• Nenhum resultado encontrado

Controle da pasta orelha de onça Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, nos açudes do Nordeste do Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Controle da pasta orelha de onça Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, nos açudes do Nordeste do Brasil"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

CONTROLE DA PASTA ORELHA DE ONÇA, Eichhornia crassipes (MART.) SOLMS, NOS AÇUDES DO

NORDESTE DO BRASIL

Paula Maria

' Geilova de Castro

Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciencias Agrgrias da Universidade Fede ral do Cear, comp parte das exigências para a obtenção do titulo de Engenheiro de Pesca.

Fortaleza-Cear.-BRASIL DEZEMBRO/1978.

(2)

Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

C353c Castro, Paula Maria Geilova de.

Controle da pasta orelha de onça Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, nos açudes do Nordeste do Brasil / Paula Maria Geilova de Castro. – 1990.

19 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1990.

Orientação: Prof. José William Bezerra e Silva.

1. Eichhornia crassipes. 2. Orelha de Onça (Planta aquática). 3. Açudes. I. Título.

CDD 639.2 1978.

1978. Gênova

(3)

JOSE WILLIAM BEZERRA E SILVA Professor Colaborador

- Orientador -

COMISSÃO EXAMINADORA

JOSE AFONSO MENDES AUGUSTO T4cnico do DNOCS

- Presidente -

EDNA FURTADO OGARA Professor Assistente

VISTO

GUSTAVO EITZSCHYY FERNANDES VIEIRA Professor Assistente

Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca

MARIA IVONE MOTA ALVES Professor Adjunto

(4)

Ao Professor JOSf WILLIAM BEZERRA E SILVA pela orientação segura e dedicada no decorrer deste trabalho.

Ao Dr. JOSE AFONSO MENDES AUGUSTO pela colaboração esponta nea e tão ini,ortante para a realização deste trabaiho.

Ao Dr. HILTON NEPOMUCENO pelo apoio dispensado, bem comp ao acesso aos dados utilizados.

A Diretoria de Pesca e Piscicultura do DNOCS na pessoa do Dr. JOSE JARBAS STUDART GURGEL pelo empréstim de bibliografias.

Ao Dr. HrLIO AUGUSTO REZENDE DE MELO pelo fornecimento de material bibliográfico.

Aos Drs. PRISCO BEZERRA e AFRANIO kERNANDES pelas valiosas informagOes prestadas sobre a Biologia e Sistemática da espécie em estu do.

A Biblioteca do Centro de Ciancias Agrrias, na pessoa da Dra. HEI NA M. LE CARVALHO MENDES e demais funcionários, pela indispen sável colaboração.

A amiga JACINTA pelo incentivo e colaboração na realização deste trabalho.

(5)

CONTROLE DA PASTA ORELHA DE ONÇA, Eichhornia crassipes (MART.) SOLMS,

NOS NUDES DO NORDESTE DO BRASIL Paula Maria Ggnova de Castro

1. - INTRODUgA0

0 Brasil g um pais vastissino em extensão, ocupandoumagrea de 8.511.965 kr, enquanto seu litoral chega, aproximadamentea7.408 km Alem de sua grande extensão de costa mar1tima, o Brasil possuidor da maior bacia hidrogrgfica do mundo, algm de imensas greas inundadas por rios, açudes, lagos etc., como, por exemplo, a de Sobra-dinho, limite entre Bahia e Pernambuco, cuja bacia hidrgulica tem capa cidade de, aproximadamente, 36 bilhOes de m3 e uma produção de pescado, em potencial, na ordem de 29.400 t/ano (PAIVA, 1976), oferecendo, pois, um imenso potencial pesqueiro e excelentes condigaes para a piscicultu ra extensiva.

A Região Nordeste corresponde a 19% do territ6rio nacional, enquanto que o seu litoral abrange a 41% do total computado paraopais. (INPLANCE, 1977).

Em relação as eguas interiores existe uma grande rede de açudes espalhadas na região, cujas areas das bacias hidrgulicas montam a 150.000 ha, aproximadamente. 0 volume de ggua represado nestes reser vat6Hos se eleva a, mais ou menos, 12,5 bilhOes de metros clIbicos.

A economia do pals baseia-se, principalmente, em atividades agropecugrias, notadamente na região nordestina.

(6)

Dentle os recursos provenientes de ambientes aqugticos, os marinhos se constituem os de maior importancia, pelas possibilidades que oferecem para exploração em bases industriais e pela qualidade, contri buindo para o abastecimento do mercado interno e externo, caso da lagos ta e do pargo. Contudo os estuarinos e de gguas interiores sac) igualmen te de grande relevãncia, pois se constituem em fontes de proteína

ani-mal e mercado de trabalho para numerosa população interiorana, princi palmente.

Ressalte-se que no Nordeste do Brasil, decorrentemente da atuação do Governo Federal, atraves do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), uma política de agudagem vem sendo executada desde 1932, visando o aproveitamento dos volumosos mananciais de gguas rep/esados para fins piscicolas. Desenvolve-se, assim, programas de pes quisa em aquicultura e exploração do pescado de ggua doce, naqueles re-servat6rios.

A exploração pesqueira nos açudes pillicos e particulares do Nordeste tem proporcionado a captura de expressivas quantidades de pescado. Em 1975, os 103 açudes plicos administrados pelo DNOCS, tota lizando uma grea de 146.000 ha, produziram 17.218,3 toneladas (TABELA I). Estima-se, atualmente, que no Nordeste brasileiro existam cerca de 16.000 açudes, sendo 870 plablicos e o restante em fazendas particula-res.

A grande proliferação de vegetação aqugtica na maioria dos

parses tropicais e subtropicias, interfere de maneira negativa em suas economias pesqueiras. Esta vegetação e encontrada, abundantemente, em nossa regia) e por todo o Brasil, infestando açudes (FIGURA 1), vivei ros, lagoas, rios, etc., onde geralmente se pratica a piscicultura (BRAGA, 1951 e SILVA, 1960).

(7)

3. Nas grandes represas, a produtividade da pesca está condi-cionada a uma serie de fatoles de aumento e redução da produção de pes cado (PAIVA, 1975). UMa das causas da redução e o exagerado desenvolvi mento de plantas aquáticas.

Das ervas daninhas mais proliferantes em nossas águas, des tacam-se a pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes (MART.), SOLNE, mururg, Pistia stratiotes L.; pasta, Jussiaga natans H. S. B.; Salvinia auriculata Aubl; fumo bravoyPayggnum glabrum Wild; e tiririca, Cyperus dentatus Toor, sendo marcante a presença da primeira especie (BRAGA & NEPOMUCENO, 1969).

Trabalho executado atraves de convenio SUDEC/DNOCS, coorde nado pelo Eng. Agr6nomo F. HILTON NEPOMUCENO, sobre a rede de açudes do Estado do Ceará, não pertencentes ao DNOCS, foram constatadas elevadas taxas de ocoviencia de vegetação aquátic'a naqueles reservatOrios (TABE LAS II e III).

A erradicagao e controle de vegetação aquática podem ser executadas (LAWRENCE, 1949); (TOOTF, 1950); (BRAGA, 1951); (FONTENELE, 1951 e 1962); (MARTIN, 1953); (SILVA & SILVA, 1956); (GURGEL, 1965). No presente trabalho, estudamos os diversos mgtodos que podem ser elivre gados para a Eichhornia crassipes (MART.), SOLME.

2. - MATERIAL E MIO DOS

0 presente trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica, bem como em enLlevistas pessoais com tecnicos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que desenvolvem atividades no setor de Pesca e Piscicultura, os qu is realizaram investigagaes sobre o assunto.

0 estudo limita-se a dissertar sobre os diversos metodos de controle e erradicação da pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes (MART.) SOLMS, encontrada com profusão nos açudes do Nordeste brasilei ro, dando ênfase ao combate quirico, já empregado com sucesso em nossa região.

(8)

3. - BIOLOGIA DA Eichhornia crassipes (MART.) SOLNE. 3.1. - Sistemgtica

Segundo FASSET (1957) e SCHULTZ (1963) a pasta orelha de onça ocupa. a seguinte posição sistemgtica:

Classe: Monocotiledenea Ordem: Farinosae

Familia: Pontederiaceae Genero: Eichhornia

Especie: Eichhornia crassipes (MART.) SOLNS 3.2. - Nomes vulgares

De maneira geral, a pasta orelha de onça recebe nomes co-muns diversos, variando de um Estado para outro, e mesno entre diversas areas de um Estado. Na regido Nordeste, ela

e

conhecida por "orelha de onça", "baronesa" e "pasta", enquanto que no sul do pais, por "aguape", "praga roxa", dentle outlos nomes (BRAGA, 1960; GURGEL, 1965).

3.3. - Morfologia

Eichhornia crassipes (MART.) SOLME e uma planta aqugtica (BAITEY, 1954; CAMPA LE G. & PROO, 1965) ocasionalmente aparecendo em areas brejadas. Come aquatica se apiesenta flutuante e frequentemente en raizada na lama ou lodo, possuindo peciolos vesiculosos de tecido espon joso. Folhas radicais, crassas, de forma ovalada. Na base dos peciolos, se encontra um "talo" curto, o qual se prolonga abaixo da ggua por um rizoma, que, nas plantas adultas, alcança em geral cerca de 8 cm, poden do chegar a medir at 35 am; as partes mais velhas vdo apodrecendo

a

medida que a planta cresce (FIGS. 2 e 3).

(9)

5. As flores so vistosas, com um perienio de tepalas palida mente violIceas formando dois lgbios; a tepala maior do lgbio superior se apresenta manchada de tonalidade cerillea com o centro amarelado. Sao dispostas em espigas, com ura duração de vida de, aproximadamente, . 24 horas (FIG. 4).

3.4. - Habitat

A pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes (MART) SOLMS, e origingria do Brasil, (NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES, 1976; CAMPA DE G. & PROO, 1965), de onde se dispersam, para todas as regiaes tropicais e subtropicais do globo (SILVA & SILVA, 1956; BRAGA, 1960; BUREAU OF AQUATIC PLANT RESEARCH AND CONTROL, 1974).

Habita tanto em aguas lEnticas cone 16ticas; devido a estas características, jg se extendem a quase todos os continentes tais COUD o Americano, o Asigtico e o Africano. Prolifera nos diversos ambientes aqugticos com tal exuberância que forma grandes ilhas flutuantes, capa zes de criar series transtornos

a

navegação (BRAGA, 1960).

Tal vegetagao geralnente flutna em eguas abertas, podendo sobreviver em solos aides ou at mesro persistir, durante alguns meses em lugares que se tornaram relativamente secos. (UNITED STATES DEPARTA MENT OF AGRICULTURE, 1969).

3.5. - Meios de Propagação

Segundo FASSET (1957); EVANS (1963) e CAMPA DE G. & PRO° (1965), a reprodução da pasta orelha de onça e intensa e se faz

sobre-tudo por multiplicagEo vegetativa. MkRTIN (1953) alude a formagEo de 3.000 individuos dentro de 50 dias, enquanto EVANS (op. cit)relatouque 1.200 plantas foram produzidas de modo vegetativo, a partir de duas plan tas matrizes, em um período de 130 dias, no rio Congo, Africa.

(10)

Formam7se estolhos que do origem a outras plantas e estas, por sua vez, a outros estolhos, dos quais nascem novos individuos, que depois se toinam independentes e continuam sua proliferagEo.

Segundo se depreende dos estudos de CAMPA DE G. &PROO (1965) muito comum a reprodução da Eichhornia crassipes a partir de forma

gOes rizomatosas, e, em menor escala, da semente. Esta, segundo os mes EDS autores necessita de cerca de dois reses para atingir maturidade. FASSET (op. cit.) comenta que a semente desta planta germina, geralmen te, sobre restos de vegetais flutuantes, ou sobre bancos orgEnicos nos substratos de fundo.

As condigOes Otimas para a semente germinar sEo: umidade, temperaturas elevadas, e alta intensidade luminosa (HITCHOCK et alii, 1949).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Existem diveisos neios erpregados na e vadicagEo e controle de vegetagOes aqugticas excessivas e, as vezes, danosas a pesca, pisci cultura, culturas de vazantes etc. (MARTIN, 1953; SILVA & SILVA, 1956 e GURGEL, 1965).

LAWRENCE (1966) classificou em tres categorias os rgtodos de controle::,quimiccs, biolOgicos e mecEnicos.

No coMbate a pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes, ao

que parece, todos os tres rgtodos mencionados podem ser utilizados, de-pendendo das condigaes e do grau de infestação.

4.1. - Controle Químico

Consiste na utilização de herbicidas. Seu emprego varia com o estggio de desenvolvimento da planta, estação do ano, tipos de solo e ggua,

conagaes

climaicas, etc. (LAWRENCE, 1962).

(11)

7. Os herbicidas podem ser divididos em inorganicos e organi-cos. 0 tipo inorgânico foi, at 1943, usado no controle de • vegetação aquatica. Por exemplo, os ácidos minerais (arsenico, sulfUrico etc.), soda caustica, tricloreto de arsenico, cianureto de potgssio etc; mas, todas estas substancias foram abandonadas, por serem altamente tOxicas e collosivas, pois ala de exteluanarem a vegetação aqugtica indesejg-vel, destruiam, taMbe'm, o plancton e os peixes.

Especificamente no combate da Eichhornia crassipes, os her

bicidas orgânicos começaram a ser empregados a partir de 1943, destacan do-se com bons resultados, o 2,4-D (acid° 2,4 - diclorofenoxi aceti co).

As quantidades recomendadas do produto para o controle da Pontederiaceae, de que se ocupa o presente estudo, variam de acordo com

diferentes autores, que trabalharam em diferentes regiOes e condigOes. EGGLER, citado por CAMPA DE G. & PROO (1965), recomenda, utilizando avião a pulverizagão, base, de 9 kg/ha (concentração de 40%). Este tipo de aspersão.fornece excelentes resultados, afirmando o autor que asperses menores de 4,5 kg/ha, são ineficientes.

HITCHCOCK & ZINMERMMN, citados por CAMPA DE G. &PROO (l965), tem observado que doses de 9 kg/ha causam uma destruição mais unifbrmae satisfat6ria, que varias aspersSes com doses mais baixas. Por outro lado observaram que concentragOes =pies de 0,3% dão Lesultados negati

vos.

SURBER, citado por CAMPA DE G. & PRO° (1965), aconselha4u1 verizagOes de 0,5 a 130%. STEPHENS, in CAMPA & PRO° (1965), recomenda 1 kg de 2,4-D/ha. LUETHY DON. R., tambam citado por CAMPA & PRO0(1965), estima 3 kg/ha corm suficiente para controlar a Eichhornia crassipes.

(12)

BRAGA & NEPOMUCENO (1969) utilizaram o herbicida Bi-hedonal ,4 diclorofenoxi-acetico (2,4-D) -I- metilclawfenmd-acetico(MCPAn da Bayer (Leverkusen, Alemanha) nas concentragOes de 5,0, 4,0e 3,5 m1/1 d'egua no controle de vegetação aquetica, principalnente da orelha de onça, obtendo resultados satisfatOrios. Segundo leferidos autores, as aplicagOes devem ser realizadas, quando possivel, com pulverizadores nri

torizados, do tipo "Hatsuta", ou similar, acoplado a mangueiras de Sm x 1/2" e bicos de jatos em forma de leque, conforme recomendação de BAYER (1968).

O. produto antes de ser usado deve ser previamente diluído na agua, de acordo com as concentrag6es desejadas, para o que se reco-mendam em baldes de metal.

As pu1verizag6es devem ser dirigidas sobre a Eichhornia crassipess a partir de terra e do interior do açude, utilizando barco a

rema ou com propulsão a motor de popa de baixa Lotagao. Para pulveriza gao de áreas maiores, em grandes açudes ou lagoas, recomenda-se usar um helicOptero (CAREY, 1952 in MARTIN, 1953). No caso da operação ser executada atrav6s de barco, os autores aconselham a pulverização conti- nua, porem em faixas de, aproximadamente, 2m de largura, em qualquer sentido, operando-se na direção do vento, no periodo da manha e (IA tar

de, ou, se possível, somente em tempo sem vento, para que os vapores da soluço não sejam levados as culturas vizinhas. A pulverização deve ser feita na aus&icia de chuva para não diminuir o efeito do herbicida so-bre a planta.

Segundo BRAGA & NEPOMUCENO (1969) a It rte da Eichhornia

ocorre geralmente dentro de 24 a 72 horas apos a pulverização. EASSET (1940) citado por BRAGA & NEPOMUCENO (1969) afirma que a morte da oie-lha de onça processa-se por estiolamento e murdhamento gradual, com ram pimento, taMbem, de suas câmaras ou "enfathes".

(13)

9. A ação fisiolOgica de Bi-Hedonal e gradual, explicando-se por estimulo demasiado do crescimento das ervas daninhas e o esgotamen to subsequente das reservas, determinando por fim a morte da erva (BA-YER, 1977).

Vale ressaltar que o ,4 -d iclolufenoxi-acetico (2,4-D) + metilclorofenoxi-Acetico (MCRAT no causa nenhum dano aos peixes, se foLem empregadas concentragOes corretas, bem como aos animais domesti cos que tenham acesso a água, dela podendo fazer qualquer uso.

4.2. - Controle BiolOgico

0 con Lrole biolOgico ocasional verificado sobre Eichhornia crassipes nos açudes do Nordeste do Brasil, no e suficientemente capaz de dar combate efetivo d proliferaçdo excessiva desta planta. Para isto,

necessario a introdução intencional pelo homem de certos animais, tais como bovinos, equinos, bubalinos, insetos, peixes etc. no meio aquático, com a finalidade de intensificar o combate.

Para os açudes de nossa regido, bovinos e insetos ja vem sendo usados com este objetivo (FIG. 5).

BRAGA & NEPOMUCENO (1969), citam que a Eichhornia crassipes vinha sendo controlada, limitadamente, por gado vacum e o ColeOptero Ha liplus sp6(Familia Haliplidae). 0 bovino comendo-lhes os prolongamentos vegetativos, reduzindo-lhe a multiplicaçdo; e o inseto, alojando-se nos bulbos foliares, perfurando-os intensamente (FASSET, 1957).

Em certas regiOes do Brasil, o contiele biolOgico da "pasta"

por meio de equinos e bilfalo, Bubalis bubalis, jg foi observado, embora estas especies a utilizem acidentalmente, preferindo alimentar-se de forrageiras terrestre.

(14)

Ainda podem ser citados certos peixes coup agentes controla dores de vegetação aqugtica. Especificamente, no caso da pasta orelha de onça, a Tiagoia rendaZli e a TiMpia mossambica jg Nie'm sendo utiliza das (BRAGA & NEPOMUCENO, 1969; BARD et alii, 1975), sendo a primeira esp6cie jg bastante difundida no Nordeste brasileiro.

4.3. - Controle Mecanico

0 combate mecanico 4 utilizado coup auxilio aos demais meto dos acima citados.

BRAGA & NEPOMUCENO (1969) / comendam a limpeza de canais, drenos e sangradouros de açudes, atravgs da exti/pação manual e/ou meca nica de plantas palustres e ciliares, capazes de fixar ou reter o car-reamento da Eichhornia crassipes para o sangradouro do reservatOrio.

A extilpação manual deve ser feita por uma equipe de operg rios. Este meio torna-se lento e custoso se a proliferação da vegetação aqugtica for intensa na coleção de agua. Se for o caso de proliferação em viveiros, a retirada manual pode ser utilizada com bons resultados.

SILVA & SILVA (1956) referem a Eichhornia corm verdadeira

praga em açudes de Minas Gerais. Fazendeiluo da região apos tentado a remoção manualmente por muito tempo, resolveram secar o ambiente aqugti co e no seu leito cultivar arroz. Somente com esta prgtica radical a especie vegetal daninha foi eliminada.

No combate mecanico, utiliza-se mgquinas coletoras, as quais podem ser de diferentes tipos.

LAWRENCE (1966) propOe os seguintes meios de combate mecani co para os diversos tipos de vegetação

aqu

a

t

ic

(a) Cortes periOdiços, especialmente para plantas emersas e submersas;

(15)

11.

(b) A remogao de plantas aqugticas nas margens do viveiro

e do solo das aguas rasas, por meio de pas, enxadas, etc.;

(c) O agitamento ou batimento das massas de algas flutuan-tes na superfície da agua.

BRAGA & NEPOMUCENO (1969) sugerem a remoço periOdica, pelo menos uma vez por ano, de focos maiores da Eichhornia crassipeseoutras ervas daninhas apOs ser feito a erradicação pelo processo químico ante riormente descrito.

Custo Operacional

Baseado em trabalho realizado por BRAGA & NEPOMUCENO (1969) o custo operacional de controle e erradicação de orelha de onça, Eich hornia crassipes, através do herbicida Bi-Hedonal, em 1 ha de água (açu de ou viveiro) .e da ordem de Cr$ 1.236,65 (TABELA IV), a pregos de 1978.

4.5. - Aproveitamento da Eichhornia crassipes

Massas excessivas de Eichhornia, em viveilus e açudes, dem ser recoletadas e aproveitadas para diversos fins.

A este respeito BRAGA (1961) comenta que a vegetação extir pada ter a aproveitamento na obtenção de coliposto organico para adubação em seco.

CAMPA DE G. & PROO (1965) comentam que foram efetuadas pes quisas pela Universidade de Guadalajara e no LaboratOrio de Química da Diletoria de Pesca, sobre o melhor aproveitamento da Eichhornia recole tada. Os resultados das analises químicas estão contidas na TABELA V. Pesquisadores concluiram que a percentagem de fihras, cinzas e carboi-dratos era bastante alta, significando que esta planta poderia ser apro

(16)

veitada como forragem, fonte de celulose, ou ainda, melhorador da textu ra dos solos. Algm destes usos, esta planta pode ser utilizada COMO ali mento de animais (bovinos, equinos e ouLlos), na confecção de bolsas e cestas (utilizando os peciolos das folhas), como tambgmna produção de energia (ggs metano), segundo, NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES (1976).

Pesquisas mais recentes nos Estados Unidos da América do Norte, demonstraram que a pasta orelha de onça g ideal para tratamento

de ggua e lagoas de oxidação, eliminando o excesso de nutrientes naque les ambientes, propiciando uma redução na quantidade de algas,bactgri7's fecais, s6lidos em suspensão, e ainda, removendo os compostos que cau sam mal odor.

Nas EstagOes de Piscicultura do DNOCS, usam-se a orelha de onça para soMbreamento de tanques de reprodução de ciclideos, bem como para fixação de ovos de carpa, Cypri nus carpio.

5. - OONCLUSES

1. A pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes (MART.)

SOLMS,

4

uma vegetação aqugtica de grande proliferação nos açudes e viveiros da região Nordeste, tornando-se, quando em excesso, bastante prejudicial a produção pes queira, dificultando a despesca, impedindo a passagem de embarcagOes e a utilização dos diversos aparelhosdepes ca, bem como roubando nutrientes da ggua.

2. 0 excessivo desenvolvimento e infestação desta planta aquatica flutuante pluvgm do fato de ser o Nordeste uma região tropical, de clima quente, possuindo uma razog vel fertilidade dos solos e das gguas.

(17)

13. 03. 0 controle e/ou erradicagao da pasta orelha de onça pode

ser executado atraves dos métodos quismicos, biolOgicos e mecanicos.

4. 0 conti le quimico, e o meio mais recomendado em gran- des infestagOes, devido a eficiência de alguns herbici das sobre a planta.

5. Os herbicides inorganicos no devem ser utilizados para o combate de vegetagOes aquaicas, por serem tOxicos e corrosivos, causando a morte dos peixes e destruindo. o placton existente no ambiente aqugtico.

6. Para o combate efetivo da Eichhornia, os herbicides or ganicos so os mais recomendgveis, destacando-se aque-les abase de 2,4-D (gcido 2 ,4 - diclorofenoxi-acetico). 7. Especificamente para os açudes do Nordeste, o herbicide

Bi-hedonal [2-4 - diclorofenoxi-acetico (2,4 - D) + mathl clorofenoxi-acgtico (MCPA)] da Bayer, apresentou Lesul-tados positivos, possibilitando um imediato aumento de seu rendimento pesqueiro.

8. As aplicagaes do herbicida devem ser realizadas com pul verizadores motorizados, do tipo "Hatsuta", ou semelhan te, acoplado a mangueiras e bicos de jatos em forma de leque, conforme Leconendagao da BAYER (1968).

9. Para a pulverização de grandes areas infestadas (açudes e lagoas) a operação pode ser executada por meio de he licOptero ou atrav6s de barco de propulso baixa. A pul verizagao deve ser continua, em faixas de 2m de largura, em qualquer sentido, na direção do vento.

(18)

10. A atuagao do Bi-hedonal sobre a Eichhornia d'repida e efetiva. A morte desta especie oco/le dentro de 24 a 72 horas apOs a pulverizagao.

11. 0 contate biolOgico da Eichhornia crassipes '6' feito atra ye's de animais domesticos (bovinos e equinos), insetos (Cbleoptera Saliplus sp.), peixes (T. rendalli e T. mos-sambica), alem de outros.

12. 0 contate mecanico e utilizado

comb

auxilio aos m6todos quimicos e biolOgicos.

13. A limpeza dos canais ou drenos e sangradouros de açudes deve ser executada periodicamente, pelo menos uma vez por ano, no permitindo que focos de oleiha de onça se estabeleçam naquelas greas.

14. A extirpagão manual deve ser realizada por uma equipe de operarios; caso a proliferação da vegetação aquatica se-ja intensa, recomenda-se o uso de mgquinas coletoras. 15. 0 custo operacional de erradicagão da pasta orelha de

onça em 1 ha de ggua, utilizando o herbicida bi-hedona1 [2-4 - diclorofenoxi-acetico (2,4-D) + metilclorofenoxi

-acetic°

(MCPA)] em açudes ou viveiros, e da ordem de

Cr$ 1.236,65, a piegos de 1978.

16. A pasta orelha de onça, Eichhornia crassipes, pode ser aproveitada, apos sua lemogao do ambiente aquetico, de diversas maneiras: na obtenção de composto

organic°,

fon te de celulose, fertilizante, melhorador da textura dos solos, alimento para animais donL'sticos (bovinos e equi-nos), produgao de ggs metano, confecção de bolsas e ces tas e ainda, utilizada na despoluigão de

:Leas

de esgo-tos come tanbem usada no sombreamento de tanques de

re

produgao de ciclideos e na fixação de ovos de carpa.

(19)

15. 6. - SUMARIO

No presente trabalho dissertamos sobre a biologia e neios de controle e/ou erradicagao da pasta orelha de onça, Eichhornia crassi-pes (MART.) SOLMS.

A pasta orelha de onça e uma vegetação aquaica flutuante,

encontrada com bastante profusão nos açudes, lagoas, viveiros e oullus ambientes aquaticos do Nordeste brasileiro. Seu desenvolvimento e exces sivo, provocando danos a pesca, piscicultura, culturas de vazantes e a navegação, interferindo de maneira direta na economia pesqueira de nossa região.

O controle da vegetação excessiva pode ser realizado pelos

metodos quimicos, biolOgicos e mecanicos.

O combate químico g feito por meio de herbicidas. O herbici

da inorganic° no deve ser usado. Constatou-se que alem de exterminar a vegetação luxuriante, causava a morte de peixes e destruía o plancton.

Atualmente, os herbicidas organicos a base de 2,4- diclorofe noxi-acetico estao sendo usados satisfatoriarente no combate da Eichhor

nia e outras vegetagaes aqugticas excessivas.

Em trabalho executado por BRAGA &NEPOMUCENO (1969) o herbi cida Bi-hedonal [2,4 - diclorofenoxi-acetico (294-D)

+Netilclorofenoxi--

acetic° (MA)-1 da Bayer (Leverkusen, Alemanha), bastante eficaz no extermínio da Eichhornia.

As doses e concentragaes empregadas variam como estagio de

(20)

O custo operacional de erradicação da pasta orelha de onça,

utilizando o Bi-hedonal, em 1 ha de ãgua em açudes e viveiros, g da ordem de Cr$ 1.236,65, a pregos de 1978.

,

Ha varias maneiras de aproveitamento da Eichhornia recoleta

da: na obtenção de composto organicc, coup forragem, fonte de celulose, fertilizante, confecgOes de bolsas e cestas, produção de ggs metano, e outras fontes, ale'm de contribuir para a despoluigão de greas de esgotos, bem corro, utilizada para soubreamento de tanques de reprodução de cicli deos e na fixação de ovos de carpa.

(21)

17. BIBLIOGRAFIA

BAILEY, L. H., 1954. Manual of Cultivated Plants. The MacMillan Compa ny, 1116 p., New-York.

BARD, J. et alii, 1975. Manual de Piscicultura destinado a La America Tropical. Centre Technique Forestier Tropical. Nogent-sur-Marge, Fran ce. 163 p.

BAYER, 1968. Bi-Hedonal. Concentrado de aminas de 2,4-D e MCPA com 56,7% de .cido livre. Bayer, 1T* ed., 5/68,4 p., S. Paulo.

BAYER, do Brasil S/A., 1977. Bi-Hedonal. S. Paulo, (folheto informativo). BRAGA, R. A,, 1961. Sobre o

(Iguatu, Ceara, Brasil). 61).

controle de plantas aquaticas na lagoa Itans Boi. Soc. Cear. Agron., Fortaleza, (2) : 59-_

& NEPOMUCENO, F. H., 1969. Controle de Eichhornia crassipes

(MART.) SOLM pelo Bi-Hedonal. Bol. DNOCS, Fortaleza, serie Fora. e Prod., 27 (2/4) : 29-39.

BRAGA,R, 1960. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceara. Imp. of., 2?' ed., 540 p., Fortaleza.

BUREAU of Aquatic Plant Research and Control, 1974. Aquatic weed identi-fication and control manual. FlOrida Dep. of Nat. Res. 100 p.

C11RA nF G., S. & PROD S. A. G., 1965. El lirio acuatico, su control y coMbate. Mim., Guadalajara. 89 p.

COMMON Aquatic Weeds, 1969. Agricultural Research Service United States Department of Agriculture. Washington, D. C., 43 p. (Agriculture Hand book, 352).

DNOCS, 1953. RelatOrio dos trabalhos realizados durante o ano de 1953. DNOCS, 253 p. 12 figs., Rio de Janeiro (MS).

Referências

Documentos relacionados

Resultados: Tendo em conta os resultados, verifica-se que: (1) o estilo autoritário leva a um nível mais elevado de ansiedade social, enquanto o estilo negligente leva a

Os pacientes de Santa Catarina que foram encaminhados para a realização do diagnóstico defnitivo mostraram uma positividade de 54%. O caso clínico relatado diz respeito

Desta forma não basta que o imóvel esteja situado em área urbana, é necessário também que o possuidor tenha dado a destinação correta para ele, bem como, não pode

Colonizações de macrófitas aquáticas que tenham excessivamente se multiplicado, acabam por prejudicar o uso múltiplo dos recursos, afetando a saúde pública (servindo de local

A estrutura da empresa e seus equipamentos são de suma importância para realização de um bom trabalho por seus funcionários o gráfico 4 aponta que na avaliação de seus

Every seven days, the biomass (live and dead) of E. crassipes and the temperature, pH, electrical conductivity and dissolved oxygen in the water were measured; Results: he

Em suma, destas características, podem ser tiradas duas conclusões: a quantidade de vínculos institucionais formais não necessariamente denota a intensidade da cooperação

Este trabalho teve como questão central a reflexão em torno de como os enunciados dos cartazes de protesto materializaram as relações dialógicas e, a partir delas, como