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MICOSE PULMONAR: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES – UNIT

CURSO DE BIOMEDICINA

JESSICA DAYANE OLIVEIRA FONSECA

LUCAS TORRES DE ROLEMBERG FIGUEIREDO

MICOSE PULMONAR: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

MACEIÓ - AL 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES – UNIT

CURSO DE BIOMEDICINA

JESSICA DAYANE OLIVEIRA FONSECA

LUCAS TORRES DE ROLEMBERG FIGUEIREDO

MICOSE PULMONAR: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina da Universidade Tiradentes - UNIT. Orientadora: Prof.ª Maria Anilda dos Santos Araújo

MACEIÓ - AL 2017

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MICOSE PULMONAR: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

JESSICA DAYANE OLIVEIRA FONSECA

LUCAS TORRES DE ROLEMBERG FIGUEIREDO

Data de defesa: ____ de__junho__de_2017_ Resultado: _______________________.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Prof.a Ma. Geone Pimentel dos Santos Bulhões de Almeida

Professora Avaliadora

_______________________________________________ Prof. Me. Cristhiano Sibaldo de Almeida

Professor Avaliador

_______________________________________________ Prof.ª Dra. Maria Anilda dos Santos Araújo

Centro Universitário Tiradentes - UNIT Orientadora

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MICOSE PULMONAR: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL. "PULMONARY MYCOSIS: LABORATORIAL DIAGNOSIS."

Jessica Dayane Oliveira Fonseca¹ Lucas Torres de Rolemberg Figueiredo¹ Maria Anilda Dos Santos Araújo² ¹ Bacharelando em Biomedicina do Centro Universitário Tiradentes (UNIT);

² Doutora em Biologia de Fungos e Docente da cadeira de microbiologia do Centro Universitário Tiradentes-UNIT.

RESUMO

As micoses pulmonares são doenças causadas por fungos que acometem em sua maioria, indivíduos imunodeprimidos. Com ampla distribuição mundial, a infecção ocorre, em sua maioria, pela inalação de fungos dimórficos, filamentosos e leveduriformes comumente encontrados no solo, ar, fezes de aves, poeira e matérias em decomposição, quando não tratados, encontram no pulmão condições ideais para o seu desenvolvimento. A presente revisão tem como objetivo explorar o conhecimento acerca das infecções pulmonares causadas por fungos, indicando dados epidemiológicos e sintomas clínicos de cada tipo, além das formas de tratamento e diagnóstico laboratorial. O trabalho foi realizado a partir de estudo bibliográfico de caráter exploratório e é especificado pela análise e seleção do que foi publicado posteriormente sobre o tema.

PALAVRAS-CHAVE:

Histoplasmose. Aspergilose. Coccidioidomicose. Paracoccidioidomicose. Blastomicose

ABSTRACT

Pulmonary mycoses are diseases caused by fungi that affect, for the most part, immunocompromised individuals. With a worldwide distribution, the infection is mostly due to the inhalation of diorophous,

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filamentous fungus, often found in soil, air, poultry feces, dust and decomposing material. When not treated, find in the lung ideal conditions for its development. This review aims to explore knowledge about lung diseases caused by fungi, indicating epidemiological data and clinical symptoms of each type, in addition to the forms of treatment and laboratory diagnosis. The source was carried out from an exploratory bibliographic study and is specified by the analysis and selection of what was later published on the subject. It was determined by survey and analysis of published data regarding pulmonary mycosis and its types, the selection of the information was made through the search in scientific articles, books and online data that clarified and helped in understanding the problematic of the subject.

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KEYWORDS

Hystoplasmosis. Aspergilosis. Coccidioidomycosis. Paracoccidioidomycosis. Blastomycosis.

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1. INTRODUÇÃO

Sabe-se muito bem que os fungos povoam a Terra nos mais variados microambientes, o solo, a água, a superfície de vegetais e animais, aí incluído o homem. Há aproximadamente 250.000 espécies de fungos conhecidas, porém não mais que 200 delas estão relacionadas a doenças humanas (LOPES et al., 2004).

Embora as bases moleculares da patogênese bacteriana e viral sejam bem conhecidas, nosso entendimento sobre a patogênese das infecções fúngicas é limitado (MURRAY, 2009).

São chamadas de micoses as patologias causadas por fungos e têm amplo espectro de apresentação clínica variando desde lesão superficial que acomete a camada mais externa da epiderme até infecções graves e disseminadas capazes de determinar a morte do hospedeiro quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente. Habitualmente as encontramos no solo os indivíduos, ao entrarem em contato com micronichos do fungo, em seu hábitat natural, se contaminam e podem adoecer (CAPONE et al., 2010).

As infecções pulmonares causadas por fungos têm adquirido considerável importância nesses últimos anos, devido ao aumento no número de casos diagnosticados, decorrentes não só do aprimoramento das técnicas diagnósticas, mas principalmente do crescimento das populações suscetíveis expostas aos fungos potencialmente patogênicos (DE DEUS FILHO, 2007).

Uma vez aspirados, os elementos infectantes, também conhecidos como propágulos ou conídios, chegam ao interior dos alvéolos. Nesse local, devido principalmente às diferentes condições de temperatura em relação ao meio externo, estes pequenos elementos se modificam, transformando-se de estruturas filamentosas em leveduras (dimorfismo) (FARIA et al., 2004).

Segundo De Deus Filho (2007), as micoses que causam manifestações pulmonares crônicas ou que se associam a pneumopatias crônicas de etiologia variada (co-morbidade) são: Coccidioidomicose, Paracoccidioidomicose (PCM), Aspergilose e Histoplasmose. Murray et al. (2009) afirmam que a blastomicose também é considerada uma micose pulmonar. O diagnóstico laboratorial definitivo pode ser realizado de forma direta, através da pesquisa do microrganismo, ou indireta, através da busca de resposta específica do hospedeiro ao fungo. No

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entanto, cabe ressaltar que a interpretação dos achados laboratoriais deve ser feita à luz da história clínico-epidemiológica (XAVIER et al., 2009).

O presente trabalho tem como objetivo principal de explorar o conhecimento sobre as micoses pulmonares, a fim de esclarecer os aspectos clínicos e laboratoriais, expondo suas formas de contágio, manifestações clínicas e ressaltando as melhores formas de tratamento e diagnóstico.

2. TIPOS DE MICOSE PULMONAR

2.1. Histoplasmose

A histoplasmose é uma micose causada por um fungo dimórfico, o

Histoplasma capsulatum. É considerada classicamente uma micose endêmica,

embora o fungo tenha um comportamento oportunista em pacientes com depressão da imunidade celular (FERREIRA E BORGES, 2009).

O solo é seu habitat natural, principalmente aqueles ricos em dejetos de pássaros e morcegos. Em saprofitismo e nos cultivos à temperatura ambiente, adota a forma filamentosa, com hifas produtoras de microconídios (elementos infectantes) e macroconídios tuberculados. O fungo pode ser encontrado em locais como cavernas, árvores de pernoite, ocos de árvores, galinheiros, minas, caixas d'água, construções velhas abandonadas, porões e forros de casas (AIDÉ, 2009).

Ela é altamente prevalente em determinadas áreas dos Estados Unidos (regiões centrais e sul do país, ao longo dos vales dos rios Mississipi e Ohio), México, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá, em várias ilhas do Caribe (Jamaica, Porto Rico, Martinica e Cuba) e em diversos países sul-americanos, principalmente Venezuela, Colômbia, Peru, Brasil, Argentina e Uruguai. Casos também têm sido descritos na África, onde as duas variedades (capsulatum e duboisii, sendo o segundo o causador da histoplasmose africana) co-existem, e no Sudeste Asiático, em particular na Tailândia, Malásia, Indonésia, Índia e Vietnam (FERREIRA e BORGES, 2009).

A histoplasmose é típica em zonas rurais, tropicais e temperadas, sendo verificada também ao longo de rios e regiões ricas em cavernas (AMATO et al., 2002) e representa, hoje uma das micoses sistêmicas mais importantes nas

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Américas, com ampla distribuição em todas as regiões do Brasil (FERREIRA e BORGES, 2009).

Alguns indivíduos, como pessoas imunocompetentes que inalam um grande inóculo, desenvolvem histoplasmose pulmonar aguda, a qual consiste em uma síndrome autolimitada semelhante à influenza (BROOKS et al., 2014) Normalmente o paciente apresenta tosse, febre, mal-estar, emagrecimento e adenopatia hilar com ou sem, uma ou mais áreas de pneumonite; mas, eventualmente, podem estar presentes gânglios cervicais e axilares patológicos, bem como eritema nodoso e outros tipos de rash cutâneo (AMATO et al., 2002).

A histoplasmose pulmonar crônica, que ocorre com mais frequência em homens, costuma ser um processo de reativação, a ativação de uma lesão dormente que pode ter sido adquirida a vários anos (BROOKS et al., 2014)

2.2. Coccidioidomicose

A coccidioidomicose é uma micose sistêmica que acomete o homem e uma ampla variedade de animais, causada pelo fungo dimórfico, geofílico – Coccidioides

immitis (C. immitis). A doença é adquirida pela inalação de artroconídios infectantes

presentes no solo. O fungo usualmente apresenta-se como uma infecção benigna e de resolução espontânea, porém uma pequena proporção dos indivíduos infectados desenvolve quadros progressivos, potencialmente fatais, podendo atingir além dos pulmões, outros órgãos por disseminação hematogênica (DE DEUS FILHO, 2009).

Brooks et al. (2014) afirmam que a coccidioidomicose é uma infecção endêmica e bem circunscrita a regiões semiáridas do sudeste dos EUA e Américas Central e do Sul. Quando sintomática, a micose geralmente se manifesta como doença respiratória febril aguda, com os sintomas iniciando, em média, sete a 28 dias após a exposição ao fungo, caracterizando-se principalmente por febre, mal-estar, tosse e dor torácica do tipo pleurítica (VERAS et al., 2003).

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2.3. Paracoccidioidomicose

A paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis (WANKE e AIDÊ, 2009). É considerad a doença não-contagiosa, com distribuição geográfica desde o México até a Argentina. Brasil, Venezuela e Colômbia lideram em número de casos (MUNIZ et al., 2002).

É a principal micose sistêmica no Brasil, com maior frequência nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. A doença é adquirida através da inalação de propágulos do fungo. Nas áreas endêmicas, a infecção primária ocorre durante a infância e envolve o sistema imunológico. A forma crônica do adulto mais frequente é de disseminação multifocal, com envolvimento dos pulmões, linfonodos, pele e mucosas (WANKE e AIDÊ, 2009).

A PCM pode se manifestar sob formas: aguda-subaguda, regressiva ou evolutiva ou crônica, lentamente progressiva. Podem ser acometidos diversos órgãos e sistemas (AMBRÓSIO et al., 2014).

Sobre a forma regressiva, Ambrósio et al. (2014) afirmam que a invasão inicial do hospedeiro pelo Paracoccidioidis é, na maioria das vezes, assintomática, podendo haver manifestações clínicas variadas desde discretas e inespecíficas, como astenia, anorexia, febrícula vespertina, até síndrome febril, tosse, hemoptoicos e dor torácica. Assemelha-se à tuberculose, em sua fase de complexo primário. Constitui-se na forma mais benigna da PCM. Sua regressão total pode coexistir com a presença do fungo, sob forma quiescente, em linfonodo ou pulmão. Pode deixar como memória a reação cutânea à paracoccidioidina.

Em sua maioria, os pacientes têm 30 a 60 anos de idade e mais de 90% são homens. Alguns pacientes (10% ou menos), tipicamente com menos de 30 anos de idade, desenvolvem infecção progressiva aguda subaguda, com período de incubação mais curto (BROOKS et al., 2014).

A evolução da PCM é, em geral, de curta duração, rapidamente progressiva, debilitante [...] As alterações mucosas (20%) e pulmonares (10%) são pouco frequentes. Pode surgir aumento da temperatura corpórea, o que representa sinal de gravidade. O comprometimento pulmonar, ao contrário do que ocorre na forma crônica, é raro (AMBRÓSIO et al., 2014).

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Wanke e Aidê (2009) apontam a forma crônica como a mais frequente (90% dos casos), com predomínio no sexo masculino. Caracteriza-se por evolução crônica, predominando sintomas de fraqueza, emagrecimento, febre, tosse, dispneia, infiltrado reticulonodular (geralmente nos dois terços superiores dos pulmões) e hipertransparência distal bibasal: essa é a forma unifocal.

2.4. Blastomicose

A blastomicose é uma infecção fúngica causada pelo fungo dismórfico

Blastomyces dermatidis. Como outras micoses endêmicas, esta infecção é confinada

a regiões geográficas específicas; muitas infecções se originam na bacia do rio Mississipi, em torno dos Grandes Lagos, e na região Sudeste dos Estados Unidos. Os casos também têm sido diagnosticados em outras partes do mundo, incluindo África, Europa e Oriente Médio (MURRAY et al., 2009).

Estudos no homem e nos animais indicam que a infecção é adquirida após a inalação de conídios aerossolizados produzidos pelo fungo que está crescendo no solo e nos detritos de folhas. Os surtos e infecção têm sido associados a contado ocupacional e recreacional com o solo, e os indivíduos infectados incluem todas as idades e ambos os sexos (MURRAY et al., 2009).

Murray et al. (2009), afirmam que a doença clínica causada por B. dermatidis pode se apresentar como doença pulmonar ou extrapulmonar disseminada. A blastomicose pulmonar pode ser assintomática ou se apresentar como uma doença branda como o resfriado. A infecção grave lembra a pneumonia bacteriana com início agudo, febre alta, infiltrados lobares e tosse.

2.5. Aspergilose

A aspergilose é uma doença causada por fungos filamentosos do gênero

Aspergillus. Estes organismos podem ser facilmente encontrados no solo, na água e

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Os esporos do Aspergillus são habitualmente inalados pela maioria das pessoas. Entretanto, dependendo do status imunológico ou anatômico do hospedeiro, o fungo pode comportar-se como agente sensibilizante (alergênico), colonizador ou invasor, causando, respectivamente, quadros clínicos de aspergiloses alérgicas, colonização intracavitária aspergilar e aspergiloses invasivas (LOPES et al., 2004).

O Aspergillus fumigatus é a espécie mais comumente envolvida nos casos de aspergilose, mas há outros representantes que também podem ser responsáveis pelo desenvolvimento das infecções, embora numa frequência menor (GAVRONSKI et al., 2016).

É termotolerante e cresce a temperaturas variando entre 15°C a 53°C. Esta característica de resistência ao stress, resulta em altas taxas de mortalidade (CARVALHO, 2013).

As manifestações clínicas decorrem da patogenicidade do fungo e da resposta imunológica do organismo. A gravidade é variável, podendo manifestar-se como processo alérgico ou até como infecção disseminada. No entanto, a maioria dos pacientes são assintomáticos. As principais manifestações clínicas são: tosse, hemoptise, dispnéia e emagrecimento; fadiga, dor torácica e febre também podem estar presentes (AMORIM et al., 2004).

2.5.1. Aspergilose Pulmonar Invasiva

Dentre as manifestações que podem ser causadas pelo Aspergillus, a mais grave é sem dúvida a aspergilose pulmonar invasiva (API), uma infecção de natureza sobretudo nosocomial, que vem apresentando um aumento significativo em sua frequência nos últimos anos, paralelamente com o aumento do número de pacientes com baixo status imunológico (GAVRONSKI et al., 2016).

A aspergilose invasiva corresponde ao desenvolvimento de formas aspergilares no parênquima pulmonar de doentes imunodeprimidos ou sujeitos a terapêuticas extremamente agressivas pelo uso de corticoides, antibióticos e drogas imunossupressoras, bem como nos casos de agranulocitose prolongada. O

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microrganismo difunde-se a partir do local primário para os tecidos, sem considerar os planos tecidulares. As hifas invadem o lúmen e a parede dos vasos sanguíneos, sendo responsáveis por trombose, enfarte, necrose e hemorragias (CARVALHO, 2013).

Clinicamente, a doença simula broncopneumonia grave, com febre, tosse, expectoração e dispnéia progressiva, além de dor pleurítica e hemoptise (LOPES et al., 2004).

2.5.2. Aspergilose Broncopulmonar Alérgica (ABPA)

Aspergilose broncopulmonar alérgica consiste em uma reação de hipersensibilidade à presença de Aspergillus nas vias aéreas, ocorrendo principalmente em pacientes com asma (SOUZA, 2006).

Trata-se de uma reação de hipersensibilidade a antígenos do Aspergillus, especialmente A. Fumigatus, que ocorre quando os brônquios se tornam colonizados pelo fungo. O microrganismo não invade os tecidos, mas permanece como saprófita na luz das vias aéreas (LOPES et. al., 2004).

A aspergilose alérgica observada principalmente nos doentes afetados por asma brônquica ou por fibrose cística com colonização brônquica por Aspergillus, é caracterizada por asma com dispneia contínua, febre, infiltrados pulmonares duráveis resultando numa dilatação crónica das vias aéreas, hipereosinófilia tanto no sangue como na expectoração (CARVALHO, 2013).

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3. TRATAMENTO

Ferreira e Borges (2009) afirmam que a terapêutica da histoplasmose varia de acordo com a síndrome clínica e o estado imune do hospedeiro. O Histoplasma

capsulatum é sensível a diversos antifúngicos, tais como anfotericina B, cetoconazol,

itraconazol e fluconazol, sendo a anfotericina o antifúngico mais efetivo para tratar esta micose. Na forma pulmonar crônica, a droga de escolha é o itraconazol na mesma dosagem recomendada para forma pulmonar aguda (200mg 3 vezes ao dia por 3 dias e após 200-400mg/dia). O tempo de tratamento é de 18 a 24 meses. Recidivas ocorrem em 10 a 15% dos casos após retirada da medicação. A resposta à terapia deve ser monitorada pela radiografia de tórax e pelo exame de escarro. Para CAPONE et al. (2010) a forma mais branda da coccidioidomicose doença não requer tratamento, enquanto a forma mais grave geralmente é tratada com anfotericina B ou variados azolíticos.

Ambrósio et. al. (2014) relatam, quanto ao tratamento da paracoiccidioidomicose, que antifúngicos com efeito sobre o P. brasiliensis costumam ser eficazes, já que o fungo apresenta sensibilidade à fármacos como sulfonamidas, azóis (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, posaconazol, voriconazol), anfotericina B e terbinafina. Quanto ao tratamento da blastomicose a anfotericina B é o agente de escolha no tratamento de doença meníngea ou com risco à vida. A doença branda ou moderada pode ser tratada com itraconazol. Dependendo da gravidade da doença e da condição do hospedeiro, os índices de sucesso terapêutico com anfotericina B ou terapia com azólicos variam de 70% a 95% (MURRAY et al., 2009).

No caso da aspergilose o tratamento vai variar dependendo do seu tipo. A anfotericina é um antibiótico poliênico que possui atividade fungicida (AMORIM et. al., 2004) ou um agente alternativo, como o voriconazol de introdução mais recente e que fornece uma opção de tratamento mais eficaz e menos tóxica que a anfotericina B (CARVALHO, 2013). Quanto à aspergilose broncopulmonar alérgica, Sales (2009) cita que o corticoide melhora a função pulmonar e diminui os episódios de consolidações recorrentes. O uso de itraconazol (200 mg v.o. a cada 12 h por 16 semanas) reduz a dose de corticoide necessária, a eosinofilia e a concentração de IgE, melhorando a função pulmonar e a qualidade de vida.

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4. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

O diagnóstico da histoplasmose é baseado em técnicas de exame micológico, histológico e imunológico, aliados à história clínica e epidemiológica, assim como os aspectos radiológicos (AIDÉ, 2009). Atualmente, dispõe-se da técnica de lise-centrifugação (Wampole Isolator; Wampole Laboratories, Cranbury, NJ, EUA) e sistemas automatizados, continuamente controlados, como BACTEC (Becton Dickinson, Sparks, MD, EUA) e BacT/ALERT (bioMérieux, Marcy I’Étoile, França), sendo a lise-centrifugação considerada o padrão ouro para o isolamento de fungos dismórficos térmicos, especialmente H. capsulatum, de amostras de sangue (XAVIER, 2009).

O diagnóstico da coccidioidomicose faz-se pelo isolamento do Coccidioides

sp. em cultivo ou pelo exame direto positivo (hidróxido de potássio a 10%) de

qualquer material suspeito (escarro, líquido cefalorraquidiano, exsudato de tegumento, linfonodos, etc.), ou corados por ácido periódico de Schiff ou impregnação argêntea. A imunodifusão em gel de ágar é o teste imunológico mais empregado na rotina diagnóstica (DE DEUS FILHO, 2009).

O diagnóstico da PCM e de suas repercussões sobre órgãos e sistemas baseia-se em identificação direta, a fresco, em espécimes clínicos variados; exame histopatológico; ou cultura do fungo, todos considerados métodos padrão-ouro; ou em exames hematológicos, sorológicos, de detecção de antígenos, de biologia molecular, funcionais e de imagem (AMBRÓSIO et al., 2014).

Faria et al. (2004) garantem que o diagnóstico da blastomicose pode ser sugerido através de provas sorológicas (fixação do complemento, imunodifusão radial) e confirmado pelo isolamento do agente através de exame a fresco, cortes histológicos ou cultivos de espécimes clínicos. Murray et al. (2009) acrescentam que esses cultivos devem ser feitos em meio micológico seletivo e não seletivo, ambos incubados entre 25°C E 30°C e a 37°C.

A cultura do escarro tem uma positividade de 8-34%. Deve-se considerar que nem sempre o isolamento do Aspergillus sp significa que está ocorrendo infecção, uma vez que pode ocorrer contaminação das amostras ou colonização, sendo comum em pacientes que utilizaram antibioticoterapia (AMORIM et al., 2004). De

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acordo com Carvalho (2013) o meio de cultura mais utilizado é o Sabouraud dextrose ágar.

Xavier e colaboradores (2009) apontam que a técnica de imunodifusão pode ser utilizada para a pesquisa de anticorpos nas micoses pulmonares causadas por

H. capsulatum, P. brasiliensis e Aspergillus sp (forma alérgica e bola fúngica), mas é

comum acontecerem resultados falso-negativos em casos de pacientes imunossuprimidos. Considera também o exame histopatológico associado à reação tecidual o padrão ouro de diagnóstico nas micoses oportunistas como a aspergilose.

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5. DISCUSSÃO

Das micoses estudadas foram notadas similaridades quanto ao tipo de pacientes acometidos nas formas sintomáticas, quadro clínico e tratamento.

.

Micose:

Pacientes acometidos por formas sintomáticas:

Quadro Clínico: Tratamento:

Histoplasmose Imunodeprimidos

tosse, febre, mal-estar, emagrecimento e adenopatia hilar Anfotericina B e azolíticos Coccidioidomicose Imunodeprimidos febre, mal-estar, tosse e dor torácica do tipo pleurítica. Anfotericina B e azolíticos Paracoccidioidomicose Imunodeprimidos astenia, anorexia, febrícula vespertina, até síndrome febril, tosse, hemoptoicos e dor torácica Sulfonamidas, azolíticos, anfotericina B e Terbinafrina Blastomicose Imunodeprimidos febre alta, infiltrados lobares e tosse Anfotericina B e Itraconazol Aspergilose Imunodeprimidos tosse, hemoptise, dispnéia e emagrecimento; fadiga, dor torácica e febre Anfotericina B, Variconazol, Itraconazol e Corticóide

As doenças, independente dos agentes causadores, acometem pacientes imunodeprimidos, seus respectivos quadros clínicos apresentam tosse, febre e dor torácica como sintomas iniciais, e o tratamento em todos os casos, menos em ABPA, consiste no uso de antifúngicos como a anfotericina B e azolíticos.

O diagnóstico é o que mais vai diferir de uma doença para outra, onde cada uma vai apresentar um padrão ouro diferente, variando de acordo com o quadro clínico de cada paciente.

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6. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório e é especificado pela análise e seleção do que foi publicado posteriormente sobre o tema.

Foi determinado por levantamento e análise de dados publicados a respeito da micose pulmonar e seus tipos, a seleção das informações foi realizada através da procura em artigos científicos, livros e arquivos da internet que esclareceram e auxiliaram na compreensão da problemática do tema.

Foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica nos seguintes jornais e revistas científicas: Jornal Brasileiro de Pneumologia, Revista da faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, Revista Médica de Minas Gerais, Revista Pulmão RJ, Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, Revista Brasileira de Medicina, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Revista Radiologia Brasileira e European Journal of Microbiology and Infectious Diseases. Foram coletadas também informações da sexta edição do livro Microbiologia Médica de Murray et al., além de teses de mestrado doutorado em forma de arquivos online.

Os dados foram encontrados utilizando os seguintes descritores e as palavras-chave: "Histoplasmose", "Aspergilose", "Coccidioidomicose", "Pacoccidioidomicose" e "Blastomicose". Foram realizados os seguintes cruzamentos: "histoplasmose pulmonar", "aspergilose pulmonar" e "micose pulmonar por aspergillus".

Os artigos de escolha foram publicados entre 2003 e 2016, sendo 19 selecionados. Foram também utilizados dois livros pertencentes à biblioteca Maria Amélia Uchôa – localizada no Centro Universitário Tiradentes – a fim de complementar a literatura, além de duas teses de doutorado e uma tese de mestrado encontrados como documentos online.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As micoses pulmonares acontecem, geralmente, pela inalação do agente etiológico presente no ar, poeira, fezes de aves, solo, água e materiais em decomposição. Apesar de não oferecer grandes riscos para indivíduos saudáveis, podem trazer grandes complicações ao acometer pacientes imunodeprimidos com quadros de AIDS, linfoma, leucemia e recém- transplantados, que são grupos com manifestações mais frequentes. Por isso se torna importante voltar os olhares para a eficácia, rapidez e precisão dos métodos de diagnostico clínicos e laboratoriais. Tendo como base as informações anteriormente citadas nessa revisão bibliográfica, é possível observar que o meio externo associado às condições do hospedeiro, são fatores que podem possibilitar a infecção efetiva pelo patógeno. Na sua terapia podemos observar que em todas as variedades de micoses são tratáveis com antifúngicos.

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8. REFERÊNCIAS

AIDÉ, M. A. Histoplasmose. Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 35, n. 11, p. 1145-1151, 2009.

AMATO, A. C. M; DICHTCHEKENIAN, R. B; MORILLO, M. G. Histoplasmose Pulmonar. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de

Sorocaba, vol. 4. n. 1-2, p. 62-65, 2002.

AMBRÓSIO, A. V. A; et. al. Paracoccidioidomicose (doença de Lutz-Splendore-Almeida) - manifestações clínicas. Revista Médica de Minas Gerais, vol. 24, n. 1, p. 67-73, 2014. A

AMBRÓSIO, A. V. A; et. al. Paracoccidioidomicose (doença de Lutz-Splendore-Almeida): tratamento, duração do tratamento, recidiva, reação paradoxal, prognóstico, profilaxia. Revista Médica de Minas Gerais, vol. 24, n. 1, p. 74-80, 2014. B

AMBRÓSIO, A. V. A; et. al. Paracoccidioidomicose (doença de Lutz-Splendore-Almeida): propedêutica complementar, diagnóstico diferencial, controle de cura. Revista Médica de Minas Gerais, vol. 24, n. 1, p. 81-92, 2014. C

AMORIM, D. S; et. al. Infecções por Aspergillus spp: aspectos gerais. Revista

Pulmão RJ, vol. 13, n. 2, p.111-118, 2004.

BROOKS, G. F; et al. (1954). Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26a edição. Santa Catarina: AMGH Editora, 2014. 864p

CAPONE, D; et. al. Micoses Pulmonares. Revista Hospital Universitário Pedro

Ernesto, vol. 9, n. 2, p. 72-80, 2010.

CARVALHO, L. I. C. Aspergillus e aspergilose – Desafios no combate da doença.

Disponível em: <http://docplayer.com.br/10039568-Aspergillus-e-aspergilose-desafios-no-combate-da.html> Acesso em: 20/05/2017.

DE DEUS FILHO, A. Manifestações Respiratórias das Micoses: estudo em população com pneumopatia no estado do Piauí. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp060374.pdf> Acesso em: 06/06/2017. DE DEUS FILHO, A. Coccidioidomicose. Jornal Brasileira de Pneumologia, vol. 35, n. 9, p. 920-930, 2009.

FARIA, E. C; et. al. Micoses Pulmonares. Revista Brasileira de Medicina, 2004. FERREIRA, M. S.; BORGES, A. S. Histoplasmose. Revista da Sociedade

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GAVRONSKI, S; et al. Dignóstico laboratorial de aspergilose invasiva: avaliação de métodos moleculares e detecção de antígenos. Revista Brasileira de Análises

Clínicas - RBAC, vol. 48, n. 2, p.96-109, 2016

LOPES, A. J; et. al. Aspergiloses Pulmonares. Pulmão RJ, vol. 13, n. 1, p. 34-44, 2004.

MORAES, M. A. P; et. al. Coccidioidomicose: novo caso brasileiro. Revista da

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Referências

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