OS CEJUSC E O CÓDIGO DE ÉTICA
DE CONCILIADORES E
I – Introdução: O Conselho Nacional de Justiça
1. Conceito:
O Conselho Nacional de Justiça é um órgão do Poder
Judiciário (art. 92, I-A, CF) criado pela Emenda Constitucional
45 de 2004 (“Reforma do Judiciário”), formado por 15
membros, com mandato de 2 anos, admitida uma
recondução.
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2. Estrutura:
Os membros do CNJ são indicados pelos seguintes órgãos (art. 103-B, CF):
2.1. O STF indica:
o Presidente do STF (é também o presidente do CNJ)
um desembargador de Tribunal de Justiça e um juiz estadual;
2.2. O STJ indica:
um Ministro do STJ, um juiz de Tribunal Regional Federal e um juiz federal;
2.3. O TST indica:
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2.4. O Procurador-Geral da República indica:
um membro do Ministério Público da União e um membro do Ministério Público estadual;
2.5. O Conselho Federal da OAB indica dois advogados;
2.6. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal indicam, cada um, um cidadão, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
À exceção do presidente do STF (que é também o presidente do CNJ), os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
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3. Competência:
O CNJ tem como competências principais:
•
Controlar a atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário
•
Controlar o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
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4. A Resolução 125/10 do CNJ:
4.1. Introdução:
No exercício da função de expedir atos regulamentares, em
29 de novembro de 2.010, o CNJ emitiu a resolução 125/10.
- Alterações:
emenda 01 de 31 de janeiro de 2.013.
emenda 02 de 08 de março de 2.016.
A resolução 125/10 instituiu a “Política Judiciária Nacional de
tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito
do Poder Judiciário”.
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4.2. Axiomas desta Política Judiciária Nacional:
1 – São objetivos estratégicos do Poder Judiciário a eficiência operacional, o acesso ao sistema de Justiça e a responsabilidade social;
2 – O direito de acesso à Justiça abrange não apenas a vertente formal perante os órgãos judiciários, mas implica em acesso à ordem jurídica justa;
3 – Os conflitos de interesses ocorrem em larga e crescente escala na sociedade;
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4 – Há a necessidade de organizar, em âmbito nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante outros mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e a conciliação;
5 – Há a necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução de litígios;
6 – A conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios;
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7 – A conciliação e a mediação têm reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças;
8 – É imprescindível estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos tribunais;
9 – É relevante e necessário organizar e uniformizar os serviços de conciliação e mediação para lhes evitar disparidades de orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução da política pública;
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4.3. A Política Pública de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses:
A resolução 125/10 do CNJ incumbiu aos órgãos judiciários a implantação de mecanismos de soluções de controvérsias (os “meios consensuais”: a mediação e a conciliação), para assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua natureza e peculiaridade.
O CNJ determinou aos Tribunais que estes serviços devem ser “gradativamente ofertados no prazo de 12 (doze) meses”.
Para a organização destes serviços, os Tribunais poderão firmar parcerias com entidades públicas e privadas, inclusive universidades e instituições de ensino.
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4.3. A Política Pública de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses:
A Emenda 02 de 08/03/16 determinou que os juízes, antes de dar uma sentença, devem oferecer às partes a possibilidade de solucionarem seus conflitos pela mediação e a conciliação (art. 334, NCPC c/c art. 27, Lei de Mediação )
A emenda 02 atualizou a resolução 125/10 ao adequar o Judiciário às novas leis que consolidam a conciliação e a mediação no país:
- a Lei de Mediação (Lei 13.140/2015)
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4.4. Principais competências do CNJ na resolução 125/10:
• Desenvolver conteúdo programático e ações para a capacitação em métodos consensuais de solução de conflitos nos termos do art. 167, § 1°, do NCPC;
• Regulamentar, em código de ética, a atuação dos conciliadores e mediadores;
• Buscar a cooperação para a criação de disciplinas acadêmicas que propiciem o surgimento da cultura da solução pacífica dos conflitos;
• Estimular a participação da OAB, DP e MP nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, valorizando a atuação na prevenção dos litígios;
• Realizar gestão junto aos entes públicos, grandes litigantes, empresas e agências reguladoras para implementar e estimular práticas autocompositivas, conferindo selo de qualidade;
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4.4. Principais competências do CNJ na resolução 125/10:
• atuar junto aos entes públicos de modo a estimular a conciliação, em especial nas demandas que envolvam matérias sedimentadas pela jurisprudência;
• criar Cadastro Nacional de Mediadores e Conciliadores Judiciais visando interligar os cadastros dos TJ e dos TRF (art. 167, NCPC c/c art. 12, § 1°, Lei de Mediação; • criar Sistema de Mediação e Conciliação Digital ou a distância para atuação
pré-processual de conflitos e em demandas em curso (art. 334, § 7º, NCPC c/c art. 46 Lei de Mediação;
• criar parâmetros de remuneração de mediadores (art. 169, NCPC);
• monitorar a instalação e funcionamento dos CEJUSC e a avaliação, capacitação e treinamento dos mediadores e conciliadores.
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4.5. Principais competências dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos:
A resolução 125/10 do CNJ determinou aos Tribunais a criação, no prazo de trinta dias, de um
Núcleo Permanentede Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, com tais atribuições:
• Desenvolver (planejar, implementar, manter e aperfeiçoar ações) a Política Judiciária de tratamento adequado dos conflitos de interesses;
• Instalar Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania que concentrarão a realização das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores;
• Capacitar, treinar e atualizar permanentemente os conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos, criando cadastroe regulamentando suaremuneração;
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5. conclusão:
A Emenda Constitucional da Reforma do Judiciário (EC 45/04) criou o Conselho Nacional de Justiça, com competência para controlar a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário (art. 92,I-A e 103-B, CF).
Dentro de sua competência, o CNJ expediu a Resolução 125/10, que instituiu a Política Pública de Tratamento Adequado dos Conflitos.
Esta resolução determinou que todos os Tribunais organizassem um Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos.
O Núcleo Permanente tem como atribuição instituir nas comarcas os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania.
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Constituição Federal EC 45/04 Conselho Nacional de Justiça Res. 125/10 Tribunais de Justiça Núcleos Permanentes CEJUSC Conciliadores MediadoresII – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania - CEJUSC
1. Instalação:
• Os tribunais deverão criar Cejuscs, responsáveis preferencialmente, pela realização das audiências de conciliação e mediação, sempre à cargo de conciliadores e mediadores. • - pré-processuais deverão ser realizadas nos Centros
• - judiciais, excepcionalmente nos próprios Juízos, Juizados ou Varas, desde que por conciliadores e mediadores cadastrados pelo tribunal e supervisionados pelo Juiz Coordenador do Centro.
• - Tribunais de Justiça: nos locais onde existam 2 (dois) Juízos, Juizados ou Varas
• - todas as comarcas precisarão ser atendidas por algum Cejusc, seja ele na própria unidade, regional (que atende a mais de uma comarca) ou itinerante.
II – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania - CEJUSC
2. Competência:
Os CEJUSC são responsáveis pelas sessões e audiências de conciliação e mediação nas seguintes áreas:
• Cível
• Fazendária
• Previdenciária
• Família
• Juizados Especiais Cíveis
• Juizados Especiais Criminais
• Juizados Especiais Fazendários
II – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania - CEJUSC
3. Estrutura:
Os CEJUSC contarão com a seguinte estrutura:
• um juiz coordenador (que poderá ficar designado exclusivamente para sua administração).
• servidores com dedicação exclusiva (obrigatoriamente capacitados em métodos consensuais de solução de conflitos).
• mediadores e conciliadores devidamente capacitados.
• membros do Ministério Público, defensores públicos, procuradores e advogados.
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Cidadania - CEJUSC
4. Setores do CEJUSC:
Os Centros deverão obrigatoriamente abranger:
CEJUSC
Setor
pré-processual
Setor
processual
Setor de
cidadania
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Cidadania - CEJUSC
4.1. Setor de solução de conflitos pré-processual:
• Nos casos da competência do CEJUSC o interessado comparece ou remete sua pretensão via e-mail com os dados essenciais (documentos pessoais, documentos relativos ao caso).
• O funcionário colhe a reclamação, sem reduzi-la a termo, e emite, no ato, carta convite à parte contrária, informando a data, hora e local da sessão de conciliação ou mediação.
• Obtido o acordo na sessão, será homologado por sentença pelo juiz coordenador do CEJUSC. O termo do acordo será arquivado em meio digital.
• Não obtido o acordo, os interessados serão orientados a buscar a solução do conflito nos Juizados Especiais ou na Justiça Comum.
• Obtido ou não o acordo, será colhida a qualificação completa dos interessados, para fins estatísticos.
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Cidadania - CEJUSC
4.2. Setor de solução de conflitos processual:
• O setor de solução de conflitos processual recebe processos já distribuídos e despachados pelos magistrados.
• As audiências serão designadas pelos magistrados das varas de origem, mediante pauta disponibilizada pelo CEJUSC.
• Obtido o acordo, o termo será homologado pelo juiz de origem do processo.
• Não obtido o acordo, o processo retornará ao órgão de origem, para prosseguimento dos trâmites processuais normais.
• Descumprido o acordo, a execução da sentença se dará perante o próprio órgão judiciário de origem.
4.3. Setor de cidadania:
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Cidadania - CEJUSC
5. Fórum de Coordenadores de Núcleos:
• O Presidente do Tribunal indica um magistrado que coordena o NUPEMEC e representa o tribunal no Fórum de Coordenadores de Núcleos.
• Os Fóruns de Coordenadores de Núcleos poderão estabelecer diretrizes específicas aos seus segmentos e seus enunciados terão aplicabilidade restrita ao respectivo segmento da justiça, tratando de:
• - âmbito de atuação de conciliadores face ao Novo CPC
• - estrutura necessária dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania para cada segmento da justiça;
• - estabelecimento de conteúdos programáticos para cursos de conciliação e mediação
próprios para a atuação em áreas específicas, como previdenciária, desapropriação, sistema financeiro de habitação entre outras;
II – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania - CEJUSC
6. Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação:
• O Cadastro das Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação, bem como seus mediadores e conciliadores, no tribunal respectivo ou no Cadastro Nacional de Mediadores Judiciais:
• - É obrigatório, para que possam realizar sessões incidentes a processo judicial;
• - É facultativo para realização de sessões de mediação ou conciliação pré-processuais. • Deverão atuar em audiêcias de forma não remunerada, como contrapartida de seu
credenciamento (art.169, § 2º, Novo CPC)
• Se sujeitam à avaliação de usuários, através de média aritmética de todos os mediadores e conciliadores avaliados;
• Não podem utilizar brasão e demais signos da República Federativa do Brasil, bem como a denominação de “tribunal” ou expressão semelhante para a entidade e a de “Juiz” ou equivalente para seus membros.
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Cidadania - CEJUSC
7. Conciliadores e Mediadores:
Como condição prévia de atuação nos CEJUSC (assim como em todos os demais órgãos judiciários nos quais se realizem sessões de conciliação e mediação – art 12, res 125/10 CNJ), os mediadores e conciliadores deverão obrigatoriamente ser capacitados mediante curso de capacitação.
Este Curso de Capacitação terá conteúdo programático, número de exercícios simulados, carga horária mínima e estágio supervisionado estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.
Os Conciliadores e Mediadores deverão submeter-se a reciclagem permanente e à avaliação do usuário.
II – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania - CEJUSC
Conciliadores:
Curso de capacitação
Reciclagem permanente
Avaliação do usuário
Código de Ética
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
1. Finalidades do Código de Ética:
O Código de Ética dos Conciliadores e Mediadores Judiciais está previsto como anexo III da Resolução 125/10 do CNJ.
É mandatório para todos os profissionais que atuam como terceiros facilitadores no âmbito do Poder Judiciário, constituindo imperativos de sua conduta.
O Código tem por finalidades:
a) assegurar o desenvolvimento da Política Pública de tratamento adequado dos conflitos;
b) assegurar a qualidade dos serviços de conciliação e mediação enquanto instrumentos efetivos de pacificação social e de prevenção de litígios.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
2. Princípios e garantias da conciliação e mediação judiciais:
São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais:
2.1. Confidencialidade:
É o dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas na sessão. Este princípio impossibilita que o conciliador possa ser testemunha do caso ou que atue como advogado dos envolvidos.
Exceções:
- autorização expressa das partes.
- violação à ordem pública ou às leis vigentes.
2.2. Decisão informada:
O conciliador tem o dever de manter as partes plenamente informadas quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
2.3. Competência:
O conciliador deve possuir qualificação que o habilite à atuação judicial, com capacitação e reciclagem periódica obrigatória para formação continuada.
2.4. Imparcialidade:
O conciliador age com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito.
Valores e conceitos pessoais não devem interferir no resultado do trabalho; a realidade dos envolvidos no conflito deve ser respeitada e compreendida.
Ainda, o Conciliador jamais deve aceitar qualquer espécie de favor ou presente.
2.5. Independência e autonomia:
O conciliador atua com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou externa. Ele pode recusar, suspender ou interromper a sessão se julgar que as condições necessárias para seu bom desenvolvimento não estão presentes.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
2.6. Respeito à ordem pública e às leis vigentes:
Estabelece o mandamento de velar para que o acordo entre as partes não viole a ordem pública, nem contrarie as leis vigentes.
2.7. Empoderamento:
Os interessados devem ser estimulados a aprenderem a melhor resolverem seus conflitos em função da experiência de justiça vivenciada na sessão de conciliação e mediação.
2.8. Validação:
As partes devem ser estimuladas a perceberem-se reciprocamente como serem humanos merecedores de atenção e respeito.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
3. Das regras do procedimento de conciliação e mediação:
São normas de conduta a serem observadas pelos facilitadores, para o bom desenvolvimento da sessão de conciliação, permitindo o engajamento dos envolvidos, com vistas à sua pacificação e ao comprometimento com eventual acordo obtido:
3.1. Informação:
Esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser empregado, apresentando-o de forma completa, clara e precisa.
3.2. Autonomia da vontade:
Respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva.
As partes têm liberdade para tomar as próprias decisões durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a qualquer momento.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
3.3. Ausência de obrigação de resultado:
O Facilitador não deve forçar um acordo e não toma decisões pelos envolvidos. Quando muito, no caso da conciliação, cria opções, que podem ou não ser acolhidas pelas partes.
3.4. Desvinculação da profissão de origem:
A atuação é desvinculada da profissão de origem.
Caso seja necessária orientação ou aconselhamento afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser convocado para a sessão o profissional respectivo, desde que com o consentimento de todos;
3.5. Compreensão quanto à conciliação e à mediação:
Assegura que os envolvidos, ao chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
4. Das responsabilidades e sanções do facilitador:
4.1. Do Cadastro e Termo de Compromisso:
Os Tribunais capacitarão e cadastrarão conciliadores e
mediadores, regulamentando o processo de inclusão e
exclusão no cadastro.
O
conciliador
e
o
mediador
assinam
“termo
de
compromisso” no início do seu exercício. Ainda,
submetem-se às orientações do Juiz Coordenador da unidade em que
vão atuar.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
4.2. Do Impedimento e Suspeição:
Os motivos de impedimento e suspeição dos juízes (art. 134
e 135, CPC) aplicam-se aos conciliadores e mediadores.
Ao constatar algum destes motivos, devem informar aos
envolvidos, interromper a sessão e solicitarem sua
substituição.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
•
Impedimentos (art. 134, CPC):
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
Além dos impedimentos previstos especificamente para os juízes no art. 134, CPC, os conciliadores e mediadores ficam ainda absolutamente impedidos de prestar serviços profissionais, de qualquer natureza, aos envolvidos em processo sob sua condução.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
• Suspeições (art. 135, CPC):
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
4.3. Sanções:
• Exclusão do conciliador ou mediador do cadastro.
• Impedimento para atuar nesta função em qualquer outro órgão do Poder Judiciário nacional.
4.4. Procedimento de representação:
Qualquer pessoa que venha a ter conhecimento de conduta inadequada por parte do conciliador ou mediador poderá representar ao Juiz Coordenador a fim de que sejam adotadas as providências cabíveis.
III – Código de Ética de Conciliadores e Mediadores
Judiciais
4.4. Acolhimento do advogado:
• O mediador/conciliador deve, preferencialmente no início da sessão inicial de mediação/conciliação, proporcionar ambiente adequado para que advogados atendam o disposto no art. 48, § 5º, do Novo Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil.
• § 5º É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decorrência da solução do litígio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial.
CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA DE GUARULHOS – FIG UNIMESP
Tel: 3544-0333 ramais 288 e 299
Ricardo Santovito