Informativo nº 87 de 09.08.2016
Í N D I C E
1. STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RATIFICA ENTENDIMENTO QUEM PODE SER CONSIDERADO DEVEDOR DO IPTU_______________________________p.02
2. PEDIDO DE REVISÃO DE OFÍCIO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS, INSCRITOS OU NÃO EM DÍVIDA ATIVA, RECEBE TRATAMENTO PARA ATENDER OS CASOS EFETIVOS_____________________________________________________________p.03
3. RESOLUÇÃO SEFAZ/RJ Nº 1.012 ALTERA LIMITE PARA DISPENSA DO PEDIDO DE APROVEITAMENTO EXTEMPORÂNEO DE CRÉDITO DE ICMS __________p.04
4. APROVADO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 218/16 QUE MUDA APURAÇÃO DO ICMS NAS VENDAS PARA OUTROS ESTADOS _________p.04
5. CARF – REGULAMENTADA A DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE DECISÕES ADMINISTRATIVAS FISCAIS____________________________________________p.06 6. ANULADA DECISÃO DO CARF QUE CONTOU COM VOTO DE QUALIDADE
CONTRA O CONTRIBUINTE ___________________________________________p.07 7. LEI FEDERAL FIXA REGRA PARA OS CONDÔMINOS QUANTO A MEDIÇÃO
INDIVIDUAL DO CONSUMO DE ÁGUA _________________________________p.08
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Este informativo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Direitos autorais reservados a Micheloni
2 STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RATIFICA ENTENDIMENTO QUEM PODE SER
CONSIDERADO DEVEDOR DO IPTU
O Superior Tribunal de Justiça decidiu, entendendo que a responsabilidade pelo pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano é tanto do proprietário do imóvel quanto do promitente comprador. Um dos marcos da evolução do posicionamento da Corte, foi o julgamento do recurso repetitivo pela 1ª Seção, em 2009. Assim, o Município de São Bernardo do Campo–SP, alega que o compromisso de compra e venda abstêm a responsabilidade do proprietário (promitente vendedor) sobre os débitos de IPTU relativos ao imóvel objeto do contrato.
Em frente a isso, o ministro Mauro Campbell, relator lembrou que o Código Tributário Nacional considerou como contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Ao acolher o recurso do Município, o ministro Campbell explicou:
“Salienta-se, ainda, que, havendo mais de um contribuinte responsável pelo pagamento do IPTU, pode o legislador tributário municipal optar prioritariamente por um deles. Porém, caso a lei aponte ambos ou não aponte qualquer um deles, a escolha será da autoridade tributária”.
3 PEDIDO DE REVISÃO DE OFÍCIO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS, INSCRITOS OU NÃO EM
DÍVIDA ATIVA, RECEBE TRATAMENTO PARA ATENDER OS CASOS EFETIVOS
A Receita Federal do Brasil, resolveu editar Portaria de no. 719, para atuar de ofício, até porque existe uma prática comum e utilizada pelos contribuintes, que interpõem simples requerimento administrativo de revisão de débitos, seja por erro ou reconhecimento parcial e mesmo cálculos e inconsistências, em razão de exigências que seriam futuras ações de execução fiscal.
Importante observar que ao nosso entender, essa Portaria se vincula diretamente com os artigos 142 a 150 do Código Tributário Nacional, que tratam da revisão de ofício, e acabam por trazer a suspensão da exigibilidade, impedindo com essa análise a cobrança, enquanto tais requerimentos sejam analisados. Isso por certo poderá trazer benefícios tanto para o órgão fiscalizador, porque poderá rever e controlar os erros ou observar as
razões do contribuinte, evitando o uso indiscriminado e muito das vezes, desnecessário do ajuizamento de Execução Fiscal, com custos elevados e uso do Poder Judiciário, que provocado, venha decidir matérias que de fato, não possuem consistência, diante, de erros formais do lançamento, em especial como dispõem os artigos 145, inciso III e 149, inciso I do Código Tributário Nacional.
Vejam o preâmbulo da
Portaria, ‘Estabelece
procedimentos para a revisão de ofício de créditos tributários, a pedido do contribuinte ou no interesse da administração, inscritos ou não em Dívida Ativa da União’.
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Nesse sentido, se encerra a incerteza de que por falta expressa de previsão legal, o contribuinte de forma criteriosa e objetiva, passa contar com um instrumento que
evite ser cobrado por
inconsistências até então não observadas, que justifiquem inexistir débitos tributários.
RESOLUÇÃO SEFAZ/RJ N٥1.012 ALTERA LIMITE PARA DISPENSA DO PEDIDO DE APROVEITAMENTO EXTEMPORÂNEO DE CRÉDITO DE ICMS
Em 05 de julho de 2016 a Resolução SEFAZ/RJ nº 6.346/01 foi alterada pela Resolução SEFAZ/RJ nº 1.012, ampliando o limite para
dispensa do pedido de
aproveitamento extemporâneo de crédito de ICMS.
De acordo com a referida resolução, o limite para
aproveitamento de crédito de ICMS foi de R$100.000,00 (cem mil reais) para 100mil UFIR/RJ. Referida alteração importou em expressiva simplificação dos procedimentos para utilização de créditos extemporâneo de ICMS até este novo limite de aproximadamente R$300.000,00
(trezentos mil reais).
APROVADO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 218/16 QUE MUDA APURAÇÃO DO ICMS NAS VENDAS PARA OUTROS ESTADOS
A proposta da Comissão de Desenvolvimento Econômico,
Indústria, Comércio e
Serviços, aprovada, permite o recolhimento do ICMS devido com
base em apuração mensal e não a cada operação, como então exigido das empresas, que vendem bens ou serviços a consumidor final, e localizadas em outro estado.
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Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar (PLP) 218/16, do deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) com emendas e explicou que com a promulgação da Emenda Constitucional 87, se previu uma alíquota diferencial do imposto, com o sentido de vir permitir a partilha com os estados de destino, pelas vendas ao consumidor final, não contribuinte do imposto de outro estado. Entretanto, o impasse segundo o autor do projeto, foi que quando os estados ao regulamentaram a medida, através do Convênio ICMS 152/15, estabeleceram que o imposto fosse calculado a cada operação, gerando várias reclamações diante da operacionalidade em razão da multiplicidade de levantamentos sem falar na falta de elementos que o fator de dados concretos e ciclo econômico dessas vendas e o tempo, impunham a todos. Assim, o deputado Júlio Cesar, Relator da comissão, concordou com os argumentos e defendeu a aprovação da
proposta, expondo. “Esse custo para atendimento das obrigações acessórias se mostra especialmente prejudicial para os pequenos empresários, cujas atividades comerciais se dão com estruturas bem menos sofisticadas e onde um acúmulo de funções burocráticas pode desviar o foco e os recursos alocados na atividade econômica
em si”.
Portanto com a aprovação do projeto a parcela do imposto devido ao estado de origem, será apurada e recolhida pelo contribuinte nos mesmos períodos de apuração e prazos previstos na legislação do estado de origem. E, quanto a parcela devida ao estado de destino, ficará ao encargo do Conselho Nacional de Política Fazendária, estabelecer o período de apuração e o prazo para o seu recolhimento, definido assim as datas para o recolhimento, que seja válida para
todos os estados.
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para ajustes numa situação que tem trazido vários óbices ao contribuinte de direito (os empresários) e tal mudança se alinha a necessidade de tal alteração. Entretanto, para que possam ser enviadas para o
Plenário de votação, tais mudanças terão que ser ainda analisada pelas seguintes Comissões; de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça e de Cidadania.
CARF – REGULAMENTADA A DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE DECISÕES ADMINISTRATIVAS FISCAIS
Por conta das recentes revelações de esquemas de corrupção criados para alterar os resultados de seus julgamentos, o CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) vem alterando suas regras internas para tentar alcançar mais segurança nas decisões que afastam créditos fiscais de grande valor.
Recentemente, foi publicada a Portaria MF nº 169/2016 que altera o Regimento Interno do
CARF para incluir os
procedimentos necessários à declaração de nulidade de decisões que tenha participação de
conselheiro impedido (art. 42) ou que tenha como fundamento a inconstitucionalidade de uma norma antes da manifestação do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça (art. 62).
Com a nova regra, a decisão que contenha as características citadas no parágrafo anterior deverá ser declarada pelo próprio colegiado que a preferiu, através do julgamento de “representação de nulidade” que pode ser apresentada: a) pelo Secretário da Receita Federal do Brasil; b) pelo Procurador Geral da Fazenda
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Nacional; c) pelo Corregedor Geral do Ministério da Fazenda e; d) pelo Ministério Público Federal.
Caso a representação não seja aceita, caberá recurso à Câmara Superior de Recursos Fiscais.
ANULADA DECISÃO DO CARF QUE CONTOU COM VOTO DE QUALIDADE CONTRA O CONTRIBUINTE
Após ter perdido seu recurso por conta do voto de qualidade (segundo o Regimento Interno do CARF, em caso de empate quem decide a questão é o presidente da Turma, sempre um representante do Fisco Federal), um contribuinte socorreu-se do Poder Judiciário sob a alegação de que, na dúvida sobre a cobrança do crédito tributário, deveria prevalecer a posição mais benéfica ao contribuinte.
Ao analisar o pleito, a Justiça Federal de Campinas deu razão ao contribuinte e decidiu que o Regimento Interno do CARF deve ser interpretado em conjunto com o artigo 112, do Código Tributário Nacional, ou seja: havendo dúvidas quanto à constituição do crédito
tributário, o julgamento deve ser solucionado a favor do contribuinte.
Assim, a decisão foi considerada nula pelo magistrado, pois deixou de levar em consideração diversas provas colhidas pelo contribuinte durante a tramitação do processo administrativo.
Ainda que incipiente, verifica-se uma mudança de posicionamento do Poder Judiciário em relação aos procedimentos administrativos do CARF. Trata-se de significativo precedente, que pode representar o fim do voto de qualidade mais à frente.
LEI FEDERAL FIXA REGRA PARA OS CONDÔMINOS QUANTO A MEDIÇÃO INDIVIDUAL DO CONSUMO DE ÁGUA
Em alteração na Lei 11.445 de 2007, que trata exatamente das diretrizes nacionais do saneamento básico, foi aprovada e sancionada a Lei 13.312, que obriga novos condomínios a terem medição individual de água em seus apartamentos.
O objetivo foi estimular a redução do consumo, trazendo economia para todos quanto ao uso da água bem como, os condôminos paguem um valor ainda mais justo da taxa devida, na medida em que o hidrômetro irá individualizar o consumo de cada unidade, dividindo somente o consumo nas áreas comuns.
Entretanto, importante esclarecer que na cidade do Rio, essa determinação existe desde o ano de 2011, através da Lei
Complementar 112 que determina a instalação de hidrômetros individuais nas novas edificações. E, fixa como condição para concessão do Habite-se, o cumprimento dessa exigência, sendo a instalação individual responsabilidade dos condomínios.
Segundo a lei que altera para o futuro tal exigência, pois "As novas edificações condominiais adotarão padrões de sustentabilidade ambiental que incluam, entre outros procedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária". Vale dizer, só entra em vigor, cinco anos após a publicação e por essa razão, não atinge os condomínios construídos, antes da vigência
9 Advogados responsáveis pela redação e revisão:
Ricardo Micheloni da Silva Av. Churchill, 129 – Grupo 1003
Eduardo Landi De Vitto Centro – Rio de Janeiro
Rafael Ribeiro Campos (21) 2533-2613
Patrícia Van der Put Nadine Van der Put