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Resultados do projecto e recomendares

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REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

Assisténcia técnica em inspeccáo

do trabalho no ámbito do Acordó de

Cooperacáo entre a OIT

e o Governo de Portugal

Resultados do projecto

e recomendares

Relatório preparado para o

Governo da República Popular da Guiné-Bissau

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As publicacöes da Reparticäo Internacional do Trabalho gozam da protecäo dos direitos de propriedade intelectual em virtude do protocolo 2, anexo à Convençào Universal sobre o Direito do Autor. Entretanto, pequeños trechos das mesmas podem ser reproduzidos sem autorizacäo, com a condiçào de que se mencione a fonte. Para obter os direitos de reproduçào ou traduçào, os pedidos devem ser encaminhados a: Serviço de Publicacöes (Direitos de autor e licenças), Reparticäo Internacional do Trabalho, CH-1211 Genebra 22, Suiça, que serào bem recebidos.

ISBN 92-2-806890-6

Primeira ediçao 1988

As denominaçôes empregadas, de acordó com a prática seguida nas Naçôes Unidas, e a forma em que säo apresentados os dados nesta publicaçào, nao implicam em nenhum julgamento por parte da Reparticäo Internacional do Trabalho sobre a condiçào jurídica de nenhum dos países, zonas ou territorios citados, ou de suas autoridades, nem a respeito da delimitaçào de suas fronteiras. A responsabilidade pelas opiniôes expressadas nos artigos, estudos e outras colaboraçôes assinadas cabe exclusivamente a seus autores, e a sua publicaçào nao significa que a OIT as aprove. As referencias a firmas, processus ou produtos comerciáis nao implicam que a OIT os aprove; igualmente, o fato de que nào se mencionem firmas, processus ou produtos comerciáis nao significa desaprovaçào por parte da OIT.

As publicacöes da Reparticäo Internacional do Trabalho podem ser encontradas nas principáis livrarias ou em seus escritorios de área, em varios países, ou ser encomendadas a: Reparticäo Internacional do Trabalho, Publicacöes, CH1211 Genebra 22, Suiça -que também pode enviar, a -quem o solicitar, um catálogo ou urna lista de novas publicacöes.

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Páq.

INTRODUCÄO 1 I - ANTECEDENTES TÉCNICOS 1

II - A LEGISLACÀO DO TRABALHO 2 III - A ADMINISTRADO DO TRABALHO E OUTROS AGENTES EM PRESENTA :

A ANÄLISE DA SITUACÄO 3 A - A INSPECCÄO DO TRABALHO NA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU . . . 3

Atribuiçôes 4 Poderes 5 Organizaçâo e Pessoal 5 Meios Materiais 5 Función amento .- 6 Visitas de Inspecçao 6 Acçâo Coerciva e Acçâo Orientadora 7

Formaçao 7 Organizaçâo Administrativa 7

Actividade Conciliatoria 8 B - OS SERVICOS DE HIGIENE E SEGURANCA DO TRABALHO 8

C - AS OUTRAS ADMINISTRAMES E A SEGURANCA

E HIGIENE DO TRABALHO 9 D - OS PARCEIROS SOCIAIS 9 IV - TRABALHOS DA MISSÀO 10

A - ACCÖES DE F0RMACÄ0 DO PESSOAL DA INSPECCÄO,

MÉTODOS E REGRAS DE CONTROLO 11 B - REESTRUTURACÄO DA INSPECCÄO DO TRABALHO E DOS

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V - SUGESTOES E RECOMENDARES PARA A ACCAO FUTURA 12

A - NA ÁREA DA INSPECCÁO DO TRABALHO 13 B - NO DOMINIO DA SEGURANCA, HIGIENE

E RISCOS PROFISSIONAIS 16 C - SUGESTOES REFERENTES Á COOPERACÁO INTERNACIONAL 17

A N E X O S

I - PROGRAMA DE TRABALHOS

II - PROJECTO DE REGULAMENTO DA INSPECCÁO GERAL DO TRABALHO E SEGURANCA SOCIAL

III - PROJECTO DE DIPLOMA LEGAL CRIANDO O CONSELHO NACIONAL DE HIGIENE E SEGURANCA DO TRABALHO

IV - PROJECTO DE REGULAMENTO DO CONSELHO NACIONAL DE HIGIENE E SEGURANCA DO TRABALHO

V - SERIE DE MODELOS IMPRESSOS IGTSS/MOD. 1 A 11

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1. As autoridades competentes da República da Guiné-Bissau, no seu esforço para melhorarem a organizaçâo e o funcionamento da inspecçào do trabalho, designadamente através da formaçlo do pessoal da inspecçào e elaboraçâo de um novo estatuto, manifestaram à Organizaçâo Internacional do Trabalho o seu interesse em receber assistência técnica.

2. Como resposta e meio de se atingirem estes objectivos foi criado este projecto, que se enquadra no Acordó de Cooperaçào 0.1.T./Portugal e mereceu o consenso das autoridades da Guiné-Bissau.

3. Ao perito foram fixados os objectivos de proporcionar assistência técnica as autoridades competentes do sector do trabalho no campo da

inspecçào do trabalho, designadamente os seguintes:

a) Preparar e executar um programa de formaçâo para o pessoal da inspecçào do trabalho;

b) estabelecer métodos e regras de controlo para a efectiva aplicaçào prática da legislaçâo do trabalho;

c) analisar a estrutura orgánica e o estatuto dos serviços da inspecçào do trabalho a fim de determinar a necessidade de introduzir adaptaçôes e de elaborar um regulamento de funcionamento dos mesmos.

E ainda, na medida do possível, colaborar na organizaçâo e regulamentaçâo dos serviços de higiene e segurança no trabalho.

4. 0 Director Geral da O.I.T. agradece à Ministra da Funçâo Pública, Trabalho e Segurança Social, Dra. Henriqueta Godinho Gomes e, por seu intermedio, à UNTG - Uniâo Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau e à Associaçâo Comercial, Industrial e Agrícola, o excelente acolhimento e ajuda no desenvolvimento do projecto.

5. Em particular, realça-se _o inexcedível interesse e a importante contribuiçào do Inspector-Chefe, Joao Fali Baldé, que em muito fácilitaram o trabalho, e regista também a contribuiçào dada pelas demais autoridades contactadas.

I - ANTECEDENTES TÉCNICOS

6. A Guiné-Bissau ascendeu à Independencia em Setembro de 1973, sendo a populaçâo de 860.000 habitantes e o produto nacional bruto per capita avaliado em cerca de 20.000 pesos guineenses.

7. Nos últimos anos, a política de desenvolvimento em que o Governo se tem empenhado tem provocado urna recuperaçâo económica já sensível, traduzida no aumento das exportaçoes e do investimento em infraestruturas económicas, em muitos casos corn a ajuda externa.

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8. Assiste-se também a urna política de dinamizagao do sector privado e liberalizarlo económica em muitos sectores, registando-se um acentuado clima de confianga interna.

9. A populacho activa é da ordem do meio milhao de pessoas e está concentrada na agricultura cerca de '85 por cento. A industria e os servidos estáo situados sobretudo na ilha de Bissau, onde fica a capital do país e também se encontra mais de 75 por cento da máo de obra assalariada.

10. A seguranza social, excluidos os funcionarios públicos, abrange cerca de 6.000 trabalhadores por conta de outrem, estima-se que apenas um pouco mais de metade dos que deveria abranger e, na prática, nao se estende ainda aos trabalhadores agrícolas, embora a lei o preveja.

II - A LEGISLACÁO DO TRABALHO

11. Na parte referente aos direitos, liberdades e garantias individuáis, a Constituidlo do país consagra o trabalho como um direito e um dever e prevé que "aquele que trabalha tem direito á protecgáo, seguranza e higiene no trabalho". Em cumprimento deste preceito constitucional o Governo ratificou muitas das Convences da O.I.T. e publicou legislagáo fundamental, como o seguro obrigatório de acidentes de trabalho e doengas profissionais (Decreto 4/86), Lei Geral do Trabalho (Lei no. 2/86) e o regime geral da previdencia social dos trabalhadores (Lei no. 5/86). Aguarda publicagáo um diploma legal fixando o salario mínimo nacional.

12. A Lei Geral do Trabalho é muito avangada, tutelando adequadamente os direitos e deveres dos trabalhadores e empregadores e é aplicável ao trabalho agrícola, faltando contudo a regulamentarlo para ser aplicável ao trabalho portuario e nao é aplicável ao trabalho a bordo e ao trabalho doméstico.

13. O grau de aplicagao das normas, salvo ñas grandes empresas, parece-nos insuficiente e é praticamente nulo no sector agrícola, embora seja de considerar, por um lado, que a legislagáo é muito recente e portadora de quadros jurídicos de referencia diferentes dos existentes maioritariamente no meio e, por outro, que o controlo do seu cumprimento ao nivel dos órgáos dele encarregados tem tido também limitagóes, e nao só as decorrentes da sua própria estrutura e funcionamento, como também as resultantes das dificuldades de afirmagáo destes Servidos numa economia até há pouco dominada pelo próprio Estado e cujos gestores só com muita relutáncia vinham aceitando o papel da inspecgao, porquanto a sua intensa ligagao á tutela económica ministerial os levava a considerar tais empresas como meros órgaos do Estado, e, enquanto tal, também agentes do poder.

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14. Também a Lei Geral do Trabalho prevé a negociagáo colectiva e regula todo o processo de negociado, reservando aos parceiros sociais um importante e insubstituível papel, que nao tem aínda qualquer alcance prático, mas que o Governo deseja promover. 0 principal problema reside na débilidade do associativismo empresarial que carece de um forte impulso.

III - A ADMINISTRACÁO DO TRABALHO E OUTROS AGENTES EM PRESENCA: ANAL ISE DA SITUACAO

A) - A Inspecgáo do Trabalho na República da Guiné-Bissau

15. 0 perito veio encontrar na Guiné-Bissau urna grande compreensáo pelo papel da inspecgáo do trabalho como instrumento indispensável ao progresso e justiga social e a um desenvolvimento harmonioso das forgas produtivas, considerando o seu papel na concepgáo, melhoria e aplicagáo da legislado do trabalho e das medidas sociais tomadas pelas autoridades. E nao só compreensáo, porquanto há também urna enorme determinado política no sentido de inventariar as dificuldades, definir objectivos claros e tomar as medidas adequadas, tendo em conta a real situagáo do país.

16. 0 ano de 1988 foi consagrado pelo Governo á "reestruturagáo e eficiencia em todas as áreas de actividade" e estes objectivos mobilizadores favorecem a preparagáo e tomada de novas medidas, que, naturalmente, sao necessárias.

17. Integrada no Ministerio da Fungáo Pública, Trabalho e Seguranga Social, criado há cerca de dois anos, a inspecgáo do trabalho viu o seu papel muito reforgado com a criagáo deste Ministerio, passando a ter na estrutura e hierarquia da administragáo pública do país urna posigáo de destaque, estando directamente dependente do Ministro.

18. A inspecgáo do trabalho é já um órgao disciplinado e dotado com funcionarios interessados e bem selecionados, se tivermos em conta a falta de recursos humanos no país, apesar de haver muitíssimas limitagoes como veremos.

19. Falta contudo por em vigor, nos termos legáis, a lei orgánica do Ministerio, cujo projecto se encontra preparado há muito e foi mesmo implementado na prática por despacho ministerial.

20. Esse Ministerio tem ñas sua~s atribuigoes "...propor e executar a política de trabalho, emprego e formagáo profissional..." e ainda "...propor e executar a política de seguranga social.".

21. Tal como acontece com o Ministerio da Fungao Pública, Trabalho e Seguranga Social, também a inspecgáo do trabaho nao tem o seu novo estatuto legalmente aprovado e publicado, mas existe um projecto de estatuto apontando para a criagáo da Inspecgáo Geral do Trabalho e Seguranga Social (IGTSS) que vem sendo implementado como se de urna verdadeira lei se tratasse já por forga igualmente de um despacho ministerial. Há, por isso, práticas administrativas em conformidade com ele e vem-se trabalhando com vista á preparagáo do pessoal e na organizagáo dos meios para que tudo esteja preparado logo que formalmente entre em vigor.

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22. As autoridades da Guiné-Bissau nao ignoram, porém, que há muitas dificultades e limitaçoes na actuaçao da inspecçào do traba!ho só superáveis com a legislaçâo que preparam e que esperam vir a por em vigor brevemente.

23. Enquanto isso nao acontece, a inspecçào do trabalho rege-se, em nosso entender, pelo Decreto no. 43637, de 2 de Maio de 1961, ainda do período colonial, e que foi mantido em vigor pela Lei 1/73 do Governo da República da Guiné-Bissau, embora nao seja normalmente invocado, como se compreende.

24. Contudo, sao de ter em conta todas as realidades que viemos encontrar, designadamente as referidas práticas administrativas, dado tratar-se de um país recém-chegado à independencia em condiçoes extremamente difíceis, cujo edificio jurídico está sendo levantado com compreensíveis dificultades.

ATRIBUICQES

25. A inspecçào do trabalho tem autonomía técnica e o seu pessoal dispöe de poderes de autoridade, mas, quanto à sua independencia, nao estâo preenchidas as condiçoes de que depende, ou seja, nao há estatuto ou condiçoes de serviço que garantam ao pessoal de inspecçào a estábilidade nos seus empregos e os tornem independentes de modificaçoes de Governo ou de quaisquer outras condiçoes externas inconvenientes, problema que foi equacionado no projecto e que se espera venha a ser ultrapassado. É, pois, necessário ter em conta as regras de contrataçâo, categorias, acessos, remuneraçoes convenientes, etc.

26. A inspecçào exerce a sua acçâo em todo o territorio nacional, mas na prática está limitada à zona da capital do país, e em todos os sectores de actividade e ñas empresas públicas, privadas, mistas e cooperativas. Os serviços do Estado nao sao por si controlados. Entre as suas atribuiçôes estâo:

assegurar e fiscalizar o cumprimento das normas de direito do trabalho e de segurança social relativas as condiçoes de trabalho,- incluindo salarios, carreiras profissionais, higiene, segurança e saúde dos traba!fiadores;

apreciar a situaçâo de relativamente à inscriçâo segurança social ;

empregadores e traba!hadores e efectivaçao de descontos para a

receber queixas, empregadores;

reclamaçôes ou petiçoes de traba!hadores e

assegurar e fiscalizar o cumprimento das normas constantes dos regulamentos internos das empresas;

alertar os departamentos competentes para as insuficiencias detectadas, por nao existencia ou inadequaçao de disposiçôes legáis cujo cumprimento lhe incumba assegurar;

participar nos estudos_ preparatorios de elaboraçio ou reformulaçâo da legislaçâo laboral ou de segurança social;

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exercer urna acçâo educativa, orientadora e informativa junto dos trabalfiadores, empregadores e respectivas associaçoes.

PODERES

27. No exercício das suas funçôes o pessoal de inspecçào pode:

entrar livrevemente, a qualquer hora do dia ou da noite, nos locáis de trabalho sujeitos à sua fiscalizaçâo;

proceder a exames, inspecçôes, averiguaçôes e outras diligencias julgadas necessárias para se certificar de que as leis e regulamentos sao efectivamente observados;

requisitar para consulta os livros, registos e outros documentos necessários;

levantar autos de noticia;

promover a anal i se e a recolha de amostras de substancias e materiais utilizadas ou manipuladas nos processus de elaboraçào.

28. Nos dominios da segurança, higiene e saúde dos trabalhadores, o pessoal da inspecçào tern também poderes para, na iminência de riscos graves para a saúde dos trabalhadores, ou na ocorrência de condiçoes manifestamente inadequadas de segurança e higiene no trabalho, determinar que os empregadores adoptem as medidas imediatas mais convenientes e que podem ir até ao encerramento ou suspensao imediata da laboraçào.

0RGANIZACÀ0 E PESSOAL

29. A inspecçào do trabalho é dirigida por um Inspector-Chefe e todos os serviços estäo centralizados em Bissau, estando previstos no projecto já referido, serviços regionais ñas tres provincias em que, além do Sector Autónomo de Bissau, se divide o país. 0 pessoal investido em funçôes é o

seguinte:

dirigente: um inspector-chefe

pessoal de inspecçào: um inspector e sete agentes de fiscalizaçâo.

Os efectivos sao manifestamente insuficientes, havendo a referir em especial a falta de pessoal de apoio técnico e administrativo.

MEIOS MATERIAIS

30. Os meios materiais, sobretudo meios de transporte, documentaçào, instrumentos de medida, instalaçôes e apoio logístico nao sao suficientes e em alguns casos inexistem. Quanto aos meios de transporte, dispoe há poucos meses de um Jeep todo o terreno, o que constituiu urna considerável

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melhoria, mas há ainda alguns problemas, pois um carro é manifestamente insuficiente para cobrir todo o país e quanto as motorizadas, além de nao ajudarem muito à criaçâo da imagem de prestigio e autoridade que deve ser característica do pessoal de inspecçâo, mas que transitoriamente e devido as dificuldades do país se podem admitir no meio urbano, nao há ainda capacetes, nao tendo entrado por conseguinte ao serviço. A documentaçâo é mínima e está no Centro de Documentaçâo do Ministerio, nào havendo documentaçâo elementar, legislativa, nomeadamente, à disposiçâo de cada funcionario de inspecçâo ou grupo de funcionarios. Nao há instrumentos de medida essenciais no dominio de segurança e higiene no trabaho.

FUNCIONAMENTO

31. A acçào da inspecçâo do trabalho, apesar das boas vontades e devido sobretudo as muitas dificuldades, cobre apenas o Sector Autónomo de Bissau. Verifica-se, pois, que fábricas, estabelecimentos comerciáis ou empresas agro-industriais importantes nao sao fiscalizadas e também que muitas obras de infraestruturas ocupando milhares de trabalhadores no seu conjunto sào começadas e concluidas sem que alguma vez tenha havido intervençâo da inspecçâo do trabalho. E, como tivemos ocasiâo de observar, as obras surgem um pouco por todo lado e váo desde a construçâo de escolas ou habitaçôes para funcionarios e cidadâos, à vias de comunicaçâo, portos fluviais, instalacöes hoteleiras, redes de agua, electricidade, transportes, etc.

32. Há zonas da actividade económica quase ignoradas, como é o caso das pequeñas empresas comerciáis e industriáis - por sinal aquelas onde as infracçoes säo mais fréquentes e mais se exige um esforço inspectivo - e também o caso dos transportes rodoviários onde a situaçào nos parece particularmente anárquica e nao há também controlo de horarios de conduçao. Ñas empresas públicas a actividade inspectiva tem sido meramente pontual.

VISITAS DE INSPECÇAO

33. As visitas de inspecçâo säo ainda insuficientes, mesmo considerando a falta de meios existente, sendo necessário definir objectivos mais ambiciosos e pormenorizados donde constem os números medios a atingir e avaliar corn frequência os resultados. Foi positivo, e é exemplo a seguir, o programa que viemos encontrar com o objectivo de aumentar o número de trabalhadores inscritos na segurança social por meio fundamentalmente da acçào pedagógica e que, alias, constituí'u um éxito relativo pois o número de trabalhadores aumentou substancial mente, embora haja ainda muito a fazer também neste dominio. 0 mesmo aconteceu com o levantamento do trabalho de estrangeiros. Embora o número de visitas inspectivas nao esteja a ser apurado, até agora estima-se que o seu número é baixo e que também as visitas por iniciativa propria sao poucas e nao têm carácter periódico e sistemático. ' Em regra, a inspecçâo actúa na sequência de queixas dos trabalhadores ou sindicáis.

34. Raramente tem havido intervençoes em materia de higiene *e segurança no trabalho e nao está prevista na legislaçâo a remessa à inspecçâo do trabalho, das comunicaçoes sobre acidentes no trabalho e doenças profissionais. Há pouca colaboraçâo com outros orgaös da

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administrado pública e parceiros sociais e quando existe é meramente pontual.

35. Quanto a prevengao de riscos profissionais também a inspecgao nao está apetrechada para ter um papel significativo e o Instituto Nacional de Seguros e Previdencia Social, a quem tem cabido até agora a competencia principal, também tem muitas limitagóes. No entanto, foi positivo ter organizado em 1987 um seminario sobre prevengao.

ACCÁO COERCIVA E ACCÁO ORIENTADORA

36. 0 tipo de acgáo até aqui exercida tem sido só de natureza pedagógica, educativa ou orientadora, que, alias, corresponde melhor á situagáo concreta do país, dado o fraco desenvolvimento das forgas produtivas e o baixo nivel-de escolaridade das pessoas em idade activa, que tem de ser instruidas e ensinadas, convencendo-as das vantagens que resultam do cumprimento das leis. É todavia de assinalar que nao foi desencadeada nos últimos anos qualquer acgáo coerciva, que, por natureza, é mais complexa e exigente em termos de preparagáo jurídica e técnica. Embora a inspecgao nao deva ter um pendor policial e repressivo, nos casos em que é estritamente necesario recorrer a acgáo coerciva esta deve exercer-se sob pena de perder eficária, autoridade e prestigio. Ligado também com a acgao coerciva está o funcionamento dos Tribunais que, segundo os parceiros sociais é moroso. As causas do trabalho sao dirimidas nos Tribunais comuns.

FORMACÁO

37. A formagao do pessoal de inspecgao tem sido feita fundamentalmente no estrangeiro, em diversos países, sendo de realgar a importancia deste esforgo. Todavia, tem faltado a criagáo de condigoes para que os funcionarios se fixem na própria inspecgao, pelo que alguns deles depois de obtida a formagao a tem abandonado. É notoria urna insuficiente preparagáo jurídica e no dominio técnico o que, de certo modo, se tentou ultrapassar na execugao do projecto em que vimos trabalhando e, neste aspecto, eremos que a cooperagáo internacional a fazer no próprio país com base em programas que tenham em conta a situagáo real e definam objectivos possíveis de alcancar, é muito positiva. Nao tem havido cursos de formagao inicial para o pessoal de inspecgao e a formagao permanente ou continua, periódica e adaptada á evolugáo das relagóes laboráis e do direito no país nao terá sido ainda suficiente.

ORGANIZACAO ADMINISTRATIVA

38. A organizagáo administrativa da inspecgao ná*o contempla ainda urna autoridade central, embora esteja prevista no projecto de estatuto, o que traz inconvenientes, tais como:

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dificuldades de coordenaçâo efectiva com outros Ministerios ou serviços;

fraco desenvolvimento da programaçào de actividades e das campanhas de prevençâo e de divulgaçâo em materia de segurança, higiene, etc.;

inexistencia ou fraco desenvolvimento da avaliaçào da acçâo de inspecçào, designadamente dos resultados obtidos.

39. A organizaçlo da inspecçào do trabalho a nivel nacional está prevista no projecto de estatuto também, incluindo a criaçào de tres Delegacöes Provinciais. Em Bissau, o pessoal de inspecçào näo é assistido na efectivaçâo de tarefas administrativas e de apoio em gérai, o que resulta em prejuízo da sua funçào principal com um reduzido número de visitas e da actividade em geral.

ACTIVIDADE CONCILIATORIA

40. A inspecçào do trabalho vem exercendo tarefas de conciliaçâo nos conflitos individuáis, estimando o proprio pessoal de inspecçào que ocupa cerca de 40 por cento do seu tempo nestas tarefas, com prejuízo, naturalmente,- das funçoes principáis nos próprios locáis de trabalho. Esta situaçào pode por também em causa as funçoes da inspecçào do trabalho na aplicaçâo da legislaçào de carácter imperativo e da prevençâo em geral e remete-a para funçoes internas tipicamente burocráticas em parte, convocando as partes envolvidas e solucionando as mais das vezes os conflitos sem que o pessoal de inspecçào se desloque aos locáis de trabalho.

B) - Os Serviços de Higiene e Segurança do Trabalho

41. 0 legislador cometeu ao Instituto Nacional de Seguros e Previdencia Social "0 exercício da prevençâo e segurança, nomeadamente dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, com vista à diminuiçâo de acidentes e à minimizaçào dos seus efeitos" (Art. 5o., alinea "c") da Lei Orgánica do I.N.S.P.S.), competindo à Direcçào Geral da Previdencia Social "promover ou colaborar no estudo e adopçâo de medidas de prevençâo susceptíveis de evitar ou diminuir a gravidade das situaçoes que originam danos físicos ou pecuniarios..." (Art. 36o., alinea " a " ) .

42. Embora tenham sido tomadas algumas iniciativas pelo INSPS, como o curso de prevençâo que já referimos, nào houve avanços significativos nos dominios da prevençâo e estudo dos riscos profissionais, do planeamento e coordenaçâo de acçôes de ámbito nacional, da legislaçào e normal izaçào sobre prevençâo de riscos profissionais, bem como no desenvolvimento de acçôes de apoio, formaçào e divulgaçâo, especialmente nos locáis de trabalho.

43. Entretanto, tanto o projecto da lei orgánica do Ministerio da Funçâo Pública, Trabalho e Segurança Social, como o projecto de regulamento da Inspecçào Geral do Trabalho e Segurança Social, preparados

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pela autoridade competente, e postos a vigorar internamente por despacho ministerial, optam pela integragáo dos servidos de higiene, e medicina no trabalho na Inspecgáo Geral do Trabalho e Seguranza Social e nao no INSPS que, alias, a mesma autoridade tutela. De acordó com esta opcáo, há urna técnica licenciada em Sociologia, que já recebeu formagio no estrangeiro e procede neste momento a um levantamento da situagao ñas empresas em materia de higiene e seguranza, de que ainda nao há quaisquer dados, mas, em rigor, está praticamente tudo por fazer.

C) - As outras Administrares e a Seguranza e Higiene do Trabalho

44. Em materia de riscos profissionais outros Ministerios tém um papel a desempenhar, como é o caso do Ministerio da Saúde Pública, Ministerio dos Recursos Naturais e Industria.

45. 0 Ministerio da Saúde Pública:- Neste Ministerio funciona a Direcgáo de Higiene e Saneamento do Meio Ambiente a quem compete fazer cumprir normas de higiene e seguranza nos estabelecimentos comerciáis e industrias, vistoriando também a abertura dos mesmos estabelecimentos. Segundo os seus responsáveis, os técnicos sao polivalentes e tomam medidas no dominio da higiene e salubridade públicas, e enviam agua e alimentos para análise. Existe também urna Divisáo de Educagáo Sanitaria.

46. 0 Laboratorio Nacional de Saúde Pública, também integrado neste Ministerio, fazendo análise da agua e alimentos, nao procede á análise de poeiras, produtos industriáis, níveis de poluigáo, etc. e nao há qualquer servigo ou órgao que a el as proceda.

47. 0 Ministerio da Seguranca Nacional e Ordem Pública:- Este Ministerio tutela o Comando Geral dos Bombeiros Humanitarios de Bissau, que é o servido estatal competente em materia de prevengao e extinglo de incendios. Com poucos meios, dispoe de funcionarios com formagáo superior que estarao certamente sub-aproveitados e poderiam constituir um reforgo (em situagao de acumulagao, tal vez) para outros órgaos com fungóes de prevengao como o INSPS ou a inspecgáo do trabalho. Referimo-nos concretamente a tres Engenheiros Técnicos que chefiam os Departamentos de Prevengao de Incendios, de Operagoes e de Extingao de Incendios. A sua actividade tem sido diminuta, mas, de momento, estao a avangar com acgoes pedagógicas e formativas ñas empresas com vista á constituigáo de Brigadas de Incendios, com a missio de forgas auxiliares dos corpos de bombeiros. De registar, que sendo o Comando Geral dos Bombeiros Humanitarios de Bissau a única entidade que dispoe de equipamento de recarregamento de pó químico e de óxido de carbono no país, este está neste momento avariado, sendo de crer que muitos extintores existentes nos estabelecimentos tenham ultrapassado o prazo de validade das cargas.

0 Ministerio dos Recursos Naturais e Industriáis:- Neste Ministerio há a Direcgáo Geral da Industria a quem cabe a autorizagáo das instalagoes de novos estabelecimentos industriáis e proceder as necessárias vistorias e aprovagóes e também a Direcgao Geral de Energia sob cuja autoridade e fiscalizagao se encontram quaisquer instalagoes eléctricas e linhas de transporte de energia.

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49. A UNTG - Uniáo Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau tem tido um papel de relevo na formacáo dos trabal hadores das empresas e quadros sindicáis em materia de prevencáo dos riscos profissionais.

50. A experiencia da UNTG pode ser aproveitada pela inspeccáo do trabalho, que ñas visitas aos locáis de trabalho deve contactar os comités sindicáis, designadamente os do pelouro de seguranga e higiene ou utilizar a assessoria técnica dos membros sindicáis especializados com carácter sistemático, urna vez que a experiencia do pessoal de inspecgáo neste dominio é pouquissima.

51. As entidades empregadoras tém ainda urna organizacáo muito incipiente, existindo somente a Associacao Comercial, Industrial e Agrícola da Guiné-Bissau, que na prática nao funciona por falta de

instalares adequadas e de participacáo empenhada dos empregadores. Aguarda-se que seja publicada a Lei das Associacóes de Empregadores, prevista pelo legislador na Lei Geral do Trabalho, tal como a das Associacóes Sindicáis, e ainda nao aprovadas, para se poder avaliar das suas possibilidades de intervencáo futura, isto segundo o seu Presidente da Direccáo. De qualquer modo, enquanto agentes económicos e sociais interessados e indispensáveis, a sua participacáo e envolvimento pelas vias possíveis em materia de prevencáo de riscos profissionais é fundamental para a eficacia de qualquer política, cabendo ao Estado criar as condicóes necessárias para que os empregadores públicos ou privados participem.

52. As relacoes dos parceiros sociais com a inspeccáo do trabalho sao óptimas, embora nao tenham no entender do perito, urna expressáo suficiente.

IV - TRABALHOS DA MISSÁO

53. Permanecemos na República da Guiné-Bissau de 7 de Maio a 25 de Junho. 0 nosso trabalho desenvolveu-se por oito fases principáis:

de 9 a 14 de Maio, procedemos á análise da organizacáo de todo o sistema nacional de inspeccáo ñas áreas técnica e jurídica e das operacoes e tarefas que já sao feitas, avaliacáo da sua realizagáo e do comportamento do pessoal da inspeccáo em tres vertentes:- conhecimentos, capacidades e atitudes, mediante análise individual dos funcionarios no seu trabalho;

de 16 a 17 de Maio, curso de formagáo sobre a inspecgáo do trabalho/sua missáo;

de 18 a 19 de Maio, curso sobre principios gerais e conceitos fundamentáis de Direito, Civil, Comercial, Penal e Processual Penal;

de 20 a 25 de Maio, curso sobre Direito do Trabalho;

de 26 de Maio a 3 de Junho, curso sobre seguranga e higiene no trabalho;

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de 6 a 10 de Junho, curso sobre métodos e regras de controlo para a efectiva aplicaçâo prática da legislaçâo;

de 13 a 17 de Junho, visitas a estabelecimentos, com exercícios práticos sobre as condiçoes de trabalho, segurança e higiene, sua análise e discussáo;

de 20 a 24 de Junho, estudo e elaboraçâo de um projecto de regulamento da inspecçâo do trabalho.

54. Encontrar-se-á, em anexo, o programa devidamente detalhado, referindo os objectivos de cada acçâo e materias tratadas.

A) - Acçôes de formaçào para pessoal da inspecçâo, métodos e regras de controlo

55. As acçôes de formaçào programadas decorreram conforme o plano apresentado e com um bom nivel de adesáo por parte do pessoal de inspecçâo como ficou demonstrado nos muitos testes de avaliaçâo efectuados e entregues as autoridades.

56. Os resultados revelados pelos testes, confirmam urna boa apreensáo dos conhecimentos ministrados, embora nao tenhamos ido além dos ensinamentos básicos, sobretudo ñas materias de segurança e higiene que, por serem muito complexas, tiveram de ser dadas a um ritmo adequado à pouca experiencia de muitos dos funcionarios.

57. Em materia' de organizaçào e métodos de trabalho procedemos ao estudo e normalizaçâo de 16 impressos de modelos diferentes tendentes a facilitar o trabalho do pessoal de inspecçâo, a recolha de informaçào e o seu tratamento estatístico. Além disso, demos a necessária formaçào para a sua correcta utilizaçâo e procedemos à sua implementaçâo provisoria. Foram estabelecidas duas séries diferentes de impressos, a seguir indicadas e que se anexam também ao presente relatório:

a) a série IGTSS/Modelos 1 a 11, destina-se aos funcionarios de inspecçâo e conselhamento e os varios modelos, nao so contribuem para a melhoria da qualidade e trabalho efectuado, como permitem a normal izaçlo da recolha dos dados necessários aos apuramentos estatisticos.

b) série IGTSS/Estatísticas/Modelos 1 a 8, que traduzem estatisticamente o trabalho efectuado por cada um dos funcionarios e pela inspecçâo no seu conjunto e sao também um importante instrumento de gestâo e fonte de diversas informaçôes para o Governo, pois a inspecçâo do trabalho tem acesso permanente a um conjunto de dados de caráter laboral e sócio-económico que correctamente transmitidos seráo um elemento precioso para a definiçao de novas políticas e acompanhamento ou correçâo atempada das que se encontram em fase de implementaçâo e avaliaçâo dos seus resultados práticos.

(16)

B) - Reestruturagao da Inspecgao do Trabalho e dos Servidos de Higiene e Seguranga do Trabalho

58. A necessidade da reestruturagao da inspecgao do trabalho vem sendo reconhecida pelas autoridades da Guiné-Bissau, que neste processo vem-se empenhando desde que foi criado o Ministerio da Fungáo Pública, Trabalho e Seguranza Social, tendo a Senhora Ministra determinado, ao nivel dos servigos, práticas administrativas em conformidade com um projecto de estatuto que mereceu a sua concordancia.

59. Por tudo quanto atrás escrevemos e nos dispensamos de repetir, é tarefa urgente por em vigor um novo estatuto orgánico da inspecgao do trabalho, já que, como é sabido, as práticas administrativas nao tém qualquer eficacia ou forga exteriores aos próprios servigos.

60. Ao perito foi fornecido o projecto de estatuto da inspecgao do trabalho a que fizemos referencia e que simultáneamente é também de reestruturagao dos servigos de seguranga e higiene do trabalho. Esta opgáo de integrar na inspecgao do trabalho os servigos de seguranga e higiene do trabalho nao parece desaconselhável nesta fase, atendendo á falta de quadros técnicos e dirigentes do país, ao fraco nivel de desenvolvimento das forgas produtivas e ao facto da inspecgao do trabalho poder assegurar no relacionamento com outros departamentos ministeriais um papel de relevo a esta problemática e garantir, através da acgáo prática, urna eficacia que um órgáo novo, com poucos recursos humanos e materiais, poderia demorar anos a atingir, como a experiencia nos diz.

61. Claro que também seria possível, e teria igualmente vantagens, a integragáo dos servigos de seguranga e higiene do trabalho no próprio Instituto Nacional de Seguros e Previdencia Social, que por forga dos estatutos já tem competencias no dominio da prevengáo e é o órgáo nacional que assegura a reparagáo dos casos de acidentes de trabalho e doengas profissionais. Contudo, nao se espera que o INSPS abandone ou deixe de ter competencia em materia de prevengáo, pelo contrario, é desejável que a aprofunde, naturalmente em ligagao com a óptica de reparagáo que lhe cabe e em estreita coordenagáo ás demais autoridades.

62. Todavia, para reforgar o papel da prevengáo, o perito entende que é necessário, num país onde de facto os recursos humanos faltam, favorecer a coordenagáo das actividades e intervengóes dos varios organismos públicos e ainda estabelecer um quadro institucional de participagáo destes e dos parceiros sociais ñas questóes de seguranga e higiene do trabalho, através de um órgáo que goze de urna grande autoridade e possá desencadear a mobilizagáo e coordenagáo de esforgos e actividades.

V - SUGESTÓES E RECOMENDACOES PARA A ACCAO FUTURA

63. 0 perito entende fazer sugestóes e recomendagoes na área de inspecgao do trabalho e também no dominio da seguranga, higiene e riscos profissionais.

(17)

A) - Na área da Inspecgáo do Trabalho:

- a publicagáo e entrada em vigor de um novo estatuto;

- a competencia generalizada do pessoal de inspecgáo é a que melhor se ajusta á situagáo_actual do país, mas é necessário recrutar pessoal de inspecgáo com formagáo de base nivel universitario diversificada;

- a resolugáo formal dos conflitos de trabalho individuáis deverá ser exercida através das vertentes de informagáo e aconselhamento de empregadores e trabalhadores de modo a nao por em causa o seu papel de garante do cumprimento da lei e ainda a nao predudicar as tarefas principáis, designadamente as visitas aos locáis de trabalho;

- é urgente aumentar substancialmente as visitas as empresas e efectuar inspecgoes sistemáticas "á*s condigoes concretas de seguranga e higiene;

- o reforgo da autoridade da inspecgáo deve passar pela sua iniciativa, programagáo de visitas sistemáticas as empresas, exercendo fundamentalmente urna acgáo pedagógica, mas nao deixando a acgao coerciva de parte, quando necessária.

- a autoridade central da inspecgáo deve ser implementada, pois que na prática só existem funcionarios executivos e as tarefas de direcgáo, programagáo de actividades, racionalizagáo das intervengóes e avaliagáo de resultados é essencial;

- a programadlo deve apontar para prioridades em fungáo dos riscos e da importancia e intensidade das violacóes da lei nos varios sectores de actividade e sobretudo ñas pequeñas e medias empresas, onde frequentemente há um número superior de violagóes;

- é necessário tratar sistemáticamente todo o trabalho da inspecgáo e apontar para níveis de produtividade aceitáveis já que a importancia e responsabilidade da inspecgáo do trabalho exigem urna avaliagáo e crítica permanente, bem como a informagáo atempada ao Governo dos principáis problemas e dificultades surgidas na efectiva aplicagáo das leis;

- impoe-se um controlo sistemático ñas áreas de seguranca e higiene e nao apenas quando se verificam acidentes de trabalho;

- os meios materiais devem ser reforjados (transporte, documentagáo) pois de outro modo nunca será possível fiscalizar as empresas mais distantes de Bissau com a frequéncia desejável, nem manter o pessoal de inspecgáo actualizado;

- os elementos da inspecgáo sao insuficientes e por isso se sugere o seu reforgo pelo menos com pessoal administrativo e técnico, libertando os funcionarios com fungóes inspectivas de tarefas burocráticas;

(18)

- é necessário organizar a inspecgáo em novos moldes, de modo a permitir que os inspectores atinjam as varias regióes do país; - as exigencias da fungió inspectiva implicam um grande dominio

técnico e jurídico das materias que estáo ñas suas competencias, pelo que se recomenda:

a) os inspectores a admitir, qualquer que seja a sua formagáo de base, devem beneficiar de urna formagáo específica durante varios meses;

b) é conveniente privilegiar a formagáo de formadores de entre os próprios funcionarios da inspecgáo, mais aptos e experientes, de modo a que possam constituir agentes permanentes de mudanga e de melhoria do nivel dos restantes, como forma de rentabilizar os esforcos do país neste dominio;

c) a transmissáo a todos os funcionarios de nocóes técnicas elementares deve prosseguir e ser aprofundada e complementada, colocando os mais conhecedores e experientes a ensinar os mais novos, através de um programa' de formacao permanente ou continua e recorrendo, sempre que possivel, á colaboragáo externa;

d) todos os funcionarios devem estar aptos ñas disciplinas técnicas a detectar perigos e a prescrever medidas que garantam o trabalho em condicóes de seguranga e higiene, promovendo-se para isso, o recrutamento logo que possivel de. inspectores-engenheiros e inspectores-médicos que poderáo contribuir para a formacao continua dos colegas.

- recomenda-se também a adopgáo de medidas urgentes no dominio das condigoes de trabalho dos funcionarios com fungóes de inspecgáo e um regime de carreiras que favorega o preenchimento dos lugares por funcionarios bem preparados e ainda a sua permanencia futura a fim de nao abandonarem a inspecgáo depois de formados, como, por vezes, tem acontecido. Tal melhoria deverá assegurar, nomeadamente, urna remuneragao suficientemente compensadora, assumindo a forma de gratificagáo, premio, ou outra, que compense o grau de exigencias que a fungáo inspectiva implica e também o grau de penosidade extremamente elevado ligado ao trabalho no exterior, viagens, deslocagóes, etc., num país em que o clima e a temperatura aconselham o resguardo e permanencia no interior dos edificios;

- a publicagao anual do relatório completo sobre as actividades da inspecgáo do trabalho, contendo nomeadamente todos os elementos referidos no art. 21o. da Convengao no. 81, com previa implementagao dum sistema de recolha estatística que permita fazé-lo com rigor;

- desenvolvimento de formas concretas de colaboragáo com as outras Administragdes que tém competencias em materia de seguranga e higiene no trabalho, designadamente INSPS e Ministerio da Saúde.

(19)

Quanto ao projecto de estatuto da IGTSS o perito considera io:

a) que os serviços de segurança e higiene tenham na estrutura do Ministerio e da IGTSS urna posiçâo mais reforçada que a prevista, dependendo directamente do Inspector Geral e que as suas funçôes essenciais de aconselhamento, apoio, assistência técnica e formaçâo, internas e externas, se nâo confundam corn as funçôes inspectivas a cargo do pessoal de inspecçâo, portanto urna como outra das funçôes poderem sair prejudicadas, embora se aponte para urna colaboraçâo estreita na acçâo, alias imprescindivel para a eficacia de ambas. Assim, os funcionarios destes Serviços nâo integrarâo a carreira inspectiva;

b) incluir normas no estatuto sobre as comunicaçôes obrigatórias a fazer à Inspecçâo do Trabalho, designadamente a notificaçâo dos acidentes de trabalho e doenças profissionais e prever sançôes nos casos de incumprimento;

c) que os serviços de inspecçâo sejam dirigidos por um Inspector-Chefe, corn funçôes de substituiçâo do Inspector Geral na sua ausencia, que coordenará os serviços locáis Delegaçoes do Sector Autónomo de Bissau e Provincias -garantindo urna uniformidade de criterios na acçâo;

d) que o apoio administrativo à acçâo propria da IGTSS seja prestado por funcionarios pertencentes aos seus quadros, atendendo à especificidade das tarefas, designadamente as de apoio aos funcionarios de inspecçâo e aos dirigentes dos varios serviços ñas áreas de estatística, programaçâo, avaliaçào de resultados, informaçâo e documentaçâo, e nao por outra estrutura do Ministerio, o que também implicaria bloqueios, divisâo de responsabilidades pelos atrasos e urna burocracia sempre empecílhadora num órgao vocacionado para a acçâo, as mais das vezes urgente;

ë) as atribuiçoes em materia de segurança social deverâo limitar-se à fiscalizaçâo do regime jurídico das contribuiçôes e das formalidades e documentos necessários;

f) que a estrutura dos serviços e chefias da IGTSS deve ser reduzida ao mínimo, porquanto urna estrutura semelhante à de países mais avançados implicaria custos elevados e o recrutamento de dirigentes que nao há, o risco do seu sub-aproveitamento e ainda de, sendo o país pequeño e tendo urna economía e estrutura empresarial ainda debéis e pouco desenvolvidas, haver em alguns serviços só dirigentes sem dirigidos. Ou seja, seria urna estrutura cara, empolada, muito formal, sobredimensionada, que demoraria muitos anos a ter alguma eficacia e com todas as condiçôes para ser urna fonte permanente de problemas;

g) que se opte por urna estrutura flexível que permita urna adaptaçào fácil no futuro e que, de momento, seja capaz de funcionar.

(20)

B) - No dominio da Seguranza, Higiene e Riscos Profissionais

65. 0 perito entende formular também neste campo algumas recomendagoes, porquanto a situagáo real existente no país quanto a este ponto poe em causa a eficacia do trabalho a desenvolver pela inspecgáo do trabalho se nao forem, na medida do possível, tomadas algumas medidas mais importantes ao nivel do Governo, tais como:

a) por em vigor um regulamento geral de seguranza e higiene nos estabelecimentos industriáis;

b) regulamentar a medicina no trabalho;

c) por em vigor um regulamento actualizado relativo á instalagáo e exploragao dos estabelecimentos industriáis;

d) institucionalizar legalmente as comissóes de seguranza e higiene ñas empresas com alguma dimensáo e definir as suas relagoes com os servidos de seguranza das empresas, inspecgáo do trabalho e médico do trabalho, quanto exista;

e) elaborar e por em vigor regulamentagao respeitante á protecgáo dos trabalhadores contra os agentes químicos e físicos;

f) regulamentar a sinalizagab de seguranza;

g) por em vigor um regulamento contra os riscos de incendio;

66. Falta também um certo número de regulamentos mais específicos, como os das caldeiras a vapor, recipientes de gaz sob pressáo, trabalho mecánico da madeira, seguranga" das embarcagoes, etc. Existe já um diploma que fixa o regime de exploradlo das pedreiras, em que um capítulo é dedicado as condigoes de seguranga, mas estas normas parecem ainda insuficientes.

67-. Cumpre no entanto assinalar que a Lei Geral do Trabalho, no seu art. 161o., prevé, de certo modo, urna solugao satisfatória para este período de transí gao em que se prepara a legislagáo complementar nos dominios das condigoes de seguranga, higiene e protecgáo da saúde dos trabalhadores. Tal solugao consiste em "na eminencia de riscos graves para a saúde dos trabalhadores ou na ocorréncia de condigoes manifestamente inadequadas de seguranga e higiene no trabalho" a inspecgáo do trabalho poder determinar a adopgáo de medidas correctivas adequadas, fixando prazo razoável para o efeito, e sancionar os empregadores que nao as adoptem nos prazos indicados.

60. Sugerimos a criagio de um Conselho Consultivo Tripartido Nacional para a Seguranga e Higiene do Trabalho, presidido pelo Ministro da Fungáo Pública, Trabalho e Seguranga Social e com urna larga representagao de todos os departamentos ministeriais interessados, do INSPS, Inspecgao do Trabalho, Sindicatos e empregadores.

69. Esta estrutura, implicando baixos custos, resolvería o problema de nenhum órgáo poder impor-se i sol adámente na actual situagáo, por falta de recursos humanos, e obrigaria a urna programagáo concreta das acgóes dos varios organismos, apreciando e avaliando também os seus resultados.

(21)

C) - Sugestoes referentes á Cooperagáo Técnica Internacional

70. Cabe ao Governo da República da Guiné-Bissau decidir sobre o dominio e modalidades do recurso á cooperagáo técnica internacional, tendo em conta as análises, sugestoes e recomendagóes contidas no presente relatório. Por isso, avanzamos com urna simples amostra de projectos eventuais de cooperagáo internacional que se apresenta a consideragáo do Governo.

Assim:

Execugáo da política de prevengáo; dois peritos internacionais em materia técnica e de legislarlo e regulamentagáo referente a prevengáo dos riscos profissionais (dois meses); urna bolsa de estudo a um alto funcionario da Guiné-Bissau da Direcgáo de Servigos de Higiene e Seguranza para estágio em pelo menos dois países estrangeiros.

Inspecgáo do Trabalho: concessao de duas bolsas de estudo a altos funcionarios da Guiné-Bissau (futuros formadores e/ou dirigentes) para estágio em dois países estrangeiros (4 meses) sendo urna délas voltada especialmente para as materias de higiene e seguranga; um perito internacional em inspecgáo do trabalho para aprofundamento da formagao teórica e prática dos inspectores do trabalho (capacitagáo e métodos) iniciada com o presente projecto (um mes).

(22)

ANEXO I

PROGRAMA DE TRABALHOS

No projecto em que tenho a honra de colaborar na qualidade de perito em inspecçâo do trabalho ao serviço da O.I.T./ADMITRA-assistência no campo da inspecçâo do trabalho ao Governo da República da Guiné-Bissau foram-me determinadas tarefas para as quais se impöe preparar um programa de trabalho.

Houve, pois, que efectuar um diagnóstico previo, recolher, analisar e tratar informaçôes de variadas fontes e a documentaçâo que solicitamos e ainda ouvir as autoridades da Guiné-Bissau, tendo sobretudo em atençâo que um programa de formacáo em geral, e também em concreto, pressupôe, entre outros, alguns factores importantes que condicionan! o seu éxito, tais como:

- Tem de ser concebido em funçâo das necessidades analisadas em diagnóstico previo à organizaçào e ao seu funcionamento;

- Deve ser elaborado corn a participaçâo dos próprios interessados;

- Deve adaptar-se à mentalidade específica do pessoal ;

- Deve ter em conta as prioridades resultantes de diferenças legáis, sociais e institucionais e ainda diferentes níveis de desenvolvimento económico e técnico.

Assim, a primeira semana de trabalho na Guiné-Bissau - 9 a 14 de Julho -, foi reservada para recolha de documentaçâo, contactos e reunióes com as autoridades competentes, tendo em vista garantir os pressupostos ácima referidos, o que foi feito através de tres tipos de análise, a saber:

1 - Análise da organizaçào e de todo o sistema nacional de inspecçâo ñas áreas técnica e jurídica;

2 - Análise das operaçôes com o estudo das tarefas que já sao fei tas, a avaliaçào da sua realizaçào e do comportamento do pessoal da inspecçâo em très vertentes: conhecimento, capacidades e atitudes;

3 - Análise individual dos funcionarios no seu trabalho.

Ouvimos .ainda os próprios interessados quanto as prioridades em materia da sua propria formaçâo e procuramos encontrar consensos com as autoridades quanto à programaçào do nosso trabalho e das proprias acçôes de formaçâo, incluindo as suas linhas de força.

(23)

Podemos pois dizer que ficou assegurada a participaçâo dos interessados e que se encontram preenchidos os pressupostos a que atrás nos referimos.

Também nesta primeira semana de trabalho, ti vemos reunioes corn autoridades de outras áreas governamentais para levantamento do sistema nacional de inspecçao do trabalho tendo-se concretizado as reunioes nos seguintes organismos:

- Direcçao de Higiene e Saneamento do Meio Ambiente, do Ministerio da Saude Pública;

- Direcçao Gérai dos Serviços da Marinha, do Ministerio do Equipamento Social ;

- Comando Geral dos Bombeiros Humanitarios de Bissau, do Ministerio de Segurança Nacional e Ordern Pública.

- Associaçâo Comercial, Industrial e Agrícola da Guiñé.

Finalmente, definimos as acçôes tendentes a dar corpo ao projecto e que sao:

I - Curso sobre a inspeccáo do trabalho/sua missáo 0BJECTIV0S:

Proporcionar ao pessoal da inspecçao um melhor conhecimento e compreensäo da importante missao desse organismo, bem como dos meios para poder exercer eficazmente a sua acçâo.

PROGRAMA:

1. Normas internacionais

2. Quadro institucional no Estado da Guiné-Bissau 3. Missâo da inspecçao do trabalho

4. Meios de acçâo

4.1. Meios jurídicos 4.2. Pessoal-de inspecçao

4.3. Estruturas administrativas

II - Curso sobre principios gérais e conceitos fundamentáis de Direito Civil. Comercial, Penal e Processual Penal

0BJECTIV0S:

Melhorar os conhecimentos jurídicos fundamentáis ao exercício da acçâo inspectiva, interpretaçao e aplicaçao do Direito.

(24)

PROGRAMA:

1. Direito Civil e Comercial

1.1. Personal idade jurídica individual e colectiva 1.2. Pessoas colectivas de direito privado

1.3. Pessoas colectivas de direito público 1.4. Entidades nao personalizadas

1.5. Capacidade jurídica de gozo e de exercício 1.6. Estado das pessoas jurídicas

1.7. Representagáo legal e voluntaria 1.8. Sociedades comerciáis

1.9. Sociedades irregulares

l.lO.Extingáo da personalidade jurídica

2. Direito Penal e Processual Penal

2.1. Principios da legalidade/tipicidade

2.2. Api i cacao da lei penal no tempo e no espago 2.3. Prática da infracgáo: acgáo/omissab

2.4. Carácter pessoal da responsabilidade penal 2.5. Especies de ilicito penal

2.6. Culpa/dolo/negligéncia

2.7. Concurso de infracgoes/infracgáo continuada 2.8. Reincidencia

2.9. Extingáo da responsabilidade penal 2.10.Auto de notícia/fé em juízo

2.11.Conteúdo do auto de noticia

III - Curso sobre Direito do Trabalho OBJECTIVOS:

Proporcionar aos participantes um conhecimento mais profundo do Direito do Trabalho na dupla perspectiva da sua interpretadlo e aplicarlo prática.

(25)

PROGRAMA:

1. Definidlo de contrato individual de trabalho 2. Contratos afins

3. Fontes do Direito do Trabalho

4. Prestadlo pelo trabalhador de servidos nao compreendidos no objecto do contrato

5. Mudanza de categoria

6. Transferencia do trabalhador 7. Exercício da ac?Io disciplinar 8. Processo disciplinar

9. Duragáo do trabalho 10. Descanso semanal 11. Faltas e licengas

12. Suspensáo do contrato de trabalho 13. Cessagio do contrato de trabalho

14. Trabalho dos Combatentes da Liberdade da Patria, dos menores e mulheres

15. Higiene, seguranza e saúde dos trabalhadores - principios gerais

16. SangÓes pela violadlo das leis de trabalho

IV - Curso de Sequranpa e Higiene no Trabalho 0BJECTIV0S:

Aprofundamento dos conhecimentos pelo pessoal da inspecgáo das nogóes elementares acerca da seguranga e higiene no trabalho, de modo a permitir-lhes no exercício das suas fungoes eminentemente preventivas a apreensao dos principáis riscos e ainda a melhoria dos conhecimentos ñas disciplinas técnicas que os hábil ítem a detectar perigos eventuais, a prescrever medidas e a suscitar situares mais complexas com vista á colaborado de peritos altamente qualificados (Engenheiros, Médicos, Químicos, Higienistas, etc.) ou de organismos especializados.

PROGRAMA:

1. Normas Internacionais

2. Prevengáo de acidentes de trabalho e doengas profissionais 3. Aspectos psicológicos da prevengáo

(26)

4. A fadiga Industrial 5. Protecçâo de máquinas

6. A iluminaçào e a segurança no trabalho 7. Prevençâo e luta contra incendios 8. Riscos de electricidade

9. Alguns aspectos de poluiçào industrial e de poluiçâo 10. As estatisticas dos acidentes de trabalho e a prevençâo 11. 0 ruido

12. Riscos de intoxicaçâo e explosäo nas garagens, tuneis de lavagem e oficinas de reparaçâo automóvel

13. Medidas de segurança a tomar na produçao e utilizaçâo de ar comprimido

14. Segurança nas oficinas que utilizam o acetileno e o oxigénio 15. Soldadura eléctrica

16. Transporte de corpos a braco 17. Riscos de armazenagem

18. Ambiente térmico

19. Contaminantes químicos

20. Equipamentos de protecçâo individual

21. Prevençâo de riscos profissionais no trabalho agrícola

22. Aspectos de segurança no uso de alguns equipamentos agrícolas 23. Segurança na construçlo civil

24. Higiene e segurança nos estabelecimentos comerciáis, de escritorio e serviços

25. Medicina no trabalho 26. Doenças profissionais

(27)

V - Curso sobre métodos e rearas de controlo para a efectiva aplicacáo prática da legislado do trabalho

OBJECTIVOS:

Aprofundamento do conhecimento dos métodos e regras práticas por parte dos inspectores do trabalho para que possam cumprir a sua missáo de controlo, aconselhamento e informado. Implementafáo de tais métodos e regras. Levantamento previo dos suportes de documentado e informado existentes e introdugao das melhorias necessárias e concepgáo de novos suportes nos casos em que nao existam e sua implementagáo.

PROGRAMA:

1. Organizado das visitas 2. Atitude do inspector 3. Métodos de controlo

4. Controlo técnico: higiene e seguranga 5. Controlo das condicóes de trabalho 6. Informacáo e aconselhamento

7. Relacoes de trabalho

8. Actividades administrativas 9. Estatísticas

10. Modelos de formularios

VI - Visitas a estabelecimentos, com exercícios práticos de levantamentos (informacoes/relatórios) sobre as condicóes de trabalho, seguranca e higiene, sua análise e discussáo.

PROGRAMA:

1. Na parte da manha, efectuar-se-ao visitas a empresas, urna por manha e cada um dos inspectores redigirá o seu relatório

(exercício prático) com base numa lista de controlo.

2. Na parte da tarde, proceder-se-á a análise, discussáo e elaboragao de um relatório final sobre a empresa visitada.

VII - Accio de análise da estrutura orgánica e do estatuto dos servicos da inspeccáo do trabalho, a fim de determinar a necessidade de introduzir adaptacóes e de elaborar um regulamento de funcionamento dos mesmos.

1. Os trabalhos necessários (investigagáo, estudo e reunioes de trabalho) ao cumprimento dos objectivos fixados para esta acgao decorreráo na semana de 20 a 24 de Julho.

(28)

A redacgao final do projecto de regulamento que com bases ñas informales já obtidas eremos ser necessário, será elaborado e apresentado juntamente com o relatório final de execucáo de todo o projecto de assisténcia no campo da inspeccao do trabalho as autoridades competentes da República da Guiné-Bissau.

(29)

ANEXO II

PROJECTO DE REGULAMENTO DA INSPECCAO GERAL DO TRABALHO E SEGURANCA SOCIAL

CAPITULO I - Natureza e Atribuiçoes

CAPÍTULO II - Estrutura Orgánica

Secçâo I - Órgao e Serviços Secçâo II - Serviços Centrais Secçâo III - Serviços Locáis

CAPÍTULO III - Acçôes de Inspecçào

Secçâo I - Acçào Educativa e Orientadora Secçâo II - Acçâo Coerciva

Secçâo III - Disposiçoes Diversas

CAPÍTULO IV - Pessoal

Secçâo I - Dos Poderes e FunçÔes

Secçâo II - Sistemas de Cargos e Carreiras Subsecçào I - Disposiçoes Gérais

Subsecçâo II - Do Pessoal dos Serviços de Inspecçào

CAPÍTULO V - Disposiçoes Fináis e Transitorias

(30)

CAPÍTULO I - Natureza e Atribuigoes Artigo lo. - (Natureza)

1 - A Inspecgao Geral do Trabalho e Seguranza Social (IGTSS), é o departamento do Ministerio da Fungáo Pública, Trabalho e Seguranga Social (MFPTSS) com atribuigoes e competencias para assegurar a aplicagáo das disposigoes legáis relativas as condigóes do trabalho, protecgáo do trabalhador, o regime jurídico das contribuigóes para a seguranga social e em materia de higiene, seguranga e prevengao dos riscos profissionais.

2 - A IGTSS é chefiada por um Inspector-Geral de categoria equivalente a Director-Geral, sob coordenagao e controle directo do Ministro da FPTSS, de ora em diante designado abreviadamente por Ministro.

3 - A IGTSS no exercício da sua acgáo é dotada de autonomia técnica e independencia, dispondo o seu pessoal dirigente e de inspecgao dos necessários poderes de autoridade e administrativamente articulará com a Secretaria Geral do MFPTSS em termos a regular pelo Ministro do Trabalho.

Artigo 2o. - (Ámbito)

A IGTSS exerce a sua acgao em todo o territorio nacional, em todos os ramos de actividade, incluindo a agricultura, em todas as empresas, públicas, mistas, privadas, cooperativas, nacionais ou estrangeiras, e demais empregadores, tenham ou nao traba!hadores ao seu servigo, em todas as suas instalagoes e locáis de trabalho.

Artigo 3o. - (Atribuigoes)

1 - Sao atribuigoes da IGTSS, nomeadamente:

a) Assegurar e fiscalizar o cumprimento das normas do Direito do Trabalho e Seguranga Social, relativas as condigSes de trabalho, incluindo salarios, categorias profissionais, higiene, seguranga e saúde no trabalho;

b) Apreciar e fiscalizar a situagio de empregadores e trabalhadores, relativamente a inscrigao e efectivaglo de descontos para a Previdencia Social;

c) Receber queixas, reclamagoes ou petigóes de empregadores e de trabalhadores, individual ou colectivamente, no ámbito da sua competencia, dando-lhes o devido encaminhamento;

d) Apreciar e fiscalizar nos termos da Lei, as situagbes laboráis e de emprego em empresas estrangeiras e de trabalhadores estrangeiros;

e) Assegurar e fiscalizar o cumprimento das normas constantes do regulamento interno das empresas;

f) Alertar os departamentos competentes para as insuficiencias detectadas, por nao existencia ou inadequagao de disposigoes legáis cujo cumprimento lhe incumbe assegurar;

(31)

g) Participar nos estudos preparatorios, de elaboradlo ou reformulagjio de legislarlo laboral ou de seguranza social, em colaboragao com as entidades competentes;

h) Exercer urna acgao educativa, orientadora e informativa, junto dos trabalhadores, empregadores e respectivas associagoes, no sentido de sensibilizá-los para o cumprimento voluntario da legislagáo.

2 - Em materia de higiene, seguranza e prevengao de riscos no trabalho sao suas atribuigoes:

a) Estudar e definir os principios que informam a prevengao de riscos profissionais, tendo em vista a protecgao da saúde dos trabalhadores e a melnoria das condigoes de trabalho;

b) Planear e coordenar as acgoes de prevengao de riscos profissionais á escala nacional, salvo a competencia específica atribuida por Lei a outras entidades ou servigos;

c) Colaborar na actividade legislativa sobre prevengao de riscos profissionais e fomentar a regulamentagáo e normal izagao desta materia;

d) Colaborar, fornecendo-lhe todo o apoio técnico necessário, com o departamento competente para a fiscal izagao do cumprimento das leis e regulamentos respeitantes á higiene e seguranga nos locáis e postos de trabalho - a Direcgao de Servigos de Inspecgáo;

e) Desenvolver acgoes de apoio técnico, de formagao e de divulgagao no dominio da prevengao de riscos profissionais, nomeadamente nos locáis de trabalho;

f) Solicitar a outros servigos do Ministerio ou de outros Ministerios, bem como a entidades públicas ou privadas, os elementos necessários á prossecugao da sua actividade;

g) Promover exposigoes e reunioes de estudo, nomeadamente coloquios, seminarios e congressos no dominio da sua especialidade.

CAPÍTULO II - Estrutura Orgánica

Secgáo I - (Orgaos e Servigos) Artigo 4o. - (Servigos)

1 - A IGTSS compreende: a) Servigos centráis b) Servigos locáis

(32)

a) O Gabinete de Apoio Técnico

b) A Direcçâo de Serviços de Inspecçào

c) A Direcçâo de Serviços de Higiene e Segurança do Trabalho 3 - Sao serviços locáis:

a) A Delegaçâo do Sector Autónomo de Bissau b) As Delegaçôes Provinci ai s

Artigo 5o. - (Direcçâo)

1 - A IGTSS é dirigidao pelo Inspector-Geral, competindo-lhe

nomeadamente:

a) Representar e dirigir a IGTSS;

b) Superintender e coordenar a actuaçâo de todos os serviços da IGTSS, de modo a obter uniformidade de criterios na prossecuçâo das suas atribuiçôes;

c) Estabelecer políticas e definir orientaçôes para urna efectiva acçâo inspectiva em todo o territorio nacional;

d) Determinar acçoes de inspecçào; ' ' e) Proceder à confirmaçâo ou nâo confirmaçâo dos autos levantados

pelo Inspector Chefe e, à desconfirmaçâo dos autos confirmados por este, quando for caso disso, justificando sempre os actos de nâo confirmaçâo e de desconfirmaçâo;

f) Impor sempre que necessária, a comparencia nos serviços de qualquer trabalhador, entidade empregadora, ou respectivas associaçôes;

g) Determinar acçoes de inspecçào interna aos serviços;

h) Propor ao Ministro os movimentos de pessoal que na IGTSS se mostrem convenientes;

i) Elaborar e submeter à apreciaçao do Ministro o programa anual de actividades, bem como, até ao final do mes de Fevereiro de cada ano, um relatório sobre a actividade da IGTSS referente ao ano transacto, o qual será publicado e remetido ao Director-Geral da O.I.T.;

j) Elaborar e submeter à apreciaçâo do Ministro, relatónos trimestrais, de síntese, das acçoes da IGTSS;

1) Desempenhar as demais funçoes que por lei ou determinaçào superior lhe sejam cometidas.

2 - 0 Inspector-Geral é coadjuvado no exercício das suas funçoes pelo Inspector-Chefe que o substituí ñas suas ausencias e impedimentos e no qual pode delegar os poderes próprios que entender.

Referências

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