EABRÍCIQ
DE soUzA NEVES
PAPEL
DA
ULTRA-SONOGRAFIA
No
DIAGNÓSTICQ
DIFERENCIAL
Dos
NÓDULos
DE
TIRÓIDE
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
-
SANTA
CATARINA
FABRÍCIO
DE soUzA NEVES
PAPEL
DA
ULTRA-soNoGRAE1A
No
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
Dos
NÓDULos
DE
TIRÓIDE
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.Coordenador
do
Curso:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientadora:
Profa. Dra.Marisa
Helena César Coral
Co-orientadora:
ProF.
DF.
Maria
Heloísa Busida
Silva CanalliFLORIANÓPOLIS
-
SANTA
CATARINA
Papel da ultra-sonografia no diagnóstico diferencial dos nódulos de tiróide. / Fabrício de Souza Neves. - Florianópolis, 2001.
49 p.
Orientadores: Marisa Helena César Coral e Maria Heloisa Busi da
Silva Canalli.
Trabalho (conclusão de curso) - Universidade Federal de Sama
Catarina. Curso de Graduação em Medicina
1. Nódnlo da glândula úreóidea. 2. Neoplasias da glândula tireóidea. 3. Diagnóstico diferencial. 4. Ultrasonografia.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos
àquelesque
colaboraram diretamentena
realização destetrabalho:
às orientadoras,
Maria
Heloísa Busi da Silva Canalli eMarisa Helena
César
Coral (professoras talentosas e tão próximas dos alunosl), por criaremem
torno de si
um
ambienteonde
o trabalho e 0 ensino são feitosem
cooperação ecordialidade;
ao
médico
patologista Horácio Shigueru Chikota, responsável pelarealização de todos os estudos citopatológicos incluídos neste estudo;
a todos os funcionários
do
Serviço deAnatomia
Patológicado
Hospital Universitário daUFSC,
onde foram
coletados os dados necessários à pesquisa;ao colega e
amigo
Leandro Antunes
Pinto,que
trabalhoucomigo
na
elaboração
do
primeiro esboço deste trabalho;e ao professor Maurício José
Lopes
Pereima, cujas sugestões resultaramem
boas idéias para o refinamento dos resultados aqui apresentados.Agradecimentos
especiais àqueles quecolaboram
diretamentena
realização pessoaldo
autor deste trabalho e namanutenção
de sua felicidade:a
meus
pais, João BatistaZim
Neves
e Laura deSouza
Neves,que
me
ensinam há
tantos anoscomo
é fácil e divertido viver orientando-se peloamor
(deram-me
um
guia infalível para o resto da vida!);àquela
que
representa,sem
dúvida alguma, o que demelhor
o curso deMedicina
me
trouxe: Katia Lin;a
minhas
irmãs e amigos, pelo afeto;1.
INTRODUÇÃO
... ._ 2.OBJETIVO
... .. 3.MÉTODO
... _. 4.RESULTADOS
... _. ~ 5.DISCUSSAO
... .. ó.CONCLUSÕES
... ._ 7.REFERÊNCIAS
... ..NORMAS
ADOTADAS
... ..RESUMO
... ._SUMMARY
... ..APÊNDICES
... ..ÍNDICE
‹ . . . - « . - . . . . . . . ...1.
INTRoDUÇÃo
O
nódulo de tiróide éum
achado
comum
na
prática clínica:nódulos
palpáveis estão presentes
em
cerca de5%
da
população gerall.No
entanto,apenas
5%
destes nódulos, aproximadamente, são malignosz. Destemodo,
o
diagnóstico diferencial dos nódulos de tiróide,
com
o objetivo de identificar apresença
do
câncer da tiróideem
meio
àampla
maioria dos casos benignos, constitui Lunproblema
importante de clínica médica.As
lesões benignasmais
comuns
da
glândula tiróide são representadas pelos bócios(endêmico ou
esporádico), pelosadenomas
de células foliculares e pelos cistos, associadosou não
a tiroidites. Dentre os tumores malignos, sãomais
importantes os carcinomas papilífero, folicular,medular
e indiferenciado.Linfomas
e tumores metastáticos são mais raros3.Vários fatores relativos à
anamnese
e aoexame
fisico contribuem para o diagnóstico: nódulosque
surgem
antes dos30 ou
após os 65 anos de idade sãomais
suspeitos de malignidade, assimcomo
nódulosque surgem
em
homens.
Queixas
de dorou
rouquidãoaumentam
a suspeita dedoença
invasiva e,portanto, maligna. História pregressa de irradiação de cabeça e
pescoço
(acidentalou
terapêutica) se relaciona fortementecom
o aparecimento deneoplasia
maligna da
tiróide.Ao
exame
fisico, afixação do nódulo
a estruturas adjacentes; a consistência endurecidado
nódulo; a presença de linfonodomegalias cervicais; e oachado
deum
único nóduloem uma
glândulaque
de resto é normal, são todos sinais clínicos reconhecidamentemais
associados à
doença
malignada
tiróide3.A
presença destes dados clínicospode aumentar
a suspeita de malignidadecâncer de tiróide é mais
comum
justamenteem
mulheres
demeia
idade, fatoassociado à elevada incidência de nódulos de tiróide nesse
segmento da
população, e sua apresentação clínica usual é a de
um
nódulo
assintomático descoberto acidentalmente pelo próprio paciente, sua famíliaou
seumédico
em
exame
clínico rotineiro3.Por
isso, existe claramente a necessidade deexames
complementares no
diagnóstico diferencial destas lesões.Na
opinião de quase a totalidade da literatura, o estudo citopatológicodo
material obtido
do
nódulo porpunção
aspirativacom
agulhafina
(PAAF)
é odado
mais importantena
investigação4.A
PAAF
éuma
técnica que,embora
descrita jáhá
várias décadas,passou
a ser executada
em
grande escala nos EstadosUnidos somente
a partirda década
de 805.
Os
estudos realizadosdemonstraram
se tratar deum
procedimento
seguro, atraumático, barato e eficiente,
com
valor preditivo negativo de94%
(o que indicauma
taxa de falsos negativos de6%)
e o valor preditivo positivo de96%
(falsos positivosem
4%)
para o diagnóstico de malignidade, demodo
que
se produziu grande entusiasmoem
tomo
de sua utilizaçãos.Até
então,um
paciente portador de
nódulo
de tiróide era submetido rotineiramente à investigaçãocom
ultra-sonografia e cintilografia da tiróide,com
custos deUS$
400
eUS$
600, respectivamentes; caso fosse encontradoum
nódulo sólido ehipocaptante o tratamento cirúrgico era indicado,
com
uma
incidência de até15%
de malignidade nos nódulos excisadosó.Com
oemprego
da
PAAF,
em
substituição a estesmétodos
deimagem,
a indicação cirúrgica setomou
mais
precisa, encontrando-se malignidadeem
até50%
dos nódulos excisadosó, aum
custo deUS$
350
(valores norte-americanos de l995)5.A
ênfaseno
valorda
PAAF
em
detrimento dosdemais
métodos
diagnósticos
vem
orientando aabordagem
aos nódulos de tiróide principalmente nos Estados Unidos5`8.No
entanto, esta não éuma
posturamundialmente
3
Um
estudo recente aplicou questionários baseadosem
um
caso clínicotípico (mulher de
42
anoscom
run nódulo de tiróide solitário de três centímetrosno maior
eixo,sem
sinais clínicos de malignidade) aos endocrinologistasmembros
daAmerican
Thyroid
Association.Em
comparação
com
seus colegasnorte-americanos, os endocrinologistas
da
European
Thyroid Associationutilizam
em
escalamuito maior
osmétodos
deimagem como
auxiliares àPAAF:
ultra-sonografia(80%
contra34%,
p<0,000l)
e cintilografia(66%
contra23%,
p<0,00Ol)9.Na
verdade, certas limitaçõesda
PAAF
dãomargem
a muitasdiscussões quanto ao protocolo ideal para a
abordagem
deum
nódulode
tiróide.Os
achados citopatológicos são incluídosem
quatro categorias de resultado: “maligno”, “benigno”, “suspeito”(também
chamado
“indeterminado”) e “insatisfatório”.A
principal limitaçãoda
citopatologiaconsiste
no
resultado “indeterminado”ou
“suspeito”, que surgeem
5%
a23%
dos aspiradosó.A
maioria dos autores considera aPAAF
incapaz de classificarcomo
malignasou
benignas as lesõesdo
tipo folicular e as lesões oxifilicas (decélulas de Hürthle)1°”“, sendo estas as entidades classificadas à citologia
como
“indeterminadas”ou
“suspeitas”.Quando
levados à cirurgia, cerca de25%
desses nódulos se
mostram
malignosó.Para os nódulos suspeitos à
PAAF,
Gharib,H
e Goellner, JR6recomendam
de imediato o tratamento cirúrgico.Porém,
outros autores sustentamque
a utilização deexames
auxiliarespode
reduzir onúmero
de cirurgias desnecessárias.Woeber,
KA5
propôsum
protocolo deabordagem
anódulos de tiróide
em
que
exames
deimagem
ou
de laboratório são indicados apenas nos casosem
que o estudo citopatológico se mostra suspeito. Nestescasos o achado de níveis séricos baixos do
hormônio
estimulanteda
tiróide(TSH)
levanta a suspeita deum
nóduloautônomo
(queem
sua quase totalidadesão benignos) e urna cintilografia da tiróide
pode confirmar
o diagnósticoPorém
com
níveis normais deTSH
recomenda-se
a excisão cirúrgicado nódulo
devido ao risco si gnificativo de malignidades.Alguns
protocolossugerem
a realização das provas de funçãoda
glândulatiróide e
da
cintilografia antesda
PAAF3
_ Tal procedimento poderia evitar anecessidade de cirurgia e talvez
da
própriaPAAF
nos nódulos considerados “quentes”ou
hipercaptantes.No
entanto, a quase totalidadeda
literatura atualconsidera que, neste tipo de
abordagem,
apenas os testes de função (dosagens deTSH
e de tiroxina livre séricos)devem
ser rotineiramente realizados nestatriagem inicial, restando à cintilografia
um
papel auxiliar, restrito àqueles casos12
em
que
são encontrados níveis baixos deTSH
e/ou elevados de tiroxina (T4)Com
protocolos desse tipo acredita-se que seja possível evitar cercade
20%
de cirurgias desnecessárias,número
que
corresponde à prevalênciade
nódulos
que
são hipercaptantes3.A
fim de se obteruma
precisão diagnóstica aindamaior
nestes casostêm
sido pesquisados nos últimos anos váriosmarcadores
molecularesou químicos
do
câncer da tiróide.A
atividade aiunentadada
telomerase parecedesempenhar
um
papel importante na patogênese dessa neoplasia epode
ser encontradaem
amostras dePAAF
obtidas de tumores malignos”.No
entanto, seu papelcomo
marcador
tumoral auxiliar ao diagnósticopermanece
incerto”.De
forma
semelhante, as enzimas dipeptidil-aminopeptidase
IV
e tiroperoxidasevêm
sendo estudadas
como
marcadores imunohistoquímicos de câncer tiroidiano15”16.O
papelda
ultra-sonografia(USG)
da tiróidecomo
auxiliar ao diagnósticotambém
vem
sendo considerado etem
potencialmente grande importância,uma
vez que
é Luna técnica de execução simples, rápida enormalmente
disponível,mesmo
em
centros de portemédio”. Porém, há
grande controvérsia sobre suaefetividade. Por acreditar
que
aUSG
não
acrescenta ao diagnósticoinformação
suficiente para justificar os custos de seu emprego, muitos protocolosnão
a5
Considera-se
que
aUSG
possui alta sensibilidadeno
exame
do
parênquima
tiroidiano, permitindo a identificação de nódulosnão
palpáveis tãopequenos
como
dois a três milímetros de diâmetrols.O
que a princípio parecerepresentar
uma
vantagem do
método
acaba
criandoum
problema
clínico: estespequenos
nódulosnão
palpáveis,denominados
“incidentalomas”,podem
ser observadosem
30%
a50%
dos adultos assintomáticos submetidos à USGl9”2° e aampla
maioria destes nódulos parece ser fadada auma
evolução benigna”. Nestes casos distinguir dentre esse grandenúmero
de incidentalomas aquelespoucos
quepodem
ser suspeitos decomportamento
maligno emerecedores
deacompanhamento
setoma
uma
decisão dificil,com
alto risco de iatrogenia, devido à baixa especificidade desta técnica deexame
em
identificar ostumores
malignos3° 21.
Estudos de
acompanhamento
de individuosque receberam
irradiação de cabeça e pescoço, por exemplo,demonstram
amaior
sensibilidadeda
USG
no
rastreamento
do
câncer da tiróideque
a palpação convencional22”23,porém
destacam
a necessidade de grande cautelana
interpretação dos resultados devidoà observação de
um
grandenúmero
de nódulos que se revelampuramente
benignos24.
Por
isso, pesquisas recentesvêm
sendo desenvolvidasno
sentido de refinar a interpretação ultra-sonográfica e tomá-la verdadeiramente útilno
diagnóstico diferencial
do nódulo
de tiróide.As
características ultra-sonográficas sugestivas de malignidade são estudadas individualmente e
em
conjunto afim
de verificar se existeum
achado ou
uma
combinação
delesque
tenha
bom
desempenho
como
teste diagnóstico.Solbiatti, L; Cioffi,
V
et al.” descreveram,em
1992, as principais características ultra-sonográficas sugestivas de malignidadeem
um
nódulo
detiróide:
0
Halo
hipoecóico periférico ausente, incompletoou
irregularmenteespessado.
0
Margens
irregularesou mal
definidas.0 Presença de microcalcificações, definidas
como
pontos hiperecóicosde
menos
deZnnn
de diâmetrono
interiordo
nódulo, que são a representaçãoecográfica dos corpos
psamomatosos
calcificados típicosdo carcinoma
papilífero,
também
presentescom
menos
freqüênciano carcinoma
medular.
0
Nódulo
solitárioem
tiróideque
tem
o restantedo
parênquima
com
aspecto normal.
0 Sinais de
fluxo
arterial intratumoral, ao ultra-som coloridocom
doppler,com
velocidade de pico sistólico geralmente inferior a40
cm/s (valoresmaiores são achados
em
nódulos hiperfuncionantes,na
maioria benignos).0 Invasão de estruturas anatômicas
em
torno da tiróide (esteum
sinalpatognomônico
de malignidade,mas
raro, presente geralmente apenasem
neoplasias agressivas,
como
o carcinoma anaplásico).0
Comprometimento
de linfonodos cervicais(também,
geralmente,um
sinal tardio da doença).Ao
contrário, oachado
deum
nódulo totalmente aneeóico (cístico),com
ou
sem
material interno flutuante, é consideradopatognomônico
de alteração benigna (degeneração císticaou
hemorrágica dentro deum
nódulo
hiperplásico).Porém,
é importante distinguir este achadodo
nódulo misto (formação císticacom
projeção sólida intraluminal) quepode
conterdoença
maligna,em
geral ocarcinoma
papilífero. Ecotextura hiperecogênicaou
hipoecogênciacom
realcedistal
também
são associadas à benignidade, sendo a última característica correspondente ao nódulo hiperplásico preenchido de substância colóide.7
A
presença deum
fmo
e regular halo hipoecóico delimitando onódulo
é sugestiva de alteração benigna, assimcomo
o achado de calcificações grosseirasperiféricas, envolvendo o
nódulo
àsemelhança
de “casca deovo”
(diferente, portanto, das microcalcificações descritas anteriormente).Um
nóduloque
aparececomo
resultado de alterações difusasda
tiróide,como
em
qualquerdoença
de natureza multinodular,tem
menor
associaçãocom
malignidadeque
os nódulos solitários.E, por
fim,
é sugestiva de benignidade a ausência defluxo
arterialinnanodular ao ultra-som
com
doppler.Estas características sugestivas de malignidade
ou
benig-nidade,reafirmadas
em
revisão recentezó,foram
objeto de estudo nos últimos anosem
tentativas de estabelecermétodos
para a utilizaçãoda
USG
como
auxiliar à citopatologiana
abordagem
a nódulos de tiróide17° 18' 27” 28.A
determinação dos
valores preditivos para o diagnóstico de câncer destes achados ultra-
sonográficos, nas várias situações
em
que
um
nódulo de tiróide surgecomo
um
problema
clínico,pode tomar mais
precisa e segura a condutamédica que
leva2.
OBJETIVO
Determinar os valores de sensibilidade e especificidade das características
evidenciadas pela ultra-sonografia convencional consideradas sugestivas de malignidade
em
nódulos de tiróide. Calcular os valores preditivos decada
uma
destas características parao
diagnóstico de câncer nas diferentes populações deportadores de nódulos de tiróide, e identificar as situações nas quais a ultra-
3.
MÉTODO
Casuística: Oitocentos e noventa e oito pacientes adultos, de
ambos
os sexos esem
distinção de cor, portadores de nódulos de tiróide palpáveis.Ambiente:
Todos
os pacientesforam
atendidosno
Serviço de Endocrinologiado
Hospital Universitário Polydoro Ernani deSão
Thiago da
Universidade Federal de Santa Catarina
(HU-UFSC)
entre os anos de 1991 e2000.
Procedimentos:
Foi realizadoum
estudo descritivo, retrospectivo e transversal,baseado
nas infonnações registradas nos arquivosdo
Serviço de Endocrinologia edo
Serviço deAnatomia
Patológicado
HU-UFSC.
Todos
os pacientes incluídosno
estudoforam
submetidos a estudo ultra-sonográfico
e citopatológico dos nódulos de tiróide. Destes, 193foram
levados aprocedimento cirúgico para excisão
do
nódulo, ereceberam o
diagnósticoanatomopatológico pós-operatório.
Os
critérios para a indicação de procedimento cirúrgicoforam
vários e incluíram: citopatologia “maligna”, “suspeita”ou
“insatisfatória”;nódulo
de crescimento rápido aoexame
fisicoou
à ultra-sonografia;dados
clínicossugestivos de malignidade; complicações funcionais decorrentes
do
crescimentodo
nódulo;preocupacão
estéticaou opção do
paciente pelo tratamento cirúrgico.Os
dados referentes à ultra-sonografia e os resultados de citopatologia eanatomopatologia de cada caso incluído
no
estudoforam
coletados medianteprotocolo elaborado especificamente para este
fim
(Apêndice
I).Na
presença demais
deum
nódulo por paciente, foi considerado para o estudo o nódulomaligno
O
estudo citopatológico foi realizadono
Serviço deAnatomia
Patológicado
HU-UFSC,
sempre
pelomesmo
profissional(HSC),
utilizandoo
material obtido através depunção
aspirativacom
agulha fina guiada pela palpação,efetuada,
também
em
todos os casos, pelomesmo
profissional(MHBSC). As
amostras colhidas porpunção foram
preparadas,em
cada
caso, de três diferentesmaneiras: parte da amostra foi deixada secar
em
ar ambiente,na
forma
deesfregaços
em
lâminas de vidro, e posteriormente corada através da técnica de Giemsa. Outra parte,também
em
esfregaços, foifixada
em
álcool 95° e coradapela técnica de Papanicolaou.
Por
fim,
blocos celulares contidosno canhão da
agulha
foram
preparadosem
lâminas coradascom
hematoxilina-eosina.Quatro categorias diagnósticas
foram empregadas
para o estudocitopatológico,
conforme
Kini, SR29; Willems, .T S eLowhagen,
T3°:0 Insatisfatória: foi considerada amostra insatisfatória aquela
que não
preencheu o seguinte critério: apresentar seis
ou mais grupamentos
de células foliculares, cadaum
com
no
mínimo
dez célulasbem
definidas,em
pelomenos
dois esfregaços.0 Benigna: incluiu os diagnósticos de bócio nodular (bócio nodular colóide,
bócio nodular
com
cistificaçãoou
nóduloadenomatoso
colóide), cisto detiróide, tiroidite aguda, tiroidite
subaguda
e tiroidite linfocítica.0 Suspeita: incluiu os laudos de lesão folicular e lesão de células de Hürthle.
Também
foram
incluídos os casoscom
atipias celulares significativas,mas
sem
características determinantes de urna malignidade específica.0 Maligna:
compreendeu
os diagnósticos decarcinoma
papilífero,carcinoma
medular,carcinoma
anaplásico, linfoma e metástases.No
mesmo
serviçotambém
foram
realizados os estudosanatomopatológicos
do
material obtido por intervenção cirúrgica,fixado
em
formalina a10%
e posteriormente incluídoem
parafina
deonde foram
obtidosll
cortes
finos
que, coradoscom
hematoxilina-eosina,foram
submetidos aoexame
microscópico,
mas
não
necessariamente pelomesmo
patologista.Foram
consideradas duas categorias diagnósticas,
maligna
ou
benigna, baseando-sena
segunda
ediçãoda
classificação histopatológicada Organização Mundial da
Saúde
para os tumores de tiróide, apresentadaem
198831.Os
estudos ultra-sonográficos observadosforam
realizadosem
diversasclínicas e hospitais
do
estadoque
oferecem esse serviço à população, portantonão
havendo
controle direto sobre a técnica e os equipamentosempregados
para oexame.
Foram
consideradoscomo
elementos sugestivosde
malignidade a presença assinalada nos laudos das seguintes características, baseando-seem
Solbiatti, L;
Cioffi
V
et al25:nódulo
sólidoou
misto;nódulo
únicoem
glândula deparênquima
normal; presença de microcalcificações centrais; hipoecogenicidadesem
realce distal;margens
irregularesou
mal
definidas; eausência de halo delimitando o nódulo
ou
halo incompleto.O
padrão vascular aoultra-som colorido
com
dopplernão
foi incluído neste estudo devido àintrodução relativamente recente desta técnica
em
nossomeio
e opequeno
número
de dados disponíveis.A
invasão de estruturas adjacentes e ocomprometimento
de linfonodos cervicaistambém
não foram
incluídos porserem
já considerados pela literatura sinais fortemente associados à malignidade da doença,porem
de aparecimento tardioem
sua evolução e, portanto,mais
raros.
Baseando-se nos 193 casos de nódulos de tiróide submetidos a
procedimento cirúrgico, as características ultra-sonográficas
foram
estudadas individualmentecomo
testes diagnósticos (denominados, respectivamente:“nódulo
sólido”,“nódulo
único”, “microcalcificações”; “hipoecogenicidade”;“margens
irregulares” e “halo ausente”). Foi considerado teste “positivo” apresença
da
característica descritano
laudo de ultra-sonografia e teste“negativo” a sua ausência. Estes resultados
foram
confrontadoscom
odiagnóstico
“maligno” ou
“benigno” ao estudo anatomopatológico pós- operatório, que representou o padrão-ourono
diagnósticodo
câncerda
glândulatiróide.
A
relação de cada característica ultra-sonográficacom
o
resultadoda
anatomopatologia foi testada através
do
testenão
paramétricodo
X2 (oudo
testeexato de Fisher,
quando
indicado), sendo consideradas significativas as relaçõesque obtiveram
p
inferior a 0,05. Foiempregado,
nesta análise, oprograma
Epi-Info©
6.04b,fomecido
pelo Centro de Controle deDoenças (CDC,
Atlanta,EUA)
e pela OrganizaçãoMundial
deSaúde
(OMS,
Genebra, Suiça).Cada
característica ultra-sonográfica consideradacomo
teste diagnósticopara a neoplasia
maligna
da tiróide teve sua sensibilidade e sua especificidadedeterminadas. Sensibilidade é
definida
como
a proporçãodo
número
de resultados verdadeiros-positivos ao teste sobre o total de casos portadoresda
doença
ao padrão-ouro, e indica a capacidadedo
testeem
identificar os indivíduos doentes. Especificidade édefinida
como
a proporção de resultados verdadeiros-negativos ao teste sobre o total de casosnão
portadoresda doença
~
ao padrao ouro e indica a capacidade
do
testeem
identificar os indivíduos sadios(Apêndice IIa)32.
Devido
ao fato de ser a amostra desta etapaconsumida
por pacientessubmetidos à intervenção cirúrgica (193 casos) e, portanto,
com
uma
prevalênciade tumores malignos
mais
alta que a população portadora de nódulos tiroidianosem
geral, calculou-se a prevalênciado
câncer diagnosticado na população totalportadora de nódulos palpáveis incluída
na
pesquisa (898 casos). Prevalência deuma
determinada condição édefinida
como
a proporçãodo
número
de13
qual
devem
pertencer os indivíduos portadores,num
determinado período detempo
(Apêndice
IIb)32.Supondo
ser a prevalênciado
câncerda
tiróide igual a5%
na população
portadora de nódulos palpáveisl, otamanho
da
amostranecessário para se determinar este valor
com
um
intervalode confiança
de95%
(Apêndice
I1c)32 limitado auma
faixa dei
1,5%
foi estimadoem
811 pacientes.Como
a literatura descrevemaior
prevalência de câncerem
pacientesmasculinos portadores de nódulos de tirÓide3, optou-se por calcular a prevalência
do
câncer separada por gênero (masculinoou
feminino)na
população
em
estudo.A
partir destas prevalências e dos valores de sensibilidade eespecificidade previamente calculados,
foram
determinados os valorespreditivos positivos e negativos para malignidade de
cada
característica ultra-sonográfica
nas populações masculina e feminina portadoras de nódulos tiroidianos palpáveis.Considerou-se
também
que,com
a realizaçãodo
estudo citopatológicodo
material aspirado
do
nódulo, distribuiu-se a população inicialem
quatro gruposcom
prevalências diferentes dedoença
maligna,conforme
o resultadoda
citopatologia: maligno, benigno, suspeito ou insatisfatório.Por
isso,foram
calculadas ainda as prevalências
do
câncer de tiróideem
cadagrupo
de resultado citopatológico baseando-se nos resultados da anatomopatologia pós-operatória,também
distribuídos por gênero masculinoou
feminino, totalizando oito grupos.Embora
nem
todos os casos benignos à citopatologiatenham
sido submetidos à excisão cirúrgica, admitiu-seque
a prevalênciada
malignidade nestegrupo
pudesse ser estimada
com
razoável precisão,uma
vezque
seu valordeve
ser baixo e os casoscom
dados
sugestivos de malignidade, apesar deEntão,
com
base nestas prevalências e nosdados
de sensibilidade eespecificidade previamente calculados,
foram
determinados os valorespreditivos positivos e negativos de cada característica ultra-sonográfica para
o
câncer de tiróide,
em
cadaum
dos grupos de resultado citopatológico.O
valor preditivo positivo deum
teste diagnóstico é definidocomo
a probabilidade deque
um
indivíduo cujo testetem
resultado positivo realmente seja portadorda
doença.Ao
contrário, o valor preditivo negativo édefinido
como
a probabilidade deque
um
indivíduocom
teste negativo realmente estejalivre
da
doença. Estes valoresdependem
não
sóda
sensibilidade e especificidadedo
teste,mas
da
prevalênciada doença na
população considerada(Apêndice
11d)32.Este traballio foi submetido à avaliação
do
Comitê
de Éticaem
Pesquisacom
SeresHumanos
da
Universidade Federal de Santa Catarina naforma
de projeto de pesquisa, obtendo parecer favorável à suaexecução
em
novembro
de
2000 (Apêndice
III).4.
RESULTADOS
A
população portadora de nódulos de tiróide palpáveis incluídano
estudofoi constituída por
898
casos,com
idademédia
de 46,3i
14,1 anos(média
i
desvio padrão), sendo
818
mulheres (9l,1%) e 80homens
(8,9%).Foram
submetidos a procedimento cirúrgico para excisãodo nódulo
193 casos,com
idademédia
de 41,9i
12,5 anos, sendo 173 mulheres(89,6%)
e20
homens
( 10,4%).Portanto,
do
total de898
casos de nódulos de tiróide palpáveis, 193 (21,5%)acabaram
sendo conduzidos à cirurgia.Dentre os 193 casos operados, 51 (26,4%) revelaram-se
malignos
àanatomopatologia. Destes 51 nódulos malignos,
39
(76,5%) ocorreramem
mulheres e 12 (23,5%)em
homens.
Observou-se então
na
população feminina portadora de nódulos palpáveis(818 casos)
uma
prevalência da neoplasia maligna de tiróide diagnosticada de4,8%,
com
intervalo de confiança de95%
(IC) igual ai
1,5%.Na
população
masculina (80 casos) este valor foi de
15,0%
(IC=
i
7,8%). Considerando-se apopulação geral (898 casos), a prevalência
do
câncer foi de5,7%
(IC=
i-1,5%) _As
distribuições de freqüências dos casos malignos e benignos ao estudo anatomopatológico pós-operatórioconforme
a presença ( indicada pelo símbolo“+”)
ou
ausência (indicada pelo símbolo “-”) de cada característica ultra- sonográfica, considerados respectivamentecomo
testes diagnósticos “positivos”e “negativos”,
na
ultra-sonografia pré-operatória, são apresentadas nas tabelas ITabela
I. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos àanatomopatologia
em
relação ao teste“margens
iiregulares”.Maligno Benigno Total
Margens irregulares (+) 15 (29,4%) 5 (3,5%) 20 (10,4%)
Margens irregulares (-) 36 (70,6%) 137 (96,5%) 173 (89,6%) Total 51 (100,0%) 142 (100,0%) 193 (100,0%)
Fonte; HU-Ursc, 1991-zooo Teste do X2 z p=o,oooooo2
Tabela
II. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos àanatomopatologia
em
relação ao teste “nódulo sólido”.Mali gno Benigno Total só11d‹›(+) 49 (9ó,1%) só (óo,ó%) 135 (ó9,9°/0)
só1id<›(-) 2 (39%) só
09,4%)
ss (3o,1%)Total 51 (1oo,o%) 142 (1oo,o°/0) 193 (1oo,o%)
Fome; HU-UFSC, 1991-zooo Teste do X2 z p=o,ooooo21
Tabela
III. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos àanatomopatologia
em
relação ao teste “microcalcificações”.Maligno Benigno Total
Microcalcificações (+) 13 (25,5%) 11 (7,7%) 24 (12,4%) Microcalcificações (-) 38 (74,5%) 131 (92,3%) 169 (87,6%)
Total 51 (100,0%) 142 (100,0%) 193 (100,0%)
Tabela
IV. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos à anatomopatologiaem
relação ao teste “halo ausente”.Maligno Benigno Total
Halo ausente (+) 7 (13,7%) 6 (7,7%) 13 (6,7%)
Halo ausente (-) 44 (86,3%) 136 (92,3%) 180 (93,3%) Total 51 (100,0%) 142 (100,0%) 193 (100,0%)
Fome: HU-UFSC, 1991-2000 Teste Exato de Fisher : p=0,02 78567
Tabela
V. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos àanatomopatologia
em
relação ao teste “nódulo único”.Maligno Benigno Total
Nódule úniee (+) 33 (ó4,7°/0) 69 (4s,ó%) 102
(523%)
Nodulo único (-) 18 (35,3%) 73 (51,4%) 91 (47,2%)
Total 51 (1oo,o°/0) 142 (1oo,o%) 193 (1oo,o%)
Fonte: HU-UFSC, 1991-2000 Teste do X2 : p=0,0479939
Tabela
VI. Distribuição de freqüências dos casos malignos e benignos àanatomopatologia
em
relação ao teste “hipoecogenicidade”.Maligno Benigno Total
Hipoecogenicidade (+) 13 (25,5%) 25 (17,6%) 38 (19,7%) Hipoecogenicidade (-) 38 (74,5%) 117 (82,4%) 155 (80,3%) Total 51 (l00,0%) 142 (100,0%) 193 (100,0%)
Com
basenos
resultados mostrados nas tabelas I aVI
foram
calculados osvalores de sensibilidade e especificidade para cada característica ultra-
sonográfica, apresentados
na figura
l,em
valores percentuais.1oo,o ¬ ,_ z ._ A 90,0> 80,0 -f 70,0r so_o› so,o› 40,0› 30,0› 20,0~ 10,01 0,0 ¬ . . , , , ,
Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenieidade Microcaicificaçoes Halo ausente Margens irregulares
Figura 1. Sensibilidade (I) e especificidade (I) das características ultra-sonográficas consideradas
como testes diagnósticos para o câncer de tiróide, em valores percentuais. HU-UFSC, 1991-2000.
Considerando as prevalências
do
câncer de tiróide calculadas anteriormente para as populações masculina e feminina portadorasde
nódulos de tiróide palpáveis(l5,0%
e4,8%,
respectivamente),foram
calculados osvalores preditivos positivos de cada característica ultra-sonográfica separados por gênero
da
população.Os
resultados são mostradosna
tabela VII.Foram
Tabela
VII. Valores preditivos positivos para malignjdade das características ultra-sonográficas,em
porcentagem, nos gênerosmasculmo
e femininoda
população portadora de nódulo de tiróide palpável.Masculino Feminino Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenicidade Microcalcificações Halo ausente Margens irregulares 21,9 19,0 20,4 36,7 36,4 59,6 7,4 6,3 6,8 14,2 14,1 29,6 Fonte: HU-UFSC, 1991-2000
Tabela
VIII. Valores preditivos negativos para malignidade das características ultra-sonográficas,em
porcentagem, nos gênerosmasculmo
e feminino da população portadora de nódulo de tiróide palpável.Masculino Feminino Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenicidade Microcalcificações Halo ausente Margens irregulares 98,3 89,2 86,2 87,5 86,3 88,6 99,5 96,6 95,6 96,1 95,6 96,4 Fonte: HU-UFSC, 1991-2000
Com
relação aos estudos citopatológicosna
população considerada, éapresentada
na
tabelaIX
a distribuição defieqüências
dos resultadosda
citopatologia confrontadoscom
o estudo anatomopatológico pós-operatório,o
que permite determinar a prevalência
do
câncerda
tiróideem
cadagmpo
de
resultado citopatológico (maligno, benigno, suspeito e insatisfatório).
Todos
os nódulos de tiróidecom
citopatologia maligna, suspeitaou
insatisfatória incluídos neste estudoforam
levados à excisão cirúrgica; dentre os809
nóduloscom
citopatologia benigna, 104 (l2,9%)foram
à excisão cirúrgica,sendo
quatrodos
64
casosem
homens
(6,3%) e 100 dos745
casosem
mulheres (13,4%).Estes dados são apresentados
na
tabela IX,também
distribuídosconforme o
gênero masculinoou
femininoda
população.Tabela
IX. Distribuição de freqüências dos resultados de citopatologiaconforme
o gênero da população portadora denódulo
de tiróide palpável, relacionadacom
os achados de malignidade à anatomopatologia eprevalência
do
câncer de tiróideem
cada grupo de resultado citopatológico.Distribuição de Malignidade à Prevalência do
freqüências anatomopatologia câncer (%)
Citopatologia Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
Maligna 8 34 8 Suspeita 6 3 8 3 Insatisfatória 2 1 O Benigna 4 100 O 100,0 50,0 0 0,0 2 0,0 97,1 10,5 0,0 2,0 Masc. = masculino; Fem. = feminino. Fonte: HU-UFSC, 1991-2000
21
As
prevalênciasdo
câncerda
tiróidenos
gruposcom
citopatologia maligna, insatisfatória e benigna tiveram resultadosdemasiadamente próximos
dos extremos (zero e 100%).
No
grupocom
citopatologia suspeita, as prevalênciasdo
câncer tiveram seus intervalos deconfiança
de95%
(IC)assim
determinados: entre oshomens,
prevalência de50,0%
com
IC
de i-40,0%; para as mulheres,10,5%
(IC=
i9,8%).Com
basenos
valores de sensibilidade e especificidade calculados para cada característica ultra-sonográfica, apresentadosna
figura 1, e as prevalênciasde neoplasia maligna encontradas para cada diagnóstico citopatológico,
apresentadas
na
tabela IX,foram
determinados os valores preditivos decada
característica ultra-sonográficaem
cada grupo de resultado citopatológico.Os
valores preditivos positivos são apresentados
na
tabela X, para apopulação
masculina, e
na
tabela XI, para a população feminina.Nas
tabelas XII e XIII são apresentados os valores preditivos negativos para as populações masculina e feminina portadores de nódulo palpável da tiróide, respectivamente.Tabela
X. Valores preditivos positivos para malignidade,em
porcentagem,das características ultra-sonográficas consideradas
como
testes diagnósticos, de acordocom
o resultadoda
citopatologiana
população masculina portadora de nódulo de tiróide palpável.Citopatologia
Mali gna Suspeita Insatisfatória Benigna
Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenicidade Microcalcificações Halo ausente Margens irregulares 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 61,3 57,1 59,1 76,7 76,5 89,3 Fonte: HU-UFSC. 1991-2000
Tabela
XI. Valores preditivos positivos para malignidade,em
porcentagem, das caracteristicas ultra-sonográficas consideradascomo
testes diagnósticos, de acordo
com
o resultadoda
citopatologiana
população
feminina portadora de nódulo de tiróide palpável.Citopatologia
Maligna Suspeita Insatisfatória Benigna
Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenicidade Microcalcificações Halo ausente Margens irregulares 98,1 97,8 97,9 99,1 99,1 99,6 15,8 13,5 14,6 27,9 27,6 49,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Fonte: HU-UFSC, 1991-2000
Tabela
XII. Valores preditivos negativos para malignidade,em
porcentagem, das características ultra-sonográficas consideradas
como
testes diagnósticos, de acordo
com
o resultado da citopatologiana
população
masculina portadora de nódulo de tiróide palpável.Citopatologia
Maligna Suspeita Insatisfatória Benigna
Nódulo sólido Nódulo único Hipoecogenicidade Microcalcificações Halo ausente Margens irregulares 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 91,0 59,3 52,5 55,3 52,6 57,7 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: HU-UFSC. 1991-2000
23
Tabela
XIII. Valores preditivos negativos para malignidade,em
porcentagem, das características ultra-sonográficas consideradas
como
testes diagnósticos, de acordo
com
o resultadoda
citopatologiana
população feminina portadora de nódulo de tiróide palpável.Citopatologia
Maligna Suspeita Insatisfatória Benigna
Nódulo sólido Nódulo único I-Iipoecogenicidade Microcalciñcações Halo ausente Margens irregulares 23,4 4,2 3,2 3,6 3,3 4,0 98,8 92,5 90,4 91,3 90,4 92,1 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8 98,6 98,2 98,4 98,2 98,5 Fonte: HU-UFSC, 1991-2000
5.
DISCUSSÃO
O
desempenho
das características ultra-sonográficas (característicasUSG)
como
testes diagnósticos para o câncerem
um
nódulo de tiróide(NT)
vem
sendo investigado
em
alguns estudos recentes. Solbiatti, L, Cioffi,V;
Ballarati,E
et al.” determinaram especificidade de95,2%
aoachado
de microcalcificaçõesem
um
NT25.Também
para Takashima, S;Fukuda, H;
Nomura,
N
et al.33, acaracterística
USG
“microcalcificações” é a demaior
especificidade (93,0%),porém
com
baixa sensibilidade (36,0%).Rago,
T; Vitti, P; ChiovatoL
et al.”estimaram,
em
1998, os seguintes valores de sensibilidade (S) e especificidade (E) para três característicasUSG:
halo ausente(S=66,6%
eE=77,0%);
microcalcificações(S=54,0%
eE=75,6%)
e hipoecogenicidade(S=66,6%
eE=48,6%).
Nestemesmo
estudo, acombinação
de microcalcificaçõescom
halo ausente obteve93,2%
de especificidade.E
oachado
de estrutura totalmenteanecóica à ultra-sonografia é considerado
patognomônico
dedoença
benigna25”26, o que está associado à alta sensibilidade da característicaUSG
“nódulo sólido”(quando
estacompreende
tanto os nódulospuramente
sólidoscomo
os císticoscom
componente
sólido).Os
resultados de sensibilidade e especificidade mostrados nafigura
1,portanto, provavelmente constituíram
aproximações
maisou
menos
precisas dosvalores reais, pois
acompanham
as tendências referidas pela literatura atual.A
característica
USG
“nódulo sólido” foibem
mais sensível que específica.Ao
contrário, “microcalcificações”, “halo ausente” e
“margens
irregulares”foram
altamente específicas de
NT°s
malignos,porém
pouco
sensíveis.Para a característica
USG
“hipoecogenicidade” não foi alcançada25
único” obteve sensibilidade e especificidade
próximos
a50%
e, portanto,pouco
úteis ao diagnóstico.
Pode-se
afirmar
entãoque
este estudo reconheceuuma
característicaUSG
sensível (nódulo sólido) e três específicas (microcalcificações, halo ausente emargens
irregulares),não havendo
uma
característicaUSG
isoladaque
tivessebom
desempenho
como
teste diagnóstico para o câncerem
NT”s.Outras informações
devem
ser adicionadas àUSG
ou
suas caracteristicasdevem
ser trabalhadasem
conjunto paraque
ela sirva ao diagnóstico diferencial, portanto.Tomimori,
EK;
Camargo,
RY
e Medeiros-Neto,G
18, porexemplo,
desenvolveram
um
sistema quantitativo para avaliação de nódulos de tiróide aplicando escores aos padrões ecográficos variando demn
a quatro pontosconforme
o grau de suspeita de malignidade.Uma
área arredondada anecóicasugere
um
cisto benigno e recebeum
pontocomo
escore, por exemplo. Jáno
outroextremo
osNT°s
sólidos, hipoecóicos,com
bordas irregulares e microcalcificações são altamente sugestivos de malignidade, recebendo quatro pontos.À
citopatologia são atribuídos escores de até seis pontos esomando-se
os dois escores é obtido
um
índice cujo valor é associado à suspeita diagnósticade malignidade
do
NT.
Os
resultados iniciaismostraram
elevada acurácia diagnósticacom
esta abordagemlg.Mas
outras informaçõespodem
também
ser adicionadas ao raciocinio afim
de contribuir paraum
diagnóstico mais preciso: quaisquerdados
de história,exame
ñsicoou
deexames complementares
possuem
um
certo valorna
determinação
do
risco de malignidadeem
mn
NT.
Neste estudo foi consideradoo gênero masculino
ou
femininodo
portadordo
nódulo, poishá
reconhecidamente
marcada
diferença de prevalênciado
câncer entre estes dois grupos. Classicamente se descreveque
há três mulheres para cadahomem
com
câncer de tiróide,uma
vezque
osNT°s
são muito maiscomuns
em
mulheres;mulheres
com
nódulo (oNT
é, então, mais raronos homens; porém,
quando
surge
em
um
homem,
o risco de malignidade émaior que
em
mulheres)34.Foram
encontradas dados coerentes neste estudo: dos 51 casos malignos,76,5%
ocorreramem
mulheres e23,5%
em
homens
(3,3 mulheres paracada
homem
com
câncer de tiróide),mas
a prevalênciado
câncer nos 80homens
com
NT°s
foi de15,0%
contra4,8%
nos818
casos femininos (3,l vezes maior).Portanto, o sexo
do
paciente servecomo
importante divisorda população
portadora de nódulos de tiróide quanto ao risco de malignidade,
mais que
qualquer outrodado
de históriaou
exame
fisico. Estesnão
foram
incluídos neste estudopor serem
rarosem
nossomeio
(história de irradiaçãoem
cabeça
e pescoço), excessivamente tardiosna
evoluçãoda doença
(e, por isso,também
mais
raros,como
os sintomasda
invasão de estruturas vizinhas pelo câncer)ou
muito
dependentes da percepção subjetivado examinador
e, por isso,de
resultados
pouco
reproduzíveis(como
as características de consistênciado
nódulo
à palpação).Fica então a idéia de que
um
NT
palpadoem
homem
tem
três vezesmais
risco de ser maligno que
um
NT
palpadoem
mulher. Seno nódulo palpado
em
homem
são encontradas caracteristicas ultra-sonográficas sugestivas demalignidade, este risco
aumenta
ainda mais, e será tantomaior
quantomais
específicas para malignidade
forem
as características encontradas. Este é o significado da tabela VII, quemostrou
o valor preditivo positivo de59,6%
parao
achado
demargens
irregularesnum
nódulo tiroidianoem
homem.
Isto quer dizerque
um
NT
demargens
irregularesem
homem
teve59,6%
dechance
de ser maligno, de acordocom
os resultados deste estudo. Jáem
mulheres, devido àmenor
prevalência relativa dedoença
maligna, este nódulo teve29,6%
de chance de ser maligno.Na
tabela VIII,onde foram
mostrados os valores preditivos negativos, émais
interessante observar as característicasUSG
demaior
sensibilidade.Se
um
27
NT
palpávelnão
é sólidoou
misto àUSG,
a chance denão
serum
NT
maligno
foi de
99,5%
em
mulheres, neste estudo(um
pouco
menor
noshomens, 98,3%,
devido à sua
maior
prevalência relativa de malignidade). Este alto valorpreditivo negativo ocorre
porque
dificilmenteum
nóduloque
se apresenta totalmente cístico àUSG
contém
malignidade.Os
dados apresentados nas tabelas VII e VIII referiram-se, portanto, aNT°s
dos quais, para todos os efeitos,não
são conhecidos os resultadosde
citopatologia. Tais dadospodem
ter aplicabilidade prática, então, para auxiliar adecidir quais nódulos puncionar
num
bócio multinodular. Pode-se sugerirque
deve ser
dada
preferência aos nóduloscom
maior
graude
suspeita de malignidade à ultra-sonografia,mas
lembrando que
serecomenda
apunção
detodos os nódulos
com
mais
deum
centímetro de diâmetro”.A
questãodo
tamanho do nódulo
remete ao dilema dos incidentalomasde
tiróide.
A
sensibilidade daUSG
em
detectarpequenos
NT°s
não
palpáveis,que
aparecem
em 30%
a50%
dos adultos assintomáticos19”2° criouum
problema
clinicoque
foi resolvido considerando taisNT°s
benignosna
primeira avaliação,passando a tomar-se suspeitos se crescem, alterando suas características,
em
particular se ultrapassam
um
centímetro de diâmetrozl.Os
resultados deste estudoforam
obtidos a partir deNT°s
palpáveis.Se
puderem
ser estendidostambém
aosNT°s
não
palpáveis, pode-se concluirque
seria possível identificar mais
precocemente
dentre os incidentalomas aquelesraros
NT”s
que, apresentando característicasUSG
específicas de malignidade,seriam merecedores de
ptmção
aspirativamesmo
antes que se espere pelo seu crescimento.Como
regra geralem
epidemiologia clínica, considera-seque
aprobabilidade de existir
uma
doença
qualquer apósum
teste diagnóstico positivopode
ser trabalhada,na
prática,em
três zonas: se acima de75%
de valorinstituído; se abaixo de
25%,
tão improvávelque
investigação adicionalnão
énecessária, ao
menos
de imediato; equando
entre25%
e75%,
investigação adicional érecomendada,
pois a probabilidade dedoença
é dúbia”.Neste
caso, verifica-sena
tabela VIIque
um
NT
palpávelem
homem,
neste estudo, tevechances maiores
que
25%
de sermaligno
quando
esteve presente qualqueruma
das três característicasUSG
específicas (microcalcificações, halo ausente emargens
irregulares). Jáem
mulheres, apenasquando
a característicaUSG
“margens
iiregulares” esteve presente.Logo,
se os resultados deste estudopuderem
ser estendidostambém
aosNT”s
não
palpáveis, estas seriam assituações
em
que
estaria indicada investigação adicionalnum
incidentaloma.Não
foram
analisadas, neste estudo, ascombinações
de característicasUSG,
que
poderiam
representar outras situações semelhantes.Não
se pretende aqui sugerir oemprego da
USG
como
meio
derastreamento para o câncer
da
tiróide. Vários estudos avaliando oimpacto
econômico do
usoem
grande escalada
USG
em
nódulos de tiróideafirmaram
que
seus beneficioscomo
método
de diagnósticonão
justificam seus custos, tendoem
vista a grande acuráciada
citopatologia porpunção
aspirativacom
agulhafina
(PAAF),
aum
custo menor5`8. Foi recentemente descrito que, após a introdução da citologia porPAAF,
o custo total para o sistema de saúdena
remoção
deum
carcinoma
de tiróide caiu deUS$
64.000,00 paraUS$
25.000,00 (valores noite-americanosdo ano
2000),uma
vezque
onúmero
de cirurgiasdesnecessárias foi muito reduzido e a prevalência
do
câncer nos pacientesoperados subiu de
16%
para 43%36. Estas informaçõesnão
podem
ser desprezadasno
planejamento deum
protocolo deabordagem
àdoença
nodular da tiróide.Além
do
que,como
pode
ser observado nos resultados apresentadosna
tabela VII,mesmo
a característicaUSG
mais
específica(margens
irregulares),
quando
encontradanum
NT
em
mulher, obteve valor preditivo29
em
mulheres
ainda são benignos, devido à grande prevalênciade doença
benigna neste grupo. Portanto, se
usado
como
meio
de rastreamento parao
câncer
da
tiróide, aUSG
produziriaum
grandenúmero
de investigações desnecessárias, dispendiosas e talvez iatrogênicas,sem
que
isto representepotencialmente redução importante
na
morbimortalidade por estadoença”.
Alguns
estudosrecomendam
o usoda
USG
com
esta finalidade naspopulações
submetidas a
alguma forma
de irradiação de cabeça e pescoço, emesmo
assimcom
cautela22'24,mas
não
fora deste grupo.Porém,
se o uso indiscriminadoda
USG
de tiróidenão
é preconizado,tampouco
o é seuabandono
como
método
propedêutico.Um
estudo recenterelatou
que
dentre 173 pacientesencaminhados
aum
centro de referência paraPAAF
de nódulos palpadosem
exame
fisico, 109(63%)
tiveram a proposta deabordagem
modificada
após a realização deUSG
de tiróide.Novos
nódulos
merecedores de
PAAF,
quehaviam
passado despercebidos pela palpação,foram
descobertos pela
USG
em
66 casos (38%). Por outro lado, 43 pacientes(25%)
não
tiveramnenhum
nódulo importante identificado pelaUSG37.
Portanto, é questionável se o planejamento de
um
estudo citopatológico paraum
caso dedoença
nodularda
tiróidepode
ser feito,com
segurança,baseando-se apenas
na
palpaçãoda
glândula. Vários autores atestam aimportância
da
ultra-sonografia para o reconhecimento da morfologiada
tiróideafetada pela
doença
nodular3'25'26”38, e pode-se supor que ela continuarásendo
usada por muitos profissionais
como
auxiliar aoexame
fisicoda
tiróide,especialmente nos casos de palpação duvidosa,
como
os bócios multinodulares.Além
disso, aUSG
vem
sendo empregada
para guiar a agulha durante opróprio processo de
PAAF
_Com
isso, éaumentada
a precisão diagnósticado
método”.
Portanto,
mesmo
quenão
sejam deliberadamente procurados, osresultados deste trabalho,
o
ultra-sonografista e o clínicotenham
mais
informações para decidir,
com
segurança, sehá
ou não
necessidadede
investigarcom
PAAF
um
NT
encontrado incidentalmente.É
necessário,também,
discutir a situaçãoem
que
é analisadoum
nódulo
já submetido à
PAAF.
Como
já foi comentado, devido a sua elevada acuráciadiagnóstica, o estudo citopatológico por
PAAF
tem
valor essencialno
diagnóstico dos nódulos de tiróide:
em
cinco séries descritas por Gharib,H
eGoellner, .TR6
foram
observadas sensibilidades entre81%
e91%
eespecificidades entre
90%
e99%
para estemétodo
diagnóstico.Neste
estudo, considerou-se aPAAF
como
uma
técnica capazde
distribuira população portadora de
NT°s
em
quatro grupos distintos, de acordocom
oresultado citopatológico (maligno, benigno, suspeito
ou
insatisfatório),nos
quaishá
prevalências diferentesdo
câncerda
tiróide.Cada
um
destes quatro gruposfoi dividido
em
dois,conforme o
gênero masculinoou
feminino(lembrando que
é esperadauma
prevalênciamaior
dedoença
malignana
população masculina).Os
resultados de prevalênciado
câncer de tiróideem
cadaum
dos oito grupos assimformados
(distribuídos por diagnóstico citopatológico e sexo)foram
apresentadosna
tabela IX.Nesta
tabela é preciso considerarque
a prevalênciado
câncerno
grupocom
citopatologia benigna éuma
estimativamenos
precisa que nosdemais
grupos, pois apenas12,9%
dos casos citopatologicamente benignosforam
operados.O
valor calculado é certamentemaior que
a prevalência realdo
câncer neste grupo, pois os casoscom
dados
sugestivos de malignidade, apesar da citopatologia benigna, tiveram indicação
cirúrgica, restando
um
grandenúmero
de casos (87,1%)não
operados (e,portando,
não
possuindo laudo anatomopatológico,não
incluídosno
denominador
ao se calcular a prevalênciado
câncerno
grupo de citopatologiabenigna,
na
tabela IX). Nestes casos não operados espera-seuma
baixa31
Foram
encontradas prevalências altasdo
câncerno
grupo de citopatologia “maligna”(l00,0%
para oshomens
e97,1%
para as mulheres) e prevalências baixasno
grupo de citopatologia “benigna”(0,0%
para oshomens
e2,0%
para as mulheres). Nestes extremos, qualquer outro teste diagnóstico seria depequeno
valor:um
NT
com
citopatologia “maligna”ou “benigna” será quase celtamente malignoou
benigno a despeito de qualquer achado ultra-sonográfico.Isso foi representado nas tabelas
X
e X1,onde
se vê quemesmo
com
oachado
da mais específica característica
USG
sugestiva de malignidade (margensirregulares)
num
NT
de citopatologia “benigna”em
mulheres foi observadoum
valor preditivo positivo de apenas 14,6%, enquanto para todas as
demais
características
USG
os valores preditivos positivos neste casoforam menores
que
7%.
Por outo lado, as tabelas XII e XIIIdemonstraram
que,mesmo
na
ausência
do
achadoUSG
mais sensível para malignidade (nódulo sólido),um
NT
com
citopatologia “maligna”em
mulherestem
apenas23,4%
de chances denão
ser maligno.Tais dados
sugerem que
se a citopatologiadefine
um
NT
como
maligno
ou
benigno aUSG
pouco
contribuina
acurácia diagnóstica. Nestes casos, ovalor da
USG
parece se resumir ao estudo morfológico da glândula e dos tecidos adjacentes, verificando a existência de outrosNT°s
importantes, a extensão dadoença ou
ocomprometimento
linfonodal, por exemplo.Neste estudo, apenas três casos tiveram citopatologia insatisfatória.
Nenhum
caso revelou-se maligno,mas
estedado
nãotem
significado.Por
definição, citopatologia “insatisfatória”
não
informa nada a respeito do risco de malignidadeem
um
nódulo. Pode-se observar, porém,que
este resultadocitopatológico não constituiu grande
problema
diagnóstico, representandoapenas