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Aplicação de uma Metodologia Ágil no Desenvolvimento de um Software Web envolvendo equipes Multidisciplinares

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Academic year: 2021

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Aplicação de uma Metodologia Ágil no Desenvolvimento de um Software Web

envolvendo equipes Multidisciplinares

Paulo Júnior Varela

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR – paulovarela@utfpr.edu.br

Nadijar Vicente Casarin

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR – nadijarcasarin@gmail.edu.br

Rosaine Fiorio

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR – rosainefiorio@gmail.edu.br

Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar

1. Introdução

Percebe-se no mercado de tecnologia um crescimento gradual do emprego de técnicas e metodologias ágeis em projetos de software. Um dos principais motivos é o uso de metodologias de fácil utilização, que possibilitam um processo e produto de software com maior qualidade (Ludvig e Reinert, 2007). Nesta área, a metodologia Scrum vem ganhando espaço, pois atua em formato de etapas, o que resulta em tempo de entrega mais curto e readequações e alterações de forma mais rápida, bem como o envolvimento e entendimento de pessoas de diversas áreas. O modelo de desenvolvimento ágil de software fornece métodos para se definir o planejamento, os principais papéis das pessoas, a forma de trabalho da equipe e como será o processo de troca de informações entre pessoas que atuam em áreas diferentes. É aplicado em equipes pequenas, com iterações curtas e desenvolvimento de produtos em intervalos de tempo geralmente pequenos (Cisneiros et al, 2009) (Varela, 2008) (Zanatta e Vilain, 2005).

Neste artigo é apresentada a aplicação da metodologia Scrum no desenvolvimento de um software web que envolve equipes multidisciplinares em um projeto de extensão. É apresentado um breve relato sobre a metodologia de aplicação, a justificativa do eixo temático, os resultados obtidos e as considerações finais.

2. Procedimentos Metodológicos

A metodologia ágil foi aplicada em um projeto de software web de informações nutricionais de alimentos, que envolveu equipes de três áreas, que são: alimentos, nutrição e computação. Para o desenvolvimento das atividades do projeto de software foram primeiramente estabelecidas fases (etapas) que nortearam o atingimento dos objetivos. Foram 5 fases, conforme evidencia a Figura 1.

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2 Figura 1: Fases do Projeto

Na fase de levantamento de requisitos foram efetuadas reuniões para verificar a real necessidade das agroindústrias (requisitos de software) através de entrevistas, brainstorming e estudos de documentos que envolveu a equipe multidisciplinar. Em um primeiro momento foram realizadas reuniões com os componentes do projeto de extensão já existente na UTFPR – Campus de Francisco Beltrão intitulado de “Extensão tecnológica aplicada às agroindústrias familiares rurais integradas ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Alimentação Escolar (PNAE), localizadas na região Sudoeste do Paraná”, a fim de elucidar e levantar os requisitos necessários para o desenvolvimento do software.

Diante da exposição e solicitação dos usuários foi iniciada a segunda fase do projeto – Planejamento e Gerenciamento. Nesta etapa foi elaborada a modelagem do software através da Unified Modeling

Language - UML, e baseado nos requisitos do software, foi efetuado o planejamento, que inclui:

cronograma de desenvolvimento, lista de atividades, definição da metodologia de gerenciamento e das ferramentas a serem utilizadas para o desenvolvimento.

Para o gerenciamento do projeto de software foi utilizada a metodologia Scrum. Os papéis dos envolvidos no projeto foram definidos através do quadro de Kanban (quadro que constam as tarefas), bem como as tarefas que cada indivíduo e grupo teve que desenvolver. Foram estabelecidas sprints (tempo de execução de cada tarefa) semanais para cada tarefa, sendo que cada equipe propiciou reuniões diárias, e a reunião entre as equipes multidisciplinares aconteceu semanalmente para discussão das atividades. Para acompanhamento do projeto foi utilizado o Gráfico de Burndown, que proporcionou visualizar de forma gráfica e rápida o andamento do projeto. Um dos primeiros produtos gerados foram os diagramas de caso de uso na UML (Unified Modeling Language), que proporcionaram a iteração entre as equipes e ao desenvolvimento baseado nos requisitos solicitados pelas partes envolvidas.

Levantamento de Requisitos

Planejamento e Gerenciamento

Desenvolvimento

Acompanhamento

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3 Na Figura 2 é possível observar o processo do Scrum, que foi adotado no desenvolvimento das tarefas aplicado neste projeto. O product backlog representa a lista de funcionalidades que foram definidas como essenciais para o software. O sprint backlog é uma das funcionalidades constante na lista de funcionalidades, que a equipe de desenvolvimento se compromete desenvolver em um certo intervalo de tempo (sprint). Sendo assim, o tempo definido entre as equipes é que cada sprint teria duração de uma semana. E ao final, tivemos os incrementos semanais de cada funcionalidade do software.

Figura 2. Processo do Scrum [Adaptado de Cisneiros et al, 2009]

Para o desenvolvimento do software (fase 3) foi estudada qual a melhor técnica a ser aplicada de acordo com a especificação do software. Após a escolha do paradigma a ser seguido (orientado a objetos), foi construída base de dados do software através de um sistema gerenciador de banco de dados que possui licença livre (free), onde posteriormente foram inseridos dados para realização de testes de integridade e segurança. Depois de validado o banco de dados, foi dado o início do desenvolvimento da interface com o usuário baseado nas regras de interface humano-computador, em uma plataforma de desenvolvimento. Ao término do desenvolvimento da interface foi efetuada a integração com o banco de dados e efetuados os testes funcionais e estruturais do software a fim de verificar possíveis erros no sistema.

No decorrer do processo de desenvolvimento se procedeu a fase de Acompanhamento. Nesta fase aconteceu o monitoramento e controle das atividades elucidadas como requisitos principais e sua implementação, ou seja, verificou-se se o que foi projetado estava realmente sendo desenvolvido. Tal atividade foi desenvolvida em conjunto pela equipe multidisciplinar (computação, alimentos e nutrição), com a finalidade de verificar as eventuais inconsistências do projeto em desenvolvimento.

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4 Após o término do desenvolvimento do software aconteceu a fase de aceitação e validação do software pelos usuários (representantes do projeto de extensão da UTFPR e das agroindústrias envolvidas). Houve o momento em que os responsáveis por este projeto de extensão repassaram o treinamento do manuseio do software, bem como o manual de operacionalização. Também, em algumas oportunidades no decorrer do projeto foram efetuadas palestras aos participantes dos projetos a respeito da importância das tecnologias de informação, da padronização da rotulagem, e do atingimento de grau de qualidade em processos e produtos.

3. Justificativas

Uma das formas de disseminar e gerar conhecimento é promover o envolvimento de indivíduos que atuam em áreas econômicas diferentes, e que tenham necessidade de conhecer outra áreas para poder desenvolver produtos e serviços com um maior nível de qualidade. Sendo assim, neste trabalho reuniu-se em uma equipe, indivíduos com conhecimento na área de computação (desenvolvimento de software), da área de alimentos (constituição de alimentos), e da área de nutrição (informações nutricionais) que compartilharam conhecimento interdisciplinar na área cientifica e de formação, com o objetivo fim e comum do desenvolvimento de um software de informações nutricionais e rotulagem de alimentos, que chamamos de NUTRI.

Na próxima seção são mostradas alguns diagramas e telas do software, bem como detalhes do desenvolvimento.

4. Resultados

Como resultado da aplicação da metodologia ágil em uma equipe multidisciplinar, obtivemos o resultado final (software desenvolvido) em um período de 5 meses. Este período compreende desde a concepção da ideia e primeiras reuniões entre as equipes, até mesmo a utilização do software em escala de produtividade.

Para demonstrar um pouco das funcionalidades do software foi elaborado um fluxo que demonstra o processo (Figura 3). Primeiramente o produtor rural ou a agroindústria entra em contato com o projeto da UTFPR – Francisco Beltrão de rotulagem de alimentos através da internet, telefone, carta ou pessoalmente. Após isso, a pessoa responsável pelo projeto na universidade insere as informações da receita no software NUTRI e este gera a rotulagem de informação nutricional. A rotulagem é gerada em formato que pode ser enviada por e-mail ou de forma impressa para o agricultor ou a agroindústria.

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5 Figura 3. Fluxo do Processo

O software NUTRI possui acesso de 3 níveis de usuários, que são demonstrados através dos diagramas de caso de uso da UML.

O usuário Administrador tem funções de cadastro e atualização de alimentos, porções e usuários. Também pode consultar as formulações geradas conforme evidenciado na Figura 4.

Figura 4. Caso de uso - Administrador

O Usuário Interno (pessoa vinculada ao projeto da UTFPR), possui como privilégios: cadastro e atualização de produtores, consultar porções e alimentos, além de realizar as formulações e gerar a rotulagem conforme a Figura 5.

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6 Figura 5. Caso de uso – Usuário Interno

O Usuário Externo, que se refere aos produtores rurais e as agroindústrias possuem como privilégio no software: solicitar formulações depois de efetuar o seu cadastro, e também consultar e imprimir as suas rotulagens (Figura 6).

Figura 6. Caso de uso – Usuário Externo

As telas desenvolvidas no software NUTRI foram desenvolvidas de acordo com as regras de ergonomia de software e preconizadas na teorias de interface humano computador. Sendo assim, o software possui telas com fundos claros, menus acessíveis através de figuras e textos e fácil visualização.

O software NUTRI está hospedado em http://nutri.fb.utfpr.edu.br em pleno funcionamento e disponibilizado para a comunidade interessada.

5. Considerações Finais

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7 e rotulagem de alimentos – NUTRI, foi apresentado para a comunidade interessada e recebido com bom grado. O software gerou demandas imediatas e até mesmo novas funções que foram propostas pelos usuários, tais como: desenvolver um módulo para elaboração de cardápios, voltado para a área de nutrição; desenvolvimento de uma versão para ser utilizada em dispositivos móveis, e algumas alterações em formulários para melhor atender as necessidades de todos os envolvidos no processo.

A perspectiva de atendimento dentro de um prazo de 12 meses do software é auxiliar mais de 100 agroindústrias e agricultores através da geração de mais de 500 rótulos para serem utilizados em embalagens de alimentos beneficiados e processados por agroindústrias da região sudoeste do Paraná.

Além destas, é possível identificar alguns resultados que auxiliam a verificar a consistência da metodologia, quando aplicado em equipes multidisciplinares, tais como: o excelente envolvimento entre as equipes proporcionado pela metodologia; o desenvolvimento de tarefas objetivas, práticas e atingíveis; o andamento do projeto dentro do planejado (tempo e custo); reuniões produtivas intra e entre equipes; e produtos gerados com consistência e qualidade.

Referências

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Resolução RDC nº 360” de 23 de dezembro de 2003. Brasília. Disponível em http://portal.anvisa.gov.br Acesso em 10 de out. de 2012.

CISNEIROS, H. JACOB, M. S. MAZZA, S. PEREIRA, T. Engenharia de Software – Modelo de Desenvolvimento ágil Scrum. São Paulo, 2009.

LUDVIG, D. REINERT, J. D. Estudo do uso de Metodologias Ágeis no desenvolvimento de uma Aplicação de Governo Eletrônico. Florianópolis, 2007.

SOFTEX. MPS.BR – Melhoria do Processo de Software Brasileiro – Guia Geral. Recife, 2011.

SWEBOK. Guide to the Software Engineering Body os Knowledge. Version 2004. Los Alamitos, Califórnia –USA.

MARCHI, J.F.; LAVORATI, N; SOARES, J.A.Z.; GODOY, W.I. Desenvolvimento sócio-econômico das agroindústrias familiares do Sudoeste do Paraná. In: 1° Seminário Sistemas de Produção Agropecuária da UTFPR, Campus Dois Vizinhos. Ed. Mastergraf: Dois Vizinhos, 2007.

VARELA, P. J. Diagnóstico do uso de Boas Práticas de Engenharia e Qualidade de Software em Empresas Desenvolvedoras de Software da Região Oeste de Santa Catarina. Monografia de Pós-Graduação, Unochapecó. Chapecó, 2008.

ZANATTA, A, L. VILAIN, P. Uma análise do método ágil Scrum conforme abordagem nas áreas de processo, gerenciamento e desenvolvimento de requisitos do CMMI. Workshop de Engenharia de Requisitos

Referências

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