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Cidade Barroca. Antonio Castelnou

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Cidade Barroca

(2)

Introdução

Entendida como um espaço político, centro

poderoso de decisão e de grande importância

estratégica, a

cidade medievo-renascentista

do

século XVI sofreu intervenções que permitiram a

abertura de ruas e praças, edificadas dentro dos

princípios da simetria e da proporção.

Os ideais estéticos da

RENASCENÇA

defendiam o alargamento de vias, as quais

deveriam confluir para construções

monumentais, agora destacadas em praças

ajardinadas, repletas de fontes esculturais,

(3)

Sendo concebida como

ARTEFATO HUMANO, a cidade deveria ser a mais geométrica possível e seu

crescimento ditado pela harmonia e pela Razão.

As partes da cidade teriam uma espécie de qualidade

expressiva, tal como as partes do edifício, que manteriam um esquema de

relações lógicas simples: de proporção e posição;

de grandeza e medida.

Place des Vosges, antiga Place Royale

(1609, Paris França)

Plaza Mayor

(1729/55, Salamanca Espanha)

(4)

Em I Quattro Libri

dell’Architettura (1570), ANDREA PALLADIO (1508-80) estabeleceu as premissas de concepção tanto da arquitetura como

da cidade, as quais se baseavam em uma atitude

de lógica e de produção mental, estabelecendo a

relação das partes e a harmonia das suas grandezas, o que foi muito bem exemplificado

através do projeto de suas villas. Andrea Palladio (1508-80) Villa Rotonda (1566/70, Vicenza) Villa Emo (1558/64, Fansolo di Vedelago)

(5)

Palladio procurou reconduzir a cidade existente de

VICENZA ao paradigma da cidade ideal, não através de intervenções radicais de reforma morfológica,

mas pela coerência de imagens – ligadas aos

diversos tipos de edifícios (teatro, palácio, basílica e igreja) – referidas a uma coerência de estados.

(6)

A partir de PALLADIO, a relação cidade-objeto

público passou a reger a ordem urbana – ou seja, a imagem da parte pelo todo

– e a instituição urbana –

como o teatro, a igreja ou o palácio – tornou-se o elemento que determinava

o “espaço-nó” da cidade, este entendido como lugar

importante e simbólico (D’Alfonso & Samsa, 2006).

Palazzo Chiericati

(1549/57, Vicenza)

Andrea Palladio (1508-80)

Palazzo della Razione

(7)

Urbanismo barroco

No século XVII até meados do XVIII, a arte BARROCA

promoveu um

prolongamento em escala do Renascimento e, embora

negasse suas normas rígidas e proporções imutáveis, manteve a

perspectiva como elemento primordial na concepção espacial e da valorização

das vias e monumentos (Kostof, 1991).

Piazza del Popolo

(1589/1680, Roma Itália) Carlo Rainaldi (1611-91) Piazza Navona (1648/57, Roma) G. L. Bernini (1598-1680)

(8)

A classe dirigente passou a ser formada

pelos reis e suas

cortes, por nobres ricos (burguesia) e pelo novo

clero especializado da CONTRA-REFORMA. Palais de Versailles (1662/70) L. Le Vau (1612-70) e J. Hardoin-Mansart (1646-1708) Jardin (1668/85) de André Le Nôtre (1613-1700) Vista aérea

(9)

A CIDADE BARROCA teve que atender às aspirações estéticas aristocráticas pela

grandiloqüência de suas formas – expressão de poder, de ordem e de controle social – e, ao mesmo

tempo, aos interesses burgueses pelo seu aspecto socioeconômico (Goitia, 2003).

Place Stanilas

ant. Place Royale

(Séc. XVII, Nancy, França)

(10)

De um lado, alguns

centros urbanos europeus adquiriram as feições de

verdadeiras cidades

ABSOLUTISTAS

(Paris, Roma e Viena) enquanto de outro, alguns

centros importantes se transformam em cidades essencialmente LIBERAIS ou propriamente BURGUESAS (Amsterdã, Bruxelas e Londres). Amsterdã (Holanda)

Vista geral de Viena

(Áustria)

Roma (Itália)

(11)

Opondo-se ao classicismo, a

EXPRESSÃO BARROCA

era mais sensual e movimentada, sendo composta por formas esculturais onduladas, composições exuberantes e traçados grandiloqüentes.Passando a valorizar a contribuição espontânea

dos artistas – em seu sentido maneirista –, era

literalmente uma arte

“aberta”, que permitia uma multiplicidade de

significados.

Place de la Concorde

Jardin des Tuileires

Place Vendôme Palais Royal Musée du Louvre Vista aérea de Paris (França)

(12)

A ARTE BARROCA

voltou-se ao estudo das qualidades

não-objetivas, mas subjetivas e

sentimentais, servindo como instrumento para controlar os sentimentos coletivos ou exprimir os individuais, oscilando entre o conformismo e a evasão ou o protesto (Benévolo, 2001).

L'Apoteosi dell'Ordine di Jesuiti

(1661/94, Roma Itália)

Andrea Pozzo (1642-1709)

Pluto e Proserpina

(1621/22, Roma Itália)

(13)

Houve ainda inegáveis avanços nas ciências e na filosofia – iniciados por GALILEU GALILEI (1564-1642) e por RENÉ DESCARTES (1596-1650) –, além

da progressiva supressão do poder espiritual (Igreja) em detrimento dos interesses do soberano temporal

(Rei), afirmando-se o despotismo e o absolutismo.

Galileo Galilei (1564-1642)

René Descartes (1596-1650)

Midas et Bacchus (1625, Paris)

(14)

A cidade tornou-se um espetáculo para os olhos,

emocionante e dinâmico que utilizava um repertório

mais rico que o

renascentista, composto por obeliscos, chafarizes,

estátuas, colunatas e arcadas, além de grandes

planimetrias, traçados radiocêntricos e

ajardinamentos.

Place de la Liberátion

(Séc. XVII, Dijon França)

François Mansart (1598-1666)

Place de la Concorde

(Séc. XVIII, Paris França)

Jacques-Anges Gabriel (1698-1728)

(15)

Até o RENASCIMENTO, a arte dos jardins

resumia-se na

apropriação pela cidade de espaços verdes naturais, que eram

cercados e domesticados; ou então no cultivo de áreas verdes domésticas. A partir do BARROCO, os jardins expandiram-se em

amplas praças com desenhos geométricos e escalonados em diversos

planos.

Praça Central

(1580, Zamosc Polônia)

King Circus & Royal Crescent

(16)

Eram estes os principais elementos do

URBANISMO BARROCO, característico da Europa dos séculos XVII e XVIII:

a) Traçados de bases renascentistas, guiados pela perspectiva, mas dotados de maior liberdade, movimento e escala, passando a simetria a ser relativa (em composição, mas não em detalhes);

b) Caráter monumental expresso pela busca da

grandiosidade e pela criação de verdadeiras

“cidades-cenário”, o que foi obtido por meio de rasgamento e alargamento de vias, assim como a criação de amplos espaços públicos.

c) Desenho urbano realizado com base na

composição arquitetônica – simetria, ritmo,

dominância de massas compactas e aspecto imponente e sólido das obras –, além da

(17)

d) Paisagem concebida como

construção humana, adquirindo assim um

espírito mais arquitetônico artificial e cênico:

proliferam eixos, ruas e avenidas radiais, composições geométricas e a retificação de canais, fontes e espelhos d’água.

Piazza di Spagna

(1690/1720, Roma Itália)

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e) Arquitetura urbana

exuberante e retórica, de escala monumental

composta por igrejas, palácios e monumentos para os quais convergiam alamedas arborizadas e consistiam nos principais temas estéticos.

Piazza del Popolo

(1589/1680, Roma Itália)

Carlo Rainaldi (1611-91)

(19)

Barroco italiano

O BARROCO originou-se em

Roma, motivado pela Contra-Reforma e pela interpretação

pessoal dos artistas

maneiristas, entre os quais

MICHELANGELO (1475-1564), autor da Piazza del

Campidoglio (1538/1612).

Sob o domínio dos papas, a cidade tornou-se barroca e

sua fisionomia sofreu alterações radicais com o

papa Sixtus V (1521-90).

A Piazza del Campidoglio C Palazzo del Senatore

B Museum D Palazzo dei Conservatori

A

B C

(20)

Papa Sixtus V (1521-91)

Plano di Roma

(1588/91)

Referências

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