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Claúdia, E., Mercê, C., Branco, M., & Catela, D. (2014). Sincronização Mútua em Crianças

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Claúdia, E., Mercê, C., Branco, M., & Catela, D. (2014). Sincronização Mútua em Crianças no Toque em Cima no Step. Revista da UIIPS, 2(2), 272–278. Grant from PCTA-QREN (ALENT-07-0262-FEDER-001883).

SINCRONIZAÇÃO MÚTUA EM CRIANÇAS NO TOQUE EM CIMA NO STEP Cláudia Elvas; Cristiana Mercê; Marco Branco; David Catela

Instituto Politécnico de Santarém – Escola Superior de Desporto de Rio Maior

Este estudo foi suportado pelo Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo – Laboratório de Investigação em Desporto e Saúde (ALENT-07-0262-FEDER-001883).

RESUMO

A sincronização involuntária dos movimentos emerge de forma espontânea, sendo o indivíduo atraído para o ritmo dos movimentos de outro (Richardson, Marsh, & Schmidt, 2005).

Verificou-se se ocorria sincronização não intencional através de ausência visual de informação sonora, em crianças (N=6, 7 ± 0 anos); e, comparar recorrência, determinismo, periodicidade, complexidade e estabilidade em episódios de sincronização e não sincronização.

A tarefa consistiu na realização do toque em cima do step, em 2 condições: i) sozinhasestimandose a velocidade natural individual e posterior formação das díades; e, ii) díade -com uma criança mais rápida e outra mais lenta, mas idêntico -comprimento dos membros inferiores, executando a tarefa de costas uma para a outra. Na condição díade, identificaram-se episódios de sincronização e não sincronização, com duração de 10 segundos, os quais foram analisados através de cross recurrence analysis (CRQA). Utilizou-se o teste Wilcoxon para a comparação entre os episódios dos resultados nos parâmetros da CRQA.

Verificou-se sincronização involuntária através da troca exclusiva de informação auditiva (cf., Nessler & Gilliland, 2009). Apesar de ausência de diferenças significativas, nos episódios de sincronização, os valores de determinismo, periodicidade, regularidade e complexidade são superiores. A sinergia estabelecida em cada díade, durante a sincronização, faz com que

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cada criança ajuste o seu ritmo ao do seu par, tornando-se a díade, como sistema, mais determinística e complexa.

Palavras-chave: Sincronização não intencional; Crianças; Toque em cima do step; Análise de Recorrência.273

ABSTRACT

Synchronization involuntary movements emerges spontaneously, causing the individual to be attracted to the rhythm of the movements of another (Richardson, Marsh, & Schmidt, 2005).

It was checked if unintentional synchronization occurred through visual absence of sound information, at children (N = 6, 7 ± 0 years) and compared recurrence, determinism, frequency, complexity and stability in episodes of synchronization and not synchronization. The task consisted in touch over the step, on 2 conditions: i) alone - estimating the individual natural speed and subsequent formation of dyads, and ii) dyadic – a fast child and a slower but identical length of the lower limbs, performing the task back to one another. In the dyad condition, we identified episodes of synchronization and not synchronization, lasting 10 seconds, which were analyzed by cross recurrence analysis (CRQA). We used the Wilcoxon test for comparison between episodes of the results on the parameters of CRQA.

It was found involuntary synchronization through the exclusive exchange of auditory information (cf., Nessler & Gilliland, 2009). Although no significant differences in episodes of synchronization, the values of determinism, frequency, regularity and complexity are higher. The synergy established in each dyad, during synchronization, makes each child adjust her pace to your couple, becoming the dyad as a system more deterministic and complex.

Keywords: Unintentional synchronization; Children; Touch up the stair; Recurrence Analysis.

INTRODUÇÃO

Quando dois indivíduos partilham o mesmo comportamento motor tendem a sincronizar os seus movimentos através do estabelecimento de uma sinergia entre os dois sistemas que inicialmente eram independentes (Riley, Richardson, Shockley, & Ramenzoni, 2011). Podemos encontrar dois tipos de sincronização, sincronização total quando a fase do movimento se encontra estável/bloqueada, persistindo no tempo; e sincronização transitória

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quando são visíveis alguns períodos de estabilidade mas não prolongados no tempo. Quando nenhuma destas formas de sincronização ocorre estamos perante a ausência de sincronização, não existindo qualquer estabilidade em todo o movimento (Tognoli et al., 2006).

Além dos dois tipos de sincronização existem ainda dois padrões estáveis da mesma, a sincronização em fase e a sincronização em anti-fase. Na sincronização em fase ambos os indivíduos realizam o mesmo movimento ao mesmo tempo e na mesma direção, enquanto que na sincronização em anti-fase os indivíduos partilham o mesmo movimento realizando-o simultaneamente mas em sentidrealizando-os crealizando-ontrárirealizando-os. O padrãrealizando-o de sincrrealizando-onizaçãrealizando-o em fase é considerado mais estável e fácil de manter ao longo do tempo, tendo-se verificado que o sistema tende a passar de sincronização em anti-fase para fase (Mercê, Santos, Branco, & Catela, 2013).

O tema da sincronização tem vindo a ser estudo e explorado ao longo do tempo por diversos autores, Zivotofsky e Hausdorff (2007) realizaram um estudo com raparigas entre os 12 e 14 anos de idade, encontrando sincronização espontânea de passos durante um passeio em quase metade das situações. Num outro estudo realizado sobre esta temática, adultos organizados em pares, apresentaram sincronização relativa (Von Holst, 1973). Nessler e Gilliland (2009) estudaram a sincronização interpessoal tendo em conta fatores como a informação visual, auditiva e propriocetiva, tendo descoberto que os pares que se sincronizavam tinham uma menor diferença de comprimento dos membros inferiores. Ou seja, a sincronização é não só afetada por variáveis extrínsecas ao indivíduo como a quantidade e tipo de informação a que está sujeito, mas bem como a variáveis extrínsecas como o comprimento do seu membro inferior durante a marcha.

O objetivo deste estudo consistiu em verificar se a sincronização não intencional ocorre através de presença não visual de informação sonora, em crianças (N=6, 7 ± 0 anos); e, comparar a recorrência, determinismo, periodicidade, complexidade e estabilidade em episódios de sincronização e de não sincronização.

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Para isso foram formados pares tendo por base a similaridade do comprimento dos membros inferiores e a velocidade natural, emparelhando uma criança lenta com uma rápida.

A seleção dos pares foi baseada na presença de episódios de ausência e presença de sincronização, tendo sido selecionados apenas 50% destes, ou seja 3 pares.

Na condição díade, foram identificados episódios de sincronização e de não sincronização, com a duração de 10 segundos, os quais foram analisados através de cross recurrence

analysis (CRQA). Para a comparação entre os episódios foi utilizado o teste Wilcoxon.

Esta temática torna-se bastante interessante pois é uma forma de comprovar que existe sintonia social através do movimento (e.g., Schmidt et al., 2011).

RESULTADOS

Tabela 1. Output dos episódios analisados de não sincronização (Não Sinc. x) e de sincronização (Sinc. x), por par, e média para Raio, Percentagem de Recorrência (% REC), Percentagem de Determinismo (% DET), Entropia, Linha Média (Meanline) e Linha Máxima (Maxline).

Figura 1. Exemplificação do espaço de fase para par não sincronizado (imagem da esquerda e para par sincronizado (imagem da direita); cada elemento do par é

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representado por uma cor; a esfera representa o raio necessário para detetar pontos recorrentes (superior para não sincronização).

DISCUSSÃO

A média da percentagem de recorrência é superior nos pares sincronizados, reflexo de um maior número de pontos recorrentes dentro da esfera, significando maior coordenação do sistema. É também percetível que o raio é maior nos pares não sincronizados do que nos pares sincronizados, este acontecimento deve-se ao facto de nos pares não sincronizados ser mais difícil encontrar pontos recorrentes e por essa mesma razão o raio tem de ser aumentado para que seja possível encontrar alguns desses pontos.277

A média da percentagem de determinismo dos pares sincronizados é superior aos pares não sincronizados. Tendo em conta o valor de referência de 100% significar coordenação total, podemos dizer que os pares sincronizados se aproximam mais deste tipo de coordenação. Sendo assim, e partindo da definição de %DET, podemos afirmar que os pares sincronizados apresentam também uma maior previsibilidade e regularidade que os pares não sincronizados. A entropia, sendo uma medida de complexidade, verifica se o sistema se encontra confortável ou não consoante o meio envolvente em que está inserido. Tendo em consideração os resultados obtidos dos pares sincronizados e dos pares não sincronizados, concluímos que o sistema se encontra mais confortável, mas é também mais complexo nos pares sincronizados. Como são avaliados dois indivíduos individualmente, quando estes não estão sincronizados os sistemas comportam-se isoladamente, quando estão em sintonia comportam-se como um só sistema. Por esse facto o sistema nos pares sincronizados é mais complexo que nos pares não sincronizados.

Sendo a linha média uma medida de periodicidade que analisa a média do comprimento das diagonais, podemos referir que quanto maior este valor mais periódico é o sistema. A linha máxima analisa a estabilidade do sistema através do comprimento máximo da linha diagonal. Quanto mais próximo da maxline estiver o valor da meanline mais periódico e convergente é o sistema. Desta forma o sistema sincronizado é mais periódico e convergente que o sistema não sincronizado.

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CONCLUSÃO

Devido ao facto de não terem sido encontrados estudos com valores de referência da análise de recorrência na sincronização, apenas é possível fazer a comparação entre sistemas sincronizados e não sincronizados.

Desta forma concluímos que um sistema sincronizado apresenta um valor de percentagem de recorrência, percentagem de determinismo, entropia, meanline e maxline superiores a um sistema não sincronizado.

Verificou-se que metade dos pares analisados revelou transição para a sincronização motora, sendo o som o promotor dessa sincronização em crianças.278

O som juntamente com o movimento promovem sintonia entre dois sistemas inicialmente independentes, através da técnica de recorrência CRQA é possível a diferenciação dos dois estados de comportamento do sistema (díade).

Apesar de ausência de diferenças significativas entre períodos nos vários parâmetros de recorrência, verifica-se que nos episódios de sincronização os valores de determinismo, periodicidade, regularidade e complexidade são sempre superiores.

Prevemos que com uma amostra maior as diferenças serão significativas.

BIBLIOGRAFIA

Mercê, C., Santos, C., Branco, M., & Catela, D. (2013). Recurrence Analysis of International Synchronization in Children during Tap Side of Aerobics. In T. Davis, P. Passos, M. Dicks & J. Weast-Knapp (Eds.), Studies in Perception and Action XII: Seventeenth Internacional

Conference on Perception and Action (pp. 33-37). New York: Psychology Press.

Nessler, J. A., & Gilliland, S. J. (2009). Interpersonal synchronization during side by side treadmill walking is influenced by leg length differential and altered sensory feedback. Hum

Mov Sci, 28(6), 772-785.

Richardson, M. J., Marsh, K. L., & Schmidt, R. C. (2005). Effects of Visual and Verbal Interaction on Unintentional Interpersonal Coordination. Journal of Experimental

Psychology: Human Perception and Performance, 31(1), 62-79.

Riley, M. A., Richardson, M. J., Shockley, K., & Ramenzoni, V. C. (2011). Interpersonal synergies. Frontiers in Psychology, 2(38).

Von Holst, E. (1973). “Relative coordination as a phenomenon and as a method of analysis of central nervous system function,” in The Collected Papers of Erich von Holst: Vol. 1. The

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Behavioral Physiology of Animal and Man, (Ed and Trans) R. Martin (Coral Gables, FL: University of Miami Press), 33–135. (Original work published 1939).

Zivotofsky, A.Z., & Hausdorff, J.M. (2007). The sensory feedback mechanisms enabling couples to walk synchronously: An initial investigation. Journal of Neuroengineering and

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