Blastocelomados
e mais alguns pequenos filos acelomadosBlastocelomados: grupo artificial, ou seja, sem ancestral comum e diferente dos demais grupos de metazoários.
Esses grupos foram reunidos somente por conformação estrutural parecida.
Em bibliografia anterior a de Brusca & Brusca (2007) muitos desses grupos foram denominados Asquelmintos ou Pseudocelomados.
Portanto, o que seria um blastoceloma?
Celoma: cavidade (“tubo”) entre o tubo digestivo e a parede corporal. Essa cavidade é completamente encapsulada no interior de uma membrana fina de revestimento (peritônio).
Blastoceloma: cavidade (“tubo”) entre o tubo digestivo e a parede corporal. Contudo não é encapsulada no interior de uma membrana fina de revestimento (sem peritônio, portanto).
A troca do nome Pseudoceloma para blastoceloma é apenas uma questão etimológica (origem gramatical da palavra).
Vantagens da cavidade “tubo”: espaço para desenvolvimentos dos órgãos, sustentação hidrostática (esqueleto), propulsão de partes internas (probóscides), rapidez no transporte interno de
metabólitos. Isso tudo reduz o problema da razão superfíce/volume, ou seja, não necessita mais ser achatado (dorso-ventralmente) ou comprimido (lateralmente).
A presença ou não de uma cavidade (“tubo”) entre o tubo digestivo e a parede corporal define a existência de três grupos artificiais: Acelomados, Blastocelomados e Celomados. Lembrando que estamos já tratando de grupos triploblásticos (com ecto-, endo- e mesoderme).
Acelomados (sem cavidade “tubo” entre tubo digestivo e parede corporal)
Blastocelomados (com cavidade “tubo” entre tubo digestivo e parede corporal, contudo sem peritônio)
Celomados (com cavidade “tubo” e peritônio)
(corte transversal do corpo de um indivíduo)
Acelomados: Platyhelminthes e Entoprocta, Gnasthosmulida, Gastrotricha, Entoprocta (esses são os pequenos filos acelomados)
Blastocelomados: Rotifera, Kinorhyncha, Nemata, Nematomorpha, Acantocephala, Priapulida, Loricifera e Cycliophora.
Celomados: demais grupos de bilateria, entre eles Annelida, Arthropoda, Mollusca,
Grupos Blastocelomados....
Filo Rotifera
- predominantemente em água-doce (poucas spp. marinhas); - maioria com menos de 1mm de comprimento;
- mais de 1.500 spp.;
- zooplâncton (rotiferos, protozoários e crustáceos juvenis); -maioria solitária e rastejante, mas ocorrem
-spp. sésseis e coloniais;
associado à branquias de crustáceos
FILO ROTIFERA
são blastocelomados que dominam o zooplâncton de água doce; Características gerais dos Rotíferos.Latim: rota = roda; ferre = carregar, portar
fazem a reciclagem de nutrientes nos sistemas aquáticos; existem algumas espécies marinhas, em musgos
na água doce – densidades de 1.000 ind./L 0,1 a 1mm de comprimento;
corpo composto por 1000 células (EUTELIA – nº fixo de células quando maduros)
solitários, livre-natantes, rastejantes, sésseis e coloniais corpo é geralmente transparente, embora pareçam verdes, alaranjados, vermelhos ou marrons, devido a coloração do estômago.
Brachionus plicatillis
Importância do conhecimento e estudo de rotíferos
Produtividade natural dos ecossistemas aquáticos
Reciclagem de nutrientes nesses ambientes
FILO ROTIFERA
Estrutura Externa
O corpo é alongado ou sacular, relativamente cilíndrico; geralmente dividido em uma região anterior curta, um grande tronco (maior parte do corpo) e um pé terminal;
corpo distintamente anelado. Esculpido ou ornamentado de várias maneiras;
extremidade anterior órgão ciliado – coroa – característica do filo;
coroa (usada na alimentação e na natação) e mástax (trituração
do alimento ;
Coroa primitiva chamada de campo bucal;
os diferentes tipos de coroa tenham evoluído a partir daí várias partes se perderam ou se tornaram desenvolvidas cílios modificaram-se em cirros, membranelas ou cerdas.
Estrutura externa
Corpo cilíndrico; Região anterior curta; Coroa (campo bucal); Tronco alongado; Pé;
dedo;
Características diagnósticas
Simetria bilateral, não segmentados, triploblásticos blastocelomados;
Diminutos, raramente alcançam 3mm de comprimento; cutícula intracelular formando um invólucro ou lórica;
FILO ROTIFERA - CLASSES
CLASSE SEISSONIDA - um único gênero de rotíferos marinhos, comensais de crustáceos. Ambientes de água doce e marinhos.
CLASSE BDELLOIDA - extremidade anterior retrátil, com dois discos trocais. Espécies nadadoras ou rastejantes, partenogenéticas, machos ausentes. Ambientes de água doce.
CLASSE MONOGONONTA - um só ovário, partenogênese comum, mas com reprodução sexual periódica. Machos anões. Ambientes de água doce.
Classe Bdelloidea
CLASSE
MONOGONONTA
Asplanchna
Brachionus Synchaeta Lecane Euchlanis
Kellicottia
ALTERAÇÕES SAZONAIS – DEFESA
fenômeno: ciclomorfose
dependendo da estação do ano – desenvolvem espinhos mais longos ou mais curtos que os desenvolvidos por seus descendentes durante outra estação;
Brachionus calyciflorus, o aumento dos espinhos induzidos por fome, baixas temperaturas ou por predadores;
espinhos alongados – proteção
Ex: na presença de rotífero predador Asplanchna, ocorre o desenvolvimento de espinhos na lórica;
espinhos tornam o rotífero maior, impedindo que seja engolido pelo predador;
FILO ROTIFERA
Estrutura externa - ciclomorfose
ADAPTAÇÕES A CONDIÇÕES ADVERSAS CRIPTOBIOSE■ Deterioração do ambiente – entram em estado de “morte” – ressurgem quando as condições ambientais se tornam favoráveis novamente;
■ Podem permanecer dormentes por meses ou anos;
■ Criptobiose: ressecamento, alteração da forma do corpo;
estruturas cuticulares: espinhos, secções corporais rígidas e a lórica – endurecidas pela teia intracelular;
cutícula verdadeira – revestimentos extracelulares e glicoproteína; epiderme é fina e sincicial, com número de núcleo específico em cada espécie;
poros secretores sobre a superfície epidérmica;
Abaixo da epiderme, músculos corporais de estriação cruzada; Musculatura da parede corporal não é organizada em bainhas circulares e longitudinais completas.
FILO ROTIFERA
Parede Corporal e Pseudocele
A: Natação ciliar - Brachionus
B: Saltos - Polyarthra C: tipo lagarta - Bdeloide
LOCOMOÇÃO
Boca Ventral circundada por uma parte da coroa → faringe (ou tubo bucal) → máxtax (contém glândulas salivares) → esôfago → estômago (glândulas gástricas) → intestino → cloaca (também se abrem órgãos excretores e ovidutos) → ânus.
SISTEMA DIGESTÓRIO
SISTEMA EXCRETOR
Amoniotélicos –
excretam amônia
Dois protonefrídios
na blastocele (um em cada lado do corpo) que contém várias
células-flama → captam e descarregam em dois tubos coletores → bexiga → cloaca → ânus. Protonefrídios atuam na osmorregulação e na regulação iônica.
SISTEMA NERVOSO
Massa ganglionar dorsal com
número variável denervos → órgãos sensoriais →
órgãos sensoriais:
■cerdas sensoriais na coroa;
■Antenas;
■1 ou 2 olhos cerebrais (ocelos com células fotoreceptoras e célula acessória com pigmento vermelho).
SISTEMA REPRODUTOR
Feminino: composto por 1 ou 2 ovários sinciciais (germovitelário) na
blastocele;
Germovitelário: região germinativa
(núcleos dos oócitos + vitelário (produtor de gema);
Útero: presente em algumas espécies
(Asplanchna)
SISTEMA REPRODUTOR
Masculino: 1 único testículo sacular; ducto espermático; gonóporo (~ ao
ânus na fêmea); glândula acessória (próstata); órgão copulador (pênis) –
penetração hipodérmica.
Outros órgãos estão ausentes no macho (intestino quando presente é vestigial) Bdelloidea – machos são desconhecidos
A. Anatomia do macho anão de Brachionus; B. Cópula cloacal em Chephalodella C. Espermatozóide típico com flagelo guia PARTENOGÊNESE Fêmeas amicticas (2n) →
ovos 2n – várias gerações
assexuadas
Fêmeas mícticas (2n) → ovos
n – não fertilizados ) →
machos (n)
Variação ambiental
R. sexual: machos n
cruzando com fêmeas mícticas (2n) ) → ovos (n) →
☻Mícticos (G. Miktos = misturado) – se refere a capacidade dos ovos haplóides de serem fertilizados (misturados) com o núcleo do espermatozóide do macho, para formar um embrião diplóide.
☻ Os ovos amicticos (sem mistura) ja são diplóides e podem se
desenvolver apenas por partenogênese.
ECLOSÃO DE UM ROTIFERA
Filo Acanthocephala
Filo Acanthocephala
- endoparasitas obrigatórios;- hospedeiro definitivo (final): vertebrados (intestino); - hospedeiro intermediário: artrópodos (insetos e crustáceos); - 1.100 spp. (maioria das spp. encontradas em peixes de água-doce);
- maioria spp. com até 20cm
(80 cm numa sp. que ocorre em porco/cachorro/homem); - nome: cabeça espinhosa. Grego: “acanthias” – cheio de espinho e
“cephalo” – cabeça; - sem sistema digestório.
Filo Acanthocephala
Morfologia Externa e Interna: - corpo cilíndrico e alongado; - receptáculo da probóscide;- garras cefálicas (espinhos) retráteis (bolsas); - epiderme sincicial (sem cuticula);
- alimentação por absorção direta pela parede do -corpo;
- um sistema circulatório ocorre dentro da epiderme; - sistema nervoso: gânglio anterior de onde partem nervos;
- sistema excretor: protonefrídio em algumas spp.; - sistema respiratório: difusão;
- músculos longitudinais e circulares auxiliam na movimentação;
• Corpo alongado com duas regiões
• Presoma – probóscide, pescoço e receptáculo da probóscide • Metasoma ou tronco
• Lemniscos – preenchida com fluido – auxilia na projeção da probóscide
Filo Acanthocephala
Probóscide Lemniscos Receptáculo da probóscide Lemniscos PRESSOMA• A probóscide é protrátil, armada de ganchos recurvados e acúleos. • Auxilia para adentrar no trato intestinal do hospedeiro e movimentação na fase larvária.
• Como não apresentam sistema digestório, absorvem os nutrientes através de seu tegumento - difusão.
Filo Acanthocephala
Filo Acanthocephala
Reprodução e Desenvolvimento:- sexos separados (dioicos);
- macho com pênis e fecundação interna (cópula); - ovo-larva-adulto;
Ciclo:
- larvas encapsuladas dentro da fêmea são eliminadas na luz do intestino (hospedeiro) e saem com as fezes deste.
- larvas encapsuladas (proteção) são ingeridas pelo hospedeiro intermediário, o qual perfura o trato digestivo e migra para a hemocele (sofre mudanças e encista);
- hospedeiro definitivo ao se alimentar de um hospedeiro intermediário ingere o cisto; - no hospedeiro definito, a larva excista e se prende a parede do intestino.
+
+
juvenil na hemocele (sofre mudança e encista) fezes infestadas (larvas encapsuladas) + Porco A (HD) Besouro (HI) Recomeça o ciclo Porco B (HD) Filos menores - Filo Entoprocta - Filo Cycliophora - Filo Gastrotricha - Filo Gnathosmulida - Filo Kinorhyncha - Filo Nemata - Filo Nematomorpha - Filo Priapulida - Filo Loricifera Acelomados Blastocelomados