Destaque Depec - Bradesco
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Ano XII - Número 100 - 31 de março de 2015
Ellen Regina Steter
Entre 2004 e 2014, o crédito à pessoa física cresceu em todas
as regiões
Desencadeado tanto pela previsibilidade m a c r o e c o n ô m i c a , q u a n t o p e l o s a v a n ç o s microeconômicos, a se destacar o advento do crédito consignado e os aperfeiçoamentos no arcabouço jurídico, ao longo dos últimos anos, o crédito às famílias mostrou expressivo crescimento. Entre o final de 2004 e dezembro do ano passado a relação crédito/ PIB obteve incremento de 18,4, p.p., ou seja, a relação passou de aproximadamente 8,2% para 26,6%1. Esse crescimento observado no crédito à pessoa física ocorreu em todas as regiões, conforme indicado pelas informações regionais de crédito disponibilizadas pelo Banco Central2. No período observado, a carteira regional de crédito à pessoa física cresceu cerca de 774%.
1 Essa informação considera o estoque regional de crédito à pessoa física.
2 A base de crédito regional do Banco Central considera as operações de crédito superiores a R$ 1.000,00, inclusive aquelas com saldo inferior
ao referido, mas cuja somatória do crédito tomado por um mesmo devedor em uma determinada instituição financeira ultrapasse o valor mencionado. Não são contempladas na estatística os créditos concedidos a não-residentes e os créditos nos quais não foi possível identificar com precisão o endereço do tomador. Mesmo considerando essas ressalvas, a estatística de crédito regional contempla cerca de 98% do crédito às famílias, portanto, se mostra robusta.
Percentual superior ao notado no PIB brasileiro, de aproximadamente 182%. Ou seja, a expansão do crédito em todas as regiões foi superior ao PIB. O Norte, apresentou o maior incremento do estoque de crédito, 1059,9% no período, permitindo que o saldo de financiamento à pessoa física alcançasse R$ 65,5 bilhões em dezembro de 2014, partindo de apenas R$5,6 bilhões no final de 2004. A segunda maior taxa de crescimento foi obtida pelo Nordeste, de 1013,4%, atingindo saldo de R$ 213 bilhões no ano passado. Em decorrência de sua participação, o Sudeste apresentou crescimento próximo ao da média nacional, de 779,8%. Já a expansão observada no Sul e no Centro-oeste, foi mais moderada, de 683,8% e 628,5%, respectivamente.
Crescimento da carteira de crédito à pessoa física entre dez/04 e dez/14 - base regional Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 1059,9% 1013,4% 779,8% 773,9% 683,8% 628,5% 150% 350% 550% 750% 950% 1150%
Norte Nordeste Sudeste total Sul Centro-oeste
Crescimento da carteira de crédito à pessoa física entre dez/04 e dez/14 - base regional
Considerando o desempenho do crédito às famílias entre 2004 e 2014, além de pontuar os movimentos comuns que fomentaram o crescimento da carteira no território nacional, como o aumento da formalização do mercado de trabalho, os consecutivos ajustes salariais acima da inflação, o processo de bancarização e os avanços jurídicos (essenciais para o crédito
o habitacional), é possível apontar fatores que diferenciaram a dinâmica regional de crédito no período. Em meio a esses, os que mais se destacaram foram: o processo mais intenso de mobilidade social entre 2004 e 2011 que favoreceu o crescimento do crédito nas regiões Norte e Nordeste, e o cenário agrícola extremamente benigno a partir de 2012, com impacto favorável
Destaque DEPEC - Bradesco
na região Sul e principalmente no Centro-oeste. É possível notar essa dinâmica no gráfico a seguir, inclusive o processo de convergência entre as taxa de
crescimento do crédito no período posterior ao último trimestre de 2008, após impacto da crise financeira internacional.
Uma análise descritiva dos dados regionais agregados pelas cinco regiões nos revela o esperado: uma concentração do saldo de crédito na região Sudeste, com cerca de 47% das operações. É possível qualificar o resultado como previsível, levando-se em conta, por exemplo, a participação da região no PIB nacional, de aproximadamente 55,2% em 2012. Entretanto, apenas constatar a
relevância do Sudeste no estoque de crédito não é suficiente para compreender a dinâmica regional das operações de pessoa física. Acompanhando a trajetória ao longo dos últimos anos, notamos, como mencionado, dinâmicas regionais interessantes, inclusive a própria moderação do crédito no Sudeste, tendo como consequência a redução de sua participação. Crescimento em doze meses do estoque de crédito de pessoa física 46,3% 44,6% 14,9% 28,6% 25,5% 14,2% 19,9% 16,6% 11,8% 12,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% m ai/0 5 jul/0 5 set /05 nov /0 5 ja n/0 6 m ar /06 m ai/0 6 jul/0 6 set /06 nov /0 6 ja n/0 7 m ar /07 m ai/0 7 jul/0 7 set /07 nov /0 7 ja n/0 8 m ar /08 m ai/0 8 jul/0 8 set /08 nov /0 8 ja n/0 9 m ar /09 m ai/0 9 jul/0 9 set /09 nov /0 9 ja n/1 0 m ar /10 m ai/1 0 jul/1 0 set /10 nov /1 0 ja n/1 1 m ar /11 m ai/1 1 jul/1 1 set /11 nov /1 1 ja n/1 2 m ar /12 m ai/1 2 jul/1 2 set /12 nov /1 2 ja n/1 3 m ar /13 m ai/1 3 jul/1 3 set /13 nov /1 3 ja n/1 4 m ar /14 m ai/1 4 jul/1 4 set /14 nov /1 4 ja n/1 5 Fonte: Bacen
Crescimento em doze meses do estoque de crédito de pessoa física
Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO Participação das regiões no estoque de crédito à pessoa física
47,0% 47,4% 48,0% 48,9% 48,9% 49,2% 49,1% 49,1% 48,9% 48,1% 47,3% 22,5% 22,0% 21,2% 20,3% 20,2% 19,9% 19,7% 19,6% 19,7% 20,0% 20,2% 12,1% 12,4% 12,9% 13,4% 13,8% 14,2% 14,7% 15,0% 15,0% 15,2% 15,4% 14,9% 14,3% 13,7% 13,0% 12,6% 12,0% 11,8% 11,7% 11,8% 12,1% 12,4% 3,6% 3,9% 4,2% 4,4% 4,5% 4,6% 4,7% 4,7% 4,7% 4,7% 4,7% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação das regioões no estoque de crédito à pessoa física
Norte Centro-oeste Nordeste Sul Sudeste
Fonte: BCB
Elaboração: BRADESCO
3 Percentual baseado na RAIS de 2013.
A recente moderação da taxa de crescimento do crédito no Sudeste está em grande medida relacionada ao desempenho das carteiras de São Paulo e do Rio de Janeiro, estados que apresentaram a menor taxa de expansão em 2014. Uma hipótese por trás desse crescimento mais modesto do crédito pode ser o comportamento do mercado de trabalho. Parte relevante do emprego formal da região, cerca de 25% do estoque3 (percentual inferior apenas ao do Sul que é de aproximadamente
31%) está exposta aos setores mais frágeis do ciclo econômico atual: indústria e construção civil. Apesar desses segmentos terem uma participação maior no emprego formal do Sul, é possível notar que desde 2013 o Sudeste apresentou um ritmo inferior de geração líquida de vagas nesses dois setores. Além disso, logo no início de 2014 a região passou a destruir liquidamente postos de trabalho, enquanto este movimento foi percebido nas demais apenas no final do ano.
Destaque DEPEC - Bradesco
4 Nesta comparação, utilizamos a base de crédito regional, inclusive para a relação crédito total de pessoa física/PIB.5 Os dados efetivos de PIB regional estão disponíveis até 2012, dessa forma para 2013 e 2014 utilizamos as projeções do DEPEC-Bradesco.
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB 5,9% 24,2% 7,7% 29,9% 6,9% 22,8% 10,6% 33,8% 13,3% 31,9% 8,2% 26,6% 4,0% 8,0% 12,0% 16,0% 20,0% 24,0% 28,0% 32,0% 36,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB
Norte Nordeste Sudeste
Sul Centro-oeste Total
Fonte: Bacen
Fonte: BCB
Elaboração: BRADESCO Além do impacto da desaceleração da indústria
e da construção civil no crescimento do crédito à pessoa física, é possível ressaltar outros fatores que influenciaram o desempenho da carteira regionalmente. Por exemplo, o processo de mobilidade social, que foi mais intenso no Norte e Nordeste do País, permitiu no período de 2004 até meados de 2011, tanto por meio do incremento da renda quando pelo aumento da bancarização, uma expansão mais forte do crédito nessas regiões. Entretanto, ainda que em curso, o movimento de mobilidade social tem se mostrado mais moderado, proporcionando uma convergência do crescimento do crédito dessas regiões para as demais.
Outro ponto que merece atenção é a dinâmica agrícola. As sucessivas safras recordes de grãos,
com destaque para as safras 12/13 e 13/14, elevaram significantemente a renda agrícola regional, beneficiando especialmente o Sul e mais intensamente o Centro-Oeste. Consequentemente, a maior taxa expansão da carteira de crédito à pessoa física, é obtida atualmente pelo Centro-Oeste.
A análise da relação crédito à pessoa física4/PIB5, mostra que no período observado, todas as regiões apresentaram forte incremento dessa comparação. Atualmente, a maior relação é obtida pelo Sul, seguido pelo Centro-Oeste. Como argumentamos anteriormente, não é surpresa notar que o crédito nessas áreas acelerou a partir de 2012, ou seja, a dinâmica agrícola se mostrou bastante favorável, lembrando que o estoque de crédito à pessoa física inclui também as operações rurais.
Geração líquida de emprego formal
(indústria + construção civil) acumulada em doze meses Fonte: MTE Elaboração: BRADESCO 81.263 280.319 -51.165 502.138 168.716 112.128 14.760 -71.862 -216.449 223.517 325.847 431.106 -170.965 105.664 -170.912 -280.559 -300000 -200000 -100000 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 m ar /05 out /0 5 m ai/0 6 dez /06 jul/0 7 fev/ 08 set /08 ab r/09 nov /0 9 jun/1 0 ja n/1 1 ago/1 1 m ar /12 out /1 2 m ai/1 3 dez /13 jul/1 4 fev/ 15
Geração líquida de emprego formal (indústria + construção civil) acumulada em doze meses
Brasil ex-Sudeste Sudeste
Fonte: MTE
Quanto ao risco de crédito, avaliamos que o crescimento observado foi compatível com o PIB regional. Verificando o comportamento da taxa de inadimplência, todas as regiões mostraram redução nos atrasos acima de 90 dias, entre 2004 e 2014. Claro que parte desse
movimento está diretamente ligada ao aumento da participação de linhas mais saudáveis no financiamento às famílias brasileiras, como o crédito consignado e o habitacional. Fator que sancionou um crescimento consistente do crédito.
Destaque DEPEC - Bradesco
Desagregando a análise para as unidades federativas, é possível observar que todas obtiveram incremento relevante na carteira de crédito às famílias.
Na região Norte, durante o período observado, a taxa de crescimento do crédito foi relativamente homogênea
entre os estados, fato que consolidou o Pará como o detentor da maior participação do crédito à pessoa física na região, cerca de 38%. A despeito da sutileza do movimento, vale destacar também o ganho de participação dos estados de Tocantins, Acre e Roraima, em detrimento do Amazonas e Rondônia.
Considerando a relação crédito à pessoa física/PIB, é possível notar que todos os estados da região Norte experimentaram expansão. No entanto, apenas o Pará (mesmo com a maior participação do crédito na
região) e o Amazonas mostraram uma relação inferior à média nacional. Nesse sentido, vale destacar o forte crescimento observado em Tocantins, com influência direta do cenário agrícola benigno.
Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física dos estados da região Norte 11,4% 57,0% 2,5% 25,1% 33,6% 18,7% 20,4% 62% 36,3% 33,2% 15,4% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% m ar /05 jun/0 5 set /05 dez /05 m ar /06 jun/0 6 set /06 dez /06 m ar /07 jun/0 7 set /07 dez /07 m ar /08 jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 Fonte: Bacen Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física dos estados da região Norte
Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia Roraima Tocantins Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 36,7% 36,9% 36,5% 36,5% 36,5% 36,4% 36,0% 37,1% 37,8% 38,2% 37,8% 20,5% 21,2% 20,9% 20,1% 19,9% 20,0% 20,3% 19,9% 19,5% 19,3% 18,9% 16,4% 15,8% 15,4% 14,9% 14,8% 14,6% 14,3% 14,3% 14,6% 14,8% 15,5% 12,5% 12,1% 12,0% 12,3% 11,9% 11,8% 12,5% 12,6% 12,9% 13,0% 13,0% 5,6% 5,9% 6,5% 6,8% 7,0% 7,0% 6,7% 6,2% 5,7% 5,3% 5,5% 4,8%3,5% 3,5%4,7% 3,7%5,0% 4,1%5,2% 5,6%4,3% 5,8%4,4% 5,8%4,5% 5,6%4,2% 5,4%4,1% 5,4%4,0% 5,2%4,0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Norte
Roraima Acre Amapá Tocantins Rondônia Amazonas Pará
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Norte Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO Taxa de inadimplência (acima de 90 dias) da carteira de crédito de pessoa física, por região Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 7,1 10,2 9,5 7,5 6,1 5,5 4,1 8,67 2,8 4,7 3,6 4,0 2,9 3,0 2,5 1,7 2,7 3,7 4,7 5,7 6,7 7,7 8,7 9,7 10,7 fev/ 04 ab r/04 jun/0 4 ago/0 4 out /0 4 dez /04 fev/ 05 ab r/05 jun/0 5 ago/0 5 out /0 5 dez /05 fev/ 06 ab r/06 jun/0 6 ago/0 6 out /0 6 dez /06 fev/ 07 ab r/07 jun/0 7 ago/0 7 out /0 7 dez /07 fev/ 08 ab r/08 jun/0 8 ago/0 8 out /0 8 dez /08 fev/ 09 ab r/09 jun/0 9 ago/0 9 out /0 9 dez /09 fev/ 10 ab r/10 jun/1 0 ago/1 0 out /1 0 dez /10 fev/ 11 ab r/11 jun/1 1 ago/1 1 out /1 1 dez /11 fev/ 12 ab r/12 jun/1 2 ago/1 2 out /1 2 dez /12 fev/ 13 ab r/13 jun/1 3 ago/1 3 out /1 3 dez /13 fev/ 14 ab r/14 jun/1 4 ago/1 4 out /1 4 dez /14 Fonte: Bacen
Taxa de inadimplência (acima de 90 dias) da carteira de crédito de pessoa física, por região
Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul
Destaque DEPEC - Bradesco
Na região Nordeste, mesmo com as taxas de crescimento relativamente parecidas, a Bahia, estado com maior participação no crédito da região, mostrou desempenho abaixo da média, recuando seu peso para 27,4% ante 31,2%, observado em 2004. Vale mencionar, que esse comportamento pode estar atrelado ao mercado de trabalho, dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME - IBGE) destacaram Salvador como a capital que experimentou a maior
deterioração na taxa de desemprego no período recente.
Assim como a Bahia, Pernambuco também perdeu quase um ponto de share no crédito da região. Dessa forma, com exceção do Piauí, os demais estados ganharam participação. Interessante notar que, no Nordeste, apenas Pernambuco ainda apresenta uma relação crédito/PIB inferior à média nacional.
34,0% 14,2% 29,5% 18,0% 18,8% 12,8% 16,1% 51,9% 17,0% 16,3% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% 55,0% m ar /05 jun/0 5 set /05 dez /05 m ar /06 jun/0 6 set /06 dez /06 m ar /07 jun/0 7 set /07 dez /07 m ar /08 jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 Fonte: Bacen
Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física nos estados da região Nordeste
Alagoas Bahia
Ceará Maranhão
Paraíba Pernambuco
Piauí Rio Grande do Norte
Sergipe
Crescimento interanual do estoque de crédito à pessoa física nos estados da região Nordeste Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 31,2% 30,7% 30,0% 28,5% 27,5% 27,0% 26,2% 26,4% 27,2% 27,4% 27,4% 17,0% 17,3% 17,2% 17,6% 17,6% 17,5% 17,5% 17,3% 17,0% 16,6% 16,2% 13,5% 13,4% 13,3% 13,6% 14,0% 14,0% 14,1% 14,1% 14,0% 14,0% 14,0% 9,5% 9,8% 9,9% 9,9% 9,9% 10,2% 10,4% 10,4% 10,2% 10,2% 10,2% 7,1% 7,2% 7,4% 7,6% 7,8% 7,7% 7,9% 7,9% 7,7% 7,8% 8,1% 6,9% 6,9% 7,2% 7,6% 7,8% 7,7% 7,7% 7,6% 7,7% 7,8% 7,9% 5,5% 5,5% 5,6% 5,7% 5,7% 5,7% 6,0% 6,1% 6,2% 6,2% 6,1% 4,3% 4,4% 4,5% 4,7% 4,8% 5,0% 5,1% 5,1% 5,1% 5,1% 5,1% 4,9% 4,9% 4,9% 4,9% 5,0% 5,2% 5,2% 5,0% 4,9% 4,9% 4,9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Nordeste
Piauí Sergipe Alagoas Rio Grande do Norte Paraíba Maranhão Ceará Pernambuco Bahia
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Nordeste
Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região norte 6,9% 30,7% 3,8% 17,8% 30,4% 5,8% 22,9% 8,2% 26,6% 27,2% 8,5% 37,8% 3,0% 8,0% 13,0% 18,0% 23,0% 28,0% 33,0% 38,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região norte
Rondônia Acre Amazonas
Roraima Pará Brasil
Amapá Tocantins
Fonte: Bacen
Fonte: BCB
Destaque DEPEC - Bradesco
Apesar do crédito à pessoa física estar concentrado na região Sudeste, com pouca alteração ao longo dos últimos anos, a distribuição desagregada do saldo dos financiamentos mostra que tivemos mudanças na composição. Por exemplo, o estado de São Paulo, que concentrava cerca de 58% do crédito, apresentou crescimento mais modesto que os demais estados e mostrou, consequentemente, um recuo de 4,3 pontos percentuais na sua participação. Em sentido contrário, vale destacar o desempenho de Minas Gerais, cuja participação passou de 18,3% para 20,8%. Rio de
Janeiro e Espírito Santo também ganharam share, de 1,2 p.p. e 0, 7p.p., respectivamente. Apesar de o Rio de Janeiro e o Espírito Santo terem ganhado participação ao longo do período, quando verificamos a relação crédito/PIB desses estados, notamos que são relativamente baixas, de 18,3% e 18,2%, respectivamente. Vale mencionar, que além do Rio de Janeiro mostrar uma baixa relação crédito/PIB, recentemente, assim como São Paulo, a desaceleração econômica desencadeou uma moderação na taxa de crescimento da carteira de crédito desses estados.
47,8% 21,4% 14,2% 44,4% 26,5% 13,5% 41,2% 10,7% 30,1% 16,2% 11,8% 7,0% 12,0% 17,0% 22,0% 27,0% 32,0% 37,0% 42,0% 47,0% m ar /05 jun/0 5 set /05 dez /05 m ar /06 jun/0 6 set /06 dez /06 m ar /07 jun/0 7 set /07 dez /07 m ar /08 jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 Fonte: Bacen
Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física nos estados da região Sudeste
Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo Crescimento interanual do estoque de crédito à pessoa física nos estados da região Sudeste Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 61,9% 61,5% 61,2% 60,8% 59,8% 59,3% 58,9% 58,8% 58,3% 57,9% 57,6% 18,3% 18,2% 18,3% 18,4% 19,0% 18,9% 19,2% 19,5% 20,0% 20,5% 20,8% 16,5% 17,1% 17,2% 17,4% 17,7% 18,1% 18,2% 18,0% 18,0% 17,8% 17,7% 3,2% 3,3% 3,4% 3,5% 3,5% 3,6% 3,7% 3,7% 3,7% 3,8% 3,9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Sudeste
Espírito Santo Rio de Janeiro Minas Gerais São Paulo
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Sudeste Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 9,6% 34,4% 28,1% 34,1% 9,1% 35,9% 8,16% 26,56% 23,5% 36,2% 6,8% 33,3% 7,5% 31,6% 6,0% 10,0% 14,0% 18,0% 22,0% 26,0% 30,0% 34,0% 38,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região nordeste
Maranhão Piauí
Ceará Rio Grande do Norte
Paraíba Brasil
Pernambuco Alagoas
Sergipe Bahia
Fonte: Bacen
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região Nordeste
Fonte: BCB
Destaque DEPEC - Bradesco
Na região Sul, o Rio Grande do Sul continuou detendo a maior participação do crédito, 39,2%. Considerando todo o período observado, vale destacar a expansão do crédito de Santa Catarina, que permitiu ao estado um ganho de share de 3,1 p.p. no saldo da região. Contudo, nos últimos doze meses, o dinamismo do financiamento às famílias de Santa Catariana arrefeceu. Diante desse cenário, o Paraná passou a apresentar a maior taxa de crescimento do crédito da região, impactado positivamente pelo cenário
benigno de renda agrícola.
Todos os estados do Sul apresentaram uma relação crédito/PIB superior à média nacional, sem que isso tivesse impactado negativamente o risco de crédito. A região possui a menor taxa de inadimplência de pessoa física observada no Brasil: em dezembro do ano passado, alcançou 2,5% ante 2,8% do Centro-Oeste, 3,6% do Sudeste e ao redor de 4,0% nas regiões Norte e Nordeste.
Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física nos estados da região Sul
Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 38,7% 40,4% 25,6% 16,3% 14,9% 34,7% 24,5% 15,3% 25,5% 19,8% 16,4% 30,5% 20,7% 14,5% 12,0% 22,0% 32,0% 42,0% m ar /05 jun/0 5 set /05 dez /05 m ar /06 jun/0 6 set /06 dez /06 m ar /07 jun/0 7 set /07 dez /07 m ar /08 jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 Fonte: Bacen
Crescimento interanual do estoque de crédito de pessoa física nos estados da região Sul
Santa Catarina Paraná Rio Grande do Sul
40,9% 40,9% 40,1% 39,5% 39,6% 39,5% 39,5% 39,3% 39,6% 39,5% 39,2% 39,4% 38,5% 38,4% 37,8% 37,7% 37,0% 36,6% 37,0% 37,1% 37,6% 37,9% 19,7% 20,7% 21,5% 22,7% 22,8% 23,5% 23,9% 23,7% 23,3% 23,0% 22,9% 17,0% 16,9% 16,7% 15,9% 15,2% 15,2% 15,0% 15,0% 15,0% 15,3% 15,4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Sul
Mato Grosso do Sul Santa Catarina Paraná Rio Grande do Sul
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Sul Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 7,7% 28,8% 6,0% 18,1% 5,5% 18,3% 7,2% 23,3% 8,2% 26,6% 5,0% 11,0% 17,0% 23,0% 29,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região sudeste
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Brasil
Fonte: Bacen
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região Sudeste
Fonte: BCB
Destaque DEPEC - Bradesco
O Centro-Oeste apresentou a maior variação na participação dos estados na carteira de crédito ao longo do período observado. Goiás se consolidou com a maior parcela do estoque de financiamento às famílias da região, 35,3%. Contudo, o maior ganho de participação nos últimos onze anos foi observado no Distrito Federal, que passou de 18,9% para 25,6%. Com esse desempenho, a capital federal a partir de 2008 superou o peso do estado do Mato Grosso.
Entretanto, analisando um período mais recente, notamos uma clara recuperação da carteira de crédito do Mato Grosso, influenciado positivamente pelas safras agrícolas, nesse caso, especificamente a soja. Do ponto de vista da relação crédito/PIB, apenas o Distrito Federal apresenta percentual inferior à média nacional, 22,1%, ante 26,6%. Destoando dos demais estados da região, cuja relação está ao redor de 38%. 41,4% 33,8% 26,1% 33,9% 43,9% 12,6% 20,2% 13,8% 7,7% 23,1% 24,0% 19,9% 24,0% 17,6% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% ab r/05 jun/0 5 ago/0 5 out /0 5 dez /05 fev/ 06 ab r/06 jun/0 6 ago/0 6 out /0 6 dez /06 fev/ 07 ab r/07 jun/0 7 ago/0 7 out /0 7 dez /07 fev/ 08 ab r/08 jun/0 8 ago/0 8 out /0 8 dez /08 fev/ 09 ab r/09 jun/0 9 ago/0 9 out /0 9 dez /09 fev/ 10 ab r/10 jun/1 0 ago/1 0 out /1 0 dez /10 fev/ 11 ab r/11 jun/1 1 ago/1 1 out /1 1 dez /11 fev/ 12 ab r/12 jun/1 2 ago/1 2 out /1 2 dez /12 fev/ 13 ab r/13 jun/1 3 ago/1 3 out /1 3 dez /13 fev/ 14 ab r/14 jun/1 4 ago/1 4 out /1 4 dez /14 Fonte: Bacen
Crescimento interanula do estoque de crédito de pessoa física dos estados da região Centro-oeste
Goiás Distrito Federal Mato Grosso Mato Grosso do Sul
Crescimento interanual do estoque de crédito à pessoa física dos estados da região Centro-oeste Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 31,6% 32,3% 32,8% 33,2% 33,8% 33,7% 34,6% 35,1% 35,1% 35,0% 35,3% 18,9% 20,0% 22,2% 24,5% 26,1% 27,4% 27,7% 27,4% 27,3% 26,6% 25,6% 32,4% 30,8% 28,4% 26,4% 24,8% 23,7% 22,8% 22,4% 22,6% 23,1% 23,6% 17,0% 16,9% 16,7% 15,9% 15,2% 15,2% 15,0% 15,0% 15,0% 15,3% 15,4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Centro-oeste
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Distrito Federal Goiás
Participação dos estados no estoque de crédito à pessoa física da região Centro-oeste Fonte: BCB Elaboração: BRADESCO 11,5% 34,6% 9,1% 30,5% 10,6% 35,4% 8,2% 26,6% 7,0% 12,0% 17,0% 22,0% 27,0% 32,0% 37,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região sul
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Brasil
Fonte: Bacen
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região Sul
Fonte: BCB
Destaque DEPEC - Bradesco
19,0% 38,2% 20,6% 37,0% 15,5% 38,0% 8,2% 26,6% 6,3% 22,1% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região centro-oeste
Mato Grosso do Sul Mato Grosso
Goiás Brasil
Distrito Federal
Fonte: Bacen
Relação crédito à pessoa física (base regional)/PIB, região Centro-oeste
Fonte: BCB
Elaboração: BRADESCO
De maneira geral, é possível notar que o crescimento observado na carteira de crédito à pessoa física, ao longo dos últimos onze anos, foi compartilhado por todos os estados. Evidentemente, que alguns fatores acabaram beneficiando determinadas regiões, como a mudança estrutural da mobilidade social brasileira ou até mesmo o caso mais recente das safras recordes de grãos. De qualquer forma, não foi possível observar uma grande discrepância do crescimento do
crédito entre as regiões. Fato que beneficiou tanto a perspectiva de qualidade do ativo, afinal uma carteira com tomadores pulverizados regionalmente mitiga exposições ao risco (inclusive volatilidades setoriais), quanto do ponto de vista macroeconômico, porque um crescimento disseminado da carteira tende a fortalecer o papel do crédito como canal de transmissão de política monetária e torna o sistema financeiro brasileiro mais sólido.
Destaque DEPEC - Bradesco
Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo
Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires Economia Doméstica: Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi
Estagiários: Ariana Stephanie Zerbinatti / Vanderley Rodrigues Gonçalves Junior / Lucas Zaniboni / Thomaz Lopes Macetti / Victor Hugo Carvalho Alexandrino da Silva / Davi Sacomani Beganskas / Ives Leonardo Dias Fernandes / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves
Equipe Técnica
O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes