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MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria de Acompanhamento Econômico. Referência: Ofício nº 6582/2008/SDE/GAB, de 02 de outubro de 2008.

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MINISTÉRIO DA FAZENDA

Secretaria de Acompanhamento Econômico

Parecer no 06079/2009/RJ COGCE/SEAE/MF

Em 20 de fevereiro de 2009.

Referência: Ofício nº 6582/2008/SDE/GAB, de 02 de outubro de 2008.

Assunto: ATO DE CONCENTRAÇÃO n.º 08012.009900/2008-51

Requerentes: Union Armazenagem e

Operacoes Portuarias S/A e Companhia Docas de Imbituba

Operação: Contrato de arrendamento

celebrado pela CDI e Union, cujo objeto é o arrendamento de áreas, instalações e equipamentos do Porto de Imbituba

Recomendação: Aprovação sem restrições. Versão Pública

Nos termos da Portaria SEAE nº 83, de 19 de novembro de 2007, e considerando a solicitação da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, nos termos do art. 54 da Lei nº 8.884/94, a Seae emite parecer técnico referente ao ato de concentração entre as empresas Union Armazenagem e Operacoes Portuarias

S/A e Companhia Docas de Imbituba

O presente parecer técnico destina-se à instrução de processo constituído na forma a Lei n.º 8.884, de 11 de junho de 1994, em curso perante o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC.

Não encerra, por isto, conteúdo decisório ou vinculante, mas apenas auxiliar ao julgamento, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, dos atos e condutas de que trata a Lei.

A divulgação de seu teor atende ao propósito de conferir publicidade aos conceitos e critérios observados em procedimentos da espécie pela Secretaria de Acompanhamento Econômico – SEAE, em benefício da transparência e uniformidade de condutas.

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I. Das Requerentes

I.1. Companhia Docas de Imbituba

1. A Companhia Docas de Imbituba (“CDI”) é uma empresa concessionária de serviço público, administração portuária e autoridade portuária, de origem brasileira, não pertencente a nenhum grupo econômico. A estrutura societária da CDI é segmentada da seguinte forma:

Quadro I

Estrutura Societária da CDI

Acionistas Participação

(%)

Royal Transporte e Serviços Ltda. 46,85 Rowin Gustav Von Reininghaus 6,22 Ernani Catalini Filho 9,65

Ações em tesouraria 0,55

Outros 36,73 Total 100,00 Fonte: Requerentes.

2. Em 2007, a CDI apresentou faturamento,1 no mercado nacional, de R$ 14.655.471,94; não tendo obtido faturamento no Mercosul e no mundo.

3. Nos últimos 3 anos, a CDI não participou de nenhum Ato de Concentração que tenha sido submetido ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

I.2 Union Armazenagem e Operações Portuárias S.A.

4. A Union Armazenagem e Operações Portuárias S.A. (“Union”), é uma empresa de origem brasileira, pertencente ao Grupo Libra, de mesma origem, que atua na prestação de serviços portuários, transportes terrestres, transporte marítimo e fluvial, além de oferecer serviços de rebocadores. A estrutura societária da Union é segmentada da seguinte forma:

Quadro I

Estrutura Societária da Union

Ações ordinárias Acionistas

Quantidade (%)

Libra Terminal Imbituba Ltda. 10.000.998 100,00

Libra Sul S.A. 1 0,00

Brasportos Operadora Portuária

S.A. 1 0,00

Total 10.001.000 100,00

Fonte: Requerentes.

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5. O Grupo Libra possui participação acionária, superior a 5%, em vinte e oito empresas localizadas no Brasil, quais sejam:

• Union Armazenagem e Operações Portuárias S.A. • Libra Holding S.A.;

• AMC Holding S.A.;

• Libra Administração e Participações S.A.; • Libra Navegação Fluvial S.A.;

• Companhia de Navegação da Amazônia – CNA; • Companhia Imobiliária Mauá;

• Companhia Paulista e Empreendimentos e Participações; • Boreal Empreendimentos e Participações Ltda.;

• Boreal Serviços e Administração S.A.; • Boreal DTVM S.A.;

• Libra Terminais e Logística;

• Ariate Imobiliária e Participações S.A.; • Tebas Imobiliária e Participações S.A.; • Libra Terminais S.A.;

• Libraport Campinas S.A.; • Libra Terminal 35 S.A.; • Libra Terminal Cubatão S.A.;

• Rodocarga Operadora Portuária S.A.;

• Cardlog Operadora Transportes Multimodais S.A.; • Libra Terminal Valongo;

• Libra Terminal Rio;

• Ponta do Caju Transportes e Locação Ltda.; • Tugbrasil Apoio Portuário S.A.;

• Semabra S.A.;

• Libra Terminal Imbituba Ltda.;

• Imbituba Empreendimentos e Participações S.A.; • Terminal Privativo de Imbituba S.A.;

6. O faturamento2 do Grupo Libra, em 2007, no Brasil, foi de R$ 4.021.413,13, não tendo obtido faturamento no Mercosul e no mundo

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O faturamento foi comprovado mediante Balanço Patrimonial das Empresas, fornecido pelas Requerentes com o conjunto de documentos que compõem o Requerimento Inicial.

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7. Nos últimos três anos, o Grupo Libra esteve envolvido em apenas um Ato de Concentração que foi submetido ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), que refere-se a aquisição, pela Tremarctos (Grupo Santos Brasil), da totalidade das ações representativas do capital social da Union3.

II. Da Operação

8. Trata-se de um contrato de arrendamento celebrado pela CDI e Union, cujo objeto é o arrendamento de áreas, instalações e equipamentos do Porto de Imbituba, visando a implementação e exploração comercial, em etapas sucessivas, do terminal de cargas geral, que deverão ser operados, conservados, melhorados e ampliados pela Union no período de arrendamento.

9. O contrato foi assinado em 13 de fevereiro de 2006 e o valor total da operação correspondeu a R$ 6.700.575,00. A operação foi realizada no Brasil e foi submetida apenas ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), intempestivamente, em 01 de outubro de 2008.

10. Na análise efetuada do Contrato de Arrendamento, firmado entre as partes, verificou-se que não existe cláusula de não-concorrência ou de exclusividade entre as mesmas.

III. Do Mercado Relevante

11. Inicialmente, cabe esclarecer que a presente operação foi apresentada ao SBDC intempestivamente. No entanto esta Seae analisará a operação levando em consideração o cenário atual das empresas. Para tanto levará em consideração a operação realizada entre a empresa Tremarctos (Grupo Santos Brasil) e a Union que esta relacionada ao Ato de Concentração nº 08012.008797/2008-21, que se trata da aquisição da Union pela Tremarctos..

12. Segundo as Requerentes, a CDI é uma empresa de capital aberto com concessão para exploração comercial do Porto de Imbituba até o ano de 2012, constituindo-se porto público administrado por empresa privada.

13. Na página eletrônica do Porto de Imbituba consta que tal Porto é administrado pela Companhia Docas de Imbituba, empresa de Capital Aberto que detém a concessão para exploração comercial do Porto de Imbituba até o ano 2012, através do Decreto Nº 7.842, de 13 de setembro de 1941. Constituindo-se, assim, o único porto Público do país administrado por uma empresa privada. Atualmente conta com quatro Berços de Atracação com 9,5m de calado cada um. Por estes berços movimentam-se granéis sólidos e líquidos, congelados, contêineres e carga geral. Com destaque nas importações de fertilizantes, coque, milho, sal e barrilha e nas exportações de congelados, açúcar e contêineres.

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Ato de Concentração nº 08012.008797/2008-21, de interesse das empresas Tremarctos Participações S/A e Union Armazenagem e Operações Portuárias S/A. A operação ainda encontra-se sob a análise do SBDC.

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14. O Grupo Libra atua na prestação de serviços portuários, transportes terrestres, transportes marítimo e fluvial, alem de oferecer serviços de rebocadores. No Porto de Imbituba possui duas empresas, a Union Armazenagem e Operações Portuárias S/A e Libra Terminais Imbituba S.A.

15. Em consulta a página eletrônica do Grupo Libra, foi possível verificar os serviços prestados por sua subsidiária, a empresa Libra Terminais Imbituba S.A., no Porto de Imbituba, tais como consta abaixo4:

• Operações de carga e descarga de navios em regime de 24 horas; • Atracação imediata para navios porta-contêineres (*);

• Menor tempo de espera para atracação entre os portos da região; • Armazenagem de contêineres de importação;

• Pátio e armazém para recebimento e armazenagem de carga solta de importação;

• Armazenagem de contêineres de exportação; • Pátio e armazém para recebimento

• e armazenagem de carga solta de exportação; • Unitização e desunitização de contêineres;

• Maior free time de exportação entre os portos da região;

• Flexibilidade para atendimento ao Dead Line e abertura de gates para exportação;

• Fornecimento de energia elétrica e monitoramento a contêineres refrigerados; Controle informatizado das operações;

• Armazenagem de produtos químicos; • Pesagem de contêineres; e

• Início e conclusão de trânsitos aduaneiros – DTA.

16. Segundo informações contidas na página eletrônica supracitada, verifica-se, ainda, que a empresa Libra Terminal Imbituba iniciou suas operações no Porto de Imbituba em Julho de 2005, através de um contrato operacional firmado com a Companhia Docas de Imbituba para a operação portuária de contêineres. No contrato são previstos investimentos a serem realizados pela Libra Terminal Imbituba visando incrementar a produtividade e capacidade do Porto, através de investimentos em equipamentos de movimentação de cais e pátio, sistemas informatizados e infra-estrutura para atendimento aos contêineres refrigerados, bem como, implantação de sistemas de gerenciamento, segurança e atendimento ao cliente, dentro dos padrões da Libra Terminais já adotados em outros portos nacionais5.

17. Com relação a empresa Union Armazenagens e Operações Portuárias S/A (“Union”), também subsidiária do Grupo Libra, e objeto da presente operação, tem-se que na oportunidade em que a Companhia Docas de Imbituba (SC) e a Union assinaram, com a interveniência da Agência Nacional de Transportes Aquaviários -

4

Fonte: http://www.libraimbituba.com.br/site/_portugues/index.html, acesso em 11de dezembro de 2008.

5

Fonte: http://www.libraimbituba.com.br/site/_portugues/index.html, acesso em 11de dezembro de 2008.

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ANTAQ, um contrato de arrendamento de áreas, instalações e equipamentos do Porto de Imbituba, o objetivo era a implantação e a exploração comercial, em etapas sucessivas, de um novo Terminal de Carga Geral (TCG).

18. Na página eletrônica da ANTAQ6, é possível comprovar as atividades em que a Union foi autorizada a desempenhar no Porto de Imbituba, conforme consta nos trechos abaixo.

“A etapa inicial de exploração do novo TCG inclui a movimentação e armazenamento de carga geral em suas diversas modalidades (solta, unitizada, frigorificada, conteineirizada e outras). A Union poderá armazenar e movimentar ainda outras cargas gerais compatíveis, tanto no embarque como no desembarque de navios.

O projeto básico do novo terminal prevê uma área total de quase 54 mil metros quadrados. Entre os investimentos imediatos na área estão a ampliação do armazém 11 e a construção de um novo armazém; a aquisição de quatro empilhadeiras de quatro toneladas de capacidade e de equipamentos e apetrechos de operação, específicos do manuseio de carga geral, dentre outros.”

19. Tendo em vista que a apresentação intempestiva da operação ora sob análise, esta relacionada a concessão, pela CDI, de áreas, instalações e equipamentos do Porto de Imbituba para a Union (Grupo Libra), empresa que atua com movimentação e armazenagem de carga geral e que a empresa Libra Terminais Imbituba (Grupo Libra), atua com movimentação e armazenagem portuária de contêineres no Porto de Imbituba, esta SEAE optou por analisar detalhadamente os segmentos de atuação das Requerentes com intuito de mitigar dúvidas sobre possibilidades de substituibilidade pelo lado da oferta entre a movimentação e armazenagem portuária de carga geral e contêineres.

20. Para tanto, esta SEAE encaminhou Ofícios as Requerentes e concorrente, os quais foi possível obter os esclarecimentos contidos nos trechos abaixo.

III.1 Dimensão Produto

III.1.1 Posicionamento das Requerentes

21. Por meio de resposta ao Ofício nº 9378/2008/RJ COGCE/SEAE/MF, as Requerentes esclareceram que as características do serviço de movimentação de cargas abrangem os seguintes produtos:

22. Para a exportação: a carga chega ao porto e o Terminal operador inicia o processo mecânico de retirada da carga do caminhão para o pátio do armazém. Após, o terminal aguarda a provação do cliente para retirar no depósito de contêineres vazios numa unidade vazia para ser preenchida com a carga trazida.

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Fonte: http://www.antaq.gov.br/Portal/Navegando/Navegando01Fev06.htm#N6, acesso em 14 de outubro de 2008.

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23. Para importação: o contêiner é descarregado do navio e segue para o pátio do terminal operador, no qual aguarda uma ordem de saída, que pode ser dada para fábrica do importador ou para um terminal que fará a desova (“esvaziar”). Assim, o serviço de movimentação nesse caso diz respeito a “ovar e desovar” as cargas que estão ou que vão nos contêineres e/ou armazená-las até a saída do pátio a pedido do cliente.

24. No que diz respeito a armazenagem alfandegada, trata-se de processo aduaneiro regido por lei específica que determina que toda carga que entre e/ou saia do Porto (área alfandegada) deve cumprir todo o ritual aduaneiro o qual é o chamado “desembaraço”.

25. As atividades realizadas pela Union no Porto de Imbituba consistem basicamente no embarque, desembarque e manuseio de carga geral não conteineirizada. Pode-se apontar:

• Recepção e expedição de carga geral; • Armazenagem de carga geral;

• Estufagem de contêineres, cuja carga tenha sido recebida “solta” no terminal; • Desestufagem de contêineres, cuja carga tenha que ser mantida “solta” no

terminal até sua liberalização;

• Embalagem e etiquetagem de mercadorias;

• Operações de navios carga geral e/ou cargas de projeto.

26. Dentre os principais tipos de produtos que os operadores portuários de cargas gerais estão autorizados a movimentar e armazenar, tem-se como principais cargas movimentadas pela Union, no âmbito de importação: cobre, estanho, zinco, polietileno, vinho e azeitona; no âmbito de exportação: calçados, bobinas de papel e pisos cerâmicos.

27. Nos moldes do Contrato de Arrendamento celebrado em 13 de fevereiro de 2006 entre a Union e a CDI, a Union é permitido explorar o Terminal de carga geral do porto de imbituba, o qual é especializado em movimentação e armazenamento de carga geral em suas diversas modalidades (solta, unitizada, frigorificada, conteineirizada, dentre outras).

28. Em caráter complementar as operações portuárias acima previstas, a Union poderá armazenar e movimentar outras cargas gerais compatíveis, tanto no embarque como no desembarque de navios e de outros meios de transporte, desde que as instalações e equipamentos possam ser compartilhados com outras cargas e que tenham sido obtidas as necessárias licenças e autorizações.

29. Cumpre destacar que a Union foi vedada a realização de armazenagem e a movimentação de contêineres diretamente dos navios e para os navios, em face da existência de terminal especializado no Porto de Imbituba para esse tipo de movimentação. No entanto, pode movimentar contêineres para a execução de serviços opcionais de ova e desova, inspeção e outros serviços semelhantes

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III.1.2 Posicionamento da CRB

30. Em resposta ao Ofício nº 10514/2008/RJ COGCE/SEAE/MF, a empresa CRB Operações Portuárias S.A. teceu esclarecimentos quanto as atividades desempenhadas pelas Requentes, os quais foi possível constatar que a Union é arrendatária do Terminal de Cargas Geral do Porto de Imbituba, localizada nas áreas A9 e A10 do plano de zoneamento do Porto. Nos termos do Contrato de Arrendamento celebrado com a CDI, a Union presta serviços de movimentação e armazenagem de carga geral e não tem permissão para movimentar e armazenar contêineres, conforme os termos da cláusula 5º do Contrato.

31. A Union possui autorização para movimentar contêineres apenas para realizar “serviços conexos”, como a ova e desova, inspeção, pesagem, etc. Isto é, a Union pode, por exemplo, receber carga geral para ser colocada em um contêiner (ova), todavia, deve remetê-lo ao Terminal de contêineres para que o mesmo seja carregado em um navio. Ou ainda, a Union pode também receber um contêiner cheio vindo do terminal de contêineres, para retirar a carga nele contida (desova), armazenar e expedir o conteúdo a seu consignatário.

32. Por sua vez, a Libra terminal Imbituba é arrendatária do Terminal de Contêineres e opera na área A7 do plano de zoneamento do Porto. Possui atuação com movimentação e armazenagem alfandegada de contêineres.

33. A CRB esclarece, ainda, que um operador portuário de carga geral pode movimentar quaisquer tipos de cargas que não sejam granéis sólidos ou líquidos. Assim, do ponto de vista técnico, um operador portuário de carga geral pode movimentar produtos como madeira, sacarias, fertilizantes, nitratos, carga congelada (caixas e pallets com carne de frango, bovina ou suína), cobre em fardos, cargas de projetos (equipamentos eletrônicos, metálicos, peças, estruturas, ferro) veículos e contêineres.

34. Os equipamentos utilizados para movimentação destes produtos incluem estropos, fundas, redes ou pallets, guindastes de porto ou equipamentos de bordo (dependendo do sentido do fluxo) e reach stackers.

35. No que se refere a armazenagem, a carga geral não conteinerizada exige, na maioria das vezes, o acondicionamento em áreas cobertas, enquanto contêineres são acomodados em pátios abertos. Ademais, enquanto contêineres com conteúdos diversos podem ser acomodados lado a lado, as cargas soltas de diferentes naturezas devem ser segregadas para manter as propriedades físicas e garantias de cada produto.

36. A adaptação para a movimentação e armazenagem de produtos com características distintas pode exigir uma total remodelagem das instalações de um terminal portuário. Os investimentos necessários incluiriam a aquisição de equipamentos para a operação do navio, obras civis para a adaptação dos pátios de armazenagem e sistemas de TI para controle da carga.

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III.1.3 Posicionamento da SEAE

37. Tendo em vista as informações prestadas acima, esta SEAE entende que os operadores portuários que possuem terminais procuram se especializar em um determinado tipo de carga para prestação dos serviços de movimentação e armazenagem. Prova disto, encontra-se nas distinções de manuseio, movimentação e armazenagem dos diversos tipos de cargas, as quais constatam a ausência de substituibilidade pelo lado da oferta, em termos de custos e por dinâmica do próprio mercado que direciona as empresas a optarem pela prestação de tais serviços com apenas um tipo especifico de carga, ou seja, sólida de origem vegetal, líquida, contêineres, produtos florestais, entre outras cargas gerais.

38. A despeito de tal informação, verifica-se que a empresa objeto da operação sob análise, Union, apesar de ter autorização para movimentar e armazenar carga geral, atualmente, opera com cobre, estanho, zinco, polietileno, vinho e azeitona; calçados, bobinas de papel e pisos cerâmicos e para tanto compartilha as mesmas instalações e equipamentos e, ainda depende da obtenção de licenças e autorizações.

39. Já a empresa Libra Terminal necessita dos diferentes equipamentos para movimentar os contêineres, tais como: (i) Reach Stackers (empilhadeira de grande porte); (ii) portêineres (carga e descarga de contêineres nos berços de atracação de navios); (iii) transtêineres (movimentação de contêineres em pátio); (iv) empilhadeiras de pequeno e médio porte; e (v) caminhões.

40. Levando em consideração o exposto acima e as considerações contidas no parecer técnico da SEAE, relacionado ao Ato de Concentração nº 08012.010584/2008-60, de interesse das empresas Libra Terminais e Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá Ltda., verifica-se que a movimentação e armazenagem de contêineres e carga geral necessitam de diferentes equipamentos de manuseio e transporte, diferentes configurações de pátios e armazéns, diferentes características dos pisos das áreas e especificidades dos sistemas informatizados de controle.

41. Assim, definem-se os seguintes mercados relevantes, sob a dimensão produto: movimentação e armazenagem de carga geral e movimentação e armazenagem de contêineres.

III.2 Dimensão Geográfica

42. Esta SEAE adotou para fins da presente análise os argumentos apresentados no Parecer ProCade nº 326/2004 referente ao Processo Administrativo nº 08012.007443/99-17, considerando a dimensão geográfica do mercado de movimentação e armazenagem alfandegada de cargas gerais como sendo o Porto de Imbituba, levando em consideração, principalmente, o argumento da distância entre os terminais portuários e os estabelecimentos dos demandantes por estes serviços.

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III.3 Conclusão

43. Diante de todo exposto, esta SEAE entende que os serviços prestados pelas Requerentes estão diretamente relacionados aos tipos de cargas que movimentam e armazenam. Desta feita, considerando que, no Porto de Imbituba, a Union atua com carga geral, especificamente cobre, estanho, zinco, bobinas de papel, vinho, azeitona e calçados e pisos cerâmicos, e a Libra Terminais atua apenas com contêineres, verifica-se que a presente operação não enseja sobreposição horizontal entre as atividades desenvolvidas pelas Requerentes.

44. Portanto, conclui-se que a presente operação não será prejudicial ao ambiente concorrencial brasileiro não sendo necessário prosseguir a analise desta operação.

IV. Recomendação

45. A análise precedente demonstrou que da operação não decorrem prejuízos à concorrência, razão pela qual recomenda-se sua aprovação sem restrições. Não obstante, recomenda-se, ainda, que seja apurada a intempestividade da presente operação, nos termos do artigo 54 da Lei n° 8.884, de 11 de junho de 1994.

À apreciação superior.

DENISE GOMES DE CASTRO Técnica

RICARDO KALIL MORAES

Coordenador-Geral de Controle de Estruturas de Mercado

De acordo.

PRICILLA MARIA SANTANA Secretária-Adjunta

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