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METODOLOGIA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

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Academic year: 2021

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METODOLOGIA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

Jéssica de Castro Silva

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, Karla A. R. Lopes

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UNIVAP/Faculdade de Educação e Artes, Rua Tertuliano Delfim Jr. 181, jessica.castro22@hotmail.coml

Resumo- A disciplina de Ciências no Ensino Fundamental traz como um dos objetivos fazer com que o

aluno, através de conhecimentos científicos e tecnológicos, compreenda e interceda no ambiente que esta inserido de forma significativa. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo produzir material de ensino aprendizagem para o 7º ano do Ensino Fundamental com abordagem zoológica, enfatizando os Cnidários. Elaborou-se um modelo em escala reduzida de um recife de coral abordando os temas: diversidade, ecologia e degradação. Com a execução da maquete percebeu-se a necessidade de um manual de utilização, e esse foi confeccionado em Microsoft Word 2010, no qual descreve o modo pelo qual o docente pode usar e reproduzir o material de ensino presente neste trabalho. Considera-se que o trabalho possibilitou concluir que a atividade lúdica pode favorecer a aprendizagem, bem como estimular o pensamento critico a respeito das ações antrópicas nos ambientes naturais.

Palavras-chave:Educação Ambiental, Cnidários e Recife de Coral.

Área do Conhecimento: Ciências Biológicas Introdução

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) o Ensino de Ciências no Ensino fundamental tem sido guiado de forma desinteressante, onde são transmitidos conhecimentos que devem ser decorados, sem que haja um entendimento significativo pelos alunos. Dentro deste contexto é necessário que se introduza novas metodologias no processo de aprendizagem, dessa forma as atividades lúdicas vem como um grande aliado neste processo (ALVES, 2011).

A Educação Ambiental é um grande instrumento para a formação de seres críticos e capazes de buscar melhorias, a Escola tem um papel fundamental neste contexto, pois é dentro dela que deverão ocorrer situações que envolvam o pensamento crítico, sensibilizando e estimulando novos pensadores (PESSOA; BRAGA, 2010). De acordo com Lima et al. (2011) a atividade lúdica favorece a construção do conhecimento cognitivo, físico, psicomotor e social, auxiliando no raciocínio, reflexão e na memorização do conteúdo abordado.

O filo Cnidaria é um grupo altamente diverso e polimórfico, distribuído em quatro classes (Hydrozoa, Scyphozoa, Cubozoa e Anthozoa), 28 ordens e cerca de 10.000 espécies, que correspondem as anêmonas do mar, os hidroides, as águas vivas e os corais (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2004; BARNES et al., 2008; BRUSCA et al., 2007). Sendo que os recifes de coral possuem grande importância ecológica, pois neles encontramos uma vasta biodiversidade, onde organismos podem se reproduzir, alimentar-se,

refugiar-se e viver em simbiose com outras espécies (CORREIA; SOVIERZOSKI, 2005).

Durante décadas há uma grande degradação dos ambientes aquáticos, a pesca desgovernada, a retirada da mata ciliar, a contaminação das águas e a mudança de temperatura são algumas das causas de perda da biodiversidade desses ecossistemas (PRATES; GONÇALVES; ROSA, 2010). Desta forma o presente trabalho tem como objetivo produzir material de ensino aprendizagem para o 7º ano do Ensino Fundamental com abordagem zoológica, enfatizando os Cnidários.

Metodologia

A confecção de material didático é uma proposta destinada aos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental (antiga 6º série), utilizando-se aproximadamente 4 aulas. A maquete foi elaborada como um instrumento alternativo para abordagem dos recifes de corais, a fauna e flora associada e as possíveis consequências da intervenção antrópica.

Dentro de um aquário de vidro de 30x20 cm (figura 1), foi colocado ¼ de areia. Com biscuit foram produzidos animais e plantas, de 3 a 10 cm de comprimento e 5 a 10 cm de largura (figura 2), que são encontrados em um recife de coral, em seguida os mesmos foram pintados com tinta para tecido e inseridos no interior do aquário, finalizando esta etapa com a adição de água até que o recife ficasse submerso e foram colocados pequenos galhos de plantas na parte de areia seca, para que representasse a mata ciliar.

Posteriormente foram produzidas as representações de lixos encontrados nos recifes, por exemplo: garrafas, plásticos, latas, pacote de

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salgadinho, embalagens e palitos de sorvete e esses foram colocados dentro do aquário na parte onde a areia estava sem a água, e retiraram-se alguns galhos da areia. Por fim com o auxilio de um borrifador, foi reproduzido uma chuva artificial.

Figura 1- (1) Montagem do aquário com areia; (2) Aquário pré-montado com animais e plantas.

Figura 2- (1) Confecção dos animais e lixos em biscuit; (2) Biscuit pintado.

Resultados

A maquete foi proposta para que o docente em interação com os alunos obtenham a melhor conclusão a respeito das degradações que ocorrem nos recifes de coral, bem como estimular o pensamento crítico sobre as ações antrópicas. Neste momento, baseado nesta proposta elaborou-se um modelo em escala reduzida de um recife de coral abordando os seguintes temas: diversidade, ecologia e degradação (Figuras 3, 4, 5 e 6).

Figura 3: Vista interna do aquário mostrando o recife antes da ação antrópica.

Figura 4: Exterior do aquário mostrando o recife antes da ação antrópica, com galhos, pedras e os

animais e plantas de biscuit.

Figura 5: Maquete mostrando recife de coral durante a chuva artificial, em destaque a morte dos animais e a quantidade de lixo vindo da areia

seca.

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Figura 6 – Aquário mostrando a posição do lixo antes (1) e depois (2) da chuva.

No momento da execução da maquete o professor deverá reunir os alunos em grupos ao redor de mesas, distribuir o material e solicitar se necessário a utilização do livro didático e das anotações feitas durante a aula teórica para a produção dos representantes do filo Cnidaria e de outros animais que são encontrados no recife de coral. Simultaneamente o professor produz peças que representarão o lixo. Quando os discentes finalizarem, o professor preenche a metade do aquário com terra e pede para que os alunos coloquem seus animais dentro do mesmo.

Nessa hora o professor irá desempenhar a função de mediador do conhecimento, indagando dos alunos a respeito da relação entre o conteúdo abordado e a produção da maquete, desta forma agindo como um facilitador no processo de ensino aprendizagem. Salienta-se a importância das anotações que os discentes deverão fazer. Assim, ficará mais acessível a avaliação do professor em relação a atividade proposta e a eficiência da mesma.

Em seguida, o professor realiza uma simulação da intervenção antrópica sobre a maquete montada. Como por exemplo: sobrepor o “lixo”, colocar óleo e papel picado. Posteriormente demonstrar o deslizamento de terra, onde poderá ser utilizada a água para esta simulação.

Para finalizar a atividade de montagem da maquete e as simulações, deverá ser realizado um diálogo com os alunos utilizando dois escopos: (a) prevenção e conservação dos recifes de coral e (b) elaboração de um pequeno texto elucidando sobre o conhecimento adquirido através da maquete.

A execução da maquete possibilitou a elaboração de um manual de utilização (figura 7), que é composto por uma explicação detalhada de como foi produzido o material, fotos para melhor entendimento e algumas referências bibliográficas para que o docente possa ter uma base de onde começar seus estudos.

Figura 7 – Capa do manual.

Discussão

No trabalho realizado por Alves (2011), no qual comparou o aprendizado de duas turmas, na qual em uma o professor utilizou atividades lúdicas, e na outra turma não, verificou-se uma maior aprendizagem no grupo que trabalhou com uma metodologia diferenciada.

Os professores de Ciências Naturais necessitam trabalhar com atividades em grupo, que estimulam o diálogo, incentivando a encontrar respostas e trabalhando o pensamento critico dos discentes, colocando-os em situações de interação social e cognitiva (BRASIL 1998).

Com o uso do material proposto neste trabalho os alunos poderão interagir uns com os outros facilitando sua aprendizagem e ampliando seus conhecimentos sobre os Cnidários.

De acordo com Pinto e Tavares (2010) o que ocorre normalmente em sala são aulas que não problematizam, não questionam e não favorecem uma vinculação com a realidade daquele discente.

Segundo Jacobi (2003) é necessário refletir e buscar novos desafios que possam transformar o modo de pensar e agir das pessoas em relação as questões ambientais.

Este trabalho tem como uma das propostas inserir um pensamento crítico a cerca das ações antrópicas em ambientes aquáticos.

Através da confecção da maquete o discente estará aprendendo e relacionando os acontecimentos de sua vida, com os conteúdos apresentados em sala, pois como afirma Pinto e Tavares (2010) à aprendizagem só se torna significativa, quando o individuo percebe a relação entre o que aprendeu e seu cotidiano.

Conclusão

Através do trabalho foi possível concluir que a atividade lúdica pode favorecer a aprendizagem, bem como estimular o pensamento critico a

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respeito das ações antrópicas, quando se tem como base a Educação Ambiental.

Referências

- ALVES, V. C. O lúdico no ensino-aprendizagem de ciências naturais no 8º ano. Brasília: Universidade de Brasília, 2011. Disponível em:<http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/1745/1 /2011_VandeleneCastroAlves.pdf>. Acesso em 08 de jul. 2013.

- BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC, 1998.

- BARNES, R. S. K.; CALOW, P.; OLIVE, P. J. W; GOLDING, D. W; SPICER, J. L. Os invertebrados: uma nova síntese. 2.ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 495p.

-- BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J.; SILVEIRA, F. L.; MIGOTTO, A. E. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2007. 968p. - CORREIA, M. D.; SOVIERZOSKI, H. H. Série:

Conversando sobre Ciências em Alagoas Ecossistemas Marinhos: recifes, praias e manguezais. Alagoas: Universidade Federal de

Alagoas, 2005. Disponível em: < http://www.ufal.edu.br/usinaciencia/multimidia/livro

s-digitais-cadernos-tematicos/Ecossistemas_Marinhos_recifes_praias _e_manguezais.pdf>. Acesso em 17 ago. 2013. - HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 846p.

- JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e

Sustentabilidade. Universidade de São Paulo,

2003. Disponível em:<

http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf>. Acesso em 08 de jul. 2013.

- PESSOA, G. P.; BRAGA, R. B. Educação Ambiental Escolar e Qualidade de Vida: Desafios e Possibilidades. Universidade Federal do Rio Grande, 2010. Disponível em:< http://www.seer.furg.br/remea/article/viewFile/3124 /1788>. Acesso em 08 de jul. 2013.

- PINTO, C. L.; TAVARES, H. M. O lúdico na aprendizagem: Aprender e aprender. Revista da

Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, 2010. Disponível

em:<

http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artig

osv2n3/15-Pedagogia.pdf>. Acesso em 26 de ago. 2013.

- PRATES, A. P. L.; GONÇALVES, M. A.; ROSA, M. R. Programa de Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Secretaria da Biodiversidade e florestas, Gerencia de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros,

2010. Disponível em: <

http://www.mma.gov.br/estruturas/205/_publicacao /205_publicacao27072011042233.pdf>. Acesso em 17 ago. 2013.

- Lima, E. C. et al. O uso de jogos lúdicos como auxilio para o ensino de química. Centro Universitário Amparense, 2011. Disponível em:< http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/educ acao_foco/artigos/ano2011/ed_foco_Jogos%20lud icos%20ensino%20quimica.pdf>. Acesso em 12 de set. 2013.

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