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Princípios de Contabilidade

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Capítulo 19

Princípios de Contabilidade

19.1 Os princípios e sua observância

Os Princípios de Contabilidade, nova denominação dada aos Princípios

Fundamen-tais de Contabilidade pela Resolução CFC nº 1.282/10, foram fixados pelo Conselho

Federal de Contabilidade por meio da Resolução n° 750/93, cujos dispositivos pas-samos a comentar.

Resolução CFC nº 750/93

Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC).

O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Considerando a necessidade de prover fundamentação apropriada para inter-pretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade,

Resolve:

Art. 1º Constituem Princípios de Contabilidade (PC) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade a situações concretas, a essên-cia das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

A Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, em sua redação original ado-tava a denominação “Princípios Fundamentais de Contabilidade”. Todavia, com a edição da Resolução CFC nº 1.282, de 28 de maio de 2010, essa denominação foi substituída por “Princípios de Contabilidade”, expressão que, segundo o Conselho Federal de Contabilidade, é “suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e dos profissionais da Contabilidade”.

Como justificativas para alterar amplamente a Resolução CFC nº 750/93 por meio da Resolução CFC nº 1.282/10, o conselho considerou:

1 - que, por conta do processo de convergência às normas internacionais de conta-bilidade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T 1 – Estrutura Con-ceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que

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discute a aplicabilidade dos Princípios de Contabilidade contidos na Resolução CFC nº 750/93;

2 - a necessidade de manutenção da Resolução CFC nº 750/93, que foi e continua sendo referência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros; 3 - a importância do conteúdo doutrinário apresentado na Resolução CFC nº 750/93,

que continua sendo, nesse novo cenário convergido, o alicerce para o julgamento profissional na aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade;

4 - que, para assegurar a adequada aplicação das Normas Brasileiras de Contabili-dade à luz dos Princípios de ContabiliContabili-dade, há a necessiContabili-dade de harmonização dos dois documentos vigentes (Resolução CFC nº 750/93 e NBC T 1);

Na nova redação dada à Resolução CFC nº 750/93, deixou de constar o princípio da atualização monetária, revogado pela Resolução CFC nº 1.282/10.

Na verdade a atualização monetária não foi abolida pela resolução citada, já que passou a ser tratada, dentro do princípio do registro pelo valor original (art. 7º, § 1º, II, “e”), como uma das espécies das variações do custo histórico. Vale dizer, a atuali-zação monetária perdeu o status de princípio, mas continua a ter aplicação como elemento das bases de mensuração dos componentes patrimoniais.

Os profissionais da área contábil são obrigados a adotar, em suas atividades, os con-ceitos enunciados pela Resolução CFC nº 750/93, sob pena de multa e de suspensão do exercício profissional (art. 11). Além disso, para o contabilista a observância dos princípios significa prestigiar a entidade reguladora de sua profissão, o Conselho Fede-ral de Contabilidade, responsável por baixar as Normas Brasileiras de Contabilidade. A essência das transações, quer dizer, o que de fato elas representam para o patri-mônio, deve predominar sobre seus aspectos formais ou aparentes. Independente da forma jurídica, a Contabilidade deve traduzir primordialmente o efeito econômico da transação. Por exemplo, quando uma entidade adquire bens com financiamento ban-cário, um artifício empregado pela instituição financeira para garantir o recebimento do valor financiado é a alienação fiduciária em garantia. Desse modo, o bem com-prado é transferido para a propriedade da instituição financeira, embora permaneça na posse direta da entidade compradora, que assume a condição de depositária do bem e pode utilizá-lo normalmente. Essa transferência da propriedade é transitória, tornando-se sem efeito após a quitação da dívida. Apesar de o bem, dentro do perío-do de duração perío-do contrato de alienação fiduciária, ser de propriedade da instituição financeira, ele é registrado contabilmente no ativo da entidade compradora, quando da sua entrega pelo vendedor. Nesse caso, prevalece a essência da transação (que se assemelha à compra e venda a prazo) sobre os aspectos formais, ou seja, legais. Se prevalecessem os aspectos formais, o bem deveria estar registrado no ativo da instituição financeira, que é sua proprietária.

19.2 Conceituação, amplitude e enumeração

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predo-minante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

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Art. 3º São Princípios de Contabilidade: I) o da entidade;

II) o da continuidade; III) o da oportunidade;

IV) o do registro pelo valor original; V) o da atualização monetária; VI) o da competência; e VII) o da prudência.

Por ser uma ciência social, portanto não exata, a Contabilidade necessita de princípios por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de adoção obrigatória na sua execução. Se, por exemplo, uma empresa adotasse o regime de competência e outra o regime de caixa, seria impraticável a comparação de seus resultados nos perí-odos considerados. Assim, os princípios funcionam como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam da Contabilidade, pois possibilitam que as técnicas contábeis sejam desenvolvidas uniformemente.

Os princípios são decorrentes da observância da aplicação das técnicas contábeis, da prática contábil, e têm como objetivo tornar as informações contábeis divulgadas uni-formes, confiáveis e úteis para o público nelas interessado.

19.3 Princípio da entidade

Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Conta-bilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independen-temente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é ver-dadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

O objeto da Contabilidade ou assunto do qual ela trata é o patrimônio. É preciso, porém, delimitar-se o patrimônio que será objeto da orientação, do controle e do registro contá-beis. Em se tratando de sociedade, é necessário reconhecer diferenças entre o patrimô-nio dos sócios e o da pessoa jurídica, pois esta e aqueles são sujeitos de direitos e obri-gações legais diferentes. Uma ação trabalhista, por exemplo, deve ser proposta pelo empregado contra a pessoa jurídica empregadora, e não contra seus sócios, ainda que eles, por disposição contratual, pratiquem atos em nome da pessoa jurídica.

No caso da pessoa física que desenvolve atividades comerciais, industriais, de produ-ção rural etc., há necessidade da segregaprodu-ção dos bens, direitos e obrigações afetados por essas atividades. A pessoa física que utiliza parte de sua residência na exploração de atividade comercial, a rigor, deve manter registros contábeis separados para o con-trole dos bens, direitos e obrigações vinculados à atividade empresarial.

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Por determinação do Código Civil, o titular de um patrimônio é, necessariamente, pes-soa, física ou jurídica, uma vez que só quem tem personalidade pode ser titular de direitos e obrigações jurídicas. Isso explica o fato de o patrimônio pertencer à entidade, mas a entidade não pertencer ao patrimônio. A entidade é o sujeito dos direitos e obri-gações que constituem o patrimônio.

A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entida-de. Da consolidação das demonstrações da controladora e de suas controladas, por exemplo, não surge uma nova entidade, mas apenas uma unidade de natureza eco-nômico-contábil. A unidade decorre do fato de as entidades envolvidas pertencerem a uma mesma pessoa (a sociedade controladora), apesar de serem pessoas distintas do ponto de vista legal, cada uma com seus direitos e obrigações.

19.4 Princípio da continuidade

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componen-tes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Salvo disposição legal, contratual ou evidências em contrário, presume-se que a vida da entidade é contínua e que ela deverá desempenhar suas atividades por um período indeterminado. Pode ocorrer de o contrato ou a lei, em caso excepcional, determina-rem o prazo de duração da entidade, ou de as evidências nos levadetermina-rem à conclusão de que ela não continuará a desenvolver suas operações por muito tempo. É o caso de uma entidade com falência decretada ou em fase de liquidação (situação anterior à extinção da sociedade, em que se promove a realização do ativo e o pagamento do passivo exigível – o acervo líquido, se houver, será dividido entre os acionistas).

Os ativos de uma entidade normalmente sofrem efeitos negativos em função da descon-tinuidade das suas operações. Para ilustrar, se uma companhia entra em liquidação, como regra, o valor apurado por seus ativos é significativamente menor que o valor nor-mal de realização dos bens, em virtude das circunstâncias em que estão sendo vendi-dos. O passivo também pode ser afetado. Na liquidação, por exemplo, não há distinção entre dívidas vencidas e vincendas, exceto pelo desconto aplicável ao valor destas. Se uma entidade trabalha com a presunção de descontinuidade de suas operações, não há sentido na aplicação do princípio da competência no registro das suas transações. O diferimento de uma receita por vários exercícios, por exemplo, não pode ser aplicado a uma entidade que terá suas atividades encerradas no curto prazo. O mais adequado, nesse caso, será a adoção do regime de caixa e a avaliação pelo valor presente.

19.5 Princípio da oportunidade

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações ínte-gras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na di-vulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

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O princípio da oportunidade exige o registro de todas as variações sofridas pelo patrimô-nio da entidade no momento em que elas ocorrerem, ainda que sejam considerados valores estimados. Um exemplo é o registro da depreciação. O tempo de vida útil de um bem é baseado numa hipótese mais ou menos fundamentada tecnicamente e depen-dente de diversos fatores aleatórios. Apesar disso, a depreciação deve ser registrada no momento em que há a perda de valor do bem. Como é difícil determinar o valor exato dessa perda, os cálculos são feitos por estimativas.

A integridade diz respeito à necessidade de os registros serem confiáveis, isto é, sem faltas ou excessos. A tempestividade determina que as variações sejam registradas no momento oportuno, mesmo na hipótese de alguma incerteza de valor.

A informação divulgada fora do momento adequado e/ou que não seja confiável nor-malmente deixa de ser importante para o público nela interessado. Por exemplo, no mercado de ações o investidor não pode esperar um relatório contábil por muito tempo antes de tomar decisões. Portanto, é preciso haver agilidade na divulgação da infor-mação, sem se perder de vista a segurança quanto a sua veracidade. Neste sentido, é importante agir com precaução para evitar que do uso de estimativas resultem ativos e receitas superestimados e passivos e despesas subestimados, como reza o princípio da prudência (art. 10, parágrafo único).

A esse respeito, eis o que diz o item 43 da Deliberação CVM nº 539/08, que aprova o Pronunciamento Conceitual Básico do CPC que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis:

“Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tem-pestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade pa-ra os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Papa-ra atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em iden-tificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômi-ca dos usuários.”

19.6 Princípio do registro pelo valor original

Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componen-tes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distin-tos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registra-dos pelos valores registra-dos recursos que foram recebiregistra-dos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das opera-ções; e

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II – Variação do custo histórico. Uma vez integrados ao patrimônio, os compo-nentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou valentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equi-valentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contá-beis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equiva-lentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma orde-nada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de cai-xa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspon-dentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do flu-xo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presen-te, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja ne-cessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajusta-mento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não repre-senta unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componen-tes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aqui-sitivo da moeda nacional em um dado período.

Os elementos que compõem o patrimônio de uma entidade podem ter origem em transações com os sócios ou com terceiros. São as quantias contratadas nessas transações que representam os valores originais.

No caso de aquisição de um ativo, por exemplo, deve-se adotar o seu custo histórico para efeito de registro, ou seja, o valor pago ou a pagar em dinheiro ou o valor justo dos recursos a serem transferidos ao fornecedor na data da aquisição.

Uma vez integrado ao ativo, o valor do bem (seu custo histórico) pode sofrer varia-ções em razão destes fatores:

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Custo corrente – O ativo (um equipamento, por exemplo) inicialmente registrado pelo custo histórico, terá seu valor corrente como sendo o desembolso necessário para adquiri-lo no mercado caso seja tomada como base a data das demonstrações. To-davia, é preciso considerar o ativo no estado em que se encontra, e não o custo de um bem novo igual ou semelhante. De forma idêntica, um passivo registrado conta-bilmente pelo custo histórico terá valor corrente equivalente ao que seria desembol-sado para quitá-lo na data das demonstrações, sem desconto a valor presente. Valor realizável – Consiste no valor que seria apurado na hipótese de o ativo ser vendido em condições normais. Já o valor realizável (ou exigível) de um passivo é o que seria desembolsado, sem desconto a valor presente, para quitá-lo.

Valor presente – É o valor atual do fluxo futuro de caixa que o ativo vai gerar. É o que acontece, por exemplo, no caso do ajuste a valor presente de contas a receber reali-záveis a longo prazo. No caso do passivo é o valor atual dos pagamentos que serão necessários para saldá-lo.

Valor justo – Trata-se do valor pelo qual o ativo poderia ser trocado ou o passivo quitado sem favorecimento entre as partes. Assim, não pode ser um preço acima ou abaixo do mercado, em benefício ou prejuízo de uma das partes, como é possível acontecer nas transações entre pessoas ligadas.

Atualização monetária – Eis aqui o extinto princípio da atualização monetária, agora como um dos critérios para registro das variações do custo histórico.

A atualização monetária não representa aumento real de valor, e sim um mecanismo de manutenção do poder aquisitivo original dos valores registrados contabilmente. Com os efeitos da inflação, se não for adotada a atualização monetária, os valores registrados pela contabilidade deixam de representar o poder de compra original. Se considerarmos um determinado valor em moeda em duas datas diferentes, teori-camente, o valor em moeda na data 1 terá poder de compra igual a esse valor em moeda na data 2 acrescido da correção monetária. Isso significa que o valor na data 1 e o valor corrigido monetariamente na data 2 deveriam possibilitar a compra dos mesmos bens.

Quanto a alguns bens, o mercado possui mecanismos de atualização. Uma parte significativa da alteração dos preços dos bens no mercado corresponde à correção de seus valores em virtude da inflação. Se imaginarmos essa correção aplicada a todos os bens, verificaremos que ela não representa um aumento real de valor, mas a atualização dos preços em virtude dos efeitos da inflação. O problema é que alguns grupos sociais não conseguem repassar os efeitos da inflação para os preços de seus bens e serviços.

19.7 Princípio da competência

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, indepen-dentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

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Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser registradas no período ao qual pertencem, ainda que não tenham sido recebidas ou pagas. Se-gundo esse raciocínio, a receita de venda é realizada quando da efetiva entrega da mercadoria e a receita de serviço, quando da sua efetiva prestação. Os valores recebi-dos antecipadamente, por conta da entrega de mercadoria ou prestação futura de ser-viço, devem ser registrados no passivo exigível.

Por definição, despesa é um sacrifício patrimonial necessário à realização de receita. Trata-se da redução de um ativo ou do aumento de um passivo com a finalidade de gerar receita. Portanto, o resultado deve ser formado pelas receitas realizadas, segun-do o regime de competência, e pelas despesas necessárias à geração das receitas correspondentes, vale dizer, pela confrontação das receitas e despesas correlatas. Por exemplo, realizada a receita da venda de mercadoria ou da prestação de serviços, devem ser consideradas incorridas, simultaneamente, as despesas relativas aos cus-tos das mercadorias vendidas ou serviços prestados.

19.8 Princípio da prudência

Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresen-tem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patri-moniais que alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuin-do maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação atribuin-dos com-ponentes patrimoniais.

O princípio da prudência deve ser considerado quando o contabilista tiver de avaliar o provável efeito de um evento sobre o patrimônio, diante de duas ou mais alternativas que ele julgue igualmente possíveis de se materializar. Nesse caso, deve ser adotada a op-ção de que resulte menor valor para o ativo ou maior valor para o passivo exigível. É importante observar que as alternativas consideradas devem ser equivalentes, ou seja, envolver um grau semelhante de incerteza. Se uma for mais provável que a outra, não será o caso da aplicação da opção que resulte em menor ou maior valor, e sim da mais provável. Por exemplo, se a companhia é acionada judicialmente, isso não é suficiente para seu contabilista constituir provisão. Com base na avaliação de casos semelhantes, caso se conclua que a Justiça tende a dar ganho de causa para a empresa, não deverá ser lançada provisão.

A adoção de uma postura prudente na avaliação das hipóteses de incerteza é necessá-ria para se evitar a superavaliação de ativos e receitas, bem como a subavaliação de passivos e despesas.

19.9 Penalidades

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

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O Decreto-lei n° 9.295/46 criou o Conselho Federal de Contabilidade e definiu as atribuições do contador e do técnico em contabilidade.

Nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27, o decreto-lei citado estabelece penas de multa e suspensão do exercício profissional.

Questões comentadas

01. (ACE/Esaf/Adaptada) Assinale a opção correta.

a) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informa-ção contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é ne-cessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação, exceto quanto houver urgência na sua divulgação.

b) O princípio da entidade reconhece que o patrimônio pertence à entidade mas a recíproca não é verdadeira, embora a agregação de patrimônios autônomos resultem em nova entidade.

c) O princípio da prudência determina a adoção do maior valor para os com-ponentes do ativo e do menor valor para os comcom-ponentes do passivo sem-pre que se tenham duas alternativas válidas de valor.

d) Notas explicativas são informações adicionais destinadas a esclarecer aspectos relevantes dos demonstrativos contábeis como, por exemplo, os principais critérios de avaliação, os investimentos relevantes e não re-levantes em outras sociedades, as taxas de juros e os vencimentos das obrigações de curto e longo prazo.

e) Depreciação linear é o método de depreciação que consiste em dividir o valor do bem depreciável pelo número de anos de sua vida útil, para amor-tização de seu valor, mediante paulatina transferência para o resultado. Alternativa A: como resultado da observância do princípio da oportunidade, a fal-ta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponde-rar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação, inclusive quando houver urgência na sua divulgação.

Alternativa B: pelo princípio da entidade, a soma ou agregação contábil de patri-mônios não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômi-co-contábil. É o que ocorre, por exemplo, na consolidação das demonstrações da controladora e de suas controladas.

Alternativa C: o princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresen-tem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimo-niais que alterem o patrimônio líquido.

Alternativa D: as notas explicativas apresentam, entre outros, os principais critérios de avaliação dos elementos do ativo, os investimentos relevantes, as taxas de juros e os vencimentos das obrigações de longo prazo (Lei n° 6.404/76, art. 176, § 5°).

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Alternativa E: a depreciação linear consiste na apropriação ao resultado de cotas de igual valor (cotas constantes) para cada um dos anos de vida útil do bem. 02. (AFRF/Esaf/Adaptada) Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os

Princípios de Contabilidade. Assinale a opção que expressa uma afirmação verdadeira.

a) A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Bra-sileiras de Contabilidade.

b) O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabi-lidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou pro-prietários.

c) Da observância do princípio da oportunidade resulta que a falta de inte-gridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida

como convenção do conservadorismo, hoje é determinada pelo princípio da competência.

e) A observância do princípio da continuidade não influencia a aplicação do princípio da competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passi-vos já contabilizados não se altera em função do tempo.

Alternativa A: Falsa. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasi-leiras de Contabilidade, editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, enti-dade representativa dos contabilistas. A observância dos princípios e a manuten-ção de métodos ou critérios uniformes permitem, por exemplo, a comparamanuten-ção entre demonstrações de empresas diferentes.

Alternativa B: Falsa. O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferencia-ção de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, indepen-dente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Alternativa C: Verdadeira. O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir infor-mações íntegras e tempestivas. A falta de integridade e tempestividade na pro-dução e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua re-levância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a con-fiabilidade da informação.

Alternativa E: Falsa. O princípio da continuidade pressupõe que a entidade conti-nuará em operação no futuro. Portanto, a mensuração e a apresentação dos

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componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância, havendo eviden-te influência na aplicação do princípio da competência e nos demais princípios. 03. (AFC-SFC/Esaf/Adaptada) Abaixo são apresentadas assertivas sobre os

enunciados dos Princípios de Contabilidade. Apenas uma dessas frases contém afirmativa verdadeira. As outras apresentam defeitos, incorreções ou imprecisões que as tornam falsas e incorretas.

1 – Sempre que se apresentarem afirmativas igualmente válidas para a quan-tificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido, deve ser adotado o menor valor para os componentes do ativo e do passivo. 2 – Na apuração do resultado do período devem ser incluídas todas as re-ceitas recebidas e todas as despesas pagas, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de terem sido auferidas ou realizadas.

3 – Na classificação e avaliação das mutações patrimoniais pressupõe-se que a entidade continuará em operação no futuro. Logo, a mensuração e a apre-sentação dos componentes do patrimônio levam em conta essa circunstância. 4 – O patrimônio é o objeto da Contabilidade e pertence à entidade, confun-dindo-se, apenas, com os patrimônios dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou instituições.

5 – Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores ori-ginais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda em que se tiver realizado o negócio ou transação.

6 – Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expres-são formal dos valores dos componentes patrimoniais, sempre que houver um surto inflacionário.

Das opções acima apresentadas, a única verdadeira é aquela que se refere ao princípio:

a) da atualização monetária. b) do registro pelo valor original. c) da entidade.

d) da competência. e) da continuidade.

Item 1: Errado. Nos termos da Resolução n° 750 do Conselho Federal de Contabi-lidade, art. 10, o princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior valor para os do passivo, sempre que se apre-sentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patri-moniais que alterem o patrimônio líquido. Normalmente, a adoção de menor valor para o ativo e de maior valor para o passivo, em atendimento ao princípio da

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pru-dência, envolve a constituição de provisão. Dessa maneira, se o contabilista tem dúvida quanto ao valor a ser destinado à formação de provisão para devedores du-vidosos, deve adotar a alternativa que represente maior provisão e, por conse-quência, menor valor para o ativo. Se um empregado ingressa na Justiça contra a empresa, caso seja provável que ele ganhe a ação, deve ser constituída provisão para o pagamento de indenização trabalhista, aumentando o passivo exigível. Item 2: Errado. Conforme o princípio da competência, os efeitos das transações e outros eventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem, inde-pendente do recebimento ou pagamento, pressupondo-se a simultaneidade da confrontação de receitas e despesas correlatas. Em oposição ao princípio da com-petência, na apuração do resultado o regime de caixa considera apenas as receitas recebidas e as despesas pagas. A Lei n° 6.404/76, art. 177, obriga as sociedades anônimas a adotarem o regime de competência.

Item 3: Correto. O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro. Portanto, a mensuração e a apresentação dos compo-nentes do patrimônio levam em conta essa circunstância.

Item 4: Errado. De acordo com o princípio da entidade, o patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. Esse princípio reconhece o patrimônio como o objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular dos demais patrimônios existentes. Dessa forma, no caso da pessoa jurídica, o patrimônio de uma entidade não se confunde com os patrimônios de seus sócios ou proprietários. Mesmo a pessoa fí-sica que desenvolve, em seu próprio nome, uma atividade comercial deve segregar contabilmente o patrimônio utilizado na atividade dos demais ativos e passivos de que é titular.

Item 5: Errado. O princípio do registro pelo valor original determina que os com-ponentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores origi-nais das transações, expressos em moeda nacional.

Item 6: Errado. Uma vez integrado ao patrimônio pelo custo histórico, os compo-nentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes, entre outros fatores, da atualização monetária, segundo a qual os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos compo-nentes patrimoniais. Esse procedimento deve ser adotado independente da exis-tência de surto inflacionário. No entanto, a aplicação de atualização monetária foi sensivelmente prejudicada pela Lei n° 9.249/95, responsável pela extinção da correção monetária do balanço, que era aplicada, entre outras, sobre as contas do patrimônio líquido e sobre diversas contas do ativo.

04. (ISS-RJ/FJG/Adaptada) Conforme preconizado na Resolução nº 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade, a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a per-da de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a opor-tunidade e a confiabilidade da informação, em observância ao seguinte princípio:

(13)

a) prudência. b) oportunidade. c) competência. d) continuidade.

O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresenta-ção dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempesti-vas. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da infor-mação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

05. (TCI/CGM-RJ/FJG/Adaptada) O princípio contábil que influencia o valor eco-nômico dos ativos e, em muitos casos, o valor e o vencimento dos passi-vos é o da:

a) objetividade. b) continuidade. c) economicidade. d) atualização monetária.

O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro, portanto a mensuração e a apresentação dos componentes do patri-mônio levam em conta essa circunstância.

06. (TCI/CGM-RJ/FJG/Adaptada) A falta de integridade e tempestividade na pro-dução e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportuni-dade e a confiabilioportuni-dade da informação.

a) Princípio do registro pelo valor original. b) Princípio da materialidade.

c) Princípio da oportunidade. d) Princípio da prudência.

O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 07. (TCI/CGM-RJ/FJG) Os registros contábeis de determinado ente municipal foram

escriturados quatro meses após a ocorrência dos respectivos fatos adminis-trativos. Isso configura desobediência ao princípio contábil denominado: a) competência.

b) continuidade. c) oportunidade. d) evidenciação.

A banca examinadora considerou que o princípio da competência teria sido contrariado apenas se os registros relativos às mutações patrimoniais não ti-vessem sido feitos no exercício correspondente. A oportunidade diz respeito ao momento adequado (à tempestividade).

(14)

08. (TRF/Esaf/2003/Adaptada) Com relação aos Princípios de Contabilidade, assi-nale a opção incorreta.

a) O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os com-ponentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresen-tem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações pa-trimoniais que alterem o patrimônio líquido.

b) O princípio da prudência pressupõe o emprego de certo grau de pre-caução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subesti-mados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais

.

c) O princípio da prudência é aplicado à constituição de provisões.

d) O princípio da prudência envolve a adoção de estimativas na apuração de valores de ativos e passivos.

e) O princípio da prudência refere-se ao processo de mensuração e apre-sentação dos componentes patrimoniais para produzir informações ínte-gras e tempestivas.

A alternativa E é relativa ao princípio da oportunidade, segundo o qual a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, sendo, por isso, necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

09. (AFRF/Esaf/2003/Adaptada) Quando o contador registra, no fim do exercício, uma variação cambial para atualizar a dívida em moeda estrangeira; quando faz provisão para crédito de liquidação duvidosa; ou quando faz um lançamen-to de ajuste do eslançamen-toque ao preço de mercado está apenas:

a) cumprindo a sua obrigação profissional. b) executando o regime contábil de competência. c) cumprindo o princípio da prudência.

d) satisfazendo o princípio da entidade.

e) seguindo a convenção do conservadorismo.

Trata-se de questão recorrente que invariavelmente tem como resposta o princípio da prudência. Todavia, a prudência está presente na escolha do valor a ser apropri-ado como provisão, diante de alternativas igualmente válidas, enquanto o registro no período ao qual os eventos se referem (exercício da atualização e da venda a prazo) diz respeito à competência. Portanto, a rigor há duas respostas: B e C.

(15)

10. (ISS-Fortaleza/Esaf/2003/Adaptada) Assinale o Princípio de Contabilidade que reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a auto-nomia patrimonial e a necessidade de diferenciação de um patrimônio par-ticular no universo dos patrimônios existentes.

a) Entidade.

b) Registro pelo valor original. c) Prudência.

d) Continuidade.

e) Atualização monetária.

De acordo com a Resolução CFC no 750/93:

“Art. 4º O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer na-tureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.”

11. (ISS-Fortaleza/Esaf/2003/Adaptada) Considere as seguintes informações: – O preço de mercado tende a diminuir, ou seja, o preço dos produtos

repos-tos tem sido sempre menor que os adquiridos anteriormente.

– O estoque inicial apresentava um valor de R$ 300,00, correspondente a 100 unidades do seu único produto para venda.

– No mês foram adquiridas mais 100 unidades ao preço unitário de R$ 2,50 e outras 100 unidades ao preço unitário de R$ 2,00.

– Foram vendidas 250 unidades, no mesmo período.

Baseando-se nos Princípios de Contabilidade da Resolução CFC nº 750/93, e nas informações acima, informe a opção correta que indica o melhor método a ser utilizado na apuração do estoque final.

a) Preço de compra original. b) Preço individual.

c) Preço médio ponderado.

d) Primeiro a entrar, primeiro a sair. e) Último a entrar, primeiro a sair.

Diante dos Princípios de Contabilidade, a empresa em questão deve adotar o mé-todo de que resulte menor valor para o ativo. Vale dizer, a solução do problema envolve o princípio da prudência, que determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Por esse motivo, a solução considerada pela banca envolve o uso do método PEPS. Numa economia em deflação, o uso desse critério de avaliação tem como efeito maior CMV, menor resultado, menor patrimônio líquido e menor estoque final.

(16)

12. (ISS-Recife/Esaf/2003/Adaptada) Com relação aos Princípios de Contabilida-de, assinale a opção incorreta.

a) O princípio do registro pelo valor original determina que os componen-tes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores ori-ginais das transações, expressos em moeda nacional.

b) Do princípio do registro pelo valor original resulta que, uma vez integra-dos ao patrimônio pelo custo histórico, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações.

c) Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

d) A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somen-te o ajustamento dos valores originais para desomen-terminada data, mediansomen-te a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a vari-ação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. e) Do princípio do registro pelo valor original resulta que é inadequada a

uti-lização de qualquer tipo de correção ou atuauti-lização monetária.

Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que per-maneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio líquido. Por isso a alternativa E está incorreta.

13. (ISS-Recife/Esaf/2003/Adaptada) Com relação aos Princípios de Contabilida-de, assinale a opção incorreta.

a) O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabi-lidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes. b) O princípio do registro pelo valor original determina que os

componen-tes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores ori-ginais das transações, expressos em moeda nacional.

c) O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro, portanto a mensuração e a apresentação dos com-ponentes do patrimônio levam em conta essa circunstância.

d) O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apre-sentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

e) O princípio da prudência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, indepen-dente do recebimento ou pagamento.

(17)

14. (ISS-Recife/Esaf/2003) Referindo-se aos métodos de avaliação de estoques, considere as seguintes informações:

™ O preço de mercado tende a diminuir, ou seja, o preço dos produtos re-postos tem sido sempre menor que o dos produtos adquiridos anterior-mente.

™ O estoque inicial apresentava um valor de R$ 300,00, correspondente a 100 unidades do seu único produto para venda.

™ No mês foram adquiridas mais 200 unidades ao preço de R$ 2,00 cada; e foram vendidas 250 unidades.

Indique o saldo final do estoque, se avaliarmos corretamente este item do ativo e o valor do custo das mercadorias vendidas.

Valores em R$

Estoques Custo das mercadorias vendidas

a) 100,00 600,00

b) 110,00 590,00

c) 120,00 580,00

d) 130,00 570,00

e) 150,00 550,00

Diante dos métodos de avaliação tradicionais (PEPS, UEPS e Média Ponderada), a empresa em questão deve adotar aquele de que resulte menor valor para o ativo. Vale dizer, a solução do problema envolve o princípio da prudência, que determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quanti-ficação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Por esse motivo, a solução considerada pela banca envolve o uso do método PEPS. Numa economia em deflação, o uso desse critério de avaliação tem como efeito maior CMV, menor resultado, menor patrimônio líquido e menor estoque final.

Ficha de Controle de Estoques Descrição: Mercadoria X Método: PEPS

Data Histórico

Entradas Saídas Saldo Quantid. Unitário Custo Custo Total Quantid. Unitário Custo Custo Total Quantid. Unitário Custo Custo Total

Est. Inicial 100 3,00 300,00 Compras 200 2,00 400,00 100 200 300 3,00 2,00 300,00 400,00 700,00 Vendas 100 150 3,00 2,00 300,00 300,00 600,00 50 2,00 100,00

(18)

15. (ISS-SP/FCC/2007) Em relação ao princípio contábil da competência, é cor-reto afirmar que

a) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto. b) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um

ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

c) as perdas involuntárias de ativos por questões fortuitas ou por força maior não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão correlacionadas com a realização de receitas.

d) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento.

e) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realiza-ção de receita.

Esta questão é baseada no princípio da competência, nos termos da Resolução CFC nº 750/93, art. 9º:

“Art. 9º O princípio da competência determina que os efeitos das transações e outros even-tos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebi-mento ou pagarecebi-mento.

Parágrafo único. O princípio da competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”

(19)

Gabarito

01 - E 04 - B 07 - C 10 - A 13 - E

02 - C 05 - B 08 - E 11 - D 14 - A

(20)

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