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Especificidades na anatomia da rede venosa.

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Academic year: 2021

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Disciplina: Terapia intravenosa: práticas de enfermagem para uma assistência de qualidade ­ M

NT1: A importância do conhecimento de anatomia e fisiologia no desenvolvimento da Terapia Intravenosa ( TI ).

Especificidades na anatomia da rede venosa.

OBJETIVO

Reconhecer a importância da anatomia da rede venosa na prática diária.

Caro  aluno,  pronto  para  continuar  com  os  estudos?  Você  se lembra das aulas de anatomia e fisiologia, principalmente aquelas que  tratavam  dos  sistemas  tegumentar  e  circulatório?  E  do sistema venoso?

Pois é, quando se fala em terapia intravenosa, o profissional de enfermagem necessita de vários conhecimentos, principalmente as aulas de semiologia para reconhecer as características de cada cliente. Vamos relembrar? Realizar a inspeção e palpação da pele, avaliando a rede venosa, o estado nutricional, hidratação, a resposta ao calor, frio, estresse, sinais clínicos de flebite, entre outros.

É  importante  saber  que  o  sistema  tegumentar  é  constituído  pela  pele  e  seus  anexos  (unhas, pelos e glândulas).

A pele é constituída pela:

Epiderme: composta por células escamosas apresenta­se pluriestratificada. À medida que  essas  células  morrem  vão  formando  a  camada  córnea.  A  função  básica  da epiderme é a proteção contra abalos mecânicos, evitar a perda de água do organismo e  a  constante  renovação  da  pele.  Na  sua  base,  são  encontrados  os  melanócitos  que acumulam melanina (pigmento que dá cor à pele). É mais grossa sobre as palmas das mãos e sola dos pés. Sendo mais fina nas superfícies internas das extremidades.  Lembre­se  de  que  esta  é  a  camada  mais  dolorosa  durante  a  punção  venosa devido à grande quantidade de veias e nervos. Derme: tecido conjuntivo que contém fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas sebáceas e sudoríparas e o folículo piloso. As fibras de colágeno e elastina conferem resistência e elasticidade à pele. Abaixo dessas duas camadas principais da pele, encontra­se a hipoderme ou tecido subcutâneo ou fáscia, localizada sob a pele abaixo da derme. Formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras e células  adiposas  funciona  como  isolante  térmico  e  reserva  de  energia.  Por  ser  dotado  de  capilares sanguíneos, o tecido subcutâneo torna­se uma via favorável à administração de fluídos ou medicamentos, uma vez que serão absorvidos e transportados por eles à macro circulação. 

Qualquer infecção na hipoderme (celulite superficial) dissemina­se pelo corpo facilmente. Nesse sentido,  o  profissional  de  enfermagem  deve  utilizar  técnica  asséptica  quando  inserir  dispositivos  de

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infusão.

Existem  ainda  os  receptores  sensoriais,  envolvidos  na  terapia  intravenosa,  que  são transmitidos ao longo das fibras aferentes e que processam as sensações táteis da pele, como: frio, calor e dor. São eles:

1.  Mecanorreceptores (corpúsculos de Paccini e Meissner), que processam as sensações táteis da pele e de tecido profundo (palpação das veias);

2.  Nociceptores: processam dor durante a punção venosa para a inserção de cateter;

3.  Quimiorreceptores: que  processam  as  trocas  osmóticas  no  sangue,  diminuindo  a  pressão arterial ou diminuição do volume  de sangue circulante.

Identifique na imagem a seguir as estruturas descritas.

O sistema circulatório é dividido em circulação sistêmica e pulmonar, é composto por artérias, veias, capilares e coração. O sistema linfático é formado por capilares linfáticos, coletores linfáticos e linfonodos venosos.

Vale  destacar  que  o  conjunto  dos  sistemas  vasculares  distribuídos  em  todas  as  estruturas  do organismo  é  denominado  de  grande  circulação  ou  circulação  sistêmica.  Esta  grande  circulação conduz o sangue arterial oxigenado, que retorna dos pulmões, do lado esquerdo do coração para todos os tecidos do organismo. 

Os  sistemas  arterial  e  venoso  do  pulmão  constituem  a  pequena  circulação,  ou  circulação pulmonar,  a  qual  conduz  o  sangue  venoso,  pobre  em  oxigênio  e  rico  em  gás  carbônico,  proveniente  de todo  o  organismo,  a  partir  do  lado  direito  do  coração  até  aos  pulmões,  e  destes  faz  retornar  sangue arterial  rico  em  oxigênio  para  o  lado  esquerdo  do  coração.  As  veias  periféricas  são  as  utilizadas  na terapia intravenosa e aproximadamente 75% do volume total do sangue estão contidos nessas veias.

Uma dica importante  para  a  redução  da  dor  durante  a  punção  venosa  é  manter  a  pele  esticada aplicando uma tração nela, inserir o cateter rapidamente  através das suas camadas, ultrapassando os receptores de dor. Mas você já deve conhecer essa dica!

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As  veias  são  usadas  como  pontos  de acesso para a circulação sanguínea, permitindo a retirada  de  sangue  para  exames,  infusão  de fluidos,  eletrólitos,  nutrição  e  medicamentos, através  da  inserção  de  agulhas  usando  uma seringa,  ou  cateteres  venosos  periféricos  ou cateteres  venosos  centrais  de  inserção periférica,  principalmente  o  sistema  venoso superior (mãos, braços e axilas).

As artérias são os vasos que transportam o sangue centrifugamente ao coração. Distribui­se por praticamente  todo  o  corpo,  iniciando  por  grandes  troncos,  que  vão  se  ramificando  progressivamente. Esses ramos podem ser colaterais ou terminais.

Os capilares sanguíneos são vasos microscópicos que se situam entre as últimas ramificações das  artérias  e  as  origens  das  veias.  Neles  se  processam  as  trocas  entre  o  sangue  e  os  tecidos.  Sua distribuição é quase universal no corpo.

Vale  destacar  que  o  sistema  venoso  possui  a  propriedade  de  variação  da  sua  complacência, para  permitir  o  retorno  de  um  variável  volume  sanguíneo  ao  coração  e  a  manutenção  de  uma  reserva deste volume.

Ressaltamos que veias são os vasos que transportam o sangue   ao coração. As veias  recebem  numerosas  tributárias  e  seu  calibre  aumenta  à  medida  que  se  aproximam  do  coração, exatamente  o  oposto  do  que  ocorre  com  as  artérias,  nas  quais  o  calibre  vai  diminuindo  à  medida  que emitem ramos e se afastam do coração.

De acordo com sua localização em relação às camadas do corpo, as veias são classificadas em superficiais e profundas. Estas podem ser solitárias, ou seja, não acompanham artérias ou, satélites, quando acompanham as artérias.

As  veias  superficiais  possuem  trajeto independente  do  das  artérias  e  se  comunicam com  as  profundas  por  inúmeras .  As  veias  superficiais  são subcutâneas  e  com  frequência  visíveis  por transparência da pele, sendo mais calibrosas nos membros.  Devido  à  sua  situação  subcutânea, permitem visualização ou sensação táctil. Nessas veias, normalmente, se faz a coleta de sangue.    

Estas podem ser classificadas em: veias de grande, médio e pequeno calibre, e vênulas. As artérias  e  veias  possuem  três  camadas  de  tecido  que  formam  a  parede.  São  elas:  túnica  adventícia, túnica média e túnica íntima.

Túnica  adventícia:  mais  externa,  formada  por  tecido  conjuntivo,  que  contorna  e  fornece sustentação à veia. Em algumas punções venosas pode­se sentir perfurar a túnica adventícia. Você já teve essa sensação?

Túnica  média:  formada  por  tecido  muscular,  elástico,  contendo  fibras  nervosas, responsáveis pela: vasoconstrição e vasodilatação. Pode colabar ou distender com o aumento ou diminuição de pressão. A estimulação por mudança de temperatura, mecânica ou irritação química,  produz  respostas  nesta  camada.    Se  a  ponta  do  cateter  for  inserida  na  camada  da túnica média, uma pequena quantidade de sangue retornará no cateter. Entretanto, o cateter não  progredirá  por  que  ficou  preso  entre  as  camadas  adventícia  e  média.  Caso  não  consiga um retorno de sangue estável, a agulha pode estar nessa camada.

Túnica  íntima:  A  camada  mais  interna,  mais  fina  das  células,  é  chamada  de  endotélio. Qualquer  rugosidade  nesse  leito  de  células  durante  a  punção  venosa,  ou  quando  o  cateter

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está  no  local,  ou  ainda  durante  a  sua  retirada,  cria  um  processo  de  formação  de trombose,ficando  em  contato  direto  com  o  sangue  venoso.  A  maioria  das  veias  possuem válvulas  unidirecionais,  chamadas  de  válvulas  venosas  para  prevenir  o  contrafluxo  causado pela gravidade. São elas:

Válvulas: São “dobras” do endotélio que ajudam a prevenir o refluxo distal do sangue. Este sistema é constituído de um músculo de   ou de duas ou três dobras membranosas. Elas também possuem uma fina camada externa de colágeno, que ajuda a manter a pressão sanguínea e evita o acúmulo de sangue. A cavidade interna, na qual o sangue flue é chamada de  luz.  As  veias  são  envolvidas  por  músculos  lisos  que  ajudam  a  manter  o  fluxo  sanguíneo para o átrio direito. 

Vale recordar algumas veias importantes.

As  veias  pulmonares  são  as  veias  da  circulação  pulmonar  (ou  pequena  circulação),  ou  seja, elas conduzem o sangue que retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação).  São  quatro  as  veias  pulmonares:  duas  para  cada  pulmão,  uma  direita  superior  e  uma  direita  inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior.

Vale  destacar  que  as  quatro  veias  pulmonares  vão  desembocar  no  átrio  esquerdo,  sendo formadas pelas veias segmentares, que recolhem sangue arterial dos segmentos pulmonares.

Assim, temos a veia cava superior e veia cava inferior que são veias da circulação sistêmica (ou  da  grande  circulação)  que  desembocam  no  átrio  direito,  trazendo  o  sangue  venoso  para  o  coração. Temos,  também,  o  seio  coronário  que  é  um  amplo  conduto  venoso  formado  pelas  veias  que  trazem  o sangue venoso que circulou no próprio coração.

Lembramos  que  a  veia  cava  superior  possui  um  comprimento  de  aproximadamente  7,5  cm  e diâmetro  de  2  cm,  origina­se  dos  dois  troncos  braquiocefálicos,  ou  seja,  braquiocefálica  direita  e esquerda. Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia, que recebe sangue do membro superior, com a veia jugular interna, que recebe sangue da cabeça e do pescoço.

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Destaca­se,  ainda,  que  a  veia  cava  inferior  é  a  maior  veia  do  corpo,  com  diâmetro  de aproximadamente 3,5 cm e é formada pelas duas veias ilíacas comuns, que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores.

Convém  saber  que  as  veias  da  cabeça  e  pescoço  são:  jugular  interna  (encéfalo,  face  e pescoço) e jugular externa (crânio e face).

Nesse contexto, torna­se importante que o profissional de Enfermagem esteja familiarizado com a  posição  e  estrutura  do  sistema  venoso  superior,  principalmente  do  braço  e  axilas  para  a  inserção  e instalação de cateteres venosos periféricos e de cateteres centrais de inserção periférica (CCIP), que são localizados na veia cava superior.

É  de  seu  conhecimento  que  as  principais veias para o acesso venoso percutâneo superficial são as veias da fossa antecubital, mediana do antebraço,  mediana  do  cotovelo,  basílica  e cefálica.

 

Sabemos  que  as  veias  mais  indicadas  para  CCIP  são:  veia  mediana  basílica,  basílica, cefálica e cefálica acessória.

  É  importante  lembrar  que  as  veias  dos  membros  inferiores  não  devem  ser utilizadas rotineiramente em adultos devido ao risco de embolias e tromboflebites

Espero  que  você  perceba  a  importância  de  se  retomar  todo  esse conhecimento  para  compreender  a  anatomia  do  sistema  venoso superior, considerado de primeira escolha para CCIP.

Agora  veja  no  quadro  abaixo,  as  veias  superficiais  do  dorso  da  mão  e  do  braço  e  as  principais vantagens e desvantagens de sua utilização.

Quadro1 ­ Veias superficiais do dorso da mão e do braço.

VEIA LOCALIZAÇÃO VANTAGEM DESVANTAGEM

Digital Porções laterais e dorsais dos dedos. Terapia de curta duração. Quando outras vias não estão disponíveis, estas podem ser utilizadas. A imobilização dos dedos na tala diminui a capacidade de usar a mão. Risco significativo de infiltração. Metacarpianas Dorso da mão formada entre união das veias entre as articulações. Fácil visualização. Ficam apoiadas sobre o dorso da mão. Deslocamento mais fácil do Movimentos da articulação dos punhos diminuídos. Provável inserção dolorosa devido ao grande número de terminações nervosas na mão.

Saiba Mais

Que  tal  visualizar  a  rede  venosa  dos  membros superiores e inferiores?

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acesso. Risco de flebite no local. Cefálica Porção radial da região inferior do braço, ao longo do osso radial do antebraço. Fácil acesso. Aceita agulha de grosso calibre. Usar inicialmente na região mais distal. Utilizar em terapia de longa duração. Recomendado para infusão de sangue e medicações irritantes. Diminuição do movimento articular, devido à proximidade entre o dispositivo e o cotovelo.  Basílica Face cubital do antebraço e do braço. Veia fácil de palpar, porém fácil de mover­se. Estabiliza­se contração durante a punção venosa. Indicada para CCIP. Difícil acesso. Difícil fixação. Posição incomoda do cliente durante a punção. Inserção dolorosa, devido à penetração da derme e o número de terminações nervosas. Cefálica acessória Ao longo do rádio, como prolongamento das veias metacarpianas do polegar. Fácil fixação. Calibrosa.  Difícil de palpar em pessoas com grande quantidade de tecido adiposo. Comprimento curto, pode impossibilitar o uso do cateter. Desconforto durante os  movimentos. Cefálica superior Face radial da região superior do braço sobre o cotovelo. Para pacientes confusos que tendem a puxar o acesso venoso. Difícil visualização.  Antebraquial mediana Estende­se para cima e para frente do antebraço, das veias antecubitais medianas.   Área de muitas ramificações de nervos. Risco de infiltrações.  Basílica mediana Porção ulnar do antebraço. Ideal para IV.  

Cubital mediana Lado radial do antebraço; atravessa na frente da artéria braquial o espaço antecubital. Ideal para IV.   Antecubital Dobra do cotovelo. Apenas para coleta de sangue ou emergência (trocar local em 24 horas). Local desconfortável, devido à extensão do braço em uma posição desconfortável;  área de difícil fixação com a borda do braço. Veias podem apresentar­se esclerosadas, se forem utilizadas com frequência.

Nessa  Unidade  de  Estudo  relembramos  conhecimentos importantes  de  anatomia  da  rede  venosa  para  a  prática  diária. Esses  conhecimentos  são  fundamentais  a  uma  assistência  de qualidade.

E você, que optou por esse curso demonstra uma preocupação na garantia  de  uma  assistência  sem  riscos  ou  complicações.

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Parabéns pela escolha! Conto com você no próximo encontro!

Referências

BANTON,  J.;  BRADY,    C.;  KELLEY,  S.  Terapia  Intravenosa.  Trad.  Ivan  Lourenço  Gomes.  Rio  de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

MEDILLUST. Livro Grande Atlas do Corpo Humano: Anatomia, História. São Paulo: Manole, 2008. PHILLIPS, D. L. Manual de Terapia Intravenosa. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Referências

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