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mção aos fins sociais a que em comum. A regra do !te, e busca tutelar a boa-fé
impossibilidade prática de )cumentos do domicílio de dedor do veículo.
ito impossibilita também a rceiro que possui o bem ão seguinte:
:tiver anotada no órgão de !nsão, com base no art. 30
alvar que o veículo não n poder de terceiro que nome (2° TACIVIL - AI
9-08-98).
ninação do gravame de lriedade, sem autorização Julento, não podendo por que adquiriu o veículo ) ineficaz em relação a
: desnecessário que as n o arquivamento do ) Cartório de Títulos e rreta da lei, a alienação
lZ perante terceiros, de
egistro previsto no art.
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A
ECONOMIA NORMATIVA E O DIREITO
ECONÔMICO
BENEDITO CABRAL DE MEDEIROS FILHO
Doutor em Ciência Social e Mestre em Economia pela EPGCSIUSP, Advogado, Economista, Sociólogo e Matemático, Professor Titular de Fundamentos de Economia Geral e Economia Política da Universidade Ibirapuera . UNlb, onde acumula asfunções de Coordenador Geral dos Cursos de Pós-Graduação. Ocupa a cadeira de n° 15 da Academia Paulistana Maçônica de Letras.
PARTE I - INTRODUÇÃO
De acordo com J. Petrelli Gastaldi, "Economia Política é a ciência que trata das leis que governam a produção, a circulação e o consumo das riquezas". É importante mencionar que as riquezas econômicas são representadas por bens e serviços que se encontram disponíveis na sociedade.
Os campos de atuação da Economia, em princípio, abrangem dois grandes segmentos da vida econômica:
- Economia Positiva ou Natural: que se preocupa com os fatos e fenômenos econômicos da forma como eles ocorrem,
natu~almente, no dia-a-dia da sociedade. Consiste de duas atuações distintas, porém interligadas:
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a) Economia Descritiva: que cuida da observação sistemática da ação econômica. Identifica e descreve o seu comportamento; e
b) Teoria Econômica: que, à luz da Economia Descritiva, formula princípios, teorias, leis ou modelos que possam representar o comportamento da ação econômica e dos seus agentes (produtores, consumidores e o próprio governo). 2 - Economia Normativa: que, de forma institucionalizada,
através de leis, normas ou regulamentos, estabelece como os fatos e as ações econômicas devem ser. Chama-se Política Econômica e a sua função primordial é aplicar os resultados, conclusões e desenvolvimento da Teoria Econômica, para a melhor condução da ação e dos fenômenos econômicos. Quando a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira -, no Capítulo I - Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica, nos Artigos 170 a 181, estabelece os princípios de como a Economia deve funcionar no Brasil, estamos diante de um exemplo concreto de Economia Normativa. O mesmo se pode dizer do conteúdo do Código Comercial, do Direito do Trabalho, da Legislação Fiscal e Tributária, dentre outras disposições econômicas atribuídas ao Estado.
Assim, como conseqüência do que foi exposto, o Estado, via Economia Normativa, estabelece como pretende que a Economia funcione em seu País na forma de Política Econômica.
PARTE Il - CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DO DIREITO
ECONÔMICO
Direito Econômico Internacional:
O Direito Econômico, tanto doméstico como internacional, emerge de um contexto da globalização da economia mundial. Cada Estado, nos seus interesses econômicos internos e externos, procura estabelecer parcerias, no âmbito das transações
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Operar num mundo globalizado significa estar qualificado e competente para não só entender as relações econômicas internas como, também, estabelecer as condições mínimas de atuação internacional.
Ademir Buitoni , em "O Direito na Balança da Estabilização Econômica (do Cruzado ao Real)", diz que o Direito Econômico se trata, entre outras características, a de ser um ramo do Direito ainda não codificado.
Quanto ao Direito Econômico Internacional, João Bosco Leopoldino da Fonseca, em Direito Econômico, estabelece que é o ramo do Direito Internacional que regulamenta, de um lado a instalação sobre o território dos Estados de diversos fatores de produção (pessoas e capitais) de proveniência estrangeira e, por outro lado, as transações internacionais relativas a bens, serviços e capitais.
Nos dizeres de Leopoldino da Fonseca, o Direito Econômico Internacional surgiu com a finalidade de estabelecer políticas econômicas que tenham por objetivo o aprimoramento constante do desenvolvimento econômico entre as diversas nações da comunidade mundial. Diante deste contexto, quando se fala em ordem econômica internacional, está implícito que deve existir o ordenamento dos atos e/ou fatos econômicos, representados pelo conjunto coerente de regras jurídicas bem como a atuação de pessoas ou empresas para a formação e concretização dessas normas ou regras. É o que se pode entender por Economia Normativa Internacional ou Direito Transnacional.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - "General Agreement on Tariffs and Trade"- GATT, foi criado em 1948 com a finalidade de expandir o comércio internacional, reduzindo os
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direitos alfandegários bem como regular as operações de trocas internacionais. O G ATT constitui um bom exemplo de Direito Econômico. Foi extinto em 15/04/94, em Marrocos, dando lugar à Organização Mundial de Comércio - "WTO - World Trade Organization" .
A partir da Primeira Guerra Mundial, e mais fortemente a partir da Segunda, introduzem-se critérios que se aplicam também aos países antigamente colônias, conforme Fábio Nusdeo. Criou se documentação internacional, representada por pactos ou acordos entre as Nações como, por exemplo, o Pacto da Sociedade das Nações e a Carta das Nações Unidas procurando desenvolver a cooperação entre as Nações e para lhes garantir paz e segurança.
Em sessões plenárias da ONU - Organização das Nações Unidas, no ano de 1974, foram aprovadas a Declaração da Nova Ordem Econômica Internacional bem como a Carta de Direitos e Deveres Econômicos dos Estados. Destaque-se que essa Carta foi baseada nos 15 princípios de:
a) soberania, integridade territorial e independência política dos Estados;
b) igualdade soberana de todos os Estados; c) não agressão;
d) não intervenção;
e) benefício mútuo e eqüitativo; f) coexistência pacífica;
g) igualdade de direitos e livre determinação dos povos; h) solução pacífica de controvérsias;
i) reparação das injustiças existentes por império da força, que privem uma nação dos meios naturais necessários para seu desenvolvimento normal;
j) cumprimento de boa-fé das obrigações internacionais; k) respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais;
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m) fomento da justiça social internacional;
n) cooperação internacional para o desenvolvimento; e
o) livre acesso ao mar e desde o mar para os países sem litoral dentro do marco dos princípios ora enunciados.
Tais princípios devem reger as relações econômicas, políticas e de outra índole entre os Estados no concerto das Nações. Ainda, parafraseando Nusdeo(7). A expressão Comércio Internacional é hoje em dia tomada como sinônimo de Economia Internacional, muito embora a palavra comércio possa ter uma conotação mais mercantil, no sentido de dizer respeito a bens corpóreos ou produtos, sinteticamente: importação e exportação. ... Com o tempo, a expressão Comércio Exterior ou Internacional superou a conotação puramente mercantil, para englobar o mesmo tipo de operações visadas pela expressão Economia Internacional, aquela, talvez, mais vinculada ao enfoque jurídico; esta, ao prisma econômico.
Direito Econômico Regional:
"Outra tendência recente na economia mundial é a da proliferação de acordos regionais de comércio. Existem atualmente quase uma centena de tais acordos e entre eles se destacam: a União Européia, o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), o Bloco do Yen e o MERCOSUL. Destes, o mais sofisticado é o acordo europeu, que uma moeda única para seus quinze membros a partir do ano 2000. O NAFTA é mais modesto em suas ambições, propondo implantar uma área de livre comércio entre EUA, Canadá e México até o ano 2008. O Bloco do Yen, envolvendo o Japão e seus vizinhos asiáticos, é um bloco informal onde as transações comerciais têm se expandido a taxas extremamente elevadas, em função do grande dinamismo do crescimento econômico daquela região. O MERCOSUL é um acordo que envolve Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai,
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destinado a implantar até o ano 2006 um mercado comum entre estes países"(8).
Direito Econômico Doméstico:
Cada Estado é autônomo e independente para estabelecer as leis, normas e regulamentos que governam as atividades humanas voltadas à produção, circulação, distribuição (repartição) e o consumo das riquezas econômicas (produtos, bens e serviços). Assim, o Estado ao estabelecer "como deve funcionar a economia", cria um conjunto de condições que constitui o que se denomina Economia Normativa ou Política Econômica adotada no país, como ações estratégicas para proporcionar a saúde das suas atividades econômicas.
Como conceito básico, "Economia Política é a ciência que trata das leis que governam a produção, a circulação e o consumo das riquezas"(l). Desta maneira, "de forma institucionalizada, estabelece como os fatos e as ações econômicas devem ser. Chama-se Política Econômica e sua função primordial é aplicar os resultados, conclusões e desenvolvimento da Teoria Econômica, para a melhor condução da ação e fenômenos econômicos. ... Como exemplos de Economia Normativa, no Brasil, podemos citar:
Plano Real;
a legislação fiscal e tributária do País; código Comercial;
a Constituição Federal quanto ao Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira (Artigos 170 a 181);
direito do Trabalho; e
código de Defesa do Consumidor, dentre outros"(2).
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BIBLIOGRAFIA COl
BUITONI, Ademir.
econômica (do Cru
GASTALDI, José Pet Paulo: Saraiva, 195 ~~OillmOMF ~o~J~ciro:Frn MEDEIROS FILHO, economia geral e e Constituição da Rep Saraiva, 1999.
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PARTE lU - CONCLUSÕES:
As decisões do país de integrar-se a um bloco econômico regional, ou pactos e acordos internacionais, traz, de imediato, as necessidades de:
- Cumprir as determinações fixadas no acordo econômico correspondente; e
- Revisar e adequar a sua economia normativa doméstica às novas condições supranacionais adotadas.
É preciso entender que o ramo emergente do Direito Econômico, na sua abrangência internacional, exige uma harmonia e integração entre as economias normativas interna e externa do País. Esta ação estratégica do Estado requer o cumprimento das regras elementares da Metodologia Científica, resumidas em: observar, analisar e concluir, procedendo às reformas que se fizerem necessárias para a perfeição do conjunto de direitos e obrigações a que passa patrocinar e pertencer.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BUITONI, Ademir. O· direito na balança da estabilização econômica (do Cruzado ao Real). São Paulo: LTr, 1997.
GASTALDI, José Petrelli. Elementos de economia política. São Paulo: Saraiva, 1992.
LEOPOLDINO DA FONSECA, João Bosco. Direito econômico.
Rio de Janeiro: Forense, 1997.
MEDEIROS FILHO, Benedito Cabral de. Fundamentos de economia geral e economia política. São Paulo: Éfeta, 1998.
Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1999.
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MONTaRa FILHO, André Franco ... I et aI I . Manual de economia. Equipe de Professores da USP, São Paulo: Saraiva,
1998.
NUSDEO, Fábio. Curso de economia - Introdução ao direito econômico. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1997.
OLIVEIRA, Pérsia Santos. Introdução à sociologia. São Paulo:
Ática, 1993.