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Rodada #1 Direito Internacional Público

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Academic year: 2021

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Assuntos da Rodada

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: Direito internacional público: conceito, fontes e fundamentos. Atos internacionais. Tratados: validade; efeitos; ratificação; promulgação; registro, publicidade; vigência contemporânea e diferida; incorporação ao direito interno; violação; conflito entre tratado e norma de direito interno; extinção. Convenções, acordos, ajustes e protocolos. Domínio público internacional: mar; águas interiores; mar territorial; zona contígua; zona econômica; plataforma continental; alto-mar; rios internacionais; espaço aéreo; normas convencionais; nacionalidade das aeronaves; espaço extra-atmosférico. Estado. Atos unilaterais do Estado. Normas imperativas (jus cogens). Obrigações erga omnes. Soft Law. Responsabilidade internacional. Soberania. Conceito de Huber na decisão arbitral no caso Holanda v. EUA de 1928. Intervenção e não intervenção. Decisão da Corte Internacional de Justiça no caso Nicarágua v. EUA de 1986. Limites para atuação do Estado. Caso Lotus, decidido pelo Tribunal Permanente de Justiça Internacional em 1927. Imunidade à jurisdição estatal. Jurisdição internacional e imunidade de jurisdição. Opiniões de Rezek e Guillaume separadas da decisão final no caso Arrest Warrant (Congo x Bélgica, 2000). Abdução de estrangeiros. Casos relevantes na jurisprudência internacional: Eichmann, Verdugo-Urquidez sobre busca e apreensão extraterritorial (EUA) e Alvarez-Machain (EUA). Consulados e embaixadas. Diplomatas e cônsules: privilégios e imunidades. Organizações internacionais: conceito; natureza jurídica; elementos caracterizadores; espécies. População; nacionalidade; tratados multilaterais; estatuto da igualdade. Estrangeiros: vistos; deportação, expulsão e extradição: fundamentos jurídicos;

Rodada #1

Direito Internacional Público

Professora Jamile Gonçalves Calissi

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

2 reciprocidade e controle jurisdicional. Asilo político: conceito, natureza e disciplina. Proteção internacional dos direitos humanos. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Direitos civis, políticos, econômicos e culturais. Mecanismos de implementação. Direito Internacional dos Refugiados. Os dispositivos convencionais, legais e administrativos referentes ao refúgio. Tipos de perseguição. O papel dos órgãos internos e o controle judicial. Conflitos internacionais. Meios de solução: diplomáticos, políticos e jurisdicionais. Soluções pacíficas de controvérsias internacionais (Capítulo VI da Carta da ONU). Ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão (Capítulo VII da Carta da ONU). Cortes internacionais. Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional (Convenção de Palermo). Decreto nº 5.015/2004 (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional). Decreto nº 5.017/2004 (protocolo adicional à convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional relativo à prevenção, repressão e punição do tráfico de pessoas, em especial mulheres e crianças). Decreto nº 5.687/2006 (Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção; Convenção de Mérida). Convenções internacionais sobre terrorismo: Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas; Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo; Convenção Interamericana Contra o Terrorismo. Resolução nº 1.373/2001 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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a. Teoria

1. O termo Direito Internacional foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy Bentham. O termo Público foi incluído posteriormente por influência francesa, para diferenciar do privado. Ainda há autores que se referem a Direitos das Gentes (jus gentium).

1.1 Deve-se conceituar o Direito Internacional Público (DIP) como a disciplina jurídica que estuda o complexo normativo das relações de direito público externo. As relações interestatais não constituem, contudo, o único objeto do direito internacional público: além dos estados, cuja personalidade jurídica internacional resulta do reconhecimento pelos demais estados, outras entidades são modernamente admitidas como pessoas internacionais, ou seja, como capazes de terem direitos e assumirem obrigações na ordem internacional.

1.2 Tais pessoas, ou são coletividades criadas artificialmente pelos próprios Estados - o que lhes empresta um reconhecimento implícito - como as Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e entidades congêneres, ou são de criação particular, como a Cruz Vermelha Internacional, a Ordem de Malta e outras associações reconhecidas, de âmbito internacional.

1.3 Alguns tratadistas reconhecem no próprio indivíduo personalidade jurídica internacional, vale dizer, capacidade para ser sujeito de direitos e obrigações internacionais, em determinadas situações. Há ainda casos especiais de personalidade internacional de fato, como o das comunidades beligerantes, reconhecidas como tais, cuja atuação incide no âmbito do direito internacional público.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

5 2. Direito Transnacional: esse termo foi criado para superar a dicotomia entre público e privado.

CLÁSSICO MODERNO

Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre os ESTADOS soberanos. Essa concepção remonta à Paz de Vestfália, que consolidou o sistema moderno dos Estados. Definição estreita: não contempla a pessoa humana (destinatário), nem outros sujeitos de direito internacional.

Conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional:

ESTADOS, ORGANIZAÇÕES

INTERNACIONAIS, EMPRESAS e

INDIVÍDUOS.

3. O DIP é fator de organização da sociedade que tem como missões:

a) Redução da anarquia nas relações internacionais e delimitação das competências de seus membros;

b) Regulação da cooperação internacional;

c) Tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância;

d) Satisfação de interesses comuns entre os Estados.

4. FUNDAMENTO: explica a razão de existir do Direito Internacional Público e tem, entre outras, as seguintes teorias explicativas:

Voluntarista: o fundamento do DIP está na vontade dos Estados.

Antivoluntarista ou Objetivista: as normas encontram seu fundamento em normas imediatamente superiores (Teoria da norma-base de Kelsen).

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

6 5. FONTE: explica de onde o Direito Internacional Público tira a sua obrigatoriedade.

VOLUNTARISMO (corrente positivista) OBJETIVISMO

As normas de DIP são obrigatórias porque os Estados e OIs expressaram livremente sua VONTADE livre em fazê-lo, de forma expressa (tratados) ou tácita (aceitação generalizada de um costume). Vertentes:

- Autolimitação da vontade (Jellinek);

- Vontade coletiva (Triepel);

- Consentimento das nações (Oppenheim);

- Delegação do direito interno (Max Wenzel).

As normas de DIP são obrigatórias porque surgem da dinâmica da sociedade internacional, sendo irrelevante a vontade dos sujeitos de DIP, tendo sobre eles uma PRIMAZIA NATURAL. Vertentes:

- Jusnaturalismo;

- Teorias sociológicas do direito; - Teoria da norma-base de Kelsen; - Direitos fundamentais dos Estados.

É criticada por condicionar toda a regulamentação internacional à mera vontade dos Estados.

É criticada por minimizar o papel da vontade dos sujeitos de DIP na criação das normas internacionais e, assim, facilitar o surgimento de normas que podem não corresponder aos anseios legítimos do povo.

Voluntaristas - Segundo PELLET o voluntarismo jurídico constrói-se na afirmação fundamental de que “se o

Objetivistas – teoria surgida no século XIX como reação à corrente voluntarista, apregoa a obrigatoriedade do Direito

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

7 direito se impõe a todos os membros da

coletividade, é porque emana de uma vontade que é superior, não na essência, mas simplesmente porque é a vontade de um ser superior, que ocupa a posição suprema no seio da sociedade. Este ser superior é o Estado”.

Internacional pela existência de princípios e normas superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma vez que a sobrevivência da sociedade internacional depende de valores superiores que devem ter prevalência sobre as vontades e os interesses domésticos.

- Da Autolimitação (GEORG JELLINEK): o Estado, por sua própria vontade, submete-se às normas do DIP e limita sua soberania;

- Do Direito Estatal Interno (MAX WENZEL): o fundamento do DIP é encontrado no ordenamento nacional. - Da Vontade Comum (HEINRICH TRIEPEL): o DIP nasce não da vontade de um ente estatal, mas da conjugação das vontades unânimes de vários Estados, formando uma só vontade coletiva;

- Do Consentimento das Nações (HALL E OPPENHEIM): o fundamento do DIP é a vontade da maioria dos Estados de um grupo, exercida de maneira livre, mas sem exigência da unanimidade.

- Procura por uma norma superior (DIONÍSIO ANZILOTTI): afirma a existência de uma norma superior que fundamenta

- Teoria Pura do Direito (KELSEN): na ordem internacional, o fundamento da força obrigatória do direito convencional assenta no princípio da pacta sunt servanda. Considerando que este é um princípio do Direito Internacional Costumeiro, admite que o direito convencional, na hierarquia das normas jurídicas internacionais está abaixo do direito consuetudinário. Já o fundamento positivo para o costume internacional é a norma hipotética fundamental, da qual decorrem todas as demais;

- Teorias Sociológicas: as normas internacionais têm origem em um fato social que se impõe aos indivíduos;

- Teorias Jusnaturalistas: as normas internacionais impõem-se naturalmente, por terem fundamento na própria natureza humana;

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

8 a regra segundo a qual no domínio

internacional o Estado está vinculado por sua vontade. Foi buscar no princípio da

pacta sunt servanda a norma superior

fundamental do Direito Internacional. PELLET, ao criticar essa teoria, aponta que a suposta norma de valor jurídico absoluto é indemonstrável.

Críticas: - Se o Direito Internacional encontra o seu fundamento de obrigatoriedade na vontade coletiva dos Estados, basta que um deles, de um momento para outro, se retire da coletividade ou modifique a sua vontade original para que a validade do Direito Internacional fique comprometida, o que ocasionaria grave insegurança às relações internacionais. - MAZZUOLI afirma que a teoria voluntarista não explica como um novo Estado, que surge no cenário internacional, pode estar obrigado por um tratado internacional, norma costumeira ou princípio geral do Direito de cuja formação ele não participou com o produto da sua vontade.

- Direitos Fundamentais dos Estados: o DIP fundamenta-se no fato de os Estados possuírem direitos que lhe são inerentes e que são oponíveis em relação a terceiros.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

9 6. Pacta sunt servanda: É O PRINCÍPIO BÁSICO DO DIP. As obrigações internacionais pressupõem a manifestação dos Estados soberanos. O que foi pactuado deve ser cumprido.

7. As fontes são os documentos ou pronunciamentos de que emanam direitos e deveres das pessoas internacionais configurando os modos formais de constatação do direito internacional.

7.1 Destaca-se o fenômeno atual chamado de descentralização das fontes dos direitos das gentes. Nesse sentido, verifica-se uma reavaliação das fontes do Direito Internacional Público (por isso alguns autores preferem denominar as fontes de primárias e meios auxiliares).

7.2 É possível, também, dividi-las em fontes formais (elementos que provocam o aparecimento das normas jurídicas, influenciado sua criação e conteúdo) e fontes materiais (determinam a elaboração de certa norma jurídica; são os fatos que demonstram a necessidade e a importância da formulação de preceitos jurídicos, que regulem certas situações).

7.3 As fontes do Direito Internacional apareceram ao longo da história e foram inicialmente consolidadas dentro do Estatuo da Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), firmado no âmbito da Liga das Nações, após a 1ª Guerra Mundial. Posteriormente, essa corte foi substituída pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) que no art. 38 de seu estatuto elencou as seguintes fontes:

Artigo 38

1. A Corte, cuja função seja decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que sejam submetidas, deverá aplicar;

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

10 a) as convenções internacionais, quer gerais, quer particulares, que

estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;

b) o costume internacional, como prova de uma prática geralmente aceita como direito;

c) os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas; d) sob a ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para determinação das regras de direito.

2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte para decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isso concordarem.

7.4 O art. 38 não configura um rol exaustivo que impeça a sociedade internacional de revelar outras fontes.

7.5 O art. 38 do Estatuto da Corte não pronuncia qualquer grau hierárquico entre as fontes. Nesse sentido há hierarquia entre os tratados e as demais fontes do Direito Internacional, mesmo porque a validade das normas convencionais depende da regra consuetudinária pacta sut servanda. 7.6 Na prática, os tribunais internacionais têm dado preferência às disposições específicas, de caráter obrigatório, dos tratados internacionais vigentes, sobre o direito costumeiro e sobre os princípios gerais de Direito Internacional. Mas ressalva-se que esta prática somente pode ser aceita se a norma consuetudinária não forma uma norma imperativa de Direito Internacional geral, ou seja, de jus cogens, que não pode ser derrogada por um tratado entre dois Estados.

7.7 Destaca-se que não se pode confundir “hierarquia de fontes” com “hierarquia de normas”. As fontes referem-se às formas de manifestação

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

11 das disposições do Direito, ao passo que as normas trazem as próprias regras de conduta. Assim é possível que princípios e regras encerrados nas mesmas fontes ocupem níveis hierárquicos diferentes dentro de um ordenamento, como é o caso da norma de jus cogens consagrada em um tratado, que deve preponderar sobre regras presentes em outros tratados. 7.8 Além das fontes descritas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça a doutrina reconhece outras decorrentes unicamente das relações internacionais. Essas fontes são a analogia, a equidade, os atos unilaterais dos Estados, as decisões das organizações internacionais, o as normas de jus

cogens e as normas soft law.

7.9 Tratados:

Mesmo sem a hierarquia, os Tribunais dão primazia aos tratados em relação aos demais, os costumes em relação aos princípios gerais. Os tratados são a fonte mais segura e mais completa e concreta do DIP. Os tratados trazem segurança jurídica e estabilidade para as relações internacionais.

O Direito que regulamenta e disciplina os tratados no plano internacional é o Direito dos Tratados, que regula a forma como negociam as partes; os órgãos encarregados da negociação; a forma de entrada em vigor do tratado; e a aplicação internada do tratado.

7.10 Costumes:

Historicamente, os costumes sempre foram a principal fonte do DIP.

A que sua importância advém do fato de não existir ainda no campo do Direito Internacional, um centro integrado de produção normativa, não obstante a atual tendência de codificação das normas internacionais de origem consuetudinária. O costume internacional tem tido um papel importante na formação e desenvolvimento do Direito Internacional, primeiro, por estabelecer um corpo de regras universalmente aplicáveis em

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

12 vários domínios do direito das gentes e, segundo, por permitir a criação de regras gerais que são regras-fundamento de constituição da sociedade internacional.

A formação de uma norma costumeira internacional requer dois elementos: um de caráter material e objetivo; e outro de caráter psicológico e subjetivo: caráter material/objetivo: é a prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um ato na esfera das relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos. É a inveterata consuetudo, que constitui o conteúdo da norma costumeira; caráter psicológico/subjetivo/espiritual: é a convicção de que tal pratica é juridicamente obrigatória. Trata-se da opinio juris, também denominada de opinio juris

sive necessitatis, que significa a convicção do direito ou da necessidade.

A ausência do segundo elemento, isto é, da opinio juris é a diferença entre um uso e um costume.

PROBLEMA: o costume é uma prática que se pensa obrigatória em relação a todos os Estados. E o novo Estado é obrigado a seguir o costume do qual não participou de sua formação? O novo Estado é obrigado a participar de um costume, de cuja criação não participou? Há correntes sobre o tema:

1ª. Corrente euro americana: historicamente, é muito mais antiga do que a latino-americana. O Estado novo é obrigado a aderir ao costume, porque já encontra uma sociedade internacional pronta, se o Estado novo quer participar da sociedade internacional deve aceitá-la como está. DOUTRINA MAJORITÁRIA.

2ª. Corrente Latino-Americana: o novo Estado não é obrigado a aceitar.

3ª. Corrente Mista: os novos Estados não são obrigados a aderir ao costume, EXCETO em se tratando de regras de jus cogens, ou seja, regras obrigatórias, EXEMPLO: regras de proteção de direitos humanos.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

13 O que ocorre quando um tratado é celebrado contrariamente em relação ao costume? Se não há hierarquia entre eles, mas o tratado pode revogar costume.

E o costume pode revogar tratado? O costume pode revogar o tratado na prática, mas, tecnicamente, não, porque o tratado é uma norma escrita, que para ser revogado precisa de outra norma escrita. No caso específico, o tratado não será mais utilizado porque está em DESUSO.

Por não haver hierarquia entre as fontes, podem ser aplicados os métodos tradicionais de solução de conflitos sobre a matéria (critério cronológico, da especialidade, etc.). Tais critérios também podem ser utilizados em caso de conflitos entre costumes, os quais podem se dar entre dois costumes gerais, dois costumes regionais ou entre um costume geral e um costume regional. Nos dois primeiros casos o costume posterior (lex posterior) prevalece sobre o anterior e, no segundo, o costume regional (lex specialis) prevalece sobre o geral.

7.11 Princípios gerais do Direito:

Os princípios gerais do Direito são as normas de caráter mais genérico e abstrato que incorporam os valores que fundamentam a maioria dos sistemas jurídicos mundiais, orientando a elaboração, interpretação e aplicação de seus preceitos e podendo ser aplicadas diretamente às relações sociais.

Os princípios gerais do Direito, tal qual previstos no Estatuto da CIJ, referem-se reconhecimento de tais princípios por parte da sociedade dos Estados, em seu conjunto, como formas legítimas de expressão do Direito Internacional Público. Portanto, os princípios gerais do Direito seriam aqueles aceitos pelos Estados in foro domestico.

7.12 Princípios gerais do Direito Internacional Público

Os princípios gerais do Direito Internacional Público são as normas de caráter mais genérico e abstrato que alicerçam e conferem coerência ao

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

14 ordenamento jurídico internacional, orientando a elaboração e aplicação das normas internacionais e a ação de todos os sujeitos de Direito das Gentes. Dentre os princípios gerais do Direito Internacional apontam-se: a soberania nacional; a não intervenção; a igualdade jurídica entre os Estados; a autodeterminação dos povos; a cooperação internacional; a solução pacífica de controvérsias; e o esgotamento dos recursos internos antes do recurso a tribunais internacionais. Ademais, ressalta o autor que adquire relevo cada vez maior o princípio da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais. Em âmbito doméstico a Constituição elenca em seu art. 4º os princípios adotados pelo Brasil em suas relações internacionais:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

15 A CIJ tem a faculdade de decidir EX AEQUO ET BONO, ou seja, com equidade e justiça. Em algumas situações especiais, pode ser empregada a EQÜIDADE (decisão pautada por justiça e ética), se as partes com isso concordarem. 7.14 Meios auxiliares:

São MEIOS AUXILIARES: a DOUTRINA dos juristas mais qualificados das mais diferentes nações e a JURISPRUDÊNCIA (decisões judiciárias).

A jurisprudência internacional é o conjunto de decisões reiteradas no mesmo sentido, em questões semelhantes, proferidas por órgãos internacionais de solução de controvérsias. As decisões abrangem as decisões dos TRIBUNAIS ARBITRAIS INTERNACIONAIS. A JURISPRUDÊNCIA INTERNA também faz parte das decisões judiciárias.

A jurisprudência consiste nas reiteradas manifestações judiciárias dando a casos semelhantes a mesma solução. Tecnicamente, a jurisprudência não é fonte de direito, mas sim fonte de interpretação do direito. O direito não nasce da jurisprudência, já que ela somente é responsável pela interpretação do direito pré-existente. A jurisprudência ocorre em casos contenciosos, não ocorrendo em caso de competência consultiva, porque não existe jurisprudência de pareceres.

Doutrina jurídica: conferências, pareceres, trabalhos para formação dos tratados.

7.15 Analogia não é meio auxiliar, ela consiste na aplicação à determinada situação de fato de uma norma jurídica feita para ser aplicada em caso semelhante. É um perigo usar a analogia em DIP, porque pode ser prejudicado do direito da parte, principalmente, quando envolver direitos humanos. O artigo 38 do ECIJ não faz menção à analogia.

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16 7.16.1 Decisões Tomadas no Âmbito das Organizações Internacionais:

As decisões das Organizações Internacionais (na sua condição de sujeito do DIP) são atos institucionais, dos quais os Estados não participam senão indiretamente. Essas decisões devem manifestar-se obrigatoriamente com efeito “externa corporis” para manifestar-serem consideradas fonte de DIP. Essas decisões (assim como as decisões dos Estados) são unilaterais, eis que emanadas de um único órgão, ao qual se atribui (por meio do tratado-fundação da organização) o poder se emitir decisões com poderes vinculantes para os Estados-partes.

Muitas dessas decisões de organizações internacionais, a exemplo de algumas resoluções da ONU, podem deter o valor jurídico de “jus cogens”. Para saber os limites dos poderes decisórios de certa organização internacional, tem que se analisar o seu tratado-fundação.

São exemplos de decisões tomadas no âmbito das organizações internacionais:

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17 Assembléia Geral da ONU

Decisões Resoluções

FMI Resoluções

Comunidade Econômica Européia Diretrizes ou diretivas

Comunidade Européia do Carvão e do Aço

Recomendações

Conselho de Segurança da ONU (artigo 25)

Mandatórias

O Conselho de Segurança da ONU é o único órgão com poder de tomar decisões efetivamente mandatórias, as quais os membros das Nações Unidas têm que acatar e fielmente executar, nos termos do art. 25 da Carta da ONU (“Os Membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança, de acordo com a presente Carta”). As resoluções relativas a questões internas também são obrigatórias.

Os demais órgãos da ONU formulam recomendações, que não tem cunho vinculante.

7.16.2 Atos Unilaterais dos Estados:

Partindo-se da premissa voluntarista de que as normas de Direito Internacional se fundamentam no consentimento dos Estados e das Organizações Internacionais, os atos unilaterais não poderiam ser fontes do direito das Gentes. Contudo, a dinâmica das relações internacionais revela que atos cuja existência tenha dependido exclusivamente da manifestação de um Estado terminam por

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

18 influenciar as relações internacionais, gerando consequências jurídicas independentemente da aceitação ou envolvimento de outros entes estatais.

Assim, ato unilateral do Estado é uma manifestação de vontade inequívoca formulada com a intenção de produzir efeitos nas suas relações com outros Estados ou organizações internacionais, com o conhecimento expresso destes ou destas.

7.16.3 As normas de jus cogens:

As normas de jus cogens não constam no rol do artigo 38, a Convenção de Viena sobre os tratados (artigo 53) fala em normas superiores à vontade dos Estados, que não podem ser modificadas sequer pelos tratados internacionais.

Artigo 53- Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens)

É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. A emergência do “jus cogens” nada mais representaria do que o abandono das teorias voluntaristas exacerbadas dos séculos passados. Elas são rígidas (diferente das soft Law). Para boa parte da doutrina as normas de jus cogens provêm ou podem vir a provir tanto do costume internacional quanto do direito convencional e ainda dos princípios gerais de direito.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

19 7.16.4 As normas de soft law

O termo "soft law" refere-se a instrumentos "quase-legais" que não têm caráter juridicamente vinculativo, ou cuja força de ligação é um pouco "mais fraca" do que a força obrigatória das leis tradicionais, muitas vezes referidas como "hard law", em contraste com a "soft

law". Tradicionalmente, o termo "soft law" é associado ao direito

internacional, embora mais recentemente tenha sido transferido para outros ramos do direito interno também.

8. Ao se estudar a noção histórica da relação entre os países, notaremos que na medida em que os países tornaram-se independentes e soberanos, aumentava também a necessidade de relações internacionais continuadas, permanentes e estabelecidas sobre bases jurídicas. Para tanto, era necessário fixar regras, normas, que disciplinassem tais relações.

O estudo do DIP não se faz alheio à realidade das interações jurídico-políticas entre os países e as relações sócio-econômicas que existem. É certo que às vezes temos alguma resistência em conhecer além do que trata as normas de DIP, dissociando o pensamento das relações internacionais e da história. Tal proceder empobrece a visão tanto do próprio direito quanto da sociedade internacional e a torna incompleta. De uma postura elitista e oligárquica dos países europeus, onde se originaram as primeiras regras de DIP, caminhado para um complexo de relações e de uma quantidade significativa de países em comparação com o início histórico, foi necessária a construção normativa baseada nos costume e, aos poucos, sendo transformada em regras aceitas, culminando em regras escritas. Reconhece-se, hoje, a existência de uma sociedade internacional cujas relações são constantes, contínuas, permanentes, baseadas em regras escritas e costumeiras, permeadas por representações diplomáticas, diplomacia parlamentar e um aparato normativo substancial.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

20 A produção das normas dentro do direito interno nos diversos Estados que compõem a sociedade internacional, principalmente nos Estados ocidentais, quer de origem romanística, quer de origem no sistema do common law, obedece, em geral, a um padrão centralizado em que as instituições que compõe o poder do país, classicamente chamado tripartição do poder, têm um papel bem definido.

9. Assim é que se tem o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Fala-se, por isto, que é um sistema centralizado. O reconhecimento histórico desta situação demonstra que houve um caminhar histórico ruma a tal sistema normativo nos países. Ora por meios pacíficos, ora por meios violentes, resultou em uma certa homogeneidade nos países ocidentais, em primeiro lugar e, evolutivamente, pode-se dizer na maioria dos países pertencentes à sociedade internacional.

10. Na sociedade internacional, partindo-se da produção normativa baseada em grande parte no costume internacional e na codificação parcial alcançada até hoje através do Tratados, é real que esta sociedade estruturou-se de forma diversa das sociedades nacionais internas. Por isso diz-se que a sociedade internacional tem certas características que a diferenciam do direito interno dos Estados.

São as seguintes características da sociedade internacional:

DESCENTRALIZAÇÃO: não há um centro de poder de onde parta a administração mundial, nem a produção de normas. Não há um parlamento permanente, com uma Constituição ou um Tratado que lhe fixe as regras e lhes dê legitimidade. Os vários sujeitos, especialmente os Estados e as Organizações Internacionais, em consenso, fixam as regras jurídicas. Não se antevê um Poder Executivo, como se percebe nos direitos internos.

INEXISTÊNCIA DE PODER JUDICIÁRIO: essa premissa está sofrendo certas alterações. Mesmo assim, o Tribunal Internacional de Justiça não julga qualquer causa e, ainda

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

21 assim, julga apenas aquelas referentes a Estados que estejam vinculados à ONU. Os juízes representam as macro-regiões em que o mundo está dividido. A jurisdição do Tribunal não é obrigatória para quem não a aceita.

INEXISTÊNCIA DE UM LEGISLADOR CENTRAL: de fato, não se concebe um parlamento mundial, eleito pelos países com alguma forma de representação, que discutisse e votasse leis internacionais. A produção normativa está adstrita principalmente aos Tratados Internacionais. Como regra, obriga-se ao Tratado quem o ratificou ou aderiu posteriormente. Em muitos casos, há a formulação de reservas que exclui certas obrigações. Por isso, não se fala em lei internacional no sentido de uma norma produzida a partir de um parlamento.

INEXISTÊNCIA DE FORÇA POLICIAL INTERNACIONAL: não há uma polícia judiciária internacional. A possibilidade de uso de força, em razão de alguma desobediência à decisão do Tribunal Internacional é possível, contudo, nunca foi usada. Associado a isto, está o fato de que o uso da força somente pode ser autorizado pelo Conselho de Segurança que arrebanhará entre os Estados as forças para manter a paz e a segurança internacionais, não tendo uma aplicação como polícia judiciária.

RELAÇÃO HORIZONTAL E DE COORDENAÇÃO: as relações internacionais baseiam-se em uma horizontalidade e coordenação. Partindo-se da idéia de igualdade soberana dos Estados, as relações entre eles se dão em um nível de coordenação, tendo a ONU exercido o papel de coordenadora. Não há subordinação nem hierarquização. Na Assembléia Geral, aliás, cada país representa um voto, a refletir a igualdade soberana. A ONU não impõe condutas, apenas coordena o que os Estados decidem no seio da Organização.

Além do mais, o DIP difere do direito interno porque neste há subordinação na relação entre o Estado e seus indivíduos, enquanto que naquele há coordenação enquanto princípio que preside a convivência organizada entre as soberanias.

O que rege o DIP, em especial, é o pacta sunt servanda, princípio no qual o que foi pactuado deve ser cumprido.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

22 Assim, não há subordinação no DIP, há o direito que livremente os Estados Nacionais pactuaram entre si.

11. São tendências do DIP:

UNIVERSALIZAÇÃO: O Direito Internacional não é mais um Direito europeu-americano,

mas universal. É compreendida também pela multiplicação de tratados multilaterais (afastando-se de relações de reciprocidade dos tratados bilaterais) surgindo relações de caráter vertical com a sociedade internacional (como no âmbito da ONU). Manifesta-se ainda no aparecimento da ideia de um patrimônio comum da Humanidade seja ele natural (o alto mar e os recursos marinhos) ou cultural.

REGIONALIZAÇÃO: Criação de espaços regionais de cooperação.

INSTITUCIONALIZAÇÃO: Não é mais um direito que regula apenas relações entre

Estados, mas também entre os organismos internacionais, de âmbito territorial (universais e regionais), fins e meios (de integração e cooperação) variados. Também tem levado na criação de direitos institucionais, próprios dessas organizações tal como é o direito comunitário europeu.

FUNCIONALIZAÇÃO: relacionada com a anterior num duplo sentido. Por um lado, o

direito internacional, extravasando cada vez mais o âmbito das meras relações externas entre os Estados e penetrando cada vez mais em quaisquer matérias a nível interno, assume tarefas de regulamentação e de solução de problemas (como saúde, trabalho, ambiente, etc.). Por outro lado, a funcionalização tem se traduzido na multiplicação de organizações internacionais de âmbito setorial, em particular as da chamada família das Nações Unidas.

HUMANIZAÇÃO: Direito Internacional dos Direitos do Homem, incremento do direito

humanitário, convenções de Genebra, Convenção de 1997, proteção das minorias, dos refugiados e das populações autóctones, aparecimento da figura da ingerência humanitária, responsabilidade criminal internacional por crimes contra a humanidade

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

23 e outros crimes de violação dos direitos do Homem. Nesta tendência tem tido um papel predominante não só as organizações internacionais, mas também organizações não governamentais, como a Anistia Internacional.

OBJETIVAÇÃO: ou desvoluntarização do Direito Internacional. Como colocado por Jorge

Miranda, é a superação definitiva do dogma voluntarista (segundo o qual a vontade dos atores internacionais é o fundamento único da existência do Direito Internacional Público). Em primeiro lugar o “jus cogens", em segundo lugar a interpretação de várias regras da Convenção da Viena de 1969, em um sentido objetivista, tais como o regime das reservas, da validade dos Tratados e das modificações dos tratados. Também está ligada ao desenvolvimento de uma responsabilidade internacional de pendor objetivista, particularmente no domínio do Ambiente, do Direito do Mar, e do Direito do Espaço.

CODIFICAÇÃO: codificação do Direito Internacional com uma tríplice finalidade:

-sistematização e de reforço de segurança jurídica;

-função de integração dos novos Estados surgidos na ordem jurídica internacional; e -de racionalização e de desenvolvimento do Direito Internacional.

JURISDICIONALIZAÇÃO: O desenvolvimento de tribunais internacionais, para lá do TIJ,

órgão das Nações Unidas, tribunais de direitos do homem, tribunais das comunidades européias, tribunais criminais internacionais.

12. Há dicotomia entre a relativização da soberania nacional e manutenção de sua importância.

- O DIP é um direito de “coordenação”, em oposição ao direito interno, que é de “subordinação”.

- O DIP distingue-se pela ampla descentralização da produção normativa (ocorre em vários âmbitos).

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

24 - O DIP não é um mero conjunto de intenções de caráter político. É composto de normas jurídicas, obrigatórias para seus destinatários.

- A fragmentação também é característica do DIP (heterogeneidade de suas normas). - A diversidade de temas regulados pelo DIP leva à criação de ramos específicos (DIDH, Direito Internacional do Trabalho, Direito Internacional do Meio Ambiente etc).

13. A cooperação internacional entre Estados é uma das mais evidentes vertentes do DIP na atualidade. Na concepção tradicional, os Estados soberanos teriam poderes para tratar de todos os problemas que ocorressem em seu território de forma independente de outros entes. Na prática isso não acontece.

A cooperação internacional não é um meio apenas para combater problemas, mas também constitui instrumento adicional, pelo qual os Estados podem promover seu desenvolvimento econômico e social (ex.: mecanismos de integração social).

Exemplo do fundamento da cooperação internacional refere-se à energia atômica, com a celebração do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e a criação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

14. Na jurisdição internacional, os entes que a exercem normalmente são criados por tratados, que definem as respectivas competências e modo de funcionamento. Podem ser judiciais, arbitrais ou administrativos.

O DIP tem como um de seus pilares a IGUALDADE FORMAL ENTRE OS ESTADOS, independentemente de qualquer aspecto fático ou econômico.

Regra geral: OS ESTADOS NÃO SÃO AUTOMATICAMENTE JURISDICIONÁVEIS PERANTE AS CORTES E TRIBUNAIS INTERNACIONAIS, AINDA QUE SEJAM PARTE DO TRATADO DE CRIAÇÃO DESSA JURISDIÇÃO INTERNACIONAL. É o caso do CIJ, que só

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

25 pode apreciar um processo envolvendo um Estado se este aceitar seus poderes para julgá-lo em um caso específico.

A maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados ou OIs participem de seus procedimentos. Exceções: A CORTE EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS PERMITE QUE UM INDIVÍDUO PROCESSE UM ESTADO EUROPEU; O TPI JULGA PESSOAS NATURAIS ACUSADAS DE CRIMES CONTRA A HUMANIDADE.

15. A relação entre o DIP e o direito interno geralmente é feita dentro da Constituição de cada Estado. Duas teorias examinam essa relação:

DUALISMO MONISMO

- HÁ DUAS ORDENS JURÍDICAS DISTINTAS E INCONFUNDÍVEIS (DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO

INTERNO). ASSIM, PARA A

APLICAÇÃO INTERNA DE UMA NORMA INTERNACIONAL, DEVE HAVER SUA INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO INTERNO (TEORIA DA INCORPORAÇÃO).

- Os tratados são apenas compromissos assumidos na esfera externa, sem capacidade de gerar efeitos no interior dos Estados.

- Se houver a incorporação, os eventuais conflitos envolverão apenas

- EXISTE APENAS UMA ORDEM JURÍDICA, PASSANDO A NORMA INTERNACIONAL A COMPOR A ORDEM JURÍDICA NACIONAL IMEDIATAMENTE, SEM NECESSIDADE DE INCORPORAÇÃO.

- Em caso de CONFLITO entre as normas, há 2 correntes:

- Monismo internacionalista  primazia do DIP.

- Radical  para Kelsen, o OJ é uno, e o DIP é a ordem hierarquicamente superior, da qual deriva direito interno e a este é subordinado.

- Moderado  tanto o DIP como o nacional podem ser aplicados, entretanto, o eventual

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

26 normas internas.

- Dualismo moderado  não é necessário que o conteúdo das normas internacionais seja inserido em um projeto de lei interna, bastando a incorporação dos tratados ao OJ interno por meio de procedimento específico, distinto do processo legislativo comum, que normalmente inclui apenas a aprovação do parlamento e, posteriormente, a ratificação do Chefe de Estado, bem como, no caso do Brasil, um decreto de promulgação do Presidente da República, que inclui o ato internacional na ordem jurídica nacional.

- O aparente fato de o Brasil ter herdado característica dualista não implica que defendamos que o Brasil adote o dualismo.

descumprimento da norma internacional poderia ensejar a responsabilidade internacional do Estado.

- É A TEORIA ADOTADA PELO DIP: uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado (art. 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados).

- Monismo nacionalista  primazia do direito interno (soberania estatal absoluta). Os Estados só se vinculariam às normas com as quais consentirem.

O STF ADOTA O MONISMO

NACIONALISTA: PREVALECEM AS REGRAS INTERNAS.

15.1 Para resolução da questão foram desenvolvidas várias teorias buscando equacionar o problema, dentre as quais se destacam a dualista e a monista. com a emergência de certos ramos do Direito das Gentes com suas particularidades, foram formulados outros critérios de solução desses conflitos, como a primazia da norma mais favorável ao indivíduo no

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

27 campo dos Direitos Humanos (prevalência do imperativo da proteção da pessoa humana).

15.2 DUALISMO:

A teoria dualista parte da premissa de que o DIP e o Direito interno são dois ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes. Como há completa separação entre Direito Interno e Internacional, suas normas não entram em conflito. Para o dualismo, o direito internacional dirige a convivência entre os Estados, enquanto o Direito interno disciplina as relações entre os indivíduos e entre estes e o ente estatal. Com isso, os tratados seriam apenas compromissos assumidos na esfera externa, sem efeitos no interior dos Estados. Além disso, a eficácia das normas internacionais não depende da compatibilidade com a norma interna. Para que um compromisso internacionalmente assumido passe a ter valor jurídico no âmbito do Direito interno do Estado, é necessário que o Direito Internacional seja transformado em norma de Direito Interno, pelo processo conhecido como adoção ou transformação.

(i) Teoria da Incorporação ou da Transformação de mediatização e dualismo: Teoria formulada por Paul Laband, pela qual um tratado poderá regular relações dentro do território de um Estado apenas se for incorporado ao ordenamento interno, por meio de um procedimento que o transforme em norma nacional. Não há a aplicação imediata do tratado, exigindo-se uma transformação do Direito Internacional em Direito Interno, por meio de norma legislativa interna, que incorporaria as normas expostas no instrumento internacional (“incorporação, “transformação” ou “recepção”). Dessa forma, os dois ordenamentos jurídicos – o do Estado e o internacional – podem andar pareados sem, entretanto, haver primazia de um sobre o outro, pois distintas são as esferas de atuações. Assim, não pode um preceito de direito das gentes revogar outro que lhe seja diverso no ordenamento

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

28 interno. O Estado pactuante obriga-se a incorporar tais preceitos no seu ordenamento doméstico, assumindo somente uma obrigação moral, mas se não o fizer, deverá ser, por isso, responsabilizado no plano internacional. Tal responsabilização, decorrente do princípio pacta sunt servanda, deriva de um ilícito internacional, consistente na prática de um ato interno, mesmo que negativo (ex: não incorporação do ato ao ordenamento jurídico nacional). (ii) Teoria do Dualismo Moderado: não é necessário que o conteúdo das normas internacionais seja inserido em um projeto de lei interna, bastando apenas a ratificação dos tratados por meio de procedimento específico que inclua a aprovação prévia do Parlamento e a ratificação do chefe de Estado. Os defensores do dualismo moderado não chegam ao extremo de adotar a fórmula legislativa para que, só assim, o tratado entre em vigor no país, mas admitem a necessidade de um ato formal de internalização como um decreto ou um regulamento.

15.3 MONISMO:

A teoria monista defende que existe apenas uma ordem jurídica. Logo, as normas internacionais podem ter eficácia condicionada à harmonia do seu teor com o direito interno e a aplicação das normas nacionais pode exigir que estas não contrariem os preceitos de Direitos das Gentes. Caracteriza o monismo a possibilidade de aplicação direta e automática das normas de Direito Internacional pelos agentes do Poder Estatal, pois para essa corrente direito interno e internacional integraram o mesmo sistema.

Nessa concepção o Direito Internacional e o Direito interno convergem para um todo harmônico, em uma situação de superposição em que o Direito interno integra o Direito Internacional, retirando deste a sua validade lógica. É dizer, não existem dois círculos contíguos que se interceptam, mas, ao contrário, dois círculos superpostos (concêntricos) em que o maior representa o Direito Internacional que abarca, por sua vez, o menor,

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

29 representado pelo Direito Interno. Nessa ordem de ideias, podem existir certos assuntos que estejam sob a jurisdição exclusiva do Direito Internacional, o mesmo não ocorrendo com o Direito interno, que não tem jurisdição exclusiva, vez que tudo o que por ele pode ser regulado também o pode ser pelo Direito Internacional (de onde retira o seu fundamento último de validade).

Para a doutrina monista, a assinatura e ratificação de um tratado por um Estado significa a assunção de um compromisso jurídico. Os compromissos exteriores assumidos pelo Estado, dessa forma, passam a ter aplicação imediata no ordenamento interno do país pactuante, o que reflete a sistemática da “incorporação automática” adotada, dentre outros, pela Bélgica, França e Holanda.

Qual o ordenamento deve prevalecer em caso de conflito? Há 2 correntes.

1ª) Para o monismo nacionalista, em caso de conflito deve prevalecer o direito interno de cada Estado. Primazia do Direito interno de cada Estado, fundamentado na soberania estatal absoluta, sendo o ordenamento interno hierarquicamente superior ao internacional. Assim, o arbítrio do Estado só encontra limitação no arbítrio de um outro Estado, jamais nas regras do Direito Internacional Público.

Dois são os argumentos principais dos defensores do monismo com predomínio do Direito interno: a ausência, no cenário internacional, de uma autoridade supraestatal capaz de obrigar o estado ao cumprimento de seus mandamentos, sendo cada Estado o competente para determinar livremente suas obrigações internacionais, sendo, em princípio, juiz único de forma de executá-las; e o fundamento puramente constitucional dos órgãos competentes para concluir tratados em nome do Estado, obrigando-o no plano internacional.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

30 2ª) Para o monismo internacionalista, há o primado do direito Internacional, a que se ajustariam as ordens internas. É a teoria adotada pelo Direito Internacional, conforme teor do artigo 27 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 (Uma parte não pode invocar as

disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado).

A prática reiterada dos Estados e das Cortes Internacionais é de considerar a norma interna um “mero fato”, que expressa a vontade do Estado.

Trata-se de corrente resultante do antivoluntarismo. O monismo internacionalista foi formulado principalmente pela Escola de Viena, cuja figura mais representativa é KELSEN, que entendia que o ordenamento jurídico é uno e que o Direito das Gentes é ordem hierarquicamente superior, da qual derivaria o Direito interno e à qual este estaria subordinado. Isto ocorre, porque o fundamento de validade do Direito Internacional repousa sobre o princípio da pacta sunt servanda, que é a norma mais elevada da ordem jurídica mundial e da qual todas as demais normas derivam, representando o dever dos Estados em cumprirem suas obrigações. Ademais, se as normas de Direito Internacional regem a conduta da sociedade internacional, não podem elas ser revogadas unilateralmente por qualquer dos seus atores, sejam eles Estados ou organizações internacionais.

A consequência lógica da existência de normas internas contrárias ao Direito Internacional é a configuração da responsabilidade internacional do Estado em causa. Assim, o instituto da responsabilidade internacional do Estado passa a ser a sanção eleita pelo sistema jurídico internacional como forma de manter o predomínio do Direito Internacional Público sobre o Direito interno estatal.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

31 Nesse sentido, o tratado teria total supremacia sobre o Direito nacional, e uma norma interna que contrariasse uma norma internacional deveria ser declarada inválida. Essa modalidade do monismo internacionalista é também conhecida como “monismo radical”.

Há, ainda, a vertente do monismo moderado, de Alfred von Verdross, que nega a não-validade da norma interna cujo teor contraria a norma internacional. Assim, tanto o Direito Internacional como o nacional poderiam ser aplicados pelas autoridades do Estado, dentro do que determina o ordenamento estatal. Nesse caso, em caso de aplicação da norma interna, a questão se resumiria à possibilidade de responsabilização internacional do Estado.

Dualismo Monismo

Duas ordens jurídicas distintas e independentes

Uma só ordem jurídica

Impossibilidade de conflito Possibilidade de conflito

Necessidade de incorporação Incorporação automática

a) Dualismo RADICAL - O conteúdo dos tratados deve ser incorporado ao ordenamento interno por lei interna;

b) Dualismo MODERADO - A incorporação exige mera ratificação, com prévia aprovação do Parlamento.

a) Monismo NACIONALISTA - Prevalece a norma interna (SOBERANIA ESTATAL);

b) Monismo INTERNACIONAL - Prevalece a norma do DIP. É previsto na Convenção de Viena de 1969.

MONISMO

INTERNACIONALISTA RADICAL: o tratado prevalece inclusive sobre a

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

32 Constituição. A norma interna

contrária é considerada inválida;

MONISMO

INTERNACIONALISTA MODERADO: o tratado prevalece, com mitigações, sendo possível eventual aplicação do direito interno, sem invalidade (sem prejuízo da resp. internacional).

15.4 POSIÇÃO BRASILEIRA:

No Brasil, o STF entende que é necessária a incorporação interna das normas internacionais através de um “decreto de execução presidencial”, mas não exige a edição de lei interna para incorporar a norma internacional. Por isso, parte da doutrina entende que o STF adotou a corrente do “dualismo moderado” ou “monismo moderado”. Outros entendem que essa opção do STF é dualista.

O Estado brasileiro recorre a ambas as teorias, pois a Constituição brasileira não possui regra específica entre dualismo ou monismo. Também não prevê a figura do decreto presidencial para a entrada em vigor do tratado. A CF/88 prevê apenas a participação do Legislativo e Executivo no processo de formação do tratado. Internacionalmente, o tratado entra em vigor com a ratificação, salvo previsão diversa pelo próprio tratado. Por tal razão, a doutrina critica a posição do STF ao exigir o decreto presidencial, desconsiderando que o tratado já está em vigor internacionalmente em momento anterior.

O certo é que no Brasil, vislumbram-se aspectos do dualismo e do monismo, de modo que não é possível afirmar que o Brasil adota uma corrente específica, recorrendo a elementos de ambas as teorias.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

33 Em relação à hierarquia normativa do tratado internacional (tratado internacional comum e ainda considerando a visão do D. Interno), o STF entende que, regra geral, o “status” normativo é de lei ordinária. Doutrina internacionalista critica essa posição por permitir que lei posterior interna supere o tratado (“treaty override”), em violação ao compromisso internacional assumido (denúncia é o meio próprio para “revogar” tratado).

16. Segundo André de Carvalho Ramos para assumir o papel de regulador das tensões internacionais, no pós-guerra fria e em plena era da globalização, o Direito Internacional sofreu uma forte expansão QUANTITATIVA e, ainda, uma expansão QUALITATIVA.

16.1  Quantitativa – É o aparentemente inesgotável manancial de produção de normas internacionais sobre os mais diversos campos da conduta social. Vai ser expressa por um termo doutrinário chamado INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO, que retrata a expansão e existência de normas internacionais regulando todas as facetas da vida social.

16.2  Qualitativa – Consiste no fortalecimento de procedimentos internacionais de interpretação e cumprimento das normas, superando, em vários sub-ramos do Direito Internacional, a tradicional descentralização e fragilidade na execução das normas internacionais. De acordo com a visão tradicional do Direito Internacional, a sociedade internacional era uma sociedade PARITÁRIA e DESCENTRALIZADA, na qual o Estado era o produtor, destinatário e intérprete das normas. Assim, o Estado poderia violar as normas internacionais, ao mesmo tempo em que alegava estar cumprindo-as, em um verdadeiro TRUQUE DE ILUSIONISTA.

16.3 OU SEJA: a expansão quantitativa do Direito Internacional ensejou uma expansão qualitativa, com a criação de inúmeros tribunais

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

34 internacionais e órgãos quase judiciais que fornecem uma interpretação imparcial e CONCRETIZAM O DEVER DE CUMPRIMENTO DAS NORMAS INTERNACIONAIS. Há, na atualidade, uma proliferação dos próprios mecanismos de solução de controvérsia, gerando a CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL.

A constitucionalização do Direito Internacional, por sua vez, consiste em um fenômeno pelo qual o Direito Internacional mimetiza institutos outrora reservados ao Direito Constitucional, como criação de tribunais, proteção de direitos fundamentais, rule of law, acesso direto de indivíduos, julgamento de indivíduos no campo penal (até com pena de caráter perpétuo), entre outros.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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b. Mapas Mentais

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c. Revisão 1

QUESTÃO 01 – CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5º REGIÃO - 2017

Um problema perene que envolve discussões teóricas e práticas é a coexistência de normas internacionais com normas nacionais. A esse respeito, assinale a opção correta.

a) As correntes teóricas que estabelecem critérios para justificar a solução de conflitos normativos entre as normas internacionais e as normas internas prescindem dos ordenamentos jurídicos nacionais.

b) O fato de um Estado não poder invocar uma norma jurídica doméstica para se escusar de uma obrigação internacional significa que o direito internacional ignora o direito interno.

c) Na hipótese de conflito entre uma norma constitucional e uma norma internacional prevalecerá a primeira, pois apregoa-se a obrigatoriedade do direito internacional às regras do direito interno, em decorrência de uma percepção teórica de um monismo do tipo internacionalista.

d) As correntes teóricas dualistas, ainda que moderadas, apregoam uma visão que engloba de forma indistinta tratados internacionais, costumes e princípios gerais de direito.

e) Considera-se o monismo do tipo internacionalista dialógico uma corrente adequada para tratar de conflitos normativos que envolvam direitos humanos, visto que poderia haver a aplicação da norma de direito interno em detrimento da de direito internacional ou vice-versa.

QUESTÃO 02 – CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO - TRF 5º REGIÃO - 2015

Assinale a opção correta relativamente à fundamentação, às fontes e às características do direito internacional público

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

38 a) Admite-se a escusa de obrigatoriedade de um costume internacional se o Estado provar de forma efetiva que se opôs ao seu conteúdo desde a sua formação.

b) Não há previsão expressa de princípios gerais do direito internacional no Estatuto da CIJ.

c) O Estatuto da CIJ estabelece que as decisões proferidas pelas organizações internacionais sejam consideradas fontes do direito internacional público.

d) A corrente voluntarista considera que a obrigatoriedade do direito internacional deve basear-se no consentimento dos cidadãos.

e) O consentimento perceptivo da corrente objetivista significa que a normatividade jurídica do direito internacional nasce da pura vontade dos Estados.

QUESTÃO 03 – CESPE – PROCURADOR – BACEN - 2013

Essas normas não têm o mesmo grau de atribuição de capacidades nem são tão importantes quanto as normas restritivas, mas os Estados comprometem-se a cooperar e a respeitar os acordos realizados, sem submeter-se, no entanto, a obrigações jurídicas.

O fragmento de texto citado acima refere-se a: a) costumes.

b) soft norms.

c) princípios gerais de direito. d) umbrella conventions. e) tratados.

QUESTÃO 04 – CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO

A respeito das fontes do direito internacional público, julgue (C ou E) o item a seguir. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece os princípios gerais de direito como fontes auxiliares do direito internacional

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

39 A par de constantes mudanças verificadas na sociedade internacional, com o surgimento de novos atores e de renovadas demandas, também o direito das gentes se atualiza em terminologias e em conceitos, de modo a abranger novas fronteiras, como o comércio, o meio ambiente e os direitos humanos. No que concerne a esse fenômeno, julgue (C ou E) o item a seguir.

A denominada soft law, de utilização polêmica pela índole programática que comporta, embora desprovida de conteúdo imperativo, é utilizada de forma flagrante em direito internacional do meio ambiente.

QUESTÃO 06 – CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO - 2015

A jurisprudência tem constituído importante acervo de decisões que balizam o desenvolvimento progressivo do direito internacional, não apenas como previsão ideal, mas como efetivo aporte à prática da disciplina. Acerca da aplicação do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, de antecedentes judiciários, de tratados e de costumes, julgue (C ou E) o seguinte item.

A noção de jus cogens, como a de normas imperativas a priori, embora não unanimemente reconhecida em doutrina, é invocada com referência tanto em jurisprudência quanto em direito internacional positivo.

QUESTÃO 07 – CESPE – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL – DPU - 2015

Ainda no que concerne ao direito internacional, julgue o item subsequente.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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d. Revisão 2

QUESTÃO 08 – PGR – PROCURADOR DA REPÚBLICA - 2013

AS NORMAS DE DIREITO INTERNACIONAL PEREMPTÓRIO (JUS COGENS) a) podem ser derrogadas por tratado;

b) só podem ser derrogadas por costume internacional;

c) pressupõem uma ordem pública internacional não disponível para os Estados individualmente;

d) não guardam qualquer relação com o conceito de obrigações erga omnes.

QUESTÃO 09 – CESPE – DELEGADO – DPF - 2013

No que se refere ao Estatuto da Igualdade, às fontes do direito internacional e à extradição, julgue o item subsequente.

É fonte de direito internacional reconhecida a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações.

QUESTÃO 10 – CESPE – PROCURADOR FEDERAL – AGU - 2010

O princípio do objetor persistente refere-se à não vinculação de um Estado para com determinado costume internacional.

QUESTÃO 11 – CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO - 2010

O costume, fonte do direito internacional público, extingue-se pelo desuso, pela adoção de um novo costume ou por sua substituição por tratado internacional.

(41)

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

41 QUESTÃO 12 – CESPE – DIPLOMATA –INSTITUTO RIO BRANCO - 2009

O artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) relaciona o que se costuma designar por fontes do direito internacional público, a serem aplicadas para a resolução das controvérsias submetidas àquela Corte. Acerca desse tema e da jurisdição da CIJ, julgue (C ou E) os seguintes itens.

Pacta sunt servandae e res iudicata são princípios gerais de direito aceitos pela CIJ e

discutidos em casos a ela submetidos.

QUESTÃO 13 – CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO - 2009

O artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) relaciona o que se costuma designar por fontes do direito internacional público, a serem aplicadas para a resolução das controvérsias submetidas àquela Corte. Acerca desse tema e da jurisdição da CIJ, julgue (C ou E) os seguintes itens.

Uma vez que a existência de um costume internacional é reconhecida mediante a comprovação de uma "prática geral aceita como sendo o direito", um Estado pode lograr obstar a aplicação de um costume por meio de atos que manifestem sua "objeção persistente" à formação da regra costumeira, a menos que esta tenha caráter imperativo (ius cogens).

QUESTÃO 14 – CESPE – ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2009

Ao longo da história, empregaram-se diversas denominações para designar o Direito Internacional. Os romanos utilizavam a expressão ius gentium (direito das gentes ou direito dos povos). Entretanto, pode-se afirmar que foi na Europa Ocidental do século XVI que o Direito Internacional surgiu nas suas bases modernas. A Paz de Vestfália (1648) é considerada o marco do início do Direito Internacional, ao viabilizar a independência de diversos estados europeus. O Direito Internacional Público surgiu com o Estado Moderno. Quando da formação da Corte Internacional de Justiça, após a

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

42 II Guerra Mundial, indagou-se quais seriam as normas que poderiam instrumentalizar o exercício da jurisdição internacional (fontes do Direito Internacional Público). Assim, o Estatuto da Corte Internacional de Haia, no art. 38, arrolou as fontes das normas internacionais.

Com relação ao Direito Internacional, julgue os itens a seguir.

O elemento objetivo que caracteriza o costume internacional é a prática reiterada, não havendo necessidade de que o respeito a ela seja uma prática necessária (opinio juris

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