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Lição 8: A igreja sob os olhares externos

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Academic year: 2021

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Lição 8: A igreja sob os olhares externos

Texto bíblico: 1Tessalonicenses 2.10-12

De um modo ou de outro, estamos sempre sob os olhares do mundo externo. Nem sempre nos damos conta desse “estado de vigilância social” e, por conta disso, às vezes agimos irrefletidamente. Dessa forma, com um mau testemunho, perdemos a oportunidade de expressar o verdadeiro significado do Evangelho que pregamos.

Você sabia que o testemunho cristão é um dos traços que definem a missão da igreja no mundo? Paulo sempre se mostrou atento à situação de estar sendo observado pelos novos crentes. Acerca de seu ministério, diz: “Vós e Deus sois

testemunhas...” (1Ts 2.10a).

Neste estudo, buscaremos compreender como podemos dar conta do “testemunho” cristão perante os olhares constantes de toda a sociedade.

O “martírio” diário

A palavra grega marturia (testemunho) e seus derivados são mais usadas nos escritos do apóstolo João e por Lucas, no livro de Atos(1). Nas poucas vezes que Paulo faz uso dela, relembra um evento específico e apela para o sentido jurídico do ato de dar testemunho.

Eis alguns usos interessantes dessa expressão pelo apóstolo dos gentios:

• Em Romanos 1.9, Filipenses 1.8 e 1Tessalonicenses 2.5, Paulo apela para Deus como “testemunha” (do grego, “martus”) da verdade de sua pregação, ao se defender das acusações de pregar por interesses escusos.

• Paulo usa o verbo grego “marturo” (dou testemunho) em 2Coríntios 8.3, Gálatas 4.15 e Colossenses 4.13, no sentido de se oferecer como evidência da veracidade e confiabilidade das igrejas cristãs às quais pregou.

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• Paulo destaca a necessidade do “testemunho de boas obras” como pré-requisito para a inscrição de viúvas na ação social da igreja (1Tm 5.9,10) e, também, para exercício do pastorado (1Tm 3.7).

Quando estamos certos de estar fazendo a vontade de Deus, permanecemos com a consciência tranquila de termos cumprido a missão recebida (2Co 1.12). Veremos, a seguir, como se dá esse bom testemunho na sociedade.

 Compartilhe com os demais alunos da classe algumas possibilidades diárias de testemunho cristão.

O “martírio” da santidade

Perante os olhares externos, a boa consciência de Paulo lhe diz que agiu de forma

“...santa” (1Ts 2.10b). Entre os gregos, essa palavra representava aquilo que estava

de acordo com a direção e providência divinas, com dois sentidos básicos, a saber:

a) A descrição de uma pessoa no sentido de “piedosa”, “religiosa”.

b) A descrição qualitativa de algumas ações, como é o caso de Paulo, neste versículo: agir de modo “puro”, “limpo” (vida santa, moral e espiritualmente).

Em Tessalônica e na cultura grega em geral, reinava um comportamento de impureza moral e religiosa, por causa do paganismo e da idolatria. Quando chegou a Tessalônica, o apóstolo pregou a necessidade do afastamento dos ídolos e do serviço ao Deus Vivo e Verdadeiro, que é santo (1Ts 1.9). O fator que diferenciava Paulo dos pregadores de seu tempo é que estes não passavam pelo teste da vida piedosa.

 Compartilhe com a classe suas descobertas acerca de duas declarações de Paulo aos Coríntios, no que se refere à condição do salvo (1Co 1.2; 6.11). O “martírio” da retidão

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Perante os olhares externos, a boa consciência de Paulo lhe diz que agiu de forma

“...justa” (1Ts 2.10b). Segundo o costume grego, justiça era a palavra usada para

significar “um modo civilizado de vida”(2).

Paulo também apela para o testemunho de justiça, ou seja, uma vida de retidão. Dessa forma, o testemunho da fé cristã alcança, também, uma dimensão política. Mas, no escopo de sua pregação, esta atitude está relacionada ao conhecimento de Deus, que é “justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3.25b).

Na lição 11, aprofundaremos os aspectos da retidão que são implicados no comportamento “justo” citado por Paulo.

 Comente a dimensão política do testemunho evangélico na declaração: “O

evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”. [Pacto de

Lausanne]

O “martírio” das relações sociais honestas e irrepreensíveis

Perante os olhares externos, a boa consciência de Paulo lhe diz que agiu

“...irrepreensivelmente” entre aqueles que evangelizou (1Ts 2.10c).

É interessante notar que esse comportamento paulino antecede até mesmo a sua conversão. Escrevendo aos filipenses, Paulo descreveu seu farisaísmo como “irrepreensível” no que se refere à justiça que está na Lei (Fp 3.6). Isso significa que Paulo era alguém fiel às suas crenças, aos ensinamentos que recebeu, desde a infância. Após sua conversão, o que mudou? Mudou sua perspectiva. Paulo não mais agia de acordo com um código escrito, com uma série de leis e normas religiosas de conduta. Tornou-se seguidor fiel e irrepreensível de uma pessoa, o Salvador Jesus.

Na Carta aos Tessalonicenses, Paulo expressou seu desejo de que os cristãos em Tessalônica fossem, também, “discípulos” irrepreensíveis. Ele usa a expressão em 1Tessalonicenses 3.13 e 5.23, com referência à condição inculpável do salvo, diante

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de Cristo, na sua volta. O termo equivale a dizer que palavras, gestos e atitudes cristãs não devem se contradizer.

 Como podemos dar um testemunho irrepreensível na sociedade?

Uma forma amorosa de ser

1) A forma amorosa com que Paulo orientava a igreja se expressa pela exortação (1Ts 2.11a). O termo parakaleo (exortar) significa “rogar”, “apelar insistentemente” e, também, aparece traduzida como “consolar” em 1Tessalonicenses 4.18. Exortar alguém com o consolo de Deus, isto é, das Escrituras e com a orientação do Santo Espírito, é uma poderosa forma de testemunho. Deus é o modelo do apóstolo. Escrevendo aos coríntios, ele bendiz ao Senhor, reconhecendo isso (2Co 1.3a,4).

2) A forma amorosa com que Paulo orientava a igreja se expressa pelo

encorajamento (1Ts 2.11b). Em nossas versões da Bíblia, paramuthia é traduzida

como “consolação”. Um exemplo bíblico do uso deste verbo pode ser encontrado em João 11.31, que relata os pêsames trazidos pelos judeus às irmãs do falecido Lázaro.

Em Tessalonicenses, somos orientados a encorajar os desanimados (1Ts 5.14). Em termos médicos, podemos pensar em várias causas para o desânimo ou canseira: anemia, diabetes, distúrbios de tireoide, doenças cardíacas, entre outras. Mas Paulo fala aqui de uma apatia espiritual, que precisa ser tratada espiritualmente, por meio do encorajamento. Também podemos pensar em três causas muito comuns do desânimo espiritual:

 comportamento pecaminoso continuado;  perseguição religiosa (1Ts 2.14; 2Ts 1.4);

 estados depressivos da alma (que também podem ser casos de tratamento médico).

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O maior encorajamento que podemos oferecer aos desanimados é uma fé convicta, que demonstra firmeza no Senhor. Fé, nesse sentido, apresenta um componente relacional. O próprio Paulo foi reanimado pela notícia de que os cristãos de Tessalônica mantiveram-se firmes no Senhor, apesar das perseguições sofridas (1Ts 3.7,8). O cristão convicto ora mais, com objetividade e maior intensidade (1Ts 3.10; 5.17,25).

Conclusão

No testemunho de Paulo, que estudamos aqui, destaca-se a forma carinhosa e paternal com que ele orientava os cristãos de Tessalônica: “vos tratávamos a cada

um de vós, como um pai a seus filhos” (1Ts 2.11). Ele ensinou os primeiros líderes

da igreja a fazerem o mesmo, pois a verdadeira essência do pastoreio é o convívio, a comunhão e o contato que demonstra apreço e consideração.

O testemunho cristão é a forma mais eficiente de pregação do Evangelho. Agir em conformidade com o amor, a santidade e a justiça de Deus faz do crente uma pessoa produtiva, socialmente (1Tm 6.12). Precisamos agir de forma mais construtiva, encorajando os nossos familiares e amigos a conhecerem a única verdade que tem poder de libertar e transformar, rumo à felicidade: Jesus Cristo, nosso Senhor.

Para pensar e agir

Graças ao poder do Espírito de Deus, a mensagem cristã da santidade e da justiça recebe a aceitação do pecador.Transformado em discípulo, o cristão passa a adotar uma vida piedosa e devotada a Deus, pois essa é a característica da pessoa que se tornou uma nova criatura em Cristo (Ef 4.24). Você tem se esforçado por viver nestes padrões?

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O Evangelho nos oferece uma ética de princípios exigentes e abençoadores, que devemos segui-los fielmente. O testemunho do discípulo se resume na afirmação de que existe um modo digno de agir, em acordo com a vontade de Deus. Num mundo que relativiza a verdade, nenhuma afirmação é tão contundente quanto a finalidade de nos conduzirmos dignamente para com Deus, que nos chama para o seu Reino e glória (1Ts 2.12). Desse modo, o mundo verá Jesus em nosso viver!

Você já ofereceu seu ombro amigo como apoio a alguém que estava necessitado, ou realizou um gesto de amor? Tem se preocupado com a santidade e a justiça de Deus? É assim que damos um testemunho evangélico de verdadeiro impacto! É assim que, quando olharem para nós, os homens glorificarão a Deus! (Mt 5.16; At 4.21).

NOTAS DE RODAPÉ:

(1) Conferir o artigo “Testemunha, testemunho” em BROWN, Colin (Ed.) O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, Vol. IV, p. 610-623.

(2) Conferir o artigo “Justiça” em BROWN, Colin (Ed.) O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, Vol IV, p. 527.

Referências

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