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IV Simpósio de Ciências da UNESP Dracena. V Encontro de Zootecnia Unesp Dracena

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IV Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena V Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena

Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.

IFLUÊCIA DE OPERADORES E FREQUÊCIA AS LEITURAS DE ULTRA-SOOGRAFIA EM CARCAÇAS DE CORDEIROS

IFLUECE OF OPERATORS AD FREQUECY I READIG ULTRA-SOUD I LAMB CARCASS

Tatiana Dias da Silva¹, Regina Celia Margarido Valle², Mário De Beni Arrigoni3, José Antônio Barroca Morceli1, Mauro Sartori Bueno4, Ricardo da Fonseca5, Rodrigo da

Silva Marques¹ 1

Zootecnista da UNESP/Dracena-SP, 2 Mestre em Zootecnia pela FMVZ/UNESP-Botucatu-SP, ³ Prof. Dr. da

FMVZ/UNESP-Botucatu-SP, 4 Pesquisador do IZ-Nova Odessa-SP, 5 Prof. Dr. da UNESP/Dracena-SP.

E-mail: tatianadias@zootecnista.com.br

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do operador e da freqüência na coleta de dados in vivo por meio de ultra-som na carcaça de ovinos. Foram utilizados 116 cordeiros de diferentes grupos genéticos com idade média de 75 dias, recebendo bagaço de cana cru e ração comercial a 18% PB, ambos à vontade. Os animais permaneceram no confinamento por aproximadamente 51 dias, sendo avaliados pela ultra-sonografia 7 dias antes do abate. Foram utilizados dois equipamentos de ultra-som Pie Medical Scan Vet 200, equipados com transdutores linear de 18 cm e 8cm e, 3,5MHz e 7,5MHz respectivamente. Todas as imagens obtidas em ambos os métodos foram gravadas e avaliadas posteriormente por meio do software Eview. Os valores de espessura de gordura subcutânea foram utilizados para comparação entre operadores. As análises foram realizadas utilizando-se o sistema R versão 2.6.0. Houve diferença significativa entre as médias de espessura de gordura subcutânea entre os operadores, exceto entre o operador 2 e o operador 3, demonstrando assim a necessidade de um treinamento conjunto a fim de que minimize a variabilidade dos dados coletados.

Palavras-chave: espessura de gordura, cordeiros, carcaça, ultra-som

ABSTRACT

The trial had the objective of evaluating the influence of operator and frequency in data collection in vivo through ultrasound in the lamb carcass. 116 lambs with average age of 75 days fed “ad libitum” with sugarcane bagasse and commercial ration with 18% PB were used. Animals were reared in confinement during 51 days, being evaluated through ultrasound 7 days before slaughter. Two Pie Medical Scan Vet 200 ultra-sound equipment with linear transmutes of 18 cm and 8 cm with frequencies of 3,5 MHz and 7,5 MHz, respectively, were used. All the recorded images from both methods were analyzed using Eview software. The values of subcutaneous fat thickness were used to compare among operators. Analyses were obtained using R system version 2.6.0. There was significative diference among the average of subcutaneous fat thickness from the operators, except between the operator 2 and 3. This bears out the necessity of a great training to minimize the variability of data.

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IV Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena V Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena

Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.

Key-words: fat thickness, lambs, carcass, ultrasound ITRODUÇÃO

A produção de ovinos de corte tem crescido muito nos últimos anos, de 1997 a 2006 houve um crescimento superior a 2.500.000 cabeças em território brasileiro (ANUALPEC, 2006), e concomitantemente, a demanda pela carne de cordeiro também aumentou. Visando maior rentabilidade no setor, estratégias são adotadas a fim de melhorar a genética dos rebanhos, melhorar as pastagens, formular dietas adequadas para cada categoria e até mesmo usar novas tecnologias como o ultra-som para estimar a composição tecidual da carcaça e auxiliar na tomada de decisão para obtenção do ponto ideal de abate, bem como gerar informações para programas de melhoramento genético. Esta tem sido bastante difundida nos últimos anos por ser um método não invasivo e uma técnica de avaliação da composição das carcaças (HOUGHTON & TURLINGTON, 1992). As medidas de ultra-sonografia possibilitam o conhecimento da musculosidade e do acabamento de carcaça do animal através da mensuração da área de olho de lombo (AOL) e da espessura de gordura subcutânea (EGS) no animal vivo (SUGUISAWA, 2002). Houghton e Turlington (1992) consideraram a ultra-sonografia como uma inovação tecnológica para mensuração das características de carcaça de animais in vivo e, com aplicabilidade na determinação do ponto ótimo de abate de bovinos. Desta forma, podemos dividir os animais em lotes a partir de predições da composição da carcaça e do rendimento de cortes cárneos antes do abate, identificar quais estão próximos do ótimo grau de acabamento, desenvolver um manejo alimentar específico baseado no estado nutricional, reduzir seu tempo no confinamento e predizer o tempo necessário ao abate. Esta tecnologia nos permite acompanhar o desenvolvimento dos tecidos, principalmente da gordura, e assim adequamos a dieta à qualidade de carne especificada e desejada pelo mercado. Em ovinos o ultra-som ainda é pouco estudado e usado, porém, resultados obtidos por Stanford et al. (1995) e Fernandéz et al. (1998) indicaram a possibilidade de utilização nesta espécie. Algumas dificuldades para avaliação precisa do grau de acabamento (espessura de gordura subcutânea) em ovinos pode estar relacionada à adoção da técnica utilizada para bovinos, que utiliza transdutor de 18 cm e 3,5 MHz de freqüência, além da quantidade de lã, contraste lã e pele, e a pequena espessura de gordura subcutânea. Consideramos também como uma variável o nível de experiência dos operadores que obtiveram os dados a partir das imagens gravadas por meio do software Eview, pois a qualidade do treinamento e conseqüentemente o nível de experiência adquirido influenciará diretamente na precisão e confiabilidade das medidas encontradas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado por dois anos consecutivos, 2006 e 2007, nas instalações da Unesp, Campus de Araçatuba-SP, utilizando-se 116 cordeiros machos com idade média de 75 dias, de diferentes grupos genéticos, participantes da prova de ganho de peso do Campeonato Cordeiro Paulista, os quais foram confinados por aproximadamente 51 dias, sendo oferecida uma ração comercial com 18% de PB e bagaço de cana in natura, ambos à vontade. Os animais foram pesados semanalmente e a avaliação de carcaça por meio do ultra-som foi feita usando duas metodologias, sete dias antes do abate dos animais. Foram usados dois aparelhos de ultra-som Pie Medical Scan Vet 200, equipados com transdutores linear de

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Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.

18 cm e 8cm e diferentes freqüências de acordo com o método, sendo os dados transferidos para um micro-computador portátil com auxílio do software Eview. As metodologias utilizadas diferem entre si não só pela freqüência, mas também pelo tipo de transdutor. Na metodologia denominada 1 (técnico 1-M1), a sonda é de 3,5 MHz e com acoplador acústico anatômico (côncavo) e na denominada 2 (técnico 2-M2) é de 7,5 MHz. Ambos os técnicos coletaram as imagens no mesmo local, no espaço intercostal entre a 12ª e 13ª costela. Para realização da técnica de ultra-sonografia, cada animal foi contido, procedeu-se a limpeza e o afastamento da lã com o uso de um pente, garantindo um maior contato entre o transdutor e a pele (CADAVEZ, 2004), e aplicou-se gel ou óleo de soja na região descrita do dorso para um perfeito acoplamento e transmissão de imagem, e colocou-se a sonda perpendicularmente à linha dorsal. As imagens armazenadas em formato digital foram posteriormente interpretadas utilizando o software Eview, e através deste mensurou-se a espessura de gordura subcutânea (EGS) entre a 12ª e 13ª costelas. Por fim, os valores de EGS obtidos pelos operadores (OP) foram comparados entre si para avaliar a interferência do operador, por meio do modelo estatístico abaixo:

Modelo 1: yijklm = Opi + Fj + Rk + Al + (OpF)ij + (OpR)ik + (OpA)il + (FR)jk + (FA)jl + (RA)kl + (OpFR)ijk + (OpRA)ikl + (OpFA)ijl + (FRA)jkl + (OpFRA)ijkl + eijklm

em que:

yijklm = m-ésima observação da EGS feita i-ésimo observador utilizando a j-ésima

freqüência, na k-ésima raça no l-ésimo ano Opi = i-ésimo operador, i = 1, 2, 3, 4 Fj = j-ésima freqüência, j = 1, 2

Rk = k-ésima raça, k = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Al = l-ésimo ano, l = 1, 2

eijklm = erro aleatório associado a m-ésima observação da EGS feita i-ésimo

observador utilizando a j-ésima freqüência, na k-ésima raça no l-ésimo ano

As médias de EGS entre operadores foram comparadas utilizando-se o teste de Tukey, e as análises foram realizadas utilizando-se o sistema R versão 2.6.0 (2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As avaliações foram realizadas ao final da prova de ganho de peso do Campeonato Cordeiro Paulista, tendo participantes em números diferentes por raça, uma vez que o objetivo da prova foi avaliar o animal de maior ganho de peso, portanto as avaliações por ultra-som complementaram as informações de desempenho e apresentaram a composição de musculosidade e de acabamento dos cordeiros. Ao término da comparação dos valores médios de EGS entre operadores, foi verificado que os dados obtidos pelos operadores não foram influenciados pela raça, ano ou metodologia de ultra-sonografia, mas foi detectado diferença estatística entre suas leituras, exceto entre os OP2 e OP3. Resultados semelhantes foram encontrados por McLaren et al (1991), estudando o efeito do operador nas medidas de EGS e AOL obtidas por ultra-som em bovinos, ovinos e suínos, que encontraram diferenças significativas quando compararam os resultados obtidos por diferentes operadores. As

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Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.

diferenças entre operadores podem ser explicadas pela experiência desses, sendo que apenas o OP3 recebeu treinamento específico do operador mais experiente, o OP2. Apesar da experiência com ultra-som, o OP1 trabalha principalmente com bovinos e não possuía treinamento para a obtenção dos dados através do software Eview, recebendo orientação do OP4, que foi treinado rapidamente pelo OP3. Isso explica a menor diferença significativa entre os valores de EGS (0,284). Estes resultados concordam Brethour (1992), que trabalhando com bovinos, também observou que quando as medidas são obtidas por operadores experientes e treinados adequadamente, essas são mais exatas e confiáveis. Quanto às leituras, as imagens tomadas em animais de menor espessura acarretaram maiores erros, apesar da sensibilidade da avaliação pela análise de imagem pelo software Eview, uma vez que maiores espessuras de gordura acarretam menos erros no momento da análise da imagem (BUENO, 2003). A qualidade de imagem capturada pode ser influenciada por diversos fatores, dentre eles: quantidade de lã, contraste lã e pele, falta de acoplamento, devido ao arqueamento das costelas e pela espessura de gordura subcutânea. Acrescido a esses fatores, as diferentes freqüências dos transdutores e seus respectivos tamanhos, podem ter influenciado a precisão da coleta da imagem e conseqüentemente as medidas da espessura de gordura subcutânea, uma vez que pode estar relacionada com a definição e nitidez da imagem, dificultando a sua visualização e mensuração da EGS.

COCLUSÃO

A utilização de transdutores com freqüência de 7,5 MHz e 8 cm linear pode ser recomendada para avaliação de EGS em ovinos, otimizando a utilização de aparelhos de ultra-som preferencialmente utilizados para diagnósticos reprodutivos, viabilizando-os para coleta de dados de carcaça. E os operadores devem receber um treinamento adequado para minimizar a variabilidade na coleta de dados.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUALPEC. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: Instituto FNP, 2006.

BRETHOUR, J.R. The repeatability and accuracy of ultrasound in measuring backfat of cattle. Journal Animal Science, v.70, p.1039-1044, 1992.

BUENO, M.S. et al. Repetibilidad y reproducibilidade de lãs medidas de tejidos in vivo

efectuadas com ultrasonidis em ovejas adultas y sus correlaciones com la condición corporal. X Jornadas Sobre Producción Animal, Zaragoza. ITEA. p. 142-144, 2003.

CADAVEZ, V. A. P. Ultra-sonografia para avaliar in vivo e ex vivo carcaças de ovinos. Tese de Doutorado. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2004.

FERNÁNDEZ, C. et al. Using ultrasound to determine fat thickness and longissimus

dorsi area on Manchego lambs of different live weight. Small Ruminant Research, v.27,

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Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.

HOUGHTON, P.L.; TURLINGTON, L. M. Application of ultrasound for feeding and

finishing animals: A review. Journal of Animal Science, v. 70, p. 930-941, 1992.

MCLAREN, D.G.; NOVAKOFSKI, J.; PARRETT, D.F. et al. A study of operator effects on ultrasonic measures of fat depth and Longissimus muscle area in cattle, sheep and pigs. Journal Animal Science, v.69, p.54-66, 1991.

R DEVELOPMENT CORE TEAM (2008). R: A language and environment for statistical

computing. R. foundation for statistical computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0.

Disponível em: <http://www.R-project.org>. .

STANFORD, K.; CLARK, I.; JONES, S. D. M. Use of ultrasound in prediction of carcass

characteristics in lambs. Canadian Journal Animal Science, v. 75, p. 185-189, 1995.

SUGUISAWA, L. Ultra-sonografia para predição das características e composição da

carcaça de bovinos. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Escola Superior de Agronomia

Luiz de Queiroz, USP, Piracicaba, 2002. 70 p.

Tabela 1. Contrastes entre as médias de EGS para operadores e respectivos intervalos de

confiança.

Contrastes Diferença entre médias

Intervalo de confiança (95%)

Limite Inferior Limite Superior

OP1 – OP2 -0,638* -0,743 -0,533 OP1 – OP3 -0,645* -0,750 -0,540 OP1 – OP4 0,284* 0,179 0,389 OP2 – OP3 -0,007 -0,122 0,107 OP2 – OP4 0,922* 0,807 1,037 OP3 – OP4 0,930* 0,815 1, 044 *: Significativo a P<0,05.

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