PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Trataremos dos planos Governo Federal em razão de que:
a) As condições objetivas das administrações estaduais para a formulação de planos regionais e setoriais são bastante precárias
b) Por envolver a totalidade das unidades da federação, com os planos globais nacionais como referência ao estudo e à pesquisa da realidade dos outros níveis
O Planos governamentais no Brasil durante o Império e a Primeira República não eram sistemáticos inicialmente tinham vários sistemas
Passaram posteriormente a objetivar a estabilização econômico-financeira do país Visavam reduzir os desequilíbrios financeiros e fiscais do país
As origens da ideologia e da prática do planejamento governamental no Brasil tiveram origem podem ser identificadas na “Carta Econômica de Teresópolis” de , resultante da Conferência das Classes Produtoras do Brasil, realizada no Rio de Janeiro em maio de 1945
RECOMENDAÇÕES DA CONFERÊNCIA
um desenvolvimento social e econômico robusto; num ambiente democrático;
com equilíbrio interno (sem inflação e sem déficit fiscal) e externo (com equilíbrio no balanço comercial) e
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A transformação da linguagem e da técnica de planejamento em um componente dinâmico dos sistema político pode ter sido resultante da economia de guerra, do desenvolvimento industrial, da defesa
nacional, da reestruturação do poder político e do estado, da nova configuração de classes sociais no país Com o fim da Segunda Guerra Mundial os planos passaram a ser instrumentos de desenvolvimento
econômico do País, especialmente os do período 1959/1960 EXPERIÊNCIAS DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL –
Os 2 primeiros planos nacionais, foram elaborados de forma autoritária e imposto à sociedade, no momento do fechamento do Legislativo e com a proibição do funcionamento dos partidos políticos Plano Especial de ObrasPúblicas e Aparelhamento da Defesa Nacional
Plano Especial de Obras – instituído pelo Decreto-Lei 1058/39 na vigência do Estado Novo. 1º Plano Quinquenal brasileiro
Caracterizava- se por : serexecutado com verbas especiais e previa a elaboração de orçamentos especiais paralelos aos orçamentos ordinários;
Objetivava:
• Promover a criação de indústrias básicas como a siderurgia; • A execução de obras públicas
• Prover a defesa nacional de meios necessários à sustentação da ordem e da segurança do país • Evitar o desequilíbrio das receitas e despesas públicas correntes
• Adoção de um sistema contábeis flexíveis que favorecia a execução de contratos e a total utilização de verbas aprovadas sem obediências ao Código de Contabilidade
• Os investimentos destinaram-se aos setores de indústria de base (Companha Siderúrgica Nacional) e Fábrica Nacional de Motores) e de transporte
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Plano de Obras e Equipamento – POE
•
Criado através do Decreto-Lei 6.144/1943, duração de 2 anos sendo
alterado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas
•
Extinto em 1946, no governo de Eurico Gaspar Dutra que tinha ideias
liberais, mas não era aderente ao planejamento
•
A Constituição de 1946 não tratava sobre planejamento
•
Foi elaborado pelo governo pela Comissão de Orçamento, do
Ministério da Fazenda
OBJETIVOS
Garantir pela elaboração de um orçamento especial, a realização de
obras públicas prioritárias
Incentivar as indústrias básicas
CONTROLE
•
Não houve um melhor controle físico da execução das obras
•
Manteve-se apenas o controle orçamentário
OBSERVAÇÃO:
Em dois anos de governo liberal as reservas nacionais de ouro e as
divisas acumuladas no período 1940/1945 foram consumidas
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PLANO SALTE – (Saúde, Alimentação, Transporte, Energia). Foi uma tentativa de coordenação dos gastos públicos
Instituído pela Lei 1.102/1950
Governo Gaspar Dutra (1946/1950) – diretrizes liberais, não expressando uma
reformulação das relações entre o Estado e a Economia, para reforças as funções do poder público
Foi aprovado pelo Congresso Nacional
O Estado desenvolvia ações supletivas em relação às ações espontâneas do setor privado nacional e internacional
Foi originado de indicações dos Ministérios Duração dos investimentos: 5 anos (1950-1954)
Recursos do Orçamento Federal, das dotações consignadas na Constituição e de empréstimos internos e externos
Plurissetorial
Foi Coordenado pelo DASP (criado em 1936)
Somente foi executado nos dois últimos anos do governo 1949/1950
Tentativa de incorporar a iniciativa privada, por meios de incentivos financiamento, para dar suporte ao planejamento de natureza econômica
Não estabelecia metas a serem cumpridas pelo setor privado Não teve eficácia executiva
Não foi elaborado a partir de diagnóstico científico da realidade nacional Não expressou o conjunto dos problemas econômicos e financeiros do país
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PLANO DE METAS – 1ª primeira experiência efetiva de planejamento governamental 9Governo Juscelino kubitschek )
Momento nacional de ampliação de participação política
Maior mobilização política – população urbana atingiu 45,1% em 1960
O estrangulamento da infraestrutura justificou o direcionamento do planejamento para os setores de energia. Transporte a alimentação
No momento da elaboração do plano foi criado o Conselho de Desenvolvimento em fev/ 1956
Era um conjunto de objetivos a serem atingidos pelo setor público federal e pelo setor privado
Para realizar um amplo diagnóstico da situação econômico-financeira do Brasil foi estabelecido um acordo Brasil/Estados Unidos e criada a Comissão Mista
Brasil/Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico
Concentração do planejamento nos setores de transporte e de energia Desequilíbrios regionais
Investimentos públicos e privados orientados para sanar os desequilíbrios
RESULTADOS
Criação do Programa de Reaparelhamento Econômico e Fomento da Economia Nacional (em nov/1951)
Outro estudo foi desenvolvido sobre a economia brasileira realizado pelo Grupo misto BNDE-CEPAL (Centro de Estudos para a América Latina)
Adoção de uma política de desenvolvimento que serviu de base para o Programa de Reaparelhamento
OBSERVAÇÃO: PARA SUA IMPLANTAÇÃO FORAM UTILIZADAS AUTARQUIAS,
FUNDAÇÕES E EMPREAS ESTATAIS CUJOS ORÇAMENTO NÃO ERAM
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RESULTADOS DA ATUAÇÃO DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO
•
Elaboração do Plano de Desenvolvimento Econômico- com
trinta metas de 4 setores
•
O acompanhamento das metas destinadas ao setor privado
seriam acompanhadas por grupos executivos formados por
integrantes de entidades governamentais responsáveis pela
concessão de incentivos e financiamentos
•
A coordenação das ações do setor estatal seria realizado pelo
BNDE
•
As exigências do BNDE para a concessão de empréstimos
introduziu a necessidade de estudos de viabilidade
técnico-científica, importante para o processo de planejamento
PRINCIPAIS RESULTADOS:
Plano bem sucedido no Estado brasileiro
Crescimento da taxa média do PIB de 5% para 7%
Expansão do setor de indústria de base de 20% para 96%
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PLANO TRIENAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Situação do país no governo Jânio Quadros: • PIB com crescimento de 7%
• Economia com desequilíbrios críticos, com curva inflacionária de 180% • Redução das exportações em 1,6% em média anual
• Exportações crescendo a 3,8% em média anual Ações do Governo
• Criação da Comissão Nacional de Planejamento (COPLAN) desconsiderado o Conselho de Desenvolvimento criado por Juscelino
• Pressão dos estados para participar o Plano (Encontro dos Governadores)
• Após a renúncia de Jânio Quadros, foi instalado o regime parlamentarista, tendo sido criado o cargo de Ministro Extraordinário de Planejamento (Decreto 1.422/1962)
• Antes do término d Governo Parlamentarista foi anunciado em 31/12/1962 o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como Plano Trienal
OBJETIVOS
No âmbito econômico - manutenção da alta taxa de crescimento verificada no período 1956-1961; a redução da progressiva da pressão inflacionária e o reescalonamento da
dívida externa; adequações na distribuição de rendas, com a realização de reformas de base (administrativa, bancária, fiscal e agrária)
Restringia sua execução ao período da gestão presidencial
OBSERVAÇÃO: O Plano Trienal não alcançou seus objetivos de promover o
desenvolvimento e vencer a inflação. Porém contribuiu para intensificar o
esforço de planejamento no país
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PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO – PAEG
Concebido no mandado do Castello Branco (1964-1967)
Características
• Posição menos reformista
• Traços predominantemente liberais
• Manteve a interferência do governo na economia contida nos planos a partir da deficiência do sistema de preços
OBJETIVOS
• Acelerar o ritmo de crescimento econômico a partir da redução da taxa de elevação dos preços – 60% em 1963
• Diminuição, via investimentos, as desigualdades de renda das regiões
• Assegurar, por meio de investimentos, oportunidades de emprego à mão-de-obra existente
AÇÕES DO GOVERNO
• Redefinição de políticas econômico-financeiras de ordem monetária, bancária, tributária (transformação no Imposto de Renda e no sistema tributário) e cambial
• Criação do Banco Nacional de Habitação (BNH)
• Permitiu um amplo programa de reformas institucionais: consolidação de um modelo de gestão pública que atribui às instituições de planejamento de uma grande parte da
responsabilidade pela condução, de forma relativamente autônoma, das atividades econômicas, visando o aprofundamento do processo de industrialização
• Criação do Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada – EPEA, transformado em IPEA, que tinha como objetivo básica acompanhar as ações propostas nos planos de governo
• Segundo movimento de reforma da Administração Pública brasileira, com a publicação do
Decreto-Lei 200/1967 ( reorganização da estrutura do serviço público federal) e da Lei 4.320
que moderniza as funções do orçamento e finanças públicas
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RESULTADOS
•
Redução da inflação
•
Elaboração pelo IPEA do Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico e
Social para 1967-1976, com base em amplo diagnóstico consistia na
elaboração de um modelo global para a economia brasileira, na fixação de
objetivos de crescimento e na proposição de ações setoriais (não fo
implantado, mas subsidiou a formulação do Programa Estratégico de
Desenvolvimento – PED)
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOVIMENTO – PED
Executado no governo do Gen. Costa e Silva – 1968-1970
As Constituições de 1967 e 1969 e o Ato Institucional nº 5 agiram contra os
fundamentos da democracia
Governo centralizador, sem consideração ao Legislativo e Judiciário
DIRETRIZES
•
Fortalecimento do setor privado
•
Investimentos em infraestrutura
•
Aumento da capacidade de compra do consumidor nacional, visando a
aceleração do crescimento econômico e a busca da redução da inflação
•
Instituição do primeiro Orçamento Plurianual de Investimentos como apoio
ao PED (1968-1970)
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I PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO – I PND
Foi executado durante os 2 últimos anos do Governo do Gen. Médici (1972-1974), juntamente com o II Orçamento Plurianual de Investimento no período denominado “milagre econômico brasileiro” – taxa média de crescimento de 11,2%
OBJETIVOS
• Transformaro Brasil em potência mundial • Investir nos setores dinâmicos da economia • Fortalecer a empresa nacional
• Promover o ingresso no país na área nuclear (usina de Angra dos Reis) • Aumentar os gastos e investimentos na área espacial
• Investimentos em construção de hidrelétricas
• Investimentos no desenvolvimento de ações de mineração e comunicação para obter a autonomia de insumos básicos em situação de escassez energética (1ªcrise do
petróleo de 1973)
• Ênfase à indústria de bens de consumo duráveis – indústria automobilística
• Integração da Amazônia e do Nordeste mediante o Programa de Integração Nacional – construção da Transamazônica
OBSERVAÇÃO: REPRESENTOU O PONTO ALTO DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO BRASIL
O APOIO FINANCEIRO OCORRIA ATRAVÉS DE AGÊNCIAS DE
DESENVOLVIMENTO E FINANÇAS DO GOVERNO FEDERAL – BNDE, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECOÔMICA FEDERAL E AINDA DE ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS MULTILATERAIS E DO MERCADO INTERNCIONAL DE CAPITAIS
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II
PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO 1975-1979
Alta inflação
Aumento do desequilíbrio das contas externas
Aumento das desigualdades regionais
Importação de mais de 2/3 do petróleo consumido no país
1974 – início do governo do Gen. Geisel balanço comercial tinha déficit de U$4,690
bilhões
METAS
•
Taxa de crescimento do PIB em torno de 10% ao ano
•
Aumento anual da indústria em 12%
•
Para 1977 – PIB superior a 100 bilhões de dólares
•
Para 1979 – Renda per capita acima de U$1.000
DIRETRIZES
•
Preconizava o reforço à substituição de importações e à diversificação das
exportações para reduzir o desequilíbrio das contas externas
•
Prioridade ao setor de meios de produção em especial para a siderurgia,
indústria de máquinas e fertilizantes
•
Os financiamentos para os empreendimentos produtivos deveria vir do setor
externo, aumentando a dívida externa
•
Planos básicos de desenvolvimento científico e tecnológico e o primeiro plano
nacional de pós-graduação
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• “A “DÉCADA PERDIDA” - O PAÍS PASSOU POR UM PERÍODO DE BAIXO CRESCIMENTO COM INFLAÇÃO ALTA – DO ÚLTIMO GOVERNO MILITAR (FIGUEIREDO) PASSANDO POR SARNEY TERMINANDO COM FERNANDO COLOR DE MELLO
• Aumento da dívida externa passando de U$ 6,2 bilhões em 1970 para U$64,2 bilhões em 1982
• A renda per capita encontrava-se em 1994 no mesmo nível de 1980
• Condições adversas ao financiamento externo, fortes e persistentes desequilíbrios macroeconômicos internos e o processo de transição política impossibilitaram a implantação de políticas setoriais e de planos de desenvolvimento econômico • O III PND e o I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República não forma
implantados
• Durante esse período houve seis planos de estabilização da economia centrados na baixa da inflação
Plano Cruzado – fevereiro 1986
Plano Cruzado 2 – novembro de 1986 Plano Bresser – junho de 1987
Plano Verão – janeiro de 1989 Plano Collor 1 – março de 1990 Plano Collor 2 – fevereiro de 1991