla aactividade dos mo -vimentosorgânicos,estado estecommumnãosóaoshomens,

e vegetacs , que certamente concorre muito para innumeras afiecções bidas; c por isso mesmo para apouca vida. Emfim aInglaterra, sobre ttulo

cidades populozas entregues á industria, e envolvidas por bumespesso

fumo, como liesabido , constitue seos habitantes melancólicos, apezar da in-fluencia benefica dc seo clima ein nada menossalubre, que osdo norteda Europa.

sao

me-na -comoaosanimaes

mor -suas

Muitas outras causas concorrem para huma longavida , taescomoosexo

feminino, no qual se encontrão os exemplos do maior idade, dependendo isto, como dizBuíTon , da dilïiculdado , que ha na ossilicoção de seos Ir «idos, od’uhi vem, vonlihúa o mesmo Author

, que os indivíduosdel

-

i

-nasua mfancia, e

acabrunhados

pelas enfermidades,

fazendo

-se >e« >desem

.

d

-viinento

difficultosamcnlo

, eliegflo tardeá velhice pela analogia ,„m a*n i

Inores

.

Muitosacreditai» queo viverlongo tempolie

'omnium

(23)

25

milia», cujos antepassados lhes tem logudo cm herançasuasmoléstia», ouolj disposição para viverem longamente

.

Todas estascauzas podem

-

so remover, sendo modificados seos

tempera

mentos por meiosquo a Hygienesó póde dar, sciencia para a qual remet temos nossos leitores

.

Terminamos este trabalho já muitoalongado paraentrarmos emoutronao

menos

arduo , e importante, qual a morte

,

que nos accommete prematura

-mente

.

Referências

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