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PERFIL OCUPACIONAL DO TRABALHADOR BRASILEIRO SEGUNDO O GÊNERO

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Academic year: 2021

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PERFIL OCUPACIONAL

DO TRABALHADOR BRASILEIRO

SEGUNDO O GÊNERO

Anita Kon1

1 INTRODUÇÃO

Em economias de níveis diversos de desenvolvimento, observa-se na atualidade a redução de postos de trabalho, a urgência da criação de novos empregos e freqüentemente a necessidade de readaptação da mão-de-obra a ocupações e funções criadas, paralela-mente à constante requalificação de suas habilidades enquanto traba-lhador.

Particularmente no Brasil, ao crescimento da demanda por novos postos de trabalho resultante do aumento populacional, associou-se uma conjuntura recessiva na década de oitenta que resul-tou no crescimento da velocidade e intensidade da reestruturação organizacional nos anos noventa, o que acabou por eliminar postos de trabalho, particularmente no setor secundário da economia. Estas tendências acarretaram em um desequilíbrio acentuado entre as ne-cessidades de absorção da força de trabalho e as possibilidade de oferta de empregos. Por outro lado o ritmo da modernização econômica e da introdução de novas funções e ocupações dentro de empresas ou autônomas, esbarra muitas vezes nas condições específicas de qualifi-cação da força de trabalho, não preparada para assumir condições mais flexíveis de operacionalização ou tarefas mais sofisticadas.

No que se refere especificamente à questão de gênero, constatou-se na década de oitenta as diferenças consideráveis na representatividade ocupacional e setorial, de acordo com o nível de qualificação, proteção através de carteira assinada, nível de escolari-dade, rendimentos e horas trabalhadas. A análise ocupacional sócio-econômica transcende a simples observação de dados estatísticos sobre

1 Professora e pesquisadora do Programa de Economia da PUC/SP e da EAESP/

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a alocação dos trabalhadores em determinadas categorias de trabalho segundo o sexo, desde que na atualidade, o gênero é considerado uma categoria analítica relacional, referindo-se à organização social das relações entre os sexos (Bruschini, 1995, p. 83).

Observa-se no Brasil, como no resto do mundo, a tendência constante e aumento das taxas de representatividade da mulher no mercado de trabalho. No entanto, diferentemente do que acontece em outros países, este aumento se deve apenas em parte às mudanças culturais, demográficas e econômicas voltadas à modernização social e ao desenvolvimento econômico, porém observa-se também que mes-mo em períodos de crises sócio-econômicas conjunturais a participação da mulher no mercado de trabalho tem aumentado como conseqüência da necessidade de complementação (ou como única fonte) da remune-ração familiar. Com relação à situação da mulher no mercado de trabalho, recente pesquisa sobre a evolução da estrutura ocupacional feminina entre os anos de 1992 e 1995 mostrou a redução da partici-pação das mulheres no emprego formal e o crescimento da importância relativa das demais formas de ocupações (Wajnman, Perpétuo, 1997). Modelos de regressão ajustados permitiram visualizar que a informa-lização do mercado de trabalho brasileiro é um processo cujos deter-minantes vão muito além dos limites ditados pela oferta de trabalho, o que se manifesta de forma mais contundente para o gênero feminino. Foi possível constatar interrelações entre características pessoais e ocupacionais que apontaram as prováveis “candidatas” aos postos de trabalhos informais.

A representatividade das diferentes categorias ocupacio-nais segundo o gênero, reflete os impactos destas condições de dife-renciação sócio-econômica e as pesquisas anteriores têm revelado a predominância da participação feminina em categorias específicas, em atividades que exigem requisitos de habilidade ou outros, considera-dos como próprios a serem exercidas por aquele sexo. No entanto, as consideráveis transformações sócio-econômicas que vêm sendo obser-vadas no país nos anos noventa, parecem apontar para reflexos mais significativos na divisão ocupacional do trabalho segundo o gênero.

O objetivo do presente trabalho é examinar as caracterís-ticas e propriedades específicas da estrutura ocupacional brasileira, tal como se apresenta na década de 1980. Esta qualidade ou caráter típico ou seja a tipicidade desta configuração, como vimos, foi moldada no decorrer das duas décadas anteriores e se manteve relativamente

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estável na década seguinte, sem que as alterações conjunturais decor-rentes do período de crise nos primeiros anos da década, alterassem significativamente estes padrões característicos.

O exame mais detalhado em “cross section” da distribuição da população trabalhadora em ocupações agrupadas de forma a detec-tar estes padrões característicos, visa observar a representatividade dos trabalhadores ocupados em empresas ou como autônomos, agru-pados de acordo com grupos ocupacionais diferenciados segundo cri-térios que definiram uma Tipologia de Ocupações, como será descrito em seguida.

2 CRITÉRIOS TIPOLÓGICOS

Os critérios para a determinação da tipologia da estrutura ocupacional brasileira, para efeito das análises objetivadas neste estu-do, tiveram como intuito primordial a agregação das ocupações em grupos que apresentassem características comuns, como vimos, de modo a posssibilitarem uma observação da estruturação do trabalho, de uma forma mais detalhada do que permitiam as informações disponíveis publicadas. Procurou-se adaptar a classificação a ser efe-tuada, a determinadas especificidades do mercado de trabalho brasi-leiro, como por exemplo a representatividade das pessoas ocupadas no serviço doméstico remunerado e a dos autônomos, ou ainda a distri-buição de empregados sem Carteira de Trabalho assinada, entre diferentes níveis de qualificação na empresa.

Dessa forma, foi primeiramente estabelecida uma diferen-ciação básica entre as mesmas ocupações quer fossem exercidas dentro das estruturas organizacionais das empresas! 2• , ou exercidas de forma autônoma pelo trabalhador, ainda que estes pudessem oferecer seus serviços junto a empresas.

No âmbito das empresas por sua vez, foi determinada preliminarmente uma categoria de ocupações que agrupasse a classe

2 Considera-se como empresa neste contexto, como vimos, as unidades de produção

de bens e serviços públicos ou privados, compostas por empregados e empregado-res, de qualquer tamanho e aporte de capital, organizadas com uma relação capital/trabalho, ainda que incipiente.

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Dirigente, composta por tomadores de decisões, proprietários e não proprietários3, cujas condições tanto de escolaridade quanto salariais

devem ser examinadas separadamente. Esta conduta teve como base as constatações de recentes trabalhos anteriormente mencionados de análise da estratificação ocupacional (Kon, 1995, Cap. 3), de que com o desenvolvimento das relações capitalistas de produção, verifica-se a ampliação de classes intermediárias de ocupações que se interpõem entre os trabalhadores e os empresários, e desse modo aparece a decomposição do trabalho das classes superiores, causada pela sepa-ração entre a propriedade e o controle da empresa, surgindo uma classe executiva, ao lado da classe dos proprietários. Dessa forma, a divisão social do trabalho dentro de uma empresa capitalista se faz a partir das classes dirigente e dirigida.

De um modo geral, na esfera da classe dirigida, a estrutu-ração dos empregos e sua dinâmica pode ser observada a partir dos estabelecimentos, tendo em vista sua organização hierárquico-funcio-nal, ou a partir do estudo do emprego (ocupação) em si, ou seja, seu conteúdo, suas características. Em ambos os enfoques salientam-se diversas possibilidades de estruturação do trabalho em um país, nos vários contextos técnico-econômicos dados, em decorrência seja de uma margem substancial de liberdade dos empresários com relação às tecnologias escolhidas, seja de possibilidades mais restritas de escolha, que se confrontam com aspectos da natureza da oferta da mão-de-obra em um espaço sócio-político-econômico.

Portanto, a definição das categorias ocupacionais para fins de análise desta estruturação pode ter como abordagem os postos de trabalho (demanda de mão-de-obra) ou os trabalhadores (oferta de mão-de-obra). No primeiro caso, os critérios de classificação se dirigem às exigências requeridas pelo emprego, particularmente à qualificação vista como experiência e formação necessárias, esforço requerido, grau de responsabilidade e condições de trabalho, do ponto de vista dos requisitos demandados pela empresa, decorrentes dos métodos de produção empregados. Pela ótica dos trabalhadores, a classificação é definida pelos aspectos de qualificação relativos à formação – seja via escolaridade formal ou treinamento no trabalho – à capacidade ou

3 Estes se dedicam a funções de controle, supervisão, direção, exercendo relações

de dominação, recebendo além de ordenados, outras remunerações como “fringe benefits”.

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atitude das pessoas e demais características reveladas pela oferta de trabalho (como gênero, idade e outras condições sociais).

Questiona-se se é factível esta divisão de critérios, que considera separadamente a oferta e a demanda de mão-de-obra, uma vez que a realidade do processo de trabalho revela que não é possível dissociar-se as características da força de trabalho, do tipo de equipa-mento utilizado e do modo de divisão do trabalho, havendo laços entre a tecnologia empregada e a força de trabalho existente (o que não quer dizer que deva haver harmonia entre estes elementos). A estruturação do trabalho então, evolui dentro de um sistema de fatores interdepen-dentes, no qual a formação do trabalhador desempenha papel impor-tante, e sua qualificação se situa na intersecção do sistemas produtivo e educativo. Se no curto prazo a estruturação do trabalho nesta esfera depende da escolha de combinações produtivas daquele contexto his-tórico-econômico-social, no longo prazo esta estruturação se inscreve não só na evolução dos processos físicos de produção, mas também na evolução dos recursos humanos, e assim, às escolhas econômicas e tecnológicas se associam as escolhas educativas.

Portanto as categorias econômicas que englobam diferen-tes funções e ocupações neste estudo, abordam por um lado critérios do ponto de vista da oferta por mão-de-obra, uma vez que englobam todas as pessoas ocupadas, independente da demanda específica por trabalho nas empresas, porém são definidos também de acordo com a função (expressa na ocupação) assumida para o preenchimento do emprego, como veremos posteriormente, e nesse caso dizem respeito à demanda.

Observa-se ainda no âmbito das ocupações das empresas, que a estruturação do trabalho pode se verificar de forma grandemen-te diferenciada entre setores produtivos, no que se refere por um lado às funções que exigem o emprego de força ou habilidade e reflexos físicos, paralelamente a funções que demandam um número de conhe-cimentos intelectuais voltados para a produção da empresa, e por outro lado as funções puramente administrativas. A análise da contri-buição separada destas duas áreas, em termos tanto da absorção da mão-de-obra quanto das demais variáveis, por setor e por região, norteou o estudo das funções empreendidas na área da Produção propriamente dita, separadamente da área Administrativa. Nesse sentido, para alguns setores de atividades de serviços, determinadas ocupações podem se caracterizar como pertencentes à primeira área,

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enquanto que se fossem localizadas nos demais setores seriam consi-deradas como administrativas4. Assim, para citar um exemplo, uma

ocupação de contador é considerada como pertencente à área de Produção se o trabalhador se situar como empregado assalariado em uma empresa de Contabilidade do setor de Prestação de Serviços, ou à área administrativa nas empresas dos demais setores, ou ainda como Profissional Liberal se exercer a atividade por conta própria indivi-dualmente.

A separação das áreas Produtiva e Administrativa decorre ainda da verificação encontrada na literatura mencionada, de que a decomposição do capital em uma diversificação crescente de técnicas e ramos, como resultado da inovação tecnológica crescente, conduz a uma diferenciação progressiva nos quadros dos assalariados, entre os ditos funcionários burocratas (“white collar”), dos manuais (“blue collar”). Ambas as áreas se organizam internamente de uma forma hierárquica, observando-se que ao lado da divisão funcional do traba-lho existe o aspecto da subordinação que garante a operação sem fricção do processo produtivo, ao estabelecer relações de autoridade entre as diferentes posições. Como salienta Bacha, esta forma de organização hierárquica é característica funcional e necessária da forma de organização capitalista de produção, porém também uma característica universal da sociedade industrial não apenas capitalista. Tanto para as funções da Produção quanto da Administra-ção, considerou-se como critério básico para classificaAdministra-ção, os níveis de qualificação hierarquizados, subdividindo-os em Qualificados, Semi-qualificados ou Não-Semi-qualificados.

No âmbito das ocupações exercidas de forma autônoma, encontram-se as englobadas no grupo “Conta Própria” pela FIBGE, conceituadas como formas de organização de produção em que o produtor é possuidor dos instrumentos de trabalho e vende seus serviços ou mercadorias diretamente ao consumidor, com práticas de trabalho individualistas. Dentro da conceituação dos autônomos, con-siderou-se que merecem classificação separada os Profissionais Libe-rais, que apresentam características específicas de qualificação,

4 Para maiores detalhes sobre a discussão e conceituação das características

produ-tivas das atividades de serviços bem como das características de qualificação (qualificados, semi-qualificados e não-qualificados), consulte-se Kon (1992) e Kon (1995).

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rendimentos e outras; em seguida as ocupações relacionadas aos demais trabalhadores autônomos não considerados acima foram agre-gados em uma mesma categoria nas tabelas, porém para efeito de análise, são também observadas de forma desagregada por nível de qualificação conforme acima discriminado.

As ocupações relacionadas aos serviços domésticos remu-nerados, no Brasil revelam requisitos e comportamentos próprios que impedem a agregação a outros autônomos, como por exemplo a possi-bilidade de Carteira de Trabalho assinada e as formas de remuneração em espécie, como moradia e alimentação, que não são declaradas pelas pessoas pesquisadas para efeito de remuneração do trabalho. Estas atividades, embora constituindo-se numa forma de absorção e manu-tenção de parcela considerável de pessoas, particularmente de menor nível de qualificação, na sua maior parte de mulheres, não são consi-derados na literatura pertinente como produzindo um serviço a ser colocado no mercado de bens e serviços, pois vendem seus serviços particularmente a unidades de consumo caracterizadas como Famí-lias. Assim sendo, estes trabalhadores são aqui considerados como uma categoria ocupacional separada das unidades produtoras empre-sariais e dos autônomos.

Sumarizando, a Tipologia de Ocupações desenvolvida par-ticularmente para os objetivos deste trabalho observa a seguinte disposição: A) Empresa 1 – Dirigentes 2 – Produção Qualificados Nível 1 Qualificados Nível 2 Semi-qualificados Nível 1 Semi-qualificados Nível 2 Não-qualificados 3 – Administração Qualificados Nível 1 Qualificados Nível 2 Semi-qualificados Nível 1

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Semi-qualificados Nível 2 Não-qualificados B) Conta Própria 1 – Profissionais Liberais 2 – Outros C) Serviço Doméstico

Portanto, podemos resumir os critérios de classificação das ocupações como:

a) Pertencentes à organização empresarial, autônomas, ou exercendo serviço doméstico remunerado;

b) Posição no processo de produção: Classe Dirigente, área da Produção ou área da Administração;

c) Qualificação: Qualificados (Níveis 1 e 2), Semi-qualifi-cados (Níveis 1 e 2), e Não-qualifiSemi-qualifi-cados.

3 A DISTRIBUIÇÃO DIFERENCIADA NOS SETORES PRODUTIVOS 3.1 Considerações iniciais

A distribuição das ocupações pelas categorias selecionadas se apresenta setorialmente diferenciada, tendo em vista as especifici-dades dos processos produtivos de cada gênero de ativiespecifici-dades e das formas de organização da produção que assumem prioridade nos diferentes setores. Estas diferenciações se acentuam conforme as abordagens adotadas, seja do ponto de vista global, segundo o gênero ou a proteção legal por registro em Carteira de Trabalho.

Observando-se inicialmente a divisão global dos trabalha-dores entre atividades nas empresas ou por Conta Própria, verifica-se que cerca de 76,5% dos trabalhadores do país se localizam em

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empre-sas e os demais trabalham em ocupações autônomas. Os setores Primário, da Construção Civil e de Serviços de Reparação apresentam concentrações de trabalhadores autônomos pouco abaixo de 30% dos totais de seus ocupados enquanto que o Comércio também mostra uma participação significativa de quase 1/4 dos ocupados. Estes consti-tuem-se em setores em que coexistem mais intensamente formas extremas de organização da produção, desde as representadas por empresas com altos níveis de modernização tecnológica até as autôno-mas com baixa capitalização ou mesmo atividades de subsistência, porém estas atividades possibilitam maior facilidade de entrada nestas últimas formas de emprego por conta-própria, do que os demais setores da economia. A maior divergência em relação a esta média nacional é observada pelas atividades englobadas no ramo de Demais Serviços, onde apenas 36% dos trabalhadores exercem ocupações vinculadas a empresas, e cerca de 18% são autônomos, já que a maior parcela das pessoas ocupadas exercem atividades domésticas remune-radas (46%). Por outro lado, os setores da Indústria de Transformação (6,3%), Outras Indústrias (0,2%), Transportes e Comunicações (2,7%) e Serviços Sociais (3,3%) apresentam as menores representatividades de trabalhadores autônomos.

Em média cerca de 53,5% de trabalhadores se localizavam na área da produção das empresas, porém para alguns setores como Indústria de Transformação, Outras Indústrias, e Transportes e Co-municações a representatividade supera os 70%. A maior parte dos ocupados na produção se localizam em ocupações com requisitos de semi-qualificação e sem atribuições de responsabilidade ou chefia. Apenas nas atividades da Administração Pública e Financeiras, a participação das categorias de ocupações administrativas apresenta maior peso (respectivamente de 63% e 56%) enquanto que a média global de representatividade para estas categorias se situa em torno de 16%.

3.2 A distribuição ocupacional por gênero

A distribuição setorial dos ocupados por categorias ocupa-cionais segundo o gênero é retratada nas Tabelas 1 e 2. A repre-sentatividade das diferentes categorias ocupacionais segundo o gê-nero, reflete os impactos destas condições de diferenciação sócio-eco-nômica e as pesquisas anteriores têm revelado a predominância da

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participação feminina em categorias específicas, em atividades que exigem requisitos de habilidade ou outros, considerados como próprios a serem exercidas por aquele sexo. No entanto, as consideráveis transformações sócio-econômicas que vêm sendo observadas no país nos anos noventa, parecem apontar para reflexos mais significativos na divisão ocupacional do trabalho segundo o gênero.

Como observado na Tabela 1, cerca de 35% dos trabalha-dores brasileiros no final dos anos oitenta era composto por mulheres, porém do ponto de vista setorial no setor de serviços esta repre-sentatividade se aproxima da metade dos ocupados (48%), ao passo que nos demais esta participação fica apenas pouco superior a 20%. Internamente ao setor Terciário, no entanto, a diversidade é conside-rável, desde que as atividades de Serviços Sociais, representadas na sua maior parte por serviços de Saúde e Ensino (referem-se a ativida-des tradicionalmente exercidas por mulheres como de enfermeiras, parteiras, professoras, assistentes sociais), a participação fica em torno de 76% no global e nas empresas, enquanto que entre os autônomos a média de representatividade do sexo feminino é de quase 50%.

Também nos Demais Serviços (que englobam principal-mente serviços pessoais, de confecção e domésticos) a participação de mulheres é significativa situando-se acima de 71%. Neste subsetor, verifica-se que o serviço doméstico engloba 95% e as atividades por conta-própria 68% de ocupados do sexo feminino; entre as outras categorias ocupacionais pertencentes às empresas, as semi-qualifica-das de menores qualificações e as não-qualificasemi-qualifica-das da produção, bem como as semi-qualificadas de nível superior da administração são representadas em acima de 70% por mulheres. Nos setores de Ativi-dades Financeiras, Comércio, Administração Pública e Serviços Auxi-liares às Empresas a participação feminina se situa entre 30% e 35% dos trabalhadores.

Apenas em atividades como da Indústria da Construção, Outras Atividades Industriais, Transportes e Comunicações e Servi-ços de Reparação, a atuação masculina é quase que total nas empresas, acima de 92% e em Outras Atividades Industriais se aproxima de 90%, enquanto que nos demais setores, a representatividade masculina situa-se entre 65% e 80%.

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T abela 1 P ARTICI PAÇÃO DAS MULH ERE S O C U PADAS , P OR CATEG ORIAS OCUP ACION A IS , S EGUN D O O S ETOR B R A SIL C at egor ias ocupacionais Total P ri m ár io S e cu ndár io Ter ci ár io Sub- total Indús tr ia de tran s-for m aç ã o Indú stria da con s-tr ução Outr a s at ivida-des in-du striais S ub- total Comércio de me rca-dorias T rans -por te s e com u ni-ca çõe s A tivida-d e s finan -ceira s Serviços sociais Adminis- traçã o P ú bl ica S e rviços de repa- raçã o Ser vi ço s-auxíl io empres a s Demais serviços Total 3 5 ,0 2 1 ,1 2 0 ,3 2 8 ,2 2 ,0 10,9 48,0 3 3,3 7 ,6 34, 6 75,5 2 9,5 2 ,7 32, 4 71,4 Empresas 3 1 ,8 2 6 ,4 2 0 ,9 2 7 ,3 2 ,8 10,9 40,3 3 4,8 7 ,8 34, 6 76,4 2 9,5 3 ,4 31, 4 43,7 D ir ig entes 2 1 ,4 4 ,7 1 5 ,6 1 9 ,0 4 ,0 15,7 28,3 2 3,8 1 5,8 21, 8 65,9 3 2,5 2 ,5 26, 4 31,4 Propr ietá rios 1 6 ,2 5 ,2 1 3 ,1 1 7 ,9 2 ,2 – 22,0 2 2,7 9 ,2 7 ,0 60,3 1 8,1 1 ,7 17, 4 30,4 Ass alariado s 3 1 ,1 2 ,3 2 1 ,3 2 1 ,3 1 7 ,9 23,9 37,2 2 6,0 2 2,9 24, 2 67,7 3 2,9 3 3,1 49, 5 36,7 Prod ução 29, 9 2 8,2 19, 6 2 7,0 1 ,1 5,1 39,0 3 2,4 1 ,9 31, 0 78,9 2 2,3 1 ,6 17, 9 46,7 Q ualif ic ados 1 55, 7 9,8 12, 4 1 3,8 7 ,4 6,9 63,5 2 7,8 1 6, 2 40, 5 76,1 3 6,0 – 16, 2 27,2 Q ualif ic ados 2 70, 5 2 3,0 10, 5 9,5 11, 1 12,9 74,4 4 5,1 4 ,4 26, 4 84,1 4 9,6 – 21, 2 70,0 Semi-q ualif ic ados 1 27, 2 2 8,6 21, 0 2 9,3 1 ,0 4,6 33,4 3 7,5 5 ,7 40, 6 70,0 1 8,1 1 ,5 20, 3 45,5 Semi-q ualif ic ados 2 4 ,9 – 0 ,9 1 ,3 – 0 ,8 5 ,9 1 ,8 0 ,6 2 8 ,0 2 ,7 1 ,1 – 2 ,7 6 ,7 N ão q ualif ic ad o s 2 3 ,5 1 8 ,2 1 5 ,5 1 6 ,6 4 ,4 10,3 27,1 1 5,8 1 ,7 – 75,9 2 6,0 2 ,9 4 ,6 71,4 Ad m inist raçã o 4 2 ,7 1 6 ,4 2 9 ,8 3 1 ,6 1 8 ,6 27,4 46,5 4 8,9 3 5,4 39, 4 72,5 3 2,7 2 8,0 46, 1 43,4 Q ualif ic ados 1 24, 7 – 16, 8 1 8,0 11, 0 13,4 31,1 2 7,3 2 4, 9 21, 6 65,3 3 4,7 6 ,7 29, 7 38,5 Q ualif ic ados 2 26, 1 3 7,3 31, 3 3 1,0 12, 0 45,4 24,6 2 3,7 2 6, 4 25, 9 – 2 4,4 – – – Semi-q ualif ic ados 1 45, 9 2 4,9 34, 7 3 7,5 22, 1 25,6 48,9 5 7,5 3 7, 8 49, 8 74,4 2 7,4 6 0, 9 48, 8 55,6 Semi-q ualif ic ados 2 70, 8 1 9,6 78, 2 8 0,5 82, 3 62,8 70,1 8 1,1 7 7, 8 75, 9 78,9 5 0,5 7 3, 5 91, 3 70,1 N ão q ualif ic ad o s 3 6 ,9 1 1 ,7 1 6 ,8 1 8 ,0 8 ,4 19,5 41,7 2 1,5 2 5,3 15, 7 68,6 3 8,8 3 ,0 21, 6 41,0 C onta pró pria 2 5 ,5 7 ,6 1 5 ,5 4 2 ,2 0 ,1 – 44,8 2 8,5 0 ,5 – 49,6 – 0 ,7 42, 9 67,8 Profissiona is li b e rais 3 9 ,5 – – – – – 39,5 – – – 40,7 – – 34, 4 – O utro s 25, 3 7,6 15, 5 4 2,2 0 ,1 – 44,9 2 8,5 0 ,5 – 69,2 – 0 ,7 44, 6 67,8 Se rv iç o do m és ti co 95, 1 – – – – – 95,1 – – – – – 100 ,0 – 95,1 Fon te : IB G E – P N A D /1989 . Tabulaç ão E sp e cial. E laboraç ão da autora.

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T abela 2 P ARTIC IPAÇ ÃO D O S H OMENS OCUP ADOS , P OR CATEG ORIAS OCUP ACION A IS , S EGUN D O O S ETOR B R A SIL C at egor ias ocupacionais Total P ri m ár io S e cu ndár io Ter ci ár io Sub- total Indús tr ia de tran s-for m aç ã o Indú stria da con s-tr ução Outr a s at ivida-des in-du striais S ub- total Comércio de me rca-dorias T rans -por te s e com u ni-ca çõe s A tivida-d e s finan -ceira s Serviços sociais Adminis- traçã o P ú bl ica S e rviços de repa- raçã o Ser vi ço s-auxíl io empres a s Demais serviços Total 6 5 ,0 7 8 ,9 7 9 ,7 7 1 ,8 9 8 ,0 89,1 52,0 6 6,7 9 2,4 65, 4 24,5 7 0,5 9 7,3 67, 6 28,6 Empresas 6 8 ,2 7 3 ,6 7 9 ,1 7 2 ,7 9 7 ,2 89,1 59,7 6 5,2 9 2,2 65, 4 23,6 7 0,5 9 6,6 68, 6 56,3 D ir ig entes 7 8 ,6 9 5 ,3 8 4 ,4 8 1 ,0 9 6 ,0 84,3 71,7 7 6,2 8 4,2 78, 2 34,1 6 7,5 9 7,5 73, 6 68,6 Propr ietá rios 8 3 ,8 9 4 ,8 8 6 ,9 8 2 ,1 9 7 ,8 1 00,0 78,0 7 7,3 9 0,8 93, 0 39,7 8 1,9 9 8,3 82, 6 69,6 Ass alariado s 6 8 ,9 9 7 ,7 7 8 ,7 7 8 ,7 8 2 ,1 76,1 62,8 7 4,0 7 7,1 75, 8 32,3 6 7,1 6 6,9 50, 5 63,3 P ro duçã o 70, 1 7 1,8 80, 4 7 3,0 98, 9 94,9 61,0 6 7,6 9 8, 1 69, 0 21,1 7 7,7 9 8, 4 82, 1 53,3 Q ualif ic ados 1 44, 3 9 0,2 87, 6 8 6,2 92, 6 93,1 36,5 7 2,2 8 3, 8 59, 5 23,9 6 4,0 1 0 0, 0 83, 8 72,8 Q ualif ic ados 2 29, 5 7 7,0 89, 5 9 0,5 88, 9 87,1 25,6 5 4,9 9 5, 6 73, 6 15,9 5 0,4 1 0 0, 0 78, 8 30,0 Semi-q ualif ic ados 1 72, 8 7 1,4 79, 0 7 0,7 99, 0 95,4 66,6 6 2,5 9 4, 3 59, 4 30,0 8 1,9 9 8, 5 79, 7 54,5 Semi-q ualif ic ados 2 95, 1 1 00,0 99, 1 9 8,7 100, 0 99,2 94,1 9 8,2 9 9, 4 72, 0 97,3 9 8,9 1 0 0, 0 97, 3 93,3 N ão q ualif ic ad o s 7 6 ,5 8 1 ,8 8 4 ,5 8 3 ,4 9 5 ,6 89,7 72,9 8 4,2 9 8,3 100, 0 24,1 7 4,0 9 7,1 95, 4 28,6 Admi n is traç ão 57, 3 8 3,6 70, 2 6 8,4 81, 4 72,6 53,5 5 1,1 6 4, 6 60, 6 27,5 6 7,3 7 2, 0 53, 9 56,6 Q ualif ic ados 1 75, 3 1 00,0 83, 2 8 2,0 89, 0 86,6 68,9 7 2,7 7 5, 1 78, 4 34,7 6 5,3 9 3, 3 70, 3 61,5 Q ualif ic ados 2 73, 9 6 2,7 68, 7 6 9,0 88, 0 54,6 75,4 7 6,3 7 3, 6 74, 1 – 7 5,6 – – – Semi-q ualif ic ados 1 54, 1 7 5,1 65, 3 6 2,5 77, 9 74,4 51,1 4 2,5 6 2, 2 50, 2 25,6 7 2,6 3 9, 1 51, 2 44,4 Semi-q ualif ic ados 2 29, 2 8 0,4 21, 8 1 9,5 17, 7 37,2 29,9 1 8,9 2 2, 2 24, 1 21,1 4 9,5 2 6, 5 8 ,7 29,9 N ão q ualif ic ad o s 6 3 ,1 8 8 ,3 8 3 ,2 8 2 ,0 9 1 ,6 80,5 58,3 7 8,5 7 4,7 84, 3 31,4 6 1,2 9 7,0 78, 4 59,0 C onta P rópria 7 4 ,5 9 2 ,4 8 4 ,5 5 7 ,8 9 9 ,9 1 00,0 55,2 7 1 ,5 9 9, 5 100, 0 50,4 – 9 9, 3 5 7 ,1 32,2 Profissiona is li b e rais 6 0 ,5 – – – – – 60,5 – – – 59,3 – – 65, 6 – O utro s 74, 7 9 2,4 84, 5 5 7,8 99, 9 1 00,0 55,1 7 1,5 9 9, 5 100, 0 30,8 – 9 9, 3 55, 4 32,2 Se rv iç o d o m és ti co 4 ,9 – – – – – 4 ,9 –– –––– – 4 ,9 Fon te : IB G E – P N A D /1989 . Tabulaç ão E sp e cial. E laboraç ão da autora.

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A análise da distribuição por gênero entre as categorias ocupacionais revela que entre os Dirigentes para a quase totalidade dos setores, estas ocupações são exercidas por mais de 70% de homens. Apenas nos Serviços Sociais, a representatividade feminina atinge quase 70% dos ocupados e nos Demais Serviços, aproximadamente 44%. Examinando-se em seqüência a distribuição setorial dos assala-riados que trabalham na produção direta de bens e serviços, verifica-se que a concentração de homens na área da Produção é superior à da área administrativa em cada setor específico, com exceções para a Agropecuária, os Serviços Sociais e os Demais Serviços. Os ocupados alocados na categoria de qualificados dentro da área da produção direta, que representam acima de 9% do global (excetuando-se os dirigentes) distribuem-se com maior participação nos Serviços Sociais, onde somam aproximadamente 43% dos ocupados na Produção, cor-respondendo a Profissionais Liberais como médicos, enfermeiros e parteiras (diplomados ou não), entre outros técnicos da área da Saúde como operadores de equipamentos médicos, técnicos de análises clíni-cas etc. e ainda professores e orientadores de ensino na área de Educação, museólogos e bibliotecários entre outros cientistas sociais. De um modo geral, entre os qualificados a participação feminina é predominante apenas nos Serviços Sociais onde representam quase 80%, pois nos demais setores a participação masculina se situa entre 60% a 100%.

Verifica-se que a inserção feminina na área da produção se dá mais intensamente na categoria de semi-qualificados, e primordial-mente em ramos da Indústria de Transformação que exigem maior habilidade manual e paciência e menor emprego de força física, como nos ramos de montagem de componentes eletrônicos, mecânica fina, fiação e tecelagem em ocupações com menor nível de responsabilida-de5. É também nesta categoria que se encontram as concentrações

femininas superiores em outros setores do Terciário, como os Serviços Sociais (70%), Atividades Financeiras, Demais Serviços e Comércio. Na área administrativa no menor nível de atribuições se alocam 50% de homens na maior parte dos setores; já entre os ocupados de maior nível, os trabalhadores do sexo feminino são a maioria, excetuando-se apenas na Agropecuária. Por sua vez, entre os não-qualificados a quase totalidade de ocupados são do sexo masculino na maior parte dos

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setores, excetuando-se nos Serviços Sociais e na Produção dos Demais Serviços onde acima de 70% dos ocupados são mulheres.

Com relação aos trabalhadores autônomos verifica-se que os Profissionais Liberais se concentram apenas nos gêneros de Servi-ços Sociais (particularmente Ensino e Saúde), onde correspondem a pouco mais de 2% de ocupados do setor dos quais quase 60% são do sexo masculino e nos Serviços Auxiliares às Empresas ocupando menos de 1,5% da mão-de-obra, representada por 66% de homens. Os demais autônomos correspondendo a ocupações que requerem princi-palmente semi-qualificação, alocam-se mais intensamente nos Servi-ços de Reparação, no Comércio, na Agropecuária, na Indústria da Construção e nos Demais Serviços, com participações entre 18% e 28% dos setores. As maiores concentrações femininas são observadas na Indústria de Transformação, nos Serviços Sociais, nos Serviços Auxi-liares às Empresas e nos Demais Serviços, onde correspondem entre 40% a 70% dos trabalhadores, pois nos demais setores a absorção de trabalhadores do sexo masculino é predominante, situando-se em torno de 70% dos ocupados no Comércio e na quase totalidade nos demais.

Os trabalhadores que exercem as atividades de serviço doméstico remunerado se concentram na quase totalidade nos Demais Serviços onde ocupam quase a metade do total destas atividades, sendo a quase totalidade do sexo feminino e 83% trabalhavam sem registro.

3.3 Distribuição segundo o rendimento médio

É necessário enfatizar inicialmente algumas considera-ções sobre a unidade de comparação escolhida para se observar as diferenças de remuneração dos ocupados nas diversas categorias ocu-pacionais. Observou-se que as informações fornecidas pelos entrevis-tados nas pesquisas e que correspondiam aos rendimentos mensais auferidos em todos os trabalhos, foram reduzidas na PNAD à unidade comum de Salários Mínimos, o que permite a comparação relativa das diversidades em rendimentos entre as categorias ocupacionais no ano examinado. A comparação entre anos nesta mesma unidade não leva a conclusões satisfatórias, tendo em vista a perda do poder de compra do Salário Mínimo que tem sido observada desde a década de setenta. Por outro lado deve ser levado em conta, que o período de referência da pesquisa, que corresponde ao mês de setembro, não

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inclui remunerações legais correspondentes a outros períodos anuais, como por exemplo o 13º salário, férias e outros benefícios sociais dos assalariados, bem como determinadas remunerações em espécie de ocupados que não informam qualquer remuneração, ou ainda outras formas de remunerações extra-salariais dos Dirigentes e dessa forma as remunerações encontradas acham-se subestimadas, sendo conside-radas apenas como base de comparações entre categorias. Tendo em vista que as remunerações dos Dirigentes proprietários não são esti-madas em salários, a análise considerou nesta categoria apenas os assalariados.

Observa-se inicialmente que para todas as categorias das empresas, que os trabalhadores que possuem um determinado nível de qualificação e atribuições, recebem remunerações superiores quan-do situaquan-dos na área da Administração, em relação à Produção. Com relação à situação da mulher no mercado de trabalho, salienta-se que recente pesquisa sobre a evolução da estrutura ocupacional feminina entre os anos de 1992 e 1995 mostrou a redução da participação das mulheres no emprego formal e o crescimento da importância relativa das demais formas de ocupações (Wajnman, Perpétuo, 1997). Modelos de regressão ajustados permitiram visualizar que a informalização do mercado de trabalho brasileiro é um processo cujos determinantes vão muito além dos limites ditados pela oferta de trabalho, o que se manifesta de forma mais contundente para o gênero feminino. Foi possível constatar interrelações entre características pessoais e ocu-pacionais que apontaram as prováveis “candidatas” aos postos de trabalhos informais.

No que se refere às remunerações segundo o gênero, para quase totalidade das categorias, dentro e fora das empresas, os ganhos femininos são inferiores em média, tanto entre as que possuem regis-tro em carteira, quanto entre as demais e as remunerações masculinas são em torno de 1,2 a 2 vezes superiores, nas respectivas categorias (Tabela 3). Apenas nas ocupações de semi-qualificados com atribuições de chefia na área da Produção, as mulheres recebem em média maiores ganhos, e a diferença se situa em torno de 20%. As diferenças nesta distribuição são consideráveis se examinarmos separadamente a si-tuação dentro e fora das empresas e nas várias categorias ocupacio-nais.

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Observa-se para todas as categorias ocupacionais das em-presas, que para a maior parte dos trabalhadores com determinado nível de qualificação e atribuições, os situados na área da Administra-ção, recebem remunerações superiores em relação à Produção. Por exemplo, os qualificados de nível técnico da Administração ganham cerca de 65% acima dos da área da Produção, em média, e os qualifi-cados de nível superior ganham na Administração 20% a mais que os da outra área.

Tabela 3

RENDIMENTO MÉDIO MENSAL

POR CONDIÇÃO DE CARTEIRA ASSINADA E CATEGORIA OCUPACIONAL BRASIL

(em Salários Mínimos) Categorias

ocupacionais

Total Com carteira Sem carteira

T H M T H M T H M Empresas Dirigentes* 10 11 8 11 12 8 7 7 7 Produção Qualificados 1 6 7 3 7 8 3 4 5 3 Qualificados 2 11 14 5 12 15 6 9 12 5 Semi-qualificados 1 2 2 1 3 3 2 2 2 1 Semi-qualificados 2 5 5 6 5 4 6 6 5 7 Não-qualificados 2 2 1 2 2 2 2 2 1 Administração Qualificados 1 10 11 9 11 11 8 11 12 9 Qualificados 2 13 13 11 14 14 11 10 11 9 Semi-qualificados 1 4 4 3 4 4 3 4 4 2 Semi-qualificados 2 4 5 4 4 5 4 3 4 3 Não-qualificados 2 2 2 2 2 2 2 2 1 Conta própria 3 3 2 – – – 3 3 2 Profissionais Liberais 15 16 12 – – – 14 15 12 Outros 2 3 1 – – – 2 3 1 Serviço Doméstico 1 2 1 2 2 2 1 2 1 Total 4 4 3 4 6 3 3 4 1

Fonte: FIBGE – PNAD/1989. Tabulação especial. Elaboração da autora. Nota: T = Total; H = Homens; M = Mulheres.

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As diferenças de acordo com a posição hierárquica, mos-tram de um modo geral, que à medida que se compara a remuneração de uma categoria ocupacional com a da categoria imediatamente inferior na hierarquia, tanto na área da Produção quanto entre as categorias da Administração, observam-se ganhos de 1,3 a 1,8 vezes superiores entre os qualificados dos dois níveis, entre os semi-qualifi-cados da Produção a diferença é de 2,5 vezes.

Considerando-se a remuneração dos assalariados segundo a condição de carteira assinada, verifica-se para a média nacional, que os empregados que trabalham com vínculo empregatício legalizado por carteira, recebem rendimentos mais de 30% superiores aos sem car-teira. Comparando-se os homens entre si, este diferencial se situa em 50%, porém entre as mulheres se amplia para 200%. Por outro lado, dos trabalhadores com carteira, as remunerações do sexo masculino são 2 vezes mais elevadas, enquanto que para os sem carteira esta diferença chega a 4 vezes, o que equivale a dizer que é considerável o efeito da carteira assinada sobre a remuneração global e este efeito é bem superior com relação às mulheres, devendo-se considerar ainda que os que possuem registro em Carteira recebem ainda os benefícios da Legislação do Trabalho.

Este diferencial pode ser ainda superior, se considerarmos que, como vimos, a remuneração média informada pela classe dirigen-te na PNAD, pode não incluir todos os ganhos, que se referem a percentuais sobre os lucros auferidos, participações societárias ou ainda outras formas de remunerações adicionais (“fringe benefits”), o que explica porque dentro da hierarquia funcional da empresa, os resultados atribuem maiores remunerações médias para as ocupações qualificadas de nível superior da área administrativa, do que para a categoria de Dirigentes. Porém, a partir do informado é possível infe-rir-se uma concentração de trabalhadores entre estes últimos que são assalariacos, com quase 60% de representatividade nas faixas de rendi-mentos superiores a 5 SM e uma média de remunerações superior a 10 SM, e ainda consideravelmente mais elevada entre os homens.

Por outro lado, entre os qualificados com carteira da Produção, a remuneração média masculina é cerca de 150% superior à feminina, enquanto que para as demais categorias esta superiori-dade se situa entre 30% a 50%; um percentual de 140% se verifica entre os dois sexos, para os qualificados de nível superior que não possuem proteção legal.

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O exame da participação dos ocupados segundo a classe de rendimentos para o total do país no final da década de oitenta, nos revela que acima de 60% dos trabalhadores recebem até três salários mínimos (SM), sendo que mais de 1/4 até um SM e pouco acima de 8% aufere mais de 10 SM (Tabela 4).

Na média da economia, as mulheres predominam na faixa de rendimentos até um SM, o contrário se observando nos demais intervalos. Por outro lado, os trabalhadores que não possuem registro em carteira, são também mais representativos apenas na faixa infe-rior, sendo que acima de 55% das mulheres que não possuem vínculo empregatício legalizado, se situam neste intervalo. Nas empresas, os extremos em termos de remuneração se dão entre as categorias de não-qualificados da Produção (onde 40% ganham remunerações na menor faixa até 1 SM, e onde se concentram metade das mulheres ocupadas nesta categoria) e os qualificados de nível superior de esco-laridade da área burocrática e de escritório (onde quase 48% auferem mais de 10 SM).

Examinando-se separadamente a área da Produção das empresas, verifica-se que a concentração de trabalhadores não-quali-ficados, na sua quase totalidade (acima de 80%) se dá em rendimentos até 3 SM, sendo que 40% auferem até 1 SM. Os semi-qualificados de menores atribuições, também na sua maior parte se localizam com rendimentos até 3 SM (64%), sendo que os demais semi-qualificados de maiores atribuições, se apresentam com representatividades supe-riores nas classes entre 1 a 5 SM (61%), concentrando-se principal-mente no intervalo entre 1 a 3 SM. Dos qualificados de nível técnico, a participação se dá com mais intensidade ainda na classe de 1 a 3 SM (36%) e destes, as mulheres participam com montantes superiores. Dos demais qualificados, de nível superior de escolaridade, 1/4 se concentram em intervalos de rendimentos de 1 a 3 SM, e 1/4 na faixa de mais de 10 SM, revelando diferenciais consideravelmente inferiores de ganhos para as mulheres, pois os homens se concentram na faixa de mais de 10 SM com quase 60%. Para a maior parte das categorias ocupacionais desta área, os ocupados que não auferem rendimentos totalizam apenas até 1%, ou menos, porém uma exceção se verifica entre os semi-qualificados de menores atribuições, que apresentam uma participação considerável de 15% de homens e 37% de mulheres, localizados principalmente em atividades rurais.

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T abela 4 D IS TRIB UI ÇÃO PER CENTU AL N A S CLAS SE S D E REN DIME NTOS * DOS OCUP ADOS , SE G UND O AS CATEG ORIAS OCUP ACION A IS B RAS IL (%) C at egor ias ocupacionais Até 1 Mais d e 1 a 3 M ai s de 3 a 5 Mais d e 5 a 1 0 M ai s d e 1 0 S em rendime n to s TH M T H M TH M T H M TH M T H M Total 2 7, 3 2 2 ,0 37,3 34,1 3 5,4 3 1,7 1 2,3 14, 1 8,9 9,2 1 0,9 6 ,2 8 ,2 10, 3 4,4 8,8 7,4 1 1,5 Empresas 2 2, 3 2 0 ,7 25,7 34,4 3 4,5 3 4,1 1 2,9 13, 8 11,0 10,0 1 1,0 7 ,8 9 ,4 11, 2 5,6 11,1 8,9 1 5,8 D ir ig entes 3 ,8 3 ,0 6 ,5 16,2 1 5,2 1 9,8 1 5,6 14, 9 18,2 22,2 2 2,0 2 3,0 4 0,3 43, 3 29,1 2,0 1,6 3,5 Q ualif ic ados 1 2 ,9 2 ,5 5,0 14,4 1 4,3 1 5, 4 1 6, 3 15, 8 19,0 22,5 2 2,3 2 3, 4 4 2, 0 43, 5 33,9 1,8 1,6 3,3 Q ualif ic ados 2 5 ,4 4 ,3 7,9 19,4 1 7,3 2 4, 1 1 4, 1 12, 7 17,3 21,6 2 1,1 2 2, 6 3 7, 1 42, 9 24,3 2,4 1,8 3,7 P ro duçã o 2 5, 4 24, 4 27,6 34,9 3 6,3 3 1, 8 1 1, 4 12, 6 8,6 7,7 8,6 5 ,8 5 ,4 6 ,3 3,3 15,1 1 1,8 2 2,9 Q ualif ic ados 1 1 6, 8 8 ,5 23,4 35,8 2 6,5 4 3, 2 1 8, 4 17, 9 18,7 15,7 2 3,1 9 ,8 1 1, 3 21, 8 2,9 2,0 2,1 1,9 Q ualif ic ados 2 1 4, 3 3 ,8 18,7 25,6 1 0,0 3 2, 2 1 5, 2 7 ,7 18,3 18,4 1 8,8 1 8, 2 2 5, 1 58, 3 11,2 1,4 1,5 1,4 Semi-q ualif ic ados 1 2 8, 1 27, 6 29,7 35,7 3 7,4 3 1, 0 9 ,3 11, 0 4,8 5,3 6,5 1 ,9 2 ,5 3 ,1 0,8 19,1 1 4,3 3 1,8 Semi-q ualif ic ados 2 4 ,2 4 ,3 2,5 33,1 3 4,0 1 4, 7 2 7, 5 27, 6 26,8 20,4 2 0,3 2 1, 8 1 3, 6 12, 6 33,5 1,2 1,2 0,7 N ão q ualif ic ad o s 4 0, 3 3 7 ,3 50,0 40,5 4 5,1 2 5,8 6 ,6 7 ,8 2,9 1,5 1,9 0 ,4 0 ,4 0, 6 0,0 10,6 7,4 2 0,9 Admi n is traç ão 1 9, 9 15, 9 25,2 40,2 3 8,4 4 2, 7 1 6, 6 17, 8 14,9 12,3 1 4,6 9 ,2 9 ,5 12, 0 6,1 1,5 1,2 1,9 Q u al ificado s 1 2 ,0 1 ,7 2 ,8 16,2 1 4,3 2 2,1 1 8,3 17, 9 19,7 27,2 2 7,2 2 7,2 3 5,6 38, 3 27,2 0,8 0,7 1,0 Q ualif ic ados 2 2 ,0 1 ,1 4,6 9,8 8,4 1 3, 8 1 6, 0 15, 5 17,6 23,1 2 2,9 2 3, 8 4 7, 5 50, 5 38,9 1,6 1,6 1,4 Semi-q ualif ic ados 1 1 4, 1 11, 4 17,3 43,7 3 9,4 4 8, 8 2 0, 6 22, 3 18,5 13,5 1 7,4 9 ,0 6 ,1 8 ,0 3,8 2,0 1,4 2,7 Semi-q ualif ic ados 2 1 3, 2 11, 0 14,1 33,2 3 0,4 3 4, 4 2 1, 6 20, 5 22,1 18,3 2 1,0 1 7, 2 1 2, 1 16, 1 10,4 1,6 1,0 1,8 N ão q ualif ic ad o s 3 7, 7 2 9 ,3 52,1 48,6 5 1,5 4 3,6 8 ,9 12, 3 3,1 3,0 4,7 0 ,2 0 ,6 1, 0 0,0 1,1 1,2 0,9 C onta pró pria 3 1, 9 2 6 ,6 47,3 37,3 3 8,9 3 2,6 1 3,9 15, 6 9,1 9,4 1 0,5 6 ,0 6 ,2 7, 1 3,8 1,4 1,4 1,3 Profissiona is li b e rais 4 ,4 1 ,8 8 ,3 8 ,6 6 ,0 1 2, 5 7 ,7 6 ,1 10,2 16,1 1 2,4 2 1,8 6 1,6 70, 9 47,2 1,7 2,9 0,0 O utro s 3 2, 3 26, 9 48,2 37,7 3 9,3 3 3, 0 1 4, 0 15, 7 9,1 9,3 1 0,5 5 ,6 5 ,4 6 ,3 2,8 1,4 1,3 1,4 Se rv iç o do m és ti co 7 3, 3 45, 6 74,8 23,1 4 4,1 2 2,0 1 ,2 2 ,4 1,1 0,3 2,7 0 ,1 0 ,1 1, 4 0,0 2,0 3,8 1,9 Fon te : IB G E – P N A D /1989 , Tabulaç ão E sp e cial, E laboraç ão da autora. * Em Salário s m ínim o s.

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Os qualificados da área administrativa, por sua vez, se localizam particularmente com ganhos acima de 5 SM, sendo que entre os nívéis técnicos, 63% se situam neste intervalo e mais de 1/4 entre 5 a 10 SM, enquanto que os nívéis superiores agregam 71% nestes dois intervalos, sendo que cerca de 48% auferem mais de 10 SM. Os semi-qualificados se concentram na faixa entre 1 a 3 SM, apresentan-do-se as mulheres com maiores participações neste intervalo. Já aproximadamente 86% dos não-qualificados ganham até 3 SM, porém pouco acima da metade dos homens situam-se entre 1 a 3 SM enquanto que mais da metade das mulheres concentram-se em até 1 SM.

Dos trabalhadores autônomos, observa-se que os Profis-sionais Liberais recebem melhores remunerações que os qualificados das empresas, pois 78% ganham acima de 5 SM, sendo que 62% auferem acima de 10 SM. Nesta categoria, para a faixa de remunera-ções de 5 a 10 SM, as mulheres se concentram mais intensamente, ao contrário do que ocorre na classe superior de rendimentos. Os demais autônomos se encontram em situação precária, observando-se que em torno de 70% ganham até 3 SM e destes, as mulheres se situam preferencialmente na faixa de 1 SM. Estes trabalhadores, de um modo geral, auferem ganhos comparáveis com a média dos semi-qualificados de menores atribuições das empresas.

Entre os que se dedicam aos serviços domésticos, a sua quase totalidade se situa na faixa até 3 SM (96%), sendo que mais de 33% até 1 SM e destes últimos, as mulheres participam mais. Os ganhos dos que trabalham com carteira são o dobro entre as mulheres, no entanto para os homens são equivalentes em SM, sem contar-se dos encargos sociais.

3.4 Considerações finais

A distribuição das ocupações pelas categorias selecionadas se apresenta setorialmente diferenciada, tendo em vista as especifici-dades dos processos produtivos de cada gênero de ativiespecifici-dades e das formas de organização da produção que assumem prioridade nos diferentes setores. Estas diferenciações se acentuam conforme as abordagens adotadas, seja do ponto de vista global, segundo o gênero ou a proteção legal por registro em Carteira de Trabalho.

A representatividade das diferentes categorias ocupacio-nais segundo o gênero, reflete os impactos destas condições de

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dife-renciação sócio-econômica e as pesquisas anteriores têm revelado a predominância da participação feminina em categorias específicas, em atividades que exigem requisitos de habilidade ou outros, considera-dos como próprios a serem exercidas por aquele sexo. No entanto, as consideráveis transformações sócio-econômicas que vêm sendo obser-vadas no país nos anos noventa, parecem apontar para reflexos mais significativos na divisão ocupacional do trabalho segundo o gênero.

A análise ocupacional sócio-econômica transcende a sim-ples observação de dados estatísticos sobre a alocação dos trabalhado-res em determinadas categorias de trabalho segundo o sexo, desde que na atualidade, o gênero é considerado uma categoria analítica relacio-nal, referindo-se à organização social das relações entre os sexos (Bruschini, 1995, p. 83). Bruschini chama a atenção para o fato de que nas sociedades ocidentais, das quais a brasileira é um exemplo, estas relações ainda são predominantemente assimétricas e hierárquicas, e são desiguais as posições ocupadas pelos indivíduos dos dois sexos seja na esfera da produção ou das relações familiares. As oportunidades de trabalho oferecidas para cada sexo, decorrem em grande parte da consideração sobre o papel da mulher na sociedade no âmbito familiar e doméstico, e sua capacidade de conjugar o trabalho profissional com o doméstico, bem como da qualificação ou capacitação (que recebe uma conotação diferenciada de escolaridade) para exercer ocupações de maior responsabilidade. Estas constatações se encontram confirma-das nas tabelas anteriores, pela grande concentração de trabalhadoras em atividades relacionadas a trabalhos tradicionalmente femininos.

De qualquer forma, as condições diferenciadas por gênero com relação a responsabilidades familiares e profissionais, horários de trabalhos rígidos, exigências mais estritas de qualificação em relação ao homem, entre outras, tornam patente que o trabalho da mulher não depende apenas da demanda do mercado, mas também de uma série de outros fatores a serem articulados (Bruschini, 1995). Estes fatores conduzem freqüentemente à alocação de trabalhadoras em atividades informalizadas, que permitam mais facilmente esta articu-lação, porém que se revestem de um caráter instável e de menor remuneração, como é possível constatar-se a partir das tabelas. O trabalho a domicílio é uma solução freqüentemente encontrada pela mulher na sociedade contemporânea (Abreu, Sorj, 1993; Bruschini, Ridenti, 1993; Ruas, 1993). No entanto, ao contrário do trabalho domiciliar resultante da terceirização de uma série de serviços

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moder-nos mais sofisticados anteriormente alocados nas empresas, o tra-balho domiciliar feminino, na maior parte dos casos tem se revestido de um caráter artesanal, baixa qualificação e baixa remuneração, o que explica a concentração de mulheres nos Demais Serviços de menor qualificação.

O que se observa na distribuição ocupacional e setorial segundo o gênero, apesar da continuação da tendência histórica de maior incorporação da mulher no mercado de trabalho, é a ainda considerável desvantagem destas no que se refere à alocação em ocupações de maior qualidade, no sentido de remuneração e condição de proteção através de Carteira de Trabalho assinada, bem como da possibilidade de absorção em setores mais dinâmicos da economia. A exceção se verifica no setor de Serviços Sociais, em que predominam trabalhadores do sexo feminino em ocupações mais qualificadas.

4 BIBLIOGRAFIA

ABREU, A. R. P., SORJ, B. Trabalho a domicílio nas sociedades contemporâneas – uma revisão da literatura recente. In: ABREU, A. R. P. (Org.). O trabalho invisível. Rio de Janeiro: Rio Fundo Editora, 1993.

BRUSCHINI, C., RIDENTI, S. Desvendando o oculto: família e tra-balho domiciliar em São Paulo. ABREU, A. R. P. (Org.). O trabalho invisível. Rio de Janeiro: Rio Fundo Editora, 1993.

---. Desigualdades de gênero no mercado de trabalho brasileiro: o trabalho da mulher nos anos oitenta. In: FERNANDES, R. (Org.). O trabalho no Brasil no limiar do século XXI. São Paulo: Ed. LTr, 1995. KON, A. A estruturação ocupacional brasileira: uma abordagem

re-gional. Brasília: SESI, 1995.

RUAS, R. Notas acerca das relações entre trabalho a domicílio, redes de subcontratação e as condições de competição. ABREU, A. R. P. (Org.). O trabalho invisível, Rio de Janeiro: Rio Fundo Editora, 1993. WAJNMAN, S., PERPÉTUO, I. H. O. A redução do emprego formal

e a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 7, n. 1, maio 1997.

Referências

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