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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO IFBA CAMPUS EUNÁPOLIS: DESAFIOS, LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO IFBA CAMPUS EUNÁPOLIS: DESAFIOS, LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES

Daniel Von Rondon Martins[ 1 ]; Emerson Pereira de Deus[ 2 ]; Thifany Oliveira de Melo Sousa[ 3 ]; Mércia de Jesus Souza[ 4 ]; Flávio Mateus[ 5 ]

[1, 2, 3, 4, 5] INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA - Campus EUNAPOLIS Palavras-chave: Resíduos sólidos Licença:

Resumo

Atualmente há uma preocupação global com o aumento exacerbado no consumo e na geração de resíduos e na destinação dada aos mesmos quando descartados no ambiente (GONÇALVES et al. 2010). O gerenciamento de resíduos sólidos requer uma série de práticas que perpassam por algumas etapas: geração do resíduo, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final. A preocupação em definir quais estratégias mais adequadas em cada uma dessas etapas deve contemplar os recursos financeiros disponíveis, as tecnologias apropriadas, as questões culturais e sociais e a garantia de um destino ambientalmente correto e seguro para estes resíduos (CEMPRE, 2000). Em instituições de ensino e pesquisa isso se torna um desafio, pois são diversos os tipos de resíduos gerados, o que vai requerer ações bastante diferenciadas em cada etapa do gerenciamento para cada tipo de resíduo (JULIATTO et al. 2011). Quais são os principais entraves para que o gerenciamento de resíduos sólidos no IFBA campus Eunápolis ocorra de forma satisfatória e ambientalmente correta? Diagnosticar a situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos no IFBA campus Eunápolis identificando os desafios as limitações e as possibilidades associados à busca por melhorias no sistema. Foram aplicados questionários buscando identificar em cada local de geração de resíduos de que forma ele é gerenciado. Estes questionários abrangeram toda a comunidade acadêmica: alunos, servidores e funcionários terceirizados do serviço de limpeza. A maior parte dos resíduos gerados são acondicionados e encaminhados para o sistema público de coleta municipal e vão para o lixão. Entretanto o presente estudo demonstrou que é possível utilizar outras alternativas de reaproveitamento, reciclagem e reutilização de uma parcela significativa destes resíduos caso haja a separação e encaminhamento para cooperativas de reciclagem, pontos de coleta de resíduos especiais. Para isso é necessário um trabalho de educação ambiental voltada para a questão dos resíduos sólidos com a comunidade interna. O trabalho apontou grandes desafios e entraves no gerenciamento adequado dos resíduos na instituição avaliada, entretanto revelou que algumas mudanças simples, aliadas ao trabalho de educação ambiental, e até mesmo sem muitos investimentos, pode gerar resultados bastante significativos em termos de manejo adequado dos resíduos sólidos gerados. Ainda são poucos os estudos e projetos relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos em instituições de ensino e pesquisa as quais tem um papel fundamental não somente no ensino mas na adoção de práticas ambientalmente corretas. Sob esta ótica destaca-se a importância deste trabalho como base para a elaboração de diagnósticos e a implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos dentro de institutos federais de ensino os quais enfrentam desafios semelhantes nas diversas regiões do país.

Introdução

A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas décadas nas esferas nacional e internacional, devido à expansão da consciência coletiva com relação ao meio ambiente. Assim, a complexidade das atuais demandas ambientais, sociais e econômicas induz a um novo posicionamento dos três níveis de governo, da sociedade civil e da iniciativa privada (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018). As instituições de ensino e pesquisa tais como os Institutos Federais e as Universidades exercem papel fundamental neste contexto pelo fato de que são responsáveis pela difusão do conhecimento e da educação, o que perpassa também pela educação ambiental. Além disso, tais instituições são geradoras de resíduos de diversos tipos e deveriam prever ações e estratégias para o gerenciamento adequado destes

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resíduos.

É válido ressaltar que alguns destes resíduos produzidos nas instituições de ensino e pesquisa de forma geral, são classificados como perigosos (ex: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, resíduos químicos e biológicos dos laboratórios) e devem ser gerenciados com mais cautela devido ao seu potencial poluidor e riscos à saúde humana e ambiental (GONÇALVES et al. 2010).

Neste contexto o IFBA – campus Eunápolis, por iniciativa da Comissão Interna de Sustentabilidade Ambiental - CISA, passou a discutir a necessidade de implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos local, aliado a um trabalho de informação e educação ambiental voltado para a comunidade interna. Tais ações devem contemplar todas as etapas do gerenciamento de resíduos sólidos (geração, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final adequada).

Para tanto fez-se necessário um levantamento de dados a respeito da situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos no campus bem como da percepção da comunidade interna em relação a esta questão.

Problemática

Os Institutos Federais de Educação de uma forma geral não têm uma política ambiental norteadora de ações voltadas para a preservação de recursos naturais, a prevenção da poluição e o tratamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos que possam ser gerados pelas atividades desenvolvidas por estas instituições de ensino. A criação de tais políticas e o planejamento de ações desta natureza precisam ter como referência um diagnóstico que explicite a realidade vivenciada dentro de cada espaço. Desta forma este trabalho se propõe a realizar este tipo de diagnóstico, voltado para a problemática dos resíduos sólidos, com vistas a subsidiar a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos para o IFBA campus Eunápolis, o qual pode servir de referência para outros campi nas diversas regiões do país.

Pergunta(s)/Hipótese(s)

Quais são os principais entraves para que o gerenciamento de resíduos sólidos no IFBA campus Eunápolis ocorra de forma satisfatória e ambientalmente correta?

Objetivos

O objetivo do presente estudo foi de diagnosticar a situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos no IFBA campus Eunápolis.

Realizar um levantamento de dados sobre a geração de resíduos sólidos no IFBA Campus Eunápolis; ●Classificar os resíduos gerados de acordo com as normas da ABNT com vistas à busca de alternativas

de gerenciamento;

●Identificar junto à comunidade IFBA e ao setor administrativo os principais desafios, limitações e possibilidades para que o gerenciamento de resíduos seja eficiente.

Justificativa

Ainda são poucos os estudos e projetos relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos em instituições de ensino e pesquisa as quais tem um papel fundamental não somente no ensino mas na adoção de práticas ambientalmente corretas. Sob esta ótica destaca-se a importância deste trabalho como base para a elaboração de diagnósticos e para a implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos dentro de

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institutos federais de ensino os quais enfrentam desafios semelhantes nas diversas regiões do país.

Referencial teórico/Estado da arte

Atualmente há uma preocupação global com o aumento exacerbado no consumo e na geração de resíduos e na destinação dada aos mesmos quando descartados no ambiente (GONÇALVES et al. 2010). O gerenciamento integrado de resíduos sólidos compreende as atividades relacionadas aos resíduos desde o momento de sua geração até a destinação final. Em todas as etapas é possível prever ações que visem a otimização do processo de forma que o máximo de resíduos sejam reaproveitados e o mínimo vá para os aterros e lixões.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) regida pela lei 12.305 de 2010 destaca que a prioridade das ações e programas voltados ao gerenciamento de resíduos sólidos deve ser a não geração de resíduos. Para tanto é necessário rever os padrões de consumo e adotar algumas medidas para que seja reduzida a geração de resíduos em todas as etapas desde a extração de matérias primas até a comercialização dos produtos. O consumo consciente é uma das alternativas que leva cada um a refletir sobre os produtos que estão sendo consumidos, a responsabilidade ambiental das empresas que o produziram, a quantidade de embalagens e materiais descartáveis que envolvem este produto e o impacto do descarte destes resíduos no ambiente (IBICT, 2015)

O gerenciamento de resíduos sólidos requer ainda outras etapas: o acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final. A preocupação em definir quais estratégias mais adequadas em cada uma dessas etapas deve contemplar os recursos financeiros disponíveis, as tecnologias apropriadas, as questões culturais e sociais e a garantia de um destino ambientalmente correto e seguro para estes resíduos (CEMPRE, 2000). Em instituições de ensino e pesquisa isso se torna um desafio, pois são diversos os tipos de resíduos gerados, o que vai requerer ações bastante diferenciadas em cada etapa do gerenciamento para cada tipo de resíduo (JULIATTO et al. 2011).

Não é viável pensar em coleta seletiva, reciclagem de resíduos e reaproveitamento das diversas frações de resíduos se não houver um envolvimento por parte da comunidade para que ela se sinta corresponsável pelo processo. Outro aspecto relevante é a busca de parcerias com empresas e outras entidades que trabalhem no ramo da reciclagem (CEMPRE, 2000). Cabe ainda destacar que cada fração dos resíduos (plástico, papel, metal, etc) pode necessitar de alternativas de gerenciamento distintas e que isto deve estar contemplado no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos conforme recomenda a PNRS.

Há uma classificação proposta pela ABNT que define três grupos ou frações de resíduos: a) Classe I – perigosos; b) Classe II A: não inertes; c) Classe II B: inertes. A partir destas classes pode-se buscar soluções que sejam mais pertinentes a cada uma delas.

Para os resíduos perigosos a alternativa mais adequada para o gerenciamento deste tipo de resíduo é a logística reversa, a qual consiste no movimento de mercadorias do consumidor em direção ao produtor, no canal de distribuição (POLHEN & FARRIS, 1992). Com o retorno do resíduo gerado para o produtor geram-se muitos benefícios, dentre eles a diminuição de extração de matéria-prima e o destino ambientalmente correto destes resíduos os quais tem grande potencial poluidor.

A compostagem tem se tornado a cada dia mais uma prática mais difundida e tem agregado uma grande diversidade de materiais orgânicos (não inertes – classe II A) sejam eles de origem industrial, comercial, agrícola ou doméstica. É um processo biológico aeróbico e controlado de tratamento e estabilização de resíduos orgânicos para a produção de húmus (PEREIRA NETO, 1996). Este composto orgânico pode ser aplicado em hortas e outras áreas agrícolas e serve como condicionador do solo aumentando a sua fertilidade. Além disso se houver um controle adequado da qualidade deste adubo ele pode ser fonte de renda através da sua comercialização (BARREIRA et al. 2006).

Já os resíduos inertes podem ser destinados ao comércio de recicláveis através de parcerias com cooperativas, empresas e outras organizações comunitárias as quais tem no lixo seu meio de sobrevivência, trazendo além do benefício ambiental um ganho social (SILVA et al. 2010).

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O IFBA campus Eunápolis localizado na Costa do Descobrimento, região do Extremo Sul da Bahia, foi inaugurado em 1994, iniciando suas atividades em 1995, com a realização de cursos de extensão, Pró Técnico (Curso Preparatório para o ingresso no IF-Bahia) e o curso de Pós-Graduação lato sensu em Epistemologia Genética e Educação, em convênio com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e a Prefeitura Municipal de Eunápolis (IFBA, 2017). Atualmente conta com cursos de diversas áreas nas modalidades de ensino médio técnico integrado e subsequente, tecnólogo e superior. Destaca-se a oferta do curso técnico em meio ambiente o qual é oferecido desde 2007.

O trabalho de diagnóstico desenvolvido no referido campus deu-se através da coleta de dados, pelos alunos da turma do 4º ano na disciplina de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do curso técnico em meio ambiente. A coleta ocorreu entre setembro e novembro de 2017, em todas as áreas geradoras de resíduos do IFBA – ?campus Eunápolis. Para realização do diagnóstico enviou-se formulários via e-mail, realizou-se também entrevistas com perguntas abertas e fechadas acerca de como é realizado o acondicionamento, coleta, transporte e disposição final dos resíduos em cada unidade geradora nas diversas instalações do campus, além de algumas questões direcionadas à administração local do campus. A coleta de dados foi dividida em quatro equipes de trabalho (Figura 1) as quais se basearam nas principais fontes geradoras de cada tipo de resíduo. Os resíduos gerados em cada local foram também classificados segundo a ABNT NBR 10004/2004.

Figura 1 - Grupos de trabalho divididos para a realização do diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos no IFBA Campus Eunápolis. . Fonte: Elaborada pelo autor.

As equipes de trabalho também fizeram um diagnóstico sobre a percepção da comunidade acadêmica sobre a questão dos resíduos sólidos no campus com entrevistas voltadas aos alunos, servidores e funcionários do serviço terceirizado de limpeza do campus.

Após o levantamento de dados foram detectados e discutidos os principais desafios e entraves relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos no campus e quais as possibilidades para uma futura elaboração de um plano de gerenciamento integrado destes resíduos.

Resultados e Discussões

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seguir.

Figura 2 - Situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos do IFBA Campus Eunápolis. Fonte: Produzida pelo autor.

RESÍDUOS RECICLÁVEIS

Grande parte dos resíduos recicláveis gerados na instituição são coletados e destinados ao lixão da cidade. A existência das lixeiras seletivas no campus não é suficiente para que o gerenciamento desta fração dos resíduos seja feita de forma adequada. Apesar da cidade ter poucas empresas que trabalham com comércio de recicláveis já foi discutido no campus sobre a viabilidade de enviar estes resíduos para uma cooperativa de catadores que está em processo de formação no município de Eunápolis. Entende-se que esta seria uma alternativa viável e que, segundo a administração local, bastaria o estabelecimento de um convênio do IFBA com a cooperativa para legalizar o processo. O reaproveitamento do papel gerado na sala de reprografia do campus para a fabricação de briquetes e carvão orgânico é um exemplo de solução sustentável e que deve ser incentivada e reproduzida para outros tipos de resíduos através de projetos de pesquisa de reaproveitamento de materiais na construção civil. O campus Eunápolis tem hoje o curso técnico em Edificações e o curso de graduação em Engenharia Civil e tem potencial para trabalhar com os alunos e pesquisadores nesta temática.

Ressalta-se também que seria necessário um trabalho de conscientização da comunidade acadêmica para que a coleta destes resíduos recicláveis seja ainda mais eficiente, pois atualmente, por saberem que os resíduos não são encaminhados para uma empresa de reciclagem, muitos alunos e servidores alegam que não se preocupam em separar os resíduos, pois o destino deles será sempre o mesmo (lixão).

RESÍDUOS ORGÂNICOS

Os resíduos orgânicos gerados na instituição se concentram principalmente no refeitório onde são preparados os alimentos da merenda escolar. No ano anterior os resíduos gerados no refeitório já foram reaproveitados através do envio para fazendas e alimentação de porcos, porém esta prática foi abandonada desde que o refeitório foi ampliado e houve a mudança da empresa que presta o serviço de fornecimento e preparação do alimento no Instituto. Desta forma recomenda-se que esta prática, se possível seja retomada ou mesmo para aumentar o reaproveitamento da fração orgânica dos resíduos no campus pode-se analisar a viabilidade de coletar separadamente todo o resíduo orgânico do instituto e realizar a compostagem dentro do campus, juntamente com os resíduos de poda e capina os quais também são passíveis de transformação em adubo orgânico pelo processo de compostagem (PEREIRA NETO, 1996).

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RESÍDUOS ESPECIAIS E PERIGOSOS

O campus frequentemente está passando por reformas, ampliações e adaptações e isso acaba gerando um grande volume de resíduos de construção civil. Além disso outro problema relatado pelo setor administrativo são os materiais que são substituídos (ex: carteiras de salas de aula, vasos sanitários antigos, torneiras velhas, instalações antigas). Estes materiais não podem ser descartados nem doados e acabam se acumulando em várias áreas do campus.

Dentre esses materiais o mais preocupante são as lâmpadas fluorescentes, as quais ficam hoje armazenadas em um depósito no campus de maneira inadequada, com riscos de serem quebradas, contaminarem o solo e provocar acidentes. Até o momento não se encontrou uma alternativa para o descarte deste resíduo pelo fato de que não há empresas especializadas na região, e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) determina que estas lâmpadas devem ser coletadas e transportadas também por empresas especializadas o que torna ainda mais difícil e oneroso o processo.

Outra dificuldade relatada pelo setor administrativo está relacionada a falta de capacitação técnica dos setores da administração para lhe dar com tais situações e o desconhecimento das legislações relacionadas aos resíduos sólidos faz com que a busca por soluções seja menos eficiente. Neste caso seria recomendável a oferta de um curso de capacitação voltado para este fim, para os servidores e terceirizados que lidam com o gerenciamento de resíduos na instituição, para que eles possam estar mais aptos a equacionar os problemas e encontrar as alternativas para resolvê-los. Esta capacitação pode ser oferecida pelos professores da área de meio ambiente do próprio instituto.

No tocante aos resíduos de serviço de saúde, os mesmos são gerados no ambulatório e estes são recolhidos pelo médico da Instituição e descartados em local adequado (junto com resíduos do hospital onde o médico trabalha).

RESÍDUOS DE LABORATÓRIO

Alguns dos laboratórios de aulas práticas e pesquisa do campus tem em seus manuais internos as normas sobre o descarte dos resíduos gerados, principalmente os perigosos (ex: reagentes químicos e com risco biológico). Os técnicos responsáveis pelos laboratórios relatam que pelo fato de os laboratórios ainda não gerarem uma quantidade muito grande de resíduos, a opção utilizada atualmente para os resíduos mais tóxicos é o armazenamento dentro de frascos e estocagem dentro do próprio laboratório para evitar contaminações. Porém estes técnicos disseram que há uma necessidade de se criar outras alternativas, tais como a contratação de uma empresa especializada para o tratamento e destinação final destes resíduos, uma vez que a estocagem dos mesmos requer espaço o qual é limitado.

Os resíduos eletrônicos gerados nos laboratórios de física são levados para pontos de coleta na cidade os quais adotam o sistema de logística reversa. Tal iniciativa é interessante e deveria ser ampliada para outros locais de geração deste tipo de resíduo.

Considerações finais

Existem muitos desafios para a implantação de um sistema eficaz de gerenciamento de resíduos sólidos em instituições de ensino e pesquisa pelo fato de que há uma grande diversidade de resíduos gerados, e no caso do IFBA, por ser uma instituição pública, o orçamento limitado. Entretanto este diagnóstico mostra que algumas ações até mesmo sem investimento algum são possíveis de serem executadas, e podem trazer grandes melhorias para o campus, e consequentemente para a qualidade ambiental local. Além disso, ressalta-se a importância do desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental atrelado a todas as ações e melhorias a serem implementadas, para que a comunidade acadêmica participe e se conscientize da importância de gerenciar adequadamente os resíduos resultando em promoção de saúde e qualidade de vida.

Destaca-se a necessidade do desenvolvimento de um estudo de caracterização e de análise da composição gravimétrica do resíduo gerado na instituição para que se tenha uma melhor dimensão da quantidade de resíduo gerada para cada fração, facilitando o planejamento das ações voltadas para a reciclagem e

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reaproveitamento destes resíduos.

Apoio

Direção Geral do IFBA campus Eunápolis e Comissão Interna de Sustentabilidade Ambiental

Agradecimento

A comunidade acadêmica (servidores, alunos e funcionários terceirizados) que colaboraram com a pesquisa.

Referências:

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 10004. Resíduos sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

Alessandro Souza Silva. O campus Eunápolis . Disponível em: <http://portal.ifba.edu.br/eunapolis/menu-institucional/o-campus>. Acesso em: 03/05/2018.

BARREIRA, Luciana Pranzetti; PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; RODRIGUES, Mario Sergio. Usinas de Compostagem do Estado de São Paulo: Qualidade dos compostos e processos de produção. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, 11 v. 4 n. p. 385 - 393. 2006.

BRASIL. Lei nº 12305, de 02 de agosto de 2010. Brasília, 2010.

CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem. Lixo Municipal : Manual de Gerenciamento Integrado. São Paulo: Páginas e Letras, 2000. ISBN 85-09-00113-8.

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IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Pensamento de Ciclo de Vida . Disponível em: <http://acv.ibict.br/acv/pensamento-do-ciclo-de-vida/>. Acesso em: 04/06/2018.

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MMA - Ministério do Meio Ambiente. Resíduos Sólidos . Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos>. Acesso em: 02/02/2018.

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Referências

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