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Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2020) 660 final - ANEXOS 1 a 3.

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11608/20 ADD 1 ip Conselho da União Europeia Bruxelas, 8 de outubro de 2020 (OR. en) 11608/20 ADD 1 ELARG 68 COWEB 132 NOTA DE ENVIO

de: Secretária-geral da Comissão Europeia, com a assinatura de Martine DEPREZ, diretora

data de receção: 7 de outubro de 2020

para: Jeppe TRANHOLM-MIKKELSEN, Secretário-Geral do Conselho da União Europeia

n.° doc. Com.: COM(2020) 660 final - ANEXOS 1 a 3

Assunto: ANEXOS da COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO

EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Comunicação de 2020 sobre a política de alargamento da UE

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2020) 660 final - ANEXOS 1 a 3.

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PT

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COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 6.10.2020 COM(2020) 660 final ANNEXES 1 to 3 ANEXOS da

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU

E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Comunicação de 2020 sobre a política de alargamento da UE

{SWD(2020) 350 final} {SWD(2020) 351 final} {SWD(2020) 352 final} {SWD(2020) 353 final} {SWD(2020) 354 final} {SWD(2020) 355 final}

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ANEXO 1 - Resumos das conclusões dos relatórios Montenegro

No que diz respeito aos critérios políticos, o período de referência foi marcado por tensões e um clima de desconfiança entre os intervenientes políticos e por um nível reduzido de confiança no que respeita ao quadro eleitoral. Devido à pandemia de COVID-19, o Parlamento não se reuniu nos primeiros meses de 2020, tendo posteriormente sido dissolvido na sequência das eleições legislativas de 30 de agosto.

Nenhum partido político boicotou as eleições, às quais concorreram 11 listas de candidatos.

De acordo com as conclusões preliminares do Gabinete para as Instituições Democráticas e os Direitos do Homem da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE/ODIHR), as eleições foram pluralistas e geridas de forma transparente e eficiente, mas tiveram lugar num ambiente muito polarizado sobre questões religiosas e de identidade nacional. Embora tenha assumido com frequência um tom conflitual, a campanha eleitoral decorreu de forma pacífica. Os concorrentes puderam veicular livremente as suas mensagens, mas a OSCE/ODIHR expressou alguma preocupação em relação à vantagem indevida conferida ao partido no poder e a uma cobertura mediática desequilibrada.

As eleições deram origem a uma mudança sem precedentes da composição da maioria no poder. O novo Parlamento deve procurar obter um amplo consenso junta da classe política e da sociedade e demonstrar concretamente o seu empenhamento em relação ao programa de reformas da UE para o Montenegro, que é fundamental para permitir ao país avançar na via da adesão à UE; deverá também participar num diálogo transparente, decisivo e inclusivo sobre a implementação das recomendações pendentes da OSCE/ODIHR.

Em dezembro de 2019, por falta de quórum, o Parlamento aprovou, apenas com os votos da maioria então no governo, determinadas soluções jurídicas destinadas a dar resposta, em parte, às recomendações da OSCE/ODIHR. As alterações adotadas não afetaram significativamente o quadro eleitoral existente, com exceção do financiamento da campanha. Continuam por aplicar as recomendações prioritárias da OSCE/ODIHR no que respeita ao profissionalismo, à imparcialidade e à transparência da administração das eleições; ao registo dos candidatos e aos mecanismos de autenticação da credibilidade das assinaturas dos eleitores; à supervisão dos meios de comunicação social durante a campanha eleitoral, bem como à auditoria das listas de recenseamento eleitoral; às medidas contra a utilização fraudulenta de recursos públicos e à representação política equilibrada de homens e mulheres nas eleições. Continua, pois, por fazer um reexame completo e inclusivo do quadro eleitoral.

Em março de 2020 foi nomeado o novo presidente da comissão nacional de eleições (CNE). É necessário prosseguir os esforços para reforçar a transparência e a responsabilização do trabalho da SEC. Apesar do acordo concluído entre os partidos para a realização de eleições locais no mesmo dia, o quadro jurídico ainda prevê que sejam realizadas em dias diferentes. Ainda não foi decidido quando será implementado um novo sistema.

Antes das eleições de agosto de 2020, o panorama político estava fragmentado, polarizado e caracterizava-se pela ausência de um verdadeiro diálogo político. Em 2019 foram tomadas algumas medidas iniciais para restabelecer o diálogo político no Parlamento, com a participação parcial dos partidos da oposição nos trabalhos da comissão parlamentar temporária. No entanto, os membros da oposição suspenderam a sua participação depois de o governo apresentar o projeto de lei sobre a liberdade religiosa ou de convicção para adoção em sessão plenária. Este projeto suscitou protestos de cariz religioso em grande escala a partir de dezembro de 2019, protestos que foram temporariamente suspensos na primavera de 2020 devido à crise de COVID-19.

O resultado das eleições parlamentares prepara o caminho para o regresso do debate político ao Parlamento. É necessária uma participação ativa e construtiva de todos os partidos para permitir

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reforçar a responsabilização parlamentar, a supervisão do poder executivo, o controlo democrático, a qualidade da legislação, bem como as nomeações para os cargos mais importantes. Em 2019 e no primeiro semestre de 2020, o Parlamento não obteve a maioria de dois terços necessária para assegurar as nomeações de magistrados para os cargos mais importantes. Por conseguinte as funções essenciais do sistema judicial estão preenchidas por magistrados a título interino. O mandato do Procurador-Geral do Estado chegou ao seu termo em outubro de 2019, e o seu sucessor ainda não foi nomeado.

Não se registou qualquer evolução no que respeita ao seguimento político e judicial dado às alegações de utilização fraudulenta de fundos públicos em favor dos partidos políticos em 2012 (o «caso das gravações áudio»). No que se refere à «questão da dotação» de janeiro de 2019, foram deduzidas acusações de branqueamento de capitais contra dois arguidos. Estas alegações exigem uma resposta institucional credível, independente e eficaz.

No que diz respeito à governação, é necessário reforçar a transparência, a participação das partes interessadas e a capacidade do Governo para implementar as reformas. A monitorização da qualidade dos documentos de estratégia pelo Secretariado-Geral do Governo adquiriu um caráter estruturado e sistémico. No entanto, a política do Governo no que respeita à atribuição de apartamentos subvencionados pelo Estado e à concessão de empréstimos bonificados suscitou preocupações quanto à eficácia do sistema de equilíbrio de poderes do país. A participação das partes interessadas no processo de adesão e no processo legislativo deverá ainda ser melhorada.

O Montenegro está moderadamente preparado para a reforma da sua administração pública. Globalmente, registaram-se alguns progressos durante o período de referência. O Montenegro começou a aplicar a lei sobre a função pública. O quadro de planeamento das políticas a médio prazo, o recrutamento baseado no mérito, a gestão dos recursos humanos e a racionalização da organização da administração pública continuaram a avançar de forma satisfatória. É ainda necessária uma forte vontade política para assegurar eficazmente a despolitização da função pública, a otimização da administração pública e a implementação da responsabilização dos gestores.

O Montenegro está moderadamente preparado para aplicar o acervo da UE e as normas europeias no domínio judicial e, em geral, realizou progressos limitados, nomeadamente prosseguindo a aplicação da estratégia em matéria de TIC no setor judicial. As recomendações do ano passado relativas ao sistema judicial foram tidas em conta apenas parcialmente. Subsistem alguns problemas, em especial no que diz respeito à independência, ao profissionalismo, à eficiência e à responsabilização do sistema judicial. A decisão do Conselho Judicial de renomear sete presidentes de tribunais, incluindo o Presidente do Supremo Tribunal, para, pelo menos, um terceiro mandato, suscita sérias preocupações quanto à interpretação, pelo Conselho da Magistratura, da carta e do espírito do quadro constitucional e jurídico, que limita essas nomeações a dois mandatos no máximo, a fim de evitar uma concentração excessiva de poderes no sistema judicial. Esta decisão não é conforme com as recomendações do GRECO sobre a independência do poder judicial, que o Montenegro deve cumprir, que visam não minar os progressos alcançados anteriormente no âmbito da reforma judicial.

O Montenegro alcançou um certo grau de preparação na luta contra a corrupção. O país realizou progressos limitados no que diz respeito às recomendações do ano passado, que foram seguidas apenas parcialmente no que toca ao balanço em matéria de repressão e prevenção da corrupção e de um novo quadro institucional para o gabinete encarregado da recuperação de ativos. A consolidação da agência de luta contra a corrupção, cuja direção foi nomeada recentemente, foi prosseguida graças a atividades de reforço das capacidades e de assistência técnica. Contudo, subsistem problemas relacionados com a independência desta agência, a definição de prioridades, a abordagem seletiva e a qualidade das suas decisões. A agência ainda não deu provas de uma abordagem proativa em todos os domínios do seu mandato, nomeadamente no que se refere à proteção dos denunciantes, ao controlo do financiamento dos partidos políticos e da campanha eleitoral, bem como à supervisão das atividades dos grupos de lóbi. O país deverá ainda melhorar o seu historial no que se refere à apreensão e ao confisco de bens de origem criminosa. A corrupção continua generalizada em muitas áreas e continua a ser um problema

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grave. É necessária uma forte vontade política para fazer face eficazmente a esta questão, bem como uma resposta firme à grande corrupção por parte da justiça penal.

O Montenegro atingiu um certo nível de preparação/está moderadamente preparado no domínio da luta contra o crime organizado. Registaram-se alguns progressos, incluindo em termos do seguimento dado às recomendações do ano passado, em especial no que diz respeito à criação de um registo centralizado de contas bancárias, ao reforço das capacidades e do profissionalismo da polícia e ao aumento do número de processos em curso em matéria de confisco de bens. Foram obtidos os primeiros resultados em matéria de investigação sobre o tráfico de seres humanos e o branqueamento de capitais. A organização interna e a coordenação dos serviços de polícia foram ainda melhorados, o que se reflete no número crescente de investigações, de detenções e de apreensões. No entanto, o Montenegro necessita ainda de dar resposta a certas insuficiências fundamentais e sistémicas do seu sistema de justiça penal, incluindo a forma como os processos de crime organizado são tratados nos tribunais. Registaram-se alguns progressos na luta contra o terrorismo e na prevenção/luta contra o extremismo violento, em conformidade com os objetivos enunciados no Plano de Ação conjunto relativo à Luta contra o Terrorismo nos Balcãs Ocidentais e nas respetivas disposições de aplicação bilaterais.

O Montenegro realizou alguns progressos em matéria de respeito dos direitos fundamentais. O quadro legislativo e institucional neste domínio está agora, em grande medida, em vigor. Em julho de 2020, o Parlamento aprovou a lei sobre a união de facto de casais do mesmo sexo, fazendo do Montenegro o primeiro país da região a regular o estatuto de casais do mesmo sexo. A capacidade das instituições de defesa dos direitos humanos e do Ministério dos Direitos Humanos e das Minorias foi reforçada, e a confiança no gabinete do Provedor de Justiça tem vindo a aumentar. No entanto, continuam a existir grandes dificuldades para garantir a aplicação efetiva da legislação nacional em matéria de direitos humanos. As informações sobre o uso excessivo da força por parte da polícia e as alegações de tortura requerem a realização de investigações rápidas e eficazes. Os ataques por motivos étnicos e religiosos perpetrados no contexto das eleições de agosto de 2020 são extremamente preocupantes. São necessários esforços suplementares para integrar os direitos humanos em todos os domínios de ação, das políticas públicas e dos diferentes setores. Os grupos desfavorecidos, incluindo os ciganos e os egípcios, e as pessoas com deficiência continuam a ser objeto de inúmeras formas de discriminação e a enfrentar dificuldades para exercer os seus direitos no âmbito de processos administrativos e judiciais. A violência baseada no género e a violência contra as crianças continuam a ser extremamente preocupantes.

Durante o período de referência, o Montenegro não realizou quaisquer progressos em matéria de liberdade de expressão. Os progressos observados a nível da legislação relativa aos meios de comunicação social foram ensombrados pela realização de detenções e de processos contra redatores de portais em linha e contra cidadãos que publicaram ou partilharam conteúdos em linha em 2020. Continuam por resolver casos importantes, nomeadamente o assassínio do chefe de redação do jornal diário Dan, em 2004, e de um jornalista de investigação, em 2008. Subsistem igualmente preocupações quanto à independência editorial do organismo público nacional de radiodifusão RTCG e quanto ao seu respeito das normas profissionais. O panorama dos meios de comunicação social mantém-se altamente polarizado e os mecanismos de autorregulação continuam a ser fracos. A desinformação crescente em toda a região polarizou ainda mais a sociedade na sequência da adoção da lei sobre a liberdade religiosa, bem como durante a campanha eleitoral.

No domínio da migração, a tendência para o aumento do número de migrantes em situação irregular recebidos em 2018 confirmou-se em 2019. Em 2019, foram detidos 7 978 migrantes em situação irregular, um aumento de 60 % em relação a 2018. Todos os migrantes detidos manifestaram a intenção de requerer asilo, o que contribuiu para manter a pressão exercida sobre as estruturas de acolhimento país. As autoridades montenegrinas impediram a entrada ilegal de 516 pessoas e a saída ilegal de 1514 pessoas no país. Os serviços do Gabinete Especial do Ministério Público realizaram três inquéritos sobre a introdução clandestina de migrantes implicando mais de 40 pessoas. O Acordo concluído com a UE sobre o Estatuto da Guarda Europeia de Fronteiras e Costeira, assinado em

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outubro de 2019, entrou em vigor em 1 de julho de 2020. A execução da primeira operação conjunta no âmbito do Acordo foi lançada em 15 de julho. O Montenegro deve prosseguir os seus esforços para fazer face à pressão migratória, continuando a desenvolver a sua cooperação internacional em matéria de readmissão, reforçando a sua capacidade para reprimir penalmente as redes de introdução clandestina de migrantes, aumentando a sua capacidade de acolhimento e melhorando o seu sistema de recolha de dados sobre migrantes.

No que diz respeito aos critérios económicos, o Montenegro realizou alguns progressos e está moderadamente preparado para desenvolver uma economia de mercado que funcione corretamente. O crescimento mais lento do investimento fez abrandar a economia, que atingiu um ritmo mais sustentável em 2019. As exportações, em especial de serviços, registaram um certo crescimento, mas não o suficiente para travar o grande défice da balança de transações correntes. A estabilidade do setor financeiro reforçou-se na sequência da falência e resolução de dois bancos locais e do reforço do quadro de supervisão bancária. As condições do mercado de trabalho melhoraram, mas a taxa de desemprego continua elevada, especialmente entre as mulheres, os jovens, os ciganos e as pessoas com poucas qualificações. Registaram-se progressos limitados no que respeita às medidas de ativação laboral e à coordenação entre os serviços de emprego e os serviços sociais. As perspetivas económicas do Montenegro deterioraram-se consideravelmente desde o segundo trimestre de 2020, dado que medidas de quarentena instauradas em abril de 2020 para fazer face à COVID-19 paralisaram uma grande parte da economia. As finanças públicas, que tinham melhorado em 2019, estão sujeitas a uma pressão substancial em 2020 devido ao rápido aumento dos custos relacionados com o financiamento das medidas adotadas pelas autoridades para fazer face à pandemia, combinada com uma diminuição acentuada das receitas orçamentais devido à diminuição da atividade económica. Entretanto, apesar de alguns sinais de melhoria do ambiente empresarial, a adoção de medidas de luta contra a atividade informal foi adiada e o número de empresas com contas bancárias congeladas continua muito elevado. As empresas públicas de transportes não são competitivas e as suas perdas são transferidas para o Estado. As capacidades institucionais dos organismos encarregados da concorrência e da luta contra a corrupção continuam pouco desenvolvidas.

O Montenegro registou alguns progressos e continua moderadamente preparado em termos da capacidade para fazer face à pressão da concorrência e às forças de mercado no interior da UE. Os investimentos em favor dos conhecimentos e no capital humano são muito modestos, o que se traduz em níveis baixos de inovação e de produtividade das empresas locais. Os resultados no ensino devem ser melhorados a todos os níveis, bem como a adoção de medidas de reconversão e de melhoria das competências. Estão a ser executados atualmente vários projetos importantes de infraestruturas, transformando gradualmente o Montenegro num exportador líquido de eletricidade e desenvolvendo as redes de transportes. O setor privado está a desenvolver redes físicas de banda larga, enquanto as autoridades reforçaram o quadro legislativo. No entanto, a economia apresenta uma base industrial frágil, caracterizada por atividades de baixo valor acrescentado, limitadas pela pequena dimensão do mercado e pelo know-how tecnológico reduzido da maioria das empresas locais.

No que diz respeito às relações de boa vizinhança e à cooperação regional, o Montenegro continuo empenhado de forma construtiva nas relações bilaterais com outros países do alargamento e com os Estados-Membros da UE vizinhos, embora as relações bilaterais com a Sérvia tenham sido marcadas por tensões. O Montenegro participa também ativamente na cooperação regional.

No que se refere à capacidade do Montenegro para assumir as obrigações decorrentes da adesão, foram realizados trabalhos importantes em matéria de alinhamento e preparação para a aplicação do acervo da UE na maior parte dos domínios. O país atingiu um bom nível de preparação em domínios como o direito das sociedades, o direito da propriedade intelectual, a energia e a política externa, de segurança e de defesa. Está moderadamente preparado num grande número de capítulos, como a livre circulação de mercadorias, a agricultura e o desenvolvimento rural, bem como a segurança dos alimentos, a política veterinária e fitossanitária. O Montenegro apresenta um certo nível de preparação em domínios como o ambiente e as alterações climáticas, bem como a política social e o emprego. Registaram-se progressos satisfatórios nos domínios da política social e do emprego, serviços

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financeiros, agricultura e desenvolvimento rural, segurança dos alimentos, política veterinária e fitossanitária e ciência e investigação.

Na perspetiva do futuro, o Montenegro deve centrar-se sobretudo na política de concorrência, na política económica e monetária, nas estatísticas e controlo financeiro e, especificamente, no funcionamento do sistema judicial e na liberdade de expressão. O reforço da capacidade administrativa para assegurar a aplicação do acervo da UE continua a ser um desafio importante para o Montenegro. O país continuou a alinhar-se plenamente com todas as posições e declarações da UE em matéria de política externa e de segurança comum.

Sérvia

No que diz respeito aos critérios políticos, as eleições legislativas, provinciais e municipais na Sérvia, inicialmente previstas para abril, foram adiadas para 21 de junho de 2020 na sequência da pandemia de COVID-19. Segundo o Gabinete para as Instituições Democráticas e os Direitos do Homem da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE/ODIHR), embora os candidatos às eleições tenham podido fazer campanha livremente e as liberdades fundamentais tenham sido respeitadas, a escolha dos eleitores foi limitada devido à enorme vantagem do partido no poder e à promoção das políticas governamentais pela maioria dos grandes meios de comunicação social. Continua por resolver um grande número de recomendações formuladas anteriormente pelo Gabinete das Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos (ODIHR). É fundamental que as autoridades sérvias deem resposta às lacunas eleitorais de longa data através de um diálogo transparente e inclusivo com os partidos políticos e as outras partes interessadas muito antes das próximas eleições. Vários partidos da oposição boicotaram as eleições.

O Parlamento sérvio recém-constituído caracteriza-se por uma esmagadora maioria detida pela coligação no poder e pela ausência de uma verdadeira oposição, situação que não é propícia a um pluralismo político no país. Durante a anterior legislatura foram tomadas algumas medidas para colmatar as lacunas que caracterizavam os trabalhos do Parlamento, nomeadamente a redução do número de procedimentos de emergência e das anteriores táticas de obstrução. Vários partidos da oposição continuaram a boicotar as sessões parlamentares. Durante os debates parlamentares, foi utilizada uma retórica inflamatória contra os opositores políticos e representantes de outras instituições que exprimem opiniões políticas divergentes. É conveniente reforçar a eficácia, a independência e a transparência do Parlamento, incluindo o papel e as prerrogativas da oposição parlamentar, a fim de assegurar o necessário equilíbrio de poderes, indispensável num parlamento democrático. O novo Parlamento e as novas forças políticas devem prosseguir o diálogo interpartidário, liderado pelo Parlamento Europeu, com vista a melhorar as normas parlamentares e a forjar um vasto consenso entre os diferentes partidos e a sociedade sobre as reformas relacionadas com a UE, o que é fundamental para que o país realize progressos na via da adesão à UE.

A Sérvia está moderadamente preparada para a reforma da sua administração pública. No entanto, o número excessivo de cargos de chefia superior ocupados a título interino não diminuiu de forma significativa. A falta de transparência e de respeito do processo de recrutamento com base no mérito para os altos cargos da função pública é uma questão cada vez mais preocupante. A aplicação efetiva da lei sobre o sistema de planeamento deve ser assegurada mediante um controlo da qualidade estrito do secretariado das políticas públicas.

Na Sérvia, o sistema judicial atingiu um certo nível de preparação. Não se registaram progressos a este respeito durante o período de referência. A reforma constitucional do sistema judicial foi adiada para depois das eleições legislativas de 2020, o que tem repercussões a nível da adoção de legislação judicial conexa, necessária para reforçar as garantias de independência judicial. Ao abrigo da legislação atual, a possibilidade de exercer uma influência política constante sobre o sistema judicial é muito preocupante. A Sérvia prosseguiu os seus esforços para reduzir os atrasos registados nos processos de execução e para harmonizar as práticas dos tribunais.

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O país alcançou um certo grau de preparação na luta contra a corrupção. Durante o período de referência, registaram-se poucos progressos a este respeito. Foram adotadas medidas operacionais para reforçar o mandato e assegurar a independência da agência de luta contra a corrupção, bem como para reforçar as suas capacidades com vista à aplicação da lei sobre a prevenção da corrupção após a sua entrada em vigor, em setembro de 2020. As alterações introduzidas pela lei sobre a organização e a competência das autoridades públicas na luta contra o crime organizado, o terrorismo e a corrupção, em vigor desde março de 2018, produziram alguns resultados em termos do encerramento de processos. De um modo geral, a corrupção continua a ser um fenómeno preocupante. Continua por criar um mecanismo eficaz de coordenação da prevenção. O número de processos de grande corrupção que foram concluídos diminuiu em relação aos anos anteriores. A Sérvia deve intensificar os seus esforços e reforçar a prevenção e a repressão da corrupção.

Na luta contra o crime organizado, a Sérvia tem um certo nível de preparação, tendo realizado progressos limitados durante o período de referência, nomeadamente em matéria de reformas estruturais e de cooperação entre os vários organismos. A Sérvia está a intensificar a sua cooperação com a Europol. De um modo geral, a Sérvia deve ainda obter resultados convincentes em termos da eficácia das investigações, das ações penais e das condenações definitivas em processos de crime grave e organizado, o que deverá conduzir ao aumento do número de ativos confiscados. A Sérvia deve intensificar os seus esforços para desmantelar as grandes organizações criminosas ativas a nível internacional.

O quadro legislativo e institucional destinado a assegurar o respeito dos direitos fundamentais está já, em grande medida, em vigor. No entanto, importa ainda assegurar a sua aplicação coerente e eficiente. As instituições de direitos humanos devem ser reforçadas e a sua independência garantida, nomeadamente através da afetação dos recursos financeiros e humanos necessários. A Sérvia adotou uma nova estratégia para os meios de comunicação social, que foi elaborada de forma transparente e inclusiva e que identifica os principais problemas relativos à independência deste setor no país. No entanto, esta nova estratégia ainda não começou a ser aplicada e não se registaram progressos no terreno em termos da melhoria do ambiente geral para o exercício da liberdade de expressão. Como identificado na estratégia para os meios de comunicação social, os casos de ameaças, de intimidação e de violência contra jornalistas continuam a suscitar grande preocupação no país. Há ainda que assegurar a transparência da propriedade dos meios de comunicação social e da afetação dos fundos públicos, especialmente a nível local. O ODIHR constatou que a maioria dos canais de televisão dispõe de cobertura nacional e que determinados jornais apoiaram a política governamental durante a campanha eleitoral. Verificou igualmente que os raros meios de comunicação social que propunham opiniões alternativas tinham um alcance limitado e não ofereciam um contraponto eficaz, o que compromete a diversidade de opiniões políticas expressas nos meios de comunicação social tradicionais que são o veículo de informação da maioria dos eleitores.

A Sérvia continuou a contribuir de forma significativa para a gestão dos fluxos migratórios mistos para a UE, desempenhando um papel ativo e construtivo e cooperando eficazmente com os seus vizinhos e com os Estados-Membros da UE. Prosseguiu também a aplicação eficaz da estratégia de gestão integrada das fronteiras e do seu plano de ação na matéria.

No que diz respeito aos critérios económicos, a Sérvia realizou alguns progressos e está moderadamente preparada no que diz respeito ao desenvolvimento de uma economia de mercado que funcione corretamente. Antes da crise da COVID-19, o ritmo de crescimento do PIB aumentou graças ao aumento da procura interna. Os desequilíbrios externos aumentaram, mas o seu financiamento manteve-se são devido aos elevados afluxos de investimento direto estrangeiro. As pressões sobre os preços continuaram a ser moderadas e as expectativas de inflação limitadas. Graças à redução do défice orçamental e à manutenção de uma orientação orçamental prudente, a Sérvia melhorou significativamente a sustentabilidade da sua dívida. Observaram-se melhorias no mercado de trabalho, que registou as taxas de desemprego mais baixas da última década, embora esta situação seja igualmente tributária de uma emigração maciça. No entanto, receia-se que crise da COVID-19 provoque uma forte deterioração das perspetivas económicas em 2020, em especial no que se refere ao

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crescimento do PIB, às finanças públicas e ao emprego. Embora se tenham registado progressos no domínio das reformas da administração fiscal e da privatização dos bancos públicos, outras reformas estruturais da administração pública e das empresas públicas avançaram lentamente. É necessário suprir as deficiências do quadro orçamental. Não se registaram progressos no que diz respeito ao reforço das regras orçamentais. O Estado continua a exercer uma forte influência sobre a economia, e o setor privado é prejudicado por determinadas deficiências do Estado de direito.

A Sérvia registou alguns progressos e está moderadamente preparada para fazer face à pressão da concorrência e às forças de mercado no interior da UE. A estrutura da economia tem continuado a melhorar e a integração económica com a UE tem-se mantido elevada. No entanto, apesar dos modestos progressos, a qualidade e a pertinência do ensino e da formação não estão totalmente adequadas às necessidades do mercado de trabalho. Os investimentos continuaram a aumentar, mas, após vários anos de subinvestimento, continuam a não ser suficientes para dar resposta às necessidades substanciais em termos de infraestruturas. A Sérvia deve aplicar as mesmas regras para a fixação das prioridades, a seleção e o acompanhamento da totalidade dos investimentos de capital, independentemente do tipo de investimento ou da fonte de financiamento, incluindo os que são objeto de acordos intergovernamentais. Todas as decisões relativas a investimentos devem respeitar as normas da UE em matéria de contratos públicos, auxílios estatais, avaliações de impacto ambiental e análises de custo-benefício. Embora recentemente o custo da contração de empréstimos para as pequenas e médias empresas tenha diminuído, continuam a confrontar-se com uma série de desafios, nomeadamente a volatilidade do ambiente comercial e condições de concorrência desleal.

Globalmente, a Sérvia continuou a contribuir para as relações bilaterais com outros países do alargamento e com os Estados-Membros da UE vizinhos, bem como a participar ativamente na cooperação regional. As relações com o Montenegro foram marcadas por tensões, nomeadamente no que se refere às eleições legislativas no país em 30 de agosto. A Sérvia demonstrou o seu empenhamento ao dar um novo impulso à cooperação regional e ao reforçar a sua participação regional nas cimeiras de Novi Sad, Ohrid e Tirana. É importante que as iniciativas regionais associem todos os parceiros dos Balcãs Ocidentais e sejam assentes nas regras da UE, com base em compromissos assumidos anteriormente no âmbito do CEFTA, do Espaço Económico Regional (REA) ou do Tratado que institui uma Comunidade dos Transportes.

No que diz respeito à normalização das relações com o Kosovo, o diálogo sob a égide da UE foi

retomado com reuniões de alto nível em 12 e 16 de julho e em 7 de setembro de 2020. Foram realizadas em Bruxelas várias reuniões de peritos. A Sérvia deve ainda envidar esforços consideráveis e contribuir para a obtenção de um acordo global e juridicamente vinculativo com o Kosovo. É urgente e fundamental concluir um acordo desse tipo para permitir ao Kosovo e à Sérvia avançarem nas respetivas trajetórias europeias.

No que diz respeito à sua capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão, a Sérvia intensificou os trabalhos para alinhar a legislação pelo acervo da UE nos capítulos relativos à economia e ao mercado interno. O país realizou progressos satisfatórios em domínios económicos como o direito das sociedades, o direito da propriedade intelectual, a concorrência e os serviços financeiros. Contudo, em matéria de contratos públicos os progressos foram limitados. Embora a Sérvia tenha alinhado partes substanciais da sua legislação em matéria de contratos públicos com o acervo da UE, uma lei sobre procedimentos especiais para projetos de infraestruturas lineares, adotada em fevereiro de 2020, permite exonerar os projetos de infraestruturas que se revistam de «especial importância» para o país da aplicação das regras dos contratos públicos, tornando assim possível contornar as regras e as normas da UE. Em especial, a aplicação dos acordos intergovernamentais celebrados com países terceiros nem sempre parece estar em conformidade com os princípios da igualdade de tratamento, de não-discriminação, de transparência e de concorrência, nem é totalmente coerente com o acervo da UE ou a legislação nacional na matéria. O ambiente e as alterações climáticas devem ser objeto de atenção política adequada, o que se deverá traduzir numa melhor coordenação, em instituições mais sólidas, em mais financiamento e na integração em todos os setores da economia. A realização de progressos na via da transição energética verde com o abandono do

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carvão deve passar a ser uma prioridade, e uma parte da Sérvia deve redobrar de esforços para combater a poluição atmosférica. No que diz respeito aos transportes, a Sérvia prosseguiu as reformas no setor ferroviário. As decisões de investimento no setor dos transportes devem assegurar a melhor relação qualidade/preço. Para manter o ritmo das reformas é fundamental dispor dos recursos financeiros e humanos adequados e de quadros estratégicos sólidos, incluindo, em especial, a nomeação de um chefe para a equipa de negociação da UE com a Sérvia.

A Sérvia continuou a desenvolver relações estreitas e parcerias estratégicas com vários países em todo o mundo, incluindo a Rússia, a China e os EUA. A cooperação entre a Sérvia e a China intensificou-se durante a crise de COVID-19, tendo sido marcada por uma retórica pró-chinesa e eurocética da parte de altos funcionários. Foram mantidos contactos frequentes de alto nível e visitas bilaterais regulares com a Rússia, bem como uma cooperação técnica militar, que inclui exercícios militares conjuntos e acordos sobre o comércio de armas. O Presidente da Sérvia comprometeu-se a transferir a Embaixada da Sérvia em Israel para Jerusalém até julho de 2021. Em 2019, a Sérvia alinhou-se pela UE no que respeita a 60 % das posições da PESC e, no período que resta até à adesão, deve intensificar os seus esforços para alinhar progressivamente a sua política externa e de segurança pela da União Europeia.

Macedónia do Norte

No que diz respeito aos critérios políticos, a Macedónia do Norte continuou a implementar reformas relacionadas com a UE ao longo do período de referência. Prosseguiu os esforços para consolidar a democracia e o Estado de direito, nomeadamente mediante a ativação do sistema de equilíbrio de poderes existente, bem como através de discussões e debates sobre as principais questões políticas e legislativas. Os partidos da oposição continuaram empenhados no Parlamento e apoiaram questões fundamentais de interesse nacional comum, como as reformas relacionadas com a UE e o processo de integração na NATO, a que a Macedónia do Norte aderiu em março de 2020. Na sequência dos resultados do Conselho Europeu de outubro de 2019, os partidos políticos decidiram, de comum acordo, realizar eleições legislativas antecipadas em 12 de abril de 2020. Em conformidade com a legislação nacional, em janeiro de 2020 foi nomeado um governo de gestão, do qual fazem parte ministros e vice-ministros do principal partido da oposição. Na sequência da pandemia de COVID-19, foi decretado o estado de emergência entre março e junho de 2020, o que permitiu ao governo governar por decreto. As eleições legislativas antecipadas foram adiadas para julho de 2020. O Gabinete das Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE/ODIHR) considerou que, globalmente, estas eleições foram bem geridas e que a campanha tinha efetivamente sido pluralista, mas que a estabilidade jurídica tinha ficado comprometida por alterações substanciais introduzidas no quadro jurídico e por subsequentes decretos governamentais. Durante o período de referência, o Parlamento melhorou o seu papel de principal fórum para um diálogo político construtivo e desempenhou as suas funções legislativas, nomeadamente adotando leis fundamentais relacionadas com a UE. No entanto, o aumento significativo do recurso a procedimentos acelerados suscita preocupações e deverá ser limitado. O Parlamento funcionou de forma mais transparente e exerceu as suas funções de supervisão, restabelecendo o sistema de equilíbrio de poderes do executivo. Em fevereiro de 2020, o Parlamento foi dissolvido na perspetiva da realização de eleições antecipadas, e o Presidente considerou que não poderia voltar a reunir-se. Na sequência das eleições de julho de 2020, o Parlamento então recém-constituído elegeu o governo em agosto de 2020. Globalmente, a situação entre as diferentes etnias manteve-se calma. Foram envidados esforços para reforçar as relações interétnicas e para aplicar o Acordo-Quadro de Ohrid, que pôs termo ao conflito de 2001 e que constitui o quadro para a preservação do caráter multiétnico da sociedade.

A sociedade civil continua ativa e desempenha um papel fundamental nos processos políticos e de tomada de decisões. Foram tomadas medidas para implementar a Estratégia e o Plano de Ação para a

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Cooperação entre o Governo e a Sociedade Civil que abrange o período 2018-2020. No entanto, são necessários esforços para assegurar um processo de consulta mais eficaz e mais oportuno.

A reforma em curso dos serviços de informação resultou na criação, em setembro de 2019, da Agência de Segurança Nacional, concebida enquanto organismo estatal independente e sem poderes policiais, contrariamente ao seu predecessor, o Gabinete de Segurança e Contrainformação (UBK). Tal está em consonância com as recomendações do grupo de peritos de alto nível sobre os problemas sistémicos relativos ao Estado de direito. A Agência Técnica Operacional continuou a funcionar e são necessários esforços suplementares para garantir que tem acesso a todos os instrumentos necessários para cumprir o seu mandato. A capacidade de supervisão parlamentar dos serviços de informação deve ser reforçada.

A Macedónia do Norte está moderadamente preparada no que diz respeito à reforma da sua administração pública. Registaram-se progressos modestos no que respeita à melhoraria da transparência, graças à adoção da estratégia de transparência para 2019-2021, à entrada em funcionamento do portal de dados públicos e à publicação de dados relativos às despesas públicas. Foram elaborados os relatórios de acompanhamento relativos à implementação da estratégia de reforma da administração pública e ao programa de reforma da gestão das finanças públicas, que foram acompanhados de ações de visibilidade adequadas. Continua a ser essencial assegurar o respeito dos princípios da transparência, do mérito e da representação equitativa. A comissão estatal para a prevenção da corrupção tem continuado a examinar as alegações do nepotismo, de clientelismo e de influência política no processo de recrutamento de funcionários para o setor público. É necessário assegurar um acompanhamento adequado dos relatórios e das recomendações da comissão estatal. No que respeita ao sistema judicial, a Macedónia do Norte tem um certo nível de preparação/está moderadamente preparado. Registaram-se progressos satisfatórios na implementação da estratégia de reforma judicial, dando assim resposta às «prioridades urgentes de reforma» e às recomendações formuladas pela Comissão de Veneza e pelo grupo de peritos principais sobre os problemas sistémicos em matéria de Estado de direito. É ainda necessário realizar esforços para assegurar a implementação sistemática do plano de ação atualizado da estratégia de reforma do sistema judicial. As instituições judiciais estão a aplicar novas regras em matéria de nomeação, promoção, disciplina e despedimento de juízes, e o Conselho Superior da Magistratura tem exercido o seu papel de forma mais proativa. Na sequência dos esforços de reforma que desenvolveu nos últimos anos, a Macedónia do Norte criou mecanismos para assegurar a independência e a responsabilização do sistema judicial, tais como regras relativas às nomeações com base no mérito, à verificação dos ativos, aos conflitos de interesses e aos procedimentos disciplinares. O país deve assegurar que sejam utilizadas de forma determinada e coerente antes de prever novas alterações neste domínio. A Lei relativa ao Ministério Público entrou em vigor em junho de 2020. O objetivo da lei consiste, nomeadamente, em assegurar uma solução sustentável para os processos remetidos ao Gabinete Especial do Ministério Público, a fim de determinar a responsabilidade pelas infrações decorrentes de escutas ilegais. Foi também adotada a lei revista relativa ao Conselho Nacional dos Procuradores. A aplicação efetiva do quadro jurídico, bem como a intensificação dos esforços desenvolvidos por todas as partes interessadas para demonstrar a sua exemplaridade contribuirão para reforçar a confiança do público no sistema judicial.

No que diz respeito à luta contra a corrupção, a Macedónia do Norte tem um certo nível de preparação/está moderadamente preparada. O país realizou progressos satisfatórios no que respeita à consolidação dos resultados obtidos em matéria de investigação, ações penais e julgamento de casos de grande corrupção. A comissão estatal para a prevenção da corrupção tem sido particularmente proativa quanto à prevenção da corrupção e iniciou um número elevado de processos, incluindo processos que envolvem altos funcionários de todo o espetro político, em conformidade com a recomendação do ano passado. Continuam a ser realizados esforços para avançar no que respeita aos processos tratados atualmente pelo Gabinete Especial do Ministério Público e assegurar a obrigação de prestar contas sobre escutas ilegais. O antigo procurador especial foi condenado em junho de 2020, em primeira instância, no chamado «caso de racket» relativo à alegada extorsão e abuso de poder relativamente a um caso remetido ao Gabinete Especial do Ministério Público. A corrupção é generalizada em muitos

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domínios, pelo que é necessária uma abordagem mais proativa da parte de todos os intervenientes empenhados na prevenção e luta contra a corrupção.

O país alcançou um certo grau de preparação na luta contra o crime organizado. Globalmente, o quadro legislativo é conforme com as normas europeias, e os esforços desenvolvidos para implementar estratégias de luta contra o crime organizado devem prosseguir. Foram realizados progressos limitados no que respeita ao cumprimento da recomendação do ano passado de criação de um gabinete encarregado da recuperação de ativos, em conformidade com o acervo da UE. O Gabinete Especial do Ministério Público deverá agora demonstrar a sua capacidade para apoiar uma política proativa de confisco de bens. O país procede atualmente à avaliação das ameaças a nível regional, devendo alargar o seu âmbito em conformidade com as práticas da UE. Registaram-se alguns progressos a nível operacional, mas são necessários esforços suplementares para melhorar a eficácia da aplicação da lei em matéria de luta contra determinadas formas de criminalidade, como o branqueamento de capitais e os crimes financeiros. A cooperação com a Europol está a ser intensificada nos diferentes domínios da criminalidade. A coordenação continua a ser fundamental para todas as partes interessadas envolvidas na luta contra o crime organizado.

Registaram-se alguns progressos na luta contra o terrorismo e na prevenção/luta contra o extremismo violento, em conformidade com os objetivos enunciados no Plano de Ação Conjunto relativo à Luta contra o Terrorismo nos Balcãs Ocidentais e nas respetivas disposições de aplicação bilaterais.

O quadro jurídico relativo à proteção dos direitos fundamentais está, em grande medida, em conformidade com as normas europeias. O processo de desinstitucionalização está em curso e está em curso a transferência de crianças para serviços de cuidados de proximidade. O Ministério do Trabalho e da Política Social está a investir em serviços comunitários, nomeadamente para apoiar as vítimas de violência baseada no género, sendo essencial que estes serviços continuem a ser disponibilizados. São necessários esforços adicionais para dar seguimento às recomendações formuladas por organismos europeus e internacionais de defesa de direitos humanos, em especial no que se refere ao tratamento de pessoas detidas e condenadas. A decisão do Tribunal Constitucional de revogar por motivos processuais a Lei relativa à Prevenção e Proteção contra a Discriminação significa que atualmente o país não dispõe d um quadro jurídico completo em matéria de não-discriminação, nem de um organismo de defesa da igualdade. A nova legislatura deve dar resposta a esta lacuna grave. É igualmente importante que o país reforce a aplicação da legislação em matéria de incitamento ao ódio, bem como do plano de ação nacional para a aplicação da Convenção de Istambul. Embora a criação do mecanismo de supervisão externa da polícia esteja concluída, a ausência de investigadores verdadeiramente independentes pode impedir o trabalho da unidade encarregada de lutar eficazmente contra a impunidade da polícia. O país deve adotar medidas urgentes para melhorar a situação nas prisões e para apoiar soluções alternativas à detenção.

No domínio da liberdade de expressão o país tem um certo nível de preparação/está moderadamente preparado e registou progressos limitados durante o período de referência. A situação geral e o clima em que os meios de comunicação social exercem a sua atividade continuam, de um modo geral, a ser propícios à sua liberdade e a permitir uma cobertura mediática crítica, embora se tenha registado um aumento das tensões durante a crise de COVID-19, bem como no contexto das eleições. É necessário intensificar os esforços de autorregulação para apoiar a promoção de normas profissionais e da qualidade no jornalismo. É importante assegurar uma maior transparência da publicidade, nos meios de comunicação social, da parte das instituições públicas, dos partidos políticos e das empresas públicas. São necessárias soluções sustentáveis para garantir a independência do serviço público de radiodifusão, normas profissionais e a sustentabilidade financeira. É essencial continuar a apoiar o pluralismo dos meios de comunicação social, promover o profissionalismo, a imparcialidade da informação e o jornalismo de investigação, bem como reforçar a resiliência para combater eficazmente a desinformação. A sustentabilidade financeira dos meios de comunicação social independentes e as condições de trabalho dos jornalistas continuam a ser problemáticas.

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Em matéria de cooperação regional, o país manteve boas relações com outros países do alargamento e participou ativamente em iniciativas regionais. É importante continuar a aplicar os acordos bilaterais, incluindo o Acordo de Prespa e o Tratado sobre as relações de boa vizinhança com a Bulgária

A Macedónia do Norte continua a desempenhar um papel ativo e construtivo na gestão dos fluxos migratórios mistos. O país continua a situar-se numa das principais rotas de trânsito para as deslocações mistas. Coopera eficazmente com os países vizinhos e os Estados-Membros da UE, nomeadamente com agentes convidados dos Estados-Membros da UE no terreno. A Macedónia do Norte continuou a realizar esforços consideráveis para garantir condições de vida e serviços básicos para todos os migrantes que permanecem no país. O registo dos migrantes e uma definição de perfis adequada, que tenha em conta a proteção, melhoraram, mas devem ser efetuados de forma mais sistemática. O acordo relativo ao estatuto com a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira ainda não foi assinado. É necessário intensificar esforços na luta contra as atividades de contrabando frequentes na fronteira setentrional.

No que diz respeito aos critérios económicos, a Macedónia do Norte atingiu um bom nível de preparação em termos do desenvolvimento de uma economia de mercado que funcione corretamente, embora tenha realizado progressos limitados durante o período de referência. O crescimento económico acelerou em 2019, com a retoma dos investimentos, mas, desde abril de 2020, a crise de COVID-19 repercutiu-se na economia e nas finanças públicas. As autoridades adotaram uma série de medidas de apoio às empresas e às famílias para atenuar o impacto económico e social da crise. No período de referência, registaram-se melhorias a nível da transparência orçamental. No entanto, reformas importantes a nível fiscal, relacionadas com o imposto sobre os rendimentos e o sistema de pensões, introduzidas no início de 2019, foram revogadas. Além disso, a execução das despesas de capital dos organismos públicos manteve-se extremamente baixa e a estabilização da dívida pública continua a não estar garantida. Antes da crise de COVID-19, as taxas de desemprego tinham ainda diminuído, incluindo para os jovens trabalhadores, e o emprego informal tinha diminuído ligeiramente. No entanto, o impacto da crise de COVID-19 vai provavelmente inverter estas tendências positivas. As taxas de participação permanecem baixas, embora a percentagem de mulheres no mercado de trabalho tenha aumentado. O setor financeiro permaneceu sólido e a concessão de empréstimos ao setor privado aumentou. O ambiente para as empresas continua a ser entravado pela parte elevada que ocupa a economia informal.

Quanto à sua capacidade para fazer face à pressão da concorrência e das forças de mercado no interior da UE, a Macedónia do Norte registou alguns progressos e está moderadamente preparada. A integração com a UE em matéria de comércio e de investimento foi ainda aprofundada. As exportações e a indústria transformadora continuaram a sua diversificação, orientando-se para produtos de maior valor acrescentado. No entanto, a escassez de competências, que reflete as deficiências do sistema educativo e o êxodo de trabalhadores qualificados, bem como as lacunas em matéria de investimentos em infraestruturas, prejudicam a produtividade do trabalho e a competitividade da economia. Se é verdade que foram adotadas medidas destinadas a atenuar o impacto negativo imediato da crise de COVID-19 no crescimento e no emprego, dar resposta a estas necessidades estruturais de forma atempada contribuiria para promover uma recuperação económica rápida após a crise.

No que diz respeito à sua capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão, o país continua a estar moderadamente preparado na maioria dos domínios, nomeadamente a concorrência, os contratos públicos, as estatísticas, o controlo financeiro, os transportes e a energia. O país atingiu um bom nível de preparação em domínios como o direito das sociedades, a união aduaneira, as redes transeuropeias e a ciência e investigação. O país encontra-se numa fase inicial de preparação em domínios como a livre circulação de trabalhadores e as disposições financeiras e orçamentais. Durante o próximo período, é também necessário dar mais atenção às capacidades administrativas e à eficácia da aplicação. O país continuou a melhorar o seu alinhamento com a política externa e de segurança comum da UE.

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Albânia

No que diz respeito aos critérios políticos, o ambiente político da Albânia continuou caracterizado por uma forte polarização. As atividades parlamentares foram afetadas pelo facto de os membros da oposição terem renunciado aos seus mandatos. A continuidade institucional continua garantida graças ao preenchimento gradual dos lugares vagos no Parlamento. No final do período de referência, a Assembleia tinha 122 dos seus 140 membros. A oposição decidiu boicotar as eleições locais de 30 de junho de 2019. As eleições tiveram lugar, embora o Presidente tivesse decidido adiá-las para outubro. O Parlamento lançou um procedimento de destituição do Presidente, que foi concluído em finais de julho de 2020. A comissão de inquérito ad hoc do Parlamento concluiu que, embora o Presidente tivesse extravasado as suas competências constitucionais, as violações não justificavam a sua destituição. O impasse político em que o país se encontrava foi ultrapassado quando, em janeiro de 2020, a maioria no poder e a oposição parlamentar e extraparlamentar chegaram a acordo para levar por diante a reforma eleitoral, instituindo um conselho político, uma plataforma que deverá permitir realizar conversações técnicas e políticas e implementar as recomendações pendentes formuladas pelo Gabinete das Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE/ODIHR), garantindo um financiamento transparente dos partidos políticos e das campanhas eleitorais. Em 5 de junho de 2020, o conselho político chegou a um acordo decisivo relativo à introdução gradual de uma administração eleitoral despolitizada, em conformidade com as recomendações formuladas pela OSCE/ODIHR. As partes acordaram igualmente em introduzir a identificação eletrónica dos eleitores (sempre que tecnicamente viável), reestruturar a comissão eleitoral central e fazer com que a comissão eleitoral seja composta por magistrados que tenham sido objeto de verificação. Em 23 de julho de 2020, foram aprovadas pelo Parlamento alterações ao código eleitoral, em conformidade com o acordo de 5 de junho de 2020, cumprindo assim a condição relativa

à realização da primeira conferência intergovernamental (CIG). Além disso, em 30 de julho, o

Parlamento adotou algumas alterações à Constituição no que respeita ao sistema eleitoral. A aplicação destas alterações não relacionadas com as recomendações da OSCE/ODIHR exigiu a introdução de novas alterações no código eleitoral, que foram objeto de debate entre os partidos no seio do conselho político, mas sem chegar a um compromisso antes da votação no Parlamento, em 5 de outubro. Apesar do resultado positivo do acordo alcançado em 5 de junho de 2020, o diálogo político no país deve ser melhorado, em especial no que diz respeito à reforma eleitoral e à sua implementação.

Em 9 de junho de 2020, o Governo apresentou, numa reunião alargada do conselho nacional para a integração europeia, um plano de ação que visa dar resposta às condições e prioridades fixadas nas Conclusões do Conselho sobre a Albânia de março de 2020. Em 6 de maio de 2020, o Governo nomeou o negociador principal e a equipa de negociação.

A Albânia está moderadamente preparada no que respeita à reforma da sua administração pública. O país prosseguiu os esforços em vários domínios conexos, que se traduziram em avanços a nível da implementação das orientações sobre as análises de impacto da regulamentação nos ministérios da tutela, na elaboração do pacote legislativo relativo à planificação das políticas, no aumento do número de serviços eletrónicos e na melhoria da transparência na recolha de dados e na gestão dos recursos humanos entre o nível central e o nível local. Estas realizações concretas deverão ainda ser consolidadas. Em especial, o governo deve redobrar de esforços para elaborar políticas que se baseiem mais em factos concretos reforçando as capacidades administrativas dos ministérios competentes em matéria de planeamento e monitorização das políticas, recolha de dados e utilização das avaliações de impacto da regulamentação, a fim definir políticas mais bem fundamentadas.

A Albânia atingiu um certo nível de preparação no que respeita ao seu sistema judicial. A implementação de uma reforma da justiça global e exaustiva tem prosseguido de forma constante, tendo-se registado progressos satisfatórios em geral. As novas instituições para a autonomia da justiça têm desempenhado as suas funções, nomeadamente gerindo os procedimentos de preenchimento de vagas no Tribunal Superior e no Tribunal Constitucional. O Conselho Superior da Magistratura concluiu o processo de seleção de três candidatos não magistrados para o Supremo Tribunal, nomeados em 11 de março de 2019, permitindo assim que uma das secções do Tribunal de Justiça

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funcione e cumpra a condição relativa à realização da primeira conferência intergovernamental

(CIG). O processo de seleção para o quarto membro não magistrado está praticamente concluído e os

restantes candidatos magistrados estão atualmente a ser recrutados no seio do sistema judicial. A Albânia está a fazer progressos para reconstituir o Tribunal Constitucional, tendo nomeado três novos membros. Lançou assim as bases para permitir ao Tribunal Constitucional retomar as suas funções – ou seja, uma condição para a realização da primeira CIG, que está prestes a ser satisfeita — e aumentar a confiança do público. Em dezembro de 2019, dos nove juízes do Tribunal, só um estava em funções, na sequência das verificações efetuadas. O Tribunal de Justiça é agora composto por quatro membros. O processo de nomeação de um dos últimos juízes a ser nomeados suscitou um diferendo. A Comissão de Veneza emitiu um parecer sobre a questão, que fornece às autoridades albanesas as orientações necessárias para concluir as nomeações para os cargos vagos no Tribunal Constitucional. Com os quatro membros atuais, o Tribunal dispõe do quórum necessário para se pronunciar sobre a admissibilidade dos processos. Está em curso o processo de seleção para o preenchimento de três vagas, que foi um pouco afetado pela crise de COVID-19, mas espera-se que seja concluído prioritariamente. As nomeações para o Tribunal Constitucional prosseguirão quando o Tribunal Superior alcançar o quórum exigido de três quintos dos membros em exercício, uma vez que este último é a terceira autoridade investida do poder de nomeação, juntamente com a Assembleia e o Presidente da República. O novo Procurador-Geral foi nomeado, pela primeira vez com base em procedimentos definidos no âmbito da última reforma da justiça.

A criação da estrutura especial de luta contra a corrupção e o crime organizado (SPAK) foi concluída em 2019 com a nomeação, em dezembro, do Procurador Especial. Com a nomeação de treze dos quinze procuradores especiais, o Gabinete Especial do Ministério Público (SPO) está plenamente operacional. Em 30 de julho de 2020, foi também nomeado o diretor do Gabinete Nacional de Investigação (NBI) pelo Conselho Superior do Ministério Público, que já entrou em funções. Estes desenvolvimentos preenchem a condição necessária para a realização da primeira

CIG.

A reavaliação temporária de todos os juízes e procuradores (processo de verificação) progrediu de forma constante e continua a produzir resultados concretos, cumprindo assim a condição para a

realização da primeira CIG. Sob a égide da Comissão Europeia, a Operação de Controlo Internacional

continuou a supervisionar o processo. Até à data, foram tratados mais de 286 processos, o que deu origem a 62 % de despedimentos, principalmente por questões relacionadas com a posse de ativos injustificados, ou a demissões. Durante o período de confinamento devido à pandemia de COVID-19, as instituições encarregadas das verificações continuaram a realizar à distância certas atividades de inquérito importantes. Essas instituições retomaram as audiências públicas em junho de 2020.

Na Albânia registaram-se progressos satisfatórios no que respeita à luta contra a corrupção. Durante o período de referência, registaram-se progressos satisfatórios a este respeito. As autoridades albanesas reforçaram as capacidades operacionais, de coordenação e de acompanhamento na luta contra a corrupção, satisfazendo assim a condição para a realização da primeira CIG. A Albânia prosseguiu os esforços para obter resultados sólidos no que respeita a investigações, ações penais e julgamentos em casos de corrupção. Embora a verificação dos membros do poder judicial seja um processo administrativo, é importante porque permite avaliar os resultados concretos obtidos pela Albânia na luta contra a corrupção. Entre estes resultados figuram a exoneração de uma série de altos magistrados, incluindo a nível do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal de Justiça. Em 2019, foram pronunciadas duas condenações definitivas por corrupção passiva de juízes, procuradores e outros funcionários do sistema judicial. Em 2019, foram proferidas 262 condenações em primeira instância contra funcionários que ocupam funções inferiores ou intermédias, que se vieram acrescentar às 294 condenações proferidas em primeira instância em 2018. Em 2019, foram proferidas 246 condenações definitivas, em sede de recurso, contra funcionários que ocupam funções inferiores ou intermédias, para além das 289 condenações definitivas proferidas em 2018. Foram envidados esforços adicionais para obter resultados sólidos em matéria de luta contra a corrupção, embora tal constitua um objetivo a longo prazo que continuará a exigir esforços estruturados e coerentes. Embora o número de

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investigações em curso continue a ser elevado, até à data, as condenações definitivas em processos que envolvem altos funcionários continuam a ser pouco numerosas. Os organismos especializados na luta contra a corrupção criados recentemente (SPAK e tribunais encarregados da luta contra a corrupção e o crime organizado) deverão reforçar substancialmente a capacidade global em matéria de investigação e de repressão da corrupção. No entanto, de um modo geral, a corrupção continua a ser um fenómeno generalizado e é motivo de grande preocupação.

A Albânia alcançou um certo grau de preparação na luta contra o crime organizado. O país realizou progressos satisfatórios no reforço da luta contra o crime organizado, nomeadamente graças à cooperação com os Estados-Membros da UE e ao plano de ação para dar resposta às recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), cumprindo assim a condição para a realização da

primeira CIG. As operações policiais destinadas a desmantelar as organizações criminosas

intensificaram-se, tendo sido realizados progressos satisfatórios. À semelhança dos anos anteriores, a Albânia deu provas, também em 2019, de um empenhamento determinado e constante no combate à produção e tráfico de canábis. A Albânia autoriza a presença de um mecanismo de controlo muito intrusivo por parte de um país terceiro (levantamentos aéreos realizados pela Guardia di Finanza italiana, cofinanciada pela UE). A cooperação policial internacional, especialmente com os Estados-Membros da UE, também se intensificou, o que permitiu levar a cabo uma série de operações policiais em grande escala em 2019, que se prosseguiram em 2020. A cooperação entre a polícia e os procuradores intensificou-se. Foi criada a SPO, que foi dotada de um conjunto de instrumentos de investigação importantes. Estes passos representam alguns progressos concretos no cumprimento das recomendações formuladas nos últimos anos para obter melhores resultados. É necessário prosseguir os esforços para assegurar o aumento das ações penais e das condenações definitivas, bem como para lutar contra o branqueamento de capitais e confiscar os bens de origem criminosa e provenientes de outras formas de enriquecimento injustificado. No domínio da luta contra o branqueamento de

capitais, o Parlamento albanês adotou, em julho de 2019, um «pacote Moneyval» destinado a dar

seguimento às recomendações formuladas pelo Comité Moneyval no seu relatório sobre a Albânia, publicado em dezembro de 2018. No entanto, em 21 de fevereiro de 2020, o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) incluiu a Albânia na lista de países que devem ser objeto de monitorização reforçada e propôs um plano de ação centrado em algumas recomendações ainda por aplicar. A Albânia assumiu um compromisso político de alto nível para colaborar com o GAFI para implementar esse plano de ação e começou a aplicar as suas medidas. A este respeito, em julho de 2020 o Parlamento adotou uma nova lei sobre o registo dos beneficiários efetivos. Registaram-se progressos satisfatórios no que respeita à luta contra o terrorismo e à prevenção/luta contra o extremismo violento, em conformidade com os objetivos enunciados no Plano de Ação Conjunto relativo à Luta contra o Terrorismo nos Balcãs Ocidentais e nas respetivas disposições de aplicação bilaterais. Devem ser prosseguidos esforços de implementação, nomeadamente no que diz respeito à luta contra o branqueamento de capitais.

Em matéria de direitos fundamentais, a Albânia respeita os instrumentos internacionais em matéria de direitos humanos, e o seu quadro jurídico foi elaborado em conformidade com as normas europeias. Durante o período de referência, a Albânia envidou esforços para cumprir as suas obrigações decorrentes deste contexto. No entanto, é necessário melhorar a execução geral. No que diz respeito à aplicação da lei relativa à habitação social, foram aprovados nove instrumentos parajurídicos na sequência de um vasto processo de consulta. O quadro jurídico no domínio dos direitos das crianças e da justiça de menores foi também melhorado mediante instrumentos parajurídicos. Estão a ser envidados esforços para implementar uma reforma global do setor fundiário e consolidar os direitos de propriedade. Em março de 2020, foi adotada a Lei sobre a finalização dos processos de propriedade transitória, que teve em conta as recomendações constantes do parecer da Comissão de Veneza de outubro de 2019. É necessário prosseguir os esforços para fazer avançar o processo de registo e de indemnização. A Albânia deve adotar rapidamente as restantes normas de execução relativas à Lei-quadro de 2017 sobre a proteção das minorias nacionais. A Albânia está também a preparar a lei sobre a implementação do próximo recenseamento. São necessários progressos rápidos neste domínio, bem

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