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ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA E A PREVALÊNCIA DE CÁRIE PRECOCE NAS CRIANÇAS DE 0 a 3 ANOS.

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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM PRÁTICAS CLÍNICAS EM SAÚDE DA FAMÍLIA

KELINY TEIXEIRA CAVALCANTE ARAÚJO

ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA E A PREVALÊNCIA

DE CÁRIE PRECOCE NAS CRIANÇAS DE 0 a 3 ANOS.

FORTALEZA 2009

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KELINY TEIXEIRA CAVALCANTE ARAÚJO

ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA E A PREVALÊNCIA

DE CÁRIE PRECOCE NAS CRIANÇAS DE 0 a 3 ANOS.

Projeto de Intervenção submetido à Escola de Saúde Pública do Ceará, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Práticas Clínicas em Saúde da Família.

Orientadora:

Profa Ms. Cláudia Maria Frota Lima Botto.

FORTALEZA 2009

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KELINY TEIXEIRA CAVALCANTE ARAÚJO

ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA E A PREVALÊNCIA

DE CÁRIE PRECOCE NAS CRIANÇAS DE 0 a 3 ANOS.

Especialização em Práticas Clínicas em Saúde da Família Escola de Saúde Pública do Ceará

Aprovado em:___/___/___

Cláudia Maria Frota Lima Botto Mestre

___________________________

Maria Eliane Maciel de brito Mestre

________________________________

Thereza Maria Magalhães Moreira Doutora

____________________________

FORTALEZA 2009

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RESUMO

Apesar dos diversos avanços na prevenção da cárie em geral, a cárie precoce na infância continua atingindo muitas crianças. Este fato pode estar relacionado à alta freqüência do consumo de sacarose associada à ausência de métodos de higiene bucal e à falta de orientação dada aos pais e/ou responsáveis a respeito da manutenção da higiene oral de seus filhos e da importância da dentição decídua. O objetivo desta intervenção é reduzir a incidência e a prevalência de cárie precoce nas crianças de 0 a 3 anos da Unidade Básica de Saúde da Família da Sede I, do município de Aquiraz-Ce. Para isso, serão realizadas palestras educativas direcionadas aos pais e/ou responsáveis a respeito da importância da saúde bucal dessas crianças; reuniões com a equipe multiprofissional desta Unidade, onde será repassado a necessidade do atendimento odontológico da criança de 0 a 3 anos; assim como implantar a rotina de atendimento odontológico dessa clientela. Esta intervenção será avaliada através de um exame da cavidade bucal das crianças e de um questionário aplicado aos pais e/ou responsáveis. Espera-se, com a realização desta intervenção, que a incidência e a prevalência da cárie precoce na infância sejam reduzidas na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde da Família da Sede I do município de Aquiraz-Ce. Dessa forma, o atendimento desses pacientes deve-se iniciar o mais precocemente possível, assumindo grande importância na instalação de hábitos saudáveis.

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ABSTRACT

Despite the various advances in the prevention of cavities in general, early cavities in infancy continue to affect many children. This fact may be related to the high frequency of sucrose consumption associated with the absence of oral hygiene methods and the lack of guidance given to parents and/or responsible adults regarding the maintenance of their children’s oral hygiene and the importance of deciduous teeth. The objective of this intervention is to reduce the incidence and prevalence of early cavities in children aged 0 to 3 in the Family Health Primary Unit in Headquarters I, in the municipality of Aquiraz, in the Brazilian state of Ceará. To this end, educational lectures directed at the parents and/or responsible adults will be held on the importance of their children’s oral health. In addition, there will be meetings with the multi-professional team at the Unit where the necessity of orthodontic care for this age group will be conveyed, as well as how to implement a routine for orthodontic care for this young client group. This intervention will be evaluated through an examination of the children’s oral cavity and a questionnaire for parents and/or responsible adults. As a result of this intervention, it is expected that the incidence and prevalence of early cavities in infancy be reduced in the area covered by the Family Health Primary Unit in Headquarters I, Aquiraz-CE. In this manner, care of these patients should begin as early as possible, taking on great importance in establishing healthy habits.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1 INTRODUÇÃO ... 07

2. OBJETIVOS ... 11

2.1 Objetivo Geral ... 11

2.2 Objetivos Específicos... 11

3. REVISÃO DA LITERATURA ... 12

3.1 Educação em Saúde e a Prevenção da Cárie Dentária ... 12

3.2 Fatores Etiológicos da Cárie na Primeira Infância ... 14

3.3 Características Clínicas da Doença e seu Tratamento ... 16

3.4 Higiene Bucal da Criança e do Bebê... 17

4 METODOLOGIA... 21

4.1 Cenário e Sujeitos da Intervenção ... 21

4.2 Procedimentos da Intervenção ... 21

4.3 Resultados Esperados da Intervenção ... 23

4.4 Avaliação da Intervenção... 24

5 CRONOGRAMA... 25

REFERÊNCIAS ... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS – Agente Comunitária de Saúde.

CDC – Center for Desease Control and Prevention. ECC – Early childhood caries.

SB Brasil – Condições de saúde bucal na população brasileira. UBASF – Unidade Básica de Saúde da Família.

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1 INTRODUÇÃO

Apesar dos diversos avanços na prevenção da cárie em geral, o aparecimento da mesma na infância continua atingindo muitas crianças, chegando, em alguns países, a variações de prevalência de 2,5% a 1,5% (CASTILHO et al., 2001; SCLAVOS et al., 1998). Em uma pesquisa com 638 crianças na região rural de Okayama, a prevalência da mesma foi de 13,7% (TSUBOUCHI et al., 1994). No Brasil, a prevalência desse tipo de lesão cariosa com 2.264 crianças de zero a 36 meses de idade, atendidas na Bebê Clínica em Londrina-PR, atingiu o percentual médio de 26,5% (WALTER ; NAKAMA, 1992).

Segundo o SB Brasil quase 27% das crianças de 18 a 36 meses de idade apresentam pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie dentária, um número considerado alto, levando em consideração que essas crianças com esse tipo de lesão só possuem dentes a menos de dois anos e meio na cavidade bucal, sendo que a proporção chega a quase 60% das crianças com 5 anos de idade. No Brasil, a média é de 1,7 dentes com cárie por criança, de 18 a 36 meses, e no Ceará a média é de 1,84 (BRASIL, 2003).

O município de Aquiraz está situado na costa leste do litoral cearense, a 27 Km de Fortaleza e possui uma população de 70.439 habitantes (IBGE 2008), espalhadas em uma área de 480,9 Km². A economia do município é baseada na agropecuária, indústria e serviços, sendo dado destaque especial ao turismo.

A UBASF (Unidade Básica de Saúde da Família) da Sede I possui uma população total de 2.936 habitantes (898 famílias). A população de crianças de 0 a 3 anos da área de abrangência desta Unidade é de 192. Embora não exista nenhum levantamento epidemiológico realizado nesse município, o número de crianças de 18 a 36 meses de idade com lesões de cárie que comparecem ao consultório odontológico da UBASF da Sedes I é muito elevado. Este fato pode ser relacionado à alta freqüência do consumo de sacarose neste período, associada à ausência de métodos de higiene bucal. Ainda observa-se que as mães destas crianças, provavelmente, não receberam orientações durante a gravidez quanto à manutenção da higiene oral de seus bebês, nem sobre a importância da dentição decídua, já que existe uma cultura de que esses dentes não precisam ser tratados, pois serão substituídos

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pelos dentes permanentes, o que faz com que a maioria das mães só procurem pelo atendimento quando a criança apresenta cárie.

Dessa forma, o atendimento dessa clientela deve-se iniciar o mais precocemente possível, assumindo grande importância na instalação de hábitos saudáveis.

A prevenção é a maneira mais eficaz e econômica de se evitar o surgimento e a evolução das doenças bucais. É preciso educar para prevenir, por isso, para promover a saúde bucal é necessário a educação e a motivação do indivíduo. É por meio delas que se procura estabelecer hábitos bucais adequados e duradouros (SANTOS et al., 2002; WALTER et al., 1996).

A prevenção na Odontologia contribui para a melhoria da saúde bucal do indivíduo mesmo antes do seu nascimento. Isso pode ser feito através da educação dos pais e da orientação às gestantes sobre a importância de uma alimentação saudável e adequada, além dos cuidados básicos de higiene bucal, aspectos relacionados com a erupção dos dentes, aleitamento, noções sobre transmissibilidade de bactérias cariogênicas e hábitos de sucção não-nutritivos durante os primeiros meses de vida do bebê mesmo antes da erupção dos dentes. Esses cuidados, além de proporcionarem maior bem-estar à criança, previnem o aparecimento da doença cárie de forma precoce (CORRÊA, 2005b).

O atendimento odontológico deve-se iniciar antes da erupção dos incisivos decíduos, pela oportunidade que existe de prevenir o aparecimento dos sinais e sintomas da cárie dentária ou de minimizar sua incidência e extensão, através de programas educativos e preventivos que visem à manutenção da saúde (BÖNECKER et al., 1997).

Na dentição decídua, a cárie precoce na infância pode desenvolver-se logo no primeiro ano de vida e está relacionada ao desmame tardio, ao uso de chupetas adoçadas, ao consumo de mamadeiras com conteúdos açucarados e hábitos alimentares noturnos associados à falta de higiene (HOLANDA ; RODRIGUES, 2003). Quando a criança dorme sem a realização da limpeza da boca, o líquido contendo carboidratos fornece um meio de cultura excelente para os microorganismos acidogênicos e para agravar a situação, o fluxo salivar fica reduzido nesse período, promovendo um ambiente propício à desmineralização do esmalte (WALTER et al. 1996).

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Além disso, essa doença pode acarretar a perda precoce dos dentes decíduos, ocasionando problemas de fonação, de deglutição atípica e atraso na erupção dos dentes sucessores. Em acréscimo, a perpetuação da cárie nesses dentes dificulta a alimentação, podendo causar desnutrição e ainda afetar psicologicamente a criança (CORRÊA, 2005b).

Certamente, a educação sozinha não é suficiente para a prevenção. A prevenção da cárie na primeira infância deve estar baseada em ações amplas e multidisciplinares, dada a complexidade etiológica desta doença. Porém, a educação em saúde deve ser capaz de desenvolver nas pessoas uma consciência crítica das causas reais dos seus problemas e, ao mesmo tempo, criar uma prontidão para atuar no sentido da mudança (PETRY ; PRETO, 1997).

Deve-se deter profundo conhecimento sobre a realidade de cada pessoa, seu modo de vida, crença, valores e anseios, para conseguir criar a vontade de aprender e estimular o desejo de conquistar e manter sua saúde bucal, de seus filhos e de todos que participem do contexto familiar. Esta completa compreensão da realidade é de suma importância durante todo o processo de motivação, pois somente através do conhecimento prévio dos aspectos sócio-culturais pode-se encontrar uma forma de atuação individualizada, direcionada às necessidades específicas de cada pessoa, e conseqüentemente com maiores chances de sucesso, no que se refere às mudanças comportamentais (FADEL ; KOZLOWSKI JR., 2000).

A filosofia preventiva, juntamente com controles periódicos, mudanças nos hábitos de higiene e fluorterapia, o aconselhamento da dieta e nutrição vem sendo utilizado no tratamento dos pacientes (ALMEIDA ; GUEDES-PINTO, 1998). A cárie precoce é tratada na criança e nos pais e o tratamento inicial constitui-se na educação da família quanto à doença e sua complexidade e no tratamento clínico propriamente dito.

Sendo assim, embora a cárie assuma caráter grave e de difícil tratamento nesta faixa etária, sempre haverá uma medida que o dentista possa utilizar para controlar a doença. Mesmo que o sucesso venha lenta e paulatinamente, os benefícios para a criança serão enormes e garantirão a futura dentição.

Neste contexto, esta intervenção tem fundamental importância para a educação em saúde bucal dos pais e/ou responsáveis das crianças de 0 a 3 anos de idade assim como para a

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rotina do atendimento odontológico destas crianças. Esta intervenção apresenta uma estratégia adequada para prevenir a cárie precoce na infância, proporcionando a manutenção da saúde bucal desse público alvo, tendo como conseqüência o desenvolvimento de adultos saudáveis.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Reduzir a incidência e a prevalência de cárie precoce nas crianças de 0 a 3 anos da Unidade Básica de Saúde da Família da Sede I, do município de Aquiraz-Ce.

2.2 Objetivos Específicos

• Orientar os pais e/ou responsáveis sobre a importância da saúde bucal das crianças de 0 a 3 anos;

• Incentivar a Equipe de Saúde da Família desta Unidade a conscientizar os pais e/ou responsáveis sobre a importância do atendimento odontológico à criança de 0 a 3 anos;

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Educação em Saúde e a Prevenção da Cárie Dentária.

Um provérbio chinês conta que um homem perguntou a um sábio qual seria a melhor idade para iniciar a educação de seu filho. E o sábio respondeu: “Cem anos antes do nascimento dele”.

A educação é a conscientização para a resolução de problemas muito tempo antes que eles ocorram. É a partir da conscientização que surge a prevenção, ou seja, prevenir é antecipar-se a algum acontecimento com o objetivo de interceptar o seu curso, quando conveniente (CORRÊA, 2005b).

A conscientização é um ato de conhecimento, uma aproximação crítica da realidade; portanto a educação em saúde trata de conscientizar as pessoas ao invés de apenas procurar educá-las. No caso da Odontologia não basta educar bem e democraticamente é necessário também fazer o possível para resolver os problemas de cada comunidade e fazer com que ela crie as condições para que seus problemas sejam resolvidos (PINTO, 2000).

Dessa forma, a prevenção na Odontologia contribui para a melhoria da saúde bucal do indivíduo mesmo antes do seu nascimento. Isso pode ser feito através da educação dos pais e da orientação às gestantes sobre a importância de uma alimentação saudável e adequada, além dos cuidados básicos de higiene bucal, aspectos relacionados com a erupção dos dentes, aleitamento, noções sobre transmissibilidade de bactérias cariogênicas e hábitos de sucção não-nutritivos durante os primeiros meses de vida do bebê mesmo antes da erupção dos dentes. Esses cuidados, além de proporcionarem maior bem-estar à criança, previnem o aparecimento da doença cárie de forma precoce (CORRÊA, 2005b).

A prevenção da doença cárie tem como principal objetivo impedir o aparecimento de lesões incipientes e não simplesmente restringir os danos da doença. A educação gerando a prevenção se torna ainda mais relevante quando a população, cuja saúde bucal pretende-se manter, é constituída por crianças de pouca idade. Neste caso, a primeira fonte de atenção deve ser os pais. Estes, durante o processo de educação, deverão ser conscientizados sobre as

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necessidades odontológicas de seus filhos, mesmo e ainda enquanto bebês. Deverão também ser informados sobre o processo de formação da doença e, principalmente, receber orientações sobre a importância e utilização das medidas preventivas (CASTILHO, et al., 2001).

O atendimento odontológico deve iniciar antes da erupção dos incisivos decíduos, pela oportunidade que existe de prevenir o aparecimento dos sinais e sintomas da cárie dentária ou de minimizar sua incidência e extensão, através de programas educativos e preventivos que visem à manutenção da saúde (BÖNECKER et al., 1997).

Nos primeiros anos de vida os hábitos alimentares são de grande importância, não apenas pelo possível desenvolvimento de lesões de cárie, mas também pela formação de futuros hábitos alimentares, sendo um grande indicador de risco à cárie. Neste aspecto, a mamadeira é um importante meio de ingestão de açúcar na infância (FRAIZ, 1998), que deve ser ressaltado durante as orientações preventivas aos pais. Isto porque a mamada noturna, no primeiro ano de vida, determina uma possibilidade de gerar cárie de 9,5%, e na idade de 13 a 24 meses ocorre em mais de 60% das crianças (NOWAK, 1997; WALTER et al., 1997).

O flúor está associado à prevenção da doença cárie e tem sido o elemento mais utilizado para fortalecer as estruturas dentais em todas as suas formas de administração, seja ela sistêmica, através de fluoretação da água de abastecimento ou prescrição de suplementos na forma líquida ou de comprimidos; e na forma tópica, através dos dentifrícios, bochechos, géis e vernizes de flúor (NARVAI, 2000).

Certamente, a educação sozinha não é suficiente para a prevenção. A prevenção da cárie na primeira infância deve estar baseada em ações amplas e multidisciplinares, visto a complexidade etiológica desta doença.

Somente através do compromisso perante a educação para a saúde, assumida pelos profissionais da saúde, na busca de uma assistência preventiva capaz de oferecer aos pacientes uma visão melhor de seus direitos, bem como a consciência sobre o seu real lugar como agente de sua própria saúde é que efetivamente estaremos contribuindo para uma condição de vida mais adequada de nossa população. Nosso papel também é de direcionar e orientar CORRÊA, 2005a).

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Deve-se deter profundo conhecimento sobre a realidade de cada pessoa, seu modo de vida, crença, valores e anseios, para conseguir criar a vontade de aprender e estimular o desejo de conquistar e manter sua saúde bucal, de seus filhos e de todos que participem do contexto familiar. Esta completa compreensão da realidade é de suma importância durante todo o processo de motivação, pois somente através do conhecimento prévio dos aspectos sócio culturais pode-se encontrar uma forma de atuação individualizada, direcionada às necessidades específicas de cada pessoa, e, consequentemente, com maiores chances de sucesso, no que se refere às mudanças comportamentais (GUIMARÃES et al., 2003).

Na área materno-infantil, ajudar a gestante a buscar desde o início da gestação uma relação consigo mesmo e com o novo ser pautada no afeto, na segurança e no respeito são fundamentais. Não podemos nos limitar a orientações específicas fornecidas à mulher/criança/família após as dificuldades já instaladas e sim crer e lutar para o alcance de uma assistência integral, preventiva e humana desde o início.

3.2 Fatores Etiológicos da Cárie na Primeira Infância.

A etiologia da doença é multifatorial e está associada à higiene bucal deficiente, hábitos alimentares inadequados e transmissibilidade vertical dos microorganismos cariogênicos (SANT’ANNA, et al., 2002). Os três fatores de risco de relevância para a doença cárie (microorganismos, substrato e hospedeiro) interagem para que ocorra a rápida desmineralização e formação de cavidade no esmalte.

A cárie é conseqüência do desequilíbrio entre os fatores de desmineralização e remineralização do esmalte dentário, relacionando-se diretamente com a manutenção de um pH do meio bucal menor que 5,5. O potencial de desenvolvimento da cárie deve ser discutido em relação aos fatores do hospedeiro que possibilitam maior formação e retenção de placa; dos fatores salivares em termos de capacidade tampão e fluxo salivar, tanto em deficiência, como sua inacessibilidade a todas as superfícies dentais; dos fatores microbiológicos em termos de capacidade de induzir a pH mais crítico e da dieta do paciente em termos de freqüência e/ou retenção do açúcar na cavidade bucal (LUZ ; CAMPOS, 2003).

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A forma mais comum de manifestação da cárie precoce em crianças jovens tem etiologia específica associada a hábitos de dormir ingerindo leite açucarado, ou qualquer outra soluça rica em açúcares, como, por exemplo, xaropes, mel, suco de frutas adoçado, chá e até mesmo o leite materno. O aparecimento da doença é melhor compreendido quando associamos três fatores predisponentes da doença: bactérias presentes na boca; tempo demasiado de líquidos fermentáveis na boca da criança, oferecidos várias vezes ao dia, entre as refeições principais, incluindo durante à noite, associados à ausência de higiene bucal adequada (HOLANDA ; RODRIGUES, 2003).

A soma de todos esses fatores leva a esse quadro, porque o fluxo salivar é fisiologicamente reduzido ou praticamente nulo à noite, ocorrendo estagnação de carboidratos na superfície do dente por horas seguidas, provocando a descalcificação do esmalte e o surgimento das cáries (CORRÊA, 2005a).

A cárie aguda na criança jovem é um quadro reconhecido, na verdade, uma doença de natureza multifatorial complexa em que o aleitamento é um dos fatores determinantes, talvez o mais forte, e denominada de várias formas, tais como “cárie de mamadeira”, “cárie de aleitamento” e “cárie de mamadeira noturna”, entre outras, as quais representam uma só doença. Neste sentido, o CDC ( Center for Desease Control and Prevention) propôs que este quedro multifatorial fosse denominado “early childhood caries”, (sigla ECC) (REISINE ; DOUGLASS, 1998).

Na Odontologia, tem sido denominada “cárie precoce na infância” o termo mais frequentemente utilizado para a expressão do inglês “early childhood caries”, que constitui um quadro grave, agudo, que obriga a mãe a procurar um serviço de odontologia para seu filho na idade entre 0 e 36 meses (CORRÊA, 2005b).O ponto comum entre estes termos está compreendido na função central do uso inapropriado da mamadeira na etiologia e na progressão das lesões cariosas (HOLANDA ; RODRIGUES, 2003).

É um tipo de destruição dental associada ao íntimo contato com líquidos açucarados fermentáveis da mamadeira com os elementos dentais durante o dia ou à noite (durante o sono) ou, ainda, a uma alimentação prolongada no seio materno além da idade considerada normal para o desmame (CASTILHO, et al., 2001).

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3.3 Características Clínicas da Doença e seu Tratamento.

O primeiro sinal da presença da cárie é uma faixa de desmineralização de cor branca, opaca, ao longo do colo do dente, próxima à gengiva, que com o tempo torna-se escurecida. Essas lesões vão se estendendo em direção às proximais e aumentando gradativamente em profundidade, podendo até alcançar a superfície palatina. As lesões vão surgindo à medida que os dentes vão erupcionando, seguindo a seqüência de erupção, com exceção dos incisivos inferiores. Estes, por sua vez, estão mais protegidos pela presença da língua, que atua como barreira mecânica, dificultando a exposição dos mesmos aos agentes cariogênicos e também pela postura da cabeça da criança, pela posição do bico da mamadeira ou mamilo e pela secreção das glândulas salivares sublinguais (CALACHE et al., 1989).

A evolução desse tipo de cárie constitui um quadro grave, agudo, causando dor, infecção dentária e abscessos. Além disso, essa doença pode acarretar na perda precoce dos dentes decíduos, ocasionando problemas de fonação, de deglutição atípica e atraso na erupção dos dentes sucessores. Em acréscimo, a perpetuação da cárie nesses dentes dificulta a alimentação, podendo causar desnutrição e ainda afeta psicologicamente a criança (CORRÊA, 2005b).

Deve-se orientar os pais e gestantes sobre o desenvolvimento oral e dental, uso do flúor, hábitos orais não nutritivos, prevenção aos hábitos deletérios, higiene oral e os efeitos que a dieta pode apresentar sobre a dentição.

Seguindo a filosofia preventiva, juntamente com controles periódicos, mudanças nos hábitos de higiene e fluorterapia, o aconselhamento da dieta e nutrição vem sendo utilizado no tratamento dos pacientes (ALMEIDA ; GUEDES-PINTO, 1998). A cárie precoce é tratada na criança e nos pais e o tratamento clínico inicial constitui-se na educação da família quanto à doença e sua complexidade; extrações, terapias pulpares e restaurações provisórias para se eliminar focos de infecção e a dor da criança; orientação dos pais quanto à dieta; instrução e adequação da higiene bucal; fluorterapia; reabilitação estética e funcional. Uma abordagem individualizada será planejada para cada caso dependendo da motivação da família para o tratamento, da extensão da destruição dos dentes e da idade e cooperação da criança (CASTILHO et al., 2001; CORRÊA, 2005b).

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Dentre as fases do tratamento odontológico, a adequação do meio dá condições para que o paciente modifique seus hábitos, com conseqüente estabilidade do meio bucal (SANT’ANNA, et al., 2002). A fase de manutenção deve ser estabelecida considerando o risco de cárie da criança (RODRIGUES ; CORRÊA, 1998).

A utilização do flúor é sinônimo de “fortalecimento do hospedeiro”. Manter o flúor sempre constante na boca proporciona ao paciente melhor remineralização quando do desafio cariogênico. A água de abastecimento fluoretada protege o esmalte dentário, e os dentifrícios fluoretados estão sempre indicados (em crianças pequenas sob supervisão). Pode-se utilizar também de vernizes fluoretados para estacionar a evolução de manchas brancas antes que desencadeiem cavitações e/ou utilizar de aplicações tópicas profissionais, para desestruturar placas bacterianas cariogênicas. Enfim, o flúor em qualquer de suas formas oferece diferentes opções de proteção, objetivo mais que desejado para permitir senão a erradicação pelo menos a sensível diminuição da cárie (CURY, 1992).

A Odontologia voltada para o atendimento desse público alvo deve conscientizar a participação efetiva dos pais, que deverão ser motivados e educados, para que a ação transformadora se efetive em sua plenitude. O conhecimento adquirido e aplicado por eles pode deixar, com a continuidade, de ser interventor em um processo já instalado e passar a ser preventivo, o que tornaria indiscutível a importância da família no combate à cárie infantil (RAMOS ; MAIA, 1999).

3.4 Higiene Bucal da Criança e do Bebê

A primeira infância constitui-se em um momento mágico na vida de uma criança. As descobertas do mundo em suas diversas cores e cheiros, a forma e o convívio com as pessoas que a cercam, fazem aflorar sentimentos e sensações que estarão inteiramente ligadas à formação de sua personalidade (CORRÊA, 2005a).

É nesta fase também que começam a ser estabelecidas algumas prioridades e atitudes que podem perdurar por toda a vida do indivíduo. Assim, a aquisição de hábitos

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adequados de higiene na infância é um dos requisitos básicos para o desenvolvimento de adultos saudáveis (BONECKER ; CORRÊA, 2003).

Sendo assim, o profissional tem um papel fundamental como promotor e incentivador à tomada de decisões, por parte da criança e seu núcleo familiar, que priorizem a saúde.

O controle do biofilme nas superfícies dentais pode ser realizado através de meios mecânicos ou químicos, devendo ser instituído após a erupção dos primeiros dentes decíduos. Isto porque a cavidade bucal endentada do recém-nascido não apresenta nichos para a retenção de microorganismos associados à cárie. Assim, a indicação de limpeza da cavidade bucal do bebê desdentado com o uso de gaze ou tecidos embebidos em algum tipo de solução líquida (água potável ou solução fisiológica) seria na última mamada e em caso de leite estagnado. Entretanto, muitos profissionais indicam esta prática como uma pré-adaptação da criança aos cuidados de higiene, ou como uma estimulação da cavidade bucal do bebê (ROLLA et al., 1995).

Após a erupção dos primeiros dentes decíduos formam-se os nichos para a retenção de bactérias cariogênicas, tornando-se necessária, então, a instituição de medidas de controle do biofilme por parte do seu responsável. Isto porque na primeira infância, apesar de muitas crianças já tentarem realizar a escovação dentária sem a ajuda da mãe, ainda não possuem um desenvolvimento motor suficiente para uma boa remoção do biofilme (ROLLA et al., 1995).

As escovas dentais são os instrumentos mais comuns e econômicos utilizados pelo indivíduo para remoção mecânica do biofilme e a substituição das mesmas deve levar em consideração o local de armazenamento, o tempo de uso, o estado de saúde da criança, além da deterioração das cerdas (SGAN-COHEN ; ADUT, 2003).

É preferível a utilização de escova com cerdas macias para não causar trauma aos tecidos gengivais e por sua melhor capacidade de limpeza interproximal. A cabeça deve ser pequena para faciitar o acesso às estruturas bucais e ter o cabo longo para alcançar todos os espaços da cavidade oral. Entretanto, devem-se estabelecer necessidades individuais na escolha da melhor escova dental (DEAN; HUGHES, 2000).

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O dentifrício fluoretado deve ser utilizado em pequenas quantidades, do tamanho de um caroço de ervilha, e sempre com a supervisão de um adulto, de preferência os pais. Estes devem deixar que as crianças escovem seus dentes sozinhas e depois devem realizar a escovação na criança. Para que não haja ingestão por parte da criança, deve-se estimulá-la a cuspir durante a escovação (FERREIRA, 1997; NOWAK; CRALL, 1996).

Assim como a escova de dente, o hábito do fio dental deve ser iniciado desde cedo, após o irrompimento dos incisivos centrais inferiores. O mesmo deve ser utilizado para a limpeza dos espaços interdentais (PANZERI et al., 2001).

Para que se possa obter sucesso na implementação de técnicas ou programas de escovação em crianças, é necessário antes de tudo que esta, juntamente com a sua família estejam motivadas para a introdução deste hábito. Diversas técnicas de escovação têm sido propostas e, embora a melhor seja aquela que o paciente se adapte, cabe um curto comentário a respeito do assunto (CORRÊA, 2005a).

Na técnica de Bass as cerdas da escova são posicionadas em um ângulo de 45° em relação ao longo eixo dental, realizando movimentos circulares e vibratórios no sentido horizontal, englobando de dois em dois dentes, dando-se ênfase à limpeza das áreas cervicais, vestibulares e sulco gengival. Movimentos antero-posteriores nas faces oclusais e incisais, também devem ser realizados. Um problema da técnica é a complexidade de sua execução pela criança (CORRÊA, 2005a).

Na técnica de Starkey movimentos circulares nas faces lisas e antero-posteriores nas faces oclusais, são realizados com a criança em pé, na frente e de costas para a mãe, encostando a cabeça contra ela. A higienização é feita com a mão esquerda da mãe afastando os tecidos bucais, enquanto a mão direita apreende a escova e realiza os movimentos de limpeza (CORRÊA, 2005a).

Na técnica de Fones são realizados movimentos circulares em todas as faces dentárias com exceção nas faces oclusais e incisais, onde são feitos movimentos antero-posteriores. Por ser simples e de fácil execução, esta técnica torna-se bastante recomendada para bebês (GUEDES-PINTO et al., 2003).

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O importante a ser enfatizado aos pais é fazer deste ato um momento de descontração para a criança, sendo que, uma boa comunicação e um ambiente tranqüilo ajudam a tornar a escovação um hábito saudável que perdure por toda a vida da criança.

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4. METODOLOGIA

4.1 Cenário e Sujeitos da Intervenção

Trata-se de um trabalho de intervenção que tem o intuito de reduzir a incidência e a prevalência da cárie precoce na infância. Esta intervenção envolverá as crianças de 0 a 3 anos de idade que são atendidas na Unidade Básica de Saúde da Família da Sede I do município de Aquiraz-CE, assim como seus pais e/ou responsáveis. Esta unidade possui uma população total 2.936 habitantes (898 famílias). A população de crianças de 0 a 3 anos da área de abrangência desta Unidade é 192. Como componente da equipe de saúde da família em questão, desempenharei papel ativo na resolução do problema identificado, no acompanhamento e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização.

4.2 Procedimentos da Intervenção

A orientação aos pais e/ou responsáveis das crianças de 0 a 3 anos será dada pelo dentista através de palestras educativas. Esta, por sua vez, será realizada no dia de atendimento da puericultura, uma vez que há um elevado número de pais e/ou responsáveis destas crianças na Unidade Básica de Saúde da Família neste dia. Serão repassados os temas referentes aos cuidados básicos de higiene bucal e a importância dos pais e/ou responsáveis na execução desse processo, aspectos relacionados com uma alimentação saudável, aleitamento, noções sobre transmissibilidade de bactérias cariogênicas, hábitos de sucção não-nutritivos, trauma na dentição decídua, erupção dos dentes decíduos e sua importância na cavidade bucal. Esses temas serão repassados semanalmente e divididos em quatro módulos, com duração de trinta minutos cada. Será realizado da seguinte maneira:

- 1º módulo: orientações sobre aleitamento e dieta, higiene bucal e transmissibilidade de bactérias cariogênicas;

- 2º módulo: orientações sobre a importância dos dentes decíduos, aspectos relacionados com a erupção e hábitos de sucção não-nutritivos;

-3º módulo: orientações gerais sobre traumas dentários mais freqüentes nas crianças. O que fazer. Quem procurar.

(23)

22

- 4º módulo: importância do atendimento odontológico precoce e responsabilidade dos pais na higiene bucal dessas crianças.

Durante os módulos as crianças serão agendadas pela equipe de saúde bucal para o atendimento odontológico.

As agentes comunitárias de saúde (ACS) também participarão desta intervenção. Elas serão capacitadas pelo dentista para realizarem, em domicílio, o reforço das orientações sobre a importância da manutenção da saúde bucal das crianças pelos responsáveis, como também conscientizá-los sobre a necessidade do atendimento odontológico de seus filhos. Dessa forma, serão multiplicadoras e realizarão a busca ativa das crianças. Durante a visita domiciliar às puérperas realizada pela equipe multiprofissional também será feita a busca ativa dessas crianças.

Todos os profissionais desta Unidade Básica de Saúde da Família serão sensibilizados, quanto à importância desta intervenção, pela equipe de saúde bucal. Serão realizadas reuniões com a equipe multiprofissional, onde será repassado a importância do atendimento odontológico à criança de 0 a 3 anos, para também fazerem esse papel de conscientização dos pais e/ou responsáveis. No dia do atendimento da puericultura a enfermeira fará o encaminhamento do paciente ao consultório odontológico para realizar a marcação da consulta dessas crianças.

A rotina de atendimento clínico odontológico será no dia de atendimento da puericultura, logo após as palestras e realizado da seguinte maneira:

As consultas serão realizadas no 1º mês, com 6 meses, 9 meses, 1 ano, 1 ano e meio, 2 anos, 2 anos e meio, 3 anos, 3 anos e meio.

Os seguintes procedimentos serão realizados:

Na consulta do 1º mês: anamnese, exame clínico, reforço das orientações sobre higiene bucal, como e quem realizá-la, transmissibilidade de bactérias cariogênicas, dieta, aleitamento, importância do atendimento odontológico precoce, hábitos de sucção não-nutritivos e agendar retorno;

(24)

23

- Na consulta do 6º mês: reforço das orientações sobre higiene bucal e a responsabilidade dos pais e/ou responsáveis em realizá-la, transmissibilidade de bactérias cariogênicas, dieta, aleitamento, importância do atendimento odontológico precoce, hábitos de sucção não-nutritivos, trauma na dentição decídua, erupção dos dentes decíduos e sua importância na cavidade bucal, escovação supervisionada, aplicação de fluorniz, caso a criança já possua dentes, e agendar retorno;

- Na consulta do 9º mês: esclarecer dúvidas dos pais e/ou responsáveis, avaliar presença de placa bacteriana, caso haja, reforçar orientações sobre higiene bucal e a responsabilidade dos pais e/ou responsáveis em realizá-la, importância do atendimento odontológico precoce, supervisionar a escovação e agendar retorno;

- Na consulta de 1 ano: esclarecer dúvidas dos pais e/ou responsáveis, avaliar presença de placa bacteriana, caso haja, reforçar orientações sobre higiene bucal e a responsabilidade dos pais e/ou responsáveis em realizá-la, importância do atendimento odontológico precoce, supervisionar a escovação, aplicação de fluorniz e agendar retorno;

- Nas consultas de 1 ano e meio, 2 anos, 2 anos e meio, 3 anos, 3 anos e meio: acompanhamento com reforço das orientações e controle com escovações supervisionadas, aplicação de fluorniz e retorno.

Em crianças com lesões de cárie, além de ser feito o que foi mencionado anteriormente, deve-se iniciar a adequação do meio bucal com o tratamento restaurador, fluorterapia e exodontias, se necessário.

4.3 Resultados Esperados da Intervenção

Espera-se com a realização dessa intervenção que a incidência e a prevalência da cárie precoce na infância sejam reduzidas na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde da Família da Sede I do município de Aquiraz-Ce. Em acréscimo, espera-se que haja realmente uma rotina de atendimento odontológico das crianças de 0 a 3 anos e que os profissionais estejam engajados neste projeto, contribuindo, dessa maneira, para a aquisição

(25)

24

de hábitos adequados de higiene na infância, o que é um dos requisitos básicos para o desenvolvimento de adultos saudáveis.

4.4 Avaliação da Intervenção

A avaliação desta intervenção será realizada através de um exame da cavidade bucal das crianças e de um questionário aplicado aos pais e/ou responsáveis (Apêndice A).

O exame será realizado nas crianças que freqüentam o consultório odontológico. Estas serão examinadas e enquadradas nos seguintes parâmetros:

- Sem lesão de cárie; - Com manchas brancas; - 1 dente com cárie; - 2 a 3 dentes com cárie; - Mais de 4 dentes com cárie.

Este exame será realizado antes e após 1 ano da intervenção.

O questionário será aplicado antes e após 1 ano da intervenção e conterá assuntos com temas referentes a: higiene bucal da criança e importância da dentição decídua.

Serão realizados monitoramentos periódicos de acordo com os retornos das crianças.

(26)

25

5. CRONOGRAMA

Atividades Jul./ 2009 Ag./ 2009 Set./ 2009 Out./ 2009 Nov./ 2009 Dez./2009 Jul./2010 Sensibilização dos profissionais.

X

X

Capacitação das Agentes Comunitárias de Saúde.

X

X

Exames da cavidade bucal das crianças e

aplicação do

questionário.

X

X

X

X

X

Palestras com os pais e/ou responsáveis.

X

X

X

X

X

Atendimento odontológico.

X

X

X

X

X

Monitoramento da intervenção

X

X

X

Avaliação da intervenção.

X

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26

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29

(31)

30

APÊNDICE A

Questionário

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

Grau de parentesco: ___________. Idade: _____.

1.Você já recebeu orientações sobre a higiene bucal do bebê? ( )Sim ( )Não

1.1Caso sua resposta seja sim, de quem você recebeu esta orientação?

( )Dentista ( )Médico ( )Enfermeiro ( )Agente Comunitário de Saúde ( )Outros

2. Sua criança tem dentes? Você limpa a boca dela? ( )Sim ( )Não ( )Sim ( )Não

3.Os dentes da sua criança são escovados? Por quem?

( )Sim ( )Não

( )Os pais e/ou responsáveis ( )A criança ( )Às vezes os pais e/ou responsáveis

4. Você acha que a cárie transmite de uma pessoa para outra? ( )Sim ( )Não

5. Você acha os dentes de leite importantes? ( )Sim ( )Não ( )Não sei

6.O que se deve fazer quando um dente de leite está cariado? ( )Extrair ( )Restaurar ( )Não sei

EXAME DA CAVIDADE BUCAL DA CRIANÇA

Idade da criança: _________. Criança sem lesão de cárie ( ) Dentes com mancha branca ( )

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