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RUTE ALVES DE SOUSA. CARACTERIZAÇÃO DO RITMO DE ATIVIDADE/REPOUSO DO MOCÓ (Kerodon rupestris) EM FOTOPERÍODO ARTIFICIAL

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RUTE ALVES DE SOUSA

CARACTERIZAÇÃO DO RITMO DE ATIVIDADE/REPOUSO DO MOCÓ (Kerodon rupestris) EM FOTOPERÍODO ARTIFICIAL

Tese apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Doutor em Psicobiologia.

Natal 2006

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Catalogação da publicação. UFRN/Biblioteca Setorial do Centro de Biociências

Sousa, Rute Alves de.

Caracterização do ritmo de atividade/repouso do Mocó (Kerodon Rupestris) em fotoperíodo

artificial / Rute Alves de Sousa.- Natal, RN, 2006. 80 p.

Orientador: Alexandre Augusto de Lara Menezes.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Departamento de Fisiologia. Programa de Pós-graduação em Psicobiologia.

1. Roedores – Tese. 2. Ritmo circadiano – Roedores – Tese. 3. Kerodon Rupestris – Ritmo circadiano – Tese. 4. Mocó (Kerodon Rupestris) – Tese.

5. Comportamento animal – Roedores – Tese. I. Menezes, Alexandre Augusto de Lara. II. Título.

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RUTE ALVES DE SOUSA

CARACTERIZAÇÃO DO RITMO DE ATIVIDADE/REPOUSO DO MOCÓ (Kerodon rupestris) EM FOTOPERÍODO ARTIFICIAL

Tese apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Doutor em Psicobiologia.

Orientador: Dr. Alexandre Augusto de Lara Menezes

Natal 2006

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Aos meus filhos, Vítor e Maiara, por serem o que são e por tudo de bom que já passamos e ainda vamos passar juntos. Eu amo vocês...

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AGRADECIMENTOS

A Deus eu agradeço por tudo. A caminhada não foi fácil, mas foram momentos de crescimento inestimável. E, apesar das dificuldades para chegar até aqui, eu na verdade só tenho motivos para agradecer, e por isso eu digo: Bendize ó minha alma ao Senhor e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome; Bendize ó minha alma ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios (Salmo 103:1-2).

A minha avó, nos seus 94 anos de vida, eu agradeço por ter estado sempre ao meu lado; ao meu pai, pelo interesse e apoio fornecido; a minha mãe, pelo exemplo de vida; aos meus irmãos, por saber que sempre posso contar com vocês; e aos meus cunhados e sobrinhos por que fazem parte de mim.

Ao professor Alexandre Menezes, eu quero agradecer pelas correções, orientações e sugestões durante a realização desse trabalho. Mas quero registrar também que nesse pouco tempo de convívio eu aprendi muito com a sua forma de ser e de viver. Sabe aquela história de que professor não é um mero transmissor de conhecimento? É, aprender não é fácil, tem todo um processo cognitivo envolvido, mas VOCÊ é um professor especial. Muito obrigada.

À professora Carolina Azevedo, que fez parte dessa história desde o início e participou ativamente com orientações e sugestões, os meus sinceros agradecimentos.

Ao professor John Araújo, pelas sugestões na metodologia e pelas orientações no decorrer do trabalho.

Às professoras Fabíola Albuquerque, Fátima Arruda e Miriam Costa pelas correções e sugestões fornecidas nas vezes em que eu tive que apresentar e defender o meu trabalho.

A todos os professores da pós-graduação agradeço pelas aulas ministradas durante o curso.

Aos colegas da base de Cronobiologia: Crhistiane, Fabiana, Flávio, Lamark, Lúcia, Paula, Sebastião e também, é claro, Christina pelas trocas de informação e conhecimento. Foram momentos especiais.

Ao pessoal do Núcleo de Primatologia, pelos cuidados e atenção dispensados durante a realização desse trabalho, os meus sinceros agradecimentos.

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Às funcionárias Graça e agora também Gabriela, foi bom poder contar com vocês.

À comunidade que forma a Escola Municipal Professora Terezinha Paulino de Lima, eu agradeço pelo apoio recebido.

Ao IBAMA, pela liberação da licença para a realização deste trabalho e ao pessoal de Jucurutu pelo empenho na busca e captura dos animais, a minha gratidão.

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SUMÁRIO

RESUMO 9

ABSTRACT 10

I – INTRODUÇÃO 11

1.1 – Ordem Rodentia 11

1.2 – Kerodon rupestris – um roedor brasileiro 12

1.3 – Nicho temporal em roedores 14

1.4 – O sistema de temporização biológica 17

1.5 – Bases neurais e nicho temporal 19

1.6 – Justificativa 20

II – OBJETIVOS 23

III – HIPÓTESES E PREDIÇÕES 23

IV – MATERIAL E MÉTODOS 24

4.1 – Origem e manutenção dos animais 24

4.2 – Registro dos dados 25

4.3 – Procedimento experimental 26 4.4 – Análise estatística 27 V – RESULTADOS 29 VI – DISCUSSÃO 54 VII – CONCLUSÕES 72 VIII – REFERÊNCIAS 73

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RESUMO

Kerodon rupestris é um roedor cavídeo endêmico do nordeste do Brasil, que habita

locais pedregosos da região do semi-árido. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o ritmo de atividade motora e repouso do mocó em ciclo claro/escuro (CE)

12:12 h e em luz constante. Na 1a etapa, sete animais foram submetidos a duas

intensidades de luz na fase de claro (CE 12:12 h 250:0 lux; 400:0 lux – 40 dias em

cada intensidade). Na 2aetapa, mantiveram-se 4 machos em ciclo CE 12:12 h (470:<1

lux) por 47 dias, em claro constante 470 lux (CC470) por 18 dias e sob luz vermelha

constante de menos 1 lux (CC<1) por 23 dias. Na 3a etapa, 3 machos foram mantidos

em CE 12:12 h (450:<1 lux) e depois em CC com aumento gradual da intensidade a cada 21 dias, de menos de 1 lux com luz vermelha (CC<1) para 10 (CC10), 160

(CC160) e 450 lux (CC450) respectivamente. Na 4a etapa foi analisada a atividade

motora de 16 mocós nos dez primeiros dias em CE 12:12 h. A atividade motora foi registrada continuamente por sensores de movimento por infravermelho, acoplados a um computador, com totalizações a cada 5 minutos. A atividade dos mocós apresentou ritmos circadianos e ultradianos e picos de atividade nas transições de fase. A atividade e o repouso ocorreram tanto no claro quanto no escuro, com média de atividade maior no claro para a maioria dos animais. A intensidade de luz afetou o

ritmo de atividade/repouso dos animais nas três primeiras etapas, de modo que na 1a

etapa, a atividade em 400 lux aumentou em 4 animais e diminuiu em dois. Na 2aetapa,

o tau de três mocós em CC470 foi maior do que 24 h, enquanto que em CC<1 foi

menor em dois animais e maior em um. Na 3a etapa, o valor do tau diminuiu com o

aumento da intensidade de luz no animal 8, variou pouco no animal 7. Durante os primeiros dias na sala de registro os animais não sincronizaram ao ciclo CE 12:12 h e tanto a atividade quanto o repouso ocorreram nas duas fases do ciclo. A análise dos resultados indica que o ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris pode ser afetado pela intensidade luminosa e que a sincronização ao ciclo CE ocorre devido ao arrastamento da atividade e também como conseqüência de mascaramento, provavelmente devido a atuação de 2 ou mais osciladores com baixa força de acoplamento.

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ABSTRACT

Kerodon rupestris (rock cavy, mocó) is an endemic caviidae of Brazilian northeast that

inhabits rocky places in the semi arid region. The aim of this study was to characterize the activity/rest rhythm of the rock cavy under 12:12 h LD cycle and continuous light. In the first stage, seven animals were submitted to two light intensities (LD; 250:0 lux and 400:0 lux; 40 days each intensity). In the second stage four males were kept for 40 days in LD (470:<1 lux), for 18 days in LL 470 lux (LL470) and for 23 days in red dim light below 1 lux (LL<1). In the third stage three males were initially kept in LD 12:12 h (450:<1 lux) and after that in LL with gradual increase in light intensity each 21 days (<1 lux –LL<1; 10 lux- LL10; 160 lux –LL160; 450 lux –LL450). In the fourth stage it was analyzed the motor activity of 16 animals in the first 10 days in LD. Motor activity was continuously recorded by passive infrared movement sensors connected to a computer and totaled in 5 min bins. The activity showed circadian and ultradian rhythms and activity peaks at phase transitions. The activity and the rest occurred in the light as well as in the dark phase, with activity mean greater in the light phase for most of the animals. The light intensity influenced the activity/rest rhythm in the first three stages and in the first stage the activity in 400 lux increased in four animals and decreases in two. In the second stage, the tau for 3 animals in LL470 was greater than 24 h; in LL<1 it was greater than 24 h for one and lower for two. In the third stage the tau decreased with the light intensity increase for animal 8. During the first days in the experimental room, the animals did not synchronize to the LD cycle with activity and rest occurring in both phases. The results indicate that the activity/rest rhythm of Kerodon rupestris can be affected by light intensity and that the synchronization to the LD cycle results from entrainment as well as masking probably as a consequence of the action of two or more oscillators with low coupling strength.

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I – INTRODUÇÃO

O mocó é um roedor endêmico do semi-árido nordestino cuja carne é bastante apreciada pelos sertanejos que acreditam que ela tem poder medicinal. Por estar situada próxima à linha do equador, a região do semi-árido apresenta pequena variação no fotoperíodo, o que pode fazer do mocó um modelo experimental diferente dos demais roedores estudados nas pesquisas sobre ritmos biológicos que são originários de regiões de latitudes elevadas.

1.1 – Ordem Rodentia

A ordem Rodentia compreende cerca de 43% de todos os mamíferos existentes, sendo formada por animais de pequeno e médio porte, com peso médio variando entre 5 g e 50 kg (Vaughan, Ryan & Czaplewski, 2000). Uma característica que diferencia os roedores de outros grupos de mamíferos é a arcada dentária. Nesses pequenos mamíferos, a arcada dentária é constituída por 4 dentes incisivos de crescimento contínuo, sendo 2 na arcada superior e os outros 2 na inferior, não apresentando dentes caninos nem molares (Orr, 1986).

Os roedores são animais cosmopolitas com hábitos bem diversificados como arboreal, fossorial e até semi-aquático, sendo classificados em três grupos distintos: Sciuromorpha, Myomorpha e Hystricomorpha. Essa classificação é baseada em várias diferenças estruturais, mas principalmente na relação entre o músculo masseter e o canal infra-orbital (Orr, 1986). Atualmente a ordem Rodentia se divide nas subordens Sciurognathi e Hystricognathi, distribuídas por cerca de 29 famílias, 443 gêneros e aproximadamente 2004 espécies (Vaughan et al., 2000). Os roedores da subordem Hystricognathi (roedores histricomorfos) possuem o canal infra-orbital muito aumentado, alcançando o músculo masseter medial. Uma das famílias dessa subordem é a família dos caviídeos. A família Caviidae é pequena, incluindo 6 gêneros e 14 espécies. Esses roedores são encontrados praticamente em toda a América do Sul, exceto no Chile. Estima-se que o primeiro representante dos caviomorfos apareceu na América do Sul durante o Oligoceno (Vaughan et al., 2000).

A família Caviidae apresenta adaptações comportamentais similares aos grandes herbívoros africanos. Ela se divide em 2 subfamílias: Dolichotinae, (com 2

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gêneros Dolichotis e Pediolagus) e Caviinae (com 4 gêneros: Kerodon, Galea, Cavia e

Microcavia). Os dolichotines são semelhantes à lebre na morfologia externa. Eles

habitam terrenos cobertos de capim, semi-árido aberto e arbustos raquíticos espinhosos na Argentina e sudeste do Paraguai. A unidade social básica dos dolichotines é formada por um casal, que persiste junto por 6 a 8 meses após o parto (Lacher, 1981).

Na subfamília Caviinae, os gêneros Galea, Cavia e Microcavia são todos similares morfologicamente; a diferença está no tamanho e nas características da pelagem. Os três gêneros caracterizam-se pela presença de 4 dígitos com garras nas mãos e 3 dígitos com garras nos pés e o pé com uma postura plantígrada. Esses 3 gêneros ocupam, em geral, formações abertas variando de pampas (Microcavia) ou arbusto raquítico espinhoso (Cavia), a terreno coberto de capim (Galea). Galea é facilmente diferenciado dos outros dois gêneros pela presença de incisivos amarelos (Lacher, 1981).

O gênero Kerodon possui o mesmo corpo básico dos caviíneos como os outros três, porém possui morfologia e característica cranial única para a subfamília. O crânio, especialmente o focinho, é maior e mais estreito do que o dos outros caviíneos e a distância entre os incisivos e os pré-molares é proporcionalmente maior. As mãos e os pés são alcochoados com unhas rombas sobre coxins espessos, as garras estão ausentes. O pé tem unhas subcutâneas sobre todos os dígitos, exceto um no interior dos pés onde a unha foi modificada como uma pequena garra usada para pentear o pêlo. Esses animais são trepadores extremamente ágeis, apesar de não possuírem garra nem cauda, duas adaptações normalmente associadas com a arborealidade (Lacher, 1981).

1.2 – Kerodon rupestris – um roedor brasileiro

Kerodon rupestris, conhecido como mocó, é um caviídeo de cor cinza, com

pêlos pretos, amarelos ou esbranquiçados; a parte posterior das coxas apresenta uma coloração castanho-ferruginoso (Moojen, 1952; Carvalho, 1969). É um animal maior do que o preá e menor do que a cutia podendo atingir 50 cm e pesar até 1kg. As fêmeas exibem estro pós-parto poucas horas após o nascimento dos filhotes. Ao longo do ano podem produzir diversas ninhadas, tendo cada ninhada um ou dois filhotes pesando cerca de 76 g. A gestação é de aproximadamente 75 dias. O desmame ocorre por volta dos 35 dias e o tamanho adulto é atingido em torno dos 200 dias. A idade

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média da primeira concepção de uma fêmea é de 151 dias e o tempo médio de vida desse animal é de 6 a 8 anos (Nowak, 1999).

Figura 1 – Seqüência de imagens de Kerodon rupestris em cativeiro.

O mocó vive exclusivamente no Brasil, nas regiões do seridó e das caatingas. É encontrado desde Minas Gerais até o Piauí, alojado em fendas ou rachaduras de serras ou pedreiras, locais muitas vezes inacessíveis ao homem (Carvalho, 1969; Lacher, 1981). O estudo do comportamento do mocó mostrou que, no campo, esse roedor sai para forragear ao longo do dia e da noite, porém a maior parte da atividade ocorre durante o dia, com picos no crepúsculo. Em cativeiro, a atividade foi observada ao longo do dia e da noite, com uma queda no meio do dia (Moojen, 1952; Lacher, 1981). Normalmente o mocó forrageia nas árvores, pulando de um galho para outro, em busca de folhas, botões, flores e até mesmo casca de árvore. Os mocós são animais herbívoros como todos os cavídeos. Segundo Carvalho (1969), o seu alimento consiste de casca de árvores e, quando estas não são encontradas, gramíneas em geral. As cascas mais procuradas são a do mofumbo (Cobretum leprosum), da faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) e da parreira brava (Cissampelos pareira). Quando

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procura o alimento no solo, ele se desloca sobre os quatro pés, sempre para frente, com o corpo abaixado e o nariz rente ao chão, intercalando caminhadas com saltos. Algumas vezes param, sentam-se nas patas traseiras e, mantendo o corpo ereto, olham em volta. São animais ágeis para correr sobre as rochas em alta velocidade, saltando e

girando o corpo até 180o. Esse movimento giratório permite que o mocó modifique

totalmente a direção da corrida (Lacher, 1981). Quando em repouso, o mocó assume diversas posturas. Em uma delas, o animal mantém os membros dianteiros eretos, com o peito e a cabeça levantados. Numa postura mais relaxada, o animal mantém o ventre em contato com o substrato, membros anteriores curvados, cabeça abaixada e olhos parcialmente fechados. Comportamentos de catação, limpeza da pele, coçar, mordidas e lambidas, além do roçar do nariz ou até mesmo o pentear do pêlo foram observados nesse roedor. A marcação de cheiro não foi muito comum, sendo registrada apenas três vezes em cativeiro durante 20 meses de observação (Lacher, 1981).

Esse roedor é muito arredio, com olfato bem desenvolvido, principalmente nos machos, e, devido à capacidade perceptiva aguçada, pode perceber a presença do homem e de outros animais a longas distâncias. Assim como o olfato, a audição também é bastante desenvolvida; qualquer estalo curto de pouca intensidade como um assobio, um pequeno galho quebrado ou o barulho de folhas roçando o solo costumam atrair o mocó. É um alvo muito cobiçado por caçadores, pois sua carne é de excelente qualidade e sua pele de rara beleza, resistência e maciez (Carvalho, 1969).

1.3 – Nicho temporal em roedores

Adaptações morfológicas e fisiológicas, assim como exibições

comportamentais, parecem ter evoluído em resposta a influências ambientais de longo tempo. A existência de padrões rítmicos associados a ciclos geofísicos como o ciclo claro/escuro é um dos processos de adaptação mais comuns aos seres vivos. Nos animais em que as estruturas visuais desenvolveram-se mais do que os outros sentidos, a atividade se concentra na fase de claro e o repouso na fase de escuro. Esses animais, conhecidos como diurnos, utilizam principalmente a visão para guiar suas atividades de alimentação, fuga e reprodução. Aqueles nos quais as estruturas auditivas e olfativas são mais desenvolvidas concentram a atividade no escuro e o repouso no claro e são conhecidos como noturnos (Moore, 1999).

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A ocupação de um nicho temporal depende da sincronização ao ciclo claro/escuro (CE) que pode ocorrer por dois caminhos distintos: o arrastamento e o mascaramento. No arrastamento, a fase e o período do ritmo endógeno são ajustados ao ciclo CE do ambiente e implica no envolvimento do oscilador biológico (Pittendrigh, 1960). No mascaramento, a expressão de um ritmo pode ser modificada instantaneamente como resposta a um estímulo ambiental (Aschoff, 1999; Mrosovsky, 1999b). O arrastamento é um mecanismo fundamental no processo de adaptação do ser vivo ao ambiente, enquanto que o mascaramento atua no ajuste fino da ritmicidade circardiana ampliando a capacidade de adaptação do organismo (Marques et al., 2003). A maioria dos roedores é apontada como espécies de hábitos noturnos, pois concentram a sua atividade na fase escura do dia, como Rattus norvegicus (Ader & Grota, 1970), Mesocricetus auratus (Zucker & Stephan, 1973), Phodopus sungorus (Illnerova, Vanecek & Hoffmann, 1983) e Mus booduga (Geetha & Subbaraj, 1996). Outros, porém, possuem hábitos diurnos como Octodon degus (Goel & Lee, 1995),

Spermophilus citellus (Hut, Van Oort & Daan, 1999), Arvicanthis niloticus (Katona &

Smale, 1997) e Funambulus pennanti (Rajaratnam & Redman, 1999).

No roedor diurno Funambulus pennanti foi encontrada uma percentagem de diurnalidade de aproximadamente 88%, ou seja, mais de 80% da atividade do animal se concentrou na fase de claro. Nesse estudo foi observada uma baixa variação entre os animais estudados, com todos eles iniciando e terminando a atividade sempre no mesmo horário a cada dia (Rajaratnam & Redman, 1999). Entretanto, em outros roedores classificados como diurnos é possível encontrar variação intra-específica, como em Octodon degus, que apresenta variação individual na preferência temporal. Nessa espécie, alguns indivíduos são diurnos, outros são mais ativos à noite e há ainda alguns que são crepusculares ativos basicamente nas fases de transição do ciclo (Labyak, Lee & Goel, 1997). Outro exemplo é Arvicanthis niloticus, espécie que corre na roda de atividade preferencialmente durante a fase clara do ciclo CE, com picos de atividade nos crepúsculos (Katona & Smale, 1997). Nessa espécie, a temperatura corporal é mais elevada durante o dia e a atividade motora se concentra na fase de claro, com picos nas transições do ciclo (McElhinny, Smale, Holekamp, 1997). No entanto, Katona & Smale (1997) observaram que, de 15 animais analisados na roda de atividade, um manteve-se ativo após o apagar das luzes por mais tempo que os demais,

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exibindo uma preferência para correr durante a noite.

No estudo com o roedor diurno Arvicanthis ansorgei com acesso à roda de atividade, também foi encontrada variação entre os animais, de modo que o padrão de atividade foi essencialmente diurno em 84% dos indivíduos estudados, com o restante exibindo padrão noturno. Nesse estudo, foi considerado um padrão noturno quando mais de 50% das revoluções na roda ocorreram na fase de escuro e a atividade iniciava-se menos de 1 h antes do apagar das luzes e terminava no máximo 1 h depois das luzes serem acesas (Challet, Pitrosky, Steard, Malan & Pévet, 2002).

Vários trabalhos mostram que animais com acesso à roda de atividade, são mais ativos na fase de escuro (Blanchong, McElhinny, Mahoney & Smale, 1999; Kas & Edgar, 1999; Redlin & Mrosovsky, 2004). Em um estudo com Octodon degus (Kas & Edgar, 1999) foram observadas diferenças individuais na preferência pelo nicho temporal, tendo sete animais exibido mais de 50% da atividade locomotora durante o dia e seis com preferência pela fase de escuro, com menos de 50% da atividade no claro. Entretanto, quando tiveram acesso à roda de atividade, todos exibiram mais de 50% da atividade no escuro. Comportamento semelhante foi observado em Arvicanthis

niloticus. Quando esses roedores foram mantidos em gaiola sem acesso à roda de

atividade, todos expressaram padrão diurno, mas quando a roda ficou disponível, alguns animais passaram mais tempo ativos após o apagar das luzes (McElhinny et al., 1997; Blanchong et al., 1999). Segundo Blanchong (1999), as diferenças entre os indivíduos ativos na roda após o apagar das luzes e os que não ficavam ativos têm relação com a herança genética e o sexo do indivíduo, sendo esse comportamento mais comum em fêmeas do que nos machos. Redlin & Mrosovsky (2004) sugerem que o aumento da atividade no escuro, em animais com acesso à roda de atividade, está associado com aumento de mascaramento negativo provocado pela luz, ou seja, a luz inibiria a atividade do animal.

A ocupação do nicho temporal pode ser mascarada pela competição intra-específica. Duas espécies de roedores do gênero Acomys habitam o deserto de Israel e dados obtidos no campo mostram que a espécie Acomys cahirinus é noturna com temperatura corporal mais alta à noite, enquanto que a espécie Acomys russatus é diurna com valores de temperatura e atividade mais altos durante o dia (Elvert et al., 1999). Em laboratório, o ritmo de atividade locomotora de Acomys cahirinus (Weber

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& Hohn, 2005) e de Acomys russatus (Cohen & Kronfeld-Schor, 2006) expressaram padrão noturno. Estudos mostram que quando o roedor Acomys cahirinus é retirado do ambiente a espécie Acomys russatus passa a ser noturna (Shkolnik, 1971).

1.4 – O sistema de temporização biológica

O sistema de temporização biológica é formado por um conjunto de osciladores, ou seja, um sistema multioscilatório (Vilaplana, Cambras, Campuzano & Diez-Noguera, 1997), no qual o núcleo supraquiasmático (NSQ) é o principal oscilador. É um sistema complexo que controla diferentes funções no organismo como atividade locomotora, sono/vigília, alimentação, ingestão de água e várias outras, além de responder de modo diferente para pistas ambientais ou fisiológicas (Weinert, 2005). São esses osciladores que geram a ritmicidade circardiana.

Os ritmos biológicos que se expressam nos seres vivos são entendidos como a expressão cíclica de um fenômeno biológico. Esses ritmos foram classificados de acordo com a freqüência em três tipos distintos: circadianos (período próximo de 24 h), infradianos (períodos maiores que 24 h) e ultradianos (períodos menores que 24 h) (Halberg, 1959). Os ritmos circadianos são os principais ritmos que apresentam correlação com ciclos ambientais, sendo o ciclo CE o principal zeitgeber ou agente sincronizador. Denomina-se de zeitgeber ou agente sincronizador a pista ambiental cíclica que é capaz de arrastar o ritmo endógeno de um organismo ajustando-o com o período do ambiente.

Na ausência de pistas temporais o ritmo endógeno de um organismo entra em livre curso com período ligeiramente diferente do ciclo CE ambiental. No entanto, em condições de luz constante, pulsos de luz podem promover ajuste da fase e do período do ritmo de modo que ele passa a se expressar com valor exato de 24 h. Nos roedores de hábitos noturnos pulsos de luz no início da noite subjetiva – que corresponde ao início da atividade para o animal noturno e ao início do repouso para o animal diurno – provocam atraso de fase, de modo que o animal começa a atividade mais tarde. Pulsos de luz no final da noite subjetiva provocam um adiantamento de fase, ou seja, o animal inicia a atividade mais cedo. Se o pulso de luz cai no meio do dia subjetivo – que corresponde à fase de repouso para o animal noturno e de atividade para o animal diurno – não se observa nenhum tipo de deslocamento (Daan & Pittendrigh, 1976).

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Nos roedores de hábitos diurnos Octodon degus (Kas & Edgar, 2000) e Arvicanthis

niloticus (Mahoney, Bult & Smale, 2001) resultados semelhantes mostram que os

osciladores circadianos são sensíveis a estímulos como os pulsos de luz, contudo essa sensibilidade depende da fase em que o estímulo é administrado. A partir dos resultados obtidos é possível construir uma curva de resposta dependente da fase (CRF) que é a representação gráfica do comportamento de um oscilador submetido a pulso de estimulação em diferentes horas do dia (Marques et al., 2003).

O período endógeno do indivíduo pode ser modificado por fatores ambientais como a intensidade de luz. O período endógeno (tau) é alongado nos animais noturnos e encurtado nos animais diurnos com o aumento da intensidade de luz. Logo, quando submetidas à luz constante, as espécies noturnas apresentam um período endógeno maior do que 24 h e sob escuro constante o tau fica menor do que 24 h. O inverso acontece com as espécies diurnas e essa variação do tau de acordo com a intensidade luminosa ficou conhecida como a regra de Aschoff (Aschoff, 1960). Entretanto, em roedores diurnos essa regra não pode ser generalizada. Em um trabalho com

Arvicanthis niloticus, de 15 animais estudados, 12 exibiram um tau em escuro

constante menor do que 24 h (Katona & Smale, 1997).

A exposição de roedores à luz contínua pode causar desacoplamento dos osciladores circadianos ou até mesmo ruptura do ritmo de atividade locomotora (Mason, 1991; Harrington & Rusak, 1988). Em ratos adultos observam-se vários componentes de ritmos ultradianos ou arritmia e em hamsters, bipartição dos ritmos da roda de atividade (Harrington & Rusak, 1988). A expressão da ritmicidade circadiana em ratos adultos sob luz constante depende da condição de luz em que eles são mantidos durante a lactação. Um estudo de Cambras e colaboradores (1998), com fêmeas mantidas em claro constante durante a lactação, relata que o desenvolvimento do sistema de temporização biológica de ratos criados nessa condição ocorre mais lentamente. Os autores sugerem que a iluminação constante durante a lactação inibe o acoplamento entre os osciladores circadianos e atrasa a maturação do sistema de temporização circadiana.

O sistema de temporização circadiana também se modifica com o passar dos anos. A amplitude do ritmo da roda de atividade em camundongos envelhecidos é menor do que em camundongos jovens (Wax, 1975). Em hamsters, o padrão de

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sincronização da atividade locomotora para o ciclo CE sofre modificação com a idade, de modo que os animais velhos iniciam a atividade mais cedo do que animais jovens (Zee, Rosenberg & Turek, 1992). De acordo com os autores, essa modificação pode ser devida ao encurtamento do período endógeno que ocorre com o envelhecimento desses animais. Em ratos, o período em livre curso também se modifica com a idade. O período endógeno dos ritmos de atividade/vigília, temperatura e ingestão de água de animais velhos submetidos a escuro constante foi menor do que o período endógeno de ratos mais novos (Witting, Mirmiran, Bos & Swaab, 1994). Todavia, num trabalho com camundongos, Wax (1975) não encontrou diferença no período endógeno entre animais jovens e velhos. Nesse trabalho, em todos os animais o tau foi menor no escuro constante e maior em claro constante, o que está de acordo com a regra de Aschoff (1960) para animais noturnos.

1.5 – Bases neurais e nicho temporal

Os animais diurnos alocam a sua atividade na fase de claro e os noturnos na fase de escuro, embora nos dois grupos de animais a informação fótica passe da retina ao NSQ pelo trato retino hipotalâmico. Logo, o que faz com que alguns animais sejam ativos no claro e outros no escuro? Atualmente ainda não se sabe o que determina a alocação temporal. No entanto, Smale e colaboradores (2003) sugerem a existência de quatro vias que poderiam ser responsáveis pela diferenciação do nicho temporal:

• a diferença se encontraria dentro do próprio NSQ, de modo que nas espécies diurnas existiriam células ou substâncias diferentes das encontradas nas espécies noturnas;

• as células que recebem informações do NSQ nas espécies diurnas não responderiam a esses sinais pelo mesmo caminho das espécies noturnas;

• o NSQ emitiria a mesma informação para um alvo intermediário nos dois grupos de animais, no entanto, esse alvo modularia a informação e transmitiria sinais diferentes de acordo com o nicho temporal da espécie;

• a comunicação entre o NSQ e o alvo é igual para animais diurnos e noturnos e a diferença estaria nas células que receberiam as informações das células alvo.

De acordo com esses autores essas vias não seriam mutuamente exclusivas, porém elas ainda não foram amplamente avaliadas. Alguns estudos foram realizados

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nos últimos anos com roedores diurnos e noturnos com o intuito de identificar no substrato neural uma característica que seja responsável pela alocação do nicho temporal (O’hara et al., 1997; Nunez, Bult, McElhinny & Smale, 1999). Em um desses trabalhos, verificou-se que no cerebelo existe correlação positiva entre a produção da proteína nuclear Fos e o comportamento de vigília. Nesse estudo foi constatada uma elevada produção dessa proteína durante a fase escura do dia nos ratos noturnos. E nos esquilos terrestres (Spermophilus lateralis), animais ativos durante o dia, o nível dessa proteína apresentou-se elevado exatamente na fase clara (O’Hara et al., 1997).

Em um estudo imunocitoquímico foi realizado o monitoramento diário da flutuação da expressão da proteína Fos no núcleo supraquiasmático e no alvo hipotalâmico em ratos de laboratório e no roedor Arvicanthis niloticus. Esse estudo mostrou que o padrão diário da expressão de Fos no núcleo supraquiasmático foi muito similar nas duas espécies. Porém, diferença significativa foi vista na região do hipotálamo que recebe as eferências do núcleo supraquiasmático, incluindo a zona subparaventricular (ZSPV). Esses resultados indicam uma diferença nas eferências do sistema circadiano entre roedores ativos durante o dia e aqueles ativos à noite, que podem estar contribuindo para a emergência de um perfil diurno ou noturno (Nunez et al., 1999).

De um modo geral as pesquisas mostram que o sistema de temporização circadiana não difere muito entre as espécies diurnas e noturnas e ainda não foi encontrada uma via que justifique a determinação da alocação temporal.

Justificativa

Oscilações ambientais como dia e noite, movimento das marés e estações do ano, orientaram temporalmente os organismos primitivos, influenciando na sua adaptação e evolução. Acredita-se que os seres vivos estabeleceram uma distribuição temporal de suas funções nas fases do dia e nas estações do ano para se adaptarem aos fatores cíclicos ambientais. Nesse processo, eles desenvolveram mecanismos espaciais para se adaptarem ao ambiente físico e mecanismos temporais, conhecidas como osciladores biológicos, que atuam originando ritmos endógenos capazes de sincronizar-se com os ciclos ambientais.

(21)

expressão cíclica de um fenômeno biológico, ou seja, um evento biológico endógeno que se repete regularmente. A maior parte dos estudos de ritmos biológicos em roedores utilizou animais noturnos como modelo experimental e os resultados obtidos são semelhantes. Nas espécies classificadas como diurnas observa-se variação intra-específica, de modo que alguns indivíduos são ativos na fase de escuro. Nos últimos anos, a alocação temporal desses animais despertou o interesse dos pesquisadores que discutem o conceito de diurnalidade. Smale e colaboradores (2003) sugerem que a variação encontrada nas espécies diurnas pode refletir diferentes processos evolutivos ocorridos na transição da ocupação do nicho temporal noturno para o diurno. Esses autores também mostram que a maior parte dos estudos cronobiológicos com roedores noturnos foi realizada com camundongos, hamsters e ratos, todos roedores pertencentes à família Muridae e que provavelmente se desenvolveram de uma mesma linhagem. No entanto, os roedores diurnos mais estudados pertencem a famílias diferentes como Octodontidae (Octodon degus), Muridae (Arvicanthis niloticus) e Sciuridae (Funambulus pennanti), que provavelmente desenvolveram-se de linhagens diferentes. Logo, a diversificação de modelos experimentais é importante para a melhor compreensão dos aspectos envolvidos na ocupação do nicho temporal.

Kerodon rupestris é um roedor encontrado na caatinga e, segundo as poucas

informações existentes, é encontrado ativo tanto durante o dia quanto à noite. A caatinga é um ecossistema que ocupa boa parte do nordeste brasileiro, região muito castigada pela seca, com índices pluviométricos de 650 a 1000 mm de chuva por ano. No entanto, nesse ecossistema encontram-se cerca de 140 espécies de mamíferos – na maioria morcegos e roedores – das quais aproximadamente 19 são endêmicas. Para garantir a sobrevivência em um lugar como esse, no qual a água existe em pouca quantidade, os seres vivos precisam adotar algumas estratégias. O mocó vive entre rochedos e lajes de pedra, onde há sombra e maior umidade, ficando protegido do intenso calor da caatinga e garantindo assim a sua sobrevivência, mesmo quando a seca é prolongada. Diante dessas condições ambientais é possível que esse roedor tenha desenvolvido características adaptativas de modo a estar ativo nos momentos mais propícios para a sua sobrevivência. No entanto, como definir quais os momentos mais adequados para que esse roedor esteja ativo? Se a temperatura é um fator limitante, ele estaria ativo durante a noite quando as temperaturas seriam mais amenas.

(22)

Provavelmente esse não é o único fator que direciona o nicho temporal nessa espécie, que também é ativa durante o dia. É possível que a competição com espécies com nichos ecológicos próximos empurre a atividade desse roedor para a fase de claro do dia, como é observado nas espécies Acomys cahirinus e Acomys russatus (Shkolnik, 1971). Essas duas espécies habitam o deserto de Israel, sendo Acomys cahirinus encontrada ativa à noite e Acomys russatus durante o dia. Porém, quando se retira

Acomys cahirinus do ambiente, a espécie Acomys russatus passa a ser noturna.

Além dos pontos já apresentados, é fundamental destacar que a duração do fotoperíodo interfere na fisiologia e no comportamento dos seres vivos, principalmente nas espécies que habitam regiões mais distantes do equador e que estão expostas a uma maior variação da duração da fase de claro. A maioria dos roedores estudados nas pesquisas de ritmos biológicos habita regiões de grandes latitudes e por isso estão sujeitas a maior variação do fotoperíodo entre as estações do ano. Contudo, o mocó é endêmico da Caatinga, um ecossistema que fica entre 1 e 18 graus de latitude e portanto com baixa variação fotoperiódica. Esse fato faz dele um modelo experimental diferente dos outros, de modo que a caracterização do ritmo de atividade/repouso de

Kerodon rupestris pode ser um passo muito importante nas pesquisas de ritmos

(23)

II – OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Caracterizar o ciclo de atividade e repouso de Kerodon rupestris em ciclo de claro/escuro 12:12 h e na ausência de pistas temporais.

2.2. Objetivos específicos

¾ Verificar a existência de um padrão rítmico de atividade motora e suas características.

¾ Analisar a interferência da intensidade de luz sobre o ritmo de atividade motora. ¾ Identificar o nicho temporal do animal.

III – HIPÓTESES E PREDIÇÕES

Diante desses objetivos, este projeto tem as seguintes hipóteses e predições: ¾ Hipótese 1- O mocó é um animal que apresenta padrão circadiano de atividade

motora.

Predição 1.1- A atividade motora irá ocorrer com uma periodicidade de 24 h. Predição 1.2- A média e a amplitude da atividade motora serão maiores nos crepúsculos.

¾ Hipótese 2- O ritmo de atividade do mocó sofre influência da intensidade de luz.

Predição 2.1- A média e a amplitude da atividade motora aumentarão com o aumento da intensidade de luz.

Predição 2.2- O período endógeno do mocó encurtará com o aumento da intensidade luminosa.

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IV – MATERIAL E MÉTODOS

4.1 – Origem e manutenção dos animais

O trabalho foi realizado no Laboratório de Cronobiologia (LabCrono) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os animais utilizados foram capturados

nos municípios de Caicó (6o27’S 37o05’W) e Jucurutu (6o02’S 37o01’W), entre 2003 e

2005. No total foram utilizados dezesseis animais, sendo nove machos e sete fêmeas (Quadro I). Um macho (animal 7) nasceu em cativeiro e no início do trabalho estava

com 70 dias e pesava 313 g. O peso médio dos demais animais foi de 416,5±132,6 g

(média±desvio padrão). Os mocós passaram, no mínimo, trinta dias em gaiolas

externas para aclimatação ao cativeiro, antes de serem colocados na sala do experimento. Quatro machos que já estavam em cativeiro há mais de um mês antes da chegada ao laboratório foram colocados imediatamente na sala de registro. Não foi possível identificar a idade dos animais usados nesse trabalho.

Quadro I – Dados dos animais usados na pesquisa

Animal Data de

captura Sexo Peso (g)

1 12/03/2003 M 465 2 30/09/2003 F 517 3 30/09/2003 M 563 4 12/11/2003 F 508 5 12/11/2003 F 620 6 12/11/2003 M 375 7 12/11/2003 M 61 8 23/03/2004 M 419 9 14/11/2004 F 341 10 14/11/2004 F 406 11 14/11/2004 F 294 12 14/11/2004 F 482 13 26/02/2005 M 386 14 26/02/2005 M 351 15 26/02/2005 M 336 16 26/02/2005 M 540

(25)

Os animais foram mantidos em gaiolas individuais (70x70x60 cm) equipadas com bebedouro, comedouro, poleiro e abrigo (cano de PVC 40 cm x 100 mm) (Figura 2). As gaiolas foram colocadas em uma sala isolada acusticamente, com temperatura

(29,4±1,0 oC) e umidade (87,6±4,4%) controladas. Água e ração para coelho

(FRI-RIBE S.A) estavam disponíveis o tempo todo; folhas e frutos tropicais foram fornecidos 3 vezes por semana, em horários irregulares durante a fase de claro. A iluminação foi suprida por 6 lâmpadas fluorescentes de 40 W (ORSAM L40 W/IOS –

F40D – day) no teto da sala, fornecendo uma intensidade luminosa de 300±36 lux (470

máxima – 150 mínima) ao nível do piso das gaiolas. Os animais das gaiolas localizadas nas extremidades estiveram sob a intensidade de luz mais baixa.

Figura 2 – Disposição das gaiolas na sala de registro. Os sensores de movimento estão acima das gaiolas.

4.2 – Registro dos dados

A atividade motora de cada animal foi monitorada continuamente por meio de sensores passivos de movimento por infravermelho, controlados por computador através do sistema de registro Aschoff (Lab Crono UFRN). Os dados de todos os

(26)

animais eram gravados em arquivo a partir da totalização das contagens obtidas a cada intervalo de 5 minutos.

Na frente de cada gaiola foi colocada uma câmera de vídeo (Color & B/W CCD

CAMERA DAY/NIGHT) que registrou durante cinco dias consecutivos o

comportamento de cada animal em ciclo claro:escuro (CE) 12:12 h. A gravação das imagens era feita digitalmente (Multicam Surveillance System GV650) em arquivos com 5 minutos de duração, contados a partir do início de uma seqüência de movimentos do animal que ativava o sistema. Cada arquivo identificava data, hora e minuto do início da gravação.

4.3 – Procedimento experimental

• 1a

etapa – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris sob ciclo CE 12:12 h Nesta etapa foram utilizados sete animais (4 machos e 3 fêmeas) mantidos com contato acústico, olfativo e visual em CE 12:12 h (luzes acesas entre 0600 e 1800 h

250±42 lux na fase de claro) por 40 dias. No 41o dia a intensidade no claro foi

aumentada para 400±41 lux e permaneceu nessa condição por mais 40 dias. Nos dois

momentos a intensidade luminosa na fase de escuro foi de 0 lux.

• 2a

etapa – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris em condições de luz constante de diferentes intensidades

Inicialmente, quatro machos foram mantidos em CE 12:12 h (470±157:<1 lux

com luz vermelha; luzes acesas entre 0600 e 1800 h) durante 47 dias. A partir do 48o

dia os animais ficaram sob iluminação constante de 470±157 lux (CC470) por 18 dias.

Em seguida, os animais foram mantidos sob luz vermelha constante com intensidade menor do que 1 lux (CC<1) por 23 dias, após o que o regime inicial foi restabelecido por mais 20 dias. A partir desse momento, os animais não tiveram mais contato visual entre eles.

• 3a

etapa – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris sob claro constante com aumento gradual da intensidade de luz

Inicialmente, três machos foram mantidos em CE 12:12 h (457±81:<1 lux; luzes

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constante por 84 dias, durante os quais a intensidade de luz aumentou em intervalos de 21 dias de menos de 1 lux com luz vermelha (CC<1) para 10 lux (CC10), 160 lux (CC160) e 450 lux (CC450) respectivamente. Após esse tempo foi restabelecido o CE inicial.

• 4a

etapa – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris nos primeiros dias em CE 12:12 h

A proposta de trabalho inicial era de utilizar sete mocós machos. No entanto, esses animais mostraram-se muito sensíveis ao cativeiro, tendo oito dos quinze mocós capturados morrido antes de serem utilizados nos experimentos. Diante das dificuldades de captura de novos animais, decidiu-se incluir fêmeas na amostra. A última etapa do trabalho foi realizada com apenas três machos. Devido ao pequeno número de animais disponíveis nos experimentos, foi feito um levantamento dos dados obtidos com todos os animais durante os dois anos de trabalho. Esse levantamento mostrou ser possível utilizar os dados referentes aos dez primeiros dias de registro, pois alguns animais morreram depois do décimo primeiro dia.

4.4 – Análise estatística

A análise da freqüência de atividade motora por fase do ciclo CE e intensidade de luz, foi feita utilizando-se o teste de Análise de Variância. Na primeira etapa do trabalho consideraram-se os dados referentes a 40 dias sob intensidade de 250 lux e 40 dias sob 400 lux. Na segunda, foram considerados os dados referentes a 15 dias para cada condição de luz (CE, CC e luz vermelha fraca). Na terceira etapa foram analisados os dados referentes a 19 dias em cada condição de luz (CE, CC<1, CC10, CC160 e CC470). Para a análise da distribuição da atividade nas fases do ciclo foram consideradas as fases de claro (0800-1600 h), escuro (2000-0400 h) e transição (T1-transição claro-escuro: 1600-2000 h; T2 – (T1-transição do escuro-claro: 0400-0800 h). Para a análise do percentual de diurnalidade foram consideradas as fases de claro (0600-1800 h) e de escuro (1800-0600 h). O percentual de atividade motora na fase de claro do ciclo foi calculado em relação ao total da atividade nas 24 h do ciclo CE. Em havendo diferença entre as condições de iluminação, foi utilizada a ANOVA com teste

(28)

comparar a atividade entre T1 e T2 e entre CE1 (CE inicial) e CE2 (CE após iluminação constante) usou-se o teste t para amostras independentes.

A determinação dos dias necessários para ressincronização foi feita pela análise visual dos actogramas por três observadores independentes, contando-se o número de dias entre o início do CE2 e o dia em que a fase de atividade se manteve estável em relação ao acender das luzes. Considerou-se a média e o desvio padrão dos dias determinados por cada observador.

Como não foi possível caracterizar as situações em que o animal estava em repouso, foram considerados como tal, para fins de análise, os intervalos cujo registro era igual à zero, não importando se o animal aparentava estar dormindo ou acordado. Para obter a duração do repouso em cada fase do ciclo CE, o número de intervalos com registro igual à zero era multiplicado por 5 min, equivalente à duração do intervalo de amostragem.

Os dados foram analisados individualmente, pois os sensores apresentavam diferenças quanto à sensibilidade.

A análise espectral das séries temporais para identificação dos períodos significativos foi realizada através da técnica do periodograma de Lomb-Scargle (Lomb, 1976; Scargle, 1982). Esta técnica foi escolhida por ser mais adequada à análise de séries com interrupções (Ruf, 1999; Van Dongen, Olofsen, VanHartevelt & Kruyt, 1999), o que foi o caso deste trabalho devido às faltas de energia com durações maiores do que a capacidade do no-break. Na elaboração dos perfis médios diários da atividade motora dos animais em luz constante utilizou-se o período endógeno de cada animal em cada condição de luz.

As análises foram realizadas utilizando-se os programas Statistica 5.5 (Statsoft Inc.) e El Temps (A. Díez-Noguera/Universidade de Barcelona). O nível de significância considerado foi de 5%.

(29)

V – RESULTADOS

5.1 – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris sob ciclo CE 12:12 h

Em todos os animais, a atividade motora apresentou ritmo circadiano com sincronização ao ciclo CE nas duas condições de iluminação. Em todos eles foram observados ritmos ultradianos com períodos de 6 e 12 h. No animal 1 o ritmo ultradiano é mais evidente do que o circadiano (Figura 3).

A atividade motora foi maior nas transições de fase (F(2,13605)= 518,77; p<0,05),

exceto para o animal 7, no qual a atividade nas transições foi igual à da fase de claro

(F(2,1941)= 111,70; p<0,05). Sob intensidade de 250 lux os animais 6 e 7 foram mais

ativos no acender das luzes [animal 6 (t(1,330)= 4,88; p < 0,05); animal 7 (t(1,330)= 2,99;

p < 0,05)] e o animal 3 no apagar das luzes (t(1,330)= -3,76; p < 0,05); sob intensidade

de 400 lux, o animal 3 manteve a atividade maior ao apagar das luzes (t(1,314)= -6,37; p

< 0,05) e os animais 5 e 6 foram mais ativos ao acender das luzes [animal 5 (t (1,314)=

4,43; p < 0,05); animal 6 (t(1,314)= 10,27; p < 0,05)] (Figura 4). O aumento da atividade

nas transições é perceptível para todos os animais antes das mudanças de fase, exceto para o animal 3 que não apresentou aumento de atividade ao acender das luzes sob a intensidade de 400 lux (Figura 5).

A atividade motora ocorreu tanto no claro quanto no escuro, sendo maior na

fase de claro nas duas condições de iluminação para a maioria dos animais (F(1,1942)=

244,48; p<0,05). O percentual de diurnalidade foi maior do que 50% em 6 animais quando em 250 lux e em 4 animais quando em 400 lux (Figura 6). A atividade motora

de quatro animais aumentou com o aumento da intensidade de luz [animal 4 F(1,1942)=

48,45; p<0,05; animal 5 F(1,1942)= 16,76; p<0,05; animal 6 F(1,1942)= 83,09; p<0,05;

animal 7 F(1,1942)= 305,77; p<0,05], em dois houve redução [animal 2 F(1,1942)= 29,19;

p<0,05; animal 3 F(1,1942)= 42,70; p<0,05] e em um não houve diferença (animal 1

(30)

30 Figura 3 – A ct o g ra m as d a ati v id ade mo to ra e respecti v os period o g ra m as p ara o s ani m ai s m anti dos em cic lo C E 1 2 :12 h so b d u as intensi d ad es de lu z. As li nh as horizon ta is no s p eriodo gra m as indicam o n ível de 5% . 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 P 6 12 18 24 A n im al 1 A nim a l 2 A n im al 3 A nim a l 4 A n im al 5 A nim a l 6 A n im a l 7 250 lux 400 lux 400 lux 250 lux Pe rí od o (h ) Potê nc iae sp ectral

(31)

Figura 4 – Atividade motora (média + dp) dos animais sob ciclo CE 12:12 h em duas intensidades de luz. Barras brancas: transição escuro claro; barras pretas: transição claro escuro. *p<0,05 teste t.

0 200 400 600 800 1000 1200 0 200 400 600 800 1000 1200 1 2 3 4 5 6 7 Animais At iv idade mo tor a / h * * * * * 250 lux 400 lux *

(32)

32 Figura 5 – P erf is m édi o s d iários da ativida d e m o tora d e cada an im al em ciclo CE 12:12 h so b du as inte n sidades de luz. As barras d e erro fo ra m o m it idas p ara p er m itir m elh o r vis u alizaçã o . 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 100 150 200 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 0 50 100 150 200 0 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 A n im al 1 A ni m a l 2 Ani m al 3 A ni m a l 4 A n im al 5 A ni m a l 6 A n im a l 7 250 lux 400 lux 250 lux 400 lux Atividade moto ra/ 5min Hor a

(33)

Figura 6 – Percentual de atividade motora de cada animal em ciclo CE 12:12 h sob duas intensidades de luz. Barras brancas: fase de claro; barras pretas: fase de escuro.

Figura 7 – Atividade motora ( média + dp) de cada animal em duas intensidades de luz. Barras pretas: 250 lux barras brancas: 400 lux. *p<0,05 ANOVA

0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 5 6 7 Diurnali dade (%) Animais 250 lux 400 lux 0 200 400 600 800 1000 1 2 3 4 5 6 7 * * * * * * Animais At iv id ade mo to ra / h

(34)

O repouso dos animais ocorreu tanto no claro quanto no escuro, sendo que o

tempo de repouso foi maior na fase de claro nas duas condições de iluminação (F(1,1123)

= 150,78; p<0,05). Sob intensidade de 250 lux, a média de repouso de quatro animais foi maior do que 14 h e em três animais ficou entre 11 e 12 h; sob 400 lux, dois animais passaram mais de 16 h em repouso, três passaram menos de 10 h e os outros dois passaram cerca de 12 h (Figura 8).

Figura 8 – Tempo em que o animal permanece em repouso (média + dp) nas fases do ciclo CE 12:12 h sob duas intensidades de luz. Barras pretas: fase de escuro; barras brancas: fase de claro. *p<0,05 ANOVA.

5.2 – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris em condições de luz constante de diferentes intensidades

Nessa etapa a atividade dos animais apresentou-se fragmentada ao longo das 24 h (Figuras 9a, 10a, 11a e 12a), com picos de atividade nas transições de fase (Figuras 9c, 10c, 11c e 12c). Em CE1, dois animais apresentaram período diferente de 24 h, sendo

0 2 4 6 8 10 12 14 16 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1 2 3 4 5 6 7 Re pouso / h Animais * * * * * * * * * * * * * * 250 lux 400 lux

(35)

menor no animal 1 (τ = 23,8 h) e maior no animal 6 (τ = 24,2 h); em CE2, três animais

exibiram período diferente de 24 h, sendo menor em dois mocós (animal 1:τ = 20,8 h;

animal 7:τ = 23,9 h) e maior para o animal 8 (τ = 24,1 h) (Figuras 9b, 10b, 11b e 12b).

A atividade dos animais 6 e 8 foi diferente em todas as fases do ciclo sendo maior

nas transições (F(2,1437)= 51,41; p<0,05; F(2,1437)= 68,19; p<0,05); a atividade do animal

1 foi menor na fase de claro (F(2,1437)= 13,24; p<0,05) e a do animal 7 foi menor no

escuro (F(2,1437)= 14,99; p<0,05).

A atividade motora variou com as diferentes condições de iluminação. Quando em CC470 a atividade caiu em relação a CE1, mas a diferença foi significativa apenas

para os animais 6 e 7 (F(3,1436)= 20,99; p<0,05; F(3,1436)= 10,03; p<0,05). Quando o ciclo

CE foi restabelecido, a atividade motora dos animais 1 e 6 foi maior em relação a CE1

(t(1,718)= -2,80; p<005; t(1,718)= -2,58; p<0,05), menor para o animal 7 (t(1,718)= 5,17;

p<0,05) e não houve diferença para o animal 8 (t(1,718)= 1,61; p<0,10) (Figura 13).

O pico de atividade observado nas transições de fase também sofreu variação após os animais serem submetidos à luz constante. No ciclo CE1, os animais 6 e 8

foram mais ativos na transição escuro-claro (t(1,118)= 4,66; p<0,05; t(1,118)= 7,85;

p<0,05), o animal 1 na transição claro-escuro (t(1,118)= -3,34; p<0,05) e o animal 7 não

apresentou diferença (t(1,118)= -0,71; p<0,47). No ciclo CE2, os animais 1 e 6 não

apresentaram diferença de atividade entre as transições (t(1,118)=1,09; p<0,27; t(1,118) =

1,90; p<0,06) e os animais 7 e 8 foram mais ativos ao acender das luzes (t(1,118)= 2,14;

p<0,05; t(1,118)= 5,06; p<0,05) (Figura 14).

A amplitude do ritmo sob luz constante foi menor do que em CE, exceto para o animal 1. Quando se compara as amplitudes em CE1 e CE2, verifica-se que esta foi maior para a maioria dos animais (Figuras 9c, 10c, 11c e 12c).

O perfil diário do animal 1 em CE (Figura 9) mostra que, antes de ser submetido à luz constante, a atividade motora no escuro manteve-se acima da média diária, sendo maior do que no claro. Esse roedor apresentou perfil bimodal, com um pico no início

do claro e outro mais proeminente no início do escuro. Quando mantido em CC470, a

atividade desse animal apresentou dois componentes espectrais, sendo um circadiano (τ = 24,1 h) e outro ultradiano (τ = 8,7 h). Sob CC<1, o período endógeno foi de 23,6 h e apareceram vários componentes ultradianos. Quando o ciclo CE foi restabelecido esse animal permaneceu em livre curso comτ = 20,8 h.

(36)

36 F igur a 9 – A ti v id ade mo to ra d o an im al 1 em ciclo CE1, CC47 0 e CC< 1 co m luz v er m el h a. A : ac tog ram a; B : perio d ogra m as ; C : p er fi s m é d io s diários. As li n h as h o riz o n tai s em B in d ica m o n ív el de 5 % ; em A , in d ica m o v al or m édio. Os núm ero s no in te rior dos gráficos indicam os pr incipais com p onentes si gni fi cat ivo s. Pe rí odo (h ) H ora Ativ ida dem oto ra /5 min A CE1 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 6 12 18 24 C 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 23 ,8 12 24 ,1 8, 7 23 ,6 15 ,2 20 ,8 CE1 CC470 CC<1 CE2 CC470 CC<1 CE2 B

(37)

37 F igur a 1 0 – Atividade m otora d o ani m al 6 em ci clo C E1, CC4 70, C C < 1 com lu z v ermelha. A : act o g ram a; B : p erio d ogra m as ; C : p erf is m édios diários. A s linhas horizon ta is em B in d ica m o n ível de 5%; em A , in d ic am o v al o r m édio. O s núm ero s no in te rior dos gr áf ic o s indicam o s pri n cipais com p o n entes sig ni fi ca tivos. CE1 CC470 CC< 1 CE2 A 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 CE 1 CC 4 7 0 CC < 1 CE 2 B P e rí odo (h) 24, 2 8, 2 23 ,8 24 16 ,3 11 ,8 18 ,4 C Hor a 0 50 10 0 15 0 20 0 0 50 10 0 15 0 20 0 0 50 10 0 15 0 20 0 0 50 10 0 15 0 20 0 0 6 12 18 24 Ativ idade moto ra /5 min

(38)

38 F igur a 1 1 – Ati v id ad e m otor a d o an ima l 7 em ciclo C E1, CC4 70 e CC<1 com lu z v er me lh a. A: actogr am a; B : periodo gra m as; C : perfis m édios d iá ri o s. A s linhas horizontais em B in d ica m o ní vel d e 5 %; em A , ind icam o v alor m édio. Os n ú m er o s n o in terio r dos g ráf ic o s indicam o s principais com p o n ent es sig nif icat ivos. A CE 1 CC470 CC< 1 CE 2 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 6 12 18 24 Ativ idade mo to ra/ 5m in Hor a 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 CE1 CC470 CC< 1 CE2 P e ríodo (h) 24 24 ,3 12 ,2 23 ,5 11 ,7 23 9 18 ,7 BC

(39)

39 F igur a 1 2 – Ati v id ad e m otor a d o an ima l 8 em ciclo C E1, CC4 70 e CC<1 com lu z v er me lh a. A: actograma; B : periodo gra m as; C : perf is m édios diários. A s linhas h orizontais em B ind ica m o ní vel d e 5 %; em A, ind icam o v alor m édio. Os n ú m er o s n o in terior do s g ráf icos in d ic am os p rincipai s com pon en te s signif icat ivos. A CE 1 CC470 CC<1 CE 2 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 0 6 12 18 24 Ativi dade mot ora /5 min C Hor a 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 6 12 18 24 CE1 CC47 0 CC< 1 CE2 B Pe rí od o (h ) 24 12 24, 1 8 24 ,8 12 ,5 24 ,1 11 ,9

(40)

Figura 13 – Atividade motora (média + dp) de cada animal em ciclo CE 12:12 h antes e após serem submetidos a condição de luz constante. Barras brancas: CE1; barras pretas CE2. *p<0,05 teste t.

Figura 14 – Atividade motora (média + dp) de cada animal nas transições do ciclo CE 12:12 h antes e após serem submetidos a luz constante. Barras brancas: transição escuro claro; barras pretas: transição claro escuro. *p<0,05 teste t. O perfil diário do animal 6 em CE (Figura 10) mostra que a atividade motora na fase de claro manteve-se acima da média diária, com picos nas transições de fase. Nesse animal a atividade aumentou antes das mudanças de fase e apresentou uma pequena elevação no meio da fase de claro. Quando em CC470, a atividade apresentou ritmos ultradianos e quando a intensidade foi reduzida para 1 lux, apareceu um componente circadiano com período de 23,8 h e um ultradiano com período de 11,8 h.

0 250 500 750 1000 1250 1500 Animais * * * At iv idade mo to ra / h 1 6 7 88 * 0 50 100 150 200 250 0 150 300 450 600 750 0 200 400 600 800 1000 CE 1 CE 2 0 500 1000 1500 2000 2500 CE 1 CE 2 A tividade m o tora / h * * * * Animal 1 Animal 6 Animal 7 Animal 8

(41)

Quando o CE foi restabelecido, o animal levou 3,3±0,6 dias (média de três observadores independentes) para ressincronizar a fase ativa com a fase de claro, enquanto que o tau só retornou ao valor de 24 h após 15 dias.

No animal 7 (Figura 11), o perfil diário mostra que a atividade manteve-se elevada durante toda a fase de claro e não apenas nas transições. A concentração da atividade em um único bloco foi mantida sob luz constante. Em CC470 esse animal exibiu componentes circadiano com período de 24,3 h e ultradiano com período de 12,2 h. Sob CC<1 o período circadiano diminuiu para 23,5 h. Quando o ciclo CE foi restabelecido, o ritmo de atividade desse animal exibiu período de 23,9 h e ele precisou de 6,3±0,6 dias para ressincronizar a fase de atividade com o acender das luzes.

O animal 8 (Figura 12) exibiu perfil bimodal com um pico bem evidente ao acender das luzes e outro de menor amplitude quando as luzes foram desligadas, todavia, embora o animal antecipasse as mudanças de fase, percebe-se que a atividade diminuiu no momento em que as luzes foram acesas. Esse animal apresentou um

potente ritmo circadiano (τ= 24,1 h) em CC470 e componentes circadiano (τ= 24,8 h)

e ultradiano (τ= 12,5 h) em CC<1. Quando o CE foi restabelecido, o ritmo de atividade

desse animal exibiu período de 24,1 h e em 2 dias a fase de atividade ressincronizou-se com o acender das luzes.

A maioria dos animais concentrou o repouso na fase de escuro do ciclo antes e após serem submetidos à luz constante (Figura 15). O animal 1 quando em CE1 passou

mais tempo em repouso na fase de claro (F(1,28)= 8,87; p<0,05), porém, não apresentou

diferença entre as fases no ciclo CE2 (F(1,28) =,12; p<0,73). Esse animal foi o que

passou mais tempo em repouso, cerca de 20 h em CE1 e 17 h em CE2. O tempo de repouso dos demais animais variou entre 12 e 15 h.

(42)

Figura 15 – Tempo de repouso (média + dp) de cada animal nas fases do ciclo CE 12:12 h antes (CE1) e após serem submetidos a luz constante (CE2). Barras pretas: fase de escuro; barras brancas: fase de claro. *p<0,05 ANOVA.

5.3 – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris sob claro constante com aumento gradual da intensidade de luz

Os animais apresentaram ritmo circadiano com períodos diferentes do ciclo CE 12:12 h ao qual estavam submetidos, além de exibirem ritmos ultradianos de 6 e 12 h. Quando mantidos sob luz constante a atividade mostrou-se fragmentada, o que dificultou a visualização do livre curso, porém todos os animais apresentaram ritmos em todas as condições de luz (Figuras 16 e 17). A atividade foi registrada tanto no claro quanto no escuro, sendo maior no claro e apresentando picos nas transições de fase. Sob luz constante, houve redução da atividade motora em relação ao CE1 nos

animais 6 (F(5,2298)= 10,14; p<0,05) e 7 F(5,2298)= 8,09; p<0,05)], enquanto que o animal

8 reduziu a atividade sob intensidade de 10 lux (F(5,2298)= 5,33; p<0,05). A atividade

0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 Repouso / h 1 6 7 8 * * * * * * Animais CE1 CE2

(43)

motora no ciclo CE2 foi menor do que no ciclo CE1 [animal 6 (t(1,766)= 4,77; p<0,05);

animal 7 (t(1,766)= 2,34; p<0,05) e animal 8 (t(1,766)= 3,61; p<0,05)] (Figura 18).

A análise da atividade nas fases do ciclo CE não encontrou diferença entre as transições e a fase de claro para o animal 6, todavia a fase de escuro foi menor

(F(2,765)= 37,35; p<0,05), enquanto que para o animal 7 a atividade no claro foi maior

do que nas transições (F(2,765)= 80,88; p<0,05). O animal 8 apresentou atividade maior

nas transições de fase (F(2,765)= 62,23; p<0,05), sendo maior para escuro-claro do que

para claro-escuro, em ambos os ciclos CE (Figura 19).

O repouso ocorreu tanto na fase de claro quanto na fase de escuro, sendo maior no escuro antes e após os animais serem submetidos à luz constante. A única exceção

foi o animal 8, que após livre curso não apresentou diferença entre as fases (F(1,30) =

1,03; p<,3190). O tempo médio de repouso dos animais foi de 13,5± 2,1 h (Figura 20).

Os actogramas dos animais 6 e 7 em CC<1 mostram avanço de fase e o do animal 8 atraso. Com o aumento da intensidade de luz, os actogramas dos animais 6 e 7 não apresentaram avanços ou atrasos de fases evidentes. No do animal 8 percebe-se avanço de fase com o aumento da intensidade luminosa (Figura 16).

A atividade motora dos animais sob luz constante apresentou componentes circadianos e ultradianos em todas as condições de iluminação (Figura 17). Em CC<1 os animais 6 e 7 exibiram vários componentes ultradianos com períodos menores do que 24 h (animal 6= 23,5 h; animal 7= 23,9 h), ao contrário do animal 8 (24,5 h). Em CC450 a atividade exibiu períodos circadianos menores que 24 h no animais 6 (22,4 h) e 8 (23,6 h) e maior no animal 7 (24,1 h).

Os perfis diários da atividade motora (Figura 21) mostram que sob luz constante a amplitude do ritmo diminuiu. Em CC<1 a atividade ficou mais concentrada em uma fase para todos os animais, ocorrendo espalhamento com o aumento da intensidade luminosa. Em CE1 os animais 7 e 8 anteciparam as mudanças de fase, aumentando a atividade antes do acender das luzes, mas o animal 6 só aumentou a atividade depois da transição de fase. Na transição claro-escuro os animais 6 e 8 anteciparam a mudança de fase com aumento da atividade, enquanto que o animal 7 antecipou com redução da atividade.

(44)

44 F ig u ra 16 – A tividade m o tora dos anim ai s em cicl o CE 12 :12 h e co m au m ento g radu al da inte n sidade d e luz em cla ro co n st ante. CE1 CC<1 CC10 CC 1 6 0 CC 4 5 0 CE2 A n im al 6 A ni m a l 7 A n im a l 8

(45)

45 Figura 1 7 – P eriod ogra m as d a ativi d ade m o tora d e cada ani mal em d if ere n tes cond iç õ es d e ilu m inaçã o . As linh as horizon ta is in dic am o nível d e 5 %. O s nú m er o s n o interior d o s gráf ic os ind icam os p ri n ci p ai s co m pon en te s signif icati v os . 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 0 50 10 0 15 0 20 0 P 6 12 18 24 23 ,8 6, 0 24, 1 23, 9 12 ,0 24 ,5 12 ,2 23, 8 11, 9 23 ,3 11 ,8 11 ,8 25, 8 2 4, 1 4, 2 2 4, 1 12 ,1 12 ,0 24 ,0 24, 1 8, 0 22, 6 22, 4 7, 7 11, 4 2 4, 1 23, 6 11 ,9 1 2 ,0 24, 1 23, 8 12, 1 24 ,2 12 ,0 Potê nc ia esp ectr al A n im al 7 A ni m a l 8 CE1 CC<1 CC10 CC160 CC450 CE2 An im a l 6 P e ríodo (h) P eríodo (h) P er íodo (h)

(46)

Figura 18 – Atividade motora (média + dp) de cada animal nas fases do ciclo CE 12:12 h. Barras pretas: ciclo CE1; barras brancas: ciclo CE2. *p<0,05 ANOVA

Figura 19 – Atividade motora (média + dp) de cada animal nas fases do ciclo CE 12:12 h. Barras pretas: fase de escuro barras cinzas: fase de transição; barras brancas: fase de claro. *p<0,05 ANOVA.

Figura 20 – Tempo de repouso (média + dp) nas fases do ciclo CE 12:12 h antes (CE1) e após serem submetidos a luz constante (CE2). Barras pretas: fase de escuro; barras brancas: fase de claro. *p<0,05 ANOVA.

0 , 0 2 , 0 4 , 0 6 , 0 8 , 0 1 0 , 0 0 , 0 2 , 0 4 , 0 6 , 0 8 , 0 1 0 , 0 Repouso /h 6 7 8 * * * * * CE1 CE2 Animais 0 250 500 750 1000 1250 1500 6 7 8 * * * * * * * At iv idade mo tor a /h 0 250 500 750 1000 1250 1500 6 7 8 * * * A tividade m o tora / h Animais Animais

(47)

Figura 21 – Perfis médios diários da atividade motora de cada animal em diferentes condições de iluminação. As linhas horizontais indicam o valor médio

Quando o CE foi restabelecido, os ritmos dos animais permaneceram em livre curso por tempos variáveis. A ressincronização foi mais rápida para o animal 7 (25 dias) e mais lenta para o animal 6 (67 dias), enquanto que o animal 8 ressincronizou após 49 dias. A contagem dos dias necessários para ressincronizar a fase ativa com o acender das luzes não apresentou consenso entre os observadores. O animal 6 ressincronizou a atividade com o apagar das luzes no primeiro dia do CE2, entretanto para o acender das luzes só ocorreu após 6,3±0,6 dias; o animal 7 ressincronizou com o acender das luzes em 8,3±1,5 dias e o animal 8 em 9,3±3,2 dias.

0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra c i rc a di a na 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra c i rc a di a na 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra c i rc a di a na 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra c i rc a di a na 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 50 1 00 1 50 2 00 0 6 12 18 2 4 H o ra Ati vidade / 5 m in

Animal 6 Animal 7 Animal 8

CE1 CE2 CC450 CC160 CC10 CC<1

(48)

5.4 – Ritmo de atividade/repouso de Kerodon rupestris nos primeiros dias em CE 12:12 h

Nos primeiros dias de registro, a maioria dos animais não apresentou sicnronização com o ciclo CE 12:12 h, exceto o animal 6 (Figura 22). Em oito animais

o τ foi maior do que 24 h, em cinco menor e nos animais 3 e 8 componentes

ultradianos foram mais potentes. A atividade apresentou-se fragmentada ao longo das 24 h (Figura 23), ficando distribuída tanto no claro quanto no escuro. Em nove animais não houve diferença entre as fases, em cinco foi maior no claro e em dois animais, no escuro (Figura 24).

A atividade motora de oito animais foi registrada por vários meses e a análise dos dados indicou variação entre as fases do ciclo com o passar do tempo. Após cinco

meses em CE 12:12 h, o animal 1, que inicialmente foi mais ativo no escuro (F(1,238)=

4,83; p<0,05), passou a ser mais ativo na fase de claro (F(1,238)= 57,76; p<0,05). Os

animais 3, 5 e 6, que no início do estudo não exibiram diferença de atividade entre as

fases [animal 3 (F(1,238)= 0,6; p<0,80); animal 5 (F(1,238)= 7,2; p<0,39); animal 6

(F(1,238)= 3,48; p<0,06)], também passaram a ser mais ativos na fase de claro [animal 3

(F(1,238)= 3,97; p<0,05); animal 5 (F(1,238)= 47,29; p<0,05); animal 6 (F(1,238)= 36,03;

p<,005)] (Figura 25). O animal 2 foi acompanhado por quase cinco meses e nos

ultimos dias de registro exibiu aumento de atividade na fase de escuro (F(1,238)= 4,49;

p<0,05). A atividade do animal 8 não apresentou diferença entre as fases no início do

experimento (F(1,238)= 0,50; p<0,48) ou 60 dias depois (F(1,238)= 0,92; p<0,33), porém a

análise da atividade desse animal após 240 dias na sala de registro mostrou aumento de

atividade na fase de claro (F(1,238)= 54,66; p<0,05).

Os registros dos primeiros dias indicam que os animais passavam a maior parte do tempo parados, ultrapassando 16 h por ciclo para dez animais. Os animais 5, 8 e 13 passaram menos tempo em repouso (11 a 12 h), enquanto que os animais 3, 12 e 16 passaram cerca de 20 h nessa condição. O repouso dos animais ocorreu tanto na fase de claro quanto no escuro, de modo que para sete animais não houve diferença entre as fases. Para seis animais o repouso foi maior na fase de claro e para três na fase de escuro (Figura 26).

(49)

49 Figura 2 2 – P eriodogramas d a atividad e m o to ra d e cada ani mal so b cic lo C E 1 2:1 2 h n o s p ri m ei ro s d ia s d e registro. As linhas hor iz o n ta is in dic am o nível d e 5 % . O s nú m er o s n o interior d o s gráf ic os ind icam os pr in ci p ais co m pone ntes signif ic ati v o s. 6 12 18 24 6 12 18 24 An im a l 2 An im a l 6 A n im al 10 A n im al 14 Pe rí od o (h ) 24 23 ,7 3, 4 24, 2 6, 1 11 ,3 20 ,2 15 ,8 An im a l 3 An im a l 7 A n im al 11 A n im al 15 8 24 ,9 6 24 ,5 24 ,7 6, 7 6 12 18 24 An im a l 8 A n im al 12 A n im al 14 25 ,3 15, 4 6 15, 3 23, 4 11 ,6 22, 1 7, 9 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P 6 12 18 24 0 50 100 150 200 P 0 50 100 150 200 P An im al 1 An im al 9 An im al 13 3, 4 25, 1 6 25 12, 6 22, 1 11 ,7 24, 5 Período (h) P er íodo (h) P eríodo (h ) An im a l 4 An im al 5 Potênc ia esp ectr al

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