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CONTROLE ALTERNATIVO DE PODRIDÕES NA CULTURA DO MORANGO COM TRATAMENTOS EM PRÉ-COLHEITA

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UNIOESTE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

NÍVEL MESTRADO

CINTHIA RÖDER

CONTROLE ALTERNATIVO DE PODRIDÕES NA CULTURA DO

MORANGO COM TRATAMENTOS EM PRÉ-COLHEITA

MARECHAL CÂNDIDO RONDON SETEMBRO/2006

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CINTHIA RÖDER

CONTROLE ALTERNATIVO DE PODRIDÕES NA CULTURA DO

MORANGO COM TRATAMENTOS EM PRÉ-COLHEITA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Nível Mestrado, para a obtenção do título de “Mestre”.

Orientador: Prof. Dr. José Renato Stangarlin

MARECHAL CÂNDIDO RONDON SETEMBRO/2006

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DEDICATÓRIA

A DEUS

“Desde o início da minha caminhada, Tu estavas comigo.

Dias e noites se passaram. Vitórias foram conquistadas.

Derrotas foram superadas. Amizades foram criadas. Conhecimentos foram adquiridos...

e agora que alcanço meu objetivo, venho Te louvar, Te agradecer e Te oferecer humildemente a vida, o amor,

a felicidade, enfim, a vitória deste momento. Obrigado, Senhor.”

Aos meus pais Luiz Carlos e Jaci, ao meu filho Igor e aos meus irmãos William e Eduardo.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Luiz Carlos Röder e Jaci Glaeser Röder, não mais que com justiça dedico esta vitória. Este momento não estaria tão completo sem as suas presenças em minha felicidade.

Ao meu filho Igor pela sua compreensão, paciência, companhia, seu sorriso, expressão de amor profundo.

Aos meus irmãos William e Eduardo pela amizade e incentivo.

Aos colegas Lindomar Assi, Gilmar Franzener, Alexandra da Silva Martinez-Franzener, tantas recordações comuns, de tantas horas vividas juntos. Só a convivência constrói essas amizades.

Em especial ao professor e orientador Dr José Renato Stangarlin, pelo auxílio na orientação e desenvolvimento deste trabalho, mas acima de tudo pelo exemplo profissional, de vida e pela forte amizade. Receba, pois, minha gratidão, reconhecimento e a lembrança de que nos méritos desta conquista há muito de sua presença. Muito obrigado, mestre!

Ao CAPA (Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor), pela doação das mudas de morango.

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A CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.

A ITAIPU Binacional, projeto Cultivando Água Boa, pelo auxílio financeiro à execução deste trabalho.

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, especialmente ao Curso de Mestrado em Agronomia, pela oportunidade de obtenção deste título.

Aos professores do Curso de Mestrado em Agronomia, pelos ensinamentos repassados.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Frutos de morango (Fragaria x ananassa Duch.). Fonte: O autor...9

Figura 2 – Alecrim (Rosmarinus officinalis). Fonte: O autor...18

Figura 3 – Arruda (Ruta graveolens). Fonte: O autor...19

Figura 4 - Efeito de diferentes produtos naturais, autoclavados (A) e não autoclavados (B) no crescimento micelial de Rhizopus nigricans. Doses 1, 2, 3 e 4 correspondem respectivamente a 0,5; 1; 5 e 10% para extratos de alecrim e arruda,

e a 0,1; 0,25; 0,5 e 1% para biomassa cítrica e

nim...29

Figura 5 - Efeito de diferentes produtos naturais, autoclavados (A) e não autoclavados (B) na esporulação de Rhizopus nigricans. Doses 1, 2, 3 e 4 correspondem respectivamente a 0,5; 1; 5 e 10% para extratos de alecrim e arruda,

e a 0,1; 0,25; 0,5 e 1% para biomassa cítrica e

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Figura 6 - Efeito de diferentes produtos naturais, autoclavados (A) e não autoclavados (B) no crescimento micelial de Colletotrichum sp.. Doses 1, 2, 3 e 4 correspondem respectivamente a 0,5; 1; 5 e 10% para extratos de alecrim e arruda,

e a 0,1; 0,25; 0,5 e 1% para biomassa cítrica e

nim...33

Figura 7 - Efeito de diferentes produtos naturais, autoclavados (A) e não autoclavados (B) na esporulação de Colletotrichum sp.. Doses 1, 2, 3 e 4 correspondem respectivamente a 0,5; 1; 5 e 10% para extratos de alecrim e arruda,

e a 0,1; 0,25; 0,5 e 1% para biomassa cítrica e

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Efeito in vitro de diferentes produtos naturais (autoclavados e não autoclavados) no crescimento micelial e na esporulação de Rhizopus nigricans...28

Tabela 2 – Efeito in vitro de diferentes produtos naturais (autoclavados e não autoclavados) no crescimento micelial e na esporulação de Colletotrichum sp...32

Tabela 3 – Efeito de diferentes produtos naturais sobre a incidência de doenças e na produção de morango cv. Camarosa, Mal. Cândido Rondon/PR (2004)...36

Tabela 4 – Efeito de diferentes produtos naturais sobre a incidência de doenças e na

produção de morango cv. Dover, em Mal. Cândido Rondon/PR

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...8

2.1 A cultura do morango...8

2.2 Doenças do morangueiro...11

2.3 Controle de doenças de plantas ...12

2.4 Controle alternativo de doenças ...15

2.5 Produtos utilizados para o controle alternativo de doenças...17

2.5.1 Plantas medicinais ...17 2.5.1.1 Alecrim...17 2.5.1.2 Arruda...18 2.5.2 Biomassa cítrica...20 2.5.3 Nim...21 2.5.4 Biofertilizante Supermagro ...22 3 MATERIAL E MÉTODOS...27

3.1 Avaliação in vitro da atividade fungitóxica ...27

3.2 Avaliação do trabalho de campo (in vivo) ...29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...31

4.1 Atividade antimicrobiana in vitro contra R. nigricans ...31

4.2 Atividade antimicrobiana in vitro contra Colletotrichum sp...34

4.3 Controle de antracnose e podridão de Rhizopus em morangos ...37

4.3.1 Cultivar Camarosa...37

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5 CONCLUSÕES ...41 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...43

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RESUMO

RÖDER, Cinthia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, agosto 2006, Controle alternativo de antracnose e podridão de rhizopus na cultura do morango em pré-colheita. Orientador: José Renato Stangarlin.

A cultura do morango apresenta-se como um desafio para a produção de alimentos orgânicos, devido à sensibilidade da planta em relação a doenças, as quais podem ocasionar grandes perdas, pois afetam o desenvolvimento e a produtividade e as medidas de controle, em geral, elevam o custo de produção. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do extrato bruto das plantas medicinais

Rosmarinus officinalis (alecrim) e Ruta graveolens (arruda), da biomassa cítrica e do

óleo de nim no controle alternativo de Colletotrichum sp. e Rhizopus nigricans em morango. Para verificar a atividade antimicrobiana in vitro, os extratos em concentrações de 0,5; 1; 5 e 10% e a biomassa cítrica e o nim em concentrações de 0,1; 0,25; 0,5 e 1% foram esterilizados por autoclavagem ou por filtração e avaliados em ensaios de crescimento micelial e esporulação. Para os ensaios de campo, morangueiro dos cultivares Camarosa e Dover foram pulverizados quinzenalmente

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in vitro, tendo como testemunhas plantas sem tratamento e plantas tratadas com

Super Magro (40 mL/L água). Foram avaliados a incidência de podridões em frutos e a produtividade. Biomassa cítrica, óleo de nim e os extratos de arruda e alecrim apresentaram atividade antifúngica in vitro contra R. nigricans e Colletotrichum sp., tanto para crescimento micelial quanto para esporulação, de maneira dose-dependente, sendo o extrato de alecrim o único com compostos termoresistentes. As pulverizações a campo foram capazes de reduzir a incidência da podridão de

Colletotrichum sp. em frutos de ambos os cultivares. Os dados de produtividade

indicaram que os tratamentos com arruda para o cv. Camarosa e com biomassa cítrica para o cv. Dover apresentaram os maiores valores para os parâmetros número de frutos/planta, gramas/planta e ton/ha. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram o potencial desses produtos naturais para o controle alternativo de doenças na cultura do morangueiro.

Palavras-chaves: Colletotrichum sp., Rhizopus nigricans, Fragaria x ananassa, produção orgânica.

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ABSTRACT

RÖDER, Cinthia, State University of the West of the Paraná, august 2006, Alternative control of antracnose and rhizopus rot in the culture of strawberry with pre-harvest treatments. Adviser: José Renato Stangarlin.

The culture of the strawberry is a challenge for the organic food production, due to its sensitivity for diseases, which can cause great losses, reducing the development and the productivity of the plants and increasing the costs of production with the measures of their control. The objective of this work was to evaluate the efficiency of the crude aqueous extract of the medicinal plants Rosmarinus officinalis and Ruta

graveolens, and of the citric biomass and oil of neem in the alternative control of Colletotrichum sp. e Rhizopus nigricans in strawberry. To verify the in vitro

antimicrobial activity, the extracts at concentrations of 0,5; 1; 5 and 10%, and citric biomass and neem oil at concentrations of 0,1; 0,25; 0,5 and 1% were sterilized by autoclavation or membrane filtration and evaluated in mycelial growth and sporulation assays. For field assays cultivars, “Camarosa” and “Dover” strawberry cultivars were sprayed weekly with those natural products at the same concentrations of in vitro assays. Plants without treatments and plants treated with “Super Magro”

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(40 mL/L water) were used as control. The rot fruit disease incidence and productivity were evaluated. Citric biomass, neem oil and extracts of R. graveolens and R.

officinalis showed in vitro antifungal activity against R. nigricans and Colletotrichum

sp., for both mycelial growth and sporulation, in a dose-dependet response. Only R.

officinalis extract was not thermosensible. The treatments at field conditions reduced

the rot fruit diseases for both cultivars. The productivity data indicated that the treatments with R. graveolens for “Camarosa” and with citric biomass for “Dover” showed the best values to the parameters number of fruits/plant, g/plant and ton/ha. These results demonstrate the potential of those natural products for the alternative control of diseases in the strawberry.

Key-words: Colletotrichum sp., Rhizopus nigricans, Fragaria x ananassa, ecologic growth.

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1 INTRODUÇÃO

A qualidade total na agricultura atual preconiza a redução na utilização de defensivos e insumos. No cultivo do morangueiro, para atender a consumidores exigentes quanto á qualidade de produtos agrícolas, o sistema de produção atual, com utilização massiva de fungicidas, resultando em altas concentrações de resíduos químicos, necessita ser modificado.

O morangueiro é cultivado principalmente em propriedades menores de 2 ha, exige grande quantidade de mão-de-obra e tem alta rentabilidade, sendo, portanto, uma atividade própria da agricultura familiar. No sistema de produção tradicional, em condições de campo, a cultura é afetada por doenças, as quais são controladas, normalmente, com fungicidas. Este tipo de manejo, quando não cumpridas as recomendações técnicas, coloca em risco a saúde humana e pode contaminar o ambiente.

O controle químico com fungicidas tornou-se amplamente difundido em diversas culturas, pela facilidade de aplicação e os resultados imediatos obtidos. Porém, o uso contínuo pode promover a seleção de fungos fitopatogênicos resistentes, não controlados pelo fungicida anteriormente eficaz. O uso de métodos não químicos, como variedades resistentes, rotação de culturas, métodos culturais, físicos e biológicos reduzem o risco de resistência.

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A conscientização sobre os riscos decorrentes do uso de agrotóxicos tem levado ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas de produção orgânica para os diversos tipos de cultura, principalmente a olericultura. Isto se justifica no propósito de atender ao médio e pequeno produtores, como alternativa de cultivo que apresenta redução de custos, melhor conservação do solo e da água e melhor qualidade de vida do homem do campo. As práticas orgânicas apresentam crescimento situado na faixa de 30% ao ano. O mercado de frutas orgânicas, embora não exista uma estatística, mostra-se com enorme potencial tanto no país como internacionalmente.

Em morangueiro as doenças diminuem a produtividade pela redução do número de frutos sadios na colheita e reduz a sua vida de prateleira e comercialização. Tendo em vista a formação de mercados consumidores cada vez mais exigentes, principalmente na parte tocante ao estabelecimento de uma saúde perfeita, e os possíveis males conseqüentes do uso indiscriminado de agrotóxicos, alguns trabalhos vêm sendo desenvolvidos através da exploração da atividade biológica de compostos secundários presentes no extrato bruto de plantas medicinais. Tais compostos podem constituir-se em mais uma opção de controle alternativo de doenças em plantas cultivadas, principalmente em áreas de cultivo orgânico.

Trabalhos desenvolvidos com extrato bruto obtido a partir de plantas medicinais têm indicado o potencial das mesmas no controle de fitopatógenos, tanto por sua ação fungitóxica direta, inibindo o crescimento micelial e a germinação de esporos, quanto pela indução de resistência, indicando a presença de composto(s) com características de eliciador.

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Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a eficiência do extrato bruto autoclavado ou não das plantas medicinais Rosmarinus officinalis (alecrim) e

Ruta graveolens (arruda), da biomassa cítrica (Ecolife®) e do óleo de nim (Neem®)

no controle in vitro e in vivo de Colletotrichum sp. e Rhizopus nigricans do morango quando aplicados em pré-colheita, bem como o efeito dos mesmos na produtividade.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A cultura do morango

O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) é um híbrido originário das Américas, proveniente das espécies Fragaria virginiana e Fragaria chiloensis (OLIVEIRA & SANTOS, 2003). Seu fruto é apreciado no mundo inteiro pelas qualidades nutritivas e sabor atraente, consumido in natura, ou por múltiplas maneiras de processamento industrial (REICHERT & MADAIL, 2003). O seu cultivo é bastante desenvolvido em países como Estados Unidos, Espanha, Japão, Itália, Coréia do Sul e Polônia (RESENDE et al., 1999).

No Brasil, a produção de morangos se expande a cada ano, predominando o cultivo em pequenas propriedades rurais e com grande exigência em mão-de-obra. No Paraná, nos anos de 2003/2004, o cultivo de morango ocupou uma área de 473 ha e com produção de 11.616 t, valor 71% maior aqueles de 1996/97, o que resultou na arrecadação de R$ 41,04 milhões, representando uma renda bruta de R$ 86,77 mil em cada hectare cultivado (ANDRETTA, 2006).

Pertencente a família das rosáceas, do gênero Fragaria, o fruto comestível, carnoso e de sabor muito agradável é o receptáculo dos verdadeiros frutos do

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morango, que são pequeninos e duros, botanicamente chamados de aquênios e conhecidos como sementes (Figura 1). A planta é rasteira, possuindo folhas ovaladas e flores de pétalas brancas. O caule gera folhas e raízes que dão origem a novas touceiras (SANTOS, 1993).

Figura 1 – Frutos de morango (Fragaria x ananassa Duch.). Fonte: O autor O morangueiro cresce melhor em regiões mais frias (REICHERT & MADAIL, 2003), mas pode se desenvolver bem em clima quente e seco (STEINBERG, 1988). A faixa de latitude de plantio vai de 20º a 32º S. Embora tenha características de cultura perene, é cultivada como cultura anual (SANTOS, 1993).

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No Brasil, as principais cultivares utilizadas até a década de 80 eram originárias de cultivares e mudas produzidas no Brasil. Ao final da década de 90 intensificou-se a importação de mudas da Cordilheira dos Andes (Chile e Argentina) (REICHERT & MADAIL, 2003). Entre as cultivares estrangeiras estão a Camarosa e a Dover.

A cultivar Camarosa é originária da Califórnia e apresenta plantas vigorosas, com folhas grandes e coloração verde-escura. Apresenta suscetibilidade a

Mycospharella fragarieae, à antracnose do caule e do fruto; e a Botrytis cinerea. É

precoce na produção dos frutos, com alta capacidade de produção, frutos de tamanho grande e uniforme; epiderme vermelho-escura; textura de polpa firme; coloração interna vermelho-escura e uniforme, do início ao fim da produção; sabor subácido (SANTOS, 2003).

Nos anos de 93 a 95 a cultivar Dover foi a mais plantada no País, em razão da firmeza de polpa, do tamanho do fruto (grande) e da aparência. Embora tenha sido introduzida como sendo resistente à antracnose, não vem apresentando tal característica (SANTOS, 2003). Em função do sabor insípido do fruto, foi perdendo a preferência do consumidor, com tendência a desaparecer nas próximas safras, em virtude da importação de novas cultivares, com frutos de tamanho e forma semelhante, porém de características organolépticas superiores.

O morango é considerado um fruto altamente perecível após a colheita, podendo ser armazenado por curto período de tempo. Grande parte das perdas pós-colheita de morangos se deve ao aparecimento de podridões causadas por fungos do gênero Botrytis e Rhizopus. A perda de peso devido a transpiração e a perda de brilho dos frutos também compromete a qualidade em pós-colheita do morango (KLUGE et al., 2004).

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A cultura do morangueiro apresenta-se como um dos maiores desafios para a produção de alimentos orgânicos, devido a sensibilidade da planta em relação a doenças.

2.2 Doenças do morangueiro

As doenças que ocorrem na cultura do morango podem ocasionar grandes perdas, pois afetam o desenvolvimento e a produtividade das plantas e as medidas de controle, em geral, elevam o custo de produção (RONQUE, 1998). Além disso, em virtude do morango ser muito utilizado para consumo in natura, sua atratividade visual pode ser prejudicada por doenças que o depreciam comercialmente (TANAKA et al., 2005).

As podridões são as doenças que mais depreciam a qualidade dos frutos do morangueiro. O maior prejuízo é observado no campo, em frutos em vias de serem comercializados. Entretanto, as podridões se manifestam também durante o transporte e a comercialização do produto (BEDENDO, 1995).

As doenças fúngicas são, sem dúvida, as mais comuns na cultura do morangueiro e a convivência racional e o controle das mesmas são fatores fundamentais para a exploração da cultura. Dentre as doenças fúngicas que ocorrem no morango, as mais importantes são aquelas que causam podridões de frutos, como mofo cinzento (B. cinerea), antracnose (Colletotrichum spp.) e podridão de Rhizopus (R. nigricans) (RONQUE, 1998).

O mofo cinzento é comum em todos os locais onde se cultiva o morangueiro, atacando frutos em qualquer estádio de desenvolvimento, sempre determinando grandes prejuízos pela redução do produto comercial. Nos frutos, os sintomas

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surgem como manchas marrom-claras, de tamanho variável, não aquosas, as quais evoluem rapidamente, tomando todo o fruto, que então apodrece (TANAKA et al., 2005).

A antracnose pode ser causada por várias espécies de Colletotrichum, principalmente, C. acutatum e C. fragariae, e todas as partes da planta podem ser atacadas. As lesões são marrom-claras, profundas e circulares e, no centro das mesmas, sob condição de alta umidade, formam-se acérvulos do patógeno, em massa gelatinosa alaranjada ou rosada (TANAKA et al., 1997; FORTES, 2003). Várias lesões podem coalescer, atingindo todo o fruto, que se apresenta firme e seco, com aspecto mumificado. A infecção é favorecida por umidade e temperatura elevadas (TANAKA et al., 2005).

A podridão de Rhizopus, é a principal doença em pós-colheita da cultura, que causa deterioração e que ocorre durante a comercialização do produto, embora raramente possa ser notada no campo. Os sintomas iniciam-se por uma alteração na cor do fruto, acompanhada de podridão mole, aquosa, com o escorrimento de suco. Sob condições de alta umidade as partes afetadas ficam recobertas com abundante micélio denso e branco, entremeado com esporangióforos e esporângios escuros do fungo (RONQUE, 1998; FORTES, 2003).

2.3 Controle de doenças de plantas

A exigência do consumidor não só pela qualidade dos produtos, como também pela garantia de ausência de resíduos de agrotóxicos (OSÓRIO & FORTES, 2003), colocam o produtor de frutas num mercado altamente competitivo (ALVARENGA & SOUZA, 1997). A utilização de práticas de manejo adequadas

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possibilitará ao horticultor meios necessários para produzir hortaliças, conforme as exigências do mercado consumidor (MATTOS, 2003).

O manejo de doenças em qualquer cultura deve ser empregado para reduzir os danos provocados a níveis economicamente aceitáveis, sem prejuízos para os agroecossistemas e mantendo o seu equilíbrio. Isto requer o conhecimento detalhado da etiologia e do ciclo de vida de cada organismo envolvido, do seu comportamento na planta e da epidemiologia das doenças na interação entre os patógenos, o ambiente e o hospedeiro. A manutenção da incidência e da severidade das doenças abaixo de um nível que não resulte em dano econômico é um grande desafio para o controle das doenças de plantas. Daí a necessidade de um método eficiente para se otimizar o controle e, conseqüentemente, alcançar o máximo em produtividade e qualidade, sem reflexos negativos para o meio ambiente (ZAMBOLIM et al., 1997).

Doenças de pós-colheita em frutas de clima temperado têm sua origem nas infecções secundárias durante a fase de armazenamento e transporte. A incidência e/ou severidade destas podridões são agravadas por falta da utilização de medidas adequadas de controle durante o ciclo da cultura.

Infecções que são bem estabelecidas ou que se encontram na forma latente no período da colheita são difíceis de serem erradicadas em pós-colheita. A recomendação, nesse caso, deve envolver a aplicação de fungicidas durante o desenvolvimento dos frutos no campo, visando prevenir a germinação dos esporos e a formação de apressórios (ZAMBOLIM et al., 2002).

Segundo Benato (1999), o controle das doenças pós-colheita só terá sucesso com a integração entre pré e pós-colheita, empregando-se o máximo de

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técnicas que auxiliem na manutenção da resistência das frutas às doenças, bem como, ofereça aos consumidores produtos isentos de resíduos de defensivos.

No caso do controle das podridões em morango, este deve ter início com os frutos ainda no campo, através de práticas culturais (TANAKA et al., 2005). O controle em pós-colheita é geralmente realizado através de aplicação de fungicidas (KIMATI et al., 1997). No entanto, tem-se verificado falhas neste tipo de controle. Guini (1996) verificou a resistência a benomyl em linhagens de B. cinerea no Estado de São Paulo. Resistência ao mesmo fungicida foi observada por Tanaka et al. (1997) em isolados de C. acutatum e C. fragariae, mesmo na concentração de 1.000 ppm do produto. Dos 22 isolados de C. acutatum, todos apresentaram resistência ao benomyl. Dos 22 isolados de C. fragariae, 10 comportaram-se como resistentes em todas as concentrações testadas, sendo que os demais só se desenvolveram até 1 ppm, sendo considerados sensíveis.

Uma saída para superar esses problemas relacionados ao uso de fungicidas poder ser o controle alternativo de doenças.

Dessa forma, verifica-se que o uso intensivo de agrotóxicos na agricultura tem promovido diversos problemas de ordem ambiental, como a contaminação dos alimentos, do solo, da água e dos animais, a intoxicação de agricultores e a resistência de patógenos, entre outros (BETTIOL & GUINI, 2003). No caso de frutas e hortaliças a questão da contaminação é ainda mais problemática, pois em muitos casos são consumidas in natura e logo após a colheita, aumentando os riscos ao consumidor.

O programa nacional de monitaração de resíduos de agrotóxicos em verduras e frutas realizado sob a coordenação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no período de 2001-2002, apresentou altos índices de

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contaminação do morango. Resíduos de seis agrotóxicos dentre os 32 compostos autorizados para uso em morango, foram encontrados. Por outro lado, resíduos de oito agrotóxicos não autorizados para morango foram também observados (NOBREGA, 2005).

2.4 Controle alternativo de doenças

O controle alternativo de doenças inclui o controle biológico, a indução de resistência em plantas e o uso de extratos vegetais com propriedades antimicrobianas e/ou indutoras de resistência (STANGARLIN et al., 1999; SCHWAN-ESTRADA et al., 2003).

Tronsmo & Dennis (1983)1, citado por Bettiol & Guini (1995), obtiveram

redução de podridões causadas por B. cinerea em pré e pós-colheita de morango com pulverizações de Thichoderma sp. a partir do primeiro estádio floral. O antagonista proporcionou bom controle mesmo quando comparado ao tratamento com diclofluanida (fungicida químico).

Cruz et al. (2002ab), utilizando produtos da planta medicinal do gênero

Ocimum no controle de Botrytis e Rhizopus em morango, obtiveram na primeira

avaliação maior percentual de frutos sadios para todos os tratamentos, exceto para os frutos não tratados, sendo que o tratamento via polvilhamento das folhas trituradas dessa planta proporcionou os menores percentuais de frutos doentes. Em uma segunda avaliação, todos os tratamentos foram superiores ao controle e proporcionaram os maiores percentuais de frutos sadios, sendo que a fumigação com extrato bruto aquoso proporcionou o menor percentual de Botrytis e a

1 TRONSMO, A. & DENNIS, C. The use of Trichoderma species to control strawberry fruit rots. Journal of Plant Pathology, v. 83, p. 449-455, 1983.

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fumigação com pó proporcionou o menor percentual de frutos com Rhizopus. Resultados parecidos foram obtidos pelos mesmos autores quando da utilização da planta medicinal do gênero Thymus, também no controle de Botrytis em morango, em pós-colheita, sendo o melhor resultado obtido no tratamento via fumigação com pó obtido das folhas secas e trituradas.

Ribeiro & Bedendo (1999), avaliando o efeito inibitório de extratos vegetais sobre C. gloeosporioides, concluíram que os extratos aquosos de alho, mamona, hortelã e pimenta, dentro dos limites de 200 a 10000 ppm, promoveram a inibição relativa do desenvolvimento de micélio do fungo, e esta inibição foi diretamente proporcional às concentrações utilizadas. As concentrações de 200 a 10000 ppm dos extratos aquosos de hortelã, mamona e pimenta, mostraram efeito inibitório sobre a produção de conídios de C. gloeosporioides.

Röder (2003), trabalhando com as plantas medicinais alecrim e arruda e dois produtos naturais comerciais no tratamento pós-colheita de morango obteve controle de R. nigricans utilizando R. officinalis (1, 10 e 20%), biomassa cítrica (Ecolife®) e óleo de nim (Neem®) (0,1; 0,25 e 0,5%).

Esses resultados indicam o potencial do controle alternativo de fungos fitopatogênicos que causam podridões de frutos em pós-colheita em morangos.

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2.5 Produtos utilizados para o controle alternativo de doenças

2.5.1 Plantas medicinais

2.5.1.1 Alecrim

O alecrim (Rosmarinus officinalis) é uma planta da família Labiaceae, perene, arbusto aromático, muito ramificado, chegando até a 1 m de altura (Figura 2) (CORRÊA et al., 1998). Originária da Europa, possui as seguintes propriedades químicas: óleos essenciais e borneol, acetato de bornila e alfa pireno, dextrogina, canfeno, cânfora, eucaliptol, saponina, ácidos orgânicos, flavonóides e ácido nicotínico (FRANCO, 1996). O óleo essencial obtido das folhas é constituído principalmente de timol (50 – 60%) e carvacrol (5 – 8%), acompanhado de p-cimeno (12 – 27%), cis-cariofileno (1 – 10%), y-terpineno (6%), mirceno (2%) e outros terpenos em menores quantidades.

O timol é antimicrobiano, destacando-se sua atividade contra espécies de

Penicillium. O carvacrol é antifúngico e anti-helmíntico usado na veterinária

(CAMARGO, 1998).

Com relação ao controle de doenças em plantas, Cruz et al. (1999), trabalhando com água destilada aromatizada de plantas medicinais no tratamento de sementes de trigo, dentre elas o Rosmarinus, para o controle de Rhizopus sp., obtiveram em todos os tratamentos maior percentual de plântulas normais sadias, superior ao controle.

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Figura 2 – Alecrim (Rosmarinus officinalis). Fonte: O autor

2.5.1.2 Arruda

A arruda é uma planta perene que atinge até 1 m de altura, possuindo caule cilíndrico e folhas carnudas alternadas e com odor forte (Figura 3). Pertence à família Rutaceae, sendo nativa da Europa e Norte da África (CORRÊA et al, 1998). Suas propriedades químicas são: óleos voláteis, alcalóides, flavonóides, um glicosídeo chamado rutina (folhas contêm 2,45%), lactonas aromáticas, cumarinas e furocumarino. O óleo essencial possui elevado conteúdo de metilcetonas (cerca de 80 a 90% do óleo essencial), hidrocarbonetos, fenóis, álcoois, ácidos graxos e cineol (CAMARGO, 1998).

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Figura 3 – Arruda (Ruta graveolens). Fonte: O autor

Alguns trabalhos têm mostrado o potencial de arruda no controle de doenças de plantas. Schwan-Estrada et al. (1999), utilizando a planta medicinal do gênero

Ruta no tratamento de sementes de trigo com Rhizopus sp., obtiveram um eficiente

controle do patógeno.

Isto demonstra que as substâncias do metabolismo secundário de plantas medicinais são uma vasta fonte de moléculas químicas com potencial para o controle de doenças de plantas.

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2.5.2 Biomassa cítrica

A biomassa cítrica (produto comercial Ecolife®), é um composto orgânico de origem natural, aditivado com ácidos orgânicos. Possui ação polisinergética, melhorando o vigor e a resistência das plantas às doenças. Os tecidos das plantas são induzidos a sintetizar suas próprias fitoalexinas, que a planta utiliza para autocontrolar o estresse provocado por fatores de natureza biótica e abiótica. As fitoalexinas reduzem os danos causados por bactérias, fungos e insetos herbívoros. A reação de defesa inclui o aumento da resistência mecânica dos tecidos, minimizando os efeitos causados pelo vento e outros agentes naturais, fato que dificulta a penetração e o estabelecimento de microrganismos patogênicos (QUINABRA, 2001). Este produto pode ser utilizado para prolongar a vida útil de frutas e hortaliças na pós-colheita, pois é eficaz no controle de microrganismos que promovem a deterioração rápida dos tecidos dos vegetais.

Alguns trabalhos têm mostrado a eficiência da biomassa cítrica no controle de doenças e na qualidade de frutas. Miranda et al. (2004), avaliando o efeito de doses de Lonlife (biomassa cítrica) na pós-colheita de banana (cv. Nanicão), observaram uma menor perda de peso (15%) quando se aumentou 80 mL na dosagem de Lonlife em relação a dosagem de 100 mL, tendo como importância uma maior durabilidade do fruto.

Também tem se observado o efeito da biomassa cítrica sobre o crescimento micelial de alguns fungos fitopatogênicos, como no trabalho de Dib et al. (2004) com os fungos C. lindemuthianum, Fusarium graminearum, F. solani, Alternaria solani e

Rhizoctonia solani. Esses autores observaram que todos os fungos foram sensíveis

a concentração de 0,1%, havendo redução significativa no diâmetro das colônias, com o aumento das concentrações da biomassa.

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2.5.3 Nim

O nim, Azadirachta indica A. de Jussieu, é originário da Índia e é usado como planta medicinal, planta sombreadora e mais recentemente como inseticida, adubo e na produção de madeira.

O nim é uma árvore cujo porte varia de 15 a 20 m de altura, com tronco semi-reto a reto, de 30 a 80 cm de diâmetro, relativamente curto e duro, com fissuras e escamas, de coloração marrom-avermelhada (MARTINEZ, 2002).

Vários compostos já foram isolados da árvore de nim, dos quais destacam-se salanina, azadiractina, 14-epoxiazadiradiona, meliantrol, melianona, gedunina, nimbolina, nimbina, nimbinem, deacetilsalanina, azadiractol, azadirona, vilosinina e meliacarpina. Destes, o tetranortriterpenóide azadiractina é considerado o mais abundante. Não há registro de toxicidade de nim para humanos (MARTINEZ, 2002).

Diferentes produtos do nim (torta, extratos de folhas, óleo) têm sido testados no controle de fitopatógenos. Os testes têm sido realizados em casa de vegetação (com aplicação direta do produto sobre a planta ou partes da planta) e em campo.

Moline & Locke (1993)2, citado por Martinez (2002), testaram o óleo de nim para controle dos fungos Glomerella cingulata, B. cinerea e Penicillium expansum em pós-colheita em maçã. Solução aquosa do óleo de nim a 2% foi moderadamente fungicida para B. cinerea e G. cingulata em frutos inoculados, mas não afetou P.

expansum. Apesar de não proteger completamente os frutos inoculados, o produto

reduziu a decomposição em até 50%, o que em condições de infecção natural, segundo os autores, poderia ser suficiente para proteger os frutos de maçã.

2 MOLINE, H.E. & LOCKE, J.C. Compaming neem seed oil with calcium chloride and fungicides for controlling postharvest apple decay. HortiScience, v.28, n.7, p. 719-720, 1993.

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2.5.4 Biofertilizante Supermagro

Supermagro é um adubo líquido, proveniente de uma mistura de micronutrientes fermentados em meio orgânico (SOUZA & RESENDE, 2003). O resultado da fermentação é uma parte sólida e uma líquida. O sólido é utilizado como adubo no solo e o líquido é utilizado como adubo foliar.

O biofertilizante é empregado com o objetivo de aumentar a resistência das plantas (PENTEADO, 2003) e também atua como defensivo natural porque inibe o crescimento de fungos e bactérias causadores de doenças nas plantas (BURG & MAYER, 2001).

O biofertilizante representa a adição de macro e micronutrientes, microrganismos e seus metabólitos e de compostos orgânicos e inorgânicos com efeito sobre a planta e sobre a comunidade microbiana da folha e do solo. O controle de doenças com os biofertilizantes pode ser tanto devido à presença de metobólitos produzidos pelos microrganismos presentes no biofertilizante, como pela ação direta destes organismos sobre o patógeno e sobre o hospedeiro. Ainda existe a ação direta ou indireta dos nutrientes presentes no biofertilizante sobre os patógenos (BETTIOL, 2003).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Avaliação in vitro da atividade fungitóxica dos extratos autoclavados

Os patógenos R. nigricans e Colletotrichum sp. foram isolados a partir de lesões em frutos de morango adquiridos em supermercado, e cultivados em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA). O cultivo dos patógenos e todos os ensaios e testes in vitro foram realizados no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Marechal Cândido Rondon.

Folhas frescas de alecrim e arruda foram trituradas em liquidificador na dosagem de 50 g de folhas para 100 mL de água destilada, constituindo o extrato líquido bruto a 50%. O extrato bruto (EB) aquoso de alecrim e arruda, bem como os demais tratamentos, foram incorporados em meio de cultivo BDA nas quantidades adequadas para obter as concentrações desejadas. Os tratamentos utilizados foram: extrato bruto de arruda e alecrim nas concentrações de 0,5; 1; 5 e 10%, biomassa cítrica (Ecolife®) e óleo de nim (Neem®) nas concentrações de 0,1; 0,25; 0,5 e 1%, sendo o tratamento controle apenas o meio BDA. Após a autoclavagem a 120 ºC e 1 atm por 20 min, os meios foram vertidos em placas de Petri (±15 mL/placa) que, posteriormente, receberam no centro um disco (5 mm de diâmetro) contendo meio

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de cultura e micélio de R. nigricans e Colletotrichum sp. As placas foram vedadas com filme plástico e mantidas em prateleiras dentro da sala asséptica (luz fluorescente constante a +/- 25º C) até a avaliação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com cinco repetições por tratamento, totalizando 85 unidades experimentais.

As avaliações foram realizadas através de medições do diâmetro das colônias fúngicas (média de duas medidas diametralmente opostas) no momento em que as colônias no tratamento controle (apenas BDA) cobriram ¾ da superfície da placa (STANGARLIN et al., 1999). A porcentagem de inibição do crescimento micelial foi calculado para cada dosagem em relação à testemunha.

Terminada esta avaliação, em cada placa foram adicionados 10 mL de água destilada, seguido de raspagem das colônias com bastão de vidro e filtragem em gaze, determinando-se a concentração de esporos mL-1 na suspensão obtida através de câmara Neubauer ao microscópio ótico.

3.2 Avaliação in vitro da atividade fungitóxica dos extratos não autoclavados

Em outro ensaio, os EB de alecrim e arruda a 0,5; 1; 5 e 10% foram esterilizados por filtração em membrana Milipore (0,45 µm de diâmetro de poro) para verificar o possível efeito da autoclavagem na atividade antimicrobiana desses extratos. Para tanto, foram triturados folhas de alecrim e arruda em liquidificador na dosagem de 50 g de folhas frescas para 100 mL de água destilada, constituindo um extrato líquido a 50%. O homogenado foi filtrado em gaze e centrifugado a 6500 g durante 20 min. O sobrenadante foi centrifugado uma segunda vez (6500 g, 20 min) e o líquido sobrenadante resultante foi filtrado em membrana Milipore para reter as

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bactérias e outros contaminantes. O extrato esterilizado foi adicionado em meio BDA já autoclavado e semi fundente nas concentrações adequadas para se obter EB a 0,5; 1; 5 e 10%. Os testes de inibição do crescimento micelial e de inibição da esporulação foram realizados seguindo a metodologia descrita anteriormente.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância complementada por comparações de médias pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade.

3.2 Avaliação do trabalho de campo (in vivo)

O experimento foi conduzido na horta orgânica na Estação Experimental Prof. Dr. Antônio Carlos dos Santos Pessoa, localizada na Linha Guará – Município de Marechal Cândido Rondon – PR, coordenadas 24º33’40” latitude Sul e longitude 54º04’00” Oeste – GR, com altitude de 420 m.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 18 tratamentos e três repetições, totalizando 54 parcelas. Cada parcela era composta por 18 plantas (três linhas de seis plantas) em espaçamento de 30 cm entre plantas e entre linhas e 50 cm entre parcelas, sendo a linha central constituída por plantas do cv. Camarosa e as duas linhas laterais (bordaduras) pelo cv. Dover (Apêndice 1). Cada parcela compreendeu a área útil de 1,62 m2 (0,9 m x 1,8 m). O plantio foi feito no mês de abril/2004, com replantio em junho/2004, sendo utilizadas mudas de raízes nuas. Após o plantio os canteiros foram cobertos com maravalha.

A adubação de plantio consistiu na aplicação de 3 kg m-2 de composto

orgânico, conforme a análise de solo realizada. As demais práticas foram de acordo com as recomendações para a produção de morango em sistema orgânico (PECHE FILHO & LUCA, 1997).

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As pulverizações com os produtos foram realizadas a cada 15 dias, aproximadamente, a partir do segundo mês de cultivo, totalizando seis pulverizações. Os tratamentos foram os seguintes: testemunha (água), controle (Super Magro 40 mL/L água), extrato bruto de arruda e de alecrim nas concentrações de 0,5; 1; 5 e 10%, biomassa cítrica e óleo de nim nas concentrações de 0,1; 0,25; 0,5 e 1%.

A eficiência dos tratamentos foi avaliada pela média do número e produção de morangos comerciáveis, do total por planta e por área (ton ha-1) e pelo peso médio dos frutos colhidos num período de 30 dias (15/09/2004 a 14/10/2004). Foi avaliado também a incidência de doenças em todos os frutos das parcelas. Deve-se ressaltar que não houve inoculação dos patógenos, sendo a ocorrência de doenças proveniente de infecções naturais.

Foram realizadas colheitas a cada dois dias, envolvendo os frutos entre os estágios ¾ maduros e 100% maduros. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas com a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade. Os resultados obtidos em valores expressos em percentagem foram transformados para arcsen √x + 0,5. Todas as análises estatísticas foram realizadas com o programa SAS.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Atividade antimicrobiana in vitro contra R. nigricans

Na Tabela 1 podem ser observados os resultados do crescimento in vitro de

R. nigricans em presença de diferentes concentrações dos produtos utilizados

(autoclavados e não autoclavados). Para os produtos autoclavados biomassa cítrica apresentou valores de crescimento micelial inferiores ao da testemunha em todas as concentrações. A biomassa cítrica a 1% proporcionou o melhor controle do patógeno, com inibições de 54,67% para crescimento micelial, mas este resultado não apresentou diferença significativa em relação aos tratamentos com arruda 5 e 10%, alecrim 10% e nim 0,25; 0,5 e 1%. Os extratos de alecrim e arruda 0,5% não apresentaram efeito sobre o crescimento do patógeno, com valores iguais ao da testemunha. Para inibição da esporulação todos os tratamentos foram inferiores ao obtido com a testemunha.

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Tabela 1 – Efeito in vitro de diferentes produtos naturais (autoclavados e não autoclavados) no crescimento micelial e na esporulação de Rhizopus nigricans.

Autoclavado Não autoclavado

Tratamentos Inibição do crescimento micelial (%) Inibição da Esporulação (%) Inibição do crescimento micelial (%) Inibição da Esporulação (%) Testemunha1 0 a* 0 b 0 a 0 b Alecrim 0,5% 0 a 66,4 a 0,11 a 87,8 a 1% 1,33 a 88,8 a 2,19 a 90 a 5% 1,22 a 90,4 a 1,15 a 100 a 10% 23,44 b 93,6 a 2,42 a 100 a Arruda 0,5% 0 a 74,4 a 1,38 a 90 a 1% 1,55 a 82,4 a 10,82 b 90 a 5% 22,55 b 95,2 a 31,07 b 87,8 a 10% 40,22 b 96,8 a 32,91 b 100 a Biomassa2 0,1% 15,33 b 88,8 a 27,51 b 79 a 0,25% 25,22 b 96,8 a 37,28 b 100 a 0,5% 52,56 b 98,4 a 51,67 b 100 a 1% 54,67 b 92,0 a 66,97 b 95,6 a Nim3 0,1% 6,67 a 93,6 a 23,93 b 61,2 a 0,25% 18,33 b 85,6 a 41,43 b 100 a 0,5% 28,22 b 98,4 a 49,83 b 100 a 1% 30,89 b 96,8 a 50,86 b 69 a C.V. (%) 5,30 0,82 4,67 1,36

* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem da testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade;

1 BDA;

2 Produto orgânico de origem natural, desenvolvido à base de biomassa cítrica, aditivada com ácidos orgânicos (produto comercial);

3 Óleo concentrado de sementes de nim (produto comercial).

Para os produtos não autoclavados, os tratamentos com biomassa cítrica e nim inibiram o crescimento micelial em todas as concentrações, embora não apresentassem diferença significativa em relação a arruda 1, 5 e 10%. Os demais tratamentos apresentaram valores próximos ao observado para a testemunha. Para inibição da esporulação todos os tratamentos foram inferiores ao da testemunha, sendo que alecrim 5 e 10%, arruda 10%, biomassa cítrica e nim 0,25 e 0,5% apresentaram 100% de inibição.

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Quando se compara a ação dos produtos sobre o patógeno em relação à autoclavagem, pode-se observar que houve maior inibição de crescimento micelial e de esporulação quando utilizados os produtos não autoclavados, isso poderia estar associado a um efeito negativo da alta pressão e temperatura do processo de autoclavagem sobre compostos desses produtos, responsável pela atividade antifúngica, o qual seria termolábil. Somente foram observados valores superiores para os produtos autoclavados com alecrim 5 e 10%, arruda 10% e biomassa 0,5% para crescimento micelial e com arruda 5%, biomassa 0,1% e nim 0,1 e 1% para inibição da esporulação.

Pôde ser observado também, que em todos os tratamentos houve uma redução do crescimento micelial e aumento da inibição da esporulação quando do aumento da dose dos produtos, tanto para os produtos autoclavados como para os não autoclavados.

Alguns autores também têm verificado a atividade antimicrobiana dos produtos testados neste trabalho. Bernardo et al. (2001), avaliando a atividade fungitóxica de extratos cítricos, observou a inibição de 100% do crescimento micelial, a partir da concentração de 1% (10000 ppm) para os fungos Rhizoctonia solani,

Fusarium semitectum, Sclerotium rolfsii e Bipolaris sorokiniana.

Röder (2003), trabalhando com biomassa cítrica, obteve 100% de inibição do crescimento micelial e da esporulação de Monilinia fructicola para a concentração de 0,5% do produto. Esse pesquisador observou ainda que o extrato de alecrim a 20% inibiu em 31% o crescimento micelial e em 100% a esporulação do patógeno, enquanto que o extrato de arruda a 20% inibiu em 65% e 79% esses parâmetros, respectivamente. O óleo emulsionável de nim, também testado neste trabalho, inibiu

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em 70%, o crescimento micelial e em 30% a esporulação de M. fructicola para a concentração de 0,5%.

4.2 Atividade antimicrobiana in vitro contra Colletotrichum sp.

Na Tabela 2 estão os resultados de crescimento micelial e inibição da esporulação para Colletotrichum sp., na presença de diferentes produtos naturais. Para os produtos autoclavados, o tratamento com biomassa cítrica apresentou melhores resultados de inibição do crescimento, principalmente para concentrações a partir de 0,25%. O menor crescimento micelial foi observado com biomassa cítrica a 0,5% (65,20%). Este resultado não diferiu estatisticamente dos obtidos com alecrim e arruda 5 e 10%, biomassa cítrica 0,1; 0,25 e 1% e nim a 0,5 e 1%, para o parâmetro crescimento micelial. O resultado obtido na testemunha para a inibição da esporulação não apresentou diferença significativa em relação aos demais tratamentos. O tratamento com arruda 10% obteve 96,8% de inibição da esporulação. Todos os tratamentos apresentaram maior inibição de crescimento micelial até a 3ª dose, em ordem crescente, ou seja, apresentando efeito dose-dependente. O mesmo pode ser observado para biomassa e nim na inibição da esporulação.

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Tabela 2 – Efeito in vitro de diferentes produtos naturais (autoclavados e não autoclavados) no crescimento micelial e na esporulação de Colletotrichum sp..

Autoclavado Não autoclavado Tratamentos Inibição do crescimento micelial (%) Inibição da Esporulação (%) Inibição do crescimento micelial (%) Inibição da Esporulação (%) Testemunha1 0 a* 0 b 0 a 0 b Alecrim 0,5% 1,91 a 11,2 a 0,33 a 43,8 a 1% 4,17 a 35,8 a 2,69 a 63,4 a 5% 21,45 b 39,8 a 6,61 a 64,4 a 10% 15,14 b 40,6 a 2,80 a 86 a Arruda 0,5% 3,93 a 40,6 a 2,80 a 4,2 a 1% 5,96 a 60 a 8,96 b 25,8 a 5% 29,44 b 84,8 a 50,05 b 64 a 10% 20,98 b 96,8 a 37,18 b 67,2 a Biomassa2 0,1% 9,06 b 28,8 a 22,39 b 50,2 a 0,25% 23,24 b 81,4 a 29,56 b 60 a 0,5% 65,20 b 94,2 a 64,95 b 90 a 1% 45,41 b 63,8 a 43,01 b 56,4 a Nim3 0,1% 0,24 a 7,8 a 4,59 a 45 a 0,25% 6,67 a 16,4 a 10,31 b 52 a 0,5% 15,49 b 22 a 12,88 b 50,6 a 1% 12,16 b 14,2 a 13,21 b 47,4 a C.V. (%) 3,45 15,03 3,21 5,49

* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem da testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade;

1 BDA;

2 Produto orgânico de origem natural, desenvolvido à base de biomassa cítrica, aditivada com ácidos orgânicos (produto comercial);

3 Óleo concentrado de sementes de nim (produto comercial).

Para os produtos não autoclavados, a maior inibição de crescimento micelial (64,95%) e de esporulação (90%) foi obtida com biomassa cítrica a 0,5%, mas este resultado não diferiu em relação à testemunha das concentrações de 0,1; 0,25 e 1% no crescimento micelial. Também não foi observado diferença significativa no crescimento entre as concentrações de arruda 1, 5 e 10%, biomassa 0,1, 0,25 e 1% e nim 0,25; 0,5 e 1%. O tratamento com alecrim não apresentou diferença para o crescimento micelial em relação à testemunha em todas as concentrações testadas. Para a inibição da esporulação, todos os tratamentos diferiram da testemunha. Os

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tratamentos com alecrim, arruda e biomassa cítrica apresentaram efeito dose dependente para crescimento micelial até a 3ª dose, em ordem crescente, dos produtos. O mesmo pode ser observado para biomassa e nim na inibição da esporulação.

Quando comparamos a ação dos produtos sobre o patógeno em relação à autoclavagem pode-se observar que, de forma geral, as maiores inibições de crescimento micelial foram para os produtos não autoclavados de arruda, biomassa cítrica e nim. Apenas para extratos de alecrim a autoclavagem resultou em maiores valores de inibição em todas as concentrações.

Miguel et al. (2006), avaliando a atividade de extratos de nim sobre o crescimento de Colletotrichum sp., observaram médias significativamente inferiores para todos os tratamentos, especialmente para as concentrações de 0,75 e 1%, que após seis dias apresentaram diâmetros médios de colônia iguais a 1,43 e 1,45 cm, respectivamente, enquanto a testemunha apresentou média igual a 9,0 cm, ou seja, valores de inibição de aproximadamente 84%.

Com o objetivo de verificar a viabilidade da utilização de óleos essenciais e extratos vegetais na inibição do crescimento micelial, esporulação e germinação de

C. acutatum, Almeida et al. (2005a) realizaram testes in vitro com arruda, losna,

vinca, capim limão e nim, utilizando como extrator água, solução hidroalcoólica 20% para os extratos vegetais e destilação para a produção dos óleos essenciais. Os melhores resultados foram obtidos com arruda e losna, independente do modo de extração.

Em outro ensaio, Almeida et al. (2005b) avaliaram o efeito de extratos vegetais no controle de C. acutatum em frutos de morangueiro, utilizando extratos

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obtidos de arruda, vinca, losna, fumo e capim limão, na concentração de 20%, usando como extrator água e solução hidroalcoólica. Todos os extratos foram capazes de reduzir o desenvolvimento do patógeno, sendo o extrato aquoso de arruda o mais eficiente.

Prince et al. (2006) avaliaram in vitro o efeito de extratos de Melia azedarach (Santa Bárbara) sobre o crescimento micelial de Colletotrichum spp.. Os resultados indicaram não haver diferenças estatísticas entre os tratamentos envolvendo as concentrações de 15, 30, 45 e 60%.

4.3 Controle de antracnose em morangos

Neste trabalho, em condições de campo, foi observada apenas a presença de podridão de frutos causada por Colletotrichum sp..

4.3.1 Cultivar Camarosa

Os resultados dos parâmetros avaliados para o cultivar Camarosa podem ser verificados na Tabela 3. A maior quantidade de frutos/planta foi observada para a arruda 10% (9,03 frutos/planta), valor significativamente diferente da testemunha e do tratamento controle. Este tratamento com arruda 10% não diferiu de alecrim 10%, arruda 0,5%, biomassa cítrica 0,5% e nim 1%.

Para o peso médio de frutos o tratamento com biomassa 0,5% mostrou-se superior a testemunha e ao tratamento controle, e diferente dos demais tratamentos.

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Tabela 3 – Efeito de diferentes produtos naturais sobre a incidência de doenças e na produção de morango cv. Camarosa, Mal. Cândido Rondon/PR (2004).

Tratamentos frutos/planta Peso médio de frutos (g) Produção (g/planta) Produção (ton ha-1) Incidência de podridões em frutos (%) Testemunha1 5,21 9,89 28,75 2,30 62 Controle2 4,42 a* 10,11 a 44,60 a 3,57 a 29 a Alecrim 0,5% 5,17ns a 8,00ns a 38,88ns a 3,11ns a 21(-) a 1% 4,25ns a 9,66ns a 37,41ns a 3,00ns a 60ns b 5% 6,96ns a 9,15ns a 77,48(+) b 6,20(+) b 20(-) a 10% 8,72ns b 10,54ns a 93,43(+) b 7,47(+) b 21(-) a Arruda 0,5% 7,03ns b 8,05ns a 41,75ns a 3,34ns a 57ns b 1% 6,28ns a 8,83ns a 60,35(+) a 4,83(+)a 31(-) a 5% 6,21ns a 10,34ns a 59,98(+) a 4,80(+) a 25(-) a 10% 9,03(+) b 10,34ns a 95,55(+) b 7,64(+) b 37(-) a Biomassa3 0,1% 6,21ns a 10,01ns a 45,85(+) a 3,67(+) a 54ns b 0,25% 6,18ns a 11,10ns a 59,90(+) a 4,79(+) a 39(-) a 0,5% 7,28ns b 12,45(+) b 71,78(+) b 5,74(+) b 26(-) a 1% 6,83ns a 9,63ns a 65,53(+) b 5,24(+) b 48ns b Nim4 0,1% 6,47ns a 9,15ns a 38,27ns a 3,07ns a 22(-) a 0,25% 6,83ns a 10,56ns a 64,50(+) b 5,16(+) b 28(-) a 0,5% 4,78ns a 7,66ns a 39,57ns a 3,17ns a 59ns b 1% 7,54ns b 9,36ns a 82,04(+) b 6,57(+) b 46ns a C.V. (%) 12,74 7,39 8,90 8,90 15,54

ns.: sem diferença significativa da testemunha; (+) e (-): diferença significativa da testemunha, sendo superior ou inferior a esta, respectivamente;

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem do tratamento controle pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade;

1 Sem tratamento;

2 Super Magro (40 mL/L água);

3 Produto orgânico de origem natural, desenvolvido à base de biomassa cítrica, aditivada com ácidos orgânicos (produto comercial);

4 Óleo concentrado de sementes de nim (produto comercial).

No parâmetro produção (g/planta) o melhor resultado obtido em comparação com a testemunha foi com arruda 10% (95,55 g/planta), mas sem diferença estatística em relação ao alecrim 5 e 10%, biomassa 0,5 e 1%, e nim 0,25 e 1%. Quando comparado com o tratamento controle o alecrim 5 e 10%, arruda 10%, biomassa 0,5 e 1% e nim 0,25 e 1% foram superiores ao mesmo. Os mesmos resultados foram observados para a produção total por hectare (ton ha-1).

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Os resultados de produtividade indicam que numericamente o tratamento com arruda 10% apresentou melhores resultados para os parâmetros de nº frutos/planta, gramas/planta e ton ha-1.

Para a incidência de doenças, os menores valores em relação à testemunha foram observados com alecrim 0,5; 5 e 10%, embora não apresentem diferença em relação a arruda 1, 5 e 10%, biomassa 0,25 e 0,5% e nim 0,1 e 0,25%. Quanto ao tratamento controle, o mesmo mostrou resultados semelhantes ao observado para o alecrim 0,5; 5 e 10%, arruda 1, 5 e 10%, biomassa 0,25 e 0,5% e nim 0,1 e 0,25%.

4.3.2 Cultivar Dover

Na Tabela 4 são apresentados os resultados de produção e incidência de doença obtidos para o cultivar Dover. Os resultados apresentados para nº frutos/planta para biomassa 0,25% e nim 1% foram superiores ao obtido pela testemunha, com 11,12 e 11,81 frutos/planta, respectivamente. O tratamento controle não apresentou diferença significativa em comparação com alecrim 0,5 e 10%, arruda 0,5; 1 e 10%, biomassa 0,1; 0,25 e 0,5% e nim 0,25 e 1%.

Para o peso médio de fruto o tratamento com biomassa 0,5% foi superior a todos os demais tratamentos quando comparado com a testemunha, não sendo observada diferença significativa quando comparado com o tratamento controle.

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Tabela 4 – Efeito de diferentes produtos naturais sobre a incidência de doenças e na produção de morango cv. Dover, em Mal. Cândido Rondon/PR (2004).

Tratamentos frutos/planta Peso médio de frutos (g) Produção (g/planta) Produção (ton ha-1) Incidência de podridões em frutos (%) Testemunha1 6,73 6,73 43,7 3,50 41 Controle2 10,56 a* 6,79 a 67,10 a 5,37 a 35 a Alecrim 0,5% 7,50ns a 5,87ns a 52,03ns a 4,16ns a 24(-) a 1% 7,01ns b 8,65ns a 65,35(+) a 5,23(+) a 29(-) a 5% 7,33ns b 7,32ns a 52,89ns a 4,23ns a 18(-) b 10% 7,79ns a 7,56ns a 52,19ns a 4,18ns a 32(-) a Arruda 0,5% 8,76ns a 7,41ns a 58,60ns a 4,69ns a 21(-) b 1% 8,68ns a 6,66ns a 52,78ns a 4,22ns a 26(-) a 5% 6,18ns b 8,69ns a 52,00ns a 4,16ns a 23(-) a 10% 8,85ns a 7,76ns a 66,29(+) a 5,30(+) a 29(-) a Biomassa3 0,1% 8,12ns a 7,17ns a 68,74(+) a 5,50(+) a 21(-) b 0,25% 11,12(+) a 8,72ns a 76,30(+) a 6,11(+) a 26(-) a 0,5% 9,75ns a 9,07(+) a 88,06(+) b 7,05(+) b 30(-) a 1% 6,93ns b 7,63ns a 40,31ns a 3,22ns a 21(-) b Nim4 0,1% 7,37ns b 7,90ns a 45,41ns a 3,63ns a 17(-) b 0,25% 7,47ns a 6,62ns a 46,96ns a 3,76ns a 36ns a 0,5% 6,04ns b 8,15ns a 49,40ns a 3,95ns a 44ns a 1% 11,81(+) a 6,06ns a 71,57(+) a 5,73(+) a 19(-) b C.V. (%) 12,27 9,90 10,61 10,87 15,57

ns.: sem diferença significativa da testemunha; (+) e (-): diferença significativa da testemunha, sendo superior ou inferior a esta, respectivamente;

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem do tratamento controle pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade;

1 Sem tratamento;

2 Super Magro (40 mL/L água);

3 Produto orgânico de origem natural, desenvolvido à base de biomassa cítrica, aditivada com ácidos orgânicos (produto comercial);

4 Óleo concentrado de sementes de nim (produto comercial).

No parâmetro produção (g/planta) alecrim 1%, arruda 10%, biomassa 0,1; 0,25 e 0,5% e nim 1% foram superiores a testemunha. Biomassa 0,5% apresentou a maior produção, com 88,06 g/planta, sendo superior aos demais tratamentos quando comparado com o tratamento controle. Esses mesmos resultados foram observados para a produção total por hectare (ton ha-1).

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Quanto à incidência de doenças os tratamentos com nim 0,25 e 0,5% mostraram resultados semelhantes ao obtido para a testemunha. Os demais tratamentos resultaram em incidência de podridão de frutos inferior à testemunha. Em comparação com o tratamento controle, os tratamentos alecrim 5%, arruda 0,5%, biomassa 0,1 e 1% e nim 0,1 e 1% resultaram em valores de incidência significativamente menores.

Numericamente os resultados de produtividade para o tratamento com biomassa 0,5% apresentou melhores resultados para os parâmetros de peso médio de fruto, g/planta e ton ha-1.

Em comparação entre as cultivares avaliadas, a cv. Camarosa apresentou peso médio superior a cultivar Dover em todos os tratamentos, com exceção do nim 0,5%. A incidência de doença, em geral, foi maior na cv Camarosa, talvez por ser mais suscetível a doença. Para o parâmetro de nº frutos/planta, o cv. Dover obteve um número maior de frutos, sendo superado somente nos tratamentos com alecrim 10% e arruda 5 e 10%.

Poucos são os trabalhos na literatura referentes ao controle de doenças em morango utilizando extratos de produtos naturais. Cruz et al. (2002a) objetivaram o controle de B. cinerea na fase de pós-colheita do morango tratando os frutos com: imersão em extrato aquoso a 20% e em hidrolato (ADA) de Thymus vulgaris; polvilhamento com a biomassa seca triturada de T. vulgaris; fumigação com 1000 µl de EB (20%), ou com 1000 µl de ADA ou com a biomassa seca triturada. Na primeira avaliação (5 dias sob refrigeração), todos os tratamentos reduziram a incidência do patógeno. Na segunda avaliação (5 dias sob refrigeração e mais 3 dias em condições ambientes) o tratamento via fumigação com pó proporcionou o maior percentual de frutos sadios. Em trabalho semelhante, mas com a planta Ocimum

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gratissimum, Cruz et al. (2002b) verificaram que o maior percentual de frutos com Rhizopus sp. foi obtido no tratamento de fumigação com o pó das folhas secas e

moídas dessa planta medicinal.

Em ensaio realizado com o objetivo de avaliar o efeito de extratos vegetais no controle de patógenos em pós-colheita em frutos de morangueiro, foram utilizados extratos de arruda, losna, gengibre, vinca, açafrão, alho, cebola, capim limão, fumo e nim, em concentração de 20%. Os resultados indicam que o extrato de losna e gengibre foram os mais eficientes, apresentando controle de 90% dos patógenos presentes nestes órgãos. Os extratos de nim, arruda e vinca, apresentaram resultados semelhantes à testemunha (ALMEIDA et al., 2005c).

A utilização dos extratos de alecrim e arruda e dos produtos biomassa cítrica e óleo de nim poderia ser uma opção de controle em cultivos orgânicos, já que apresenta níveis de controle e produtividade superiores ou similares aos obtidos com a testemunha. Além disso, o custo de controle com estes produtos seria inferior ao realizado no cultivo convencional, fato este que, associado ao melhor preço do morango cultivado organicamente, renderia ao produtor um lucro relativamente maior.

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5 CONCLUSÕES

1 – Biomassa cítrica, óleo emulsionável de nim e extratos brutos aquosos de arruda e alecrim apresentam atividade antifúngica in vitro contra R. nigricans e

Colletotrichum sp., tanto para a inibição do crescimento micelial quanto para a

esporulação, de maneira dose-dependente;

2 – Biomassa cítrica, óleo emulsionável de nim e extrato bruto aquoso de arruda apresentam compostos termolábeis para a atividade antifúngica in vitro contra R.

nigricans e Colletotrichum sp.;

3 – Os tratamentos em condições de campo com biomassa cítrica, óleo emulsionável de nim e extratos brutos aquosos de arruda e alecrim são capazes de reduzir a incidência de podridões causadas por Colletotrichum sp. em frutos de morango dos cultivares Camarosa e Dover;

4 – Os resultados de produtividade indicam que os tratamentos com arruda para o cultivar Camarosa e com biomassa cítrica para o cultivar Dover apresentam os

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maiores valores para os parâmetros número de frutos/planta, gramas/planta e ton ha-1.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, T.F. de.; CAMARGO, M.; PANIZZI, R.de C. Efeito de óleos essenciais e extratos vegetais no controle in vitro de Colletotrichum acutatum, agente causal da flor preta do morangueiro. Horticultura Brasileira, v.23, n. (supl.), p.365, 2005a. ALMEIDA, T.F. de.; CAMARGO, M.; PANIZZI, R.de C. Efeito de extratos vegetais no controle de Colletotrichum acutatum em frutos de morangueiro. Horticultura Brasileira, v.23, n. (supl.), p.347, 2005b.

ALMEIDA, T.F. de.; CAMARGO, M.; PANIZZI, R.de C. Efeito de extratos vegetais no controle de patógenos em pós-colheita em frutos de morangueiro. Horticultura Brasileira, v.23, n. (supl.), p.366, 2005c.

ALVARENGA, A.A.; SOUZA, C.R. Tratos culturais para

pessegueiros/ameixeiras/nectarinas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.18, n.189, p.51-55, 1997.

ANDRETTA, G.M.A.C. Valor bruto da produção agropecuária paranaense 1997 e 2004. Curitiba: SEAB/DERAL/DEB, v. 89, p. 72, 2006.

BEDENDO, I.P. Podridões de órgãos de reserva. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIN, L. (Eds). Manual de Fitopatologia Princípios e Conceitos. vol.1. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1995. p.810-819.

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