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Associação Latino-americana de Ciência Política (ALACIP) 9º Congresso Latino-americano de Ciência Política

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Academic year: 2021

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Área Temática: Opinião Pública e Comunicação Política

CAMPANHA ELEITORAL NO TWITTER: AS ESTRATÉGIAS DOS CANDIDATOS NA DISPUTA PARA A PREFEITURA DE CURITIBA EM 2016

Fellipe Herman – fellipeherman@gmail.com UFPR – Universidade Federal do Paraná

Trabalho preparado para sua apresentação no 9º Congresso Latino-americano de Ciência Política, organizado pela Associação Latino-americana de Ciência Política (ALACIP).

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CAMPANHA ELEITORAL NO TWITTER: AS ESTRATÉGIAS DOS CANDIDATOS NA DISPUTA PARA A PREFEITURA DE CURITIBA EM 20161

Fellipe Herman2

RESUMO: Campanhas eleitorais através de redes sociais digitais possibilitam a comunicação

direta entre o candidato e o eleitor, ampliando a disseminação de informação e a capacidade de mobilizar o eleitorado. Durante períodos eleitorais, grandes quantidades de informações são colocadas à disposição dos eleitores, seja através das plataformas dos candidatos ou através de materiais gerados pelos meios de comunicação, como por exemplo, debates televisionados. A campanha eleitoral para a disputa do cargo de prefeito da cidade de Curitiba, nas eleições de 2016, teve um total de nove candidatos, os quais participaram de três debates. O objetivo desta pesquisa é verificar de que forma as postagens no Twitter dos candidatos se alteram durante o período eleitoral. Procura-se identificar em que sentido fatores externos, tais como debates e pesquisas eleitorais, podem alterar a utilização da ferramenta Twitter pelos candidatos. Portanto, foram analisados um total de 3.145 tweets, postados pelos candidatos durante o período entre 16 de agosto a 01 de outubro de 2016. Estas postagens foram analisadas quantitativamente e qualitativamente, através da análise de conteúdo, onde as mesmas foram distribuídas em sete temas: Agenda & Eventos, Imagem Pessoal, Posicionamento, Campanha Negativa, Mobilização & Engajamento, Promoção de Ideias e outros. Entre os resultados encontrados, verifica-se que os debates provocaram um aumento na quantidade de tweets postados pelos candidatos, nos dias correspondentes a tais eventos. Outro achado é que a divulgação de pesquisas eleitorais influenciou no aumento da quantidade de mensagens referentes à campanha negativa, postadas pelos candidatos que não lideravam as pesquisas.

Palavras-chave: campanha eleitoral, comunicação política, Twitter.

1

Trabalho preparado para sua apresentação no 9º Congresso Latinoamericano de Ciência Política, organizado pela Associação Latino-americana de Ciência Política (ALACIP). Montevidéu, 26 ao 28 de julho de 2017

2 Mestrando em Ciência Política na Universidade Federal do Paraná (UFPR), na linha de Comportamento,

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INTRODUÇÃO

Durante os períodos de campanhas eleitorais uma grande quantidade de informação é gerada, seja das campanhas eleitorais dos candidatos, através do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE), seja através das redes sociais digitais, e também, pelos meios de comunicação, através de debates televisivos, jornais impressos, etc.

Desta forma, as informações compartilhadas durante estes períodos são dinâmicas e podem alterar os rumos das candidaturas e das estratégias de campanha, ou seja, uma entrevista na qual as respostas do candidato não sejam convincentes ou que suas propostas se mostrem impossíveis de realizar, podem gerar munição para os adversários políticos o atacarem.

Portanto, é natural supor que ao longo do período eleitoral as estratégias dos candidatos se alterem, e que isso seja refletido em suas campanhas, bem como nas ferramentas de redes sociais digitais, por exemplo, o Twitter, pois o uso das redes sociais digitais por parte dos agentes políticos possui relação com as estratégias políticas e de ampliação da visibilidade pública (MARQUES et.

al., 2014).

Devido às possibilidades de ampliação da visibilidade da imagem dos candidatos, o uso das ferramentas de redes sociais durante o período eleitoral é acentuado por todos (JUNGHERR, 2016). O Twitter é uma ferramenta que permite a comunicação direta entre candidato e eleitorado e, portanto, permite campanhas mais personalizadas e individualizadas (VEERGER; HERMANS, 2013).

As eleições para a disputa da prefeitura da cidade de Curitiba tiveram um total de nove candidatos, dos quais sete fizeram uso do Twitter como estratégia de comunicação política. Durante a campanha, estes candidatos participaram de três debates televisionados, em três momentos diferentes.

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é verificar de que forma as postagens no Twitter dos candidatos à prefeitura de Curitiba se alteram durante o período eleitoral. Portanto, procura-se identificar em que sentido fatores externos, tais como debates e pesquisas eleitorais, podem alterar a utilização da ferramenta.

O presente artigo será dividido em quatro partes, onde primeiramente será apresentada uma revisão bibliográfica referente ao uso do Twitter, durante as campanhas eleitorais. A segunda parte trará um breve cenário das eleições de 2016, como as alterações na lei eleitoral e os candidatos na

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disputa. A terceira parte apresentará a metodologia da pesquisa e as categorias de análise. Na quarta parte será apresentada a análise dos dados e discussão, por fim a conclusão.

1. COMUNICAÇÃO ELEITORAL NO TWITTER

A grande razão em se dedicar ao estudo das campanhas eleitorais é que, além deste período possuir grande influência no resultados das eleições, eles oferecem um grande fluxo de informações, proporcionam a possibilidade de contestação e funcionam como uma forma de testar a comunicação pública (SCAMMEL, 2015).

Durante as eleições, os candidatos e partidos buscam ampliar a exposição da sua imagem, e para tal fim, várias formas de comunicação são estabelecidas. Desta forma, os candidatos procuram estar presentes em todos os espaços que possibilitem ampliar a visibilidade de sua imagem, tais como entrevistas, debates, Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) e a Internet (MARQUES, 2016).

Um dos principais exemplos nesta busca de ampliar a visibilidade diante do eleitorado pode ser representado na disputa presidencial nos Estados Unidos em 2008, através do “fenômeno Obama”. Nestas eleições, o candidato Barack Obama fez uso de todo tipo de ferramenta tecnológica para atingir o eleitor, desde mensagens SMS até o uso de publicidade em jogos eletrônicos, passando pelo expressivo uso de redes sociais (GOMES, et. al., 2009). Portanto, a campanha de Obama mostrou como as oportunidades oferecidas pelas redes sociais digitais podem ser exploradas para campanhas on-line (LILLEKER; JACKSON, 2011).

Assim, as ferramentas de redes sociais digitais passaram a desempenhar importante papel durante os períodos de campanhas eleitorais, pois possibilitaram aos candidatos uma nova maneira de se comunicar com o eleitorado, ou seja, foi possibilitado que as campanhas se tornassem mais personalizadas e individualizadas (VEERGER; HERMANS, 2013).

As ferramentas de redes sociais digitais, social networks sites (SNS), são definidas por Boyd e Ellison (2008, p. 211) da seguinte forma:

We define social network sites as web-based services that allow individuals to (1) construct a public or semi-public profile within a bounded system, (2) articulate a list of other users with whom they share a connection, and (3) view and traverse their list of connections and those made by others within the system.

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Dentre as ferramentas de redes sociais digitais utilizadas durante as campanhas eleitorais, destaca-se o microblog Twitter, que possibilita aos seus usuários encaminhar e receber pequenas mensagens, com até 140 caracteres, através da Internet, celular, entre outros aparelhos. Assim, através da ferramenta torna-se possível a comunicação direta e sem filtros, entre o candidato e o eleitor, possibilitando a capacidade de mobilizar o eleitorado, além de uma rápida disseminação da informação (PARMELEE; BICHARD, 2012).

Entre as principais funções disponíveis no Twitter destacam-se: a possibilidade de publicar mensagens, ou seja, emitir um tweet; compartilhar um tweet postado por outro usuário, através da função chamada retweet (RT); é possível favoritar (favourite) algum tweet emitido; bem como mencionar (@mention) outros usuários e responder esta menção através do @reply (PARMELEE; BICHARD, 2012).

Diante de tais possibilidades, a ferramenta Twitter passou a ser incorporada na comunicação política, e os candidatos ou agentes políticos, passaram a utilizar esta ferramenta para divulgação de suas agendas, de suas campanhas eleitorais, bem como para a exposição de sua imagem através de fotos e vídeos (PARMELEE; BICHARD, 2012).

Com a incorporação das redes sociais digitais na comunicação política, elas passaram a desempenhar um papel de destaque dentro das pesquisas acadêmicas sobre campanhas eleitorais, já que elas podem ampliar os espaços nos quais os candidatos se relacionam com o público, pois além de permitir obtenção de informações, promove-se o marketing político, a mobilização, a discussão e pode servir como fonte de informações para produção de notícias (SKOGERBØ; KRUMSVIK, 2015; ENLI; SKOGERBØ, 2013).

Desta forma, as pesquisas envolvendo comunicação política e Twitter concentram-se em três principais categorias: o uso da ferramenta por candidatos e partidos, o uso por públicos politicamente ativos e o uso e reações em eventos mediados (JUNGHERR, 2016). O uso por parte de candidatos e partidos refere-se às formas de comunicação dos candidatos durante períodos eleitorais (ENLI; SKOGERBØ, 2013; VERGERR; HERMANS, 2013; CERVI; MASSUCHIN, 2013). O uso por públicos politicamente ativos refere-se a usuários que publicaram mensagens com

hashtags ou palavras-chave politicamente relevantes ou aqueles usuários que seguiram as contas de

candidatos ou partidos (JUNGHERR; et. al., 2016; BODE; et. al., 2015;). O terceiro grupo procura identificar mensagens postadas durante debates televisionados e entrevistas, ou seja, de que forma o público procura intervir durante estes eventos (ELMER, 2013; RECUERO, 2016).

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Por exemplo, na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu em 2009, o uso do Twitter por parte dos candidatos foi baixo, no entanto, candidatos que mais utilizaram a ferramenta são oriundos de partidos progressistas, enquanto que os conservadores são praticamente ausentes no uso da ferramenta (VERGEER; et. al., 2013). Nas eleições para o parlamento holandês em 2010, candidatos que foram derrotados nas eleições de 2006 utilizaram o Twitter de maneira mais intensa, o que pode indicar que estes estavam buscando novas maneiras de atingir o eleitorado (VERGERR; HERMANS, 2013).

Entre as pesquisas que analisam o uso do Twitter por candidatos e partidos, destaca-se alguns resultados encontrados: partidos da oposição tendem a utilizar o Twitter com maior frequência (VERGEER; et. al., 2013); os candidatos utilizam a ferramenta para divulgação de atividades de suas campanhas e não para dialogar com eleitores ou adversários (GRAHAM; et. al., 2013); candidatos mais jovens são mais frequentes na ferramenta (JACKSON; LILLEKER, 2011; LASSEN; BROWN, 2011).

Embora, a utilização do Twitter como estratégia de comunicação eleitoral já exista desde 2008, a utilização das redes sociais digitais como estratégia de comunicação eleitoral foi autorizada no Brasil somente em 2009, através da Lei 12.034 (AGGIO, 2016). Portanto, é a partir das eleições de 2010 que ocorre a incorporação das redes sociais digitais nas campanhas eleitorais brasileiras, e já nestas eleições, o Twitter assume um papel de destaque nas campanhas dos presidenciáveis Plinio de Arruda Sampaio, através das transmissões online e dos “tuítaços”, e de José Serra, mostrando que o uso destas ferramentas na comunicação política já não podem mais ser ignoradas pelos candidatos (MARQUES; SAMPAIO, 2011; MARQUES; et. al., 2013).

Após a liberação para a utilização de redes sociais digitais nas campanhas eleitorais, muitos estudos surgem no Brasil com a intenção de captar padrões e formas de utilização destas ferramentas pelos candidatos, bem como para questões relacionadas à mobilização, sondagens de opinião e etc. (ROSSETTO; et. al., 2013; RECUERO, 2016; PENTEADO; et. al., 2014; AGGIO, 2016; MARQUES; et. al., 2013; CERVI; MASSUCHIN, 2013).

Assim, os primeiros trabalhos brasileiros de comunicação política através do Twitter centraram-se nas eleições presidenciais de 2010 e procuravam verificar questões da interação entre candidato e eleitor (AGGIO, 2016; MARQUES; et. al., 2013). Por exemplo, dos tweets postados pelos três candidatos presidenciáveis em 2010, Marina Silva, José Serra e Dilma Rousseff, cerca de 48% faziam interação entre os candidatos e os eleitores. (AGGIO, 2016).

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Outra possibilidade de análise do cenário eleitoral utilizando o Twitter foi o de verificar, através do uso de hashtags ou de palavras chaves, o sentimento dos usuários em relação a determinado candidato. Nas eleições de 2014, foram verificados picos de utilização do Twitter durante os debates televisivos, o que mostra uma interação entre os meios de comunicação, como por exemplo, a televisão e o conteúdo postado nas redes sociais (PENTEADO; et. al., 2014).

A relação entre debates televisivos e a utilização do Twitter por parte dos candidatos e do público em geral, tem mostrado que o número de mensagens postadas tendem a aumentar nos dias em que os debates ocorrem (SHAMMA; et. al., 2009; JUNGHERR, 2014).

Durante as eleições para cargos no Parlamento Europeu em 2009, foi verificado que o pico máximo de mensagens postadas ocorreu no dia de um debate via Twitter, organizado por um programa de rádio (VERGEER; et. al., 2013). No mesmo sentido, durante as eleições suecas em 2010, pesquisadores encontraram que além do dia das eleições, as datas em que ocorreram grandes quantidades de mensagens tuitadas foram durante debates televisionados, comícios e etc. (LARSSON; MOE, 2012).

Segundo Trilling (2015), o Twitter funciona como um complemento ao debate, pois assuntos que foram pouco abordados no debate, ou até mesmo negligenciados, continuam sendo discutidos na ferramenta. Dessa forma, a atividade no Twitter apresenta um grande vínculo com eventos mediados (LARSSON; MOE, 2012).

Diante do exposto, pretende-se verificar se a ocorrência de eventos durante o período eleitoral, como a realização de debates e divulgação de pesquisas eleitorais, causam alterações na utilização da ferramenta Twitter, pelos candidatos a Prefeitura de Curitiba, nas eleições de 2016. Portanto, procura-se identificar em que sentido as postagens dos candidatos se alteram no Twitter durante o período eleitoral, e se tais eventos possuem alguma influência sobre tal alteração. Para tal fim, apresentam-se duas hipóteses: nos dias em que forem realizados os debates os candidatos utilizarão o Twitter com maior intensidade; e debates e divulgações de pesquisas provocarão alterações nos temas postados pelos candidatos.

2. CENÁRIO DAS ELEIÇÕES DE 2016 EM CURITIBA

As eleições municipais em 2016 foram as primeiras após a minirreforma política de 2015, que promoveu mudanças na regra eleitoral. Entre as principais alterações aprovadas pela minirreforma, destacam-se a redução do calendário da campanha eleitoral, que passou a ser de 45

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dias, visto que anteriormente as campanhas tinham duração de 90 dias. A partir destas eleições, o período de exibição do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) será de 35 dias, o qual passou a ser de somente dez minutos, com inserções de setenta minutos distribuídas ao longo do dia, sendo o percentual de 60% para prefeitos e 40% para vereadores. Outro ponto de mudança foi o fim das doações de campanhas por empresas privadas (BRASIL, 2015).

Estas alterações nas regras, além de tornarem o período de campanha mais curto, reduziram também a disponibilidade de recursos financeiros, e isto pode favorecer a utilização das redes sociais durante o período eleitoral, devido a sua capacidade de alcançar uma grande parte do público e a possibilidade de comunicação direta com o eleitorado a baixos custos (CONWAY; et.

al., 2013).

As eleições para a Prefeitura Municipal de Curitiba em 2016 tiveram nove candidatos concorrendo ao cargo de prefeito, sendo que destes, sete fizeram uso da ferramenta Twitter como parte da estratégia de comunicação política com seus eleitores. A escolha em se estudar a campanha eleitoral para a prefeitura de Curitiba deve-se pelo fato de que a cidade possui a maior população, colégio eleitoral e orçamento entre as capitais da região sul do Brasil3. Além desta importância populacional e socioeconômica, outro fator relevante é que, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (2012), a cidade ocupa o sexto lugar no ranking nacional de acesso domiciliar à Internet, com cerca de 62% da população conectada. Além destes fatores, as alterações nas regras de campanha eleitoral (já mencionadas anteriormente), tornaram as ferramentas de redes sociais digitais um importante ativo na estratégia de obtenção de votos.

Os candidatos nas eleições para a disputa do cargo para prefeitura da cidade de Curitiba em 2016 foram4: Ademar Pereira (PROS); Afonso Rangel5 (PRP); Gustavo Fruet (PDT); Maria Victória (PP); Ney Leprevost (PSD); Rafael Greca (PMN); Requião Filho (PMDB); Tadeu Veneri (PT) e Xênia Mello (PSOL).

3Censo demográfico IBGE, 2010. Dados disponíveis em http://cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php. Dados Eleitorais

disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral - www.tse.jus.br/.

4 Segue o nome dos partidos dos candidatos: PROS - Partido Republicano da Ordem Social; PRP - Partido Republicano

Progressista; PDT - Partido Democrático Trabalhista; PP – Partido Progressista; PSD - Partido Social Democrático; PMN - Partido da Mobilização Nacional; PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro; PT – Partidos dos Trabalhadores e PSOL - Partido Socialismo e Liberdade.

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A Tabela 1 apresenta o endereço dos perfis dos candidatos6 na ferramenta Twitter, bem como a data de criação da conta, o número de seguidores e o número de tweets postados até o início do período eleitoral.

TABELA 1 – PERFIL DOS CANDIDATOS NO TWITTER CANDIDATO PARTIDO PERFIL

TWITTER

CRIAÇÃO DA

CONTA SEGUIDORES TWEETS

Gustavo Fruet PDT @gustavofruet 20/04/2009 73.971 16.927

Maria Victória PP @mvictoriabb 07/07/2014 8.529 895

Ney Leprevost PSD @neyleprevost 02/07/2009 4.046 24.594

Rafael Greca PMN @RafaelGreca33 14/01/2010 11.533 19.985

Requião Filho PMDB @RequiaoFilho 12/07/2011 5.050 12.177

Tadeu Veneri PT @tadeuveneri 28/04/2010 6.923 10.202

Xênia Mello PSOL @xeniamello 29/03/2010 159 112

Fonte: Twitter - Elaboração própria - dados referentes à 16/08/2016 (data inicial da pesquisa).

Além das alterações nas regras para campanha, outro ponto de destaque é que o pleito de 2016 também foi marcado pelo embate entre candidatos já tradicionais na política paranaense, tais como Rafael Greca (ex-prefeito da cidade, ex-deputado Estadual e Federal pelo Estado do Paraná), Gustavo Fruet (atual prefeito e ex-deputado federal), e uma nova geração de políticos que, no entanto, representam famílias tradicionais na política paranaense, tais como Requião Filho, filho do Senador Roberto Requião (que já foi ex-prefeito de Curitiba, ex-governador do Paraná) e Maria Victória, da família Barros, filha do ministro da Saúde Ricardo Barros e da vice-governadora Cida Borghetti.

3. METODOLOGIA

O corpus empírico da pesquisa é constituído por 3.145 mensagens, postadas no Twitter durante o período eleitoral, compreendido entre o dia 16 de agosto a 01 de outubro de 2016, pelos sete candidatos que utilizaram a ferramenta como estratégia de campanha.

6 O candidato Ademar Pereira (PROS) não utilizou a ferramenta Twitter como estratégia de campanha e o candidato

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As coletas dos tweets foram efetuadas através da ferramenta de monitoramento de redes

Twitonomy7, que captura informações através de API8 do Twitter, a qual permite, além de efetuar a coleta e captura de informações dos tweets, efetuar a análise de um determinado perfil. Entre as principais funcionalidades da ferramenta Twitonomy, destaca-se que ela executa estatísticas sobre a conta pesquisada, tais como a quantidade de tweets postados durante o período de pesquisa, agrupamento por palavras-chaves (hashtags) utilizadas pelo usuário, etc. Cabe ressaltar que tal ferramenta é utilizada em pesquisas que abordam o uso do Twitter em eleições, por exemplo, HOLTZ-BACHA; et. al., (2017).

Desta forma, para verificar se acontecimentos ocorridos durante a campanha, tais como debates e pesquisas eleitorais, alteram a frequência de postagens dos candidatos, foram escolhidos cinco momentos (M) durante a campanha para procurar compreender que possíveis fatores motivaram estas alterações no uso da ferramenta. Estes momentos (M) são:

M1 – 22/08/2016 – Primeiro debate entre os candidatos;

M2 – 23/08/2016 – Divulgação da primeira pesquisa eleitoral do IBOPE; M3 – 19/09/2016 – Divulgação da segundo pesquisa eleitoral do IBOPE; M4 – 25/09/2016 – Segundo debate entre os candidatos;

M5 – 29/09/2016 – Terceiro debate entre os candidatos.

Foram escolhidas estas datas, pois debates televisionados possuem a capacidade de concentrar audiência dos eleitores, produzir notícias e discussões posteriores, aumentando fortemente o volume de mensagens políticas em reação a um evento de mídia programado e anunciado, tal como um debate televisionado (BENOIT, 2015a; JUNGHERR, 2014).

A escolha das datas nas quais foram divulgados resultados de pesquisas eleitorais divulgadas pelo instituto IBOPE9, justifica-se pelo fato de que pesquisas eleitorais podem influenciar a decisão tanto dos candidatos quanto dos eleitores (COX, 1997). Outro ponto de destaque é que candidatos que estão na liderança das pesquisas tendem a ser mais atacados pelos seus concorrentes (BENOIT, 2015a).

Diante do exposto, os tweets postados foram objeto de análise quantitativa, onde foi verificada a distribuição temporal das mensagens durante o período em questão. Com o objetivo de entender quais os usos que os candidatos fazem da ferramenta, e se fatores externos, tais como

7 Disponível em: http://www.twitonomy.com/

8

ApplicationProgramming Interface.

9 Nos Anexos deste artigo encontra-se a Tabela 4 que apresenta o resultado das três pesquisas divulgadas pelo IBOPE

(Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), no entanto, a terceira e última pesquisa foi divulgada no dia 01 de outubro e, como a período analisado pela pesquisa termina em 01 de outubro, esta data não foi selecionada.

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debates e resultados de pesquisas eleitorais, afetaram o conteúdo das postagens dos candidatos, foi realizada uma análise qualitativa deste conteúdo.

Referente à parte qualitativa da pesquisa, foi efetuada análise de conteúdo das postagens efetuadas pelos candidatos, conforme metodologia adaptada de PARMELEE & BICHARD (2012, p. 178). Os autores analisaram doze disputas eleitorais nos Estados Unidos em 2010, para os cargos de Senador e Governador em dez Estados diferentes, classificando os tweets postados em sete diferentes categorias: Campaign Trail; Personal; Candidate Ideology; Opponent-Focused; Call to

Action; Endorsements; e Unsure/Others.

Diante da classificação utilizada pelos autores, foi efetuada uma adaptação das categorias, e as postagens dos candidatos a Prefeitura de Curitiba em 2016 foram classificadas da seguinte maneira:

Agenda & Eventos - temas relacionados à divulgação de agenda e eventos do candidato,

como visita a bairros, comícios, entrevistas.

Exemplo: Não perca, daqui a pouquinho, às 22h45, participo do debate com os

candidatos à prefeitura de Curitiba na RICTV Record Curitiba! :) (@mVictóriabb

em 25/09/2016 às 22:31).

Imagem pessoal - mensagens de apoio recebidas pelo candidato e divulgação de realizações

pregressas vinculadas à sua imagem.

Exemplo: "Somos a gestão que menos gastou em propaganda e que mais investiu no

meio ambiente" #EquipeGF (@gustavofruet em 29/09/2016 às 23:32).

Posicionamento - posição do candidato referente a temas ideológicos, como posição política,

ou referente a manifestações da população, como protestos, etc.

Exemplo: Ney é o único candidato a prefeito que participou das manifestações

contra a corrupção e a… https://www.instagram.com/p/BJyL_KKhEPp/

(@neyleprevost em 31/08/2016 às 16:05).

Campanha Negativa - ataque a adversários.

Exemplo: A única forma de enfrentar o problema da mobilidade é ter a coragem de

enfrentar a máfia do transporte, coisa que o Fruet não fez #XêniaNaBand

(@xeniamello em 22/08/2016 às 23:30).

Mobilização e Engajamento - convite relacionado a participação e mobilização, seja através

de doações ou sugerindo mudar a foto de perfil da rede social em apoio ao candidato.

Exemplo: Coloque a marca da campanha no seu avatar e participe da grande

corrente de amor por Curitiba. #VoltaGreca33 http://twibbon.com/support/volta-greca-33 …( @RafaelGreca33 em 01/09/2016 às 12:15).

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Promessas e Projetos - divulgação de propostas e promessas.

Exemplo: #debatenaRPC #emprego Nós precisamos investir em serviços para

aumentar a geração de empregos. Um caminho é diminuir a burocracia.

(@tadeuveneri em 29/09/2016 às 23:02).

Outros: categorias não englobadas anteriormente como postagens de apoio, incentivos, etc.

Exemplo: #GinaIndelicada 💜 ( @RequiaoFilho em 01/10/2016 às 13:36).

Cabe destacar que as mensagens postadas foram classificadas somente em uma categoria, ou seja, nenhuma mensagem foi duplicada (presente em mais de uma categoria). Nos casos em que as postagens abordavam mais de um tema, elas foram classificadas de acordo com o assunto dominante. A análise se limitou ao texto publicado na mensagem, não sendo analisados possíveis

links postados junto com a mesma.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

O período de campanha eleitoral em 2016, estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no qual os candidatos podem utilizar redes sociais digitais para fazer campanha, corresponde ao período compreendido entre 16 de agosto de 2016 a 01 de outubro de 2016. Durante este período, os sete candidatos que utilizaram a ferramenta Twitter como estratégia de campanha, postaram um total de 3.145 tweets, o que apresenta uma média de 67 mensagens diárias. A distribuição dos tweets por candidatos são apresentados na tabela 2, abaixo:

TABELA 2 - POSTAGENS POR CANDIDATO DURANTE PERÍODO ELEITORAL Candidato Perfil Twitter Tweets (N) % do total

Gustavo Fruet @gustavofruet 733 23%

Maria Victória @mvictoriabb 26 1%

Ney Leprevost @neyleprevost 824 26%

Rafael Greca @RafaelGreca33 345 11%

Requião Filho @RequiaoFilho 978 31%

Tadeu Veneri @tadeuveneri 192 6%

Xênia Mello @xeniamello 47 1%

Total de postagens 3.145 100%

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Ao observar a tabela acima, verifica-se que o candidato que fez uso de forma mais intensa da ferramenta foi o candidato Requião Filho, com 978 tweets (31% do total de postagens), seguido pelo candidato Ney Leprevost, com 824 tweets (26% do total) e do prefeito Gustavo Fruet, com 733

tweets (23% do total). Já dentre os que fizeram um menor uso da ferramenta, destacam-se as

candidatas Maria Victória, com 26 tweets (menos de 1% do total) e Xênia Mello, com 47 tweets (menos de 1% do total). Mello utilizou a ferramenta Twitter somente até o dia 26/08/2016, e 38 de suas postagens foram efetuadas nos dias 22 e 23 de agosto de 2016.

Um ponto de destaque desta análise inicial, acerca destes dados, refere-se aos estudos que apontam que candidatos mais jovens tendem a utilizar mais as redes sociais (VERGERR; HERMANS, 2013; JACKSON & LILLEKER, 2011). No entanto, tal evidência não foi constatada neste pleito, pois os candidatos mais jovens na disputa, Maria Victória e Xênia Mello, foram os que menos fizeram o uso do Twitter. Neste sentido, também destaca-se que ambos os representantes de partidos de esquerda, Tadeu Veneri (PT) e Xênia Mello (PSOL), não figuraram entre os usuários mais frequentes de tais ferramentas, como já apresentado em outros estudos (GRUSSEL; NORD, 2012).

No Gráfico 1 é apresentada a distribuição do agregado das postagens ao longo da campanha, ou seja, o somatório das postagens efetuadas pelos candidatos agrupadas por dia.

GRÁFICO 1 - POSTAGENS AGREGADAS DOS CANDIDATOS DURANTE O PERÍODO ELEITORAL

Fonte: Twitter - Elaboração própria.

Ao observar o gráfico acima, verifica-se que, de maneira geral, as postagens apresentaram certa uniformidade ao longo da campanha, com poucos desvios em torno da média diária de

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 1 6 -a g o 1 7 -a g o 1 8 -a g o 1 9 -a g o 2 0 -a g o 2 1 -a g o 2 2 -a g o 2 3 -a g o 2 4 -a g o 2 5 -a g o 2 6 -a g o 2 7 -a g o 2 8 -a g o 2 9 -a g o 3 0 -a g o 3 1 -a g o 1 -se t 2 -se t 3 -se t 4 -se t 5 -se t 6 -se t 7 -se t 8 -se t 9 -se t 1 0 -se t 1 1 -se t 1 2 -se t 1 3 -se t 1 4 -se t 1 5 -se t 1 6 -se t 1 7 -se t 1 8 -se t 1 9 -se t 2 0 -se t 2 1 -se t 2 2 -se t 2 3 -se t 2 4 -se t 2 5 -se t 2 6 -se t 2 7 -se t 2 8 -se t 2 9 -se t 3 0 -se t 1 -o u t

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postagens (67 posts). Dos 47 dias em que foram efetuadas as coletas, somente em 18 dias o número total de tweets excedeu a média, e nos outros 29 dias, as postagens em conjunto dos candidatos não superaram a marca das 67 postagens médias. No entanto, é visível que em determinadas datas apresentam-se alguns picos de postagens, ou seja, dias em que foram efetuadas quantidades de

tweets que se distanciaram positivamente da média.

No gráfico abaixo é apresentada a evolução das postagens por candidato10.

GRÁFICO 2 - POSTAGENS POR CANDIDATO DURANTE PERÍODO ELEITORAL

Fonte: Twitter - Elaboração própria.

Conforme dito anteriormente, algumas datas apresentaram maior desvio em relação à média de postagens, e esta alteração também pode ser verificada através dos tweets dos candidatos, sendo que em determinadas datas a atividade na ferramenta foi de maior intensidade pelo conjunto dos candidatos, não somente por um único, desviando a média.

Desta forma, destacamos alguns pontos (P) que tiveram um maior desvio em relação à média: P1 - dia 22/08/2016 com 185 tweets; P2 - dia 12/09/2016 com 114 tweets; P3 – dia 19/09/2016 com 109 tweets; P4 – dia 21/09/2016 com 102 tweets; P5 – dia 25/09/2016 com 123

tweets; P6 – dia 29/09/2016 com 205 tweets; P7 – dia 30/09/2016 com 115 tweets.

Diante destes sete pontos (P), selecionados a partir de uma maior incidência de tuítagem, verifica-se que quatro deles correspondem a mesma data escolhida como momentos (M) de campanha: M1 – 22/08/2016; M3 – 19/09/2016; M4 25/09/2016 e M5 – 29/09/2016. Portanto,

10 Os gráficos individualizados com as postagens por candidato encontram-se disponibilizada no anexo deste artigo.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 1 6 -a g o 1 7 -a g o 1 8 -a g o 1 9 -a g o 2 0 -a g o 2 1 -a g o 2 2 -a g o 2 3 -a g o 2 4 -a g o 2 5 -a g o 2 6 -a g o 2 7 -a g o 2 8 -a g o 2 9 -a g o 3 0 -a g o 3 1 -a g o 1 -se t 2 -se t 3 -se t 4 -se t 5 -se t 6 -se t 7 -se t 8 -se t 9 -se t 1 0 -se t 1 1 -se t 1 2 -se t 1 3 -se t 1 4 -se t 1 5 -se t 1 6 -se t 1 7 -se t 1 8 -se t 1 9 -se t 2 0 -se t 2 1 -se t 2 2 -se t 2 3 -se t 2 4 -se t 2 5 -se t 2 6 -se t 2 7 -se t 2 8 -se t 2 9 -se t 3 0 -se t 1 -o u t

REQUIÃO FILHO GUSTAVO FRUET NEY LEPREVOST MARIA VICTORIA

(15)

verifica-se que quatro dos momentos (M) escolhidos provocaram uma alteração quantitativa nas postagens dos candidatos.

Embora três dos pontos (P) selecionados não correspondem ao momento (M), pode-se dizer que dois deles, o dia 21/09/2016 (P4) e 30/09/2016 (P7), possuem ao menos relação de proximidade com estes momentos. O ponto P4 é próximo ao M3, dia no qual foi divulgada a segunda pesquisa eleitoral, sendo que no dia 20/09, anterior a P4, foram postadas 83 mensagens, ou seja, percebe-se que nos dias próximos ao momento (M3) a ferramenta Twitter foi utilizada com maior frequência pelos candidatos. Referente ao P7 (30/09/2016), ele é subsequente ao dia 29/09, data na qual foi realizado o último debate e, portanto, possui relação com o momento M5 escolhido11.

A única data que não possui nenhuma relação de proximidade a nenhum momento (M), encontra-se no ponto P2, dia 12/09/2016. No entanto, nesta data ocorreu um debate entre os candidatos Gustavo Fruet e Rafael Greca, organizado pelo Jornal Gazeta do Povo. Embora o debate não tenha sido televisionado, ele foi transmitido ao vivo pelo Youtube, e nesta data os dois candidatos tiveram, em conjunto, um total de 74 tweets, o que correspondeu a 65% do total de posts do dia, elevando assim o número de postagens totais do dia.

O único momento em que não se percebeu uma alteração quantitativa positiva entre o evento e o aumento das postagens foi o M2, dia 23/08/2016, sendo que neste dia as postagens representaram menos que a metade da média diária de postagens.

Através desta comparação entre P e M, verifica-se que eventos correlatos à campanha podem exercer influência nas postagens dos candidatos, pois, dos sete pontos (P) com maiores incidência de tweets, seis deles se referem a datas próximas em que ocorreram debates ou divulgação de pesquisas eleitorais. Diante de tal fato, pode-se especular que eventos, tais como debates, tem a capacidade de concentrar uma grande audiência dos eleitores e também produzir notícias e discussões posteriores (BENOIT, 2015).

Desta forma, este aumento do número de mensagens acaba por influenciar não somente os candidatos, mas o volume de mensagens de maneira geral, como por exemplo, dos demais seguidores e de outras mídias, como jornais por exemplo. Assim, o volume de mensagens políticas sobe fortemente em reação a um evento de mídia programado e anunciado, tal como um debate televisionado. Após este evento, o volume diário de mensagens tende a aumentar e se acumular até o dia das eleições (JUNGHERR, 2014).

11As postagens no dia 30/09/2016 em grande parte foram postadas após a meia-noite, ou seja, na continuidade do

(16)

Para exemplificar este aumento nas mensagens do público geral durante a campanha, foram efetuadas buscas de tweets pelas hashtags oficiais dos três debates televisionados entre os candidatos. No debate da emissora Band, foi efetuada busca com a hashtags oficial

#debatebandcuritiba e foram coletadas 3.024 mensagens com a palavra-chave. No segundo debate

na rede Record, a palavra de busca foi #debaterictv e foram localizados 4.121 tweets. E no último debate na emissora RPC, na busca com a hashtag #debatenarpc foram encontradas um total de 5.468 mensagens. Portanto, este crescimento no número de postagens ao longo da campanha eleitoral, é corroborado com a afirmação de Jungherr (2014) de que as postagens tendem a aumentar até a data da eleição.

Conforme visto, eventos paralelos a campanha, tais como debates, tendem a aumentar as postagens dos candidatos, mas talvez o ponto de análise mais construtivo não seja apenas o de verificar este crescimento de forma quantitativa, mas sim de forma qualitativa, procurando entender mais especificamente como as postagens dos candidatos se alteram durante a campanha eleitoral, e se isto é afetado por tais eventos.

Neste sentido, as postagens foram tabuladas conforme as sete categorias descritas na seção de metodologia. Abaixo são apresentadas de que forma as postagens dos candidatos se classificam nestas categorias.

TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DAS POSTAGENS DOS CANDIDATOS POR TEMAS

Gustavo Fruet Maria Victória Ney Leprevost Rafael Greca Requião Filho Tadeu Veneri Xênia Mello

AGENDA & EVENTOS 131 11 164 71 133 62 8

IMAGEM PESSOAL 235 0 91 44 74 9 3

POSICIONAMENTO 4 1 24 0 26 8 0

CAMPANHA NEGATIVA 57 0 59 28 75 11 18

MOBILIZAÇÃO & ENGAJAMENTO 41 4 84 26 136 15 5

PROMOÇÃO DE IDEIAS 100 5 151 99 130 31 1

OUTROS 165 5 251 77 404 56 12

Total 733 26 824 345 978 192 47

Fonte: Twitter - Elaboração própria.

De acordo com a categorização dos tweets postados pelos candidatos foi elaborado o gráfico 3 para tornar mais fácil a visualização da distribuição de temas entre os candidatos.

(17)

Desta forma, ao observar o gráfico abaixo é possível verificar que o candidato Ney Leprevost foi o candidato que mais postou em temas como agenda & eventos (164 tweets), promoção de ideias (151 tweets) e referente a posicionamento (24 tweets) foi o segundo candidato com mais tweets. A grande maioria das mensagens referentes a posicionamento se referiam ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e contra a corrupção. Durante a campanha, o candidato se colocou como o único candidato a ter participado das manifestações contra corrupção e a favor da Lava-Jato12.

GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS POR CANDIDATO

Fonte: Twitter - Elaboração própria.

O candidato Requião Filho se destacou nos temas de mobilização e engajamento com 136

tweets, campanha negativa com 75 tweets, e no tema classificado como outros, com 404 tweets.

Estes foram os três temas mais postados pelo candidato, que durante a campanha adotou de forma intensa o uso das redes sociais digitais, fato que explica a grande quantidade de mensagens classificadas como outros. Durante a campanha, o candidato procurou conversar com seus seguidores, sendo que de todos os seus tweets, cerca de 35% eram respostas a outros usuários e

retweets de apoio ao candidato, sendo este o maior índice entre todos os candidatos.

12 A Operação Lava-Jato trata-se da maior investigação de corrupção conduzida pela Polícia Federal do Brasil. Para

saber mais acesse: http://arte.folha.uol.com.br/poder/operacao-lava-jato/

AGENDA & EVENTOS

IMAGEM PESSOAL POSICIONAMENTO CAMPANHA NEGATIVA MOBILIZAÇÃO & ENGAJAMENTO PROMOÇÃO DE IDEIAS OUTROS

Gustavo Fruet Maria Victória Ney Leprevost Rafael Greca Requião Filho Tadeu Veneri Xênia Melo

(18)

O candidato Gustavo Fruet estava concorrendo à reeleição a prefeitura, e portanto, a grande maioria de suas mensagens postadas se referia a sua imagem pessoal, com 235 tweets (cerca de 52% do total de postagens do candidato), destacando ações que o mesmo fez durante seu mandato. Este achado encontra suporte na Teoria Funcional, na qual uma mensagem política de campanha possui três funções: elogiar (declarações positivas sobre o candidato); atacar (criticar o oponente) e defender (refutação dos ataques) (BENOIT, 2015a). De acordo com esta teoria, candidatos que já estão no poder tendem a utilizar mais mensagens de aclamação, sendo este tipo de mensagem a estratégia dominante do mandatário, enquanto o ataque seria a estratégia do oposicionista. Embora a teoria seja utilizada para análise de debates, já existem trabalhos que a utilizam para análise de campanhas nas redes sociais digitais (BORAH, 2016).

A Teoria Funcional também aponta que ataques serão geralmente direcionados para os candidatos que lideram as pesquisas (BENOIT, 2015b). Durante toda a campanha, Rafael Greca esteve na liderança das pesquisas eleitorais e ao analisarmos a tabela 3, constata-se que o candidato localiza-se entre os candidatos que menos postaram referente ao tema campanha negativa com 28

tweets, se comparado aos seus adversários diretos, Fruet (57 tweets) e Leprevost (59 tweets). No

entanto, não é possível afirmar que o destinatário das mensagens de campanha negativa seja o candidato Greca, por ser o líder nas pesquisas. Este número mostra que, por Greca estar na liderança, possui menor necessidade de atacar os seus adversários, enquanto que os candidatos Fruet e Leprevost, que estavam em segundo e em terceiro lugar nas pesquisas, fizeram o uso mais frequente de ataques a adversários.

Os números apresentados acima são agregados, ou seja, foram somados durante o decorrer da campanha. Desta forma, cabe verificar de que maneira estas postagens se comportaram ao longo da campanha, sendo possível verificar se os momentos M em alguma medida influenciaram a distribuição das postagens.

O gráfico 4 abaixo apresenta a evolução dos temas ao longo das sete semanas13 de campanha. Esta divisão semanal visa facilitar a visualização dos temas postados pelos candidatos durante todo o período eleitoral, e também facilita a tentativa de verificar se os momentos (M) exerceram alguma influência nos temas postados, pois o M1 encontra-se localizado dentro da

13 A campanha teve inicio em 16 de agosto e o dia das eleições referente ao primeiro turno ocorreram em 02 de outubro

de 2016, conforme já apresentado a referente pesquisa coletou os dados entre o período de 16/08 até 01/10/2016, até um dia antes das eleições onde ainda era permitindo a campanha eleitoral. Desta forma, o período compreendido na pesquisa foi dividido da seguinte forma: primeira semana de 16/08 a 22/08; segunda semana de 23/08/ a 29/08; terceira semana de 30/08 a 05/09; quarta semana de 06/09 a 12/09; quinta semana de 13/09 a 19/09; sexta semana de 20/09 a 26/09 e sétima semana de 27/09 a 01/10.

(19)

primeira semana de campanha, o M2 na terceira semana, o M3 na quinta semana, o M4 na sexta semana e o M5 na sétima e última semana de campanha.

Na primeira semana os temas mais postados entre os candidatos são referentes à agenda & eventos, imagem pessoal e outros. Desta forma, é esperado que estes temas sejam dominantes nas postagens dos candidatos, pois é o momento de contato inicial entre o candidato e o eleitorado, no qual o candidato procura se apresentar aos eleitores.

GRÁFICO 4 - EVOLUÇÃO TOTAL DOS TEMAS POR SEMANA

Fonte: Twitter - Elaboração própria.

Após este contato inicial, o tema referente à imagem pessoal apresenta uma redução gradativa na quantidade de mensagens, estabilizando-se em torno de cinquenta tweets por semana, até a sexta semana de campanha. Na reta final de campanha, o tema apresenta crescimento de postagens, atingindo na última semana o seu ápice.

Ainda referente ao tema Imagem Pessoal, ao observar o gráfico 5, percebe-se que o candidato Ney Leprevost apresentou um aumento de suas postagens neste tema, com 48 tweets na última semana. Este súbito aumento nas postagens pode ser relacionado a uma percepção de que sua campanha estava em crescimento, e que reforçar sua imagem perante o eleitorado poderia ser importante. Tal achado encontra suporte no fato de que a última pesquisa IBOPE realmente

0 25 50 75 100 125 150 175 200 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º

AGENDA & EVENTOS IMAGEM PESSOAL POSICIONAMENTO

CAMPANHA NEGATIVA MOBILIZAÇÃO & ENGAJAMENTO PROMOÇÃO DE IDEIAS

(20)

apresentou o crescimento de sua campanha, e no fato de que Leprevost acabou sendo o segundo candidato mais votado nas eleições.

O tema promoção de ideias apresenta crescimento no número de mensagens postadas a partir da terceira semana, ou seja, passado o momento inicial no qual o candidato busca se apresentar ao eleitor, o mesmo direciona sua campanha para a apresentação de suas propostas e projetos de forma mais frequente. Portanto, na primeira semana foram 69 tweets referente ao tema, enquanto na última semana foram tuitadas 96 mensagens, ou seja, uma taxa de crescimento de 40% nas mensagens relativas ao tema.

Ao analisar individualmente as postagens dos candidatos podemos perceber uma evolução no tema Agenda & Eventos, atingindo nas semanas cinco e seis seu ápice. Candidatos como Fruet, Leprevost, Greca e Veneri foram os que mais publicaram tweets referentes ao tema. Como este tema analisa visitas a bairros e entrevistas dos candidatos, percebe-se que, à medida que a campanha avança, é importante que o candidato amplie sua visibilidade entre os eleitores.

GRÁFICO 5 – EVOLUÇÃO DE TEMAS POR CANDIDATO

(21)

Ao verificar a evolução das postagens dos candidatos Fruet e Greca, observa-se que na quarta semana, ambos os candidatos atingiram um aumento nas postagens categorizadas como campanha negativa. Greca também atingiu seu ponto máximo referente à promoção de ideias na quarta semana. Diante de tais números, constata-se que na quarta semana ocorreu, no Jornal Gazeta do Povo, um debate entre os dois candidatos, e isso se reflete nas postagens dos mesmos. Dos doze

tweets referentes à campanha negativa, postados por ambos os candidatos na quarta semana, cada

um postou onze no dia do referido debate.

No dia 19 de setembro (quinta semana) foi divulgada a segunda pesquisa eleitoral realizada pelo IBOPE, a qual apresentava os candidatos Rafael Greca e Gustavo Fruet em primeiro e segundo lugar respectivamente, com os candidatos Requião Filho e Ney Leprevost, logo atrás. Desta forma, nas semanas seguintes é verificado, para os candidatos Leprevost e Requião Filho, um aumento nas postagens referentes à campanha negativa, onde ambos atingiram o ápice de postagens no tema na sexta semana.

Nas postagens referentes à última semana, observa-se que o tema mobilização & engajamento teve aumento no número de tweets entre os todos os candidatos, com a exceção de Xênia Mello e Maria Victória. Desta forma, fica evidente que na reta final de campanha os candidatos procuram mobilizar seu eleitorado em busca do voto.

O tema referente à promoção de ideias também atingiu seu maior número de postagens na última semana, com 96 tweets. Entre os candidatos que mais postaram sobre o tema, destacam-se Ney Leprevost com 34 tweets, Rafael Greca e Tadeu Veneri, com 19 tweets cada.

Percebe-se, de maneira geral, que nas primeiras semanas as campanhas dos candidatos postam mais conteúdos referentes à Imagem Pessoal. À medida que o período eleitoral avança, os conteúdos mais postados são referentes à Promoção de Ideias e Mobilização & Engajamento.

CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi o de verificar de que forma as postagens no Twitter dos candidatos à prefeitura de Curitiba se alteram durante o período eleitoral, procurando identificar se eventos paralelos, tais como debates e pesquisas eleitorais, poderiam influenciar a utilização da ferramenta.

(22)

Diante dos dados apresentados, constata-se que eventos relacionados à campanha eleitoral acabam por influenciar quantitativamente as postagens dos candidatos, pois dos cinco momentos escolhidos, em quatro deles foram apresentados picos de postagens. Outro ponto de destaque é que, no período final, a ferramenta Twitter é utilizada com maior frequência, e que a maioria das mensagens postadas são para divulgação da imagem do candidato ou de atividades de suas campanhas.

É possível afirmar que, nas três datas nas quais foram realizados os debates televisionados, existiu um grande aumento no volume de postagens pelos candidatos, sendo que os dias com o maior número de postagens foram nos três momentos (M) referentes aos debates, com 185 tweets em M1; 123 tweets M3; e 205 tweets na data do último debate (M5).

Neste sentido, conforme aponta Trilling (2015), o Twitter funciona como uma continuidade do debate, pois ao analisar as mensagens postadas no dia do debate e no dia seguinte14, ou seja, esta combinação de datas (dias 22 e 23/08; dias 25 e 26/09; e dias 29 e 30/09) somaram um total de 726

tweets, representando um percentual de 23% do total de mensagens tuitadas. Portanto, diante destes

dados, é possível afirmar que os debates se transportaram dos debates para o universo online do Twitter.

Apesar de que pesquisas tenham salientado que candidatos mais jovens tendem a utilizar a ferramenta com maior frequência (JACKSON; LILLEKER, 2011; VERGEER; HERMANS, 2013), tal padrão não foi verificado nas eleições municipais em Curitiba, pois as duas candidatas mais jovens, Maria Victória e Xênia Mello, foram as que menos utilizaram o Twitter.

Embora, a data do dia 12/09/2016 não tenha sido escolhida previamente, através dela é possível verificar uma relação direta das postagens dos candidatos com o debate do jornal Gazeta do Povo. Nesta data foi registrado grande número de postagens do candidato Rafael Greca, com 38

tweets, e o segundo dia com maior número de postagens do candidato Fruet, com 36 tweets. Para

ambos os candidatos, esta data foi a que apresentaram a maior quantidade de posts relacionados à campanha negativa. Greca, no dia 12/09/2016, efetuou 12 tweets de campanha negativa, todos destinados a Gustavo Fruet e a sua gestão como atual prefeito. Já Fruet postou 11 tweets de campanha negativa, todos também direcionados a Greca.

Desta forma, percebe-se que durante a campanha, Greca adotou uma estratégia de mandatário, por liderar as pesquisas, porém quando houve um debate contra o atual prefeito, adotou a estratégia de ataque, pois concentrou 43% de seus tweets de campanha negativa em uma única

14 Utilizou-se esta combinação de datas, pois todos os debates terminaram após a meia-noite, e assim o conteúdo

(23)

data, ou seja, no debate contra Fruet. Já os candidatos Leprevost e Requião Filho adotaram a estratégia de ataque, pois os mesmos não figuravam entre os líderes das pesquisas eleitorais, conforme aponta a Teoria Funcional.

Outra mudança de estratégia observada é referente ao candidato Ney Leprevost e o aumento das postagens referente à Imagem Pessoal na última semana. Tal estratégia pode ser atribuída ao fato da campanha do candidato ter crescido na reta final, e com isso, ampliou-se o número de postagens referente ao tema, para reforçar sua imagem perante o eleitorado.

Diante do exposto, não é possível afirmar de maneira satisfatória que os eventos selecionados influenciaram na estratégia de campanha, e consequentemente, nos conteúdos das postagens dos candidatos. Porém, pode-se constatar uma relação mais direta entre os eventos relacionados à divulgação de resultados de pesquisa eleitoral e campanha negativa. Como exemplo, tem se os candidatos Leprevost e Requião Filho, que ampliaram suas postagens de campanha negativa logo na semana seguinte a divulgação das pesquisas. Desta forma, de acordo com a Teoria Funcional, pode-se observar que candidatos que não estão na liderança das pesquisas tendem a efetuar mais ataques direcionados a seus oponentes que lideram as campanhas. Neste sentido, verifica-se que o candidato Rafael Greca, que liderou todas as pesquisas divulgadas, foi um dos que menos postou referente ao tema.

Conforme dito anteriormente, embora não tenha sido possível comprovar de maneira satisfatória que eventos externos da campanha tenham afetado de maneira direta as estratégias de campanha no Twitter dos candidatos, defende-se aqui que, quantitativamente, apresentam-se elementos que apoiam que estes eventos exercem influência na quantidade de postagens dos candidatos. Com referencia a mensagens de campanha negativa, estas possuem relação estreita com os debates e com as pesquisas eleitorais.

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ANEXOS

TABELA 4 - PESQUISA IBOPE

Candidato 23/08/2016 19/09/2016 01/10/2016 Gustavo Fruet 19% 16% 19% Maria Victória 4% 6% 7% Ney Leprevost 6% 6% 15% Rafael Greca 28% 45% 30% Requião Filho 16% 8% 8% Tadeu Veneri 2% 4% 5% Xênia Mello 1% 1% 1% Fonte: IBOPE

- Pesquisa IBOPE divulgada em 23/08/2016 foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo PR-04300/2016.

- Pesquisa IBOPE divulgada em 19/09/2016 foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo PR-01610/2016.

- Pesquisa IBOPE divulgada em 01/10/2016 foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo PR-05284/2016.

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GRÁFICO 6 – EVOLUÇÃO DAS POSTAGENS POR CANDIDATO

Fonte: Twitter, Elaboração própria.

GRÁFICO 7 – POSTAGENS DOS CANDIDTOS POR TEMA

Fonte: Twitter, Elaboração própria.

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TABELA 5 - POSTAGENS DOS CANDIDATOS SEMANAL POR TEMAS

Referências

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