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O BOTULISMO NO HOMEM, NOS ANIMAIS E EM ALIMENTOS

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Academic year: 2021

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Maria Cristina Bressan

Gizela Melina Galindo

Miriam Aparecida dos Santos

Lavras 1999 SUMÁRIO

O BOTULISMO NO HOMEM, NOS ANIMAIS E EM ALIMENTOS ... 2

1. INTRODUÇÃO... 2

2. AGENTE CAUSADOR DA DOENÇA ... 3

3. OCORRÊNCIA DA DOENÇA ... 4

4. FORMAS DE INTOXICAÇÃO PELA TOXINA DO BOTULISMO NO HOMEM ... 5

5. SINTOMAS DO BOTULISMO NO HOMEM ... 6

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5.2. SINTOMAS NERVOSOS... 6

6. COMO PREVENIR O BOTULISMO EM HUMANOS... 7

6.1. CUIDADOS HIGIÊNICOS-SANITÁRIOS DAS CONSERVAS... 7

6.2. VACINAÇÃO... 9

7. TRATAMENTO PARA PESSOAS ACOMETIDAS PELO BOTULISMO... 9

8. COMO O BOTULISMO É TRANSMITIDO AOS ANIMAIS... 10

9. SINTOMAS APRESENTADOS PELOS ANIMAIS DOENTES ... 12

10. MATERIAL PARA DIAGNOSTICO... 13

11. COMO PREVENIR O BOTULISMO NOS ANIMAIS... 14

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O BOTULISMO NO HOMEM, NOS ANIMAIS E EM ALIMENTOS Maria Cristina Bressan**

Gizela Melina Galindo* Miriam Aparecida dos Santos*

1. INTRODUÇÃO

O Botulismo é uma intoxicação causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, caracterizado por manifestações nervosas. Apesar dessa ser uma toxina maléfica, atualmente ela é utilizada na Medicina Humana em cirurgias plásticas para a retirada de rugas, como relaxante muscular, como medicamento para o “Mal de Parkison” e, ainda é usada em casos de paralisia cerebral.

A doença é geralmente adquirida pela ingestão de alimentos que não foram devidamente esterilizados.

Geralmente, os alimentos envolvidos em surtos de Botulismo humano são as conservas caseiras de vegetais e pescado, bem como embutidos de carne e presunto. A toxina não altera o sabor dos alimentos, tornando difícil identificar sua presença.

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As espécies animais mais acometidas pelo Clostridium botulinum são os bovinos, equinos, caprinos e ovinos, acometendo também o homem.

2. AGENTE CAUSADOR DA DOENÇA

O agente causador da doença é uma bactéria que na ausência de oxigênio, produz a toxina causadora do Botulismo. Por essa razão, os alimentos em conservas e enlatados são os principais veiculadores da toxina no homem.

O habitat natural do Clostridium botulinum é o solo e os sedimentos aquáticos, podendo contaminar também os mais diferentes tipos de alimentos, tanto de origem vegetal como os de origem animal.

Os esporos, embora termorresistentes, podem ser destruídos por tratamento térmico. A temperatura máxima de crescimento para as bactérias botulínicas são de 500C e, em temperaturas superiores, o crescimento é inibido. Como consequência do tratamento térmico, os alimentos que contêm toxina geralmente estão isentos de outros microrganismos.

Alguns tipos de C. botulinum são capazes de crescerem e produzirem a toxina em alimentos envasados a vácuo, como “bacon”.

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3. OCORRÊNCIA DA DOENÇA

A doença afeta diferentes espécies domésticas e aves silvestres. No Brasil, o botulismo tem causado grandes prejuízos econômicos na pecuária, devido ao grande número de animais que morrem por essa doença.

O problema é verificado em rebanhos de gado de corte que sofrem de carência alimentar (deficiência de fósforo). De modo geral, os solos e pastagens do Rio Grande do Sul, em especial a zona Sul do estado possuem baixos níveis de fósforo, o que faz aumentar a incidência de botulismo durante o verão.

O aspecto sazonal é uma característica da doença, onde na maioria dos estados, as manifestações ocorrem no verão, durante os períodos chuvosos.

A doença acomete principalmente vacas em gestação ou lactação. Estas categorias são as de maior exigência nutricional no rebanho, portanto as primeiras a manifestarem sinais de desequilíbrio frente a uma dieta deficiente em fósforo apresentando osteofagia (consumo voluntário de ossos). Com isso, esses animais são predispostas à ingestão de toxinas botulínicas.

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O número de animais que ficam doentes (morbidade) é variável, porém os animais que adoecem e morrem é 100%. Embora existam relatos de recuperação de animais que ingeriram pequenas doses dessa toxina e desenvolveram sinais clínicos discretos.

Há relatos de surtos dessa doença em Búfalos no Maranhão, os quais foram associados ao hábito dos animais banharam-se na lama e, eventualmente ingerirem água estagnada de poças remanescentes, após um período de estiagem prolongada. Quando os animais entram e banham-se nas poças revolvem o lodo onde pode haver as toxinas. Mesmo que os animais não bebam a água das poças, as toxinas podem ser absorvidas pela pele, mucosas anal, oral, vaginal ou prepucial.

4. FORMAS DE INTOXICAÇÃO PELA TOXINA DO BOTULISMO NO HOMEM

Uma grande variedade de alimentos de origem animal e de origem vegetal podem transmitir o Botulismo para a espécie humana, dentre esses pode-se citar o milho, beterraba, palmito, aspargos, azeitonas verdes, espinafre, cogumelo, atum, patê de fígado, presunto, linguiça, lagosta, peixes defumados e mortadelas.

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As intoxicações por botulismo estão quase sempre associadas a conservas caseiras. Em contrapartida, as conservas industrializadas não são descritas como veiculadoras de toxinas, pois no processo de fabricação, os alimentos são submetidos a altas temperaturas que causam a destruição de esporos presentes na matéria prima e, além disso, o envasamento correto impede a contaminação do alimento após a manipulação industrial.

5. SINTOMAS DO BOTULISMO NO HOMEM

5.1. Gastroenterite Embora seja neurotóxica, os primeiros sintomas causados pela toxina podem ser de gastroenterite, manifestando-se por constipação intestinal, náuseas e vômito. Diarréias podem ocorrer, embora não sejam frequentes, pois a toxina não tem atividade irritativa na mucosa digestiva.

5.2. Sintomas nervosos Sintomas mais específicos no homem iniciam-se com fraqueza, vertigem, seguindo-se de alterações oculares: fotofobia (aversão à luz), cegueira para cores, visão dupla e ausência de lágrimas. As alterações respiratórias se manifestam por paralisia dos músculos intercostais, brônquios e diafragma, levando à

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taquipnéia (aumento da frequência respiratória), dispnéia (respiração alterada), respiração superficial, cianose (mucosas roxas) e deficiência de deglutição.

A morte pode ocorrer por hipóxia (falta de oxigenação nos tecidos) devido à paralisia do diafragma ou por parcial ou total obstrução das vias respiratórias superiores.

6. COMO PREVENIR O BOTULISMO EM HUMANOS

Alguns cuidados para evitar o Botulismo podem ser adotados tais como:

6.1. Cuidados higiênicos-sanitários das conservas • Descartar alimentos suspeitos ou com embalagens danificadas. • Não consumir alimentos que estejam em latas amassadas, enferrujadas ou estufadas. Esses alimentos podem conter bactérias que causam as chamadas toxi-infecções alimentares, cujos principais sintomas são vômito e diarréia.

• Verificar especialmente as “costuras” da lata (na tampa e na lateral). Elas devem estar intactas.

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• Nas embalagens de vidro, verificar as condições da tampa. Ela não deve estar estufada, enferrujada ou amassada. O líquido da conserva não deve estar turvo.

• O hábito de alguns consumidores de agitar a embalagem de conservas para ver se o alimento bóia não tem efeito do ponto de vista bacteriológico.

• Procurar comprar conservas em locais com boas condições de armazenamento. O alimento não deve ser estocado diretamente sobre o chão ou sob o sol. Os limites de empilhamento e temperatura estipulados pelo fabricante devem ser respeitados.

• A prática de preparo de conservas e salgas, ditas caseiras, deve ser adequada a melhores condições higiênico-sanitárias. • Como os esporos são destruídos pelo calor, os alimentos

cozidos ou fervidos por alguns minutos poderão ser consumidos sem receio.

• Evitar consumo de carne sem Inspeção Federal, Municipal ou Estadual.

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6.2. Vacinação A vacinação em humanos tem sido utilizada em profissionais e para pessoas que estão em contato direto com o agente e/ou sua toxina como pessoas envolvidas com o diagnóstico da doença; com a elaboração de produtos para o diagnóstico; vacinas ou mesmo pesquisadores atraídos pelo tema, que podem se intoxicar por ingestão acidental, inoculação acidental ou inalação devido à formação de aerossóis.

7. TRATAMENTO PARA PESSOAS ACOMETIDAS PELO BOTULISMO

As pessoas que suspeitam de ter sido intoxicadas por alimentos em geral devem procurar imediatamente um posto de saúde, o qual irá fornecer orientação adequada.

O tratamento ideal para as pessoas é o soro antibotulínico, que deve ser administrado logo no início do curso da doença por uma profissional responsável, pois uma vez nas terminações nervosas, a toxina não poderá mais ser inativada.

O soro antibotulínico é uma soluçãor rica em imunoglobulinas purificadas, que neutralizam especificamente a toxina produzida pelo C. botulinum.

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8. COMO O BOTULISMO É TRANSMITIDO AOS ANIMAIS O Clostridium botulinum faz parte da flora intestinal normal do animal, e quando ele morre por um motivo qualquer, devido à putrefação, são criadas condições favoráveis para o desenvolvimento da bactéria e produção de toxina botulínica. Os bovinos em regiões com acentuada deficiência de fósforo e suplementação mineral inadequada, têm tendência a ingerir ossos ou restos de cadáveres, e se estes estiverem contaminados com a toxina botulínica, podem desenvolver o Botulismo (FIGURA 1).

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Outros meios de transmissão do Botulismo, além da ingestão de ossos ou restos de cadáveres, são:

• água parada, geralmente águas rasas e esverdeadas, com restos de cadáveres ou não;

• grãos de milho armazenados em condições de umidade elevada e alta temperatura entram em putrefação e podem desenvolver a toxina;

• feno úmido e em putrefação;

• ração armazenada inadequadamente;

• cama de frango que, sob determinadas condições de armazenagem, são excelentes meios de cultura para o clostrídio e para a produção da toxina;

• silagem, principalmente nas partes laterais do silo, onde pode ocorrer putrefação.

9. SINTOMAS APRESENTADOS PELOS ANIMAIS DOENTES A duração da doença é variável, e vai depender da quantidade de toxina ingerida. Se a ingestão for alta, a morte pode

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vir em menos de 24 horas. Se for baixa, existe a probabilidade de o animal sobreviver, mas podem ficar sequelas.

O principal sintoma do Botulismo é a paralisia dos músculos de locomoção, mastigação e deglutição.

O problema se manifesta inicialmente nas patas traseiras, e o animal começa a apresentar um andar duro e desajeitado preferindo ficar deitado. Por isso o nome de “doença da vaca caída”. Mais tarde, o animal começa a apresentar dificuldade em pastar e mastigar alimentos. Não há febre.

Nos animais, o tratamento não é indicado, por ser caro. 10. MATERIAL PARA DIAGNOSTICO

Os animais que morreram de suspeita de botulismo deve-se coletar : material rumenal, conteúdo intestinal e fígado. Todo o material deve ser refrigerado e enviado ao laboratório o mais breve possível. Coleta-se, também, o cérebro do qual metade deve ser colocado em formol e a outra metade deve ser refrigerada, e enviada ao laboratório.

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11. COMO PREVENIR O BOTULISMO NOS ANIMAIS

Para evitar o Botulismo nos animais, devem ser tomadas as seguintes medidas:

• mineralização do rebanho, pois a carência mineral é a principal causa do hábito de roer ossos. A correção da deficiência de fósforo é fundamental, seja pela suplementação através de sais minerais, seja pela correção do solo;

• eliminação das fontes de intoxicação: os cadáveres devem ser retirados das pastagens, queimados e enterrados profundamente em local a que os bovinos não tenham acesso; • quando se suspeita que a intoxicação provenha de alguma

fonte de água ou alimento, deve-se impedir o acesso dos animais a esses lugares;

• todos os animais, após o desmame, devem ser vacinados anualmente. Os animais vacinados pela primeira vez devem tomar um reforço 4 - 6 semanas depois;

• as camas de frango, quando utilizadas na alimentação de bovinos, devem ser previamente esterilizadas, pois apresentam fezes, que são veículos de Clostridium botulinum, e restos de

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carcaças, que permitirão a multiplicação destes agentes e, dessa forma, a veiculação da toxina;

• o trânsito de aves migratórias deve ser observado, pois estas disseminam o Clostridium botulinum externamente ou internamente de áreas contaminadas para áreas não contaminadas;

• capim em decomposição ou silagem deteriorada devem ser removidos da alimentação dos animais.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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