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IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO E ATENDIMENTOS AOS PORTADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTADOS

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Revista de Educação Dom Alberto, n. 4, v. 1, ago./dez. 2013.

Página 65 IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO E ATENDIMENTOS AOS PORTADORES DE ALTAS

HABILIDADES/SUPERDOTADOS

Nadiesca Pohlmann1 RESUMO

Este estudo traz como temática a importância da identificação e atendimento aos portadores de altas habilidades/superdotados. Para tanto, buscou-se verificar o histórico das altas habilidades/superdotados, a legislação que ampara e dá orientações de como atender o crescente número de pessoas cada vez mais com essa necessidade educacional . Este artigo tem por objetivo oportunizar a convivência entre os portadores de altas habilidades/ superdotados, a importância de identificar e atender essa clientela, orientados por um professor / facilitador capacitado para catalisar todos os recursos materiais e humanos, existentes na escola ou fora dela, e sobre esta base atender cada criança de acordo com seus interesses e potencialidades. Com esta abordagem, serão levantadas questões específicas dos portadores de altas habilidades/superdotados, como podemos promover uma aprendizagem significativa e prazerosa, identificação dos pontos fortes e limitações do aluno. A importância de ser oportunizado atividades desafiadoras e intrinsecamente motivadoras para ao aluno com altas habilidade e organizar na escolas o currículo escolar, ele deve ter o conteúdo integrado, complexo, aprofundado.

Palavras-chave: Educação inclusiva. Identificação. Altas habilidades/superdotados.

ABSTRACT

This study has as its theme the importance of identification and care to individuals with high ability/gifted. That way, we attempted to check the history of high skill, legislation that supports and gives orientation on how to meet the growing number of people increasingly with this educational need. This article aims to nurture the coexistence among people of high ability/gifted, the importance of identifying and addressing these clients, guided by a teacher facilitator able to catalyze all the existing human and material resources in the school or outside school, and on this basis meet each child according to their interests and capabilities. With this approach, specific questions of those with high ability /gifted will be raised, how can we promote meaningful and enjoyable learning, identifying the strengths and limitations of the student. The importance of being challenging and intrinsically motivating activities for the students with high ability and organizing the curriculum in schools , it must have the embedded content, complex depth.

Keywords: Inclusive education. Identification. Learning. High ability/gifted.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade, a educação do portador de altas habilidades/superdotado vem despertando o interesse de vários grupos em diferentes

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Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia Institucional e Educação a Distância, Mestre em Política e Gestão Educacional. E-mail: nadiesca.coordenacao@domalberto.edu.br

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Página 66 partes do mundo. Entretanto, muitos são os problemas que têm limitado o progresso

na área.

A falta de aplicação das pesquisas na prática educacional, a falta de vontade política dos governos, os mitos que rodeiam o portador de altas habilidades/superdotado e talentoso e a carência de investimentos no atendimento dessa pessoa são alguns dos obstáculos a serem superados.

No Brasil o atendimento ao portador de altas habilidades/superdotado e talentoso começou na década de 20, com a professora Helena Antipoff, que recebia grupos dos então chamados bem-dotados, oriundos dos colégios da Zona Sul do Rio de Janeiro, em uma fazenda onde desenvolvia atividades multidisciplinares durante as férias escolares.

Ela entendia que os portadores de altas habilidades/superdotados e talentosos necessitavam de consideração especial no lar, na escola e na sociedade, tanto quanto os portadores de deficiência.

Em 1967, o MEC criava uma Comissão encarregada de estabelecer critérios para a identificação e atendimento do superdotado. O Seminário sobre o tema, promovido em 1971, reuniu especialistas de todo o País para aprofundar as discussões. No ano seguinte, o Plano Setorial de Educação e Cultura dava maior prioridade à Educação Especial. Apesar de se ter concretizado apenas timidamente, a iniciativa foi importante porque chamou a atenção para o problema.

O Centro Nacional de Educação Especial traça os rumos de sua atuação, procurando apontar alternativas de ações educativas que pudessem favorecer a expansão e o aprimoramento dos serviços prestados também aos superdotados.

O direito dos superdotados a um atendimento adequado fundamenta-se no princípio de que “todos os indivíduos devem ter oportunidade de desenvolver ao máximo suas potencialidades”. Dessa forma, o Estado tem de garantir meios educacionais eficientes para favorecer o seu desenvolvimento e participação ativa na comunidade.

Em meados da década de oitenta, o Conselho Federal de Educação nomeava uma Comissão Especial para propor subsídios que permitissem aos Conselhos

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Página 67 Estaduais o incentivo a ações de atendimento aos portadores de altas

habilidades/superdotados e talentosos.

O Rio Grande do sul foi pioneiro, ao garantir em sua Constituição Estadual, em 1989, o direito assegurando ao implementação de programas governamentais de atendimento integral às pessoas portadoras de altas habilidades/superdotadas e talentosas.

A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) de novembro de 1996 reconhece o portador de altas habilidades/superdotado e talentoso em seus artigos 58 e 59 e recomenda estratégias de atendimento (Ver Item 1 a seguir).

Apesar destes e outros dispositivos legais ainda não temos ações concretas que atendam a demanda existente, mas as Salas de recursos são muito importantes para o desenvolvimento e crescimento dessa área da Educação Especial.

Os alunos com altas habilidades estão em todos os lugares, em todas as escolas, precisam ser identificados para serem tratados como realmente necessitam.

AMPARO LEGAL PARA O ATENDIMENTO AO PORTADOR DE ALTAS HABILIDADES:

A questão dos direitos da pessoa portadora de altas habilidades está

respaldada por princípios legais que fundamentam as ações desenvolvidas na área. A Declaração Universal dos Direitos do Homem prevê que "... todo ser humano é elemento valioso qualquer que seja a idade, sexo, idade mental, condições emocionais e antecedentes culturais ou grupo étnico, nível social e credo" (MEC/SEESP, 1995a, p.7).

A Constituição Brasileira (1988) e a Política Nacional de Educação Especial (MEC,1994) sugerem que, sempre que possível, a pessoa com necessidades educativas especiais seja integrada ao ensino regular. A Educação, como um todo, e a Educação Especial, em particular, devem promover situações para o desenvolvimento integral do ser humano, objetivando condições para uma vida produtiva na sociedade, através do equilíbrio da individualidade de cada aluno e as regras de vida nos grupos sociais.

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Página 68 O direito à educação de cada indivíduo, também é assegurado na Declaração de

Salamanca (1994). Neste documento são definidas as linhas de ação para a Educação Especial, adotando como princípio orientador que todas as escolas devem receber todas as crianças.

Também é de fundamental importância citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei 9394/96) que, no Capítulo V, Artigo 58, define Educação Especial como a modalidade de educação oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. No artigo 59 assegura aos alunos portadores de altas habilidades:

I- Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica às suas necessidades;

II - [...] aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com qualificação para um atendimento especializado;

IV - acesso ao trabalho mediante a articulação com os órgãos oficiais para os que apresentam habilidades superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora; e

V - acesso igualitário aos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino regular.

A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul (1989) foi pioneira no Brasil a garantir e determinar a implementação do atendimento integral às Pessoas Portadoras de Altas Habilidades, nos seus Artigos 199 e 214.

É proposta do Governo de Estado do Rio Grande do Sul estabelecer uma Política Pública Estadual para Pessoas Portadoras de Deficiência e Pessoas Portadoras de Altas Habilidades, instituída pelo Decreto 39.678, de 23 de Agosto de 1999.

O Estado do Rio Grande do Sul está oportunizando as pessoas de abrangência da 6ª Coordenaria Regional de Educação serem atendidas em uma Sala de Recursos que atenderá Pessoas com Altas Habilidades /Superdotados.

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Página 69 PORTADOR DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTADO:

São muitas as dificuldades na escolha de uma definição de quem é a pessoa portadora de altas habilidades, pois, além de incluírem as diferentes concepções dos autores sobre esta pessoa, também se diferenciam em sua abrangência.

No Brasil, a pessoa portadora de altas habilidades é definida, na Política Nacional de Educação Especial, como aluno da educação especial que apresenta:

Notável desempenho e elevadas potencialidades em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora. (BRASIL, MEC/SEESP, 1994, p.7).

Nas Diretrizes Gerais, esta definição é enriquecida configurando-se da seguinte forma:

[...] altas habilidades referem-se a comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de 'traços consistentemente superiores" em relação a uma média [...] em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com frequência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registrados em épocas diferentes em situações semelhantes." (BRASIL, MEC/SEESP,1995a, p. 13).

A primeira definição apresentada remete a uma questão básica, no nosso entendimento, que é a competência deste sujeito. As palavras notável, elevada e consistentemente superiores indicam uma preocupação com sua produção quantitativamente acima da média. Já a segunda definição apresentada propõe uma concepção de acordo com um movimento para valorizar os aspectos mais qualitativos do comportamento do sujeito, muito embora ainda apresente a questão da competência, ao ser o sujeito portador de altas habilidades comparado a uma média. Outro aspecto positivo que apresenta esta segunda definição é que ela é mais ampla que a primeira e não está restrita aos ambientes educativos.

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Página 70 O número de Pessoas Portadoras de Altas Habilidades, também chamado de

Superdotados ou Talentoso, é estimado, segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, em 3 a 5 % da população; porém, estes números consideram apenas aquelas pessoas com QI superior a 140, identificadas através de testes de inteligência que, geralmente, avaliam as habilidades das pessoas nas áreas lingüística, espacial e lógico-matemática, deixando de verificar outras como as habilidades artísticas, psicomotoras e de liderança, restringindo a concepção de potencial humano.

Considerando que a população do Rio Grande do Sul é de 9.971.910 habitantes2, podemos estimar que existem 299.157 Pessoas Portadoras de Altas Habilidades, sendo que, desse número, 52.757 são alunos do ensino fundamental e médio3, tendo em vista os números de matrícula fornecidos pela Secretaria Estadual de Educação.

A pessoa portadora de altas habilidades apresenta características próprias na sua interação com o mundo, representadas por uma forma peculiar de agir, questionar e organizar seus pensamentos e suas potencialidades, [...] destacando-se sempre de uma maneira original e criativa com a que resolve um problema ou situação, seja acadêmica, prática ou social. (METTRAU, 1995, p.70)

Renzulli e Reis (1986, p. 11/12), a partir de uma análise de diferentes pesquisas com estes sujeitos, constataram que

[...] o comportamento superdotado consiste nos comportamentos que refletem uma interação entre três grupamentos básicos dos traços humanos - sendo esses grupamentos habilidades gerais e/ou específicas acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. As crianças superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou são capazes de desenvolver este conjunto de traços e que os aplicam a qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano.

Os três traços que compõem os comportamentos de superdotação são:

a) capacidade acima da média, termo utilizado para descrever o potencial de desempenho representativamente superior em qualquer área

2

IBGE - estimativa realizada em 01/07/99.

3

Matrícula inicial de 1.758.557 alunos, durante o ano de 1999, segundo a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul.

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Página 71 determinada do esforço humano e que pode ser caracterizada por dois

aspectos:

• habilidade geral: que consiste na capacidade de processar as informações, integrar experiências que resultem em respostas adequadas e adaptadas a novas situações e a capacidade de envolver-se no pensamento abstrato.

• habilidades específicas: que consistem nas habilidades de adquirir conhecimento e destreza numa ou mais áreas específicas.

b) envolvimento/comprometimento com a tarefa, é o expressivo interesse que o

sujeito apresenta em relação a uma determinada tarefa, problema ou área específica do desempenho, e que caracteriza-se especialmente pela motivação, persistência e empenho pessoal nesta tarefa.

c) criatividade. constitui o terceiro grupo de traços característicos a todas as pessoas consideradas como portadoras de altas habilidades e define-se pela capacidade de juntar diferentes informações para encontrar novas soluções. Caracteriza-se pela fluência, flexibilidade, sensibilidade, originalidade, capacidade de elaboração e pensamento divergente, dentre outros.

Estes três traços podem ser representados graficamente da seguinte forma:

Este gráfico dos três anéis tem recebido críticas por não atender adequadamente o desenvolvimento do comportamento de superdotação. Por este motivo, os autores realizaram uma modificação no modelo original, inserindo uma rede que serve de suporte para os três anéis. A interação entre os três anéis ainda é a característica mais importante, porém as influências do ambiente também são

Capacidade acima da média Comprometimen to com a tarefa Criatividade

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Página 72 relevantes para que a pessoa com altas habilidades possa desenvolver seu potencial de

forma harmônica, sendo extremamente necessário o envolvimento da família, da escola e da sociedade para tal.

TIPOS DE ALTAS HABILIDADES

Diversos autores têm pesquisado os diferentes tipos de superdotação. Joseph Renzulli (1986) diferencia dois tipos básicos: o acadêmico, aquele aluno que se destaca nas diferentes disciplinas, apresentando um rendimento escolar superior ao de seus colegas. Suas habilidades normalmente concentram-se nas áreas lingüística ou lógico-matemática (que são também as mais valorizadas na escola). O seu desenvolvimento tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, o treinamento estruturado no desenvolvimento dos processos de pensamento e a aquisição, armazenamento e recuperação das informações. “A pesquisa nos mostra que os alunos que apresentam escores altos nos testes de QI provavelmente também terão notas altas na escola.”(RENZULLI, 1986, p. 4); e o produtivo-criativo, que coloca suas habilidades “a serviço” da criatividade, trabalhando nos problemas e áreas de estudo que têm relevância pessoal para ele. O Portador de Altas Habilidades produtivo-criativo geralmente destaca-se por ser mais questionador; extremamente imaginativo e inventivo e dispersivo, quando a tarefa não lhe interessa, não apreciando a rotina e tendo modos originais de abordar e resolver os problemas, pelo que muitas vezes tem baixo desempenho e falta de motivação. Os testes tradicionais de QI não conseguem avaliar este tipo de superdotação totalmente porque a característica principal destes alunos é o elevado nível de criatividade, que não pode ser avaliado por instrumentos padronizados. Ele usa mais o pensamento divergente e isto dificulta sua adaptação em sala de aula e sua avaliação que, quando feita dentro dos padrões tradicionais de ensino, geralmente não consegue perceber aptidões que atendam às expectativas da escola.

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Página 73 O Ministério de Educação e Cultura e a Secretaria de Educação Especial, nos

Subsídios para a organização e funcionamento de serviços de educação especial: Área e Altas Habilidades. Brasília: MEC/SEESP, 1995, especifica os seguintes tipos:

“ tipo intelectual, que apresenta flexibilidade, independência e fluência de pensamento, produção intelectual, julgamento crítico e habilidade para resolver problemas; o tipo social, que revela capacidade de liderança, sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, poder de persuasão e influência no grupo; o tipo acadêmico, com capacidade de atenção, concentração, memória, interesse e motivação pelas tarefas acadêmicas e capacidade de produção; o tipo criativo, com capacidade de encontrar soluções diferentes e inovadoras, facilidade de auto-expressão, fluência, originalidade e flexibilidade; o tipo psicomotricinestésico, que se destaca por sua habilidade e interesse por atividades físicas e psicomotoras, agilidade, força e resistência, controle e coordenação motoras; finalmente, o tipo dos talentos especiais, que pode se destacar nas artes plásticas, musicais, literárias e dramáticas, revelando capacidade especial e alto desempenho em tais atividades” (SEESP/MEC, 1995).

COMO É O PORTADOR DE ALTAS HABILIDADES

:

O PAH não apresenta um perfil homogêneo, o que tem gerado muitos levantamentos de traços, que variam de acordo com o contexto sócio-cultural, com a etapa de desenvolvimento e também de indivíduo para indivíduo.

Algumas características de aprendizagem, no entanto, são mais freqüentes e destacadas (Novaes, 1992; Brasil, 1995b), como:

• Rapidez e facilidade para aprender;

• Facilidade para abstração, associações, análise e síntese, generalizações;

• Flexibilidade de pensamento; • Produção criativa;

• Capacidade de julgamento;

• Habilidade para resolver problemas;

• Memória e compreensão incomuns das situações vivenciadas; • Independência de pensamento;

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• Talentos específicos, como esportes, música, artes, dança, informática;

Nos aspectos comportamentais e sociais, percebem-se: • Muita curiosidade;

• Senso crítico exacerbado; • Senso de humor desenvolvido; • Sensibilidade;

• Investimento nas atividades de sua área de interesse e descuido com as demais;

• Comportamento cooperativo; • Habilidade no trato com as pessoas; • Liderança;

• Capacidade de analisar e propor soluções para problemas sociais; • Aborrecimento com a rotina;

• Conduta irrequieta.

NÚCLEO DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM ALTAS HABILIDADES - NAPPAH/FADERS - PORTO ALEGRE

Altas habilidades/superdotação referem-se aos comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou fazer. São indivíduos que, por suas habilidades evidentes, são capazes de alto desempenho, têm capacidade e potencial para desenvolver esse conjunto de traços e usá-los em qualquer área potencialmente valiosa da realização humana, em qualquer grupo social (SEESP/MEC, 1995).

A implantação da política educacional visa garantir o desenvolvimento de ações sistemáticas e permanentes que assegurem o exercício dos direitos e cidadania das pessoas com altas habilidades/superdotação, a partir dos seguintes princípios: O aluno portador de altas habilidades deve frequentar uma escola com proposta

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Página 75 inclusiva; O atendimento deve integrar o aluno, a família e a escola; As Altas

Habilidades precisam estar constantemente nas pautas de discussão de todas as instâncias da escola; A aceleração somente é recomendada em casos muito especiais;- O que é "bom" para o aluno com altas habilidades/superdotados é "bom" para todos os demais; As indicações dos alunos com altas habilidades/superdotados, nas escolas, devem ser feitas pelos professores; A Educação deve desenvolver ações continuadas e sistemáticas com outras áreas.

O NAPPAH TEM COMO PROPOSTA

- Identificação e acompanhamento da pessoa com altas habilidades/superdotação; - Compreensão da subjetividade singular desses sujeitos para seu autoconhecimento e uma melhor relação com o meio;

- Formação de grupos de crianças, adolescentes e adultos com objetivo de trocas vivenciais, expressões do pensamento e experiências criativas;

- Atendimento às famílias e às escolas, potencializando-as no reconhecimento e uso de seus recursos no processo de educar seus filhos/alunos;

- Ações que viabilizem sensibilizar a comunidade, despertando-a para um processo reflexivo e esclarecedor nas questões pertinentes à pessoa com altas

habilidades/superdotação e sua integração educacional e social;

- Capacitação de profissionais nas altas habilidades/superdotação, instrumentalizando-os para atendimento educacional, aprofundamento e/ou enriquecimento curricular, flexibilização de currículos, adaptação de metodologias e avaliação, numa proposta inclusiva;

- Pesquisa nas altas habilidades/superdotação com objetivo de ampliação do conhecimento na área, possibilitando uma constante interface entre a teoria e a prática.

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Página 76 O portador de altas habilidades necessita de encorajamento, apoio e incentivo

como todas as outras pessoas. Porém, devido às carências atuais dos sistemas de ensino regular, fazem-se necessárias alternativas diferenciadas para o atendimento desta pessoa.

Os grupos de atendimento ao potencial possibilitam a ele conhecer-se melhor, entender seus anseios e oferecer um espaço privilegiado em que possa dividir com outros que também apresentam características semelhantes, os seus desejos, suas preocupações e a conquista de atividades que oportunizem um desenvolvimento mais harmônico.

Dentro da Filosofia da Inclusão toda e qualquer política educacional é pensada ao redor e a partir do trabalho da escola regular. Para Educação dos mais capazes aponta-se:

1. Comprometimento da direção da escola para desenvolver “ liderança da escola”: Mais que boas intenções apenas, a direção precisa disponibilizar algum tipo de apoio

concreto na distribuição dos recursos de aprendizagem. Os professores devem estar conscientes de suas próprias atitudes para com os alunos mais capazes, e serem ajudados a compreender porque pensam que essas crianças não precisam de assistência e podem cuidar de si próprios. O clima da escola precisa ser favorável e propicio à busca da excelência, no esforço de todos os seus alunos, estendendo e avançando onde for possível, e reconhecendo tudo o que for produzido a bom nível de qualidade, por exemplo, com demonstrações, exposições e mostras públicas .

2.Interação com a Comunidade: Uma política de provisão educacional para os estudantes mais capazes deve ser enraizada na comunidade, no estudo e utilização de seus recursos, pontos fortes e referenciais, e em consonância com suas necessidades, valores, preferências e expectativas.

Embora tenha que haver uma política nacional abrangente, apontando horizontes maiores, e também alguma forma de provisão em plano estadual, consonante com o projeto educacional da sociedade, tudo indica que é no âmbito do

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Página 77 Município, integrado ao contexto da comunidade, como parte da vida local

acontecendo, que as políticas educacionais têm que ser desenvolvidas e levadas a termo ao nível da ação.

3. Direções Educacionais de Pesquisa: Para essa ação será realizada PARCERIA da ESCOLA com Universidades e Faculdades de Ensino Superior no Município para realização e direcionamento de Pesquisa.

A conceituação de crianças e jovens bem dotados realça e enfatiza suas necessidades educativas especiais, exigindo provisão acima do que é normalmente oferecido na escola regular.

Essa forma de Educação Especial tem que ser apoiada numa base sólida, formada por profissionais competentes e bem preparados, famílias bem informadas, e as próprias crianças envolvidas. Porém não se deve esperar que um estilo particular de atendimento possa atender a todas as necessidades de todos os estudantes capazes e talentosos. A evidência existente aponta para os benefícios de se focalizar em provisões específicas para os mais capazes. Nem variações curriculares, formas variadas de enriquecimento geral, ou aceleração simples seriam adequados como medidas gerais. Entretanto, na maioria das situações, o potencial de alto nível pode ser desenvolvido nas escolas, através de duas vias: Diferenciação - implicando na adequação entre trabalho escolar, conteúdo das matérias, e características dos alunos mais capazes e Individualização - em que o aluno tem a maior responsabilidade pelo conteúdo e ritmo de desenvolvimento de seu próprio progresso em Educação, levando os alunos a monitorar e regular a própria aprendizagem.

O PROFESSOR DA SALA DE RECURSOS FARÁ UM TRABALHO INTEGRADO COM O PROFESSOR DA SALA DE AULA REGULAR PARA

1.. Estimular a independência de estudo do aluno, ensinando-o a ser “eficiente e efetivo” nessa tarefa. Assim, é interessante que o professor estimule o aluno a ler, a pesquisar, a buscar novas informações em material extraclasse, de forma que ele

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Página 78 aprenda a estudar pesquisando. Desta forma, o aluno não precisa ficar “amarrado” ao

conteúdo regular do plano de ensino da série ou nível em que se encontra (por ele, muitas vezes, já dominado), andando em seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que se evitam problemas na interação com colegas e mesmo com o professor.

2. Estimular que os alunos utilizem processos cognitivos complexos, tais como o pensamento criativo, a análise crítica, análises de prós e contras, etc... Esse tipo de atividade permite ao aluno exercitar suas competências de forma construtiva e favorecedora de um desenvolvimento dentro de seu próprio ritmo.

3. Estimular os alunos a discutirem amplamente sobre questões, fatos, idéias, aprofundando gradativamente o nível de complexidade da análise, até culminar em um processo de tomada de decisão e de comunicação com os demais acerca de planos, relatórios e soluções esperadas a partir das decisões tomadas. Este procedimento não só estimula as operações de análise (reflexão sobre os múltiplos componentes da realidade enfocada, a identificação de possibilidades alternativas para a solução de problemas) e de síntese, como também a organização do pensamento, o raciocínio lógico, o planejamento de ações, a avaliação de possíveis consequências e efeitos das ações planejadas, a comunicação social das ideias, dentre outras competências.

4. Estabelecer as habilidades de comunicação interpessoal necessárias para que os alunos trabalhem tranqüilamente com parceiros de diferentes faixas etárias, e de todos os níveis do desenvolvimento cognitivo. O fato de ter altas habilidades, sejam elas as competências que forem, pode tornar-se impeditivo para a convivência entre pares, razão pela qual é de grande importância que a interação e a comunicação interpessoal constituam objetivos de ensino, de igual importância aos demais conteúdos curriculares.

5. Estimular o desenvolvimento do respeito pelos demais seres humanos, independentemente de suas características, talentos e competências. A criança portadora de altas habilidades pode se tornar alguém impaciente com pessoas que funcionam em nível ou ritmo diferente do seu, ou desenvolver um padrão de a elas desqualificar. Isto é prejudicial para seu desenvolvimento pessoal e social, podendo ter

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Página 79 conseqüências destrutivas para seu próprio processo de aprendizagem, bem como

para a sociedade. Assim, tratar do desenvolvimento e da prática do respeito humano enquanto conteúdo curricular é de importância e relevância educacional e social. 6.Desenvolver expectativas positivas do aluno quanto a escolhas

profissionais que possam otimizar o uso de seus talentos e competências.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NA SALA DE RECURSOS

1. Atividades do tipo “tempestade de idéias”, ou seja, estimular que o grupo apresente muitas possíveis soluções para o problema.

2. Estimular cada aluno a apresentar o maior número possível de possibilidades, de forma a desenvolver sua flexibilidade intelectual.

3. Ensinar habilidades de debate, encorajando os alunos a discutirem sobre assuntos de sua própria escolha.

4. Estimular que cada aluno defenda o ponto de vista do professor, o ponto de vista de outros colegas, o ponto de vista dos pais, etc...

5. Estimular que os alunos tomem a iniciativa de apresentar projetos, incentivando e apoiando seu desenvolvimento e realização.

6. Estimular que cada aluno apresente sugestões inéditas de possíveis soluções para os problemas.

7. Fazer sessões de “idéias malucas”, onde somente noções incomuns podem ser discutidas.

8. Estimular os alunos a escreverem “scripts” para programas de rádio e de TV, e a participarem dos referidos programas.

9. Estimular, também, que cada aluno amplie cada vez mais o detalhamento das soluções que tenha proposto.

10. Estimular que alunos que apresentam altas habilidades em matemática, por exemplo, criem quebra-cabeças, e outros instrumentos que exijam o raciocínio.

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Página 80 SUGESTÕES DE PROJETOS PARA SEREM DESENVOLVIDOS NA SALA DE RECURSOS

Modelo de Enriquecimento Curricular (SEM) –

Trata-se de um plano que se apoia em vários anos de investigação destinado a identificar altos níveis de potencial nas habilidades, interesses e estilos de aprendizagem dos alunos, além da estimulação de tais potencialidades.

Compõe-se de três dimensões em interação: componentes organizacionais, componentes de prestação de serviços e estruturas escolares.

Centro de Desenvolvimento do Potencial e do Talento :

Será um espaço de apoio, complementação e suplementação educacional ao aluno com altas habilidades, matriculado em escolas públicas ou particulares. Seu projeto educativo, objetiva desenvolver o autoconceito, cultivar a sensibilidade e o respeito aos outros. Suas ações voltam-se para a identificação e recrutamento dos alunos, peça observação direta dos professores, reavaliação pelas equipes técnicas da escola e da sala de recursos, bem como atendimento especializado.

Atividades de Estimulação de Alunos:

Serão organizadas atividades de acordo com o Livro: A Construção de práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação Volume 2 “ ATIVIDADES DE ESTIMULAÇÃO DE ALUNOS”.

Atividades desenvolvidas nessa Proposta: 1. Estratégias de promoção da Criatividade; 2. Desenvolvimento do autoconceito; 3. Modelo de Enriquecimento Escolar; 4. Desenvolvimento de Projetos de Pesquisa; 5. Grupos de Enriquecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o desenvolvimento deste estudo, é importante realizar considerações finais sobre o que foi constatado com relação ao portador de altas habilidades/ superdotado. É importante que aconteça conscientização do público em geral, educadores, responsáveis pelas políticas públicas, pais, gestores.

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Página 81 O docente que atua com os alunos com altas habilidades deve formar alianças

temporárias e permanentes com instituições que apoiam a educação do superdotado e trabalhar na defesa dos direitos deste grupo: ampliação, fortalecimento e renovação da legislação vigente; realização de congressos, seminários.

Com este estudo percebeu-se a importância de oportunizar a convivência entre, entre os alunos portadores de altas habilidades, sempre orientados por um professor ou um facilitador capacitado para catalisar todos os recursos materiais e humanos, existentes na escola ou fora dela, e sobre esta base atender cada criança de acordo com seus interesses e potencial.

Não é possível haver Educação apropriada para os mais capazes sem uma provisão suficiente, e mesmo generosa, de materiais de aprendizagem e ensino, tanto para alunos como para assistir aos professores, particularmente para alunos que não têm acesso a facilidades educacionais, encorajamento e estimulação fora da escola.

A preocupação atual dominante na pesquisa em Educação dos mais capazes é a interação entre o potencial próprio da criança e as provisões para desenvolvê-lo, presentes no ambiente. Sem aquele elemento dinâmico - interação - vamos retornar às velhas ideias de capacidades fixas herdadas, principalmente no âmbito da inteligência.

Nos países mais bem aquinhoados economicamente a maior parte do que é materialmente necessário para desenvolver o potencial de todas as crianças, já está disponível na comunidade, de uma forma ou de outra. Outros países, como o Brasil, ainda tem pela frente uma longa caminhada, antes de chegar a um ponto satisfatório de provisões.

Pensar, discutir, planejar, preocupando mais em conhecer as características, feições, recursos e necessidades locais de cada comunidade, e menos em reproduzir o que esta “dando certo” em outros lugares. Conhecer o que se faz, em outros lugares pode ser um manancial de ideias, mas também pode se revelar uma prisão, quando se tenta o transplante de uma medida que se provou boa em uma situação, para uma outra situação, mesmo que os objetivos sejam idênticos.

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Página 82 É de grande relevância desenvolver ao máximo talentos e habilidades dos alunos,

fortalecendo um autoconceito positivo, ampliando as áreas de experiência para despertar novos talentos em todas as áreas.

REFERÊNCIAS

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