01 de setembro de 2020
DISCIPLINA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTERUNIDADES EM MUSEOLOGIA
Instituto de Física
Universidade de São Paulo
Profa. Dra. Márcia A. Rizzutto
rizzutto@if.usp.br
FÍSICA APLICADA AO ESTUDO DE
OBJETOS DO PATRIMÔNIO
CULTURAL: MÉTODOS E TÉCNICAS
AULA 3
2
Programa
Capítulo 2: Técnicas de Imageamento – Uso da Radiação
–Imagens Radiografia –Tomografia –Neutrongrafia
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A radiografia fundamenta-se nas diferenças de comportamento dos materiais ao serem atravessados pela radiação X. O grau de opacidade aos raios X depende da massa específica do material atravessado e da sua natureza química.
• Os raios-x que atravessam uma material impressionam a “chapa” e a enegrecem, os que são absorvidos deixam de contribuir para o tal enegrecimento, criando-se uma imagem definida por claros e escuros de diferentes tons
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Radiografia
Laboratório de Dosimetria (IFUSP)
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Transmissão de raios-X
50 kV – 15 mA – 5 min 120 kV – 10 mA – 5 min
Radiografia
peça encontrada, pela marinha, nofundo do mar com uma massa de argila ao redor
R. S. Guimarães – Marinha – MAE/USP
6 Escultura policromada,
encolada, estrutura de madeira e ferro- coleção
particular
Radiografia
Foto
: E.
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Radiografia de uma pintura do Picasso
Jean-Claude Dran, Centre de recherche et de restauration des
O equipamento de radiografia portátil, adquirido com apoio da FAPESP em 2019, é um - HPX-DR da Carestream Industrex –
é utilizado para radiografar os objetos do patrimônio cultural (visando obter informações da estrutura interna do objeto – esculturas ou vasos) ou pinturas de cavalete que permite detalhar as camadas não visíveis nas técnicas de imageamento.
Sistema de Radiografia Portátil
Mini-tubo raios-X Amptek
Características
4 ou10 W potencia de saída
10 até 50 kV ou 35 até 70 kV - 5 até 200 µA Ag, Rh, Au, ou W alvo
Controle por porta USB
Pinturas: 50kV e 80 µA
Centre de Restauració de Béns Mobles de Catalunya CRBMC .
‘Portrait of a woman with a book’: a ‘newly discovered
fantasy figure’ by Fragonard at the National Gallery of
Art, Washington
Associação de técnicas
by YURIKO JACKALL, JOHN K. DELANEY and MICHAEL SWICKLIK
Young girl reading, by Jean-Honoré
Fragonard. c.1769. Canvas, 81.1by 64.8 cm. (National Gallery of Art,
Washington,).
Portrait of M. de La Bretèche, by Jean-Honoré
Fragonard. c.1769. Canvas, 80 by 65 cm. (Musée du Louvre, Paris).
X-radiograph of Young girl
reading obtained using
‘Portrait of a woman with a book’: a ‘newly discovered
fantasy figure’ by Fragonard at the National Gallery of
Art, Washington
Associação de técnicas
by YURIKO JACKALL, JOHN K. DELANEY and MICHAEL SWICKLIK
Young girl reading, by Jean-Honoré
Fragonard. c.1769. Canvas, 81.1by 64.8 cm. (National Gallery of Art,
Washington,).
Portrait of M. de La Bretèche, by Jean-Honoré
Fragonard. c.1769. Canvas, 80 by 65 cm. (Musée du Louvre, Paris).
False-colour infra-red reflectogram (1000, 1300,
Sobreposição de detalhes da radiografia e imagem com falsa cor mostrando que os narizes, queixos e testas nas duas imagens se alinham, demonstrando que o rosto "masculino" da radiografia e o rosto "feminino" da imagem de falsa cor são a mesma.
Simulação hipotética da figura na pintura
subjacente “Young girl reading “, aqui designado “Portrait of a woman with a book”, desenvolvido a partir de informações obtidas através das técnicas de imagem descritas neste estudo. Imagem de Becca Goodman e Denis Doorly
Associação de técnicas
Multi-band technical imaging in the research of the execution of paintings. The case study of the portrait of Carlos IV, by
Francisco de Goya
Miquel Angel Herrero-Cortell, Marta Raïch, Paola Artoni, Isidro Puig
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Raios-X (radiografia - tomografia)
tubo de raios-X objeto projeção radiografias em vários ângulos algoritmo de reconstrução reconstrução volumétrica
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Tomografia
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Antikythera. Calendário astronômico em bronze. Grécia 100AC, recuperado
de um barco grego naufragado. Nature 444, 534-538, 2006.
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Tomografia
Monumento do Ipiranga e os
trabalhos arqueológicos
Dissertação de Mestrado: Valdirene Ambiel
• Tomografia D. Leopoldina
Faculdade de Medicine da USP -Profs . Dr. Paulo H. Saldiva, Prof. Dr. Carlos Pasqualucci, Prof. Dr. Edson
Amaro Jr.
Primeiros
imperadores
do Brasil!
Márcia A. Rizzutto – V.C. Ambiel - vambiel@gmail.com J. F. Curado, P.H.O.V. Campos, E.A.M. Kajiya,Faculdade de Medicine USP -Profs . Dr. Paulo H. Saldiva, Dr. Carlos Pasqualucci, Prof. Dr. Edson Amaro Jr.
Faculdade de Medicine USP - Profs . Dr. Paulo H. Saldiva, Prof. Dr. Carlos Pasqualucci, Prof. Dr. Edson Amaro Jr.
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• A Atenuação de raios X pela matéria é maior quanto maior a massa (Z) do material, evidenciando as estruturas
internas de maior densidade do objeto.
• A neutrongrafia vai evidenciar as regiões de menor densidade dentro de um material mais denso, pois os neutrons penetram facilmente em materias com Z alto, mas
são fortemente atenuados por materiais hidrogenados.
Do átomo para o núcleo
Os processos nucleares estão presentes em nossa vida todos os momentos. Nestes processos são geradas radiações devido
a processos de modificações dos prótons e nêutrons, por emissão de partículas ou por de-excitação nuclear
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Radiografia
Neutrongrafia
Neutrongrafia
–
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Programa
• Capítulo 3: Microscopia– Microscopia ótica - Princípios Básicos
– Microscopia eletrônica de varredura – MEV – Aplicações nas análises de objetos
Microscopia ótica
Utilizados nos mais diversos ramos da ciência, os microscópios ópticos permitem a observação de objetos
minúsculos, ampliando sua imagem em até 1000 vezes.
Com funcionamento simples, a ampliação é feita por meio de um conjunto de lentes – de vidro ou de cristal – e uma fonte de luz.
Para formar a imagem aumentada da amostra, os microscópios contam com uma lente objetiva e uma ocular, colocadas nas extremidades diametralmente opostas de um tubo – o canhão – composto, por sua vez, de duas partes que podem ser estendidas ou encurtadas.
O movimento de extensão e encurtamento do tubo é responsável pela aproximação ou afastamento do conjunto objetiva-ocular.
Microscopia ótica
no IF
Microscópio Óptico BX-51 (50x a 5000x)
Aumentos de até 5000x.
Modos de transmissão e reflexão Filtros de densidade neutra (6% e 25%)
Campo claro, campo escuro e Nomarski (contraste de interferência diferencial DIC)
Luz polarizada
Objetivas 5x, 10x, 20x, 50x, 100x, 250x
Cambiador de 4 posições 1; 1,2x ; 1,6x e 2x (aumento resultante é multiplicação deste fator pelo aumento da objetiva)
Software de aquisição e processamento de imagens Image Pro: permite medição de estruturas e análise estatística de grãos, criação de imagens
tridimensionais através de combinação de diversos planos focais.
Microscópio Óptico BX-51 da Olympus
Laboratório de Filmes Finos
http://fap.if.usp.br/~lff/mo.html
A caracterização por microscopia é feita principalmente usando
as técnicas de MET (Microscopia Eletrônica de Transmissão ou
TEM), SEM (Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV),
Na Microscopia de Transmissão (TEM), é usado um feixe de elétrons que interage com a amostra e a intensidade do feixe, após ultrapassar a amostra, é analisada. A análise se faz com o auxílio de uma série de lentes que amplificam a imagem. O contraste é feito pelo computador.
A técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura (SEM ou MEV) é outra técnica de microscopia com elétrons que usa um feixe de alta energia para buscar características sobre o relevo da superfície, sua composição e condutividade. Os sinais analisados no MEV são elétrons emitidos, raios-X característicos, luz, corrente e elétrons transmitidos.
Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET ou TEM) Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV ou SEM)
A diferença entre a SEM e a MET é a capacidade da MET de investigar átomos individuais por ter seu comprimento de onda menor (maior energia) enquanto a SEM, apesar de não ter resolução para átomos, tem maior habilidade de tomar imagens de superfícies de maior área e de amostras mais volumosas e não apenas pequenos filmes, como a MET.
retirado de
http://www.metalmat.ufrj.br/e scolanano/Caract_catalisado res_Carlos_AndrePerez.pdf
DIFERENÇA
Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET ou TEM) Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV ou SEM)
Diferença entre Microscopia Ótica e Eletrônica de Varredura (MEV)
Um microscópio eletrônico de varredura (MEV) utiliza um feixe de elétrons no lugar de fótons utilizados em um microscópio óptico
convencional, o que permite solucionar o problema de resolução relacionado com a fonte de luz branca.
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV ou SEM)
O microscópio de varredura (SEM)
permite explorar a superfície da amostra repetidamente com um feixe de elétrons muito colimado, com diâmetro ~1 mm.
As ligeiras variações da topografia de uma superfície produzem variações de intensidade do feixe de elétrons secundários e que foram expulsos da superfície da amostra.
A amplificação que pode-se obter está limitada ao diâmetro do feixe de elétrons e é bem maior que a que se pode obter com o microscópio ótico. Possui a vantagem de visualização de uma imagem (tridimensional).
A profundidade de campo do equipamento permite que uma superfície
irregular pode ser submetida a análise o que não acontece com o
microscópio ótico que necessita de superfícies planas e polidas. Também é uma técnica que preserva a amostra.
Se o sistema possuir um sistema de EDX acoplado é possível rapidamente
obter a análise dos elementos químicos presente na área da amostra analisada.
A identificação elementar se dá pela determinação dos fótons característicos emitidos da amostra.
ACNEIVA. Curso CABENS, outubro 2011
ACNEIVA. Curso CABENS, outubro 2011
ACNEIVA. Curso CABENS, outubro 2011
ACNEIVA. Curso CABENS, outubro 2011
Imagem ótica, MEV e
difratograma de tecido
Microscopia Digital
48 Imagens do microscópio digital
Dino-Lite das amostras da obra Sagrada Família (à direita) e Passo XIII (acima) Mestrado – Natasha F. Aguero – IFUSP
Microscopia Ótica
49 Imagens do microscópio ótico
Leica da estratigrafia das
amostras da obra Sagrada Família (à direita) e Passo XIII (acima)
MEV-Mapeamento elementar por EDS
50 Mapeamento elementar da amostra azul
QSE06 (Sagrada Família)
MEV-Mapeamento elementar por EDS
51 Mapeamento elementar da amostra azul
AXIII (Passo XIII)
MEV-Mapeamento elementar por EDS
52 Mapeamento elementar da amostra marrom-avermelhada
MXIII (Passo XIII)
Mestrado – Natasha F. Aguero – IFUSP 2017
Sistematização
53 Obra Sagrada Família Obra Passo XIIIMestrado – Natasha F. Aguero – IFUSP 2017
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O primeiro imperador e suas esposas
Dissertação de mestrado: Valdirene Ambiel – MAE - USP
Textil – Tunica da D. Leopoldina – PIXE, XRF, IR,
Microscopia MEV Monumento Ipiranga Foto : E. M. Ka jiya