• Nenhum resultado encontrado

A PARENTALIDADE NAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES CONTEMPORÂNEAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A PARENTALIDADE NAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES CONTEMPORÂNEAS"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

A PARENTALIDADE NAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES

CONTEMPORÂNEAS

Aluna: Ana Cláudia de Jesus Vasconcelos - PIBIC/CNPq Paula de Mello Navarro - PIBIC/CNPq

Orientadora: Terezinha Féres-Carneiro

Introdução

Na clínica, temos nos defrontado, cada vez mais, com os temas referidos ao exercício da parentalidade nas diferentes configurações familiares contemporâneas. Torna-se, assim, importante investigar o exercício da parentalidade nestas diversas configurações, mapeando a percepção de pais e filhos sobre dimensões relevantes do referido exercício, em busca de uma compreensão, cada vez maior, dos diversos temas relacionados às funções parentais na atualidade. A parentalidade é produto do parentesco biológico e do tornar-se pai e mãe. Esta concepção de parentalidade oferece uma compreensão para as configurações familiares contemporâneas. Segundo Roudinesco [1], a família contemporânea ou pós-moderna une dois indivíduos em busca de relações íntimas ou realização sexual, sob a perspectiva de duração relativa. Da mesma forma, se assemelha a uma rede fraterna, não hierarquizada, na qual o exercício da autoridade vai se tornar cada vez mais problemático à medida que aumentam os divórcios, as separações e as recomposições familiares. Deste modo, as mudanças percebidas no âmbito do casamento, permitem uma análise voltada para a importância dos papéis de gênero e suas redefinições. Hoje, há uma valorização da presença do pai na vida dos filhos, sugerindo o aparecimento de uma nova concepção de paternidade que incorpora valores distintos daqueles das gerações anteriores [2].

Objetivos

Este trabalho teve como objetivo geral o desenvolvimento de uma investigação sobre a percepção de pais e filhos, em relação ao exercício da parentalidade, nas diferentes configurações familiares contemporâneas. Teve como objetivos específicos no estudo de tais configurações: a) mapear conceitualmente estes arranjos, identificando os fatores que os pais e os filhos neles envolvidos indicam como definidores dos mesmos; b) identificar a nomeação atribuída por pais e filhos às funções familiares; c) avaliar as dimensões de conflitos, poder,

limites e expectativas na visão de pais e filhos; d) estudar os papéis de gênero; e) avaliar o projeto educativo dos pais para os filhos; f) avaliar a percepção dos filhos sobre o projeto

(2)

educativo dos pais em relação a eles; g) comparar as questões estudadas sobre o exercício da

parentalidade nas famílias com filhos em diferentes faixas etárias; h) comparar as visões de pais e mães, e de filhos e filhas a respeito do exercício da parentalidade; i) comparar as questões estudadas sobre o exercício da parentalidade nas diferentes configurações familiares, buscando identificar semelhanças e diferenças entre elas; j) fornecer subsídios

para a clínica individual, de casal e de família frente à demanda de atendimento dos sujeitos

envolvidos nestes diferentes tipos de arranjos familiares.

Metodologia

Para atingirmos os objetivos propostos, utilizamos uma metodologia qualitativa, centrada em entrevista semi-estruturada que contemplou temas relevantes concernentes ao exercício da parentalidade nas múltiplas configurações familiares contemporâneas.

A amostra de conveniência foi constituída de 132 entrevistas com membros de famílias de diversas configurações das camadas médias da população carioca, assim distribuídos: 40 famílias casadas (34 hétero e 6 homoparentais), 31 famílias separadas (26 hétero e 5 homoparentais), 42 famílias recasadas (37 hétero e 5 homoparentais) e 19 monoparentais (17 hétero e 2 homoparentais). Para a realização das entrevistas, é utilizado um roteiro oculto semiestruturado, e as entrevistas foram analisadas, pelo método de análise de conteúdo segundo Bardin [3] e discutidas.

Resultados parciais

Das 132 entrevistas realizadas com membros dos diferentes arranjos familiares, foram analisadas as 44 entrevistas das mães participantes, sendo 10 mães casadas, das quais três homossexuais; 11 separadas, sendo duas homossexuais; 12 recasadas, dentre as quais duas homossexuais e 11 monoparentais, sendo duas homossexuais.

As famílias casadas, recasadas, separadas e monoparentais heterossexuais foram

nomeadas, respectivamente, de FamCasaHete, FamRecaHete, FamSepaHete e

FamMonoHete, e as famílias homoafetivas de FamCasaHomo, FamRecaHomo, FamSepaHomo e FamMonoHomo. Para a identificação das falas das mães, as mesmas receberam uma numeração, de acordo com a configuração a que pertencem, seguida da idade de cada uma das mães.

As entrevistas foram analisadas e discutidas pelo método de análise de conteúdo [3] e 102, referentes aos diferentes arranjos, foram analisadas pelo Alceste [4]. Das diversas categorias de análise que emergiram dos relatos das mães, escolhemos para apresentar neste relatório as categorias intituladas exercício da parentalidade e expectativas para o futuro.

(3)

Exercício da parentalidade

Algumas entrevistadas ressaltam que ser mãe demanda muito trabalho e requer grande responsabilidade, compromisso e investimento. Porém, ao discorrerem sobre como é "ser mãe", elas enfatizam o lado bom da maternidade, como o prazer, o desejo e o afeto. Observamos, a partir dos relatos, a ambivalência presente no exercício da maternidade, considerando-a por um lado uma experiência maravilhosa, uma realização pessoal, um prazer, e por outro lado uma grande mudança em suas vidas, que exige renúncias, demanda tempo e aumento de responsabilidades, além de despertar preocupações.

“Maravilhoso. É um prazer muito grande e um trabalho muito grande. Acho que é bem contraditório. São dois sentimentos muito opostos. Eu tenho muito prazer em ser mãe, em cuidar das minhas filhas, participar da vida delas, mas também demanda um trabalho, uma atenção, um tempo.” (FamRecaHete, M9, 36 anos)

“Ah, muito bom,né? Muito gratificante. É muito bom você poder passar tudo, né? Asua educação, seus conhecimentos... em tudo... Eu só não tenho outro porqueinfelizmente o custo de vida hoje em dia está muito caro. Mas é muito gratificante vocêpoder de alguma forma ajudar a passar tudo o que você aprendeu na vida, né? É muitobom.” (FamRecaHete, M9, 36 anos)

"Eu acho que é uma relação de amor, de afeto e de muita responsabilidade da mãe, de educar, de cuidar fisicamente, emocionalmente, psicologicamente...E administrar as coisas de ordem prática, tipo alimentação, saúde, educação, é um pacote completo, com muita responsabilidade". (FamCasaHete, M7, 50 anos)

"Adoro ser mãe, faço....é um trabalho, né?É um desejo, mas é um trabalho e eu faço com a maior responsabilidade... Ser mãe é uma alegria". (FamCasaHomo, M1, 56

anos)

Ao discutir sobre as ambivalências da maternidade, Badinter [5] aponta para contradição contemporânea, onde a busca pela plenitude pessoal e o individualismo surgem como grandes desafios à maternidade. A autora sugere que, atualmente, as mulheres encontram-se em uma tripla contradição. A primeira delas é a contradição social: embora a

(4)

maternidade seja considerada a principal fonte de realização na vida das mulheres, as que se dedicam somente à ela, correm o risco de serem rotuladas de "desinteressantes". A segunda contradição diz respeito ao casal. A chegada de um filho demanda modificações na rotina do casal, podendo gerar dificuldades na relação conjugal. A terceira contradição encontra-se em cada mulher que se sente dividida entre o amor ao filho e os seus desejos pessoais. Ainda de acordo com Badinter [5], para assumir a parentalidade, os sujeitos precisam levar em conta um antagonismo entre três pólos: a vida sexual, a paternidade ou a maternidade e a realização social.

Algumas mães abordam o tema da maternidade como um aprendizado, uma relação em construção, em transformação, sem modelos para seguir.

“É um aprendizado constante... O tempo inteiro, em todos os sentidos... Sentimental,familiar, e até profissional... Muita coisa que eu aprendo com a minha filha, eu trago pro trabalho e vice-versa”. (FamRecaHete, M2, 37 anos)

“Ser mãe é um aprendizado muito grande, muito difícil. Porque a gente sempre compara o que foi minha mãe comigo e o que estou sendo eu para os meus filhos. Tento sempre ser melhor pra eles e corrigir os erros do que minha mãe foi no passado. Aprender com os acertos dela. É uma coisa bem difícil. Ainda mais como eu sou ginecologista, eu vejo muitas queixas das minhas pacientes que são mães, as queixas das minhas pacientes que são filhas, então por isso que eu digo que é um aprendizado pra poder estar sempre melhorando.” (FamRecaHete, M3, 50 anos)

"Acho que é uma descoberta, não tem fórmula, não tem relação pronta. Acho que é uma coisa que vai acontecendo também porque é bilateral, você dá de acordo com quanto seu filho quer receber". (FamCasaHete, M7, 50 anos)

"Eu acho que ser mãe pra mim, além de, além de toda a mágica que existe nisso, acho que é uma puta oportunidade que a gente tem de fazer diferente... oportunidade pra poder transformar. É um puta convite da vida, assim, pra transformar alguma coisa... É o tempo inteiro ser confrontada com as certezas que você traz. E o filho, ele vem quebrar todas as certezas”. (FamSepaHomo, 35 anos)

(5)

Ao enfatizarem o fato de aprender com seus filhos, podemos observar que o relacionamento entre mães e filhos, na contemporaneidade, é marcado pela proximidade, comunicação e diálogo, proporcionando um relacionamento mais horizontalizado entre ambos [6]. Em contrapartida, Zanetti & Gomes [7] discorrem sobre a fragilização das funções parentais, relacionando este fenômeno às dificuldades e dúvidas acerca do exercício das funções parentais.

Várias mães fazem menção à vida profissional ao narrar sobre como é "ser mãe". Uma delas diz que ser mãe é melhor do que se especializar profissionalmente.

"Ser mãe?... É melhor do que realização profissional, do que Mestrado, do que Doutorado, do que tudo na vida. É o que há de maior na vida da gente".

(FamCasaHete, M5, 49 anos)

Uma entrevistada relata que a maternidade fez bem para ela, devido ao fato de ter ajudado a diminuir o excesso de trabalho após o nascimento dos filhos.

"Acho que dá uma desacelerada também,a gente fica muito nesse esquema do dia-a-dia, trabalho e não sei o quê. E, assim, quem gosta de trabalhar,... eu era muito focada em trabalho, era bem "workaholic" e os filhos vieram pra me dar um freio, pra me fazer bem nesse sentido". (FamCasaHete, M1, 44 anos)

Outra mãe ressalta que seus filhos são prioridade em sua vida. Ela conta que deixou de trabalhar durante muitos anos para se dedicar aos cuidados aos filhos, e que isso não foi uma dificuldade, porém, ela retoma a vida profissional, quando os filhos ficam mais velhos.

"Então, depois eu achei que tava na hora de viver também o meu lado profissional... Eu fiquei muitos anos cuidando deles. Eles sempre foram a minha prioridade, então eu queria dar a eles os cuidados e a dedicação que eu achava que era importante. E também, eu nunca fiquei grilada por não estar trabalhando... e olha, nunca teve aquela coisa de: eu estou deixando de viver alguma coisa pra cuidar das crianças".

(FamCasaHete, M4, 39 anos)

(6)

"Mas hoje em dia tá muito difícil ter filho e conjugar com a profissão e tal. Mas eu

sou de uma geração que já trabalhei fora desde os 20 anos, mas mesmo assim eu quis ter filho. Ter sido mãe é uma realização muito grande". (FamSepaHete, 51 anos)

Observamos nos relatos acima que as entrevistadas destacam a questão da carreira profissional ao falarem sobre como é ser mãe. Encontramos nestes discursos a questão do trabalho, ora menos, ora mais investido, o que corrobora com a literatura acerca do tema, que afirma que um dos maiores desafios vivenciados pelas mulheres contemporâneas tem sido conciliar a maternidade com as demandas profissionais [8].

Duas entrevistadas, ao responderem como é ser mãe, ressaltam o fato de a maternidade ser uma vivência muito intensa.

“Ser mãe é muito bom. Aliás, eu acho maravilhoso; mas é, principalmente, intenso. Quando eu estava grávida do meu primeiro filho, eu encontrei um conhecido. Nem era muito amigo e eu falei: olha, to grávida, eu vou ter um filho. Aí ele falou assim: nossa, filho é bom, porque é tudo muito. Tudo muito? Não entendi. Aí ele falou assim: quando você ama, você ama muito, quando você fica com raiva, você fica com raiva muito, quando você se preocupa, você se preocupa muito, quando você se orgulha, você se orgulha muito. Então, eu

acho que ser mãe tem um pouco disso, é uma coisa muito intensa.”. (FamRecaHete,

M5, 40 anos)

“Mas vira assim, você vira mãe pata mesmo e bota de baixo da asa, tu vê e fica toda orgulhosa, você fica com impressão de que nenhuma criança fez isso, e que a sua foi a primeira e que ela é o máximo (...) então nossa essas coisas eu acho que tu só sente... eu tinha os meus sobrinhos, vivi muita coisa com eles, mas é mais intenso, é muito mais intenso.” (FamRecaHomo, M1, 46 anos)

Duas mães dizem ser a melhor coisa do mundo e outras três mães dizem ser tudo.

"Ser mãe é a melhor coisa do mundo". (FamCasaHete, M5, 49 anos)

"A melhor coisa que existe. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida".

(7)

"Como é ser mãe? Ah... É ser tudo, né?" (FamCasaHete, M6, 45 anos)

"... Você ama com um amor que é maior do que tudo, entendeu? O amor da mãe e de um filho, ... o amor que eu tenho pelos meus filhos é uma coisa muito grande que só não é maior que Deus, entendeu?" (FamSepHete, 51 anos)

Uma mãe relata que ser mãe é fundamental para a sua felicidade.

"Ah, ser mãe é fundamental, sempre foi. Eu sou uma mulher que jamais seria completamente feliz se eu não tivesse sido mãe". (FamSepaHete, 51 anos)

Duas mães afirmam que seriam frustradas se não fossem mães.

"Eu tenho um imenso prazer de ser mãe da V. Eu seria uma pessoa completamente

frustrada se não tivesse tido filho, e tive o prazer e o privilégio de ter a V."

(FamMonoHete, M6, 56 anos)

"Eu não imagino a minha vida sem o meu filho, eu acho que eu teria sido uma mulher frustrada, porque eu sempre quis ser mãe". (FamMonoHete, M1, 50 anos)

Duas mães, ao abordarem o tema, discorrem sobre a magia e o amor advindos da maternidade.

"... não tem aquele ditado: "Ser mãe é padecer no paraíso"? É verdade, é uma coisa mágica...é inexplicável." (FamMonoHete, M8, 33 anos)

"É experimentar um amor, né? acho que na época da adoção eu falava muito isso, um amor que é específico e diferente de qualquer outro que eu já tinha conhecido na minha vida. Um amor de mãe!" (FamMonoHete, M5, 53 anos)

Nos relatos acima, observamos a maternidade dando sentido à própria vida da mulher, associando a identidade feminina com a capacidade de gerar e cuidar dos filhos. A vivência da maternidade, nos discursos apresentados, surge como uma experiência indispensável à maioria das mulheres.

(8)

Das mães participantes, uma tem um filho portador de Síndrome de Down e fala sobre o luto que é preciso ser feito entre a criança idealizada e a criança real.

“Não tem nada disso, eu nunca quis ter o primeiro, que dirá o segundo. Eu na minha cabeça tava certa disso, e aconteceu de eu engravidar, e a segunda experiência, assim, foi totalmente diferente, porque, eu vi que eu precisava mesmo ter o segundo filho, foi uma coisa assim que era necessário, primeiro pra minha autoestima, porque quando a gente tem uma criança com qualquer tipo de problema a gente, é como se a gente vivesse um luto, na hora que você fica sabendo que você não teve aquela criança que você sonhou, você teve outra”. (FamRecaHete, M4, 47 anos)

Uma mãe relata o que fantasiava em relação ao bebê que iria nascer.

"É realmente um sonho. Na realidade tudo aconteceu conforme eu imaginava. Logo assim que eu descobri que estava grávida, eu tinha a certeza que ia ser uma menina linda (risos), e é a via normal para todo mundo". (FamSepaHomo, 42 anos)

A pré-história da criança começa na história pessoal de cada pai e mãe, ou seja, ao desejarem um filho, os pais reatualizam as fantasias das suas próprias vivências infantis, juntamente com os cuidados parentais que receberam. Dessa forma, as identificações ocorridas na infância têm papel fundamental no que diz respeito à maneira como cada um irá exercer a parentalidade [09]. Ao discorrer acerca do narcisismo, Freud [10] sugere que o amor dos pais para com seus filhos estaria intrinsecamente relacionado ao narcisismo dos pais que, ao colocarem o filho no lugar de "Sua Majestade, o Bebê", estariam resgatando seu próprio narcisismo infantil.

Golse [11] sugere quatro tipos de representações parentais sobre o bebê: a criança fantasmática, a que povoa a mente dos pais a partir de suas próprias histórias; a criança imaginária, fruto de uma representação menos inconsciente dos pais, que estaria relacionada aos aspectos físicos, ao sexo do bebê, etc.; a criança narcísica, "reparadora" das suturas narcísicas dos pais; e a criança mítica ou cultural, que se refere ao grupo de representações coletivas dentro do contexto em que a criança está inserida. Essas representações colorem os diferentes tipos de interação entre o bebê e seus cuidadores, podendo facilitar ou dificultar a instauração do vínculo afetivo entre eles. A maternidade inaugura a dialética entre o bebê interno (o bebê que a mãe acredita ter sido) e o bebê externo (o bebê de carne e osso).

(9)

Expectativas para o futuro

Ao falarem sobre as expectativas em relação ao futuro dos filhos, oito das entrevistadas afirmam que esperam que seus filhos sejam felizes.

“Eu espero que elas sejam felizes, bem felizes, acho que a gente nasceu pra ser feliz, e eu espero que elas encontrem essa felicidade. A gente dá um encaminhamento, mas a felicidade é algo que a gente constrói por si mesmo. Você pode ter tudo e não se sentir feliz. Então, o que eu espero é isso, que elas sejam assim felizes, plenas nas realizações delas, saibam extrair de tudo o melhor”. (FamCasaHete, M6, 45 anos)

“(...) Que eles sejam felizes. Que não tenham sofrimentos, decepções amorosas, porque e a gente não tem como garantir que a gente se casa dá certo... Essas coisas vão fugir do meu controle. Mas em resumo eu gostaria que eles fossem felizes, só isso”. (FamCasaHete, M7, 50 anos)

“Cara, eu pretendo, assim, que ele sempre uma pessoa feliz, de um caráter bacana”. (FamRecaHete, M8, 33 anos)

“Mas acima de tudo, eu espero que ela seja muito feliz.”. (FamMonoHete, M6, 56 anos)

Segundo Piccinini [12], existe nas mães uma expectativa extremamente positiva em relação à felicidade futura dos filhos. Elas desejam que seus filhos sejam felizes e esperam que eles sofram o menos possível em suas vidas. Nota-se que a vida profissional também está incluída na expectativa das mães em relação ao futuro dos seus filhos.

Das mães participantes, nove mencionam a questão profissional durante a entrevista.

“Eu, óbvio, eu gostaria que ela fosse assim, uma advogada, uma engenheira, uma medica, alguma coisa assim mais tradicional, né? Porque eu acho que o futuro fosse melhor que ser a atriz, ser atriz tem um circulo muito fechado ela vai esbarrar em um monte de dificuldades, então a carreira de atriz não é realmente o que eu gostaria.”. (FamCasaHete, M2, 54 anos)

(10)

“Então, assim, ah, o C. gosta muito de cobra, gosta muito de,... quer ser biólogo. A gente já levou ele no Instituto Vital Brasil para ele ver as cobras... Então, assim, tudo o que eles sonham, o que eles querem, a gente procura que eles vivam aquilo, até para poder, mais tarde, poder decidir a vida profissional [...] Eu gostaria muito de ter um filho médico, mas não vai sair um médico dessa casa... Com isso eu estou tranqüila.”. (FamCasaHete, M1, 44 anos)

“(...) Mas eu acho muito importante prepará-los pra que eles tenham um futuro direito, tenham uma profissão, né? Que possam ter algum luxo na vida deles, né?” (FamRecaHete, M7, 42 anos)

“O sonho dela é ser veterinária, eu quero poder mais tarde pagar uma faculdade boa pra ela. Quero que ela tenha o espaço, da vida dela. Não a minha vida, porque ela praticamente tá vivendo a minha vida também. Eu nunca tive um quarto só pra mim, nunca. Então acaba pesando né, não era isso que eu queria dar pra ela. Eu fiz projetos junto com o pai dela, mas não deu certo...”. (FamMonoHete, M4, 26 anos)

A família constitui-se num elemento fundamental para a construção de projetos de vida dos filhos, inclusive para a realização de uma escolha vocacional. Os pais podem influenciar as escolhas presentes e futuras dos filhos ao transmitirem a eles interesses, valores e crenças, além de, muitas vezes, projetarem neles as expectativas que não tiveram oportunidade de realizar em suas vidas. As escolhas profissionais, portanto, não estão sujeitas apenas às características individuais e às expectativas dos jovens, mas estão imbuídas do conhecimento e dos significados que eles têm do projeto dos pais, impregnadas de seu processo de identificação e sentimento de pertença à família.

Young [13] discorre sobre a noção de projeto para tratar de importantes aspectos da vida familiar, especialmente as ações individuais e coletivas assumidas pelos pais e pelos filhos.Um projeto pessoal acontece na inter-relação com outros projetos, como, por exemplo, os do contexto social e familiar. Esses projetos são, portanto, interdependentes. Apesar de alguns projetos aparentarem serem individuais, estes foram socialmente construídos e estão sob influência direta do contexto social no qual estão inseridos. A partir desta relação entre os projetos, Young et al. [14] perceberam que o projeto vocacional se integra e se relaciona com outros projetos familiares, dentre os quais, pode-se destacar o projeto relacional, que tem apresentado maior relevância no desenvolvimento vocacional dos jovens [15]. Assim, é

(11)

importante que os pais garantam aos seus filhos uma base emocional favorável, para que eles se sintam seguros em explorar possibilidades e confiantes para realizar os investimentos vocacionais que serão a base de suas decisões [16].

A influência da família no desenvolvimento vocacional dos jovens há muito já vem sendo estudada. Na literatura sobre Psicologia Vocacional, já se ressaltava a influência dos estilos parentais nas escolhas profissionais dos filhos [17]. Com o passar dos anos, as abordagens foram sendo modificas e as metodologias aperfeiçoadas, e as pesquisas continuam salientando a importância da família na construção dos projetos profissionais dos filhos [18].

Seguindo esta linha de pensamento, observou-se através da fala de seis entrevistadas a extrema relevância dada à formação escolar e superior. Pode-se notar, nessas falas, a associação entre a educação formal, ou seja, a formação realizada através de colégios e universidades, e a independência financeira que esta ocasionaria. Tanto o desejo de casamento quanto o desejo de constituir família foram postos em segundo plano.

“Mas eu quero muito que ela tenha curso superior que hoje em dia nem vale muito. Tá difícil, tá muito difícil a vida. Com estudo tá difícil, sem estudo nenhum... Fica complicado. E eu digo pra ela: estuda, aproveita, se prepara. Porque tem que ter emprego, tem que ter independência financeira (...) Tem muita gente que acha que casamento é profissão, arrumar um homem com emprego. E eu não penso assim. Eu penso que tem que trabalhar, tem que ser independente pra poder ser dona da própria vida”. (FamSepaHomo, M2, 42 anos)

“Bem, ela já está formada, trabalha. E ele vai para um curso muito bom, um curso diferente, né, dentro do país. E como ele tem o perfil diferente do dela, eu sempre me preocupei com uma coisa mais imediata para ele. Onde ele já tivesse uma renda, né, para ele (... )Já tenho, né, tipo ambições que já começam a ser concretizadas, né? Eu espero que depois do curso técnico ele faça uma faculdade, ele também espera isso, espera fazer (...) E... O meu produto final, na verdade, é que eles tenham condições de ter uma vaga de trabalho decentemente remunerado. Que sejam bons profissionais”. (FamSepaHete, M9, 50 anos)

“Olha, eu quero que ela estude. Eu realmente quero que ela estude, que ela se forme em alguma coisa. Ela pode até decidir trabalhar comigo, mas eu quero que ela tenha estudado pra ter uma segunda opção”. (FamSepaHete, M4, 45 anos)

(12)

“É aquela coisa, sempre expectativa 100% boa, positiva, a gente tenta, quando você acha que não vai ter nada você tem que lutar pra que venha a acontecer. Em relação ao menor ainda está cedo né... ainda tem aquela coisa de tentar... o mais velho não quer saber de estudar poxa, quem não quer, que mãe não quer que o filho faça uma faculdade.”. (FamMonoHete, M8, 33 anos)

Em relação ao desejo de construir uma família, quatro mães comentam sobre suas expectativas de que seus filhos casem e lhes concedam netos. Enquanto outra mãe prefere que a filha faça a escolha de casar ou não, bem como de ter filhos.

“E constituir uma família [...] Sei lá, daqui a 20 anos vou ter 70, espero pelo menos ter alguns netinhos, curtir os meus netinhos.”. (FamCasaHete, M7, 50 anos)

“Assim, mas eu gostaria que a C. casasse, gostaria de ter netos, gostaria que o C. casasse, que tivesse netos [...] Mas, assim, eu gostaria muito que eles casassem, tivessem filhos e fossem felizes, tivessem uma família como a gente tem [...] Queria que todo mundo casasse, tivesse filhos.”. (FamCasaHete, M1, 44 anos)

“Em termos de imaginação, gostaria assim que elas se realizassem né, constituindo uma família também. Eu acho que é importante, eu sempre vou achar que a família, ter filhos, é uma extensão da gente, e uma projeção nossa. Então o que depender assim de mim pra estimular esse anelo nelas de constituírem famílias, eu sempre vou fazer. Então, imagino elas mesmas né, com filhos, eu com netos, e elas podendo dar um encaminhamento melhor do que elas receberam.”. (FamCasaHete, M6, 45 anos)

“Eu quero ter netinhos, então eu espero para o futuro que eles tenham uma companhia, um amor, que eles formem uma família, que eles sejam profissionais bem sucedidos, no sentido da auto-suficiência, eu acho que é isso que é o importante.”. (FamRecaHete, M5, 40 anos). (FamRecaHete, M5, 40 anos)

“Se você conhecer um cara legal e quiser casar, tudo bem... Ter filho... Mas, se também não quiser casar e não quiser ter filho, também tudo bem.”. (FamRecaHete, M9, 36 anos)

A instituição do casamento vem sendo moldada por fatores das ordens sociais, econômicas, culturais, de classe e de gênero [19]. Implícita à conceituação de casamento

(13)

existe uma série de características que vêm sendo questionadas na contemporaneidade. Dentre elas, podemos citar os pressupostos da formalidade, da união heterossexual e da necessidade de autorização civil e, ou, religiosa.

Atualmente, as pessoas adquiriram autonomia nas relações afetivas, na sexualidade, na reprodução e no trabalho. As mulheres estão preferindo casar e ter filhos mais tarde, pois, primeiramente, pensam em garantir seu futuro profissional. Nota-se, também, que é a pluralidade de modelos de conjugalidade que caracteriza o casamento no início do século XXI. Para Gomes e Paiva [20], o casamento na Pós-modernidade deve estar ligado a uma noção de mutatividade, transformação e flexibilidade em relação ao novo e ao diferente. A união conjugal deve constituir-se, então, em um espaço de desenvolvimento interpessoal e de criatividade.

Apesar dessas mudanças, no campo da Psicologia, o casamento ainda é considerado um elemento de grande importância para o bem-estar das pessoas, sendo colocado como um evento da adultez [21] [22] [23]. Ainda assim, vale pontuar que o casamento tem assumido diferente posição no ciclo evolutivo vital dos indivíduos, pois tanto os homens quanto as mulheres estão iniciando sua vida sexual mais cedo e casando-se mais tarde, permanecendo, então, mais tempo na casa paterna [24] [25] [26].

Percebe-se também que, atualmente, existe uma extensão da fase de adulto jovem [21], que, no contexto do nível sociocultural médio brasileiro, aparenta estar ligado à percepção de dificuldade de inserção no mercado de trabalho e de obtenção de salários melhores que garantam que a pessoa siga usufruindo o conforto e a segurança que a casa dos pais oferece [26] [27].

O desejo explicitado pelas mães participantes da presente pesquisa, de que seus filhos casem e lhe concedam netos logo, vai de encontro aos resultados obtidos por um estudo realizado em Porto Alegre, no final da década de 1990, com adolescentes de 12 a 17 anos, de nível socioeconômico médio. A partir dele, constatou-se que o casamento já não ocupa um lugar de destaque dentre os planos de vida dos jovens. Seus projetos estão mais inclinados à busca da realização pessoal e da realização profissional [28].

De acordo com Zordan, Falcke e Wagner [29], em pesquisa sobre motivos e expectativas em relação ao casamento, as pessoas estão, primeiramente, mais empenhadas em realizar seus projetos profissionais. Essa valorização do aspecto profissional refere-se, especialmente, aos valores contemporâneos que enfatizam a individualidade, a realização e o sucesso profissional [30]. Inicialmente, as pessoas procuram conquistar seus sonhos e alcançar a realização pessoal. O conceito de sonhos é bastante amplo e pode estar relacionado a diversos aspectos: profissionais, afetivos, familiares, econômicos, entre outros. Da mesma forma, a realização

(14)

pessoal também envolve um sentido mais global de conquistas. Assim, percebemos que os projetos relativos ao casamento são pouco ou não são mencionados pelas pessoas.

Os autores salientam também que os valores e as expectativas da família funcionam como motivo para que os filhos se casem, pois é o que a família deseja e o que as mães querem. Deste modo, vemos que o casamento continua sendo esperado pelas famílias, porém, não visto como uma exigência pela maioria das pessoas.

Seis mães relatam não ter expectativas ou planos futuros para seus filhos. A maioria delas justifica esta falta de expectativas para evitar possíveis frustrações, caso os filhos não sigam seus planos.

“Olha só, eu não tenho expectativas...”. (FamCasaHete, M5, 49 anos)

“Eu não procuro eu fazer planos ou coisas para eles, até porque, depois, eu não quero me frustrar. Eu não quero fazer planos... Não sou eu que vou realizar, né?”. (FamCasaHete, M1, 44 anos)

“Eu tenho desejos, né, projetos eu acho meio assim ousado falar, porque projeto a gente meio que se decepciona se não realizar o projeto. (...)”.

(FamRecaHomo, M2, 56 anos)

“Eu gostaria de ter projetos para elas, mas não adianta você fazer o projeto. O projeto tem que ser um movimento interior em cada um. O que você faz é orientar, mas fazer projetos é muito difícil. O que você pode fazer é orientar o projeto”. (FamMonoHete, M7, 54 anos)

Três mães ressaltam a independência dos filhos como uma das expectativas que têm para o futuro deles.

“Eu espero que eles tenham independência, que eles consigam se sustentar, mas também não almejo que eles sejam ricos, até porque eu nunca almejei isso pra mim mesma (risos)”. (FamCasaHete, M4, 39 anos)

“Independentes, total! Eu vejo totalmente independentes. Ah, eu imagino cada um ou com sua empresa ou seu emprego, né? Já bem estruturados.”. (FamCasaHete, M3, 48 anos)

(15)

“Eu quero que você se forme, que você seja independente”. (FamRecaHete, M9, 36 anos)

Duas das entrevistadas falam sobre a liberdade que concedem aos filhos, para que eles, no futuro, realizem o que for da vontade deles.

“Agora, com meus filhos eles têm toda a liberdade de serem e fazerem o que gostarem [...] Mas, eu vou estar ajudando, certo? Posso a tentar tirar dúvida, sobre carreira, sobre o que você é melhor, não é verdade. Mas isso eu me preocupo muito. Mas não influencio agora, não”. (FamCasaHete, M3, 48 anos)

“Mas eu acho que é o que ela quer agora, a não ser que ela mude de ideia, se for isso que vai fazer ela realizada, vai fazer isso que ela quer. Então eu acho que eu tenho que dar força e orientá-la, naquilo que ela quer e aquilo que é bom [...] Em termos de vida profissional foi o que falei, ela quer ser atriz por enquanto é uma escolha dela, então é o que tenho que ajudá-la a ser”. (FamCasaHete, M2, 54 anos)

Uma das mães participantes explicita o desejo que tem de que sua filha tenha um futuro

diferente do dela.

“Um futuro bem diferente do meu, com certeza. Que ela possa dar um dia para os filhos dela, que ela possa ter uma faculdade que eu não pude ter, que ela possa ter um bom emprego que eu não posso ter, que ela tenha um futuro bem melhor do que o meu”. (FamSepaHete, M5, 25 anos)

Seis mães pontuam que esperam que seus filhos sejam pessoas de bem e de bons valores morais.

“Que eles sejam pessoas do bem, que tenha bom caráter, bom comportamento, que ele consigam na profissão que escolheram se estabelecer pra ter uma vida assim digna dentro dos valores e dos princípios morais”.

(FamCasaHete, M7, 50 anos)

“Ele na verdade pra cumprir mesmo com as minhas expectativas, ele tem que cumprir essas duas: ser uma pessoa correta e não maltratar os animais. (...) A expectativa nossa é que ele seja uma pessoa de bem, no caminho que ele escolher. A gente não quer interferir

(16)

no caminho dele, a gente quer ajudá-lo no que ele escolher, até porque nós tivemos nossos pais interferindo muito na nossa vida, então tem certas coisas que a gente não quer repetir.”

(FamRecaHomo, M2, 56 anos)

“O que eu espero? Eu espero que ele consiga ser feliz e bem-sucedido. Mas tem uma coisa que eu sempre digo pra ele, assim, que ele seja um cara digno, né. (FamRecaHomo, M1, 46 anos)

“Que eles sejam legais, gente boa. Que eles sejam homens de bem.”. (FamMonoHete, M5, 53 anos)

Segundo Dessen e Polonia [31], a família caracteriza-se como um sistema social responsável pela transmissão de valores, de crenças e de significados. Desta maneira, ela tem um impacto significativo e uma influência expressiva no comportamento dos filhos, uma vez que é no seio familiar que eles observam e aprendem as diversas possibilidades de existir, de enxergar o mundo e de edificar suas relações sociais. Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família é a base da aprendizagem humana, com significados e práticas específicas a um contexto histórico e cultural. Produz modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. É por meio das interações familiares que se concretizam as transformações nas sociedades. Essas transformações, por sua vez, influenciarão as relações familiares futuras, caracterizando um processo de influências bidirecionais entre os membros familiares e os diferentes ambientes que compõem os sistemas sociais

Referências

1- ROUDINESCO, E. A família em desordem. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

2- DANTAS, C.; JABLONSKI, B.; FÉRES-CARNEIRO, T. Paternidade: Considerações

sobre a relação pais-filhos após a separação conjugal. Paidéia, 14, p. 347-357, 2004.

3- BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

4- ALCESTE. Analyse des lèxemes coocurrents dans les énoncés simples d’un texte (logiciel). Toulouse, FR: ADT-Image, 2007.

(17)

6- REICHERT, J. M. (2011, January). Antibody-based therapeutics to watch in 2011. In MAbs (Vol. 3, No. 1, pp. 76-99).

7- ZANETTI, S. A. S., & GOMES, I. C. (2011). A “fragilização das funções parentais" na

família contemporânea: Determinantes e consequências .Temas em Psicologia, 19(2),

491-502.

8- ROCHA-COUTINHO, M. L.; COUTINHO, R. R. (2011). Mulheres brasileiras em

posições de liderança: novas perspectivas para antigos desafios. Economia Global e

Gestão, v. XVI, p. 61-79, 2011.

9- ZORNIG, S. M. A. J. (2010). Tornar-se pai, tornar-se mãe: o processo de construção

da parentalidade. Tempo psicanalitico, 42(2), 453-470.

10- FREUD, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição Standart Brasileira das Obras Completas de Freud, v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

11- GOLSE, B. (2002). Les très jeunes enfants en institution: un paradigme pour les

psychanalystes. In A. Szanto-Feder (Org.). Lóczy: Un nouveau paradigme? L'institute Pikler à facettes multiples. (pp. 23-29). Paris: Presses Universitaires de France.

12- PICCININI, C. A. et al. (2003). The imaginary baby and the expectations regarding

the child’s future in adolescent and adult pregnant women. Interações, São Paulo, v. 8, n.

16, dez.

13- YOUNG, R. A. (2001/2002). The joint Projects of Parents and Adolescents in Health

and Career: Conceptual, Methodological and Practical Application. Cadernos de

Consulta Psicológica, 17-18, 5-15, FPCEUP, Porto.

14- YOUNG, R. A., VALACH, L., BALL, J., PASELUIKHO, M. A., WONG, Y. S., DeVRIES, R. J., McLEAN, H., & TURKEL, H. (2001). Career development as a family

project. Journal of Counseling Psychology, 48, 190-202.

15- YOUNG, R. (2004). The Parent-Adolescent Relationship as a Joint Project. Paper presented to the Conference of the European Association for Adolescent Research, Porto,

Portugal, May 8, 2004.

16- GONÇALVES, C. M. (2008). Pais aflitos, filhos com futuro incerto? Um estudo sobre

a influência das famílias na orientação dos filhos. Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian

e Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

17- ROE, A. (1958). Early determinants of vocational choise. Journal of Counselling Psychology, 4, 212-217.

(18)

18- ALMEIDA, M. E. G. G. D., & MAGALHÃES, A. S. (2011). Escolha profissional na

contemporaneidade: projeto individual e projeto familiar. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 12(2), 205-214.

19- ARAÚJO, M. F. (2002). Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas

configurações. Psicologia: Ciência e Profissão, 22 (2), 70-77

20- GOMES, I. C. & PAIVA, M. L. de S. C. (2003). Casamento e família no século XXI:

possibilidade de holding? Psicologia em Estudo, 8.

21- CARTER, B. & McGOLDRICK, M. (2001). As mudanças no ciclo de vida familiar:

uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre: Artmed.

22- FÉRES-CARNEIRO, T. (2003). Construção e dissolução do laço conjugal. In: T. Féres-Carneiro et al. Família e casal: arranjos e demandas contemporâneas. Rio de Janeiro: PUC-Rio; p. 210-214.

23- MORRIS, C. G. & MAISTO, A. A. (2004). Introdução à Psicologia. São Paulo: Prentice Hall.

24- WENDLING, M. I. (2002). “Asas para voar, raízes para voltar”: a saída dos filhos da

casa dos pais. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

25- HENRIQUES, C. R.; JABLONSKI, B. & FÉRES-CARNEIRO, T. (2004). A “geração

canguru”: algumas questões sobre o prolongamento da convivência familiar. Psico, 35

(2), 195-205.

26- SILVEIRA, P. G. & WAGNER, A. (2006). Ninho cheio: a permanência do adulto

jovem em sua família de origem. Estudos em Psicologia, 23 (4), 441-453.

27- HENRIQUES, C. R.; FÉRES-CARNEIRO, T. & MAGALHÃES A. S. (2006). Trabalho

e família: o prolongamento da convivência familiar em questão. Paideia, 16 (35),

327-336.

28- WAGNER, A.; FALCKE, D. & MEZA, E, B. (1997). Crenças e valores dos

adolescentes acerca de família, casamento, separação e projetos de vida. Psicologia: reflexão e crítica, 10 (1), 155-167.

29- ZORDAN, E. P.; FALCKE, D.; WAGNER, A. (2009). Casar ou não casar? Motivos e

expectativas com relação ao casamento. Psicologia em revista, v. 15, n. 2, p. 56-76.

30- COELHO, S. V. (2000). As transformações da família no contexto brasileiro: uma

(19)

31- DESSEN, M. A. e POLONIA, A. da C. (2007). A Família e a Escola como contextos de

Referências

Documentos relacionados

Tais restrições, sendo convencionais, operam efeitos entre o loteador e os que vão construir no bairro, enquanto não colidentes com a legislação urbanística ordenadora da cidade e

A revisão realizada por ERDMAN (1988a) mostrou que, nos dezessete experimentos em que a silagem de milho foi a única fonte de volumoso oferecida a vacas leiteiras no início

Os achados demonstram que mesmo que a relação sexual com penetração seja o significado mais presente nas narrativas, reforçando a idéia de que ser homem é ser

Bem mais tarde Louis torna-se professor da escola e vendo a dificuldade de seus alunos no aprendizado da leitura passa a fazer pesquisa no sentido de encontrar uma solução

A Lista de Fauna Ameaçada de Extinção e os Entraves para a Inclusão de Espécies – o Exemplo dos Peixes Troglóbios Brasileiros.. The List of Endangered Fauna and Impediments

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

▪ Quanto a solução para os conflitos entre os pais e a escola, houve um grande número de pais que não responderam, o que pode nos revelar que os pais não fizeram

• Quando o navegador não tem suporte ao Javascript, para que conteúdo não seja exibido na forma textual, o script deve vir entre as tags de comentário do HTML. <script Language