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Prova mensal de Língua Portuguesa 2º. bimestre. Casos de roubo a obras de arte no Brasil

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Academic year: 2021

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Prova mensal de Língua Portuguesa – 2º. bimestre

Os textos a seguir foram publicados no site do jornal O Estado de S. Paulo no dia 13 de maio de 2009. Os fragmentos transcritos abordam alguns roubos recentes – e outros nem tanto – de importantes obras de arte pertencentes a colecionadores ou a museus brasileiros. Leia-os com atenção e escreva embaixo de cada uma das reproduções com que movimento de vanguarda europeia elas dialogam. A seguir, justifique sucintamente sua resposta com elementos bastante objetivos presentes nos quadros selecionados.

Casos de roubo a obras de arte no Brasil

Ladrões levam importantes obras nacionais e internacionais tanto de coleções de museus quanto particulares

SÃO PAULO – As telas roubadas durante um assalto na Rua Estados Unidos, no Jardim América, fazem parte de uma imensa lista de obras de arte roubadas no País. No domingo, dia 10, ladrões invadiram a casa de Ilde Maksoud (...) e levaram as telas “Cangaceiro” e “Retrato de Maria”, ambas de Candido Portinari; “Figura em Azul”, de Tarsila do Amaral; e “A Crucificação de Jesus”, de Orlando Teruz. Juntos os quadros são avaliados em pelo menos R$ 3,5 milhões.

3º ano Prova Mensal – 2º Bim. Wilton Jun/09

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A obra dialoga com o Expressionismo. Há uma deformação na figura do cangaceiro, retratada em cores escuras e pinceladas vigorosas. O fundo da tela não apresenta nitidez e, além disso, a imagem pintada sugere uma certa tristeza, características típicas dessa vanguarda europeia.

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Relembre outros roubos – a museus e de coleções particulares – que ameaçam importantes obras de arte:

Pinacoteca

No dia 11 de junho de 2008, ladrões roubaram quatro telas da Estação Pinacoteca, no centro de São Paulo. O quadro “O Casal” (1919), (...) guache sobre cartão, foi levado durante o dia. Três homens armados entraram no museu, pagaram ingresso e renderam funcionários.

A obra dialoga com o Expressionismo. A deformação da figura retratada, as cores fortes e escuras utilizadas na confecção da tela e o aspecto um tanto triste do casal são típicos das obras expressionistas.

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Museu Chácara do Céu

Em março de 2006, homens armados levaram “A Dança” (...) e “Os Dois Balcões” (...), entre outras obras. No total, elas são avaliadas em US$ 50 milhões.

Essa obra dialoga com o Surrealismo. O quadro é bastante figurativo e há nele imagens deslocadas de seus contextos originais, condensadas em figuras estranhas e absurdas, como num sonho, características comuns nas pinturas surrealistas.

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A tela dialoga com o Cubismo. Há no quadro, em primeiro plano, uma figura humana geometrizada e distorcida. Ao fundo, as outras figuras parecem sugerir vários ângulos de uma imagem, dispostos num mesmo plano. Essas características estão presentes em obras feitas por artistas cubistas.

(www.estadao.com.br. Jornal O Estado de S. Paulo.13 de maio de 2009. Caderno Cidades. (Adaptado)

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2) Como se sabe, as vanguardas europeias influenciaram decisivamente a pintura, a escultura, a poesia, o teatro, a música do século XX e XXI. O fragmento a seguir foi retirado da peça Senhora dos afogados, cuja leitura dramática foi feita por nós no mês de maio. Releia o excerto retirado da rubrica que abre o texto dramático de Nelson Rodrigues e relacione-o a um movimento de vanguarda europeu. Justifique sua resposta sucintamente.

(Superposição de dois ambientes: casa dos Drummond e café de cais. Na casa dos Drummond, mãe (d. Eduarda) e filha (Moema). D. Eduarda ainda formosa, apesar de alguns cabelos grisalhos, casta e severa no seu luto fechado. Moema também de luto e sem pintura como d. Eduarda. Ambas de uma palidez quase sobrenatural. Mãe e filha estão em pé, rígidas, hieráticas. Nenhuma semelhança especial entre as duas. Mas os seus movimentos de mãos coincidem muito; e isso as exaspera. Esta coincidência será umas das constantes da peça. A avó (d. Marianinha) anda de um lado para outro, numa excitação de doente. É a doida da família. Nas paredes, retratos a óleo dos antepassados. Em cena, também, os vizinhos. São figuras espectrais. Um farol remoto cria, na família, a obsessão da sombra e da luz. Há também um personagem invisível: o mar próximo e profético, que parece estar sempre chamando os Drummond, sobretudo as suas mulheres. Moema tem um rosto taciturno, inescrutável, de máscara.) (RODRIGUES, Nelson. Senhora dos afogados. In Teatro completo, v. 2. Peças míticas. 2ª. edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004, p. 211) A rubrica pode ser relacionada ao Expressionismo. Há, na cena, uma superposição de ambientes e as personagens d. Eduarda e Moema estão de preto e de luto (referência à morte). Essas protagonistas parecem fantasmas (“palidez quase sobrenatural”; “rosto taciturno, inescrutável, de máscara”). Para completar a cena, há uma velha louca que anda de um lado a outro, além de quadros de pessoas mortas e vizinhos fantasmagóricos (“espectrais”). Sombra e luz também compõem a cena como num quadro expressionista.

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3) Diogo Mainardi - Veja Mister maker

Mister Maker tem um programa no Discovery Kids. Ele ensina a pintar coelhos e paisagens marinhas usando materiais insólitos como balas de goma, embalagens de ovos e tampinhas de garrafa. Vik Muniz é o Mister Maker do MoMA. Ele reproduz a Mona Lisa com pasta de amendoim e a Última Ceia com calda de chocolate. Em vez de ganhar um programa no Discovery Kids, ele tem suas obras compradas pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.

Aleijadinho? Portinari? Hélio Oiticica? Lygia Clark? Ninguém é páreo para Vik Muniz. Ele é o artista brasileiro mais festejado de todos os tempos. Ele está para a arte brasileira assim como Leonardo da Vinci está para a arte italiana. O que já diz tudo sobre a arte brasileira. Vik Muniz valorizou as técnicas mais desprezadas da história da arte: a cópia e o trompe-l’oeil. Primeiro, ele copia, fotografando. Em seguida, reconstrói a imagem colando sobre ela elementos de uso cotidiano, como molho de tomate, geleia de amora e soldadinhos de plástico, em forma de mosaico. O resultado se assemelha às telas de Arcimboldo, o pintor maneirista que compunha figuras humanas a partir de legumes, frutas e livros. Além de ser o Mister Maker do MoMa, Vik Muniz é o Arcimboldo cearense. O Arcimboldo pau de arara.

Nos últimos anos, os artistas brasileiros se espalharam por museus e galerias dos Estados Unidos e da Europa. Vik Muniz é o mais popular de todos. Mas há outros na cola dele. Em particular: Cildo Meireles, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto. Inicialmente, eles eram patrocinados pelo Banco Santos, do fraudador Edemar Cid Ferreira. Assim como as mulheres dos deputados, os artistas brasileiros iam a Veneza, Berlim ou Nova York com todas as despesas pagas pelos contribuintes. Agora isso mudou. Eles ganharam o mercado mundial. Em 1891, Paul Gauguin abandonou Paris e foi retratar os selvagens no Taiti. Um século depois, os artistas brasileiros percorreram o caminho inverso: eles representam os selvagens do Taiti indo retratar Paul Gauguin em Paris. Vik Muniz é aquela taitiana com o seio de fora. Ele é aquela taitiana de cócoras. Ele é aquela taitiana segurando uma fatia de melancia.

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A meta de Vik Muniz é “romper a hierarquia da arte”. É o que ele faz quando pendura uma cópia de Rafael ao lado de uma cópia de Bosch. O mesmo discurso populista e popularesco é estendido ao público de suas obras. Segundo ele, tanto faz se o espectador é um curador de arte ou um bilheteiro. Vik Muniz sempre diz que é um produto do Brasil. E é mesmo. Nós rompemos a hierarquia das ideias, dos valores, dos gostos, dos costumes, das leis. Os outros fizeram a Mona Lisa. Nós a lambuzamos com pasta de amendoim.

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a) Explique o seguinte fragmento do texto de Mainardi, enfatizando o aspecto destacado: “Ele está para a arte brasileira assim como Leonardo da Vinci está para a arte italiana. O que já diz tudo sobre a arte brasileira.”

O renascentista Leonardo da Vinci é considerado um dos maiores artistas de todos os tempos e símbolo maior da arte italiana. De maneira irônica, Mainardi acusa Vik Muniz, o artista brasileiro mais importante da atualidade, de ser o “Mister Maker do MoMA” por reproduzir obras de arte consagradas com “pasta de amendoim” e “calda de chocolate”. Dessa forma, a arte brasileira, representada pelo seu melhor artista, seria muito ruim, pois é produzida a partir das “técnicas mais desprezadas da história da arte”. Da Vinci criou genialidades como Mona Lisa e a Última Ceia, a arte brasileira, por sua vez, criou cópias ruins delas.

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b) A que célebre artigo sobre arte podemos associar o texto de Diogo Mainardi? O que sustenta essa relação?

Podemos associar o texto de Mainardi ao artigo “Paranóia ou mistificação”, de Monteiro Lobato. Essa relação se sustenta pelo fato de Lobato ter criticado, por meio da obra da brasileira Anita Malfatti, as vanguardas européias e Mainardi criticar, a partir da obra de Vik Muniz, toda a arte brasileira.

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c) Os procedimentos artísticos utilizados por Vik Muniz se assemelham àqueles adotados por um grupo da vanguarda do início do século XX. A que grupo se refere a afirmativa? Por quê?

A afirmativa se refere ao dadaístas. Tal qual os simpatizantes desse grupo, Vik Muniz se utiliza de materiais improváveis do cotidiano para criar suas obras. Dessa forma, numa postura semelhante àquela adotada pelos dadaístas, questiona o conceito de obra-prima e de arte.

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PARA TRABALHAR COM AS QUESTÕES DE NÚMERO 03 A 05, TOME COMO PONTO DE APOIO OS TEXTOS VIII, IX, X e XI QUE SEGUEM.

TEXTO VIII Ode ao burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, O burguês-burguês!

A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! O homem - nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!

Os barões lampiões! Os condes Jões! Os duques zurros! Que vivem dentro de muros sem pulos; E gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam o “Printemps” com as unhas!

(...)

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos,

Cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!

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Fora fu! Fora o bom burguês!...

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TEXTO IX

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Texto X

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TEXTO XI Lata d'água

Lata d'água na cabeça Lá vai Maria

Lá vai Maria

Sobe o morro e não se cansa pela mão leva a criança Lá vai Maria

Maria lava roupa lá no alto, lutando pelo pão de cada dia, sonhando com a vida do asfalto que acaba, onde o morro principia.

Luiz Antônio e Jota Júnior, 1952. http://letras.terra.com.br/marchinhas-de-carnaval/473879.

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a) Com base em seus conhecimentos na área de linguagens e considerando os textos VIII e IX, julgue os itens que seguem. Escreva nas linhas os números relativos aos itens corretos e faça a soma deles. (01) Na primeira estrofe do texto VIII, há um paradoxo, já que o eu-lírico apresenta crítica à burguesia emergente de alguns países da Europa, mas o mesmo não acontece no Brasil, considerando que no início do século XX a burguesia brasileira, em especial a paulistana, era inexpressiva.

(02) Pode-se inferir do texto VIII que o eu-lírico utiliza as exclamações, de modo exacerbado, para fazer valer sua indignação. Esse recurso da modalidade escrita da língua reflete, em grande medida, a expressividade da modalidade oral.

(04) O poema “Ode ao Burguês”, texto VIII, declamado durante a Semana de Arte Moderna, apresenta características vanguardistas como a ironia, a crítica à sociedade urbana e a utilização de versos livres, sem métrica rígida.

(08) No trecho do texto VIII “Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!”, o autor opta por uma ordem sintática de pontuação das frases de modo que se utiliza da figura de linguagem denominada gradação.

(16) No texto IX representado pela pintura moderna “Morro”, 1933, a representação dos casebres em contraste com a representação de edifícios ao fundo, e, também, a ação de carregar as latas d’água na cabeça transcende o sentido geral e ganha um sentido peculiar, no campo da visualidade urbana recortada pelo artista. Desta forma, a leitura da obra representa a necessidade de compreensão que ultrapassa os aspectos formalistas (baseados exclusivamente nos elementos formais) para abstrair da obra uma compreensão crítica, numa relação interdisciplinar.

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b) Considere os textos VIII, IX, X e XI e escreva nas linhas a seguir os números relativos às proposição(ões) verdadeira(s).

(01) A obra: “Morro”, 1933, texto IX, representa a visualidade do início da urbanização e a formação das favelas do Rio de Janeiro, sem água e sem energia elétrica, onde aparece a figura feminina, subindo o morro, levando criança, carregando grandes latas d’água na cabeça. Relacionando essa obra ao poema “Ode ao Burguês”, texto VIII, e à letra da canção “Lata d’água”, texto XI, pode-se afirmar que refletem severas críticas à burguesia.

(02) Na pintura: “Morro”, 1933, texto IX, os edifícios que começam a ser construídos como arquitetura da burguesia, o avião e o barco que se apresentam na imagem da obra ao fundo, são índices do contraste da burguesia com a vida do povo, vivendo na miséria, às margens da urbanização. A mesma crítica observa-se na obra: “Enterro na Rede” (1944), texto X, quando Cândido Portinari utilizou o mesmo contexto social para expressar a morte na favela.

(04) Pode-se afirmar que o texto XI sugere que a vida de Maria é alterada positivamente por sua luta diária.

(08) Na letra da canção “Lata d’água”, texto XI, o uso dos verbos “sonhando e lutando” favorecem o sentido de tempo e ação efêmeros. (16) No texto VIII, o eu-lírico revela certa admiração elogiosa pela acumulação do capital, quando são apresentadas as seguintes expressões: “A digestão bem-feita de São Paulo” e “É sempre um cauteloso pouco-a-pouco”.

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c) Ainda tomando como referência inicial os mesmos textos da questão anterior, assinale a(s) proposição(ões) correta(s) e faça a soma delas. (01) Considerando uma leitura paralela entre os textos IX e XI, pode-se afirmar que se trata de um panorama relacionado ao cotidiano de boa parte da população brasileira, que ainda sofre com a falta de estrutura urbana, como o saneamento básico.

(02) Os textos IX e XI estão refletidos em duas linguagens diferentes (verbal e não verbal) e apresentam, ambos, descrições de ambientes e de ações de pessoas.

(04) Os artistas e intelectuais modernistas brasileiros, na década de 20 do século passado, questionaram a realidade brasileira transformando o modernismo europeu no modernismo brasileiro, tendo como característica a liberdade estética e artística, a utilização da tecnologia na criação e a participação do público interagindo com a obra de arte.

(08) Os textos VIII e XI apresentam críticas à herança do desenvolvimento industrial no Brasil, assim como as imagens dos textos IX e X representam severas críticas à vida do homem e das mulheres do sertão.

(16) Pode-se considerar que há uma intertextualidade temática entre os textos IX e XI.

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(FGV – Direito – 1ª. fase – 2005)

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a) Com a série “Zero Dólar”, o artista plástico brasileiro Cildo Meireles apropria-se de um sistema de representação, o dinheiro, utilizando-o dentro do sistema da arte. De que movimento artístico tal operação é característica?

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b) O caráter crítico desse trabalho indica uma função para a arte que vai além da questão estética. Qual é essa função que pode ser observada em “Zero Dólar”?

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Enem – 2002

O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista.

Adaptado de WATTERSON, Bill. Os dez anos de Calvin e Haroldo. V. 2. São Paulo. Best News, 1996.

Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi adotado um procedimento semelhante é:

a) Os amantes

b) Retrato de Françoise c) Os pobres na praia d) Os dois saltimbancos

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