• Nenhum resultado encontrado

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA : MIN. EDSON FACHIN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "02/09/2016 PRIMEIRA TURMA : MIN. EDSON FACHIN"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Ementa e Acórdão

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PARANÁ

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN

AGTE.(S) :SAMUEL CARDOSO

AGTE.(S) :JOAO MARCOS GOUVEIA

ADV.(A/S) :THIAGO RUIZ

AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MATÉRIA CRIMINAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. TRÁFICO DE DROGAS. TRANSNACIONALIDADE. BIS IN IDEM. OFENSA REFLEXA.

1. O agravo regimental não impugna todos os fundamentos da decisão agravada. Inadmissibilidade. Precedentes.

2. A aplicação da causa especial de aumento de pena referente à transnacionalidade do crime de tráfico só pode ser analisada, in casu, por meio da interpretação da legislação penal aplicada à espécie.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual, de 26

de agosto a 1º de setembro de 2016, sob a Presidência do Senhor Ministro

Luís Roberto Barroso, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.

Brasília, 2 de setembro de 2016

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

(2)

Ementa e Acórdão

ARE 922771 AGR / PR

Relator

2

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

Relator

2

(3)

Relatório

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PARANÁ

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN

AGTE.(S) :SAMUEL CARDOSO

AGTE.(S) :JOAO MARCOS GOUVEIA

ADV.(A/S) :THIAGO RUIZ

AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC. 07) interposto em face de decisão em neguei provimento ao agravo (eDOC. 04), nos seguintes termos:

“Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado (eDOC 03, p. 792-793):

“PENAL. MEDICAMENTOS. IMPORTAÇÃO. AUSÊNCIA DE REGISTRO. ARTIGO 273 DO CÓDIGO PENAL. PENA. PROPORCIONALIDADE. TRÁFICO DE DROGAS. DESCLASSIFICAÇÃO. CONTRABANDO. IMPOSSIBILIDADE. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE. QUANTIDADE DE CIGARROS E MEDICAMENTOS. TRANSNACIONALIDADE. BIS IN

IDEM. PENA DE MULTA. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA.

1. A importação irregular de grande quantidade de medicamentos de uso controlado ou sem registro no Brasil impõe o enquadramento do fato no art. 273, §§ 1º e 1º -B,

Supremo Tribunal Federal

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PARANÁ

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN

AGTE.(S) :SAMUEL CARDOSO

AGTE.(S) :JOAO MARCOS GOUVEIA

ADV.(A/S) :THIAGO RUIZ

AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC. 07) interposto em face de decisão em neguei provimento ao agravo (eDOC. 04), nos seguintes termos:

“Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado (eDOC 03, p. 792-793):

“PENAL. MEDICAMENTOS. IMPORTAÇÃO. AUSÊNCIA DE REGISTRO. ARTIGO 273 DO CÓDIGO PENAL. PENA. PROPORCIONALIDADE. TRÁFICO DE DROGAS. DESCLASSIFICAÇÃO. CONTRABANDO. IMPOSSIBILIDADE. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE. QUANTIDADE DE CIGARROS E MEDICAMENTOS. TRANSNACIONALIDADE. BIS IN

IDEM. PENA DE MULTA. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA.

1. A importação irregular de grande quantidade de medicamentos de uso controlado ou sem registro no Brasil impõe o enquadramento do fato no art. 273, §§ 1º e 1º -B,

(4)

Relatório

ARE 922771 AGR / PR

artigo 273, § 1º -B, do Código Penal, sem que a conduta exponha a sociedade e a economia popular a enormes danos, o entendimento majoritário da 4ª Seção deste Tribunal firmou-se no sentido de que deve ser aplicada a pena cominada para o tráfico ilícito de drogas, prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/06.

3. O artigo 273 do CP é hipótese genérica, que trata da introdução irregular de medicamentos sem registro nas listas descritas na Portaria do Ministério da Saúde.

4. Se a substância contida no medicamento importado está descrita nas listas da Portaria nº 344/98-SVS/MS e atualizações da Anvisa, deve ser considerada droga, tendo em vista o princípio da especialidade, tipificando-se a conduta no artigo 33 da Lei nº 11.343, de 2006, com base no artigo 66 da mesma lei.

5. Para que a substância constante no medicamento importado sem autorização, ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, seja considerada droga, basta que esteja descrita nas Listas da Portaria SVS/MS nº 344/98, não sendo exigida prova de que tenha ou não capacidade de causar dependência física ou psíquica.

6. Tendo em vista a identidade do bem jurídico protegido em ambos os delitos, deve ser reconhecido o crime único quando o agente importa, no mesmo contexto de fato, drogas e medicamentos, reconhecendo-se o delito do art. 33 da Lei 11343/06 e absorvido aquele do artigo 273, § 1º -B, I, do CP.

7. Verificado o alto grau de reprovabilidade da conduta e de ofensa ao bem jurídico, decorrente da quantidade de medicamentos apreendidos 1.300 comprimidos de Pramil e 20 comprimidos de Cytotec, com destaque para a apreensão de Cytotec, medicamento que é comumente utilizado para prática de abortos ilegais, o que torna a conduta ainda mais reprovável, do que se denota a clara destinação comercial, não é possível a

2

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

artigo 273, § 1º -B, do Código Penal, sem que a conduta exponha a sociedade e a economia popular a enormes danos, o entendimento majoritário da 4ª Seção deste Tribunal firmou-se no sentido de que deve ser aplicada a pena cominada para o tráfico ilícito de drogas, prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/06.

3. O artigo 273 do CP é hipótese genérica, que trata da introdução irregular de medicamentos sem registro nas listas descritas na Portaria do Ministério da Saúde.

4. Se a substância contida no medicamento importado está descrita nas listas da Portaria nº 344/98-SVS/MS e atualizações da Anvisa, deve ser considerada droga, tendo em vista o princípio da especialidade, tipificando-se a conduta no artigo 33 da Lei nº 11.343, de 2006, com base no artigo 66 da mesma lei.

5. Para que a substância constante no medicamento importado sem autorização, ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, seja considerada droga, basta que esteja descrita nas Listas da Portaria SVS/MS nº 344/98, não sendo exigida prova de que tenha ou não capacidade de causar dependência física ou psíquica.

6. Tendo em vista a identidade do bem jurídico protegido em ambos os delitos, deve ser reconhecido o crime único quando o agente importa, no mesmo contexto de fato, drogas e medicamentos, reconhecendo-se o delito do art. 33 da Lei 11343/06 e absorvido aquele do artigo 273, § 1º -B, I, do CP.

7. Verificado o alto grau de reprovabilidade da conduta e de ofensa ao bem jurídico, decorrente da quantidade de medicamentos apreendidos 1.300 comprimidos de Pramil e 20 comprimidos de Cytotec, com destaque para a apreensão de Cytotec, medicamento que é comumente utilizado para prática de abortos ilegais, o que torna a conduta ainda mais reprovável, do que se denota a clara destinação comercial, não é possível a

2

(5)

Relatório

ARE 922771 AGR / PR

desclassificação para o crime de contrabando, tendo em vista o risco à saúde pública decorrente da comercialização irregular de tais medicamentos, que exporia a risco a saúde de um número significativo de pessoas, que adquiririam e usariam esses fármacos, que não possuem registro no órgão de vigilância sanitária, e sem indicação médica.

8. Os delitos previstos nos artigos 334 do CP e 33 da Lei nº 11.343/06 exigem o dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar qualquer uma das condutas descritas no tipo. Admite-se, para tanto, o dolo eventual, em casos em que o agente assume o risco de que sejam proibidas as 'mercadorias' transportadas.

9. Nos delitos de contrabando de cigarros, a apreensão de mais de 30.000 maços autoriza a exasperação da pena-base.

10. A quantidade de medicamentos pode ser valorada na fixação da pena-base. Na hipótese, a quantidade de medicamentos apreendidos, embora não seja pequena (1.300 comprimidos) não recomenda maior apenamento do que o já cominado ao delito.

11. A causa de aumento de pena do art. 40, I, da Lei nº 11.343/06, segundo expressa disposição legal, aplica-se aos crimes previstos nos artigos 33 a 37 da mesma lei, inclusive na modalidade 'importar', de modo que não há falar em bis in idem no reconhecimento do caráter transnacional do delito.

12. A pena de multa deve ser fixada proporcionalmente à pena privativa de liberdade aplicada.

13. Como critério para fixação das penas pecuniárias, levando em conta que a praxe é o parcelamento dos valores, a soma da pena de multa e da prestação pecuniária (se for o caso), posteriormente dividida pelo número total de meses da pena de reclusão aplicada, deve situar-se em patamar próximo a trinta por cento da renda mensal do réu, levando-se em conta, analogicamente, o

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

desclassificação para o crime de contrabando, tendo em vista o risco à saúde pública decorrente da comercialização irregular de tais medicamentos, que exporia a risco a saúde de um número significativo de pessoas, que adquiririam e usariam esses fármacos, que não possuem registro no órgão de vigilância sanitária, e sem indicação médica.

8. Os delitos previstos nos artigos 334 do CP e 33 da Lei nº 11.343/06 exigem o dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar qualquer uma das condutas descritas no tipo. Admite-se, para tanto, o dolo eventual, em casos em que o agente assume o risco de que sejam proibidas as 'mercadorias' transportadas.

9. Nos delitos de contrabando de cigarros, a apreensão de mais de 30.000 maços autoriza a exasperação da pena-base.

10. A quantidade de medicamentos pode ser valorada na fixação da pena-base. Na hipótese, a quantidade de medicamentos apreendidos, embora não seja pequena (1.300 comprimidos) não recomenda maior apenamento do que o já cominado ao delito.

11. A causa de aumento de pena do art. 40, I, da Lei nº 11.343/06, segundo expressa disposição legal, aplica-se aos crimes previstos nos artigos 33 a 37 da mesma lei, inclusive na modalidade 'importar', de modo que não há falar em bis in idem no reconhecimento do caráter transnacional do delito.

12. A pena de multa deve ser fixada proporcionalmente à pena privativa de liberdade aplicada.

13. Como critério para fixação das penas pecuniárias, levando em conta que a praxe é o parcelamento dos valores, a soma da pena de multa e da prestação pecuniária (se for o caso), posteriormente dividida pelo número total de meses da pena de reclusão aplicada, deve situar-se em patamar próximo a trinta por cento da renda mensal do réu, levando-se em conta, analogicamente, o

(6)

Relatório

ARE 922771 AGR / PR

limite estabelecido para desconto de benefícios indevidos na legislação previdenciária (LBPS, art. 115, II; RPS, art. 154, § 3º ; Lei 10.953/04, art. 1º , § 5º). Circunstâncias como o número de dependentes e a composição da renda familiar devem também ser consideradas, podendo levar a um afastamento, para maior ou para menor, do percentual acima.”

Foram opostos embargos de declaração, que restaram desprovidos.

No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, XLVI, da Constituição.

Sustenta-se que a aplicação da causa especial de aumento de pena referente à transnacionalidade do crime de tráfico de drogas implica em ofensa a princípio da individualização da pena, e que “há dupla valoração com arrimo no mesmo fundamento,

o que implica no inaceitável bis in idem. É dizer, a transnacionalidade constitui o tipo penal em tela e não pode ser usada novamente para elevar a pena imposta.” (eDOC 03, p. 845).

A Vice-Presidência do TRF da 4ª Região inadmitiu o recurso por configurar ofensa meramente reflexa ao Texto Constitucional.

É o relatório. Decido.

A irresignação não merece prosperar. Com efeito, é preciso reconhecer que a alegada violação ao princípio da individualização da pena só pode ser analisada, in casu, por meio da interpretação da legislação penal aplicada à espécie. Noutras palavras, a ofensa à Constituição, se existente, seria apenas reflexa, o que inviabiliza o exame da alegação oposta pelo recorrente na via extraordinária.

4

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

limite estabelecido para desconto de benefícios indevidos na legislação previdenciária (LBPS, art. 115, II; RPS, art. 154, § 3º ; Lei 10.953/04, art. 1º , § 5º). Circunstâncias como o número de dependentes e a composição da renda familiar devem também ser consideradas, podendo levar a um afastamento, para maior ou para menor, do percentual acima.”

Foram opostos embargos de declaração, que restaram desprovidos.

No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, XLVI, da Constituição.

Sustenta-se que a aplicação da causa especial de aumento de pena referente à transnacionalidade do crime de tráfico de drogas implica em ofensa a princípio da individualização da pena, e que “há dupla valoração com arrimo no mesmo fundamento,

o que implica no inaceitável bis in idem. É dizer, a transnacionalidade constitui o tipo penal em tela e não pode ser usada novamente para elevar a pena imposta.” (eDOC 03, p. 845).

A Vice-Presidência do TRF da 4ª Região inadmitiu o recurso por configurar ofensa meramente reflexa ao Texto Constitucional.

É o relatório. Decido.

A irresignação não merece prosperar. Com efeito, é preciso reconhecer que a alegada violação ao princípio da individualização da pena só pode ser analisada, in casu, por meio da interpretação da legislação penal aplicada à espécie. Noutras palavras, a ofensa à Constituição, se existente, seria apenas reflexa, o que inviabiliza o exame da alegação oposta pelo recorrente na via extraordinária.

4

(7)

Relatório

ARE 922771 AGR / PR

Ante o exposto, nego provimento ao agravo, nos termos dos arts. 544, § 4º, II, “a”, CPC, e 21, §1º, RISTF. ”

Nas razões recursais, alega-se que “O caráter transnacional já integra o tipo penal do crime do crime de tráfico, pois é expresso no núcleo do tipo o verbo importar. Configura já o tipo. Assim, o aumento de pena decorrente do mesmo fundamento, sob o mesmo verbo importar, acarreta o bis in idem, ofendendo o princípio da individualização da pena, uma vez que não pode o mesmo fundamento ser valorado ao constituir o crime e para um aumento de pena.”

É o relatório.

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

Ante o exposto, nego provimento ao agravo, nos termos dos arts. 544, § 4º, II, “a”, CPC, e 21, §1º, RISTF. ”

Nas razões recursais, alega-se que “O caráter transnacional já integra o tipo penal do crime do crime de tráfico, pois é expresso no núcleo do tipo o verbo importar. Configura já o tipo. Assim, o aumento de pena decorrente do mesmo fundamento, sob o mesmo verbo importar, acarreta o bis in idem, ofendendo o princípio da individualização da pena, uma vez que não pode o mesmo fundamento ser valorado ao constituir o crime e para um aumento de pena.”

É o relatório.

(8)

Voto - MIN. EDSON FACHIN

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida.

Inicialmente, verifico que o agravante não se desincumbiu do ônus de impugnar especificamente os fundamentos da decisão agravada, não restando preenchido o requisito de admissibilidade recursal previsto no art. 317, § 1º, do RISTF. Com efeito, o agravante não refutou o fundamento de se tratar de ofensa reflexa.

Nesse sentido, a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO STF. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL: ÓBICE INTRANSPONÍVEL AO PROCESSAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I É deficiente a fundamentação do agravo regimental cujas razões não atacam os fundamentos da decisão agravada. Incidência da Súmula 284 desta Corte. Precedentes. II As questões em exame nestes autos tiveram sua repercussão geral negada por esta Corte no julgamento do ARE 675.505-RG, do AI 765.567-RG e do ARE 743.771-RG. Essas decisões valem para todos os recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam os arts. 326 e 327 do RISTF e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006. III Agravo regimental a que se nega provimento . (RE 869.656-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski (Presidente), Tribunal Pleno, DJe

Supremo Tribunal Federal

02/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida.

Inicialmente, verifico que o agravante não se desincumbiu do ônus de impugnar especificamente os fundamentos da decisão agravada, não restando preenchido o requisito de admissibilidade recursal previsto no art. 317, § 1º, do RISTF. Com efeito, o agravante não refutou o fundamento de se tratar de ofensa reflexa.

Nesse sentido, a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO STF. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL: ÓBICE INTRANSPONÍVEL AO PROCESSAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I É deficiente a fundamentação do agravo regimental cujas razões não atacam os fundamentos da decisão agravada. Incidência da Súmula 284 desta Corte. Precedentes. II As questões em exame nestes autos tiveram sua repercussão geral negada por esta Corte no julgamento do ARE 675.505-RG, do AI 765.567-RG e do ARE 743.771-RG. Essas decisões valem para todos os recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam os arts. 326 e 327 do RISTF e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006. III Agravo regimental a que se nega provimento . (RE 869.656-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski (Presidente), Tribunal Pleno, DJe

(9)

Voto - MIN. EDSON FACHIN

ARE 922771 AGR / PR

07.08.2015).

No mesmo sentido: ARE 800.087 ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.08.2015; RE 890.833 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 12.08.2015; ARE 846.469 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 27.05.2015; RE 695.605 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 22.05.2015.

A decisão há, pois, de ser mantida, visto que é preciso reconhecer que a alegada violação ao princípio da individualização da pena só pode ser analisada, in casu, por meio da interpretação da legislação penal aplicada à espécie. Noutras palavras, a ofensa à Constituição, se existente, seria apenas reflexa, o que inviabiliza o exame da alegação oposta pelo recorrente na via extraordinária.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto.

Supremo Tribunal Federal

ARE 922771 AGR / PR

07.08.2015).

No mesmo sentido: ARE 800.087 ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.08.2015; RE 890.833 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 12.08.2015; ARE 846.469 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 27.05.2015; RE 695.605 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 22.05.2015.

A decisão há, pois, de ser mantida, visto que é preciso reconhecer que a alegada violação ao princípio da individualização da pena só pode ser analisada, in casu, por meio da interpretação da legislação penal aplicada à espécie. Noutras palavras, a ofensa à Constituição, se existente, seria apenas reflexa, o que inviabiliza o exame da alegação oposta pelo recorrente na via extraordinária.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto.

(10)

Extrato de Ata - 02/09/2016

PRIMEIRA TURMA

EXTRATO DE ATA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN

AGTE.(S) : SAMUEL CARDOSO

AGTE.(S) : JOAO MARCOS GOUVEIA ADV.(A/S) : THIAGO RUIZ (39861/PR)

AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo

regimental, nos termos do voto do Relator. 1ª Turma, Sessão Virtual de 26.8 a 1º.9.2016.

Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. Disponibilizou processos para esta Sessão a Ministra Cármen Lúcia. Não participou do julgamento desses processos o Presidente por sucedê-la na Primeira Turma.

Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma

Supremo Tribunal Federal

PRIMEIRA TURMA

EXTRATO DE ATA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 922.771

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN

AGTE.(S) : SAMUEL CARDOSO

AGTE.(S) : JOAO MARCOS GOUVEIA ADV.(A/S) : THIAGO RUIZ (39861/PR)

AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo

regimental, nos termos do voto do Relator. 1ª Turma, Sessão Virtual de 26.8 a 1º.9.2016.

Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. Disponibilizou processos para esta Sessão a Ministra Cármen Lúcia. Não participou do julgamento desses processos o Presidente por sucedê-la na Primeira Turma.

Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma

Referências

Documentos relacionados

Ácidos, oxidantes à base de oxigénio, ácido peracético, substâncias orgânicas. Armazenar em área dedicada a produtos alcalinos. Manter afastado de productos ácidos e

Trata-se de agravo interposto contra decisão que inadmitiu o incidente de uniformização nacional suscitado pela parte ora requerente, pre- tendendo a reforma de acórdão oriundo da

Trata-se de agravo interposto contra decisão que inadmitiu o incidente de uniformização nacional suscitado pela parte ora requerente, pre- tendendo a reforma de acórdão da

iv. Sugerir alterações na matriz curricular com o intuito de adequar o perfil profissional do egresso do curso com base na formação para a docência. Consultar a

Serviço de fiscalisação sanitaria Compete a essa Secção, que é inde- pendente do Centros de Saúde, a fiscali· sação sanitaria dos generos alimentícios, medicamentos e

Aplicando álcoois etoxilados, com teores de óxido de eteno nas moléculas variando de 61% a 85%, na etapa de lavagem, esses autores observaram que na faixa de 72- 77% de óxido de

O estudo experimental foi realizado no laboratório de motores do IMT com o funcionamento de um motor de compressão espontânea utilizando diesel e posteriormente etanol anidro

Relato de memórias é um gênero textual no qual são contadas experiências pessoais com base em fatos e impressões que ficaram gravados na memória do autor. No contexto literário,