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LIXO ELETRÔNICO: UM PANORAMA NAS SÉRIES INICIAIS DA EDUCAÇÃO 1 BÁSICA

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Academic year: 2021

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LIXO ELETRÔNICO: UM PANORAMA NAS SÉRIES INICIAIS DA EDUCAÇÃO  BÁSICA  1   Larissa Kronbauer Klug  2 Ingrid Souza Brikalski  3 Denis da Silva Garcia  4 Fernanda Hart Garcia  5  

RESUMO: A sociedade moderna vem sendo influenciada por novidades tecnológicas        caracterizadas principalmente pela gama de produtos eletroeletrônicos produzidos em larga escala e        que superaram a necessidade real de consumo. Segundo Sommer (2005), os resíduos sólidos de        caráter tecnológico configuram­se atualmente como o problema de coleta que mais cresce a nível        mundial, pois o descarte prematuro de produtos torna­se uma prática cada vez mais comum. Assim,        este trabalho visa apresentar um panorama da situação local do ambiente frente a problemática do        lixo eletrônico (LE), buscando a conscientização da população para um descarte adequado destes        materiais através da intervenção nas séries iniciais do ensino fundamental, proporcionado uma        reflexão nas famílias acerca do seu papel social nas questões relacionadas à qualidade de vida e ao        meio ambiente. As intervenções foram realizadas através de palestra lúdica interativa e aplicação de        questionário, a fim de investigar os conhecimentos prévios que as crianças possuíam sobre a        temática. Diante do quadro preocupante que aqui se apresentou, é importante salientar que a        conscientização das crianças tem um significativo potencial de atingir quem as rodeia, permitindo        que os erros e o descaso cometido pelos adultos não seja disseminado. Portanto, os objetivos desta        etapa foram cumpridos, visto que as crianças passaram a ter um maior conhecimento sobre o LE e        suas implicações, tanto para o ambiente em que vivem, como para a sua própria saúde.    PALAVRAS­CHAVE​: Eletrônico; Conhecimento; Crianças; Meio ambiente.    INTRODUÇÃO   

Em um curto período de tempo, teve­se uma grande evolução por parte dos        eletroeletrônicos, tecnologias que mudam, aparelhos que ficam ultrapassados, gerando o lixo       

1 GT 04: Educação e Arte 

2 Aluna do Curso Técnico em Eventos Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia                             

Farroupilha. lkklug@hotmail.com. 

3 Aluna do Curso Técnico em Informática Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia                             

Farroupilha. dindy.brikalski@gmail.com. 

4 Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha; Graduado em Química,                         

Mestre em Educação nas Ciências. denis.garcia@iffarroupilha.edu.br. 

5 Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha; Graduada em Matemática,                         

Mestre em Modelagem Matemática. fernanda.hart@iffarroupilha.edu.br.   

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eletrônico, tecnologias essas, que se configuram como promessas para o bem­estar social aliada ao        benefício econômico e financeiro da comercialização para o mercado produtor, aos quais o        consumidor não pode ficar sem. Dessa forma, cabe ressaltar que apenas na mudança da tecnologia        analógica para a digital, quantos aparelhos de celulares, televisores, entre outros, foram descartados        de forma incorreta. Também, pode­se pensar nos eletrodomésticos em geral, que a cada dia surgem        novos e com novas funções, tornando aqueles materiais existentes em casa, mesmo com excelentes        condições de uso, antiquados. 

Assim, esse artigo visa apresentar um panorama da situação local do ambiente frente a        problemática do lixo eletrônico, o qual está vinculado ao projeto de pesquisa intitulado “Lixo        Eletrônico: educação e conscientização nas séries iniciais da Educação Básica (ano IV), buscando a        conscientização da população para um descarte adequado destes materiais através da intervenção        nas séries iniciais do ensino fundamental, proporcionado assim, uma reflexão nas famílias acerca do        seu papel social nas questões relacionadas à qualidade de vida e ao meio ambiente. 

As intervenções foram realizadas em turmas de 4º e 5º anos da Educação Básica, através de        palestra lúdica interativa e aplicação de questionário, a fim de investigar os conhecimentos prévios        que as crianças possuíam sobre a temática. 

   

NOSSO LIXO DE CADA DIA   

A sociedade moderna vem sendo influenciada por novidades tecnológicas caracterizadas        principalmente pela gama de produtos eletroeletrônicos produzidos em larga escala e que superaram        a necessidade real de consumo. Segundo Sommer (2005), os resíduos sólidos de caráter tecnológico        configuram­se atualmente como o problema de coleta que mais cresce a nível mundial, pois o        descarte prematuro de produtos torna­se uma prática cada vez mais comum, levando ao acúmulo        inadequado de lixo eletrônico, acarretando graves problemas ambientais e à saúde humana. De        acordo com Afonso, Gomes & Oliveira (2010, p. 247) 

O desenvolvimento de tecnologias de reciclagem ou de novas gerações de produtos        eletroeletrônicos mais adequados ambientalmente não terá sentido se a sociedade, o poder        público e o setor produtivo não colaborarem para gerenciar o lixo eletroeletrônico. É preciso        estabelecer uma logística reversa de coleta dos produtos usados que contemple todo o        território nacional. São necessárias campanhas permanentes (e não apenas ocasionais) de       

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esclarecimento para alunos e os consumidores quanto ao consumo responsável e à forma        correta de destinar os produtos inservíveis. É necessário adquirir produtos apenas de        empresas certificadas e comprometidas com o meio ambiente. A consciência da população        para um consumo consciente é um desafio tão forte quanto o desenvolvimento tecnológico        de soluções para o lixo eletroeletrônico. 

 

Contudo, a integração entre homem­ambiente­modernidade e desenvolvimento tecnológico        e sustentável não têm sido priorizada em discussões no cotidiano da maioria das pessoas        (MARÇAL (2005), BUENO, HAUMANN, SCHMIDT (2013)). Diante disso, faz­se necessário        uma discussão ampla diante da temática, pois cada cidadão é responsável pelo seu consumo/geração        de resíduos/lixo, cabendo saber qual é o destino dado a cada material que é descartado e seus        possíveis danos a saúde e ao meio ambiente. Seguindo o pensamento de Afonso, Gomes & Oliveira        (2010, p. 246) “a sociedade se tornou vítima de um consumo compulsivo e sem controle,        alimentado pela última palavra da tecnologia e insustentável do ponto de vista ambiental”. 

Além disso, para Afonso, Gomes & Oliveira (2010), os consumidores pouco analisam as        consequências de adquirir novos equipamentos eletrônicos, o que esta sobre tudo é a satisfação        pessoal, em ter um aparelho mais equipado, mesmo que o anterior esteja em ótimas condições de        uso. O problema do lixo eletrônico não está somente no custo da grande quantidade de        matéria­prima e recursos necessários à produção e à reciclagem, mas também, e não menos        importante, nos impactos negativos que tais produtos acarretam à saúde pública e ao ambiente,        principalmente porque esse lixo contém produtos tóxicos, além de metais pesados como chumbo,        mercúrio, cádmio, níquel e zinco, conhecidos por causarem danos fisiológicos graves quando        manejados sem as devidas precauções.  

Devido à presença dessas substâncias, a reciclagem e a disposição final desses resíduos        torna­se uma questão central na gestão ambientalmente sustentável de resíduos (OLIVEIRA, 2012,        p. 13). Esses produtos, ao serem descartados inadequadamente também podem danificar o solo, o ar        e os lençóis freáticos. Fazem parte desse lixo baterias, pilhas, monitores, placas de circuito e        equipamentos tecnológicos, dentre outros, usados pelo consumidor no seu dia­a­dia. 

Diante disso, faz­se necessário que as pessoas tomem ciência das implicações que algumas        atitudes podem causar ao meio ambiente, por isso, é imprescindível o papel da escola na formação        da consciência ambiental. A responsabilidade é de cada um, mas precisa ser organizada e        incentivada pelas instituições e órgãos públicos, de maneira que “para mudar o comportamento da       

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sociedade quanto ao lixo eletroeletrônico, existe uma importante vertente de trabalho:a educação        ambiental, voltada para o consumo consciente e à participação em programas de coleta seletiva        desse lixo, valorizando­o como insumo para reciclagem” (AFONSO, GOMES & OLIVEIRA, 2010,        246). 

Diante deste cenário de caráter global, ações de educação ambiental tornam­se        indispensáveis, pois a sensibilização e conscientização das pessoas geram maior participação        voluntária em programas de coleta seletiva (BUENO, HAUMANN e SCHMIDT, 2013). Nesta        perspectiva, o presente trabalho adquire relevância no sentido de possibilitar a conscientização da        sociedade, partindo da geração que já nasceu em meio aos avanços tecnológicos e possuem        participação ativa no meio em que vivem, principalmente em relação aos pais e familiares, através        de intervenções nas escolas, disseminando estratégias de combate ao lixo eletrônico voltadas à        preservação do meio ambiente. 

   

ANÁLISE E DISCUSSÃO    

Para este estudo foi realizada pesquisa de campo em instituições de ensino do município de        São Borja/RS, através de palestra lúdica e aplicação de questionário, a fim de levantar dados        referentes aos conhecimentos que as crianças de 4º e 5º anos do Ensino fundamental possuem a        respeito do lixo eletrônico, principalmente com questões abordando: O que é? Qual o conhecimento        que possui sobre o tema? Sabe como descartar corretamente? Quais os danos que podem causar aos        seres vivos e ao ambiente? Entre outras consideradas de relevância para a pesquisa. Em relação a        este questionário, obteve­se os resultados apresentados a seguir.  

Participaram da atividade 109 crianças, com idades entre 9 e 11 anos, alunos do 4° e 5° anos        do Ensino Fundamental, conforme mostra as figuras 1 e 2. 

   

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Figura 1: Idade dos alunos. 

 

Figura 2: Série que os alunos estudam. 

 

A figura 3 mostra os resultados obtidos quando as crianças foram questionadas se tinham        algum conhecimento a respeito do lixo eletrônico, na qual verificou­se que a grande maioria        (75,2%) não possuía conhecimento algum sobre o tema. 

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Figura 3: Respostas obtidas na questão 3   

Quando perguntadas sobre os riscos oferecidos pelo resíduos eletrônicos, mais uma vez,        nota­se, na figura 4, que a grande maioria os desconhecem (75,2%), confirmando a falta de        informação evidenciada na questão anterior.  

 

Figura 4: Respostas obtidas na questão 4   

Sobre os materiais eletrônicos que possuem em casa, conforme mostra a figura 5, todas as        crianças possuem algum tipo de aparelho eletrônico, e grande parte possui inúmeros deles, dos        quais, (92,7%) possuem aparelho celular, (96,3%) televisão, (74,3%) computador, (89%) tablets,       

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(84,4%) CD/DVD, (76,1%) aparelhos de som (rádio), mais de 50% possui pilhas, vídeo game,        teclados e mouses e uma parcela um pouco menor ainda possui disquetes e impressoras.  

 

Figura 5: Respostas obtidas na questão 5   

Analisando esta questão e suas respostas, é fácil perceber que todos estão rodeados dos mais        diversos aparelhos eletrônicos, e faz­nos refletir sobre a forte influência que a tecnologia exerce        sobre todos os lares, desde os bebês até as pessoas mais idosas, gerando um acúmulo inevitável dos        mais diversos materiais eletrônicos e, consequentemente, a troca dos mesmos por versões mais        atualizadas e equipadas, mesmo que os antigos ainda estejam em perfeitas condições.  

A sexta questão foi de caráter dissertativo, sobre onde era feito o descarte do lixo eletrônico        presente em sua casa. A figura 6 mostra que apenas um quarto das crianças responderam que        descartava em pontos de coleta. Obviamente este resultado já era esperado, pois este quantitativo já        havia evidenciado nas questões anteriores o pouco conhecimento sobre o tema, justificando ainda        mais a necessidade de intervenções a fim de conscientizar a população sobre o descarte correto        desses materiais tão nocivos ao ambiente e à saúde. 

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Figura 6: Respostas obtidas na questão 6    

Os resultados aqui apresentados são extremamente preocupantes, visto que as crianças        tendem a reproduzir o comportamento adulto, por isso a importância de conscientizá­las ainda nesta        fase da vida, pois “Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a        corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo” (FREIRE, 1996,        p. 16). O sentido da celebre frase “faça o que eu digo e não faça o que eu faço” não é absorvido        pelas crianças, elas necessitam espelhar­se no exemplo, pois o seu caráter e personalidade estão        sendo moldadas passo a passo.  

Assim, para garantir a efetividade desta ação, fazendo­a cumprir com o seu objetivo        principal, que era a conscientização das crianças, após a aplicação do questionário, foi desenvolvida        uma palestra lúdica interativa, onde os alunos puderam conhecer o lixo eletrônico, seus perigos,        formas corretas de descarte e reaproveitamento, interagindo através de perguntas, esclarecimentos        de dúvidas e curiosidades, a fim de que estas pudessem levar até suas famílias todos os        conhecimentos relevantes sobre o tema, promovendo a mobilização no círculo familiar a que        pertencem, a favor do descarte correto desses materiais.           

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CONSIDERAÇÕES FINAIS   

Diante do quadro preocupante aqui apresentado, é importante salientar que a        conscientização das crianças tem um significativo potencial de atingir quem as rodeia, permitindo        que os erros e o descaso cometido pelos adultos não seja disseminado, além do poder de provocar a        reflexão dos familiares acerca de suas ações. Portanto, os objetivos desta etapa do projeto foram        cumpridos, visto que as crianças passaram a ter um maior conhecimento sobre o lixo eletrônico e        suas implicações, tanto para o ambiente em que vivem, como para a sua própria saúde. 

O projeto em questão ainda terá uma segunda fase, na qual será aplicado um novo        questionário às mesmas crianças participantes da primeira, a fim de verificar se houveram        mudanças significativas em suas condutas frente à temática do lixo eletrônico e quais foram às        ações que tornaram­se parte de suas rotinas, tanto em casa quanto na escola. 

Sendo assim, deixa­se claro a necessidade de disseminar boas práticas de preservação do        ambiente no qual estamos inseridos, pois dependemos dele para a nossa sobrevivência e bem estar.   

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS   

AFONSO, J. C.; OLIVEIRA, R. S.; GOMES, E. S.             ​O Lixo Eletroeletrônico: Uma Abordagem        para o Ensino Fundamental e Médio          ​. Química Nova na Escola. Vol. 32, N° 4, Novembro, 2010.        p. 240­248. 

 

BUENO, P. de A; HAUMANN, F. C; SCHMIDT, C. A. P. Levantamento de dados sobre a        reciclagem do lixo eletrônico no município de Medianeira – PR. Revista TECNOLÓGICA, v. 17, n.        1, p. 53­59, Santa Cruz do Sul, 2013. 

 

FREIRE, P.   ​Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa​. 15ª edição. São                      Paulo: Paz e Terra.    MARÇAL, M. P. V. Educação ambiental e representações sociais de meio ambiente: uma análise da  prática pedagógica no ensino fundamental de Patos de Minas – MG. 2005. 210 f.. Dissertação.  (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.   

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OLIVEIRA, R. S.; GOMES, E. S.; AFONSO, J. C. O Lixo Eletroeletrônico: Uma Abordagem para        o Ensino Fundamental e Médio. ​Química Nova na Escola​. Vol. 32, N° 4, Novembro, 2010. 

   

SOMMER,  M.  (2005).  ​O lado obscuro do lixo eletrônico​. Disponível em:                http://www.tierramerica.net/2005/0402/pgrandesplumas.shtm. Acesso em: jan 2015.  

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