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A IMPORTÂNCIA DO ATO DE AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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A IMPORTÂNCIA DO ATO DE AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Paula de Oliveira 1 Carmem Helenice de Oliveira ²

Mariane Bolzan ³

RESUMO: Este estudo tem como objetivo levantar os principais desafios encontrados pelos professores da Educação Infantil ao longo do processo avaliativo, destacando as concepções deles em relação à avaliação, as práticas adotadas nesse processo e os instrumentos utilizados. Faz-se necessário compreendermos a importância do ato de avaliar na Educação Infantil e assim, buscar instrumentos que permitam a avaliação ser tomada como o fio condutor de toda a prática pedagógica do professor, já que por meio desta, ele poderá analisar, refletir e repensar métodos que auxiliem os alunos em seu desenvolvimento. Existe entre os professores da Educação Infantil a falta de compreensão do processo avaliativo como um meio de conduzir a nossa prática pedagógica e nos ajudar a melhorá-la. Com as novas exigências que surgiram em relação ao compromisso com a formação e com o desenvolvimento da criança, se faz necessário repensarmos nossa prática pedagógica na Educação Infantil, para que ela possa ser exercida de maneira que traga benefícios para a vida dos educandos. O ato de avaliar é um processo fundamental no contexto educacional, porém, na Educação Infantil são poucos os autores que abordam essa questão, talvez, a falta de referencial bibliográfico contribua para que a maioria dos professores não consiga realizar o processo avaliativo com eficácia. Na Educação Infantil, a avaliação deve privilegiar a individualidade de cada criança, assim, buscando meios para melhor auxiliá-los na superação das dificuldades, atendendo assim suas necessidades. Para que isso ocorra, é necessário que o professor adote essa prática no cotidiano escolar, sempre se tome como base a observação e reflexão dos fatos ocorridos diariamente.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação; Educação Infantil; Professor. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o intuito de compreender as formas de avaliação no contexto das

instituições de Educação Infantil e a sua importância, buscando indicar as maiores

dificuldades encontradas pelos educadores nesse processo, e assim, encontrar subsídios que

norteiem essa prática avaliativa, para que ela possa acontecer de uma maneira eficaz.

O tema foi escolhido devido à observação da primeira autora do presente trabalho de que vários professores da Educação Infantil esbarram em diversas dificuldades durante o processo avaliativo de seus alunos, muitas vezes não compreendendo o significado e o objetivo da avaliação.

1

Acadêmica do Curso de Pedagogia Licenciatura Plena Diurno da Universidade Federal de Santa Maria. ² Acadêmica do Curso de Pedagogia Licenciatura Plena Noturno do Centro Universitário Franciscano. ³ Acadêmica do Curso de Pedagogia Licenciatura Plena Diurno da Universidade Federal de Santa Maria.

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A simples observação da prática escolar indica que as instituições de Educação Infantil, assim como as instituições dos demais níveis de ensino, ainda não conseguiram estabelecer a importância e os melhores critérios a serem adotados no processo de avaliação dos seus alunos.

A maior parte de professores da área da Educação Infantil segue a risca modelos estabelecidos pelas instituições, sem ao menos saber qual a finalidade e contribuições deles para o desenvolvimento de seus alunos.

Para tratar das especificidades da Educação Infantil é relevante compreender a concepção de criança, já que é nessa etapa em que ocorrem as primeiras descobertas significativas.

Porém, a história nos mostra que nem sempre a criança foi bem vista pela sociedade, pelo contrário, ela foi rejeitada e desprezada durante um longo tempo, sendo considerada como um ser insignificante sem valor nenhum.

Segundo Rizzo (1983), ao longo da história, Rousseau trouxe uma nova idéia no que diz respeito à concepção de criança e a sua educação. Para esta autora as teorias de Rousseau marcaram os princípios da educação, e determinaram as bases dela até os dias atuais, ou seja, ele traz um novo ponto de vista que contribui para que as crianças comecem a ser inseridas na sociedade.

Nessa primeira etapa da vida escolar, o ato de educar não pode ser confundido com o cuidar, ainda que as crianças necessitem de cuidados fundamentais para a garantia de sua sobrevivência. O que devemos ressaltar, dessa questão, é que o mais importante não são os cuidados que a criança deve receber, mas sim, o modo como elas devem recebê-los, já que eles são direitos inalienáveis da infância.

A prática avaliativa nesse contexto pode ser compreendida como o fio condutor da prática, já que por meio dela os educadores podem enxergar se os objetivos em relação ao desenvolvimento dos alunos foram alcançados, e caso não tenham sido, a avaliação dará os subsídios necessários que nos permitirá a reflexão e a retomada de nossa prática pedagógica.

No entanto, nos depararmos com diversas instituições de Educação Infantil que ainda possuem um entendimento equivocado, muitas vezes compreendendo a mesma como um simples “relatório informativo” a ser entregue aos pais ao final de cada bimestre, o que por sua vez acaba acarretando em conseqüências preocupantes. É necessário compreender a avaliação nessa etapa como um meio auxiliar no processo de aprendizagem, fortalecendo assim a auto-estima das crianças.

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Cada criança apresenta um desenvolvimento diferente da outra, cada uma delas tem o seu tempo, sua maneira de aprender, o que por sua vez corresponde com a faixa de desenvolvimento em que se encontra. Assim, seria impossível avaliá-las da mesma forma. Conforme coloca Hoffman (2001, p. 134)

[...] devemos compreender formas individuais de aprendizagens e valorizar as diferenças entre os alunos e para isso exigem registros que favoreçam a análise da singularidade e peculiaridade de desenvolvimento.

Nos dias atuais, a maior parte das instituições de Educação Infantil utiliza as tendências padronizadas de avaliação, fichas com listagens de comportamentos para as idades, como se elas pudessem representar o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança ao longo do ano ou semestre. Esse modelo de avaliação é considerado como classificatório e controlador, pois os resultados obtidos pela criança são registrados em escalas comparativas, tais como: ótimo, bom, regular, entre outras.

Esse paradigma precisa ser rompido, para que então se inicie uma avaliação que tenha como principal objetivo ajudar a criança em suas necessidades, auxiliando no desenvolvimento delas, e não apenas como um meio de justificar-se com os pais por meio de comparações de atitudes.

A observação deve ser realizada diariamente, exigindo dos professores um grande comprometimento, pois possibilita que ele consiga olhar para cada criança em momentos diferentes. Segundo Hoffmam (1996, p. 134) pode-se e deve-se

[...] analisar as tarefas de alguns alunos em determinados dias, e de outros em dias posteriores. Se bem articulada as tarefas e anotações, os percursos individuais poderão ser acompanhados sem a rigidez de uma observação padronizada.

A proposta de Hoffman (1996) sobre uma avaliação que ocorra diariamente pode ser contemplada pelo portfólio. De acordo com Silva (2007), o portfólio é uma coleção organizada dos trabalhos produzidos pelos alunos, que são escolhidos por eles com o auxílio do professor, tendo como principal objetivo, fornecer um registro a médio/longo prazo do rendimento do aluno e também da evolução das suas atitudes. Sua utilização como instrumento avaliativo permitirá um resultado concreto apresentando as competências desenvolvidas pelo aluno ao longo de um determinado processo.

A busca por um modelo de avaliação que esteja adequado a todas as necessidades da criança da Educação Infantil se faz presente no cotidiano dos professores dessa área. É necessário compreendermos que a avaliação vai bem além de apenas observarmos as crianças.

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A observação dará condições para que os educadores possam criar objetivos e planejar atividades adequadas, dando assim um “real” ponto de partida para esta observação e, nesse sentindo, se faz necessária a construção de conhecimento e reflexão por parte dos educadores acerca do processo avaliativo formal na Educação Infantil.

Existem dois fatores considerados essenciais para que o professor possa realizar a avaliação na Educação Infantil, o primeiro seria a observação atenta e curiosa sobre a manifestação de cada criança e o outro seria a reflexão sobre os significados dessas manifestações em termos de seu desenvolvimento.

Esta reflexão está fundamentada nas contribuições de Hoffmann (2002), Kramer (1989) e no documento oficial do Ministério da Educação: o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) baseada teoricamente na perspectiva construtivista de avaliação, na medida em que a ação avaliativa exerce uma função dialógica e interativa promovendo o desenvolvimento integral da criança.

Compreende-se que no processo avaliativo o professor exerce papel fundamental. É ele que vivencia a sala de aula, as dificuldades, as superações, interesses, as necessidades, que envolvem o cotidiano do processo de ensino - aprendizagem do educando, nesse sentido, se faz necessário que ele elabore os instrumentos de avaliação a serem utilizados em sua prática docente.

Para elaborar os instrumentos de avaliação é importante refletir e analisar os objetivos da avaliação na Educação Infantil estabelecidos pelo MEC (1998) que são:

Favorecer o desenvolvimento infantil nos aspectos físico, emocional, intelectual e social; possibilitar experiências educacionais na escola, que favoreçam aos sujeitos buscarem melhores condições de vida, mediante a tomada de consciência crítica e ao exercício da cidadania; orientar o processo de tomada de decisões, apontando a trajetória dos sujeitos, seus avanços, dificuldades, e possibilidades no sentido de indicar novos caminhos a serem percorridos.

Podemos destacar que esses objetivos serão alcançados a partir do momento em que a Educação Infantil (re) significar suas metodologias e instrumentos utilizados no processo de construção do conhecimento do aluno, assim, se faz necessário elaborar uma forma mais adequada para promover a avaliação da aprendizagem.

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O educador exerce um papel muito importante na luta para criar uma nova visão acerca da avaliação, para que ela seja renovadora e precursora de qualidade, mediando à construção do homem.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA INVESTIGAÇÃO

Para contemplar o exposto no referencial teórico desenvolveu-se essa pesquisa sobre a abordagem de uma pesquisa qualitativa básica, de caráter exploratório. De acordo com Dias (1999), a pesquisa qualitativa é aquela que busca entender um fenômeno específico em profundidade. É uma pesquisa participativa, menos controlável, que trabalha com descrições, comparações e interpretações. Os participantes da pesquisa podem direcionar o rumo dela em suas interações com o pesquisador.

O trabalho teve início com uma pesquisa bibliográfica na qual se buscou respostas para as seguintes questões:

1. Qual a importância da avaliação no contexto educacional?

2. Qual o papel do professor frente ao processo avaliativo na Educação infantil? Para complementar a primeira etapa oito professores da Educação Infantil responderam um questionário que buscou esclarecer os seguintes aspectos:

 De que forma vem sendo feita a avaliação na Educação Infantil?

 Qual a opção metodológica utilizada pelo professor para a promoção dessa avaliação?

 Quais as dificuldades encontradas pelos professores ao realizar a avaliação na Educação Infantil?

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Sabemos que a avaliação é de grande importância no contexto educacional, pois, por meio dela é possível analisar, refletir e repensar a prática docente, com o intuito de auxiliar o aluno em seu desenvolvimento.

Ao analisar os dados coletados, foi possível compreender quais as concepções de alguns professores da Educação Infantil em relação ao processo de avaliação da aprendizagem escolar. Para efeito de análise foram transcritas apenas as respostas consideradas mais relevantes pela primeira autora desse trabalho.

Para a pergunta 1: qual sua concepção de avaliação da aprendizagem escolar? Obtivemos as seguintes respostas:

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A avaliação é um instrumento utilizado para concluir os objetivos propostos no início do trabalho e objetivos diários semanais. (P2)

Acredito que a avaliação é um instrumento muito importante para que se possa melhorar o processo de ensino aprendizagem. (P5)

A Avaliação da aprendizagem é de extrema importância no processo de ensino aprendizagem, pois possibilita que o educador avalie o desempenho e desenvolvimento de cada aluno, e caso seja necessário, poderá repensar e retomar sua prática pedagógica. (P7)

A avaliação é fundamental para a realização do processo de ensino aprendizagem. (P8)

Essa questão é de extrema importância já que nos dias atuais ainda é possível nos depararmos com práticas avaliativas que têm como objetivo, verificar, classificar e selecionar os bons dos maus alunos. Nesse sentido, as respostas obtidas nessa primeira pergunta nos mostram que os professores da Educação Infantil compreendem a avaliação como um instrumento de extrema importância para o desenvolvimento de seus alunos, que auxilia e norteia sua prática pedagógica.

A pergunta 2 foi: Quais os instrumentos que você utiliza para realizar a avaliação de seus alunos? Obtivemos as seguintes respostas:

Na Educação infantil, a avaliação é feita através da observação da evolução de cada aluno. Eu utilizo atividades concretas onde o aluno irá construir sua idéia em cima de um determinado assunto. (P1)

A avaliação é feita continuamente, através das atividades desenvolvidas seja ela escrita ou oralmente. (P4)

Eu faço avaliação contínua durante todas as atividades, a fim de registrar a evolução dos alunos. (P5)

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De posse dos instrumentos avaliativos, é fundamental saber utilizá-los de forma adequada, para isso, é necessário saber como é realizado o registro da avaliação. Para a pergunta 3: Como é feito o registro da avaliação? As respostas dos professores foram:

A avaliação é registrada numa ficha aonde são colocados de maneira objetiva os progressos de cada aluno. (P1)

Através de relatórios dissertativos, sempre levando em conta a qualidade e não a quantidade. (P4)

A cada semestre é realizado um relatório descritivo, que contempla aspectos significantes do processo de evolução e dificuldades dos alunos de acordo com a faixa etária em que as crianças se encontram conforme os objetivos propostos pelo RCNEI. (P7)

Observando as respostas acima, percebemos que a maior parte dos registros das avaliações se dá por meio do relatório descritivo, sendo uma exigência da Secretária da Educação a realização desse relatório bimestralmente, porém em algumas instituições ele é feito semestralmente.

Com o objetivo de perceber se os professores têm essa mesma compreensão, perguntamos qual a postura de cada um deles de posse dos resultados das avaliações realizadas, com relação aos alunos. Para a pergunta 4: De posse dos resultados das avaliações realizadas, quais são suas ações com relação aos alunos? Tivemos as seguintes respostas:

Modifico a metodologia de ensino sempre que observo a necessidade da turma ou de cada criança. (P1)

De acordo com a realidade de cada aluno, trabalho suas dificuldades, ou se tiver muito bem, abordo as atividades de outras maneiras, conforme suas necessidades. (P4)

Ao perceber a necessidade individual de cada aluno, passo a repensar a minha prática pedagógica, a metodologia utilizada em sala, respeitando sempre o ritmo de cada criança. (P7)

Com o objetivo de perceber se os professores estão satisfeitos com os modelos de avaliação propostos, ou se possuem outra visão, pedimos para que descrevessem um sistema

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de avaliação que considerasse coerente. Para a pergunta 5: Descreva um sistema de avaliação coerente:

Aquele que avalia as evoluções individuais; o que a criança sabia, o que sabe hoje. Nunca comparando o aluno com outra criança, mas sim com o melhor que ela pode ser. (P1)

Acredito que o descritivo é o melhor na área que atuo (Educação Infantil) (P5)

Uma avaliação diária com registros significantes do desempenho do aluno ao longo do dia, ao final desse processo montar um portfólio das atividades desenvolvidas, para perceber o progresso e dificuldades de cada criança. (P7)

Dentre as diversas propostas apresentadas a P7 foi a que mais se aproximou na descrição de um modelo avaliativo adequado e coerente para a Educação Infantil. Pois, sabemos que nessa etapa da educação, a avaliação deve privilegiar todos os momentos dos alunos, suas dificuldades, suas conquistas, seu desenvolvimento de acordo com a sua faixa etária, para que assim essa avaliação possa ser utilizada como um meio de repensar a prática pedagógica caso seja necessário.

Para melhor compreendermos as propostas apresentadas, pedimos aos professores que destacassem o que torna o sistema de avaliação apresentado mais adequado: Para a pergunta 6: O que torna o sistema de avaliação descrito acima adequado?

Através da observação é possível detectar o que o aluno era e o que é hoje. Os registros são um passo para organizar o momento da avaliação. (P2)

A idade deles não permite uma avaliação dita formal e a utilizada (descritiva) abrange o processo como um todo, pois se avalia desde o início da aquisição dos conhecimentos até o resultado final. (P5)

O portfólio é um meio de “agrupar” todas as atividades realizadas pelos alunos, com o objetivo de perceber o progresso e as dificuldades dos mesmos, possibilitando ao professor uma retomada em sua prática (P7)

Quanto à resposta apresentada pela P7, em relação ao portfólio, percebemos que na Educação Infantil esse é um instrumento que se utilizado de maneira adequada pode trazer grandes contribuições, e suprir as dificuldades encontradas pelos educadores, pois, de acordo com Silva (2007), o portfólio é uma metodologia de avaliação que permite operacionalizar a

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avaliação formativa, contínua e sistemática por meio das atividades realizadas pelos alunos, visando fornecer um resultado a médio/longo prazo da evolução, do rendimento do aluno e da evolução das suas atitudes.

As propostas apresentadas pelos professores são pertinentes a Educação Infantil, a citação de Luckesi (2000) que destaca que o momento de avaliar é um momento de fôlego, de pausa para repensar a prática e caso necessário retomá-la. Nesse sentido é preciso ressaltar que para se realizar uma avaliação de qualidade, a qual contemple todos os objetivos propostos pelo RCNEI, é necessário que o professor desfrute de “tempo”, algo que no cotidiano da Educação Infantil é bastante escasso.

Ao elaborar o questionário, a idéia principal era indicar os desafios encontrados pelos professores ao longo do processo de avaliação de seus alunos da Educação Infantil. As respostas obtidas por meio deles nos mostram que as professoras que responderam os questionários têm consciência da importância da avaliação, sabendo que ela deve conduzir a ação docente. Porém, podemos perceber que somente a P7 citou o portfólio como um instrumento avaliativo que irá nortear a prática pedagogia. As demais educadoras demonstraram que sabem como deve ser feito, porém, não sabem como fazer.

Foi possível observar que na Educação Infantil, existem entre os professores diversas dúvidas em relação ao processo avaliativo, pois, ele só é lembrado no momento da elaboração do relatório descritivo semestral para ser entregue aos pais. Neste caso, a avaliação não conduz a prática pedagógica. Existe entre os professores da Educação Infantil a falta de compreensão do processo avaliativo como um meio de conduzir a nossa prática pedagógica e nos ajudar a melhorá-la.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciar a pesquisa, o principal objetivo era apresentar as dificuldades encontradas pelos professores da Educação Infantil no processo de avaliação dos seus alunos, porém, os objetivos específicos desse trabalho não foram atingidos, já que na análise dos dados coletados, os professores entrevistados não apresentaram essas dificuldades. Nesse sentido, pudemos perceber que dentre os professores que responderam o questionário, apenas um (P7) apresenta uma melhor compreensão sobre como deve ser feito o processo avaliativo, os demais, apresentaram dificuldades em fazer a ponte entre a teoria e a prática, ou seja, demonstram conhecer o que deve ser feito, porém não sabem como utilizar os instrumentos avaliativos.

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Os instrumentos avaliativos são de grande importância nesse processo. Porém, mais importante ainda é saber utilizá-los de maneira adequada, existe uma grande carência em relação a instrumentos que de fato possam auxiliar o professor a tomar a avaliação como o fio condutor da sua prática pedagógica. É possível perceber também que os professores ainda se esbarram em algumas dificuldades quando o assunto é avaliação, dessa forma, fica claro que é importante refletir sobre a análise dessas dificuldades e as necessidades de mudanças da prática pedagógica. Nesse sentido, é necessário sempre visar à garantia da verificação da aprendizagem da criança, levando sempre em consideração a faixa etária que está inserida e suas necessidades individuais.

Após esse processo é preciso que os educadores saibam o que fazer de posse dos resultados obtidos, pois a avaliação vai bem além da entrega dos relatórios descritivos, isso é apenas uma parte do processo a ser percorrido. A partir dos resultados obtidos, o professor deverá repensar sua prática, apontando suas falhas, melhorando e adequando suas estratégias de ensino, de maneira que possa vir a satisfazer as necessidades de todos os seus alunos, para que eles possam alcançar os objetivos propostos para a sua faixa etária.

A pesquisa possibilitou a confirmação da importância da avaliação na Educação Infantil e também para o processo de ensino e aprendizagem da criança. Há a necessidade de que esse tema seja discutido entre os profissionais da educação, assim, possibilitando melhor aprofundamento e aproveitamento, para que os professores possam superar as dificuldades acerca do processo avaliativo, e assim, conseqüentemente, propiciar aos alunos uma melhor aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. MEC. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Conhecimento de Mundo. Volume 3, 1998.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover. 2ª ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.

______Avaliação Mediadora: educação e realidade. 17ª ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998.

______ Avaliação na Pré-Escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. 14ª ed. Porto Alegre: Editora Mediação 1996.

KRAMER, Sônia. Com a pré - escola nas mãos: uma alternativa curricular para a Educação Infantil. 12ª ed. São Paulo: Ática, 1989.

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LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 10ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.

RIZZO, Gilda. Educação pré-escolar. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed Francisco Alves, 1983.

SILVA, Ana Paula. Avaliação de competências com portfólio. 2007. Disponível em: www.proformar.org/revista/edicao_20/ava_comp_portfolio.pdf. Acesso em: 5 maio de 2009.

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