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Substituição de alimento vivo por alimento inerte na larvicultura intensiva do tambacu ( Colossoma macropomum X Piaractus mesopotamicus)

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Substituição de alimento vivo por alimento inerte na larvicultura

Substituição de alimento vivo por alimento inerte na larvicultura

Substituição de alimento vivo por alimento inerte na larvicultura

Substituição de alimento vivo por alimento inerte na larvicultura

intensiva do tambacu

intensiva do tambacu

intensiva do tambacu

intensiva do tambacu ((((♀ Colossoma macropomum

Colossoma macropomum

Colossoma macropomum X

Colossoma macropomum

X

X ♂ Piaractus

X

Piaractus

Piaractus

Piaractus

mesopotamicus

mesopotamicus

mesopotamicus

mesopotamicus))))

Danieli Cuzini Lombardi e Levy de Carvalho Gomes

*

Coordenação de Ciências Biológicas, Centro de Biomédicas, Centro Universitário Vila Velha, R. Comissário José Dantas de Melo, 21, 29102-770, Vila Velha, Espírito Santo, Brasil. *Autor para correspondência. E-mail: levy.gomes@uvv.br

RESUMO. Com este trabalho objetivou-se avaliar a substituição de náuplios de Artemia salina por alimentos inertes durante a larvicultura do tambacu. Na primeira fase, com duração de 12 dias, as larvas foram alimentadas com: náuplio de Artemia salina, cyclop-eeze e ovo de Artemia salina. Na segunda fase, com duração de dez dias, foram utilizadas larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina provenientes da primeira fase e testados os mesmos três alimentos. A qualidade da água manteve-se em condições adequadas para a larvicultura nas duas fases. As larvas da primeira fase alimentadas com náuplios de Artemia salina obtiveram os melhores resultados em crescimento, sobrevivência e desempenho produtivo. Na segunda fase, o crescimento, a sobrevivência e o desempenho produtivo das larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina e ovo de Artemia salina foram semelhantes. Nas duas fases, o custo com alimento foi mais baixo nas larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina. Os resultados obtidos mostram que nas duas fases de larvicultura testadas a oferta de náuplios de Artemia salina é a melhor estratégia alimentar por proporcionar boa sobrevivência, crescimento e bom desempenho produtivo, além de menor custo.

Palavras-chave: larva de peixe, náuplios de Artemia salina, cyclop-eeze, ovo de Artemia salina.

ABSTRACT. Replacement of live food for inert food on larviculture of tambacu (♀ Colossoma macropomum X ♂ Piaractus mesopotamicus). The aim of this work was to evaluate the replacement of Artemia salina nauplii by inert food during larviculture of tambacu. On the first phase with duration of 12 days, the larvae were fed with one of the following foods: Artemia salina nauplii, cyclop-eeze or Artemia salina egg. On the second phase, with 10 days of duration, larvae fed with Artemia salina nauplii were utilized in the first experiment and the same food treatments were tested. Water quality was adequate for larvae rearing in both phases. The larvae from the first phase that fed with Artemia salina nauplii presented better growth, survival rate and yield. On the second phase, the growth, survival and yield of larvae fed with Artemia salina nauplii and eggs were similar. On both phases, the food cost was lower for larvae fed with Artemia salina nauplii. The obtained results shown that on the two rearing phases the use of Artemia salina nauplii is the better feeding strategies, as the survival, growth, yield were greater than in the others treatments, and also showed the lower cost.

Key words: fish larvae, Artemia salina nauplii, cyclop-eeze, Artemia salina egg.

Intro IntroIntro Introduçãoduçãodução dução

A alimentação de larvas ainda é considerada um dos fatores críticos da larvicultura de peixes tropicais e a alimentação natural exerce influência muito importante no seu desenvolvimento (Urbinati e Gonçalves, 2005; Rollo et al., 2006). A utilização de náuplios de Artemia salina na alimentação de larvas de peixes tropicais de água doce, como o pacu (Piaractus mesopotamicus) e o tambaqui (Colossoma macropomum), é amplamente difundida e diversas pesquisas demonstraram a eficiência deste alimento no crescimento e sobrevivência das larvas destas

espécies (Sevilla e Günther, 2000; Jomori et al., 2003; Jomori et al., 2005). Entretanto, a obtenção de náuplios de Artemia salina é relativamente demorada e exige mais estrutura e tempo de mão-de-obra do que a oferta de alimentos inertes, como, por exemplo, ração (Luz e Zaniboni-Filho, 2002; Thomaz et al., 2004; Feiden et al., 2005).

Recentemente apareceu no mercado o cyclop-eeze, que é um crustáceo decápoda originário do lago Pristine no ártico, vendido seco como alimento alternativo ao uso de náuplios de Artemia salina. Resultados obtidos durante a larvicultura de

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cavalo-marinho (Hyppocampus abdominalis) e camarão da malásia (Macrobrachium rosenbergii) indicam que este alimento pode ser um bom substituto aos náuplios de Artemia salina, porém as larvas apresentam um crescimento ligeiramente menor (Nair et al., 2007; Woods, 2003). Outro alimento inerte que foi recentemente testado com relativo sucesso para larvas de jundiá (Rhamdia quelen) é o ovo de Artemia salina descapsulado e desidratado (Behr et al., 2000). Resultados positivos obtidos com larvas de outros peixes qualificam o ovo de Artemia salina descapsulado e o cyclop-eeze como possíveis candidatos a substituir os naúplios de Artemia salina como alimento durante a larvicultura.

O tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) é um peixe híbrido obtido com o cruzamento de fêmea de tambaqui com macho de pacu (Sipaúba-Tavares, 1993). Este peixe é muito popular no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, pela sua combinação de resistência às baixas temperaturas do inverno tropical, característica do pacu, com o rápido crescimento do tambaqui (Araújo-Lima e Gomes, 2005). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição de náuplios de Artemia salina por cyclop-eeze e ovo de Artemia salina durante a larvicultura do tambacu.

Material e métodos Material e métodosMaterial e métodos Material e métodos

Este trabalho foi executado no Laboratório de Ecotoxicologia Aquática do Centro Universitário Vila Velha, UVV, Vila Velha, Estado do Espírito Santo, com larvas de tambacu obtidas por desova induzida realizada na Associação dos Aquicultores do Espírito Santo, AQUES, Cariacica, Estado do Espírito Santo. O experimento teve duração de 22 dias, dividido em duas fases: a primeira com duração de 12 dias e a segunda com duração de dez dias.

Foram utilizados 12 aquários (40x20x30cm) com capacidade de 25 L de água, contendo 20 L de água na primeira fase e 10 L de água na segunda fase. Os aquários apresentavam aeração constante, e a água foi renovada em 30% do volume total a cada dois dias, após limpeza por sifonamento. As larvas foram alimentadas cinco vezes ao dia (8, 11, 14, 17 e 20h).

A qualidade da água foi monitorada no início, meio e fim de cada fase experimental. O oxigênio

dissolvido (mg L-1) e a temperatura (ºC) foram

medidos com um oxímetro digital (YSI 85), o pH com um potenciômetro digital e a amônia total pela técnica do endofenol.

Fase Fase Fase Fase 111 1

Foram utilizadas 2.400 larvas (peso médio =

0,86 mg e comprimento total médio = 3,83 mm), igualmente distribuídas em 12 aquários (200 larvas

por aquário ou dez larvas L-1). Utilizou-se

delineamento experimental inteiramente ao acaso, com três tratamentos (tipos de alimento) e quatro repetições cada. Os alimentos testados foram: cyclop-eeze seco (Argent Lab, USA); ovo de Artemia salina descapsulado (Maramar, Brasil) e

náuplios de Artemia salina recém-eclodido

(Maramar, Brasil). O cyclop-eeze e o ovo de Artemia salina foram oferecidos às larvas, a uma taxa de 100% do peso vivo por dia. Os náuplios de Artemia salina foram obtidos após eclosão de cistos previamente descapsulados, de acordo com metodologia descrita por Rocha (2005), e

oferecidos a uma taxa diária de 100 náuplios larva-1

nos seis primeiros dias de criação e 250 náuplios

larva-1 nos seis dias restantes. Os alimentos foram

oferecidos dentro da faixa obtida na literatura para utilização de náuplios de Artemia salina e de alimentos inertes durante a larvicultura de peixes (Urbinati e Gonçalves, 2005; Weingartner e Zaniboni-Filho, 2005).

Fase 2 Fase 2Fase 2 Fase 2

Foram utilizadas 675 larvas (peso médio = 11,54 mg e comprimento total médio = 11,26 mm), provenientes da primeira fase que haviam sido alimentadas com náuplio de Artemia salina, pois foi o tratamento que apresentou os melhores resultados na primeira fase. As larvas foram igualmente divididas em

nove aquários (75 larvas por aquário ou 7,5 larvas L-1).

Foi utilizado delineamento experimental inteiramente ao acaso, com três tratamentos (tipos de alimento) e três repetições cada. Foram testados os mesmos alimentos da fase anterior. Como as larvas anteriormente só se alimentavam de náuplios de Artemia salina, foi realizada transição gradual de alimento nos tratamentos cyclop-eeze e ovo de Artemia salina. No primeiro dia, todas as larvas desses tratamentos se alimentaram exclusivamente de náuplio de Artemia salina. No segundo dia, a alimentação foi 75% náuplio de Artemia salina e 25% cyclop-eeze ou ovo de Artemia salina, no terceiro dia 50% e 50%, no quarto dia 25% Artemia salina e 75% cyclop-eeze ou ovo de Artemia salina. A partir do quinto dia, as larvas foram alimentadas exclusivamente com cyclop-eeze ou ovo de Artemia salina. O cyclop-eeze e o ovo de Artemia salina descapsulado foram oferecidos a uma taxa de 100% do peso vivo por dia, divididos em cinco refeições. O náuplio de Artemia salina foi oferecido a

uma taxa diária de 500 náuplios larva-1 nos cinco

primeiros dias de criação e 1.000 náuplios larva-1 nos

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Avaliação Avaliação Avaliação

Avaliação do desempenho produtivodo desempenho produtivodo desempenho produtivodo desempenho produtivo

Para avaliação do crescimento foram retiradas

cinco larvas de cada unidade experimental, no 6o e

12o dia na primeira fase e no 5o e 10o dia na segunda

fase. As larvas foram pesadas com balança digital e medidas com um paquímetro. Ao final de cada fase de criação, foram avaliados os parâmetros de desempenho produtivo: sobrevivência (%), taxa de crescimento específico (TCE (%) = [(ln peso médio final – ln peso médio inicial)/tempo] x 100), ganho de peso (GP (mg) = peso final – peso inicial) e biomassa final (biomassa final (mg) = peso médio final x número de larvas despescadas). Foi estimado para cada um dos alimentos utilizados o custo para a produção de 1.000 larvas, com base no preço de mercado destes alimentos: cisto de Artemia salina para obtenção de náuplios (R$ 7,00 por 5 g); ovo de Artemia salina (R$ 8,00 por 15 g) e cyclop-eeze (R$ 32,00 por 30 g). Para estimar o custo, foi considerada a mortalidade de cada tratamento, sendo estipulado o custo por larva produzida, e, em seguida, este custo foi extrapolado para 1.000 larvas.

Análise estatística Análise estatísticaAnálise estatística Análise estatística

Os dados estão apresentados como média ± erro-padrão. Os resultados dos diferentes tratamentos foram comparados por uma análise de variância, seguida do teste de Tukey (Zar, 1999). As análises estatísticas foram realizadas com o programa Sigma Stat 3.0. Resultados e discussão

Resultados e discussãoResultados e discussão Resultados e discussão

As variações encontradas na qualidade da água das duas fases testadas estavam dentro da faixa ideal para criação de peixes tropicais, de acordo com Boyd (1982) (Tabela 1). Na primeira fase de criação, não houve diferença significativa entre os tratamentos para oxigênio dissolvido, temperatura e pH. A concentração de amônia na água dos aquários dos peixes alimentados com ovo de Artemia salina foi significativamente maior, quando comparada com a água dos aquários dos peixes que receberam cyclop-eeze, o que pode estar relacionado com a morte de náuplios não-consumidos ou com a maior quantidade de amônia pelo tamanho dos peixes. Entretanto, tais resultados não influenciaram negativamente a sobrevivência, o crescimento e o desempenho produtivo dos peixes dos diferentes tratamentos. Deve-se considerar que a baixa densidade de larvas utilizadas por aquário, a renovação constante de água e a limpeza frequente auxiliaram a manter a qualidade da água. Resultados semelhantes foram observados por Behr et al. (2000) e Feiden et al. (2006) durante a larvicultura de jundiá

e surubim do Iguaçu (Steindachneridion

melanodermatum), respectivamente.

Na segunda fase de criação, o oxigênio dissolvido, a temperatura, o pH e a amônia dos aquários experimentais não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 1). A concentração de amônia, de forma geral, foi superior à encontrada na primeira fase, isto se deve ao fato de que nesta fase as larvas eram maiores e a biomassa produzida no aquário também. As concentrações de amônia obtidas na

segunda fase (1,16-1,78 mg L-1) foram superiores às

descritas por Behr et al. (2000) durante a larvicultura do jundiá e menores que as obtidas por Luz e Portella (2005) com larvas de trairão (Hoplias lacerdae) (2,03 mg

L-1). Pode-se inferir que as concentrações de amônia

observadas (1,16-1,78 mg L-1) não afetaram os animais,

uma vez que não apresentaram natação errática ou falta de apetite, sintomas característicos e facilmente observados em situações de intoxicação por amônia (Luz e Portella, 2005).

Tabela 1. Parâmetros de qualidade da água durante a criação de larvas de tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) submetidas a diferentes dietas. O experimento teve duração de 22 dias, dividido em duas fases: fase 1 (12 dias) - do 1o

ao 12o dia de criação e fase 2 (10 dias) – do 13o ao 22o dia de

criação.

Table 1. Water quality parameters during larviculture of tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) fed with different diets. The experiment duration was 22 days, divided on two phases: phase 1 (12 days) – from 1o to 12o day of rearing and phase 2 (10 days) – from 13o

to 22o day of rearing. Alimento Food Parâmetro Parameter Cyclop-eeze Cyclop-eeze Ovo de Artemia Artemia egg Náuplios de Artemia Artemia nauplii Fase 1 Phase 1 Oxigênio (mg L-1) Oxygen (mg L-1) 6,94 ± 0,88ª 6,90 ± 0,62ª 7,14 ± 0,14ª Temperatura (ºC) Temperature (ºC) 26,65 ± 0,25ª 26,53 ± 0,10ª 26,40 ± 0,01ª pH (unidades) pH (units) 7,33 ± 0,36ª 7,36 ± 0,16ª 7,42 ± 0,03ª Amônia total (mg L-1 ) Total ammonia (mg L-1) 1,01 ± 0,04c 1,13 ± 0,02b 1,20 ± 0,02ª Fase 2 Phase 2 Oxigênio (mg L-1) Oxygen (mg L-1) 6,77 ± 0,15ª 6,82 ± 0,20ª 7,12 ± 0,10ª Temperatura (ºC) Temperature (ºC) 25,81 ± 0,17ª 25,81 ± 0,15ª 25,75 ± 0,16ª pH (unidades) pH (units) 6,85 ± 0,1ª 6,98 ± 0,04ª 6,97 ± 0,05ª Amônia total (mg L-1) Total ammonia (mg L-1) 1,78 ± 0,35ª 1,41 ± 0,52ª 1,16 ± 0,19ª Letras diferentes em linha significam diferença significativa por ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05).

Different letters in each line are significantly different by ANOVA and Tukey’s test (p < 0,05).

Na primeira fase, o crescimento em peso e comprimento dos peixes alimentados com náuplios de Artemia salina foi significativamente maior, quando comparado com o dos peixes alimentados com cyclop-eeze e ovo de Artemia salina (Figura 1). Woods (2003), alimentando cavalo-marinho com náuplios de Artemia salina e cyclop-eeze, obteve

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0 2 4 6 8 10 12 14 0 6 12 P e s o ( m g ) Cyclop-eeze Ovo de Artemia Nauplio de Artemia A B B A B B Cyckop-eeze Ovo de Artemia Náuplio de Artemia P es o ( m g) W ei g h t (m g)

Cyclop eeze Fase 1

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 5 10 P e s o ( m g ) Cyclop-eeze Ovo de Artemia Nauplio de Artemia A A A A B A P es o ( m g) W ei g h t (m g ) Cyckop-eeze Ovo de Artemia Náuplio de Artemia Fase 2 Cyclop eeze 0 2 4 6 8 10 12 0 6 12 Te mpo (dias) C o m p ri m e n to ( m m ) A B B A B C C o m p ri m en to ( m m ) L en g h t (m m) Tempo (dias) Tim e (d ays) Fase 1 Fase 1 8 9 10 11 12 13 14 15 16 0 5 10 Te mpo (dias) C o m p ri m e n to ( m m ) A A A A B A C o m p ri m en to ( m m ) L en gh t (m m ) Tempo (dias) Tim e (days) Fase 2 Fase 2

Figura 1. Peso médio (mg) e comprimento total (mm) de larvas de tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) submetidas a diferentes dietas. O experimento teve duração de 22 dias, dividido em duas fases: fase 1 (12 dias) - do 1o

ao 12o

dia de criação; fase 2 (10 dias) - do 13o ao 22o dia de criação. Letras diferentes

em cada tempo de amostragem indicam diferença significativa entre os tratamentos por Anova e teste de Tukey (p < 0,05).

Figure 1. Mean weight (mg) and length (mm) of tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) with larvae fed with different diets. The experiment duration was 22 days, divided on two phases: phase 1(12 days) – from 1st

to 12th

day of rearing and phase 2 (10 days) – from 13th to 22nd day of rearing. Different letters in each sample time indicate significantly difference among treatments by ANOVA and Tukey test (p < 0. 05).

resultado semelhante ao deste trabalho, em que as larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina apresentaram crescimento em peso e comprimento superior ao das larvas alimentadas com cyclop-eeze. Beerli et al. (2004) observou que larvas de pacu alimentadas com Artemia salina e Artemia salina + plâncton também apresentam crescimento em peso e comprimento maior que o de larvas alimentadas com alimento inerte, como ração.

Na segunda fase de criação, o crescimento em peso e comprimento foi significativamente maior nas larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina e ovo de Artemia salina, quando comparado com as larvas alimentadas com cyclop-eeze (Figura 1). É provável que nesta fase as larvas já estivessem suficientemente desenvolvidas para a busca e captura de alimento inerte como o ovo de Artemia salina. O menor crescimento das larvas alimentadas com cyclop-eeze provavelmente deva-se a uma menor ingestão de alimento. No momento da oferta de

alimento, as larvas deste tratamento não

apresentavam o mesmo comportamento de captura observado nas larvas dos outros dois tratamentos. Este comportamento diferenciado deve estar relacionado com a disposição do alimento no aquário. Enquanto os náuplios e os ovos de Artemia salina se distribuíam por todo o aquário logo após a oferta, o cyclop-eeze permanecia na superfície do aquário, dificultando a captura pelas larvas.

Larvas de jundiá alimentadas com náuplios de Artemia salina por sete dias e, posteriormente, com ração por 13 dias apresentaram comprimento e peso médio final (25,4 mm e 151,4 mg, respectivamente) (Behr et al., 2000) superiores aos obtidos neste trabalho com larvas de tambacu (15,02 mm e 32,73 mg) alimentadas exclusivamente com náuplios de Artemia salina por 22 dias.

Na primeira fase de criação, a sobrevivência das larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina foi significativamente superior, quando comparada com a das larvas alimentadas com alimentos inertes (Tabela 2), e as larvas alimentadas com cyclop-eeze apresentaram sobrevivência superior às alimentadas com ovo de Artemia salina. Os resultados deste trabalho demonstram que o alimento vivo é fundamental para maior sobrevivência de larvas de tambacu durante os dez primeiros dias de larvicultura, fato também comprovado por Feiden et al. (2006) com larvas de surubim do Iguaçu, em cujo trabalho a sobrevivência de larvas alimentadas com náuplios Artemia salina ou zooplâncton foi superior a 75%, enquanto a sobrevivência das larvas alimentadas com alimento inerte foi de apenas 1,7%.

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Na segunda fase de criação, a sobrevivência foi estatisticamente igual entre os tratamentos e ficou sempre acima de 90%. A principal razão para a maior sobrevivência nesta fase foi que as larvas já eram

maiores em relação à primeira fase e,

consequentemente, menos susceptíveis à

mortalidade. Woods (2003) também obteve

sobrevivência superior a 90% alimentando cavalo-marinho com náuplios de Artemia salina em uma segunda fase de criação.

Tabela 2. Desempenho produtivo de larvas de tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) submetidas a diferentes dietas. O experimento teve duração de 22 dias, dividido em duas fases: fase 1 (12 dias) - do 1o

ao 12o

dia de criação; fase 2 (10 dias) - do 13o ao 22o dia de criação.

Table 2. Yield parameters during larviculture of tambacu (♀ Colossoma macropomum x ♂ Piaractus mesopotamicus) with different diets. The experiment duration was 22 days, divided on two phases: phase 1(12 days) – from 1st

to 12th day of rearing and phase 2(10 days) – from 13th to 22nd day of rearing.

Alimento Food Parâmetro Parameter Cyclop-eeze Cyclop-eeze Ovo de Artemia Artemia egg Náuplios de Artemia Artemia nauplii Fase 1 Phase 1 Sobrevivência (%) Survival (%) 78,48 ± 9,26b 62,07 ± 3,02c 92,72 ± 3,63ª Ganho de Peso (mg) Weight gain (mg) 0,23 ± 0,07b 1,33 ± 0,55b 9,54 ± 1,43ª TCE (%) SGR (%) 1,93 ± 0,25c 7,55 ± 1,21b 20,71 ± 0,59ª Biomassa final (mg) Final biomass (mg) 196 ± 11b 312 ± 38b 2.220 ± 172ª Fase 2 Phase 2 Sobrevivência (%) Survival (%) 93,33 ± 0,48ª 97,14 ± 2,18ª 93,33 ± 2,65ª Ganho de Peso (mg) Weight gain (mg) 9,89 ± 1,21b 26,09 ± 1,82ª 32,73 ± 2,41ª TCE (%) SGR (%) 6,16 ± 0,58b 11,80 ± 0,50ª 13,42 ± 0,53ª Biomassa final (mg) Final biomass (mg) 1.400 ± 83b 2.556 ± 111ª 2.886 ± 111ª Letras diferentes em linha significam diferença significativa por Anova e teste de Tukey (p < 0,05).

Different letters in each line are significantly different by ANOVA and Tukey’s test (p<0,05).

Nos 12 primeiros dias de criação, o ganho de peso e a biomassa final das larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina foram significativamente maiores que das larvas alimentadas com ovo de Artemia salina ou cyclop-eeze (Tabela 2). Conforme Luz (2007), o uso de alimento vivo proporciona melhor taxa de crescimento e sobrevivência das larvas e, como consequência, as larvas apresentam maior ganho de peso e biomassa final. A taxa de crescimento específica (TCE) foi significativamente diferente em todos os tratamentos (Tabela 2), e as larvas alimentadas com náuplios de Artemia salina obtiveram a maior TCE; as larvas alimentadas com cyclop-eeze, a menor TCE. A TCE obtida com larvas de tambacu alimentadas com náuplios de Artemia salina durante 12 dias (20,7%) foi superior à

encontrada por Tesser e Sampaio (2001) para larvas de peixe-rei (Odontesthes argentinensis), que variou entre 10,7 e 18,3%. Na segunda fase de criação, os parâmetros de ganho de peso, TCE e biomassa final

foram significativamente maiores nas larvas

alimentadas com náuplios de Artemia salina e ovo de Artemia salina do que nas larvas alimentadas com cyclop-eeze.

Com base nos resultados obtidos na primeira fase, o custo do alimento para a produção de 1.000 larvas de tambacu foi de R$ 8,00 para as larvas alimentadas com náuplios Artemia salina, R$ 12,06 para as larvas alimentadas com ovo de Artemia salina e R$ 12,54 para larvas alimentadas com cyclop-eeze. O custo com alimento para produzir 1.000 larvas de tambacu, na segunda fase de larvicultura, foi de R$ 34,56 para náuplios de Artemia salina, R$ 71,79 para ovo de Artemia salina e R$ 109,31 para cyclop-eeze.

Apesar de as larvas alimentadas com ovo de Artemia salina na segunda fase apresentarem crescimento, sobrevivência e desempenho produtivo similar ao das alimentadas com náuplios de Artemia salina, o custo com alimento foi quase duas vezes maior. Este resultado inviabiliza a utilização do alimento na segunda fase de criação, mesmo se for considerada a maior necessidade de mão-de-obra para a oferta de náuplios de Artemia salina.

O custo com alimento para produzir 1.000 larvas de tambacu alimentadas com náuplios de Artemia salina, durante 22 dias de criação, foi de RS 42,56, cerca da metade do custo obtido com ovo de Artemia salina (R$ 84,33) e três vezes menor que o custo obtido com cyclop-eeze (R$ 121,85). O menor custo obtido com este alimento, nas duas fases de criação,

corrobora os resultados de crescimento,

sobrevivência e desempenho produtivo e também indica que náuplios de Artemia salina são o alimento indicado para a larvicultura da espécie.

Conclusão ConclusãoConclusão Conclusão

Não é recomendável substituir o alimento vivo por alimento inerte durante a larvicultura intensiva do tambacu. A utilização de náuplios de Artemia salina como alimento, nas duas fases de criação avaliadas, é o protocolo alimentar mais indicado para larvicultura intensiva do tambacu.

Agradecimentos AgradecimentosAgradecimentos Agradecimentos

À Associação dos Aquicultores do Espírito Santo, pela doação das larvas. Trabalho financiado por projeto interno UVV # 10/2007. L.C. Gomes é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq.

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Received on June 8, 2008. Accepted on September 28, 2008.

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