História da Habitação
e Mobiliário
Antonio Castelnou
AULA 12
CASTELNOU
Assinado de forma digital porCASTELNOU DN: cn=CASTELNOU, c=<n Dados: 2015.06.01 22:08:14 -03'00'Organicismo
Nas décadas de 1930 e 1940, ocorreu uma segunda
fase do modernismo, centrada principalmente no norte europeu – Inglaterra e Países Escandinavos – e que tendia ao uso de materiais naturais (tijolos, pedras e
madeiras) e formas mais orgânicas.
Procurando dar uma expressão mais familiar, cotidiana e
confortável ao mobiliário e à arquitetura de interiores, o
DESIGN ORGÂNICO voltou-se para a tradição e o
conforto ambiental, antecipando as discussões ergonômicas e preparando o campo para o 50’s.
Essa nova vertente do
FUNCIONALISMO partiu da
não-cor e forma pura para o uso de materiais naturais e formas
compostas, criticando o
“nudismo”, o geometrismo e o universalismo dos racionalistas
dos anos 1920; e introduzindo preocupações antropométricas
e psicológicas nos interiores e
design industrial. Pernilla Armchair (1934) Bruno Mathsson (1907-88) Liggstol Mod 36 (1936) Eva Armchair (1941)
Empregando a VARIEDADE das
formas oblíquas ou onduladas, o interiorismo orgânico desprezava
o uso de standards e defendia
visões pessoais e abordagens particulares dos ambientes.
Procurando refletir, na sequência
e ordenação dos espaços
arquitetônicos, os movimentos
reais e fundamentais do homem na edificação, reintegrou a completa
realidade estrutural da obra
Villa Mairea (1937/39, Noormarkku Finl.) Alvar Aalto (1898-1976)
Erik G. Asplund (1885-1940)
Easy Armchair (1925, Estocolmo Suécia)
Naquele momento, não era mais preciso propor um limitado
vocabulário plástico e rígidas fórmulas para se opor ao
historicismo, como ocorreu antes fase: buscava-se um elo entre o utilitarismo e uma arquitetura mais familiar e cotidiana.
Bodafors chairs
Sven Markelius (1889-1972)
Dolphin Chair
Entre os maiores expoentes do
design orgânico estavam o casal
finlandês Aino (1894-1949) e
Alvar Aalto (1898-1976) ; os
suecos Erik Asplund
(1885-1940), Sven Markelius (1889-1972) e Bruno Mathsson (1907-88); e os dinamarqueses
Arne Jacobsen (1902-71), Finn Juhl (1912-89) e Hans J. Wegner (1914-2007). Aino (1894-1949) & Alvar Aalto (1898-1976) Karhula Glasses (1934) Savoy vases (1937/38)
O arquiteto finlandês,
ALVAR AALTO (1898-1976), gradativamente,
criou uma nova organicidade
em seus projetos, na qual nenhum elemento
arquitetônico era livre por si mesmo, ou seja, estrutura,
plantas, fachadas e
aberturas – tudo interligava-se de modo a libertar o
homem e o espaço.
Villa Tammekann (1932, Tartu, Estônia) Alvar Aalto (1898-1976)
Entre 1932 e 1945, Aalto
desenvolveu móveis em
compensado curvo a serem produzidos em série e
concebidos conforme a linha
orgânica do corpo, mas sempre levando em consideração a produção industrial (pureza de linhas e
planos), para possibilitar barateamento e consequente
viabilidade executiva.
Paimio Chair &
Teawagen (1931/32)
Chaise loungue (1935/36) Alvar Aalto (1898-1976)
Pav. superior Pav. térreo Alvar Aalto (1898-1976) Villa Mairea (1937/39, Noormarkku Finlândia)
Aproveitando-se dos progressos industriais, Aalto
reivindicava maior modéstia (menor escala), maior habilidade
com os detalhes (preocupação tecnológica) e maior
preocupação com a vida humana (psicologia e conforto),
partindo para o regionalismo e buscando uma racionalidade de formas funcionais não necessariamente ortogonais.
Alvar Aalto (1898-1976)
MIT Baker House
Já o arquiteto sueco ERIK
GUNNAR ASPLUND (1885-1940), insatisfeito com a fórmula racionalista,
procurou humanizar a arquitetura, baseado na
tradição romântica da
Suécia, tornando-se pioneiro na valorização do fator psicológico na construção.
Villa Snellman
(1917/21, Danderyd Suécia) Erik G. Asplund (1885-1940)
Por sua vez, também sueco, SVEN MARKELIUS (1889-1972) é considerado um dos pioneiros do racionalismo arquitetônico na Escandinávia, que, a
partir dos anos 1930, começou a fazer sutis referências à tradição
nórdica, em uma
interpretação regional do funcionalismo.
O design orgânico encontrou
seu auge somente após a
Segunda Guerra Mundial (1939/45) e, principalmente, na década de 1950, quando seu
desenho simples, funcional e barato espalhou-se pelo mundo.
Em 1951, foi criado o
LUNNING PRIZE; um prêmio
atribuído a eminentes designers
escandinavos, que durou até 191, consagrando-os. Finn Juhl (1912-89) Chieftain Chair (1949) 46 Chair (1946) Fireplace Armchair & Ortoman (1949)
O arquiteto dinamarquês
ARNE JACOBSEN
(1902-71) desenvolveu um
trabalho versátil, de talheres a edifícios; de mobiliário a
papeis de parede.
Vencedor de vários prêmios
internacionais, seus maiores
destaques foram a Ant
Chair (1951) e a Série 7
(1955), que se tornaram as cadeiras de maior sucesso
comercial do mundo. Ant Chair (1951) Tongue Chair (1953) Serie 7 Chairs (1955)
Outro dinamarquês, HANS
J. WEGNER (1914-2007)
agregou a funcionalidade orgânica ao modernismo, tornando-se mundialmente reconhecido pela qualidade
de seus produtos.
Produzindo mais de 500
cadeiras diferentes, Wegner conseguir transformar pelo
menos 100 dessas em produtos de massa.
Folding Chair (1949)
DESIGN MODERNO
ORGÂNICO
O
organicismo
difundiu-se a partir dos escandinavos,mas teve como impulso fundamental a atuação de FRANK
LLOYD WRIGHT (1869-1959), que defendia uma
arquitetura integrada à natureza, sem menosprezar os avanços tecnológicos e materiais industrializados.
Ward W. Willitts House
(1901, Highland Park IL)
Spindle Back Chair (1902)
Barrel Chair (1900) Boyton Chair (1907) Johnson Wax Chair (1932) Tokyo Hotel Imperial Plates (1916)
Edgar J. Kaufmann House
(1935/38, Bear Run PA) F. L. Wright (1869-1959)
1 Área social 5 Dormitórios
2 Cozinha 6 Estúdio
3 Copa 7 Hall
F. L. Wright (1869-1959)
Honeycomb House
Frank Lloyd Wright (1869-1959)
Taliesin West
(1938, Scottsdale AZ) Kenneth Laurent House
(1949, Rockford IL)
Origami Chair
(1949)
Roland Reisley House
Tardomodernismo
A partir do segundo pós-guerra –
e da reconstrução europeia nos anos 1940–, desenvolveu-se um
conceito de organização do conjunto habitável, marcado pelo
desejo de conforto e
simplicidade, o que conduziu a se diminuir a pureza das formas em
direção a uma nova mentalidade em torno da elegância: nascia o
STYLE FIFTIES.
Marco Zanuso (1916-)