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AMANDA ISSLER BOTONI DA SILVA SUSAN COIMBRA OLIVEIRA

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AMANDA ISSLER BOTONI DA SILVA SUSAN COIMBRA OLIVEIRA

BRUXISMO NA INFÂNCIA: a importância do diagnóstico e tratamento dessa condição parafuncional

PORTO VELHO/RO 2017

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AMANDA ISSLER BOTONI DA SILVA SUSAN COIMBRA OLIVEIRA

BRUXISMO NA INFÂNCIA: a importância do diagnóstico e tratamento dessa condição parafuncional

Artigo apresentado no Curso de graduação em Odontologia do Centro Universitário São Lucas como requisito parcial para obtenção do título de bacharel.

Orientador: Esp. Carolyne Costa de Aguiar dos Santos

PORTO VELHO/RO 2017

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BRUXISMO NA INFÂNCIA: a importância do diagnóstico e tratamento dessa condição parafuncional

BRUXISM IN CHILDHOOD: the importance of the diagnosis and treatment of this parafunctional condition

Amanda Issler Botoni da Silva¹ Susan Coimbra Oliveira²

RESUMO: O bruxismo vem sendo um tema de constantes estudos, tanto na odontologia quanto em outras áreas da saúde. É um distúrbio complexo, abrangendo vertentes multifatoriais. Seu tratamento consiste na integralidade das diversas especialidades. Seu prognóstico favorável depende do diagnóstico preciso, detectando o fator principal de seu surgimento. O presente estudo teve como objetivo relatar que o bruxismo ocorre durante uma função normal, tanto pela mastigação quanto pela deglutição, mas sempre está relacionado a um estado emocional e estresse do paciente. Pode causar danos nas restaurações, periodonto, ATM, músculos da mastigação e dores de cabeça principalmente ao acordar. Por ser um aspecto multifatorial, o tratamento propõe ação de diversos profissionais e é fundamental o entendimento do cirurgião-dentista sobre os meios fisiológicos abrangidos no desenvolvimento do bruxismo, para um tratamento apropriado que suceda um prognóstico proveitoso e longo.

Palavra-chave: Bruxismo. Tratamento. Prognóstico.

ABSTRACT: Bruxism has been a subject of constant studies, both in dentistry and in other areas of health. It is a complex disorder, encompassing multifactorial aspects. Its treatment consists of the integrality of the various specialties. Its favorable prognosis depends on the precise diagnosis, detecting the main factor of its appearance. The present study aimed to report that bruxism occurs during normal function, both by chewing and by swallowing, but is always related to an emotional state and stress of the patient. It can cause damage to the restorations, periodontium, TMJ, masticatory muscles and headaches especially upon waking. Because it is a multifactorial aspect, the treatment proposes action of several professionals and it is fundamental the understanding of the dentist on the physiological means covered in the development of bruxism, for an appropriate treatment that happens a prognostic and long.

Keyword: Bruxismo. Treatment. Prognosis.

¹Amanda Issler Botoni da Silva, graduando em Odontologia pelo Centro Universitário São Lucas 2017. Email: amanda-issler@hotmail.com

²Susan Coimbra Oliveira, graduando em Odontologia pelo Centro Universitário São Lucas 2017. Email: susancoimbra99@hotmail.com

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1. Introdução

O bruxismo ou “la bruxomania”, derivado do grego “bruchein” que significa fricção, apertamento, ranger ou até triturar os dentes e da palavra “mania”, caracterizado por exaltação de temperamento, ou seja, compulsão sendo uma movimentação repetitiva dos músculos da mastigação (MARIE & PIETKIEWICS, 1907).

Descrito por ser uma atividade involuntária e parafuncional do sistema mastigatório produzida por contrações rítmicas ou tônicas dos músculos mandibulares, e por ranger e/ou apertar os dentes, o bruxismo traz para o indivíduo muitas complicações podendo ocorrer em crianças e adultos. Esse ato de ranger os dentes ocorre em períodos de preocupação, estresse, ansiedade, agitação e durante o sono acompanhado por ruídos, tanto durante o dia (bruxismo diurno), como a noite (bruxismo noturno). O bruxismo diurno é caracterizado de forma consciente por apertar os dentes, e por morder objetos, bochechas e roer unhas; o bruxismo noturno é caracterizado de forma inconsciente e consiste em ranger os dentes durante o sono (MACEDO, 2008).

A intensidade e a frequência resultam em um estresse da musculatura mastigatória e na articulação temporomandibular (ATM), podendo causar até fraturas dos dentes, que se trata de uma ativação mútua da musculatura responsável pela abertura e fechamento mandibular, que ao invés da alternância dos movimentos, essa movimentação é feita inconscientemente não apresentando propósitos funcionas. As causas podem ser de origem psicológica, como o estresse, neurológicas, como a doença de Parkison, psiquiátricas, nos casos de depressão, e relacionado a distúrbios do sono (MACEDO, 2008).

O diagnóstico do bruxismo depende da história do paciente e/ou informações do responsável, a avaliação clínica dos desgastes dos dentes, presença de hipertrofia dos músculos mastigatórios, mobilidade dentária, dor na articulação temporomandibular (ATM), dores de cabeça frequentes. Nas crianças o diagnóstico precoce dessa condição parafuncional podem evitar o desequilíbrio entre função e crescimento e visa manter o controle e prevenção de danos aos componentes do sistema estomatognático, trazendo nos últimos anos uma grande preocupação onde, com maior frequência, pais e responsáveis procuram os odontopediatras com esta queixa, além de que esta condição parafuncional tem um

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impacto na qualidade de vida da criança e nos familiares em sua volta. Porém, estudos sobre o bruxismo em crianças vem sendo considerado um tema pouco explorado na literatura (PACHECO, 2015).

Não existe nenhum tratamento específico para o bruxismo, pois cada paciente deve ser avaliado individualmente e tratado de acordo com fatores associados para que sejam evitadas possíveis complicações futuras. No exame clinico deve ser avaliado sinais de desgaste dental, estalos ou dor na ATM, dores de cabeça frequente. Sendo assim, o bruxismo é considerado uma ocorrência frequente na infância, e que o diagnóstico suscita de questionamentos aos pais e por parte dos clínicos para uma avaliação da qualidade de vida que esta condição parafuncional traz para a criança e seus familiares (MACHADO, 2011).

2. Fundamentação Técnica

A Academia Americana de Medicina do Sono na segunda edição de classificação internacional dos distúrbios do sono listou o bruxismo entre os distúrbios do sono relacionados ao movimento, definindo-o como uma atividade bucal caracterizada por ranger ou apertar os dentes durante o sono (AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE, 2006).

O bruxismo é visto como um transtorno involuntário e inconsciente de movimento, definido pelo exagerado apertamento e/ou rangimento dos dentes, caracterizados como movimentos mandibulares anormais. O apertar e bater dos dentes de forma centrada é o movimento de bruxismo chamado cêntrico, e não provoca desgaste dos dentes, já o ranger dos dentes é classificado como excêntrico e causa desgaste dos dentes. Essas atividades repetitivas são consideradas importantes fatores do desencadeamento da dor na disfunção temporomandibulares (MACIEL, 2010).

O bruxismo não é uma doença, mas quando exacerbada pode levar a um desequilíbrio fisiopatológico do sistema estomatognático. Várias modalidades terapêuticas têm sido sugeridas, mas não há um consenso sobre qual a mais eficiente (MACIEL, 2010).

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Os hábitos parafuncionais são danosos e têm grande importância no desenvolvimento da Disfunção Temporomandibular (DTM’S), pois os músculos da mastigação geralmente estão acarretando fadiga muscular e resultando em desgaste anormal e o amolecimento pelo ranger e apertar dos dentes, sendo o sinal clínico mais evidente dessa parafunção. A sensação dolorosa nos tecidos musculares são indicativos de danos nos tecidos pela alteração do seu metabolismo histológico, uma vez que fibras musculares lesadas estão associadas com processos inflamatórios reparadores, o que explica a sensação dolorosa nessas situações (PACHECO, 2015).

Em alguns estudos têm apresentado a ligação entre o bruxismo e diversas patologias, tal como Síndrome da Apnéia Obstrutiva do sono e as desordens respiratórias, que equivale a uma completa cessação da respiração por no máximo 10 segundos, é um caso comum em períodos do sono de alguns indivíduos. A correlação entre bruxismo, apnéia e a posição supina tem sido constatada, e o tratamento de pacientes com severa apnéia obstrutiva pode levar a eliminação do bruxismo. Associadamente, hábitos bucais como sucção de dedo, morder objetos, entre outros, são comuns e podem ocorrer de forma transitória. Porém, quando esses ultrapassam a tolerância fisiológica, o sistema pode entrar em colapso e afetar a saúde da pessoa (GONÇALVES E TOLEDO, 2010).

A causa do bruxismo é muito questionável, complexa e complicada de ser distinguida. Grande parte dos autores concorda que normalmente é multifatorial, sendo capaz de existir uma combinação de fatores locais, psicológicos, sistêmicos ou ocupacionais e genéticos (DINIZ, 2009), (KOYANO, 2008).

3. Fatores Predisponentes 3.1 Fatores Locais

Os distúrbios da pessoa que podem causar o bruxismo são falhas na oclusal dos dentes, por possuírem restaurações altas, contatos oclusais prematuros, mordida cruzada, más oclusões, dentes ou restaurações fraturadas (HADDAD, 1994).

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Analisando outros tipos de hábitos, a sucção de chupeta também apresentou estar relacionada ao bruxismo. É fundamental novos estudos para melhor entendimento dos fatores locais do bruxismo (GONÇALVES e TOLEDO, 2010). 3.2 Fatores Psicológicos

A etiologia do bruxismo é multifatorial, estando vigorosamente relacionada a fatores emocionais e de estresse. O bruxismo é um distúrbio que acontece no primeiro momento no Sistema Nervoso Central apropriado a uma tensão emocional e uma relação entre ansiedade e depressão agressiva (CORRÊA, 2010).

O aspecto psicológico é considerado um fator importante na psicofisiologia do bruxismo por se tratar de uma resposta de escape, pelo fato de a cavidade bucal possuir um grande potencial afetivo e ser um local privilegiado para a expressão dos impulsos de emoções e de conflitos latentes (PIZZOL, 2006).

No caso das crianças, se forem muito solicitadas nas aulas da escola e serem muito exigidas a terem bons rendimentos escolar, na prática de atividades e esportes e problemas familiares, podem levar um sobrepeso da sua situação emocional. Sendo assim, esses fatores acabam favorecendo o surgimento de hábitos parafuncionais de morder ou ranger os dentes (PIERRO et al., 2006).

3.3 Fatores Sistêmicos ou Ocupacionais

Estudos mostram que o bruxismo é predominante em crianças com alteração crônica das vias aéreas, como, rinite ou sinusite, portanto, apresentam uma respiração principalmente bucal. Concluindo que há ligação entre bruxismo e alterações crônicas das vias aéreas (GOMES et al., 2010).

As deficiências nutricionais e vitamínicas, pacientes portadores de asma ou rinite, distúrbios gastrointestinais, desordens endócrinas, Síndrome de Down e deficiência mental podem estar relacionados ao desenvolvimento do hábito (DEMIR et al., 2004).

Dentre os fatores sistêmicos se destacam também os parasitas intestinais que podem afetar o sistema nervoso central e impedem a pessoa de repousar, o parasita produz toxinas no corpo que podem causar inquietação e perturbar o sono. Sintomas como nervosismo, insônia e ranger os dentes são tipicamente atribuídos a

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Enterobius vermicularis, Ascarislumbricoides entre outros parasitas (TEHRANI,

2010).

3.4 Fatores Genéticos ou Hereditários

O bruxismo apresenta um componente genético significante, apesar de que não seja a única causa (LOBBEZOO et al., 2014). Estudos mostram que, crianças com bruxismo do sono têm pelo menos uma pessoa da família com bruxismo, e que possuíam esse hábito na infância, seus filhos acabam adquirindo o mesmo hábito (LAVIGNE et al., 2008).

A predisposição genética pode ter algum papel na origem da parafunção, mas os mecanismos exatos e o modo de transmissão não são conhecidos até hoje. Sugere-se um efeito genético na variação fenotípica de cinco parassonias, como: caminhar e falar durante o sono, pesadelos, bruxismo e enurese; tão bem como efeitos genéticos compartilhados especialmente entre falar e caminhar durante o sono (HUBLIN, 1998).

4. Sinais, sintomas e consequências associados ao bruxismo.

O bruxismo é muito comum na infância e pode causar danos ao sistema estomatognático. Os sintomas mais relatados pelos pacientes bruxistas são fortes dores de cabeça frequente e dores na articulação temporomandibular (ATM). Os sinais mais comuns observados pelos cirurgiões-dentistas são o desgaste anormal levando até ao amolecimento dos dentes. Alguns danos nos tecidos moles também podem acontecer como, por exemplo, mordida na bochecha (GONÇALVES E TOLEDO, 2010).

Esse movimento parafuncional, visa prosseguir por longos períodos chegando até a vida adulta. Mostrando a grande importância do diagnóstico prévio e um tratamento preciso na infância para prevenir grandes problemas no futuro (CARLSSON et al., 2003).

5. Diagnóstico do bruxismo

Baseados na American Academy Of Sleep Medicine (2006), as medidas usadas para detectar o bruxismo são: desgastes em dentes anteriores na face incisal, desgaste oclusal em dentes posteriores, descrições dos pais de ruídos

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contínuos de ranger os dentes durante o sono, linha branca na mucosa bucal e marca dos dentes na língua.

Seu prognóstico favorável depende do diagnóstico preciso, detectando o fator principal de seu surgimento. Na maioria das vezes, a pessoa só sabe que é portadora do bruxismo, quando alguém lhe conta o que presenciou enquanto ela dormia, ou quando procura assistência odontológica (AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE, 2006)

6. Tratamento do bruxismo

Não se conhece, ainda, um tratamento eficaz para cura total do bruxismo. O tratamento adequado para diminuir os sintomas, resulta do motivo etiológico, através dos sinais e sintomas manifestados, logo é relevante o diagnóstico certo. Os medicamentos ansiolíticos e relaxantes musculares são úteis para o controle dos quadros de estresse e ansiedade. Apesar disso, não tem alguma droga de primeira eleição, os medicamentos são usados por pouco tempo, no entanto esse tipo de tratamento não é o mais seguro, podendo provocar dependência química e reaparecimento dos sintomas após suspensão (SILVA & CANTISANO 2009).

Os recursos mais indicados para o tratamento é o ajuste oclusal, procedimentos restauradores para o restabelecimento da dimensão vertical, nas restaurações de amálgama ou resina em excesso, realizar acabamento e polimento para eliminar qualquer interferência, nas restaurações de resina deve-se reparar as características anatômicas caso sejam insatisfatórias. Placas miorrelaxantes de silicone ou acrílico, moldadas segundo o formato da arcada dentária do paciente, apesar de ser um tratamento mais indicado, deve ser usado com ponderação em crianças, pois ela está em fase de desenvolvimento, sendo assim, é necessário consultas de retorno ao dentista a cada 6 meses para realizar a troca da placa. Elas ajudam a restringir os movimentos dos músculos mastigatórios, dando proteção dos dentes ao atrito que provoca o desgaste e o abalo dos dentes, permitindo que a mandíbula tenha uma relação normal com a maxila, atingindo um equilíbrio neuromuscular (CORRÊA, 2010).

Técnicas psicológicas podem ser utilizadas como tratamento principal ou associado na eliminação do bruxismo, nos casos mais graves de tensão ou

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ansiedade, o acompanhamento de psicólogos é indispensável e os placebos podem ser utilizados quando a etiologia é psicológica. A massagem e o calor úmido também têm sido utilizados para ativar a musculatura, aumentar a circulação e permitir a eliminação rápida de ácidos e outros resíduos e irritantes metabólicos teciduais (CORRÊA, 2010).

Essas formas de tratamento precisam ser empregados juntos e de forma multidisciplinar, incluindo odontopediatras, pediatras, otorrinolaringologistas e psicólogos (CORRÊA 2010).

7. MÉTODOS

Para essa revisão de literatura teve como base artigos, livros, monografias, associados através de buscas em bancos de dados como, Scielo, Google acadêmico e Bireme, relacionado ao tema bruxismo infantil. Revisando assim sobre os sinais, sintomas, fatores predisponentes que causam consequências no dia a dia do crescimento de uma criança buscando diagnosticar o fator da parafunção e o tratamento para um melhor prognóstico favorável.

8. DISCUSSÃO

Apesar de MARIE & PIETKIEWICZ (1907) introduzirem este assunto na literatura francesa em 1901, o primeiro sistema de classificação sobre o bruxismo foi o de MILLER, introduzido em 1936. Este autor classificou o bruxismo como “bruxomania” para sugerir o hábito de ranger e apertar os dentes durante o dia, e o termo “bruxismo” com o significado de “um hábito de ranger e apertar os dentes que ocorre exclusivamente durante a noite”.

O segundo sistema de classificação foi publicado por RAMFJORD em 1961, que classificou o bruxismo como sendo dos tipos cêntrico ou excêntrico. O apertar e ranjer dos dentes de forma centrada é o movimento de bruxismo chamado cêntrico, e não provoca desgaste dos dentes, já o ranger dos dentes é classificado como excêntrico e causa desgaste dos dentes. RAMFJORD (1961) ainda acrescentou que o bruxismo cêntrico ocorre principalmente durante o dia e o excêntrico durante a noite. Baseando-se nas pesquisas Barbosa (2008) definiu o bruxismo como o ranger e/ou apertar de dentes de forma repetida e inconsciente, sendo assim considerado um hábito parafuncional.

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PIZZOL et al., (2006) acrescenta que o bruxismo é uma atividade parafuncional do sistema mastigatório de etiologia multifatorial, sendo os principais fatores locais, psicológicos, sistêmicos e genéticos.

Dentre os fatores locais DEMIR et al., (2004), observaram as maloclusões, traumatismo oclusal, contato prematuro, reabsorção radicular, presença de cálculo dental, dentes perdidos, excesso de material restaurador. Porém PIERRO (2006), discorda sobre as maloclusões, pois há evidências de que o bruxismo em crianças pequenas pode ser consequência da imaturidade do sistema mastigatório neuromuscular.

SERRA NEGRA et al., (2006) também diz em que a maloclusão não acelera a possibilidade de suceder o bruxismo. Em associação ao acontecido dos outros hábitos bucais parafuncionais, não foi observado ligação com o bruxismo. Sugere recomendação preventiva no ato de hábitos bucais, sucção digital e chupeta.

Enquanto AHMAD (1986) considera que intervenções oclusais podem estimular o bruxismo, já OKESON (1992) considera que a eliminação destas intervenções não diminui o bruxismo, então não seriam relevantes na manifestação do problema.

Já relacionado aos fatores sistêmicos DEMIR et al., (2004), falam que as deficiências nutricionais e vitamínicas, distúrbios gastrintestinais, desordens endócrinas, Síndrome de Down e deficiência mental podem estar relacionadas ao desenvolvimento do hábito.

CARIOLA (2006) diz que fortes tensões emocionais, problemas familiares, ansiedade, depressão, medo, provas escolares ou mesmo a prática de esportes competitivos podem atuar como fatores de origem psicológica e ocupacional para o desencadeamento desta condição.

Com relação aos fatores hereditários, LOBBEZOO (2014) relata no seu estudo sobre predisposição genética e confirma que pais que possuíam o hábito na infância frequentemente apresentam filhos que apertam ou rangem os dentes.

VANDERAS et al., (1999) considera que crianças com problemas psicológicos, especialmente com déficit de atenção, problemas comportamentais e

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hiperatividade encontra-se em grande risco de bruxismo. O predomínio de bruxismo em crianças com paralisia cerebral e Síndrome de Down, foi similar no que foi descoberta em crianças sem compromisso mental.

KATO et al., (2001) disse que crianças com apnéia do sono aparecem com frequência e com grande hábito de morder os lábios, aumentando assim a atividade parafuncional, podendo levar, entre outros ao bruxismo, agregado com sono fragmentado. Há o desfavorável que crianças com obstrução das vias aéreas jogam a mandíbula para frente para favorecer a passagem de ar, podendo incentivar receptores das vias aéreas superiores para expandir o tônus das vias aéreas, levando ao bruxismo.

Segundo KNUTSON (2003), o distúrbio dos músculos da juntura da coluna cervical, principalmente da região superior, é capaz de ser considerada um fator etiológico do bruxismo crônico em crianças. Encontra-se uma ligação de vício entre a análise do hábito de bruxismo e o período de aleitamento materno, isto é, quando o tempo de aleitamento materno é maior, a prevalência do hábito é menor, apesar de essa relação permaneça no limite de significância.

BAYARDO et al., (1996) e HUBLIN et al (1998), diz que bruxismo é mais contínuo em meninas. Porém, BERTHI et al (2006), relatam 92% das crianças que possuem o hábito eram meninos. Já DEMIR et al (2004) e PETIT et al (2007) não constataram diferenças estatisticamente significantes no prevalecimento do bruxismo em crianças de ambos os sexos.

CORRÊA (2010) concorda que o tratamento do bruxismo é alterável, e que sua escolha depende muito da etiologia, ele determina basicamente a melhoria da harmonia oclusal e da dimensão vertical pelas restaurações de resina composta. Entendido que a maioria das crianças que são bruxistas são ansiosas, pequenos números de tratamentos diferentes têm sido feitos tendo em vista favorecer o lado emotivo do paciente como o uso de florais de Bach, homeopatia e acupuntura.

GHANIZADEH (2013) investigou a utilidade do fármaco hidroxizina para tratamento do bruxismo noturno em crianças. O estudo cotejou o efeito de hidroxizina e placebo, os dois reduziram o bruxismo, sendo assim, hidroxizina mais efetiva. Esses resultados complementam vigorosamente mais uma opção de

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tratamento na literatura atualmente para as crianças com bruxismo, uma vez que há um número restrito de medicamentos em utilização e todos já pesquisados têm relevantes efeitos adversos. GHANIZADEH (2013) favorece a utilização do fármaco em razão de que ele minimiza a ansiedade, estimula o relaxamento muscular e tem poucos efeitos contrários dentre os já consumidos como Clonidina e Clonazepan. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos artigos revisados, conclui-se que o bruxismo é uma parafunção de etiologia multifatorial, sendo os principais fatores locais, genéticos, psicológico, neurológicos, sistêmicos e ocupacionais. Tendo como possíveis consequências desgaste dental excessivo, sensibilidade, mobilidade dental e danos aos tecidos moles, causando dores de cabeça frequente, perda da dimensão vertical, dores na articulação temporomandibular (ATM).

A forma de tratamento discutido depende do fator etiológico, sinais e sintomas clínicos, buscando o correto diagnóstico. Apesar de ser um distúrbio que prejudica muitas pessoas e que pode provocar anomalias, até então é improvável determinar um tratamento padrão, cada pessoa deve ser investigada e tratado individualmente. Portanto, o cirurgião-dentista deve estar preparado para realizar um bom diagnóstico de sinais e sintomas, identificando o problema e informando ao paciente da severidade do caso que o acomete.

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Referências

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