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ENTIDADES FILANTRÓPICAS: UMA ANÁLISE QUALITATIVA NA CIDADE DE ITAJUBÁ-MG

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ENTIDADES FILANTRÓPICAS: UMA ANÁLISE QUALITATIVA NA CIDADE DE ITAJUBÁ-MG

GERALDO CAMILO DA SILVA

Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas – FACESM camilosilvam@gmail.com

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo analisar qualitativamente a presença do Terceiro Setor filantrópico em Itajubá, cidade localizada no sul do estado de Minas Gerais. Qualifica-se como um estudo descritivo, tendo sua amostra delimitada a partir de banco de dados dos órgãos certificadores do caráter filantrópico e qualificada de acordo com as atividades principais e secundárias desempenhadas, tempo de atuação, natureza jurídica e localização geográfica, das instituições, na cidade. Concluiu-se que o Terceiro Setor filantrópico atuante na cidade de Itajubá atua principalmente nas áreas de educação, desenvolvimento e defesa de direitos e, secundariamente, nas áreas de cultura e recreação. O tempo de atuação destas entidades, em geral, é de mais de trinta anos, sendo a grande maioria constituída sob a forma jurídica de associação privada, concentrando-se na maioria em zonas periféricas urbanas. Palavras-chave: Terceiro Setor, Entidades Filantrópicas, Ramos de Atividade;

1. INTRODUÇÃO

O anseio de atender as necessidades sociais leva, há algum tempo, ao delineamento dos setores que sustentam a economia mundial. A incapacidade do Estado (Primeiro Setor) em garantir de forma eficaz os direitos coletivos à população e, por outro lado, a busca pela lucratividade no Mercado (Segundo Setor), culminou no fim do século passado com a discussão sobre um terceiro segmento, não enquadrado nas características descritas anteriormente. A tal segmento atribuiu-se o termo Terceiro Setor, que compreende entidades que não visam o lucro e, que mesmo não tendo nenhum vinculo estatal, almejam o atendimento das necessidades coletivas na comunidade ou grupo social ao qual pertençam.

Estudar as atividades promovidas pelo Terceiro Setor a uma determinada região é também aprofundar o conhecimento sobre determinado grupo de indivíduos a ela pertencente, seus aspectos econômicos, sociais, culturais, dentre outros que por fim compõem um perfil desta Sociedade. Assim sendo, este trabalho tem como justificativa a relevância da temática em função da pouca discussão acerca do tema, aliada a importância socioeconômica do Terceiro Setor para determinada região, no caso, a cidade de Itajubá, localizada no sul de Minas Gerais.

Embasando-se nestes dados, este trabalho toma como problema de pesquisa a seguinte questão: De forma qualitativa, como é a presença das entidades filantrópicas na cidade de Itajubá?

A partir da elaboração do problema de pesquisa, este trabalho define como objetivo geral analisar qualitativamente a presença do Terceiro Setor filantrópico na cidade de Itajubá.

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Com a definição do objetivo geral, formularam-se objetivos específicos para o possível delineamento e análise da pesquisa: (1) Quantificar entidades do Terceiro Setor filantrópico atuantes na cidade em análise a partir de bancos de dados oficiais; (2) Buscar dados referentes a cada entidade quantificada, classificando-as de acordo com o seu ramo de atividade e demais dados qualitativos; (3) Analisar os dados encontrados traçando assim um perfil do Terceiro setor filantrópico atuante na cidade em estudo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O Terceiro Setor é um conglomerado econômico conhecido acima de tudo pelo caráter não lucrativo de suas entidades. Quanto à forma constitutiva, o novo Código Civil Brasileiro de 2002 em seu artigo 44, ao qualificar as Pessoas Jurídicas de Direito Privado, as divide em Associações, Sociedades, Fundações, Organizações Religiosas e Partidos Políticos. Tendo as Sociedades o objetivo de partilha entre os sócios dos resultados (caráter lucrativo), as Organizações Religiosas liberdade para constituição, organização e funcionamento, sem intervenção do Estado e os Partidos Políticos regulação por Lei específica, restam às Associações e Fundações o tratamento como entidades sem fins lucrativos (OLAK, NASCIMENTO; 2010).

Hudson (2004, p. 9) subdivide as entidades do Terceiro Setor em três grupos: “(a) organizações típicas do Terceiro Setor; (b) organizações secundárias do Terceiro Setor e setor público; (c) organizações secundárias do Terceiro Setor e setor privado”. Ainda de acordo com o autor, os últimos dois grupos seriam respectivamente uma integração do Terceiro Setor com os Setores Público e Privado, como relacionado na Tabela 1.

Tabela 1: Classificação das entidades sem fins lucrativos segundo Hudson (2004) Organizações Típicas do terceiro

Setor

Instituições de caridade, organizações voluntárias, de campanhas, de arte subsidiadas, igrejas, organizações de empregados, profissionais e clubes. Organizações secundárias do

Terceiro Setor e setor público

Associações de habitação, escolas educacionais, Tecs, escolas mantidas por doações, Quangos (Organizações quase não governamentais) e

museus. Organizações secundárias do

Terceiro Setor e setor privado

Escolas independentes, cooperativas, associação de previdência, associação de amigos e sociedade de seguro mútuo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Num panorama atual, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítistica (IBGE), conduz estudos sobre o Terceiro Setor com base no banco de dados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). O último estudo, realizado em 2010, toma como base para classificação das entidades, afim de comparabilidade internacional, a Classificação dos

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Objetivos das Instituições sem Fins Lucrativos a Serviço das Famílias (Classification of the Purposes of Non-Profit Institutions Serving Households - Copni), elaborada pela Divisão de Estatísticas da ONU. Tal classificação divide as organizações sem fins lucrativos em 10 grupos, conforme a Tabela 2.

Tabela 2: Classificação sem fins lucrativos segundo a Copni- ONU

Grupos Atividades desempenhadas

Grupo 01 - Habitação • Habitação

Grupo 02 - Saúde • Hospitais

• Outros serviços de saúde Grupo 03 - Cultura e recreação • Cultura e arte

• Esporte e recreação Grupo 04 - Educação e pesquisa • Educação infantil

• Ensino fundamental • Ensino médio • Ensino Superior

• Caixas escolares e similares • Estudos e Pesquisas • Educação Profissional

• Outras formas de educação/ensino Grupo 05 - Assistência social • Assistência Social

Grupo 06 - Religião • Religião

Grupo 07 - Partidos políticos, sindicatos, associações patronais e profissionais

• Partidos políticos

• Sindicatos, federações e confederações • Associações empresariais e patronais • Associações profissionais

Grupo 08 - Meio ambiente e proteção animal • Meio ambiente e proteção animal Grupo 09 - Desenvolvimento e defesa de direitos • Associações de moradores

• Centros e associações comunitárias • Desenvolvimento rural

• Emprego e treinamento

• Defesa de direitos de grupos e minorias • Outras formas de desenvolvimento e defesa de direitos

Grupo 10 - Outras instituições privadas sem fins lucrativos

• Condomínios • Cartórios • Sistema S

• Entidade de mediação e arbitragem • Comissão de conciliação prévia

• Conselhos, fundos e consórcios municipais • Cemitérios e funerárias

• Outras instituições privadas sem fins lucrativos não especificadas anteriormente

Fonte: IBGE., 2012.

No Brasil as entidades do Terceiro Setor não têm, juridicamente, uma classificação específica, recebendo neste sentido apenas uma ordenação quanto ao CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica), vinculada ao CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e proposta pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA).

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Por desenvolver funções que complementam as ações do estado, as fundações, entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e que promovem assistência social, sem fins lucrativos, têm na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 150, o direito à imunidade tributária. No Brasil, o caráter de filantropia é determinante para a imunidade ou isenção tributária, sendo certificada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC), conforme a área de atuação de cada entidade.

Na busca de trabalhos que abordassem anteriormente a temática em estudo, constatou-se que, apesar da existência de livros e publicações sobre o tema Terceiro Setor, o estudo da classificação das atividades das entidades sem fins lucrativos é usual apenas em estatísticas governamentais, sendo pouco explorada em pesquisas de cunho acadêmico e científico.

Em estudos acerca da qualidade ética e riqueza das organizações do Terceiro Setor, Muraro e Lima (2003) revisaram o conceito de Terceiro Setor, descrevendo sua expansão, acentuando sua importância no combate aos desequilíbrios sociais e, finalmente, explicitando a necessidade da qualidade ética dos gestores, fundamental para garantir o sucesso das organizações. Com o estudo concluíram que a riqueza de uma organização está associada à qualidade ética de seus gestores.

Sob a ótica de campo de pesquisa, a cidade de Itajubá, localizada no Sul de Minas Gerais, maior cidade de sua Microrregião, composta por 13 cidades, se apresenta como vasto campo de atuação do Terceiro Setor. De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, a cidade apresenta uma população de 90658 habitantes, distribuídos demograficamente em uma densidade de 307,49 hab./km².

Esta pesquisa busca um perfil do Terceiro Setor filantrópico em determinada região, no caso, a cidade de Itajubá. Diferencia-se dos demais trabalhos por traçar o perfil social de entidades filantrópicas de uma região pouco explorada neste campo de pesquisa, principalmente no que tange a classificação das atividades desempenhadas pelas suas organizações.

3. MÉTODOS DA PESQUISA

Tratando este estudo de analisar a presença das entidades filantrópicas do Terceiro Setor na cidade de Itajubá através de amostragem em bancos de dados oficiais de órgãos da Administração Pública, desenvolveu-se uma pesquisa de abordagem indutiva, baseando-se na generalização de propriedades comuns a certo número de casos (CERVO; BERVIAN; SILVA; 2011).

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Num contexto mais amplo, esta pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, já que segundo Silva (2010, p. 59) “tem como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo relações entre as variáveis. Os dados coletados possuem técnicas padronizadas como, por exemplo, a observação sistemática”.

Quanto aos procedimentos a pesquisa pode ser classificada como documental, explorando dados que ainda não foram tratados de forma analítica, podendo ser até mesmo reelaborada (SILVA, 2010). Neste tipo de pesquisa as informações são provenientes de órgãos que as realizaram e englobam todos os materiais escritos ou não, tendo por objetivo resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego destas informações (LAKATOS E MARCONI, 2011).

Sendo de acesso restrito o banco de dados do CEMPRE, utilizado pelo IBGE em seus levantamentos oficiais, para quantificar as entidades sem fins lucrativos da cidade, iniciou-se a busca de dados junto aos órgãos reguladores do cadastro dessas organizações: Cartório de Registro e Protesto de Títulos, Secretaria da Receita Federal e Prefeitura Municipal. Sem sucesso na obtenção dos dados junto a estes órgãos, buscou-se em um segundo momento a amostragem das entidades na promotoria do Ministério Público, órgão velador responsável, atuante no município. Como também foi negado o acesso às informações por parte deste órgão, recorreu-se aos bancos de dados dos Certificadores da filantropia destas entidades: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC). Após a coleta de dados, realizada junto a estes órgãos, definiu-se o universo da pesquisa, composto de 29 entidades certificadas como filantrópicas e atuantes na cidade de Itajubá.

4. ANÁLISE DE RESULTADOS

A obtenção da listagem das entidades filantrópicas devidamente certificadas possibilitou a consulta de seus CNPJ’s junto ao site da Receita Federal, em seu sistema de Situação Cadastral de Pessoa Jurídica. Através desta consulta foram observados os seguintes dados: CNAE principal, CNAE secundários, data de fundação, natureza jurídica e endereço da entidade. Em posse destes dados iniciou-se o tratamento das informações, para que a análise dos resultados desta pesquisa pudesse ser desdobrada em cinco seções, como segue.

Com a finalidade de analisar a atividade principal desenvolvida pelas entidades de acordo com a classificação proposta pela Divisão de Estatísticas da ONU, a Copni, foi elaborada a tabela 3, na qual foram inseridas a CNAE da atividade principal encontrada no comprovante de inscrição no CNPJ, a descrição do grupo classificatório desta CNAE de

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acordo com a CONCLA, o número de entidades verificadas com esta CNAE, o grupo correspondente na Tabela Copni e o percentual de entidades em cada grupo.

Tabela 3: Análise das atividades principais desempenhadas CNAE

Entidade Descrição Grupo CNAE Qtd Grupos Copni %

- - 0 Grupo 01 - Habitação 0

86 Atividades de atenção à saúde

humana 3 Grupo 02 - Saúde 10,34

93 Atividades esportivas e de

recreação e lazer 1 Grupo 03 - Cultura e recreação 3,45

85 Educação 9 Grupo 04 - Educação e pesquisa 31,03

87

Atividades de saúde integradas com Assistência Social, em residências coletivas e particulares

4 Grupo 05 - Assistência social 13,79

9491.0 Atividades de organizações

religiosas 1 Grupo 06 - Religião 3,45

9420.1 Atividades de organizações

sindicais 1

Grupo 07 - Partidos políticos, sindicatos, associações patronais e profissionais 3,45

9103-1

Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e proteção ambiental

1 Grupo 08 - Meio ambiente e proteção

animal 3,45

943 Atividades de organizações

associativas 9

Grupo 09 - Desenvolvimento e defesa de

direitos 31,03

- - 0 Grupo 10 - Outras instituições privadas

sem fins lucrativos 0

Total 29 100

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

Através da elaboração da Tabela 3, pode-se verificar o maior número de entidades atuando no ramo de educação e pesquisa (31,03%) e na defesa de direitos e desenvolvimento (31,03%). Em um segundo plano notam-se evidentes também as entidades atuantes nas atividades de assistência social (13,79%) e saúde (10,34%).

Com relação às atividades secundárias desempenhadas pelas entidades sem fins lucrativos com caráter de filantropia na cidade de Itajubá, pode ser verificado que nem todas as entidades possuem atividades secundárias, mantendo suas atividades concentradas na CNAE principal. Apurou-se também que algumas entidades possuíam mais de uma atividade secundária. Neste caso, após contato com a organização, foi verificada a atividade secundária mais frequente, a qual se utilizou nesta análise.

A partir da obtenção dos dados foi elaborada outra tabela, nos moldes da tabela anterior, com a finalidade de análise da atividade secundária desempenha da. Observou-se que além das atividades principais, as atividades mais desempenhadas pelas entidades do

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Terceiro Setor filantrópico de Itajubá, secundariamente, são as ligadas às áreas de cultura e recreação (47,38%), assistência social (21,05%) e educação e pesquisa (15,79%). Outras atividades também são exercidas, com menos frequência (15,78%), por suas entidades, distribuídas igualmente em áreas como saúde, desenvolvimento e defesa de direitos e outras atividades de grupos não especificados pela Copni.

Quanto ao tempo de funcionamento de cada entidade em estudo na cidade de Itajubá, a busca deu-se através do campo “Data de abertura”, no comprovante de inscrição no CNPJ. Com a análise destes dados foi possível verificar que a grande maioria das entidades filantrópicas de Itajubá (69%) atua na cidade há mais de 30 anos. Destaca-se ainda que 17,2% delas têm entre 20 e 30 anos e 13,8% entre 10 e 20 anos de atuação. A pesquisa apontou que nenhuma das entidades filantrópicas presentes nesta amostra tem menos de 10 anos de existência.

Outro dado que pode ser interpretado por esta análise de resultados foi a classificação destas entidades de acordo com a sua constituição, nas formas jurídicas previstas pelo Novo Código Civil Brasileiro. Na busca por esta natureza jurídica, pesquisada individualmente em cada entidade da amostra em estudo, verificou-se a presença de associações e fundações.

A partir do campo “Código e descrição da natureza jurídica”, no comprovante de inscrição no CNPJ, foram colhidos os dados, transpostos em seus respectivos campos em tabela específica, sendo quantificadas as entidades em cada natureza, juntamente com o seu respectivo percentual correspondente. Verificou-se de forma clara que a grande maioria das entidades da amostra é constituída sob a forma jurídica de associações privadas (82,76%), enquanto a minoria delas (17,24%) têm seus estatutos regidos sob a natureza de fundações privadas.

Com o intuito de conhecer onde estão localizadas as entidades que compõem a amostra final desta pesquisa, extraiu-se dos campos “Logradouro”, “Número” e “Bairro”, no comprovante de inscrição no CNPJ, classificando cada endereço em zona central, periférica urbana ou rural. A ordenação ocorreu através da classificação distrital da cidade, adotada pela Polícia Militar de Minas Gerais. Verificou-se que a maioria delas (65,52%) se encontra nas zonas periféricas urbanas da cidade, 31,03% na zona central urbana e apenas 3,45% nas zonas rurais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise dos resultados obtidos pela pesquisa pode-se desenvolver o desdobramento dos objetivos gerais e específicos deste trabalho, verificando diversas

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características do Terceiro Setor filantrópico atuante em Itajubá. Como exposto anteriormente, é possível então traçar um perfil das entidades sem fins lucrativos na cidade.

Em primeiro lugar é necessário salientar a dificuldade de acesso à informação sobre o Terceiro Setor por parte da sociedade. Como observado na seção 3, durante o processo de amostragem, notou-se a dificuldade de obtenção dos dados nos Órgãos responsáveis pelos cadastros das entidades sem fins lucrativos. Trata-se de informações básicas aos cidadãos, já que dizem respeito a entidades com fins direcionados aos mesmos, cujas imunidades ou isenções tributárias devem ser expostas a conhecimento público.

Em segundo lugar é importante ressaltar a importância das informações acerca do Terceiro Setor para a administração pública, seja ela municipal, estadual ou federal. Tais informações possibilitam compreender a demanda das necessidades sociais de determinada comunidade, além de traçar um rico perfil dos interesses coletivos que compõem os objetivos das associações e demais entidades.

Conclui-se então que o Terceiro Setor filantrópico presente na cidade de Itajubá atua principalmente nas áreas de educação, desenvolvimento e defesa de direitos e secundariamente nas áreas de cultura e recreação. O tempo de atuação na cidade das entidades que compõem este conglomerado em geral é de mais de trinta anos sendo a grande maioria constituída sob a forma jurídica de associação privada. Geograficamente o Terceiro Setor em Itajubá concentra-se em zonas periféricas urbanas, tendo volume considerável de instituições também em sua área central.

Tal conclusão nos permite reafirmar a relevância destas informações diante da importância socioeconômica do Terceiro Setor. Espera-se que a sociedade desperte maior interesse no que tange ao conhecimento de suas atividades e serviços oferecidos.

Como recomendação para próximos trabalhos, sugere-se que tomem como pesquisa a análise qualitativa ou quantitativa, de entidades filantrópicas ou não, de outras cidades ou regiões, para posteriores comparações entre o Terceiro Setor atuante em cada localidade, ou até mesmo entre ramos de atividade e objetivos sociais diferentes.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Pretince Hall, 2007.

HUDSON, Mike. Administrando organizações do Terceiro Setor: o desafio de administrar sem receita. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E ESTATÍSTICA. As fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil 2010. n. 20. IBGE: Rio de Janeiro, 2012.

______. População. Censos Demográficos. Censo 2010. Cidades@. Apresenta dados

demográficos das cidades brasileiras. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/index.php>. Acesso em 27 de julho de 2013.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MURARO, Piero; LIMA, José Edmilson de Souza. Terceiro setor, qualidade ética

e riqueza das organizações. Revista da FAE, Curitiba, v.6, n.1, p. 79-88, jan./abr. 2003. OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para Entidades sem fins lucrativos (Terceiro Setor). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada à Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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